terça-feira, 22 de abril de 2008

Técnicas dos Negadores do Holocausto - O significado de Tratamento Especial (Parte 1)

Traduzido por Leo Gott à partir do link:
Parte 1 de 3

Autores: Jamie McCarthy y Ken McVay

Em março de 1994, Dan Gannon respondeu [1] a uma série de dez perguntas que haviam sido enviadas a Usenet durante um período de quase dois anos.

Em sua resposta a diversas perguntas sobre a descrição do Zyklon-B como material empregado para o "reassentamento" e "tratamento especial" dos judeus, e sobre o significado dos termos "tratamento especial" e "ação especial", o Sr. Gannon invocou os ridículos argumentos da negação do Holocausto.

Respondemos perguntando ao Sr. Gannon se queria dizer que as palavras "tratamento especial", "reassentamento", etc. nunca foram usadas para camuflar as intenciones nazistas de levar a cabo o extermínio em massa. Solicitamos que examinasse as provas que apresentamos aqui, e que as refutasse ponto por ponto.

Cremos que está claro que o Sr. Gannon fez esta afirmação, como evidência na frase seguinte:
"Tratamento especial" ("Sonderbehandlung") não era uma "palavra chave" e não queria dizer especificamente "assassinato". Se referia a um grande número de coisas... [2]
O Sr. Gannon citou então dois ou três exemplos de vários negadores do Holocausto, que têm catalogado obscuras definições de palavras chave, queriam dizer coisas muito diferentes de seus significados habituais.
Com esta tática, cremos que o Sr. Gannon tratou de confundir sua audiência, em lugar de enfrentar o assunto. Os casos especiais são irrelevantes, e não tem nenhum impacto no significado principal destas palavras chave, que documentaremos aqui.
Foi pedido ao Sr. Gannon que apresentasse casos que empregaram "tratamento especial" e outros eufemismos com referência ao trabalho de extermínio nazista.
Estes casos foram enumerados assim:
  1. "Tratamento especial se referia aos assassinatos, todo mundo sabia", disse Eichmann.
  2. Para salvar vidas, Kaltenbrunner pede que "o tratamento especial se limite ao mínimo".
  3. Tratamento especial é "eliminação", escreveu Heydrich.
  4. Um relatório do Escritório Principal de Segurança do Reich explica "tratamento especial" com a anotação "execução".
  5. O tratamento especial deveria realizar-se com enforcamento, disse Himmler.
  6. Um relatório da frente Leste iguala tratamento especial a "liquidação".
  7. "Não significa nada que não seja assassinar", disse o ex-general de divisão das SS Mazuw.
  8. "Todo mundo sabia o que significava", disse o ex-tenente das SS Hamann.
  9. Em uma carta a Korherr, Himmler pede que não se use o termo "tratamento especial" uma vez que o significado é demasiado conhecido.
  10. Um capitão das SS pede mais furgões de gaseamento para que os judeus sejam "tratados de uma maneira especial".
  11. Um relatório da Gestapo pede que as pessoas "objeto de tratamento especial" sejam incineradas.
Aqui falaremos especificamente da palavra-chave Sonderbehandlung, que significa literalmente "tratamento especial" ou "manejo especial". É provavelmente a mais freqüente. Outras palavras-chave:

Umsiedlung, literalmente "reassentamento"
Sonderaktion, literalmente "ação especial" Evakuierung, literalmente "evacuação" e, supostamente,
die Endlösung der Judenfrage, literalmente "solução final do
problema judaico".
Em sua resposta, o Sr. Gannon oferecia os comentários de Kaltenbrunner sobre a obtenção de diplomas de francês como significado do "tratamento especial" assinado aos judeus da Europa - a mente dele ficou louca com este giro lógico.
Espera que os leitores traguem a afirmação de Faurisson segundo a qual o "tratamento especial" dos nazistas era para manter com vida os judeus. Isto é, obviamente, o contrário da realidade. Os nazistas usaram os judeus e outras pessoas como trabalhadores escravos, fazendo-lhes trabalhar literalmente até a morte:
A fome era um hóspede permanente em Auschwitz. A dieta que se proporcionava aos internos destinados ao trabalho forçado, que incluía a famosa "sopa Buna" - uma ajuda nutricional de que não dispunham outros prisioneiros - provocava uma perda de peso média em cada indivíduo entre dois e três quilos por semana.

Ao passar um mês, as mudanças do aspecto dos prisioneiros eram muito visíveis; passados dois meses, era impossível reconhecer os internos, convertidos em umas caricaturas de seres humanos formadas por pele e ossos, quase sem carne; depois de três meses, o haviam morto, ou eram tão incapazes de trabalhar que eram enviados às câmaras de gás de Birkenau. Dois médicos que estudaram os efeitos da dieta dos internos assinalaram que "o prisioneiro alimentado normalmente com Buna poderia completar as carências com seu próprio corpo durante uns três meses..."

Se condenavam os prisioneiros a consumir seu corpo trabalhando e, se não se não apresentassem alguma infecção ou enfermidade, morreria de exaustão. [3]
É esta a idéia que tem o Sr. Gannon de um comportamento que pretendia "manter com vida os judeus"? As fontes de Gannon para este texto sem sentido foi o ensaio de Robert Faurisson "Resposta a um Historiador de Papel" e o livro de Carlos Porter Not Guilty at Nuremberg (Inocentes em Nuremberg)- citam a mesma seção da transcrição do Julgamento de Nuremberg em que aparece a declaração de Kaltenbrunner. A única outra "prova" que Gannon cita indiretamente é que Faurisson disse que Sonderbehandlung às vezes queria dizer "transporte", mas Faurisson no aponta nenhuma prova - só uma nota de rodapé de um outro

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