segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Hungria aprova lei que penaliza negação do Holocausto

O Parlamento da Hungria aprovou nesta segunda-feira em Budapeste uma lei que penaliza a negação do Holocausto na Segunda Guerra Mundial com até três anos de prisão. Segundo a lei, que foi proposta pelo governante partido social-democrata, negar em público o Holocausto ou apresentá-lo "como algo insignificante" poderá ser uma infração passível de pena.

Para os social-democratas, a lei é necessária na Hungria devido ao crescente antissemitismo na vida cotidiana. Entretanto, a maioria social-democrata no Parlamento rejeitou a proposta da oposição conservadora que previa a penalização da negação dos "crimes contra a humanidade dos regimes nacional-socialistas e comunistas".

Estiveram presentes à votação de hoje representantes das organizações judaicas do país, assim como sobreviventes do Holocausto. Durante a Segunda Guerra Mundial, quase 600 mil dos 800 mil judeus húngaros foram assassinados pelos nazistas.

A maior parte destas pessoas foram deportadas e assassinadas em campos de extermínio de Áustria, Alemanha e Polônia, principalmente no campo polonês de Auschwitz. Apenas 130 mil judeus húngaros sobreviveram ao Holocausto. Atualmente, a comunidade judaica do país conta com cerca de 100 mil pessoas.

Fonte: EFE
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4279373-EI8142,00-Hungria+aprova+lei+que+penaliza+negacao+do+Holocausto.html

sábado, 20 de fevereiro de 2010

A Serpente na rede: extrema-direita, neofascismo e internet na Argentina

Como não é possível saber se é permitido reproduzir na íntegra o conteúdo do site, fica aqui a indicação do link de um texto sobre neofascismo/nazismo na Argentina e sua ação na internet nos dias de hoje:

Título: A Serpente na rede: extrema-direita, neofascismo e internet na Argentina
de Fábio Chang de Almeida

Palavras-chave: Neofascismo; Internet; Argentina.
Link pro texto: Vestígios do Passado

Resumo: O aumento no número de incidentes violentos relacionados com a extrema-direita é uma realidade mundial. Diretamente relacionado com este panorama, está o avanço na utilização da internet por grupos neofascistas. Na América Latina, a Argentina é o país que hospeda o maior número de sites desta natureza. A compreensão deste fenômeno deve passar pela análise da longa trajetória do pensamento da extrema-direita naquele país.

E sobre a situação do neofascismo/nazismo(extrema-direita) e negacionismo do Holocausto no Brasil, fica a indicação do link contido no seguinte post:
Título: Intolerância e Negacionismo: Sérgio Oliveira e Revisão Editora
de Odilon Neto

O negador do Holocausto condenado Zundel será solto

BERLIM — Um promotor alemão disse que o ativista de extrema-direita Ernst Zundel será em breve solto da prisão depois de cumprir seus cinco anos de sentença por negação do Holocausto.

O promotor de Mannheim, Andreas Grossmann, disse que o senhor de 69 anos Zundel será solto no dia 1 de Março.

Zundel esteve em custódia desde que foi deportado do Canadá em 2005 e está conseguindo o crédito pelo tempo que ficou preso antes de seu julgamento. Ele foi condenado em 2007 pela soma de 14 acusações de incitação de ódio por anos de atividades antissemitas, incluindo a contribuição na web de um site devotado à negação do Holocausto - um crime na Alemanha.

Zundel tinha arguido que teve negado seu direito à liberdade de expressão.

Grossmann disse que não está claro onde Zundel irá quando for solto mas que ele tem parentes próximo a Stuttgart(Estugarda).

Fonte: AP
http://www.google.com/hostednews/ap/article/ALeqM5io4Yp9wnD1DM1cJ8OaHutNGbBqGQD9DTRD481
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Marcas associadas a skinheads querem recuperar sua reputação

(Foto) Cabeça pelada nem sempre é nazistaNem todos os que raspam a cabeça, usam botas e suspensórios são necessariamente neonazistas. Em sua origem, o movimento skinhead é operário e multiétnico, e as marcas contaminadas pela extrema direita acentuam esse fato.

O vestuário tem sido parte importante da cultura skinhead desde a década de 1960, quando um cisma dividiu a cena mod (abreviatura de modernist) britânica em dois grupos: peacock mods ("mods-pavão") – menos violentos, mais abastados e ocupados com a moda, preferindo roupas caras – e hard mods – endurecidos por sua vida menos privilegiada e cuja imagem era mais proletária.

No fim da década, estes últimos ficaram conhecidos como skinheads (cabeças peladas). Seu modo de viver e vestir havia se afastado cada vez mais da fascinação da classe média pelo "último grito", sedimentando uma imagem prática e que convinha a seu estilo de vida: botas de bico de metal, calças jeans de corte reto, blusão e suspensórios.

