quarta-feira, 23 de abril de 2008

Holocausto na Letônia - Rumbula (A chegada de Jeckeln)

Esta tradução se refere ao Capítulo 8 do livro The Holocaust in Latvia, 1941-1944: The Missing Center do Historiador letão Andrew Ezergailis.

Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://www.rumbula.org/remembering_rumbula.shtml


A chegada de Jeckeln

Em outubro de 1941 Stahlecker tinha sido capaz de matar cerca de 30.000 dos 66.000 judeus que os alemães tinham aprisionado na Letônia. As razões para o fracasso de Stahlecker de forma a satisfazer as ordens são fundamentais e complexas, mas certamente incluirão sua preocupação com Leningrado, o fracasso dos letões para matar rápido e suficiente, e a chegada de Heinrich Lohse ao governo civil na Letónia.

Lohse não era obrigado a executar o Führer Befehl; as ordens de Alfred Rosenberg foram para elevar a produtividade do Ostland e para abastecer o exército com as necessidades diárias e com equipamentos. O programa de Lohse para os judeus era o de conduzi-los aos guetos, a expropriar os seus bens, e explorar o seu trabalho. Também Hans-Adolf Prützman, o alto comandante da SS e da Polícia (HSSPF) no Báltico e na Bielorrússia, que, esteve a cargo dos judeus após a saída de Stahlecker para a frente leste, desempenhou um papel passivo.[1]

Durante Setembro e Outubro a política de Lohse prevaleceu no Báltico. O gueto foi fechado em 25 de Outubro. A livre saída e entrada já não era mais possível. O SD parecia ser o “cheque-mate” para o Báltico. Mas não por muito tempo. Himmler estava impaciente e uma decisão logo foi tomada em Berlim para revigorar as ordens fundamentais no Báltico. Assim que o gueto de Rîga fechou, foi ordenada a troca de lugares entre Prützman e Jeckeln. Em 31 de Outubro Prützman foi ordenado o sul. Jeckeln, que já tinha assassinado dezenas de milhares de judeus na Ucrânia, Berdichov,Krivoi-Rog, Kiev, Kremenchug, e tinha concebido o "sistema Jeckeln" para execuções em, foi ordenado para o Norte. Em 5 de Novembro o staff de Jeckeln e cerca de 50 homens chegaram a Riga.

O próprio general foi convocado para ir a Berlim, onde em 12 de Novembro Himmler disse-lhe sobre os problemas no Báltico, e ordenou-lhe especificamente, ao contrário do Lohse do plano, para matar os judeus no gueto de Rîga. Himmler disse a Jeckeln sobre as possíveis objeções de Lohse: "Disse a Lohse que era minha ordem, e que também era um desejo expresso do Führer." [1] Após sua chegada a Rîga, Jeckeln se encontrou com Lohse e explanou as ordens de Himmler para ele.
Para Jeckeln, como ele apresentou o argumento, os judeus eram um problema de segurança. Ele estava preocupado com os militares alemães, o SD, e dos civis alemães utilizarem a mão-de-obra dos judeus. Empregando os judeus, disse ele, aumentava a possibilidade de sabotagem. Ele chegou na Letônia com ordens para liquidar o gueto, e ele não desperdiçou tempo. A primeira ação no gueto aconteceu no dia 30 de novembro, ou seja, duas semanas semana após sua chegada. Jeckeln tinha a mentalidade de um chefe-tribal, tratava todos os forasteiros com desconfiança. Stahlecker e o contingente do SD em Rîga culpou os letões por terem ido por trás para matar judeus, mas parece que Jeckeln foi até mesmo contra os alemães "locais" do SD, e desconfiou deles. Nenhum letão foi consultado para o planejamento das ações. Toda a organização básica do assassinato foi feita por Jeckeln e sua equipe.
(Foto acima: General SS Friedrich Jeckeln)

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