sábado, 29 de outubro de 2011

A "técnica" do negacionista Faurisson de "revisar" a História do Holocausto - parte 2

Em mais um texto ridículo, o 'guru' "revisionista" francês Robert Faurisson, tentando aliviar a barra do fascista Le Pen, seu compatriota, e suas declarações negacionistas na França sobre o Holocausto anos atrás, demonstra como elabora seu "método" de "revisar" a História: ele cata 'supostos' furos em livros e acusa que a não citação de câmaras de gás no Holocausto ou mesmo do próprio genocídio, por uma personalidade, equivale a uma 'admissão' de que as mesmas não existiram.

Sobre o historiador francês René Rémond, a alegação de Faurisson (ver aqui):
No terceiro volume de sua Introdução à história de nossos tempos (Introduction à l'histoire de notre temps), René Rémond, que foi então presidente da comissão sobre história da deportação dentro do Comitê de História da Segunda Guerra Mundial (Comité d'histoire de la Deuxième Guerre mondiale), não fez qualquer tipo de menção a estas câmaras de gás (Le XXe siècle de 1914 à nos jours ["The 20th Century from 1914 to the Present"], Le Seuil, 1974). Catorze anos depois, quando ele havia tornado presidente do Instituto de História Contemporânea (Institut d'histoire du temps présent), uma vez mais ele não fez nenhuma menção delas em um trabalho de 1013 páginas entitulado Notre Siècle de 1916 à 1988 ("Nosso século de 1916 a 1988"*," Paris: Fayard, 1988).[1]
Pois bem, que tal o próprio citado(o historiador René Rémond) falando sobre as declarações de Le Pen sobre câmaras de gás, em vídeo, numa entrevista dada a um jornal?

Link do vídeo: ina.fr René Rémond

Resumo do vídeo: Plateau René Rémond (15/09/1987 - 03min20s)
Convidado do jornal, o historiador René Rémond, fala sobre as palavras de Jean-Marie Le Pen no "Grande Júri RTL-Le Monde", considerando as câmaras de gás como um "detalhe técnico". René Rémond considera, por sua vez, que as palavras de Le Pen e dos próprios fascistas banalizam o que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial: "Negar a verdade do genocídio. O que é chocante é que para ele (JM Le Pen) é apenas um detalhe." René Rémond diz que no campo revisionista não há historiadores, mas sim polemistas. "Le Pen se encaixa no campo dos revisionistas." Respondendo à "gafe" de Le Pen: "Le Pen tenta tranquilizá-los. Acho que é um relaxamento de sua vigilância, lapso, gafe." René Rémond explica o impacto sobre o primeiro turno das eleições presidenciais e seu impacto entre o primeiro e segundo turno.[2]

O "método Faurisson" de "revisar" História (que é um método comum e praticado por todos os "revisionistas") é tão bisonho que chega a ser constrangedor saber que há gente que dá crédito às cretinices de sites de extrema-direita na internet que negam o genocídio da segunda guerra com distorções e manipulações.

*Observação: no texto original no site do IHR consta no título em francês "Notre Siècle de 1918 à 1988", só que na tradução para o inglês o título aparece assim "Our Century from 1916 to 1988". Um pequeno erro de digitação, que não mereceria nem sequer uma observação exceto que por pura implicância mesmo já que os "revisionistas" adoram se "amarrar" em "erros" deste tipo.

Notas

[1] Texto "The Detail", Robert Faurisson. Texto alojado no site do IHR sobre o historiador René Rémond.
[2] Entrevista de René Remond a um telejornal francês. Vídeo alojado no site ina.fr datado de 1987.

Pra quem não viu a parte 1, confiram-na no link.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Porque é negação e não revisionismo. Parte IX(1): "Os relatórios dos Einsatzgruppen ...

« ... não são apenas questionáveis a respeito do número de judeus assassinados, mas também em respeito a sua categoria.»

Foi assim que escreveu nosso regular freguês Carlo Mattogno e Jürgen Graf sobre a página 211 da lengalenga Treblinka. Vernichtungslager oder Durchgangslager?, disponível para download gratuito aqui.

Nas páginas seguintes, eles prosseguiram explicando o que queriam dizer com suas alegações de que os relatórios dos Einsatzgruppen são inexatos acerca das «categorias» dos judeus mortos: no gueto de Vilna, vai entender, judeus inaptos para o trabalho ainda estavam vivos embora, de acordo com o relatório correspondente, como interpretado por Mattogno & Graf, eles deviam ter sido mortos:
No “relatório geral de 16 de outubro até 31 de janeiro de 1942,” a presença de (alegadamente) 34.500 judeus nos guetos de Kaunen, Vilna e Schaulen é explicada da seguinte forma:597
“Desde a completa liquidação dos judeus que não foi feita em virtude de atribuições de trabalho, os guetos foram formados, e apresentados preenchidos da seguinte forma [os números citados acima são dados aqui]. Esses judeus estão empregados em trabalhos essenciais para fins de defesa.”
De acordo com isto, apenas os judeus que ainda estão aptos para o trabalho tinham permissão para viver em três guetos listados; por esta lógica, aqueles que não estivessem aptos para o trabalho, especialmente as crianças, deveriam todos ser mortos. Mas de acordo com o censo feito até o fim de maio de 1942, 14.545 judeus cujos nomes (junto com a data de nascimento, ocupação e endereço) foram publicados pelo Museu Judaico de Vilnius (o nome lituano da cidade) e estavam vivendo em Vilna. Surge destes documentos que destes 14.545 judeus, não menos que 3.693 eram crianças de 15 anos de idade ou menos. O número de crianças por grupo pela faixa etária é mostrado na seguinte tabela:598
ANO DE NASCIMENTO|IDADE|NÚMERO DE CRIANÇAS
1927 15 567
1928 14 346
1929 13 265
1930 12 291
1931 11 279
1932 10 216
1933 9 226
1934 8 195
1935 7 227
1936 6 229
1937 5 182
1938 4 188
1939 3 181
1940 2 117
1941 1 172
1942 com poucos meses 12
Total: 3.693
Além disso, entre os judeus registrados pelo censo havia também 59 pessoas de 65 anos de idade ou mais velhas. O mais velho tinha cerca de 90 anos de idade, Chana Stamleriene, nascido em 1852.

Como Nick já assinalou em seu artigo Mais Deturpações de Graf: Lituânia, não há contradição alguma entre os conteúdos do "Relatório Geral de 16 outubro a 31 janeiro de 1942," e a presença de judeus inaptos para trabalhar no gueto de Vilna até muito tempo depois de este relatório ter sido emitido, e quem vê tal contradição, portanto, revela (no máximo) ignorância da história do gueto de Vilna, onde judeus trabalhando foram emitidas autorizações correspondendo a permissão de que por um tempo tivessem o direito de registrar três membros adicionais da família com eles. Entretanto, o que parece ainda pior em Mattogno e Graf é que eles não precisam mesmo tse aprofundar na história do gueto de Vilna - o que talvez seja pedir demais desses dois dedicados «pesquisadores» - a fim de evitar o erro de fazer um estardalhaço sobre a suposta inconsistência no relatório em questão dos Einsatzgruppen. Todos dois tinham que olhar o documento relacionado com o mesmo conjunto de assassinatos contidos no "Relatório Geral de 16 outubro a 31 janeiro de 1942,". Este documento, que em grande parte pode ter servido dee base para o referido «Relatório Geral», tem há muito tempo disponível para o público uma tradução em inglês que fora incluída na edição em inglês de 1988 com o título The Good Old Days(Os bons velhos tempos), de uma coleção de documentos elaborada pelos pesquisadores alemães Ernst Klee, Willi Dressen e Volker Riess. Este chamado Relatório Jäger, que pode ser visto online aqui, é um documento de autenticidade indiscutível que foi escrito a pedido de Franz Walter Stahlecker, o comandante do Einsatzgruppe A, e por Karl Jäger, o comandante do Einsatzkommando 3, uma das subunidades do Einsatzgruppe A. Ele fornece os detalhes, dia a dia, local por local, especificando o colapso das vítimas homens, mulheres e crianças, da maioria das execuções mencionadas no «Relatório Geral». Em sua última página, o Relatório Jäger então se refere aos judeus que seu autor lamenta por ter sido impedido de matá-los. Jäger escreveu o seguinte (tradução do THHP*, ênfases são minhas):
Eu posso afirmar hoje que o objetivo de resolver o problema judaico para a Lituânia foi alcançado pelo Einsatzkommando 3. Na Lituânia não há mais judeus que não os judeus trabalhadores, incluindo suas famílias. São eles:

Em Schaulen cerca de 4,500
Em Kauen “ 15,000
Em Wilna “ 15,000


Eu também queria matar esses judeus trabalhadores, incluindo suas famílias, o que, contudo, trouxe-me amargo desafios da administração civil (o Reichskommisar) e do exército e causou a proibição de que: os judeus Trabalho e suas famílias não serão assassinados!