Tratava-se de uma robusta fusão dos estilos jovens dos negros – na maioria, jamaicanos – com o da classe operária inglesa. Logo os "skins" adotavam um uniforme com base nos jeans da Levi's e nas camisas pólo ou de abotoar, com mangas longas ou curtas, das marcas Ben Sherman, Fred Perry ou Brutus.

Absorção pela extrema direita

(Foto) Botas militares fazem parte da estética skin

Quando, em meados dos nos 1970, o movimento punk e a morte do idealismo da década anterior trouxeram anarquia e desespero social, os grupamentos de extrema direita perceberam potencial na atitude de violência e patriotismo ferrenho que certos skinheads punk começavam a manifestar. Por toda a Europa, os radicais de direita passaram a recrutar skins brancos e a promover a imagem skinhead entre seus membros mais jovens.

Embora tenham adotado um corte de cabelo ainda mais curto, jeans mais apertados, calças de combate e botas de cano alto, esses skinheads neonazistas mantiveram os blusões Brutus e Ben Sherman, suéteres Lonsdale e cardigãs Fred Perry. Como resultado, a moda e o movimento skinhead tornaram-se sinônimos de extrema direita, racismo, neonazismo.

Na realidade, vindos das classes operárias, os skinheads tradicionais se identificavam com os imigrantes de todo o mundo no trabalho manual, nas comunidades herméticas e nas horas de lazer dançavam junto com seus companheiros jamaicanos.

Retorno ao multirracial

Nessa confusão de referências e identidades, as marcas de roupas adotadas pelos skinheads, de extrema direita ou não, assumiram, à própria revelia, uma conotação política. Esse peso simbólico é tão importante que os neonazistas da Alemanha se afastaram das "inocentes" marcas originais em favor de outras, claramente associadas a suas convicções políticas, como a Pitbull e a Thor Steiner, observa Bernd Richter.

Segundo o pesquisador alemão dos movimentos de extrema direita e de seu simbolismo, algumas das marcas contaminadas pela associação de direita estão agora aplicando estratégias coordenadas para limpar sua imagem.

A Fred Perry, por exemplo, empregou personalidades públicas populares, como o músico britânico Paul Weller, para aproximar suas roupas do público rock e indie. Até recentemente, o tenista Andy Murray era a imagem de sua linha esportiva.

"Essas casas também usaram modelos étnicos para promover igualdade em sua publicidade, evocando as origens dos skinheads, quando o seu meio era multirracial", observa Richter.

Black music x white power

(Foto) Andy Murray vestia artigos Fred Perry

Com o fim de transmitir uma imagem positiva para a próxima geração, essas marcas desenvolveram atividades de base, envolvendo interação e apoio ao público jovem. Segundo uma fonte ligada a Fred Perry e Ben Sherman, que preferiu não ser identificada, essas duas marcas abordaram o problema da associação neonazista de várias maneiras sutis.

"Elas deixaram de fornecer para as lojas que serviam a essa área do mercado, removeram de suas coleções certos artigos com associações mais fortes, e pararam de vender as roupas mais baratas. Isto colocou ambas num outro patamar, e são vistas hoje como grifes de designer."

Bill Osgerby, professor de Mídia, Cultura e Comunicação pela Metropolitan University de Londres, aponta uma tendência paralela: os skinheads tradicionais, em especial a geração mais velha, afastaram-se cada vez mais da imagem racista. Eles formaram grupos de ação e promovem suas raízes jamaicanas, o estilo e a música afro-caribenhos característicos do movimento original.

"Como os skins tradicionais costumavam dizer: você não pode ter as raízes na black music e estar no white power", conclui Osgerby.

Autor: Nick Amies (av)
Revisão: Roselaine Wandscheer

Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 16.02.2010)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5255918,00.html

Comissão sobre quadrilhas neonazistas define audiências públicas

A comissão externa da Câmara que acompanha as investigações sobre quadrilhas neonazistas terá uma reunião administrativa na quarta-feira (10), às 15 horas, para definir convidados e datas de audiências públicas a serem realizadas.

A principal quadrilha sob investigação estaria em atividade no Rio Grande do Sul, com células nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

A comissão já ouviu policiais, representantes de movimentos sociais e jornalistas. A Polícia Civil gaúcha apurou que a quadrilha em operação no estado tem um grau preocupante de organização e promove a violência e o racismo entre os jovens.

A reunião acontecerá no plenário 3.

Da Redação/JPJ

Fonte: site da Câmara dos Deputados(Congresso Nacional)
http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/SEGURANCA/145095-COMISSAO-SOBRE-QUADRILHAS-NEONAZISTAS-DEFINE-AUDIENCIAS-PUBLICAS.html

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Manifestantes de esquerda e de direita se enfrentam em Dresden, na Alemanha

Neonazistas fizeram protesto no aniversário do bombardeio da cidade.
Protesto de esquerda procurava impedir marcha da extrema direita.

