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sábado, 7 de junho de 2008

Holocausto na Letônia - Rumbula (Frîda Michelson)

Esta tradução se refere ao Capítulo 8 do livro The Holocaust in Latvia, 1941-1944: The Missing Center do Historiador letão Andrew Ezergailis.


Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://www.rumbula.org/remembering_rumbula.shtml


Frîda Michelson





Frîda Michelson era uma modista, com boas relações na comunidade de Rîga, que conhecia muito bem a Letônia e falava o letão sem sotaque. Ela obedeceu a ordem para entrar no gueto e ficou no apartamento da Rua Ludzas No. 37, onde ela vivia com sua amiga Sonja Bobrov. Ela viu a evacuação da parte oriental do gueto, e se voluntariou como costureira, conforme vimos. Na manhã de 8 de Dezembro, ela se dirigiu para fora do gueto em uma das primeiras colunas. Ela não trabalhou nesse dia, e viu muito tráfego nas ruas. Na Rua Maskavas no início da claridade; bondes e pedestres começaram a aparecer.






Nossa coluna começou a verter para dentro da floresta. Na entrada uma enorme caixa de madeira estava de pé. Um homem da SS estava próximo a ela e ficava gritando vez ou outra: “Deixam todos os objetos de valor e dinheiro nesta caixa.”…Nós obecemos. Um pouco mais adiante um policial letão ordenou: “Tire o seu casaco e jogue-o em cima dos demais” Existia uma montanha de sobretudos. Meu cérebro estava trabalhando febrilmente. O instinto de sobrevivência estava me detendo. Não importava o quão era pequena, como a chance era precária, eu estava preparada a tomá-la. Eu saí da linha e corri para o policial “Olhe, eu sou uma costureira especialista.” Eu mostrei a ele meu documento e vários diplomas. “Eu posso trazer muitos benefícios para as pessoas. Olhe meus papéis.” “Vá mostrar seus diplomas para Stalin!” o policial gritou, e bateu com seu punho na minha mão. Meus papéis voaram em todas as direções — meus preciosos documentos — o passaporte, diplomas, Ausweise. Eu retirei meu sobretudo e joguei por cima dos demais. A condução dos policiais era ainda mais dura. O tiroteio, tiroteio ininterrupto, tornou-se mais alto. Nós estávamos próximos do fim. Um medo indescritível me deteve, um medo que beirava a perda de memória. Eu comecei a gritar histericamente, arrancando meus cabelos, o som dos tiros me sufocavam “Åtråk! Åtråk!” “Retire suas roupas! Fique somente de roupas íntimas.” Outra montanha de roupas. Eu tinha uma camisola branca por cima do vestido e três camadas de roupas interiores. Eu caí por baixo das roupas e tentei me esconder. Logo, senti uma forte dor do chicote nas minhas costas “Levante-se imediatamente e tire suas roupas.” “Eu já estou despida,” Eu respondi chorando. “Eu estou somente com uma camisola.” “Então vá e sem jogos!” Eu fui. Continuei gritando e arrancando meus cabelos. Um policial me parou e gritou obscenidades — por que ainda não se despiu? No mesmo momento outra mulher correu para o policial: “Meu marido é letão, veja lá, os policiais conhecem muito bem o meu marido. Eu não deveria morrer como os demais.” Usei este momento, enquanto a atenção do policial era distraída pela mulher, Lancei-me com o rosto na neve e fiz-me de morta. As pessoas passavam por mim, alguns me pisoteavam — Eu não mexia. Umpouco mais tarde ouvi muitas vozes em letão: “Olhe, tem alguém aqui no chão.” … Eu continuei ali como uma pedra. Então eu ouvi as vozes dos policiais: “Åtråk! Åtråk!”… Eu não estava em plena consciência. Uma mulher passou por mim se lamentando, “Ai, ai, ai … ” Alguns objetos atingiam as minhas costas. Mais objetos caíam sobre mim. Por fim, percebi que eram sapatos, pois caíam aos pares. Eu estava coberta de sapatos, galochas, botas de feltro. A carga era pesada, mas eu não me atrevia a mover um músculo. … Muitos, muitos outros sapatos caíam sobre mim. Eu podia ouvir as pessoas chorando amargamente, separando-se entre elas — e passar, passar, passar.… Finalmente os gritos e gemidos pararam, o tiroteio parou. Eu podia ouvir pás trabalhando não muito distante dali. Provavelmente cobrindo os corpos. Eu ouvi vozes russas… Uma montanha de calçados me pressionou. Meu corpo estava frio e imóvel. Entretanto, eu estava em plena consciência. A neve derretia à partir do calor do meu corpo. Eu estava deitada em uma poca d’água — água fria.… Silêncio por um tempo. Então, na direção das valas, uma criança chorou: “Mama! Mamaaa!” Alguns tiros. Silêncio. Assassinada.