Encontramos aqui os mesmos 34.500 habitantes judeus dos guetos de Schaulen, Kauen («Kaunen») e Wilna (Vilna) que são mencionados no "Relatório Geral de 16 outubro a 31 janeiro de 1942,", além de uma declaração clara de que esses 34.500 judeus não são os judeus trabalhadores sozinhos, mas os judeus trabalhadores e suas famílias, o que derruba a alegação de que a presença de judeus não-trabalhadores no gueto de Vilna após a campanha de assassinato 1941 da Einsatzgruppe A põe em cheque a exatidão deste registro do relatório de mortes da unidade. Por que os membros das famílias dos judeus trabalhadores não são mencionados no « Relatório Geral», como citado por Mattogno & Graf de que pode apenas ser imaginado, mas Jäger certamente não tinha motivos para inventá-los (pelo contrário pois provavelmente teria feito ele ser olhado com mais «sucesso» aos olhos de seu superior se apenas os judeus estritamente necessários para o esforço de guerra houvessem sido poupados), e as provas referidas no artigo de Nick acima mencionado, bem como aqueles apresentados por Mattogno & Graf, confirmam a exatidão da declaração de Jäger.

Por que, agora, Mattogno & Graf fracassam em levar em conta o Relatório Jäger, o que torna sua histeria arrogante sobre a presença de judeus não-trabalhadores no gueto de Vilna parecer completamente ridículo? Foi uma omissão deliberada de um documento não conveniente com suas posturas, a qual eles não esperavam que ninguém notasse? Ou foi apenas incompetência elaborada de dois charlatões trapalhões, vigorosamente desenterrar material que eles pensaram que poderia apoiar suas noções pré-concebidas e não terem identificado um longo documento de domínio público que pudesse prestar a seus esforços inúteis? Na ausência de prova em contrário, darei-lhes o benefício da dúvida e assumirei a segunda hipótese.

O gueto de Vilna pode ter sido um caso excepcional no qual houve um período de relativa calma após as ações assassinato de outubro a dezembro de 1941 (liquidação do «Gueto 2», Gelbschein-Aktionen e «ações» menores subsequentes), que durou até a ordem de Himmler em 21 de junho de 1943 para liquidar os guetos restantes do Reichskommissariat Ostland. Entretanto, não era de modo algum apenas guetos judeus nas áreas ocupadas pelos alemães em ambas, União Soviética ou Polônia, que ainda tinham uma considerável população de judeus não-trabalhadores após o grande extermínio de 1941 (nos territórios soviéticos ocupados) e de 1942 (nos territórios soviéticos ocupados, na área da Polônia que faziam parte do Generalgouvernement - Governo Geral, e nos territórios polaneses anexados ao Reich alemão). No Generalgouvernement, isto foi relacionado ao fenômeno conhecido como segunda guetização (Zweitghettoisierung), que é descrito da seguinte forma pelo historiador Frank Golczewski (minha tradução de Frank Golczewski, «Polen», em: Wolfgang Benz (editor), Dimensionen des Völkermords, 1996 Deutscher Taschenbuch Verlag GmbH & Co. KG, München, páginas 411-497, aqui: página 471):
Em uma conferência (20-22 de setembro de 1942), na qual havia ocorrido uma disputa entre o Ministro de Armamentos Speer e Himmler sobre a organização da indústria de armamento, Hitler havia concordado com o pedido de Fritz Sauckel para transitoriamente continuar a empregar trabalhadores judeus qualificados no Generalgouvernement(Governo Geral). Himmler, o qual a SS - e órgãos da polícia que teriam recebido competência global para assuntos judaicos, por causa disto ordenou em 09 de outubro de 1942 reunir todos os judeus trabalhadores para as necessidades do exército em campos de trabalho especiais. O propósito desta «reorganização» também foi perseguido pela chamada segunda guetização.
O Secretário de Estado do Governo do Generalgouvernement, o SS-Obergruppenführer Friedrich-Wilhelm Krüger, decretou a instalação do que é chamado «guetos secundário» (Getta wtórne) na literatura polonesa. Em 28 de outubro de 1942, Krüger assinou o «Decreto policial sobre a Criação de bairros residenciais judeus nos Distritos de Varsóvia e Lublin»; um outro decreto de 10 de novembro de 1942 designava localidades adicionais aos distritos restantes de Cracóvia, Radom e Galicia. Dos 650 locais na Polônia nos quais os judeus tinham ainda vivia no início de 1942, restavam apenas 54. Eles eram partes dos ex-guetos judeus os quais - geograficamente reduzidos - eram agora quase confirmados. Eles eram em sua maioria divididos: nos guetos «A» viviam os judeus com condições de trabalhar, nos guetos «B» viviam os judeus inaptos para trabalhar. Assim, as medidas subsequentes de assassinato foram facilitadas e previsíveis.

No entanto, os poucos deportados sobreviventes se agarravam à esperança de que as deportações haviam sido canceladas e os últimos guetos agora tinham uma espécie de garantia de existência. Às vezes aqueles que tinham vivido ilegalmente escondidos na clandestinidade iam para estes novos alojamentos a fim de fugir do estresse constante da ilegalidade (e às vezes dos enormes custos extorquidos por seus «hospedeiros»). As deportações foram temporariamente interrompidas devido ao inverno [1942/43, nota do tradutor]. Por causa de Stalingrado, uma interdição dos transportes para outros além dos bens de armamento foi decretada. O termo «gueto» era agora apenas raramente usado; os bairros judeus agora eram chamados de «bairros residenciais judaicos» na terminologia NS, que era dar a eles uma espécie de «humanidade» e enganar os habitantes. Na verdade, a consolidação foi apenas um breve estágio antes da deportação final dos que restaram, para as instalações de extermínio.

Se os judeus aptos a trabalhar fossem transitoriamente autorizados a continuar a viver em «bairros residenciais judeus» juntamente com os judeus que trabalhavam para o esforço de guerra alemão, isto foi provavelmente baseado em considerações táticas: a presença de membros da família num gueto «B» incentivava os judeus trabalhadores no gueto «A» em suas crenças de que seriam poupados e, assim, não só estimulava seus desempenhos no trabalho, como eles tentavam tornar-se tão úteis quanto possível a fim de salvar a si mesmos e suas famílias, mas isso também os impediu de contemplarem a resistência. Isso pode ajudar a explicar o porquê da resistência ocorrer eventualmente, quando as deportações continuaram em 1943, foi limitada a alguns dos guetos restantes, o que uma olhada em direção às histórias do gueto acessíveis neste link nos mostra. De qualquer forma, a maioria dos guetos restantes na Polônia, ocupada pelos nazistas, e na União Soviética foram liquidados no decorrer de 1943, e no final de agosto de 1944 até o último gueto restante, o gueto de Lodz, que havia deixado de existir.

Agora, e sobre a outra afirmação de Mattogno & Graf mencionada no início deste post, a respeito do número apontados nos relatórios dos Einsatzgruppen? Vamos chegar neste tema na próxima parte deste artigo.

Clique aqui para verificar outros artigos desta série.

*THHP = abreviação do site The Holocaust History Project

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Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Roberto Muehlenkamp
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2007/02/thats-why-it-is-denial-not-revisionism.html
Tradução: Roberto Lucena

Ver também: Técnicas dos negadores do Holocausto

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O judeu que soube das intimidades nazistas

Howard Triest, judeu alemão, trabalhou como tradutor
dos psiquiatras estadunidenses em Nuremberg.
É o último sobrevivente da equipe que fez provas psicológicas nos mais altos comandos nazis. Eles nunca se informaram de que seu tradutor era judeu e agora conta suas experiências.
Segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Um judeu alemão que se converteu em tradutor do exército estadunidense é o último sobrevivente da equipe que realizou exames psicológicos em importantes nazistas depois da guerra. Ele explica que aprenderam muito pouco, mas obtiveram um conhecimento único de suas personalidades.

"Se você retira os nomes desses nais, e só se senta e fala com eles, era como se fossem teus amigos e vizinhos".

Howard Triest, de 88 anos de idade, passou muitas horas com alguns dos líderes mais notórios do Terceiro Reich, quando trabalhou como tradutor dos psiquiatras estadunidenses em Nuremberg.

Era setembro de 1945, pouco depois do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa, e os mais altos postos dos nazis que seguiam vivos iriam ser julgados por crimes de guerra.

"Havia visto esta gente em seus tempos de glória, quando os nazis eram os donos do mundo", conta. "Estes dirigentes haviam matado a maioria da minha família, mas agora eu estava no controle".

Entre eles estava o chefe da Luftwaffe, a força aérea alemã, Hermann Goering, o segundo de Hitler, Rudolf Hess, o propagandista nazi Julius Streicher e o ex-comandante de Auschwitz Rudolf Hoess, entre outros.

"É uma sensação muito estranha, estar sentado em uma cela com um homem que você sabe que matou teus pais", disse referindo-se a Hoess.