Da AP

Milhares de manifestantes formaram uma corrente humana em Dresden, na Alemanha, neste sábado (13) para impedir um protesto de neonazistas no aniversário de 65 anos do bombardeio da cidade pelos Aliados na 2ª Guerra Mundial.

A polícia estava a postos para impedir conflitos entre os dois grupos de manifestantes. Cinco helicópteros da polícia monitoravam a multidão.


A polícia tenta retirar manifestantes de esquerda em Dresden, na Alemanha (Foto: Matthias Rietschel/AP)

Cerca de 5 mil partidários de extrema direita fizeram um protesto; a polícia não permitiu uma marcha por razões de segurança. Os neonazistas causaram polêmica ao comparar o bombardeio da cidade com o Holocausto e classificar seu protesto como de "luto".

Já do outro lado do rio Elba, cerca de 10 mil pessoas deram as mãos, formando uma corrente humana para proteger simbolicamente o centro reconstruído dos neonazistas.


Manifestantes de esquerda fazem bloqueio para tentar impedir protesto da extrema direita em Dresden, na Alemanha (Foto: Tobias Schwarz/Reuters)

Houve pequenos conflitos entre os grupos, com barricadas, fogo e um carro virado. Segundo a polícia, algumas pessoas tiveram ferimentos leves.

Bombardeio

Foto: AP A igreja Frauenkirche depois do bombardeio, em 1945 (Foto: AP)Três ondas de bombardeios por parte das forças britânicas e norte-americanas destruíram o centro da cidade de Dresden nos dias 13 e 14 de fevereiro de 1945.

Prédios em estilo barroco, construídos há séculos, foram destruídos.

O centro histórico foi reconstruído ao longo de décadas. A famosa igreja de Nossa Senhora, a Frauenkirche, que foi destruída, reabriu em 2005.

Foto: Matthias Rietschel/AP A igreja Frauenkirche reconstruída, em Dresden, na Alemanha (Foto: Matthias Rietschel/AP)






Fonte: AP/G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1489787-5602,00-MANIFESTANTES+DE+ESQUERDA+E+DE+DIREITA+SE+ENFRENTAM+EM+DRESDEN+NA+ALEMANHA.html

Milhares de pessoas impedem passeata neonazista em Dresden

Mais de 10 mil pessoas formam um cordão humano para lembrar vítimas da Segunda Guerra Mundial em Dresden e impedir uma passeata de grupos neonazistas pelo centro da cidade alemã.

Cordão humano no centro de Dresden

No dia em que se completam 65 anos do bombardeio que arrasou Dresden durante a Segunda Guerra Mundial, mais de 10 mil pessoas se deram as mãos para formar uma corrente humana em torno do centro histórico da cidade.

O ato ocorrido neste sábado (13/02) prestou uma homenagem às pessoas mortos durante o bombardeio na cidade e também serviu de protesto contra os grupos de militantes de extrema direita, que planejavam uma passeata pela cidade.

"Vamos fazer de Dresden uma cidade pacífica e aberta, um bastião contra a intolerância e a estupidez. Nós confrontaremos os jovens e velhos nazistas que estão tentando explorar esse dia de luto", disse a prefeita Helma Orosz.

Enquanto as pessoas se davam as mãos, os sinos das igrejas de Dresden repicavam em memória das vítimas do bombardeio aliado.

Marcha neonazista

Neste ano, cerca de 5 mil representantes da extrema direita se reuniram diante da estação ferroviária de Neustadt, de onde pretendiam seguir em passeata até o centro da cidade. No entanto, aproximadamente 2 mil manifestantes da esquerda conseguiram bloquear trechos por onde a marcha dos neonazistas passaria.

Bloqueios organizados por manifestantes de esquerda

Também foram colocados obstáculos nas linhas de trem para impedir a chegada de neonazistas à cidade. A polícia teve que usar jatos de água para evitar o confronto entre os dois grupos.

Representantes da força policial pediram ao grupo neonazista que cancelasse a marcha, alegando que a segurança dos manifestantes ao longo do percurso não seria garantida. Ao final, os extremistas acabaram desistindo da passeata.

Cerca de 4 mil policiais participaram da operação. Até o início da tarde, 20 pessoas haviam sido detidas na cidade.

Desde 1990, grupos de extrema direita usam a data para fazer protestos em Dresden. Eles classificam os bombardeios de 13 e 14 de fevereiro de 1945 de "Holocausto" dos Aliados.