Frîda Michelson rastejou por baixo dos sapatos. Ela encontrou algumas roupas na pilha, conseguiu algumas luvas e cachecóis e caminhou para fora da floresta de pinheiros de Rumbula. Ela teve sorte: alguns se aproximaram dela para ajudar, mas ninguém lhe traiu. Por fim, foi sua própria vontade de viver que a manteve viva, sua habilidade em costuras, seus conhecimentos na Letônia não permitiriam sua sobrevivivência. Ela foi libertada pelo Exército Vermelho em 1944, casou-se com um sobrevivente do gueto, teve dois filhos, que foram perseguidos pela KGB. Seu marido Mordekhai Michelson foi enviado para a Siberia. Em 1971 ela emigrou para Israel, onde ela morreu.
Figuras: Capa do Livro de Frîda Michelson e Rumbula

terça-feira, 27 de maio de 2008

Holocausto na Letônia - Rumbula (8 de Dezembro de 1941)

Esta tradução se refere ao Capítulo 8 do livro The Holocaust in Latvia, 1941-1944: The Missing Center do Historiador letão Andrew Ezergailis.


Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://www.rumbula.org/remembering_rumbula.shtml



8 de Dezembro de 1941


O segundo dia dos assassinatos tem atraído menos atenção nas memórias, histórias, e depoimentos do que o primeiro. Na realidade, foi ainda mais terrível, porque todos sabiam o que ia acontecer, apesar de os judeus do gueto esperar uma contra esperança. A ação do dia 30 de novembro havia destruído todos as trapaças e auto-decepções, tanto para as vítimas como para os algozes. Estava nevando naquela segunda-feira. O gerente da estação de Rumbula, apesar de ter ouvido os tiros, não saiu de casa por causa da neve. Quantos policiais alemães e letões recusaram o trabalho no segundo dia, não sabemos. Mas foram poucos. Sabemos que o Tenente Zimmermann, depois de regressar a partir do primeiro dia de ação, disse a seu amigo Jahnke "Dez cavalos não vão voltar de novo."
O Tenente Vilnis foi para o QG da Anna Ielas e implorou para ser transferido para um batalhão. Com lágrimas nos seus olhos, ele disse a Pårups o que ele tinha visto. Os judeus do gueto, os homens do SD, e certamente Jeckeln, ele próprio tinham outra alternativa senão a de seguir por meio do curso que começou em 30 de novembro.

A organização e procedimentos do segundo dia dos assassinatos foi similar, senão idêntico ao do primeiro. O sistema parece ter sido um pouco mais apertado. As mesmas unidades que foram contratadas no primeiro dia foram orientadas a fazê-lo novamente. Os mesmo 12 atiradores foram para as valas. Saber se os mesmos policiais de Rîga foram novamente ou se outros foram contratados, não sabemos.

As informações sobre a polícia de Rîga, enquanto se aguarda a recuperação de dois arquivos pela prefeitura de Riga destes dois meses, é tão fragmentada que nenhuma resposta com certeza pode ser dada. Mais de um sobrevivente, incluindo Frîda Michelson, testemunharam que os judeus no segundo dia de ação estavam mais dóceis. Eles achavam que a atrocidade não poderia ser repetida e começaram falsos rumores começaram de que os judeus foram movidos para fora [do gueto] em 30 de novembro estavam vivos, em um campo de concentração. Desta vez, os 20kg de bagagens foram permitidos e recolhidos no gueto, e os proprietários foram informados de que seriam levadas por um caminhão para o seu destino. O número de judeus mortos dentro do gueto foi de "apenas" em torno de 300.