"Tratamos ele com cortesía, mantive meu ódio sob controle quando estava trabalhando ali. Não podia deixar verem como você se sentia realmente porque não arrancaria nada de seus interrogatórios. Mas nunca dei a mão a nenhum deles".

Escapando dos nazis

Howard Triest nasceu em uma família judia em Munique, 1923, e já era um adolescente quando se intensificou a perseguição nazista.

Sua família partiu para Luxemburgo em 31 de agosto de 1939, um dia antes da Alemanha invadir a Polônia, com a intenção de seguir sua viagem para os Estados Unidos. Mas a falta de dinheiro lhes impediu de realizar a viagem juntos.

Assim que ele saiu antes, em abril de 1940, seus pais e a irmã menor seguiram um mês mais tarde.

Para seus pais, esse atraso foi fatal. Sua mãe Ly, que então tinha 43 anos de idade, e Berthold, de 56 anos, foram enviados mais tarde da França para Auschwitz, onde morreram.

Sua irmã Margot foi contrabandeada até a Suíça e dali aos Estados Unidos, onde ainda vive, como seu irmão.

O intento de Howard de alistar-se no exército dos Estados Unidos foi frustrado a princípio porque não contava com a nacionalidade deste país, mas mais tarde, em 1943, ele a conseguiu. Haviam-no tornado cidadão estadunidense.

Foi destinado à Europa. Aterrissou na praia de Omaha, um ou dois dias depois do Dia D, e começou a trabalhar para a inteligência militar, graças ao fato de que falava alemão fluentemente, uma destreza que se tornava mais valiosa à medida que os Aliados adentravam o continente até Berlim.

No verão de 1945 foi dada baixa, mas imediatamente depois começou a trabalhar para o Departamento de Guerra dos EUA como civil, e foi enviado à Nuremberg para dar assistência ao capitão Leon Goldensohn com suas avaliações psiquiátricas dos réus que esperavam um julgamento.

Foi assim, como um homem judeu, que havia escapado das garras dos nazis, chegou a passar horas em suas companhias, sentado com eles em suas celas, traduzindo as perguntas dos psiquiatras e suas respostas.

O capitão Goldensohn estava levando a cabo diagnósticos com provas como as Rorschach, numa tentativa de entender as personalidades e motivações dos prisioneiros.

As memórias de Triest desta experiência foram recolhidas em um livro "Adentro de la prisión de Nuremberg"(Dentro da prisão de Nuremberg), pela historiadora Helen Fry, que contém esboços vívidos desses personagens.

Hess, o zumbi

"Goering seguia sendo um homem pedante", recorda Triest.

"Era o ator eterno, o homem que estava a cargo. Considerava-se a si mesmo como o prisioneiro número um, porque Hitler e Himmler já estavam mortos. Sempre queria a cadeira número um no tribunal".

"Chegou a Nuremberg com oito maletas, a maioria cheias de remédios, pois era viciado, e ficou surpreso porque o trataram como um prisionero e não como uma personalidade famosa".

Triest também teve contato com Rudolf Hess, que havia sido o deputado de Hitler até fugir para a Escócia, em maio de 1941, onde foi capturado.

Recorda que Hess era "como um zumbi".

"Hess pensava que o perseguiam, inclusive quando esteve detido na Inglaterra. Fez pacotes de amostras de comida e nos dava algumas a mim e aos psiquiatras. Pedia que as analisássemos pois pensava que o estavam envenenando".

"Era um prisioneiro calado, que respondeu algumas perguntas mas não entrou em detalhes. Ninguém sabia quanto havia de atuação e quanto era real, quando realmente podia recordar".

Ódio oculto

Dentro de suas obrigações, Triest também esteve cara a cara com Rudolf Hoess, foi dos encontros mais intensos por conta da morte de seus pais em Auschwitz, quando o campo de concentração estava sob controle de Hoess.

"Tanto Goldensohn como eu estivemos com ele muitas vezes. Algumas vezes eu estive sozinho com ele em sua cela", explica Triest.

"As pessoas costumavam me dizer: 'podes te vingar, podes levar um canivete para sua cela'. Mas a vingança já estava no fao de que eu sabia que que ele estava atrás das grades e seria enforcado. Assim que sabia que ele iria morrer de qualquer jeito. Matá-lo não iria me fazer nenhum bem".

Triest descreve Hoess como alguém "muito normal. Não parecia alguém que havia matado a dois ou três milhões de pessoas".

Um incidente extraordinário ocorreu com Julius Streicher, cujo periódico Der Stuermer alimentou muito a histeria antissemita entre os alemães.

"Era o maior antissemita. Entrevistei-o com outro psiquiatra, o capitão Douglas Kelley. Streicher tinha uns papéis que não queria dar a Kelley, ou a nenhuma pessoa, porque dizia que não queria que caíssem em mãos judias".

"Finalmente ele os me deu. Eu era alto, loiro e de olhos azuis. Ele disse que 'só os darei ao tradutor porque sei que é um verdadeiro ariano. Eu sei pela forma como fala".

"Streicher falou comigo durante horas porque acreditava que eu era um 'verdadeiro ariano'. Arranquei muito mais dele dessa forma".

De fato, nenhum dos nazis para os quais Trieste traduziu souberam que ele era judeu..

Lição aprendida?

Triest explica que, apesar dos melhores esforços dos psiquiatras, não se conseguiu extrair muito sobre a psicologia da mentalidade nazi.

"Aprendemos algo destas provas psiquiátricas? Não. Não encontramos nada anormal, nada que indicasse algo que os tornara os assassinos que foram".

"De fato, eram bastante normais. A maldade e a crueldade extrema podem andar com a normalidade. Nenhum demonstrou remorso".

"Disseram que sabiam que havia acampamentos, mas não tinham conhecimento da aniquilação de gente".

"É uma lástima que não passaram pelo mesmo que suas vítimas, que Hoess não tenha sofrido num campo de concentração da mesma forma que seus prisioneiros".

Triest espera que nunca se esqueça da história do Holocausto.

"Mas olha o mundo agora. É mais tranquilo? Algumas das vítimas mudaram, mas elas ainda existem em todo o mundo".

Antes de terminar a entrevista, Triest conta outra anedota sobre o prisioneiro número um de Nuremberg.

"Uma vez Goering disse que se alguma bomba era lançada em Berlim, comeria arenque. Bem, eu estava encarregado de censurar sua correspondência e uma vez alguém lhe mandou arenque".

Howard ri suavemente. "Eu o coloquei. Cheirava um pouco".

Fonte: BBC Mundo/Semana.com(Reino Unido/Colômbia)
http://www.semana.com/mundo/judio-supo-intimidades-nazis/166285-3.aspx
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 23 de outubro de 2011

Gilad Margalit - A Alemanha e seus ciganos (Uma experiência traumática pós-Auschwitz) (Livro)

A Alemanha e seus ciganos
Uma experiência traumática pós-Auschwitz (tradução livre)
Gilad Margalit

"Nenhum outro estudo examina tão cuidadosamente e abrangentemente a história dos ciganos na Alemanha, especialmente desde o fim da Segunda Guerra Mundial."
—James F. Tent, autor de Mission on the Rhine(Missão no Reno)

O historiador Gilad Margalit eloquentemente preenche uma trágica lacuna no registro histórico com esta examinação extensa da situação dos ciganos antes, durante e desde a era do Terceiro Reich.

O livro "Germany and Its Gypsies"(A Alemanha e seus ciganos) revela o registro do sofrimento oriundo do tratamento oficial aos ciganos alemães, um povo cujo futuro, na sombra de Auschwitz, permanece incerto. Margalit segue a história do elevado racismo do século XIX até as políticas genocidas do nazismo que resultaram no assassinato da maior parte dos ciganos alemães, da mudança de atitudes nas duas Alemanhas em 1945 passando pela reunificação e depois até o presente.

Inspirando-se numa rica variedade de fontes, Margalit considera os eventos históricos fundamentais, os argumentos jurídicos, debates e mudança de atitudes em relação ao status dos ciganos alemães e ilumina uma vital e importante luz sobre o problema dos grupos étnicos e sua vitimização na sociedade. O resultado é um poderoso e inesquecível testemunho.

Gilad Margalit é professor no Departamento de História Geral da Universidade de Haifa, Israel.

Fonte: site da Editora da Universidade de Wisconsin(EUA)
http://uwpress.wisc.edu/books/2050.htm
Tradução: Roberto Lucena

sábado, 22 de outubro de 2011

Oi condenada em caso de apologia ao nazismo

Multa de mais de quatro milhões de euros por a operadora se recusar a identificar funcionário que criou comunidade com mensagens de ódio e discriminatórias na rede social Orkut.

A empresa Telemar Norte Leste, proprietária da Oi [e detentora de 7% da Portugal Telecom], foi condenada pelo Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF/MG) a pagar uma indemnização de 10 milhões de reais [mais de quatro milhões de euros], num caso de apologia ao nazismo cometida por um dos seus funcionários no Estado. As informações são da Assessoria de Comunicação do Ministério Público.