Destruição durante a guerra

Em 1945, Dresden ficou completamente destruída depois de dois dias de intenso bombardeio. O primeiro deles foi em 13 de fevereiro, terça-feira de carnaval. Estima-se que 25 mil pessoas tenham morrido em decorrência da destruição provocada pelos aliados – forças britânicas e americanas.

Um dos símbolos da cidade, a igreja Frauenkirche, levou 40 anos para ser reconstruída, um projeto que recebeu ajuda financeira do Reino Unido e Estados Unidos.

NP/dpa/afp

Revisão: Alexandre Schossler

Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 13.02.2010)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5245963,00.html

sábado, 13 de fevereiro de 2010

O inimigo judeu-maçônico na propaganda franquista (1936-1945)

Livro de J. Domínguez Arribas
Marcial Pons, 2009. 534 páginas. (29/01/2010)

Os espanhóis que viveram sob a ditadura franquista nunca poderão esquecer das alucinações do próprio Franco, de seus ministros e de outros altos responsáveis políticos contra a aliança judaico-maçônica-esquerdista que, supostamente, sempre a espreita, pretendia subverter ou quebrar a Espanha. Qualquer opositor ao regime sabia além disso que aquelas ameaças não ficavam em mera retórica e que constituíam normalmente o anúncio de uma repressão que se aplicava com manifesta discricionariedade, assimilando a condição semita, maçônica ou marxista a todo aquele que lutasse pelo restabelecimento das liberdades ou se atrevesse a discordar. Que essa aversão se manifestara contra as forças de esquerda em geral e contra os comunistas em particular - o adversário por antonomásia durante a guerra civil - tinha todo o seu sentido e não requer explicação alguma.

Mas, por que pintavam os outros no quadro de honra de inimigos do regime? Uma pergunta - ou uma perplexidade - que surge da constatação de que na Espanha não havia judeus como comunidade visível desde a expulsão de 1492 e que a maçonaria como organização havia tido sempre em nosso país - em que pese que se afirme com frequência desde tribunas conservadoras - uma influência bastante limitada, devido em boa parte porque as lojas não contavam com muitos membros (uns 5.000 militantes em 1936). É verdade que houve durante a República maçons proeminentes em postos-chaves, mas eles haviam sido varridos pelo furacão furacão da guerra civil e suas redes destruídas e neutralizadas.

Não obstante, deixando já à parte os comunistas, que não são objeto deste trabalho, um peculiar antissemitismo (muito distinto do nazi ou ao de outros Estados fascistas) e uma proverbial animosidade antimaçônica distingue o sistema franquista desde suas origens. A reiteração durante décadas de problemas furibindos contra esses grupos pode conduzir paradoxalmente a uma saturação que, ainda hoje, impede o entendimento cabal daquela obsessão. Começando, por exemplo, com um dado que a muitos lhes parecerá surpreendente e que se destaca neste livro desde os compassos iniciais: a expressão “mancomunagem judeu-maçônico” não aparece no período que aqui se estuda, ao correspondente chamado de primeiro franquismo. Não é a única falsa crença que há que se combater, pois ainda mais importante é desfazer o preconceito de que se trata de um tema conhecido. Muito pelo contrário, como também se sublinha desde o princípio, que há muito pouca bibliografia específica sobre as questões concretas que aqui se abordam. Por exemplo, graças sobretudo ao trabalho de Ferrer Benimeli, conhecemos muitos dados acerca da maçonaria espanhola, mas muito menos de seu contrário, o antimaçonarismo militante e doutrinal. Algo não muito distinto pode se dizer dos judeus (neste tramo histórico) e o antissemitismo hispânico, ainda que neste caso contamos com a magnífica síntese de Alvarez Chillida "El antisemitismo en España"(O antissemitismo na Espanha). (M. Pons, 2002).

Tem razão portanto o autor, Javier Domínguez (1975), quando destaca que falta um estudo sitemático e em profundidade sobre a matéria que se aborda, que é, não a esqueçamos, a amálgama e representação que se faz desses coletivos a propaganda franquista e não a atenção aos judeus e maçons reais (enfoque que, por outra parte, não daria muito de si, dada a escassa presença de ambas comunidades no âmbito espanhol). Esse paradoxo é a que ilumina o sentido dessa investigação - tese de doutorado em sua origem -, que pretende rastrear a lógica interna do discurso franquista para explicar porque se justapõem dois grupos tão minoritários e tão diversos entre si e, sobretudo, quais são as funções que desempenha sua presença insistente na propaganda franquista. Dito de outro modo, o que pretendia o regime ao assinalar enfaticamente essas coletividades como seus inimigos?