O segundo dia de Rumbula é notável pela milagrosa sobrevivência de três almas que foram salvas a partir do funil das valas, e que viveram para contar suas histórias: Frîda Michelson, Ella Meda¬e e Matîss Lutriñß.
Seus depoimentos vividamente retratam os acontecimentos da segunda ação e detalhadamente com mérito.

Holocausto na Letônia - Rumbula (30 de Novembro de 1941)




Esta tradução se refere ao Capítulo 8 do livro The Holocaust in Latvia, 1941-1944: The Missing Center do Historiador letão Andrew Ezergailis.

Traduzido por Leo Gott à partir do link:

http://www.rumbula.org/remembering_rumbula.shtml

30 de Novembro de 1941 (Segunda Parte)

Nesse momento as vítimas foram retomadas por uma equipe de homens formando uma gauntlet, como um funil alimentando as covas. De acordo com Péteris Stankéviçs, sua coluna de judeus foi conduzida ao longo do prado, onde ficaram esperando sua vez. Os tiros nas covas eram audíveis e o despimento dos judeus era visível. Os alemães permitiam a Stankéviçs que ele olhasse as covas, mas ele espiava através dos arbustos. A partir do local de espera, de acordo com a Stankéviçs, os judeus eram soltos e enviados para o gauntlet em grupos de cinqüenta pessoas.


Costumava-se pensar que os homens destacados para o afunilamento os judeus para o gauntlet eram homens do SD. Pelo menos no primeiro dia da operação, era um grupo misto que incluía uma companhia da Rîga Ordnungspolizei. Mais longe do gauntlet assumiu o SD, e existem todas as razões para pensar que os homens de Aråjs trabalharam bem na formação de filas[colunas]. As atribuições para o exterior era para oberservar as fugas. Várias metralhadoras foram colocadas na periferia, prontas para parar qualquer fuga em massa.
No primeiro dia a 3a Ordnungspolizei tinha colocado muito perto das valas. Jeckeln mandou Degenhart reposicioná-las para obter uma melhor visibilidade para tiro a distância, afim de conter um motim. A aproximação das valas do gauntlet tornaram-se mais exigentes e mais restritas, a cerca de cinquenta metros da cova, os homens se situaram a cerca de seis a oito metros umas das outras e o funil tinha diminuído de quatro a cinco metros de largura. A horripilante marcha para Rumbula terminou em um inferno de horror. Assim que os judeus entraram no gauntlet, eles foram apressados juntos com gritos e agressões físicas. Antes da floresta tinha um pequeno pasto, e no ponto em que as pastagens terminavam o SD letão SD coletava as bagagens que os judeus tinham trazido ao longo do gueto. Em ambos os lados da trilha haviam caixas de madeira para receber os bens que os judeus ainda não tinha jogado fora, em valas e underbrush. Progredindo ainda mais no gauntlet, eles foram forçados a retirar os seus casacos e, em seguida, a despir-se completamente. Algumas testemunhas disseram que os judeus eram obrigados a despir-se até a pele, outros dizem que até à roupa de baixo. Com a progressão do dia, as pilhas de roupas cresceram imensamente. Uma equipe de Aråjs de motoristas e mecânicos carregaram a roupa em seus caminhões e levaram-nas para a cidade. Os alemães ficaram especialmente nervosos no ponto de despir, porque o fluxo era interrompido por ali. Eles estavam receosos porque um motim poderia acontecer. Sapatos iam para outra pilha. Os judeus entraram nas covas por uma rampa de terra, alguns rezando, alguns recitando a Torah, outros choramingando, gemendo e chorando. Entes queridos abraçados em conjunto, as mães agarradas a seus filhos. Neste momento a vontade de resistir haviam deixado os judeus. As vítimas eram colocadas com a face virada para baixo por cima daqueles que já tinham sido baleados e ainda se controcendo e forçando, sangue escorrendo, cérebros e excrementos apodrecendo.
Com suas armas automáticas russas em disparos conjuntos e únicos, os atiradores matou os judeus a partir de uma distância de cerca de dois metros com um tiro na parte de trás de suas cabeças. Uma bala por pessoa foi destinado pelo sistema de Jeckeln.