Na sentença, o MPF afirma que a Oi se negou, por várias vezes, a cumprir ordens judiciais para identificar o seu funcionário, que no horário de serviço e usando o equipamento da empresa, fez apologia ao nazismo numa comunidade da rede social Orkut.

De acordo com o Ministério Público, a página online em questão “propagava injúrias e ofensas a pessoas negras, incitando ao ódio e à discriminação racial, além de divulgar mensagens de apologia ao regime liderado por Hitler”.

Entender o caso

No início das investigações, em 2010, a Oi chegou a identificar, com base no endereço de IP (Protocolo de Internet), que a comunidade havia sido criada por um morador de Varginha. Mas o MPF descobriu, ao verificar datas e horários de acesso do utilizador ao site, que o computador usado estava instalado num endereço diferente do informado pela Oi.

Após ser intimada a prestar esclarecimentos sobre o assunto, a empresa disse então que os acessos foram feitos em máquinas instaladas no seu próprio prédio. Depois disso, a Justiça do Estado requereu mais informações sobre o utilizador à Oi, que ignorou a ordem judicial por três vezes, sem enviar resposta.

Depois de um ano de adiamentos e avisos sobre possíveis medidas judiciais por não atender à decisão da Justiça, a Oi respondeu dizendo ser impossível identificar o funcionário por causa do “grande lapso temporal” passado e de “questões técnicas operacionais”.

O procurador da República, Marcelo Ferreira, classificou de “afronta ao poder judicial e a toda a colectividade” a resposta da Oi. Para ele, o suposto lapso temporal foi causado pela própria operadora, que não revelou os dados antes.
O Ministério Público Federal deu então entrada a uma acção civil pública, pedindo que a Oi fosse condenada ao pagamento de indemnização por dano moral colectivo. Para o juiz federal da subseção de Varginha, a condenação ao pagamento desses 10 milhões é “a única medida passível de ser aplicada como forma de inibir novas práticas”. A Oi ainda pode recorrer da decisão.

Contradições

Ao contestar a acção da justiça recentemente, a Oi chegou a afirmar que o computador usado no crime tinha ficado à disposição do público em geral. Assim, diz a operadora, qualquer pessoa podia ter praticado o acto, sem nenhuma participação da empresa e dos seus funcionários. Mas o MPF afirma que foi provado que o prédio da Telemar em Varginha nunca ofereceu serviços de “LAN house”. E os acessos ocorreram fora do horário de trabalho, o que aponta para uma pessoa que tinha acesso ao prédio após o horário de atendimento ao público.

Outra contradição apontada pelo Ministério Público é que a Oi, na mesma afirmação para contestar a acção, disse que o passar do tempo trouxe melhorias técnicas que ajudariam a identificar a máquina de onde teriam partido as mensagens. Mas o juiz lembrou que se o decurso do tempo trouxe essas melhorias, então esse “lapso temporal”, em vez impedir a identificação do suspeito, como afirma a Oi, estaria na verdade a ajudar o cumprimento da ordem judicial pela operadora.

Durante o trâmite da acção, a Justiça enviou um ofício para que a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) tomasse providências sobre o assunto. O órgão federal chegou a instaurar um processo administrativo para apurar o caso, mas o mesmo acabou arquivado.

Até ao fecho desta reportagem, a Oi não respondeu às questões sobre este assunto.
(IDG Now!)

Fonte: computerworld/IDG Now!(Portugal/Brasil)
http://www.computerworld.com.pt/2011/10/21/oi-condenada-em-caso-de-apologia-ao-nazismo/

Ler também:
http://exame.abril.com.br/negocios/gestao/noticias/acusada-de-apologia-ao-nazismo-oi-e-multada-em-r-10-mi

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Homo Sapiens 1900 - Documentário sobre a história da eugenia e o racismo que deu suporte ideológico ao genocídio nazi

Do diretor sueco Peter Cohen, o mesmo de "Arquitetura da Destrução". Para assistirem(se o youtube não remover). Documentário sobre a eugenia e o racismo "científico" do século XIX e XX, teorias estas que deram suporte ao genocídio executado pelo regime nazista.

Pequeno resumo tirado do site Academia Brasileira de Cinema.

HOMO SAPIENS 1900 (HOMO SAPIENS 1900, documentário, Suécia), dirigido por Peter Cohen. Distribuição: Mais Filmes

Sinopse

Baseado em extensa pesquisa de fotos e cenas raros de arquivo, o filme discute como a eugenia e a limpeza racial foram defendidas como formas de aperfeiçoar a espécie humana e criar um novo homem. Esses conceitos foram pesquisados no decorrer do século XX, com várias tentativas de transformá-los em realidade. Homo Sapiens 1900 é um documento precioso sobre a manipulação biológica como arma para eliminar todos os que não se adaptam ao padrão racial imposto por um modelo fascista de ideal humano.

Assistam em vídeo único. O outro(divido em seis partes logo abaixo, vou deixar só pra constar que foram apagados) foi desativado pelo Youtube.

Atualização (30 de julho, 2015), os vídeos foram apagados pelo Youtube e subiram de novo:

domingo, 16 de outubro de 2011

22 de junho de 1941 (Fotos do genocídio nazi na União Soviética) - parte 3

Continuação da parte 2 da postagem sobre fotos do genocídio nazista na União Soviética. Com ajuda adicional do próprio Roberto Muehlenkamp com a postagem dos links.

A postagem original foi dividida em três partes devido a quantidade de fotos contidas na texto original, cerca de 289 fotos mais os links adicionais.

Fotos, da 201 até a 289:

201 Proskurov, Ucrânia, corpos de residentes judeus assassinados, 1942-1944.

202 Kovno, Lituânia, corpos de judeus que foram assassinados por nacionalistas lituanos na oficina Lietukis em 27/06/1941.

203 Kovno, Lituânia, corpos de judeus queimados vivos no gueto.

204 Kovno, Lituânia, soldados alemães e lituanos olhando os corpos de judeus assassinados por nacionalistas lituanos na oficina Lietukis em 27/06/1941.

205 Kovno, Lituânia, corpos de cerca de 70 judeus assassinados por lituanos.

206 Kovno, Lituânia, cadáveres de crianças judias no gueto 30/08/1944.

207 Kaunas, Lituânia, cadáveres.

208 Kovno, Lituânia, soldados alemães atirando em três cidadãos na borda de uma cova, 1941.

209 Lituânia, 1941, corpos de judeus mortos próximos ao Sétimo Forte.

210 Siauliai, Lituânia, restos de ossos do assassínio nas covas em florestas ao redor, Pós-guerra.

211 Letônia, uma pilha de cerca de 4000 corpos de vítimas mortas. [Provavelmente prisioneiros de guerra soviéticos (POWs*)]

212 Stalino, Ucrânia, corpos de homens e mulheres.

213 Stalino, Ucrânia, restos de corpos.

214 Stalino, Ucrânia, mulheres com corpos de seus kin, que foram assassinados por alemães.

215 Stalino, Ucrânia, restos de cadáveres dentro de uma cave.

216 Stalino, Ucrânia, cadáveres que foram exumadas de uma mina.

217 Stalino, Ucrânia, corpo de um garoto que foi morto com tiro na cabeça.

218 Krym, Rússia, corpos de judeus assassinados em Kerch, janeiro de 1942.

219
Kerch, Ucrânia, um soldado soviético próximo a corpos de seus membros familiares.

220 Kerch, URSS, mulheres que foram mortas por alemães em valas comuns, fevereiro de 1942.

221 Ucrânia, Gaysin, corpos depois da exumação. Entre eles os avós dos subjugados e suas três crianças, março de 1944.

222 Vitebsk, Bielorrússia, corpos de pessoas assassinadas.

223 Vitebsk, Bielorrússia, cadáveres de judeus próximos a uma cerca de arame farpado.

224 Vitebsk, Bielorrússia, cadáveres de judeus em uma rua do gueto.

225 Vitebsk, Bielorrússia, cadáveres de vítimas assassinadas.

226 Vitebsk, Bielorrússia, cadáver de um homem judeu no gueto fotografado por um policial alemão.

227 Bogdanovka, Ucrânia, restos de corpos.

228 Bogdanovka, Ucrânia, 1944, restos de cadáveres de cidadãos soviéticos que foram torturados até a morte por romenos e alemães durante a ocupação nazista.

229 Bogdanovka, Ucrânia, cadáveres de cidadãos soviéticos que foram torturados até a morte por romenos e alemães durante a ocupação nazista.

230 Bogdanovka, Ucrânia, ossos.

231 URSS, uma pilha de cadáveres, provavelmente de cativos russos.

232 Skede, Letônia, um policial letão conhecido como um "chutador" andando ao redor da beirada de uma vala comum cheia de corpos de mulheres e crianças que haviam acabado de ser executados, 15/12/1942.