Para contestar a essas questões, Domínguez começa por examinar os “condicionamentos” em dois sentidos distintos mas convergentes: a genealogia do inimigo judeu-maçônico na tradição espanhola (destacando o papel que desempenharam na construção do mito conspiratório no ranço católico e o pensamento reacionário do século dezoito) e a posição pessoal de Franco a respeito dessas questões. Resulta especialmente reveladora a atividade de uma misteriosa rede de informação denominada cripticamente de APIS que, segundo o autor, esteve fornecendo falsos informes maçônicos ao Caudilho, e que este tomava por autênticos e que, sempre segundo o investigador, foi determinante para o rígido antimaçonismo do ditador. É um assunto de importância que leva a concluir que, enquanto esta mania “marcou seu pensamento de maneira obsessiva”, o antissemitismo “nunca foi uma face definitória das ideias do Caudilho” (p. 154).

As duas partes centrais da obra são dedicadas a estudar as características concretas do discurso franquista contra judeus e maçons durante a guerra civil e a II Guerra Mundial, respectivamente. No primeiro período (1936-1939) se destaca o trabalho de uma editora que levava ironicamente o título de Edições Antisectárias e de seu fundador, o sacerdote barcelonês Juan Tusquets; no segundo período, o protagonismo destaca o nome das Edições Toledo (1941- 1943), com outro nome próprio indiscutível, o do maiorquino Francisco Ferrari. Ainda que com matizes distintas, o resultado de ambas atividades editoriais foi uma coleção de panfletos, de elevadas tiragens, que se moviam sempre na órbita de um catolicismo muito tradicional e de acusações apocalípticas contra a hidra judeu-maçônica.

A quarta e última parte da obra reune todos os fios anteriores para contestar as grandes questões propostas desde o princípio, com duas derivações fundamentais, o uso do discurso antimaçônico como arma política e a utilização do espantalho judeu-maçônico como fator de coesão nas fileiras franquistas. Segundo Domínguez houve quatro grandes razões para que o franquismo assumisse e desenvolvesse esta hostilidade: uma função explicativa da realidade de forma mítica, muito rentável em termos propagandísticos; uma simplificação ideológica, com clara delimitação do inimigo “antiespanhol”; uma legitimação em termos nacionais e religiosos frente a uma conspiração de tintas anticristãs e internacionalistas e, por último, o esboço de um referente quase demoníaco que não só permitia, por contraste, reforçar uma reta identidade coletiva senão que justificava a existência de um poder forte (e com ele a restrição das liberdades).

Todos esses envolvidos estavam, como é óbvio, profundamente imbricados e tinham inclusive desvios surpreendentes como as veladas acusações de conivência com a maçonaria entre as diversas facções franquistas como instrumento para infrigir os competidores. Há que sublinhar neste sentido que a aversão antimaçônica sempre foi mais importante - até no próprio Franco - que a predisposição antijudaica. Ainda que o afã minucioso do autor lhe leva a assinalar ao final, algumas questões ainda pendentes de se elucidar (da dimensão internacional à recepção desse discurso na sociedade espanhola da época), o certo é que seu livro constitui um exaustivo estudo do tema que não deixa quase nenhum fio solto, tão sólido no aspecto documental como bem ordenado e belamente escrito.

Rafael NUÑEZ FLORENCIO

Maçons franquistas
O caso do general Cabanellas
Destaca Javier Domínguez no livro que, ainda que a maçonaria fosse percebida desde o início da guerra como um dos maiores adversários do chamado bando nacional, numerosos maçons se uniram a suas fileiras. “Ironicamente, até o general Miguel Cabanellas era maçon, presidente da primeira institução que dirigia em teoria os militares rebeldes, a Junta de Defensa Nacional. Contudo, como organização, a maçonaria espanhola manifestou publicamente seu apoio às autoridades republicanas legítimas, e é quase seguro que centenas de maçons foram fuzilados durante os primeiros meses da guerra nas zonas controladas pelos sublevados, ainda que, ao que parece, não só por serem maçons como por pertencerem às forças de esquerda” (p. 157)
Fonte: ElCultural.es(Espanha)
http://www.elcultural.es/version_papel/LETRAS/26539/El_enemigo_judeo-masonico_en_la_propaganda_franquista_(1936-1945)
Tradução: Roberto Lucena

Ler mais: infoEnpunto(Espanha)

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Tabu na Alemanha, Carnaval era explorado pelos nazistas

Siobhán Dowling
do Der Spiegel

O Carnaval alemão é uma expressão de diversão anárquica e de gozação daqueles que estão no poder. Mas os nazistas buscaram explorar o potencial das festividades para seus próprios fins. Carros alegóricos antissemitas e discursos atacando os inimigos da Alemanha eram comuns e uma reação contrária era rara.