Jeckeln se situava no topo do aterro com muitos outros graduados SS, SD, e autoridades policiais. O chefe letão do Annas Iela, Osis, esteve lá por uma boa parte do tempo. Aråjs, fortemente embriagado, teve um papel mais ativo, trabalhando mais perto das valas, supervisionando seus homens. Jeckeln convidou convidados de todos os níveis na hierarquia alemã: o Reichskomissar de Ostland, Lohse, esteve lá por um tempo, talvez esteve o Gebietskomissar da Letônia, Drechsler. Jeckeln ordenou o seu próprio pessoal para estar no tiroteio, e testemunhar, bem como dividir parte do crime. Ele também chamou os comandantes de polícia de Pskov e outras cidades da região a fim de testemunhar o assassinato. Stahlecker foi chamado do front de Leningrado para estar presente, talvez uma referência ao trabalho que ele não tinha terminado e mostrar a forma como ele deveria ser feito.

Do ponto de vista dos homens fazendo o assassinato no fundo das valas, Jeckeln e seus visitantes e olhavam aturdidos e perplexos. Embora os oficiais da polícia tenham vindo de distância longa, Jeckeln não convidou ninguém da Wehrmacht.

Os atiradores trabalhavam com 50 balas (número de munições em pentes russos) turno. Quando um pente ficava vazio, o atirador retirava e recarregava. Três covas operaram simultaneamente. De acordo com os depoimentos as três valas variavam de tamanho. De qualquer forma os assassinatos foram realizados por 12 homens. Schnnaps estavam disponíveis, também para os visitantes, mas os assassinos, nas valas, tinham pouco tempo para isto. Como é de conhecimento os 12 homens não tinham reservas para aliviá-los. Zingler tinha bebido antes do trabalho e um pouco mais depois, mas não bebeu nada durante o dia. Uma vez que as valas eram em forma de uma pirâmide invertida, já que os cadáveres haviam preenchido as valas com as vítimas, os assassinos tinham que subir sobre os mortos e também sobre os que estavam morrendo. Depois do por-do-sol os tiros passaram a ficar menos precisos. No crepúsculo o Schutzpolizei Heise foi atingido no olho por uma bala que ricocheteou. Tinham várias evidências quando o tiroteio parou.
É difícil imaginar que eles poderiam ter continuado na escuridão total, muito além 5:00 horas, ou até uma hora e vinte minutos além do por-do-sol. Muitas testemunhas alemãs disseram que eles foram até escurecer. Stankéviçs testemunhou que foi para casa às 20:00hs, mas ele foi por uma rua da circunscrição, talvez parando para consumir e compartihar schnnaps com seus colegas policiais. O gerente da estação de Rumbula, que ouviu à partir de sua casa, testemunhou que o tiroteio parou somente às 19:45hs.