233 Liepaja, Letônia, ossos encontrados numa exumação em 1959.

234 Zbaraz, Polônia, pessoas ao lado de uma cova cheia de restos de corpos.

235 Bereznigovatoye, Ucrânia, enterro de 814 pessoas locais que receberam tiros até morrerem, em 14/09/1941.

236 Bereznigovatoye, Ucrânia, enterro de 814 pessoas locais que receberam tiros até morrerem, em 14/09/1941.

237 Rússia, uma execução.

238 URSS, uma pilha de cadáveres, provavelmente de cativos russos.

239 Riga, Letônia, cadáveres.

240 Riga, Letônia, ossos espalhados.

241 Smolensk, URSS, cadáveres, no tempo de libertação.[Possivelmente uma fotografia previamente tirada por um soldado alemão.]

242 Smolensk, URSS, cadáveres, no tempo da liberação.[Possivelmente uma fotografia previamente tirada por um soldado alemão.]

243 Smolensk, URSS, uma mulher morta, no tempo da libertação.

244 URSS, 1941, Operação Barbarossa - cadáveres de crianças locais estiradas na neve depois de serem executadas pelo exército alemão.

245 Kolomyja, Polônia, policiais alemães próximos aos cadáveres de judeus que foram fuzilados até a morte.

246 Moscou, URSS, cadáveres de pessoas enforcadas por alemães, 19/01/1942. [A localização não é Moscou mas uma cidade na região de Moscou, provavelmente Mozhaysk ou Wolokolamsk.]

247 Kalinkovichi, Bielorrúsia, cadáveres de crianças, 1943.

248 Lyady, Bielorrússia, cadáveres, 1943.

249 Konstantinovka, Ucrânia, cadáveres que foram exumados de uma mina da cidade.

250 Bobruisk, Bielorrússia, cadáveres, provavelmente de prisioneiros de guerra(POWs) soviéticos em Dulag 131, inverno de 1941.

251 Kamenka, Bielorrússia, sacos cheios de ossos de vítimas dos nazistas, antes do reenterro.

252 Bobruysk, Bielorrússia, um grupo de pessoas próximas a sacos cheios de ossos de vítimas de nazistas, antes do reenterro.

253 Bobruysk, Bielorrússia, Meir Zeliger próximo a sacos cheios de crânios de vítimas de nazistas, antes do reenterro.

254 Bobruysk, Bielorrússia, cercando uma vala comum para prevenir sua profanação.

255 Bobruysk, Bielorrússia, um grupo de homens coletando ossos de vítimas de nazistas com o propósito de reenterrá-las numa vala comum no cemitério judaico.

256 Krasny Bor, Rússia, cadáveres das vítimas dos assassinatos.

257 Outono de 1943, cadáveres de judeus russos que tentaram escapar de um campo.

258 Rússia, um policial alemão em pé ao lado de cadáveres.

259 Idritsa, URSS, cadáveres numa vala comum.

260 Jekabpils, Letônia, pós-guerra, novo enterro de cadáveres de pessoas da cidade que pereceram no Holocausto.

261 USSR, 1941, Operação Barbarossa - cadáveres de quinze jovens locais enforcados pelo exército alemão.

262 Utena, 1945, soldados russos e homens locais ao lado de cadáveres, antes de seus reenterros.

263 Utena, Lituânia, restos humanos que foram tirados de suas valas e trazidos por membros de família para enterro no local, depois da guerra.

264 Nadworna, Polônia, soldados alemães em pé próximos a dois cadáveres enforcados num mastro.

265 Skalat, Polônia, um comitê soviético durante a exumação dos cadáveres daqueles assassinados por alemães em 20/04/1944.

266 Rostow, Russia, Winter 1943, The Gestapo jail courtyard.

267 Resse, Lithuania, November 1944, The exhumation of corpses of Jews murdered at the site.

268 Russia, 1955, Sacks filled with bones before burial in a mass grave. [Another caption of same photo: Chausy, Belorussia, Transport of bags filled with bones to burial in mass graves, 1941.]

269 Chausy, Belorussia, Bags filled with bones, in an open mass grave, 1941. [Another caption of same photo: Russia, 1955, Sacks filled with bones in a mass grave. ]

270 Grozovo, Belorussia, Coffins containing bones of Jews murdered in March 1943.

271 Kuziai, Lithuania, 1974, Bones and shoes.

272 Celo Dobroye, Ukraine, Postwar, Exhumation of bones from a mass grave for reburial.

273 Celo Dobroye, Ukraine, 1961, A ceremony marking the reburial of bones in a mass grave.

274 Kornitz, Poland, Jews transporting a cart laden with sacks of bones of murdered Jews for burial in a mass grave.
[Kornitz is probably Kurenets, Belarus.]

275 Iwje, Poland, An exhumation.

276 Iwje, Poland, People standing around a mass grave of local Jews, during an exhumation.

277 Yeloviki, Belorussia, A group of people at the rims of a pit during reburial of Nazis' victims.

278 Belorussia, The body of a young woman shot in the head.

279 Balti, Romania, Jews who were shot to death by a unit of the Einsatzgruppen in July, 1941.

280 Polowce, Poland, Bodies of prisoners who had been shot, aligned in rows in the snow.

281 Chernovtsy, Russia, 1944, A mass grave of Soviet citizens shot by the Germans. [The place is probably http://en.wikipedia.org/wiki/Chernivtsi">Chernivtsi, Ukraine. ]

282 Zelechow, Poland, Bodies of Soviet citizens who were shot to death in 1944. [The place is probably Zolochiv, Ukraine, Polish: Złoczów. According to Klee and Dreßen, »Gott mit uns«. Der deutsche Vernichtungskrieg im Osten 1941-1945, the photo was found in the archives of the Gestapo in Złoczów (spelled "Zloczew" by the authors).]

283 Ukraine, People searching for bodies of loved ones among the bodies of citizens who were shot to death, after the liberation.

284 Dubossary, Ukraine, Members of Einsatzgruppe D shooting Jews, 14/09/1941.

285 Drohobycz, Poland, Removing corpses in a truck.

286 Vinnitsa, Ukraine, An SS man shooting a man's head over a mass grave, probably 1941.

287 Einsatzgruppen soldiers shooting Jews who are in a ditch.

288 Uruczje, Belorussia, Members of a Soviet invesigation committee investigating a mass grave.

289 Janowska, Poland, corpses of inmates killed shortly before the liberation. [The corpses seem to be older than that.]

Os eventos em alguns dos locais mostrados acima nas fotografias são mencionados em vários artigos deste blog, incluindo os seguintes (blogs listados em ordem alfabética ou menção dos lugares, começando com o massacre de Babi Yar e terminando com Zolochiv/Złoczów):

• Série That's why it is denial, not revisionism., partes III [tradução para português], IV [tradução para português], V [tradução para português], VI [tradução para português], VII [tradução para português] VIII [tradução para português], IX (1) [tradução para português], IX (3), IX(4)
Vasily Grossman's Letters and Notebooks
How Many Perpetrators in the USSR? - Part One: Overview
How Many Perpetrators in the USSR? - Part Four: Ukraine 1941
How Many Perpetrators in the USSR? - Part Five: Ukraine 1942
How Many Perpetrators in the USSR? - Part Eight: Baltic States [tradução para português]
How Many Perpetrators in the USSR? - Part Nine: Denier Deceit
One might think that … [tradução para português]
Wehrmacht Complicity in the Holocaust in Ukraine
The Atrocities committed by German-Fascists in the USSR (2)
"... otherwise you’ll think that I’m bloodthirsty"
Mass Graves in the Polesie [tradução para português]
The Atrocities committed by German-Fascists in the USSR (1)
Drobitski Yar
Neither the Soviets nor the Poles have found any mass graves with even only a few thousand bodies … [tradução para português]
More Misrepresentations from Graf: Lithuania
«Evidence for the Presence of "Gassed" Jews in the Occupied Eastern Territories» (3, 2)
French Military Witness in Kaunas (Kovno)
Belzec Mass Graves and Archaeology: My Response to Carlo Mattogno (4,1)
More «Evidence for the Presence of "Gassed" Jews in the Occupied Eastern Territories» (2)
Human Remains Seen By American Journalists at Klooga and Babi Yar
Galicia
Belzec Mass Graves and Archaeology: My Response to Carlo Mattogno (5,2)
Thomas Dalton responds to Roberto Muehlenkamp and Andrew Mathis (2)
«Evidence for the Presence of "Gassed" Jews in the Occupied Eastern Territories» (3, 3)
More «Evidence for the Presence of "Gassed" Jews in the Occupied Eastern Territories» (1)
"Thereafter Kube had shown the Italians a gas chamber in which the killing of the Jews was allegedly carried out."
Austrian Gas Vans Trial
Thomas Kues and Isak Grünberg
Photographic Evidence of Mass Shootings: 1. Sdolbunov
Kudos to Mr. Wilfried Heink
Nazi crimes in Soviet footage
The Road to Vyazma
Photographic Evidence of Mass Shootings: 2. Ponary
Photos from the German East [tradução para português]
Notes from a Transit Camp [tradução para português]
Liepaja (Part 1) [tradução para português]
Liepaja (Part 2)
What it was like

[Fotos 01 a 101 - parte 1]
[Fotos 101 a 201 - parte 2]

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Roberto Muehlenkamp
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2011/06/22-june-1941.html
Tradução: Roberto Lucena

*POW = abreviação em inglês de "prisoner of war" (prisioneiro de guerra)

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

22 de junho de 1941 (Fotos do genocídio nazi na União Soviética) - parte 2

Continuação da parte 1 da postagem sobre fotos do genocídio nazista na União Soviética. Com ajuda adicional do próprio Roberto Muehlenkamp com a postagem dos links.