Era segunda-feira de Carnaval na cidade alemã de Colônia e as festividades de 1934 estavam em andamento. Dentre os muitos carros alegóricos que participavam do desfile tradicional, um exibia um grupo de homens vestidos como judeus ortodoxos. A faixa acima deles dizia: “Os Últimos Estão Partindo”. Afinal, aquele era o Carnaval sob o Terceiro Reich.

O carro alegórico foi uma das muitas expressões de antissemitismo que marcaram o período de Carnaval na Alemanha durante os anos que antecederam a Segunda Guerra Mundial. Outro carro alegórico de 1935 parece um terrível arauto do Holocausto que viria. Em Nuremberg, onde as infames leis raciais antissemitas seriam introduzidas posteriormente naquele ano, uma figura em papel machê de um judeu estava pendurada em um modelo de moinho como se fosse uma forca.

Até recentemente, era quase tabu falar sobre o Carnaval alemão e os nazistas na mesma frase. O Carnaval, o festival pré-Quaresma celebrado no oeste e sul predominantemente católicos da Alemanha, exibe um lado alegre, bem-humorado e ruidoso da Alemanha. Nada poderia ser mais distante dos horrores perpetrados pelo regime de Hitler.

Mas os nazistas “perceberam rapidamente o potencial do Carnaval”, diz o jornalista e historiador Carl Dietmar. Ele e o colega historiador Marcus Leifeld discutem este aspecto da Alemanha Nazista em seu novo livro, “Alaaf and Heil Hitler: Carnival in the Third Reich”. Pesquisando os arquivos das organizações carnavalescas, eles descobriram o quanto os nazistas conseguiram exercer controle sobre a festa.

‘Surpreendentemente heterogêneo”

Os nazistas viram que a tradição do Carnaval poderia ser usada para retratar suas noções de “Volk”, ou nação, alemã. Mas sua diversão anárquica e potencial de zombar daqueles no poder era algo que buscaram controlar rigidamente. Desde o início do regime nazista em 1933, havia ordens para não mencionar Hitler durantes as festividades. E os muitos encarregados pela organização do festival –os presidentes dos comitês, os chamados “Büttenredner” (animadores do carnaval) e aqueles que criavam os carros alegóricos– eram todos cuidadosos em obedecer essa ordem.

No geral, a nazificação da tradição foi um processo gradual e incompleto. A pergunta é quanto o Carnaval se tornou nazificado de um clube a outro, de uma cidade para outra. “É surpreendente quão heterogêneo era”, disse Leifeld para a “Spiegel Online”. As pessoas encarregadas pelo Carnaval refletiam uma sociedade mais ampla. Havia nazistas convictos e pessoas que apenas obedeciam as ordens. Também havia disputas dentro dos clubes, apesar de raramente refletirem qualquer questionamento fundamental da ideologia nazista; eram principalmente desentendimentos sobre quanto à tradição deveria ser mantida e quão longe as coisas deviam mudar para refletir a nova era.

Os autores também acabaram com o mito de que em Colônia, os organizadores do Carnaval de alguma forma resistiram à tomada pelos nazistas. A famosa “Narrenrevolte” (“A revolta dos bobos da corte”) de 1935, na qual o comitê local se recusou a se deixar assumir pela organização de lazer nazista Kraft durch Freude, foi apenas uma forma de manter o poder e os lucros consideráveis arrecadados durante as festividades, disse Dietmar à “Spiegel Online”. De forma semelhante, o presidente do comitê do Carnaval de Colônia era membro do partido nazista desde 1932 –mas isso não o impediu de retornar ao comando da organização do evento anual após a Segunda Guerra Mundial.

Mas ocorreram alguns casos raros de desafio. Por exemplo, um grupo carnavalesco em Frankfurt ousou imprimir propagandas em um jornal mostrando o führer como bobo da corte carnavalesco. Uma equipe de nazistas foi imediatamente enviada para destruir o carro alegórico do clube e prender os editores, que passaram três semanas na prisão.

O famoso animador do Carnaval de Colônia, Karl Küppner, também teve problemas com as autoridades após fazer piadas demais sobre os nazistas. Em uma ocasião, ele estendeu a mão para fazer a saudação de Hitler e brincou: “Parece que vai chover”. Küppner acabou na prisão e foi proibido de continuar animando o Carnaval.

E o presidente do comitê do Carnaval de Düsseldorf, Leo Statz, pagou o preço mais caro por sua irreverência. Ele incomodava repetidamente os nazistas com suas canções carnavalescas satíricas e, em 1943, após questionar embriagado se a Alemanha venceria a guerra, ele foi preso pela Gestapo e acabou executado.

Mas estas foram exceções. No geral havia um alto grau de submissão ao regime. “Havia piadas em quase toda animação de Carnaval sobre os judeus e os inimigos, como os franceses ou russos”, diz Dietmar. Muitos dos carros alegóricos zombavam da Liga das Nações e os alvos favoritos de ódio eram os políticos americanos, como o prefeito de Nova York, Fiorello La Guardia, cuja mãe era judia.