A última coluna de judeus saiu do gueto às 12:00hs. Outra procura foi feita ao longo de todo os apartamentos vazios para ver se algum judeu tinham iludido a evacuação. Às 13:00hs Heise estava de volta ao gueto, quando Hesfer informou-lhe que cerca de vinte judeus ficaram doentes e acamados e não poderiam ser transportados para Rumbula, em vez seriam levados para o hospital do gueto. Na parte da tarde, após a última coluna ter deixado o gueto, Heise reuniu os membros da Schutzpolizei, Hesfer, Tuchel, Neumann e outros, alguns dos que tiveram de regressar dos assassinatos em Rumbula por vários motivos, e ordenou que os doentes deveriam ser retirados do hospital, colocados em colchões de palha ao longo do lado da rua, e lhes dessem um tiro na cabeça. A limpeza dos cadáveres nas ruas do gueto começou às 14:00hs. Os judeus que trabalhavam no gueto pegaram e carregaram os corpos para o antigo cemitério judaico. Alguns judeus que estavam nas ruas fingiam que não respiravam, e de acordo com o depoimento de Robert Levi, homendo Kommando Aråjs mataram eles.
Na parte da tarde, quando a calma regressou ao grande gueto, Aron Prell à partir do pequeno gueto correu para sua casa na Rua Maskavas número 67. Sua família já não estava lá. O apartamento foi demolido, o mobiliário e os bens estavam por todas as partes do piso. Ele viu corpos nos pátios da Rua Ludzas. Ele procurou os corpos de sua família e não os encontrou. A cerca de quarenta metros de distância, ele viu Tuchel matar seu conhecido Kugel, que tal como ele tinha vindo procurar por seus parentes. Escondendo de Tuchel, na Rua Ludzas Prell correu de Hesfer, Neuman, Cukurs e Burtnieks. Cukurs sacou sua pistola. Hesfer ordenou que Prell transportasse os corpos para o cemitério. Trenós, carrinhos de mão e carroças foram utilizados no transporte. Os alemães dinamitaram uma cratera a noroeste do muro do cemitério, onde eles jogavam os mortos. Em uma rua perto do cemitério Prell localizou sua mãe, e levou seu corpo para a cratera. O corpo foi jogado na vala comum, sem ritos ou orações. Não era permitido aos judeus do gueto visitar o cemitério. Apesar de pegarem os corpos rapidamente, no gueto manteve-se uma confusão, e para os dias seguintes ele suportaram a prova de um pogrom.
Malas quebradas, móveis, brinquedos, carrinhos de bebês estavam ao longo das ruas e pátios.

As casas estavam desoladas, havia sangue respingado pelos muros e escadarias. Dias depois da ação, havia sangue congelado sobre as calçadas e sarjetas. Mesmo dois meses mais tarde, com a chegada dos judeus alemães, cadáveres foram encontrados em porões e sótãos.

Após o assassinato dos doentes em frente ao hospital, Tuchel foi para Rumbula e olhou o local dos assassinatos, embora ele não tinha qualquer função lá. Ele passou cerca de dez minutos, caminhou até o lixo de schnapps, pegou duas garrafas, e retornou para Rîga. Na parte da tarde Paul Botor voltava do campo de Rumbula em seu caminhão e na estrada viu um SS alemão sem cinto e de boné caminhar no sentido a Rîga. Ele parou afim de lhe levantar, mas o homem disse a ele que um graduado comandante de polícia das SS tinha lhe ordenado a caminhar de volta para Rîga.


Alemães e letões parece que consumiram todo o que foi atribuído de schnapps e muito mais. Os participantes da polícias de Rîga receberam metade de uma garrafa de álcool, oficiais receberam um litro. Então com doze anos de idade Juris Legzdiñß entrou na 11 ª Circunscrição em Pårdaugava na parte da tarde. Ele encontrou as instalações em desordem, uma grande tristeza se abateu sobre ele. Os homens caminhavam em estado de embriaguez. Mais tarde Juris soube através de sua mãe, uma escriturária da circunscrição, o que tinha acontecido.

O escritório de Jahnke funcionava como um centro comunicações ao longo do dia, recebendo mensagens de seus homens no gueto e em Rumbula. O Tenente-Coronel Osis pediu a Jahnke para salvar uma enfermeira letã tinha sido levada para as valas à partir do hospital judeu. O ferimento no olho de Heise havia causado um alvoroço. O Coronel Rehberg, da Gerdarmerie, foi apontado para substituir Heise. Flick and Jahnke vivitaram Heise no hospital. À noite, Jahnke recebeu uma mensagem que era necessário guardas adicionais em Rumbula. Ele enviou uma unidade letã para lá.