A postagem original foi dividida em três partes devido a quantidade de fotos contidas no texto, cerca de 289 fotos mais os links adicionais.

Fotos, da 101 até a 201:

101 URSS, homem que foi enforcado depois de se recusar a trabalhar.

102 Ucrânia, Sumy, dois suspeitos de atividade partisan enforcados por alemães.

103 Ucrânia, Sumy, dois suspeitos de atividade partisan enforcados por alemães.

104 URSS, homens que foram enforcados depois de se recusarem a trabalhar.

105 URSS, homens que foram enforcados depois de se recusarem a trabalhar.

106 Aparentemente corpos de prisioneiros de guerra(POWs) soviéticos que morreram em campos de prisioneiros de guerra alemães.

107 URSS, evacuação dos prisioneiros de guerra soviéticos que morreram em cativeiro alemão.

108 URSS, homens que foram enforcados por alemães próximos à estação de trem.

109 URSS, homens que foram enforcados por alemães próximos à estação de trem.

110 URSS, prisioneiros de guerra(POWs) soviéticos que morreram em cativeiro alemão.

111 URSS, dois civis enforcados por alemães.

112 URSS, soldados alemães ao lado de homens que foram enforcados depois de se recusarem a trabalhar.

113 URSS, um suspeito de atividade partisan que foi enforcado.

114 Bielorrússia, Minsk, suspeitos de atividade partisan enforcados em público, 1941.

115 Aparentemente prisioneiros de guerra(POWs) soviéticos que morreram em cativeiro alemão.

116 Presumidamente, a evacuação de corpos de prisioneiros de guerra soviéticos que morreram em cativeiro alemão.

117 USSR, aparentemente prisioneiros de guerra soviéticos que morreram no campo de prisioneiros de guerra.

118 URSS, homem sendo enforcado por alemães.

119 URSS, um local de execução.

120 Rússia, locais ao lado de restos aparentemente de corpos de prisioneiros de guerra soviéticos na área de Porkhov.

121 Apparently bodies of dead Soviet POW.

122 Russia, Apparently the bodies of Soviet POWs in the Porkhov area.

123 USSR, Apparently a dead Soviet POW executed.

124 USSR, Dead bodies.

125 USSR, Dead bodies.

126 Apparently the bodies of Soviet POWs who died in a German POW camp.

127 German soldiers standing beside bodies of dead Soviet soldiers.

128 Mass grave of Soviet POWs who died in German captivity.

129 Burial of Soviet POWs who died in German captivity.

130 Rudnya, USSR, An exhumation, after the war.

131 U.S.S.R., Exhumation of victims murdered on 07/04/1943.

132 Krasnodor, Russia, An exhumation by a medical staff, July 1943.

133 Krasnodar, Ukraine, Corpses of Jews murdered by German soldiers.

134 Valmiera, Latvia, Postwar, Corpses after exhumation.

135 Valmiera, Latvia, Postwar, Examination of corpses after exhumation.

136 Valmiera, Latvia, Inspecting corpses after exhumation.

137 Valmiera, Latvia, Postwar, Corpses after exhumation.

138 Lithuania, Exhumation.

139 USSR, exhumation. [Picture rather suggests a POW camp.]

140 Maly Trostenets, Belorussia, Bodies in a mass grave.

141 Maly Trostenets, Belorussia, A Soviet investigation committee inspecting a mass grave, 1944.

142 Maly Trostenets, Minsk, Belorussia, Corpses of Soviets who were murdered in the death camp during the years 1941-1944.

143 Maly Trostenets, Belorussia, A pile of dead bodies in a cremation area.

144 Maly Trostenets, Belorussia, 1944, Corpses of those murdered in the concentration camp.

145 Trostenets, Belorussia, People examining the burnt corpses of Soviets in the death camp.

146 Trostinets, Belorussia, A pile of burnt bodies in a concentration camp, in the Minsk area.

147 Minsk, Belorussia, 1943-1944, Burnt corpses of Soviets near Minsk. [Image is identical with USHMM photo # 71947, captioned "The charred remains of prisoners burned by the Germans before the liberation of the Maly Trostinets concentration camp", included in USHMM photo query Maly Trostinets]

148 Lithuania, Postwar, A corpse in a mass grave.

149 Ponary, Poland, Exhumation of corpses from ditches.

150 Ponary, Vilna, Poland, 1945, Exhumation.

151 Ponary, Poland, Corpses of murdered people.

152 Ponary, Poland, Exposed bodies of victims in a mass grave.

153 Ponary, Poland, Three bodies in the sand.

154 Ponary, Poland, Bodies of the victims that were massacred there.

155 Ponary, Poland, Corpses.

156 Ponary, Poland, Corpses hanging on the gallows.

157 Ponary, Poland, Corpses hanging from the gallows.

158 Ponary, Poland, Doctors exhuming corpses.

159 Ponary, Poland, Corpses of Russian POWs.

160 Kalarasz, Rumania, Exhumation of a mass grave.

161 Klooga, Estonia, Soviet soldiers standing next to bodies ready for burning found in the camp after its liberation, 1944.

162 Klooge, Estonia, Bodies in the camp after its liberation by the Soviets.

163 Klogne, Estonia, Bodies of inmates.

164 Klooga, Estonia, 1945, Bodies between logs.

165 Klooga, Estonia, September 1944, Burnt bodies.

166 Klooga, Estonia, Russian soldiers beside burnt bodies, September 1944.

167 Estonia,Klooga, 1944, Bodies in a barrack in the camp, after the liberation.

168 Klooge, Estonia, A pile of bodies ready for cremation.

169 Klooge, Estonia, 1944, Bodies in the camp, after its liberation by the Soviets.

170 Klooga, Estonia, A row of partially charred corpses, with the remains of the camp in the background, September 1944.

171 Klooga, Estonia, Half burned bodies, September 1944.

172 Klooga, Estonia, Survivors beside burnt bodies, September 1944.

173 Klooga, Estonia, Prisoners' bodies the liberation of the camp, 1945.

174 Klooga, Estonia, Corpses of prisoners.

175 Klooga, Estonia, Corpses of prisoners, after liberation.

176 Klooga, Estonia, Corpses of prisoners after liberation.

177 Slonim, Poland, Corpses of Soviets who were murdered by the Germans.

178 USSR, German soldiers preparing for an execution by hanging.

179 Zhitomir, Ukraine, 07/08/1941, Public hanging of Jews accused of connections to the Soviet secret police.

180 Syretsk, Ukraine, Bodies of Jews murdered in the concentration camp. [Picture is probably not from Syretsk concentration camp but from Darnitsa POW camp, also in the Kiev area. See the blog The Atrocities committed by German-Fascists in the USSR (2)]

181 Syretsk, Ukraine, Bodies of murder victims, after the liberation.

182 Kiev, Ukraine, Bodies of Jews on Michailowska Street, 06/11/1943. [Probably not Jews, see the blog The Atrocities committed by German-Fascists in the USSR (2).]

183 Kiev, Ukraine, The bodies of two Jews who were shot during the deportation of the town's Jews to Babi Yar, October 1941.

184 Kiev, Ukraine, The bodies of two Jews who were shot during the deportation of the town's Jews to Babiy Yar, October 1941.

185 Kiev, Ukraine, A Jewish man shot while being deported, October 1941. [Photo probably related to the Babi Yar massacre on 29/30 September 1941.]

186 Kiev, Ukraine, German soldiers near the corpses of civilians whom they shot due to their partisan activities.

187 USSR, Local woman trying to identify bodies of their relatives.

188 Ravnopol, Russia, The bodies of Sofia Brant and her daughter in the snow, 1942.

189 Vilijampole, Lithuania, Burnt bodies of murder victims in the ghetto, 18/12/1944.

190 Vilna, Poland, Bodies of executed people tied to posts; soldiers in the background.

191 Kamenets Podolskiy, Ukraine, Bodies, August 1941.

192 Kamenets Podolsk, Ukraine, Bodies, August 1941.

193 Kamenets Podolski, Ukraine, A pile of corpses.

194 Tarnopol, Poland, Bodies of Jews, 06/1941.

195 Tarnopol, Poland, Bodies of Jews killed during a pogrom on early July 1941.

196 Tarnopol, Poland, Bodies of Jews, 06-16/07/1941.

197 Mizocz, Poland, Bodies of women and children from Misocz village who were murdered by German policemen and Ukrainian collaborators, October 1942.