Mas os nazistas também desconfiavam da tradição do Carnaval de desobediência atrevida em relação aos detentores do poder. Em grande parte organizado pela classe média baixa, o Carnaval era tradicionalmente uma das poucas formas de expressar as críticas contra os governantes autoritários. Os nazistas fizeram todos os esforços para domar os aspectos rebeldes do festival. Eles enfatizavam o desfile organizado e desencorajavam o aspecto de festa de rua das festividades. Durante o Carnaval, imagens de líderes nazistas tinham que ser retiradas por temor de que pudessem ser desfiguradas por foliões bêbados.

O Terceiro Reich tentou transformar a celebração em outro tipo de performance, semelhante aos comícios nos quais os nazistas demonstravam excelência. Os carnavais deles tinham “menos humor e mais pompa”, diz Leifeld. Por exemplo, a chamada Proclamação do Príncipe, que ocorre até hoje no Carnaval alemão, foi uma invenção nazista. Eles desencorajavam a tradição de pessoas se vestirem como o sexo oposto, devido à conotação homossexual. Também acabou a tradição de um homem vestido como mulher como parte do trio que liderava o desfile em Colônia. De 1936 em diante, esses papéis eram exclusivos das mulheres.

Para o regime, o Carnaval era uma ferramenta útil de propaganda para o mundo exterior. Havia repetidas referências aos empregos criados e ao crescimento econômico. Os nazistas lançaram uma campanha de propaganda para atrair turistas estrangeiros e mostrar o país sob uma luz favorável, a imagem de “alemães pacíficos, que não queriam guerra, apenas se divertirem”, diz Leifeld.

A campanha funcionou, com muitos turistas estrangeiros viajando para a Alemanha para o Carnaval, particularmente vindos da Holanda. Mais de 1 milhão de turistas teriam visitado Colônia no último Carnaval antes da guerra, em 1939.

A história do Carnaval reflete de muitas formas o processo pelo qual os nazistas tomaram a sociedade como um todo, diz Leifeld. Foi um processo lento mas contínuo, e não uma transformação completa do dia para a noite em 1933, quando os nazistas chegaram ao poder. A exclusão gradual dos judeus dos carnavais é uma indicação desse processo. Desde o século 19, muitos judeus exerciam papéis proeminentes nos carnavais, como por exemplo em Koblenz e Freiburg, e os judeus até mesmo fundaram seu próprio clube carnavalesco em Colônia, em 1922. Mas depois de 1930, o presidente desse clube emigrou para Los Angeles e, em 1935, cada clube teve que declarar que era completamente ariano.

Foi apenas nos últimos 10 anos, aproximadamente, que as pessoas começaram a demonstrar interesse por este aspecto esquecido da história alemã, em vez de desejar varrê-lo para baixo do tapete, diz Dietmar. As pessoas em Colônia e no restante da Alemanha querem saber a respeito da vida cotidiana durante o Terceiro Reich, sobre como eram as coisas localmente, diz Leifeld.

A história do Carnaval mostra de certa forma que os nazistas não eram forasteiros que repentinamente impuseram seu regime à Alemanha em 1933, mas que foi um processo gradual de “giro do parafuso”, até a sociedade se tornar nazificada, argumenta Leifeld.

“Eles não eram alienígenas do espaço”, ele diz. “Eles faziam parte da sociedade.”

Fonte: Der Spiegel/24HorasNews
http://www.24horasnews.com.br/index.php?tipo=ler&mat=319551

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Richard Williamson, o bispo negacionista, chamado a tribunal na Alemanha

Bispo lefebvriano chamado a tribunal alemão

O Bispo Williamson, da Sociedade de São Pio X (SSPX), que o ano passado afirmou numa entrevista que apenas 300 mil judeus tinham morrido no holocausto, está a braços com a justiça alemã.

Richard Williamson fez as polémicas declarações numa entrevista concedida a uma televisão sueca, mas que foi gravada na Alemanha, onde a negação do holocausto é um crime.

Por essa razão, e apesar de não residir na Alemanha nem se encontrar lá na altura, o bispo recebeu uma multa sumária no valor de 12 mil euros.

Mas o bispo, que pertence à sociedade fundada pelo Arcebispo Marcel Lefebvre, recorreu da decisão pelo que agora deve comparecer diante de um tribunal para se justificar. Caso não compareça a multa passará a ter força de lei. Não sendo residente, não pode ser obrigado a pagar, mas arriscar-se-á a ser detido caso volte a pisar solo alemão.

