sexta-feira, 2 de maio de 2008

Holocausto na Letônia - Rumbula (Os letões da Ação de Rumbula)

Esta tradução se refere ao Capítulo 8 do livro The Holocaust in Latvia, 1941-1944: The Missing Center do Historiador letão Andrew Ezergailis.


Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://www.rumbula.org/remembering_rumbula.shtml


Os letões da Ação de Rumbula


A participação dos letões, apesar de sempre ser reconhecida e destacada pelos alemães em depoimentos, é difícil de ser reduzida.

Nós sabemos mais ou menos as identificações das unidades participantes, mas as informações sobre suas atribuições e o desempenho é muito fragmentada. Mesmo estabelecendo que a participação do Commando Aråjs dependa mais das suposições informadas do que em documentos e depoimentos. Não houve qualquer investigação a respeito de crimes de Guerra cometidos por letões nesta ação. Numericamente, a maior composição da ação em Rumbula era de letões, e entre eles a polícia da circunscrição em Riga. Mas é provável que não inclua mais do que 2/3 do total. Ou seja, se o número estimado de participantes foi de 1.500 homens, e à partir de um ponto de vista teórico não estaria fora do intervalo pensar que 1.000 eram letões.

Haviam quatro grupos armados de letões em Riga, a saber: o SD, a polícia da circunscrição, a polícia distrital de Riga, e o batalhão de Polícia Anna Iela que foi treinado em ações militares na Rússia.

O pilar central, e do ponto de vista de Jeckeln e de parte dos letões, o mais valioso, era o Commando Aråjs e outras unidades do SD. Juntando tudo, Jeckeln poderia ter de 350 até 400 letões no SD. Outros com certeza eram os guarda letões do gueto liderados pelo Tenente Danskops. Entre oitenta e cem. Na polícia distrital de Riga em Jånis Veide podemos anotar outros 300 homens. O maior contingente de letões vieram da polícia da circunscrição: as treze circunscrições, a polícia do porto, e os homens sob controle direto de Ítiglics. Existiam cerca de 1.400 homens em serviço na polícia de Riga, e outros 1/3, estavam cumprindo ordens nos portões do gueto nas manhãs de 30 de Novembro e 8 de Dezembro. Outra potencial fonte de letões armados, o Recrutamento da Reserva, estava sob o controle de Annas Iela e na ocasião tinham entre 400 e 500 homens, mas Jeckeln parece ter deixado-os sozinhos. As unidades do Recrutamento da Reserva de Anna Iela indiretamente contribuíram para a ação no gueto através dos guardas do gueto liderados por Danskops, que originalmente vieram de Annas Iela.

Ao considerar as forçar letãs usadas na ação em Rumbula, deve-se lembrar que a vida na cidade continuava, e a cidade não poderia ficar desprotegida. Se ocorresse qualquer coisa, os guardas sobre as pontes foram reforçados, e devido a rumores de insurreição e à possibilidade de uma revolta judaica, um certo número de letões e alemães armados foram mantidos na reserva. É razoável supor que o Recrutamento da Reserva da Letônia ficaram retidos, somente para uma finalidade.

Várias testemunhas alemãs mencionaram a presença de oficiais letões na reunião preparatória. Embora o único nome mencionado é o do Osis, o líder do Latvian Schutzmannschaften, os nomes dos outros letões presentes nesses encontros podem ser facilmente identificados, para a escolha de forma muito restrita. Os únicos que poderiam ter ido lá, para além da Osis, seriam Aråjs, Ítiglics, e o chefe dos guardas letões no gueto, Danskops. Aråjs poderia ter levado seus intérpretes Harijs Liepiñß ou Boriss Kinslers. Era um grupo com 25 oficiais ao todo, não poderiam ter sido mais do que 5 letões. Para identificar os nomes dos policiais da polícia de circunscrição letã que participaram das ações em Rumbula é praticamente impossível, salvo poucas exceções. Todos os chefes de circunscrição foram responsáveis por transmitira ordem, e seus nomes estão disponíveis. Certamente todos os guardas do gueto estavam envolvidos, exceção de Danckops, mas não temos qualquer forma de identificação dos mesmos. Quase todos do Commando Aråjs estavam lá, e os seus nomes, em grande parte já foram identificados. Se os guardas do gueto tinha algumas funções especiais, ou não, não sabemos, mas podemos assumir que as suas posições na periferia foram reforçadas. Não podemos reconstruir com toda a certeza o tempo exato de quando letões em seu mais alto escalão tiveram conhecimento sobre os assassinatos em massa próximo de Rîga. Aråjs e Ítiglics devem ter tido conhecimento a partir de Lange. Uma dúvida seria se Osis sabia sobre o assunto há mais de três dias antes do evento. A primeira indicação de que os letões foram incluídos na operação aparece no diário de ordens de Annas iela em 18 e 19 de novembro, quando o Oficial Ernests Penaus e o soldado Péteris Leitåns foram mudados de comando para o Major Heise.

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