198 Misocz, Polnad. The final moments of the lives of the women and children of Misocz who were shot to death during the liquidation of the ghetto, 14/10/1942.

199 Lvov, Poland, Bodies, after a pogrom.

200 Lvov, Ukraine, June 1941, Bodies of Jews who were executed by firing-squad.

201 Proskurov, Ukraine, Bodies of murdered Jewish residents, 1942-1944.

[Fotos 01 a 101 - parte 1]
[Fotos 201 a 289 - parte 3]

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Roberto Muehlenkamp
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2011/06/22-june-1941.html
Tradução: Roberto Lucena

*POW = abreviação em inglês de "prisoner of war" (prisioneiro de guerra)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

22 de junho de 1941 (Fotos do genocídio nazi na União Soviética) - parte 1

Neste dia há 70 anos atrás, a Alemanha nazi atacou a União Soviética e começou o mais devastador conflito já registrado na história, que representou a esmagadora maioria das mortes da Segunda Guerra Mundial na Europa. Cerca de 26,6 milhões destas mortes, de acordo com cálculos demográficos, ocorreram entre a população da União Soviética. Uma significante parte das mortes soviéticas foi devido às ações criminosas das invasões nazistas.

Seis meses depois de começar o ataque, os nazistas registraram que o assassínio em massa tinha dado um enorme salto, como assinalado pelo historiador alemão Christian Gerlach na página 10 deste livro Krieg, Ernährung, Völkermord (minha tradução):
A fim de tornar claro este desenvolvimento, pode ser útil distinguir entre duas fases: se o regime NS de repente tivesse chegado ao fim em maio de 1941, ele teria permanecido infame principalmente devido ao assassinato de 70 mil doentes e deficientes na então chamada ação de "eutanásia", de várias dezenas de milhares de judeus e não-judeus poloneses e de milhares de detentos em campos de concentração no Reich alemão. Para o final do ano de 1941 o número de vítimas da política alemã de violência tinha aumentado para mais de três milhões de pessoas (sem contar as tropas do Exército Vermelho mortas em combate) - das mesmas cerca de 900.000 eram judeus, nove décimos dos mesmos nos territórios ocupados Soviética, e cerca de dois milhões de prisioneiros de guerra soviéticos. [Nota de rodapé: um grande número de vítimas tinha sido relacionada à alegada política alemã de luta anti-partisan (pelo menos 100.000 pessoas, principalmente na Bielorrússia, Rússia Central e Sérvia) e pelo bloqueio de fome contra Leningrado com centenas de milhares de mortos.] Apenas no decorrer do ano de 1942 a população judaica da Europa tornou-se o maior grupo de vítimas da política de extermínio alemã.
Em seu recente livro Wehrmacht im Ostkrieg: Front und militärisches Hinterland 1941/42 (p. 789), o historiador alemão Christian Hartmann menciona que 3 milhões dos prisioneiros soviéticos de guerra pereceram no cativeiro alemão, 2,4 milhões dos assassinados eram judeus soviéticos e 500.000 vítimas de operações anti-partisan. O último número também é mencionado pelo Dr. Dieter Pohl, que estima um total de cerca de um milhão de vítimas de assassinatos anti-partisan e outros assassinatos entre a população civil não-judia da União Soviética. O colega de Pohl, Jörg Ganzenmüller, com os quais argumentos a este respeito eu concordo, considera o cerco de Leningrado, o qual se afirma que cerca de um milhão de vítimas civis morreram principalmente por fome, foi o que ele chama de um "genocídio silencioso" (Ein stiller Völkermord). O número de civis que os nazis atingiram com morte pela fome no território que eles ocuparam (em oposição ao cerco de Leningrado e outros territórios soviéticos controlados) não foi ainda estabelecido. Na publicaçaõ 5 milhões de vítimas não-judias? (Parte 2), eu assumi que metade das mortes dos cerca de 3 milhões de não-judeus soviéticos civis no território ocupado nazista foram diretamente atribuídos à implementação da ocupação criminosa nazi e políticas de exploração, o saldo colateral de vítimas da luta, mortes por fome devido à política soviética de terra arrasada durante as retiradas em 1941/1942 e civis assassinados por forças irregulares lutando contra o invasor.

Com tudo isto dito, parece seguro (mesmo conservador, considerando outras estimativas) assumir que um total de cerca de 8 milhões de soviéticos não-combatentes (civis e prisioneiros de guerra, incluindo tanto judeus e não judeus), foram vítimas de ações criminosas nazistas, ou seja, foram assassinados de forma descontrolada ou mortos por fome, doença e exposição.

As fotografias dos links a seguir são conhecidas ou se presume ser uma pequena amostra (uma fração diminuta, dadas as limitações do meio fotográfico) de algumas das vítimas dos crimes nazistas contra os habitantes da União Soviética em suas fronteiras desde 22 de junho de 1941, isto é, também incluindo os países do Báltico, os territórios do ex-Polônia Oriental agora pertencentes à Bielorrússia e a Ucrânia e o território da atual Moldávia. Elas foram retiradas do arquivo de fotos do Yad Vashem. As legendas do Yad Vashem nem sempre são precisas, por exemplo no que diz respeito ao local de eventos descritos; onde eu conheço melhor ou tenho dúvidas sobre a exatidão de uma legenda, esta é apontada entre colchetes após a legenda. Não necessário seria dizer que algumas das fotos são muito gráficas e visualizá-las é, portanto, não recomendado para pessoas sensíveis.

1 URSS, homem enforcado por suspeita de atividade partisan.

2 URSS, um homem enforcado pelos alemães.

3 URSS, homem enforcado por suspeita de atividade partisan.

4 Ucrânia, Bogoduchov, enforcamento de dois suspeitos de atividade partisan por gendarmes locais.

5 URSS, homem enforcado por suspeita de atividade partisan.

6 Bielorrússia, Minsk, dois homens e uma mulher enforcados pelos alemães.

7 URSS, três homens enforcados por suspeita de atividade partisan.

8 URSS, aparentemente os restos de um prisioneito de guerra(POW)* soviético morto.

9 URSS, prisioneiros de guerra soviéticos trazendo o corpo de outro prisioneiro para cremação.

10 URSS, corpos de prisioneiros de guerra soviéticos mortos na neve.

11 URSS, aparentemente auxiliares locais com um prisioneiro de guerra(POW) soviético ferido.

12 Rússia, Petrovzavodsk, soldados filandeses ao lado de prisioneiros de guerra(POW) soviéticos que foram executados, 27/02/1942.

13 Aparentemente um prisioneiro de guerra soviético morto(POW).

14 Uma vala comum de prisioneiros de guerra soviéticos.

15 Bielorrússia, Gubino, Aparentemente dois soldados alemães ao lado de corpos de prisioneiros de guerra(POWs) soviéticos.

16 Prisioneiros de guerra soviéticos(POWs) burying os corpos de seus companheiros.

17 Bielorrússia, Orsha, aparentemente civis mortos por alemães.

18 URSS, pessoas enforcadas por alemães por suspeita de atividade partisan.

19 URSS, dois homens enforcados pelo exército alemão.

20 Ucrânia, ravina de Babi Yar, corpos encontrados numa vala comum por pesquisadores soviéticos, 1944. [Provavelmente o campo de concentração de Syretsk/Syretzky, ver o álbum de fotos de Babi Yar (com a inevitável "Nota para nossos visitantes" por Carmelo Lisciotto).]

21 Ucrânia, Babi Yar, corpos encontrados numa vala comum por pesquisadores soviéticos, 1044, 1944. [Provavelmente do campo de concentração de Syretsk/Syretzky.]

22 URSS, enforcamento de dois homens por soldados alemães.

23 Ucrânia, Babi Yar, corpos encontrados numa vala comum por pesquisadores soviéticos, 1044, 1944.

24 Ucrânia, Babi Yar, corpos encontrados numa vala comum por pesquisadores soviéticos, 1044, 1944. [Provavelmente do campo de concentração de Syretsk/Syretzky.]

25 Ucrânia, Babi Yar, corpos encontrados numa vala comum por pesquisadores soviéticos, 1044, 1944. [Provavelmente do campo de concentração de Syretsk/Syretzky.]

26 Ucrânia, Babi Yar, corpos encontrados numa vala comum por pesquisadores soviéticos, 1044, 1944. [Provavelmente do campo de concentração de Syretsk/Syretzky.]

27 Ucrânia, Babi Yar, corpos encontrados numa vala comum por pesquisadores soviéticos, 1044, 1944. [Provavelmente do campo de concentração de Syretsk/Syretzky.]