O caso Williamson surgiu dias antes de Bento XVI levantar a excomunhão em que ele e outros três bispos da SSPX tinham incorrido automaticamente quando foram ordenados por Lefebvre, sem autorização do Papa. O levantamento da excomunhão pretendia facilitar o diálogo entre a Igreja e a SSPX e não reflectia qualquer aceitação ou apoio das opiniões de Williamson, contudo foram estas que concentraram a atenção mediática, causando embaraço a ambas as instituições e prejudicando as relações entre a Igreja e os judeus.

Tanto a Igreja Católica como a própria SSPX repudiaram a visão de Williamson sobre o holocausto.

Fonte: Renascença(Portugal)
http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=95&did=89235

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Raízes Ocultistas do Nazismo - cultos secretos arianos e sua influência na ideologia nazi

Mais de meio século após ter sido esmagado e enterrado pelos Aliados, ao concluir-se a Segunda Guerra Mundial, o nazismo continua a despertar não só o interesse dos hitoriadores e outros investigadores mas também a suscitar a curiosidade de inúmeros leitores quanto às origens de um fenômeno político que produziu efeitos tão tragicamente devastadores para uma larga parte da humanidade.

Naturalmente, ninguém poderá dizer que o nazismo teve origem apenas nisto ou naquilo – seria simplista. Mas há uma área que não foi devidamente explorada – a da influência exercida por toda uma série de elementos ocultistas que contribuíram para modelar a ideologia nazi.

Ora é precisamente aqui que se fundamenta Nicholas Goodrick-Clarke, ao conceber este livro inovador. Estamos perante uma obra que constitui, até hoje, o estudo mais fundamentado sobre o modo como o nazismo, enquanto ideologia, foi influenciado por certas seitas ocultistas que alcançaram alguma importância tanto na Alemanha como na Áustria, na viragem do século XIX para o século XX. Algumas destas seitas, em especial os ariosofistas abraçaram doutrinas características de um certo nacionalismo popular, de um racismo «ariano» e do ocultismo para fazerem a apologia da hegemonia germânica. As suas ideias e os seus símbolos penetraram em grupos nacionalistas e racistas que estiveram associados à formação do partido nazi (Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães) e que vieram a exercer forte influência sobre as SS de Himmler.

O leitor, através deste livro, dispõe de uma excepcional oportunidade de conhecer fantasias e delírios que estiveram por trás dos hediondos crimes cometidos pelo nazismo em lugares amaldiçoados para toda a eternidade: Auschwitz, Buchenwald, Dachau, Sobibor, Treblinka... e tantos e tantos outros.

Formado pela Universidade de Oxford, Nicholas Goodrick-Clarke é especialista de história do nazismo. É também autor do livro Hitler’s Priestess: Savitri Devi, the Hindu-Aryan, Myth and Neo-Nazism (sobre certas conexões hinduístas e o nazismo) e Black Sun: Aryan Cults, Esoteric Nazism and the Politics of Identity.

Fonte: site da Terramar Editora
http://www.terramar.pt/32006.htm
Coleção: Arquivos do Século XX

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Alunos acusados de racismo são expusos de faculdade

Estudantes de Medicina em Ribeirão Preto teriam chamado auxiliar de serviços de "negro"

- Agência Estado

Os três estudantes de Medicina acusados de agredir fisicamente e ofender um auxiliar de serviços gerais em dezembro do ano passado foram expulsos do Centro Universitário Barão de Mauá, em Ribeirão Preto, no interior paulista. A universidade afirma que os estudantes foram notificados ontem, após uma comissão ter avaliado que a conduta dos três feriu o regimento da instituição.

No dia 12 de dezembro, os estudantes Emílio Pechulo Ederson, de 20 anos, Felipe Giron Trevisani, de 21, e Abrahão Afiune Júnior, de 19, foram presos por agredirem Geraldo Garcia, de 55 anos. A vítima seguia para o trabalho em uma bicicleta.

Segundo a polícia, os três jovens estavam em um carro. Um deles, de acordo com testemunhas, acertou as costas de Garcia com um tapete do veículo e gritou "negro”. Algumas pessoas viram o ocorrido e chamaram a Polícia Militar, que prendeu os três rapazes. Os estudantes foram liberados menos de 24 horas depois, após cada um pagar fiança de R$ 5.580.

CONDUTA

A instituição abriu em dezembro uma comissão para avaliar a conduta dos alunos. Na ocasião, o reitor do centro universitário, João Alberto de Andrade Velloso, disse que a comissão avaliaria “até que ponto esses alunos macularam o centro universitário, pois temos de preservar o bom nome da instituição”. Foram espalhados cartazes informando sobre a posição tomada, repudiando o episódio. O curso de Medicina do centro universitário existe há dez anos, e a instituição, 43.

Fonte: Estadão
http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,alunos-acusados-de-racismo-sao-expusos-de-faculdade,505254,0.shtm

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