28 Rússia, aparentemente corpos de prisioneiros de guerra soviéticos na área de Porkhov.

29 Rússia, soldados alemães enforcando um homem na área de Porkhov.

30 URSS, aparentemente prisioneiros de guerra soviéticos(POWs) executados.

31 URSS, dois suspeitos de atividade partisan que foram enforcados por alemães.

32 Ucrânia, Bogoduchov, dois suspeitos de atividade partisan sendo conduzidos para forca por Gendarmes.

33 URSS, corpos de prisioneiros de guerra soviéticos trazidos para enterro.

34 URSS, corpos de pessoas mortas por alemães.

35 URSS, corpos de pessoas mortas por alemães.

36 URSS, um cidadão enforcado por alemães, aparentemente por suspeita de atividade partisan.

37 Ucrânia, Kharkov, pessoas enforcadas na rua por alemães na Rua Shavczenka, ano de 1942.

38 Ucrânia, Kharkov, homens enforcados por alemães em retaliação por explodirem prédios durante a ocupação alemã, novembro de 1941.

39 Ucrânia, Kharkov, homens enforcados por alemães em retaliação por explodirem prédios durante a ocupação alemã, novembro de 1941.

40 Ucrânia, Kharkov ou Bogodukhov, uma pilha de corpos queimados levados por um soldado alemão.

41 Ucrânia, Kharkov, homem enforcado por alemães por suspeita de atividade partisan.

42 Ucrânia, Kharkov, civis enforcados por alemães em retaliação a um ataque terrorista de um quartel general alemão, novembro de 1941.

43 Ucrânia, Kharkov, civis enforcados por alemães em retaliação a um ataque terrorista a um quartel general alemão, novembro de 1941.

44 Kharkov, Ucrânia, uma execução por enforcamento feita por colaboracionistas ucranianos e soldados alemães, 1942.

45 Babiy Yar, Ucrânia, cadáveres numa vala comum. [A localidade não é Babiy Yar mas Drobitski Yar próxima à Kharkov.]

46 Corpos de prisioneiros de guerra(POW) soviéticos que morreram no cativeiro alemão.

47 Corpos de prisioneiros de guerra(POW) soviéticos que morreram no cativeiro alemão.

48 URSS, suspeitos de atividade partisan enforcados por alemães nas praças das cidades.

49 Gayvoron, URSS, suspeitos de atividade partisan enforcados por alemães nas praças das cidades.

50 Ucrânia, prisioneiros de guerra(POW) soviéticos que foram mortos por alemães.

51 URSS, provavelmente um prisioneiro de guerra soviético transportando um cadáver em um trenó.

52 URSS, soldados alemães ao lado de cadáveres.

53 URSS, execução de civis por policiais alemães.

54 URSS, execução de civis por policiais alemães.

55 URSS, execução de civis por policiais alemães.

56 URSS, partisan enforcado por alemães.

57 URSS, eforcamento público com presentes de soldados alemães.

58 URSS, aparentemente prisioneiros de guerra(POW's) soviéticos mortos por alemães.

59 URSS, aparentemente corpos de soldados soviéticos que foram mortos por alemães.

60 URSS, execução de civis por policiais alemães.

61 Ucrânia, Kiev, homem enforcado por alemães.

62 URSS, pessoas enforcadas por alemães.

63 URSS, um suspeito de atividade partisan enforcado por alemães.

64 URSS, um partisan enforcado pelo exército alemão.

65 URSS, dois homens enforcados pelo exército alemão.

66 URSS, um partisan enforcado pelo exército alemão.

67 URSS, suspeitos de atividade partisan enforcados por alemães.

68 URSS, homem enforcado por alemães.

69 URSS, Orel, pessoas enforcadas por alemães em público por sabotagem e por se recusarem a trabalhar, fevereiro de 1942.

70 URSS, dois homens enforcados por alemães.

71 URSS, homem enforcado por suspeita de atividade partisan.

72 URSS, soldados soviéticos mortos.

73 URSS, suspeitos de atividade partisan enforcados por alemães.

74 URSS, enforcamento público de soldados alemães, com presentes.

75 Aparentemente a remoção de corpos de prisioneiros de guerra(POWs) soviéticos.

76 Cadáveres, aparentemente de prisioneiros de guerra(POW) soviéticos.

77 Cadáveres, aparentemente de prisioneiros de guerra(POW) soviéticos.

78 URSS, homem enforcado por alemães.

79 Aparentemente cadáveres de prisioneiros de guerra(POW) soviéticos que morreram em campo de prisioneiros alemão.

80 URSS, aparentemente prisioneiros de guerra(POW) soviéticos na área de Porkhov.

81 Ucrânia, Teploye, uma mulher enforcada por alemães por transportar munição em seus pertences, 3/11/1941.

82 URSS, homem enforcado por alemães por suspeita de atividade partisan.

83 URSS, prisioneiros de guerra(POWs) enterrando cadáveres de outros prisioneiros de guerra.

84 URSS, cadáveres de civis executados.

85 URSS, cadáveres de civis executados.

86 URSS, homem enforcado por alemães por saquear e esconder propriedade judaica abandonada.

87 URSS, homem executado por alemães.

88 URSS, prisioneiros de guerra (POWs) soviéticos, provavelmente executados.

89 URSS, cadáveres de civis executados.

90 URSS, cadáveres de civis executados.

91 URSS, cadáveres de civis executados.

92 URSS, mão aparecendo fora de uma vala comum.

93 URSS, uma mulher soviética que foi executada.

94 URSS, civis executados

95 URSS, aparentemente prisioneiros de guerra (POWs) executados.

96 Ucrânia, dez reféns enforcados por alemães.

97 URSS, dois homens enforcados provavelmente por colaboradores locais.

98 URSS, dois homens enforcados aparentemente por colaboradores locais.

99 Ucrânia, enforcamento de civis por soldados alemães.

100 Ucrânia, dez reféns enforcados por alemães.

[Fotos 101 a 201 - parte 2]
[Fotos 202 a 289 - parte 3]

Os eventos em alguns dos locais mostrados acima nas fotografias são mencionados em vários artigos deste blog, incluindo os seguintes (blogs listados em ordem alfabética ou menção dos lugares, começando com o massacre de Babi Yar e terminando com Zolochiv/Złoczów):

• Série That's why it is denial, not revisionism., partes III [tradução para português], IV [tradução para português], V [tradução para português], VI [tradução para português], VII [tradução para português] VIII [tradução para português], IX (1) IX (3), IX(4)
Vasily Grossman's Letters and Notebooks
How Many Perpetrators in the USSR? - Part One: Overview
How Many Perpetrators in the USSR? - Part Four: Ukraine 1941
How Many Perpetrators in the USSR? - Part Five: Ukraine 1942
How Many Perpetrators in the USSR? - Part Eight: Baltic States [tradução para português]
How Many Perpetrators in the USSR? - Part Nine: Denier Deceit
One might think that … [tradução para português]
Wehrmacht Complicity in the Holocaust in Ukraine
The Atrocities committed by German-Fascists in the USSR (2)
"... otherwise you’ll think that I’m bloodthirsty"
Mass Graves in the Polesie [tradução para português]
The Atrocities committed by German-Fascists in the USSR (1)
Drobitski Yar
Neither the Soviets nor the Poles have found any mass graves with even only a few thousand bodies … [tradução para português]
More Misrepresentations from Graf: Lithuania
«Evidence for the Presence of "Gassed" Jews in the Occupied Eastern Territories» (3, 2)
French Military Witness in Kaunas (Kovno)
Belzec Mass Graves and Archaeology: My Response to Carlo Mattogno (4,1)
More «Evidence for the Presence of "Gassed" Jews in the Occupied Eastern Territories» (2)
Human Remains Seen By American Journalists at Klooga and Babi Yar
Galicia
Belzec Mass Graves and Archaeology: My Response to Carlo Mattogno (5,2)
Thomas Dalton responds to Roberto Muehlenkamp and Andrew Mathis (2)
«Evidence for the Presence of "Gassed" Jews in the Occupied Eastern Territories» (3, 3)
More «Evidence for the Presence of "Gassed" Jews in the Occupied Eastern Territories» (1)
"Thereafter Kube had shown the Italians a gas chamber in which the killing of the Jews was allegedly carried out."
Austrian Gas Vans Trial
Thomas Kues and Isak Grünberg
Photographic Evidence of Mass Shootings: 1. Sdolbunov
Kudos to Mr. Wilfried Heink
Nazi crimes in Soviet footage
The Road to Vyazma
Photographic Evidence of Mass Shootings: 2. Ponary
Photos from the German East [tradução para português]
Notes from a Transit Camp [tradução para português]
Liepaja (Part 1) [tradução para português]
Liepaja (Part 2)
What it was like


Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Roberto Muehlenkamp
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2011/06/22-june-1941.html
Tradução e adaptação: Roberto Lucena

*POW = abreviação em inglês de "prisoner of war" (prisioneiro de guerra)

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