A ação ao redor das valas e nas vizinhanças não pararam com o tiroteio. As valas pareciam ter vidas: hemorragias e corpos se contorcendo em dor tentando readquirir consciência. A pontaria, no melhor dos casos, não poderia ter sido perfeita, com a chegada da escuridão, ela piorou. Gemidos e choros foram ouvidos durante a noite. Havia pessoas que tinham sido apenas ligeiramente feridas, ou ainda que não atingidas completamente, pois eles rastrearam para fora das valas. Centenas devem ter-se sufocado com o peso das carnes humanas. Sentries [sentinelas] foram destacadas para as valas, e uma unidade da Latvian Schutzmannschaften foi enviada para a guarda da área. As ordens eram para liquidar todos os sobreviventes no local. Mas tarde, às 11:00hs do dia seguinte, dois homens sangrando e uma mulher nua apareceram no estaleiro da estação ferroviária de Rumbula. Uma bala tinha trespassado pescoço de um, e o outro foi ferido na bochecha, sua língua estava rasgada. Mesmo antes que pudesse dizer uma palavra, os guardas letões os pegaram para poder matá-los direito, se a mulher era uma trabalhadora da ferrovia poderia ter suplicado a eles porque as suas crianças estavam em casa. Os guardas lançara a meio-morta mulher em um trenó e voltaram para as valas.

Em 1º de dezembro os homens que trabalhavam no gueto começaram a deixar seus postos de trabalho. A metade oriental do gueto estava em estado de choque, ninguém se atrevia a sair de casa. Em 3 de dezembro a vida começou a voltar ao normal. Foi anunciado que precisariam de mais costureiras na cidade. Frîda Michelsons foi para o lugar indicado e se inscreveu. Entre 3 e 4 centenas de mulheres já estavam lá. Elas foram orientadas a obter alimentos suficientes para dois dias e, depois, voltar às 16:00hs. Quando as mulheres retornaram com as parcelas de alimentação, os policiais dispuseram-nas em cinco colunas e marcharam para fora do gueto. Elas atravessaram a cidade para a Term Prison; (também conhecida como .i.Rîga Erzatzgefängnis) e ficaram mantidas lá por 2 dias sem alguma explicação. Frida Michelson escreveu:

“Eu notei um comportamento incomum ao passar pelas calçadas. Alguns seguiram nossa coluna com os olhos cheios de tristeza, alguns limpando seus olhos, alguuns atravessados a si mesmos, eles sabiam mais do que isso…”
As mulheres judias do grupo de Frîda na Term Prison foram selecionadas em 29 de novembro. Por volta do dia 5 de dezembro as mulheres foram selecionados por um oficial alemão, alguns tiveram de ir para a direita, outras para a esquerda. Os certificados de especialização de Frida Michelson de nada serviram; para ela ou para o seu grupo, elas voltaram para o gueto. Elas iriam fazer parte da ação do dia 8 de Dezembro.


Não é certo que o segundo dia de assassinatos foi originalmente previsto. E é possível que Jeckeln considerou a continuação no dia dia seguinte, 1º de Dezembro. Mas as dificuldades dos processos e, talvez, a tensão sobre os homens, foram suficientes para adiar a ação. O adiamento acabou por ser de 8 dias.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Retratação ao Blog dos filhos de Herberts Cukurs

Conforme eu publiquei em meu último post sobre o Blog dos filhos de Herberts Cukurs e após a explicação do mesmo, sobre o que seria a "citação de Ezergailis a Cukurs", venho pedir desculpas por ter dito que eles estavam distorcendo e postando mentiras acerca dos textos por nós traduzidos. Conforme postado no Blog deles (posteriormente ao que postei):

"Quando me refiro que o nome de Herberts Cukurs não é citado,quero me referir que nem no livro de Ezergailes,nem no livro de Frank Gordon,nem no livro de Max Kauffmann,Herberts Cukurs é citado,como participante, executor, mandante de qualquer crime contra o povo judeus,assim como foi feito em relação a todos os outros envolvidos."
[grifos meus]


Como isto não estava postado antes, quando fiz o meu post, eu não poderia adivinhar que era neste sentido, mesmo assim, ficam aqui as minhas sinceras desculpas pelo que considero como mal entendido.
A função deste Blog é de informar, em momento algum desejamos atrito com envolvidos na História.

domingo, 18 de maio de 2008

Comentários sobre o Blog dos filhos de Herberts Cukurs à respeito de Rumbula


No Blog dos filhos de Herberts Cukurs: http://herbertscukurs.blogspot.com/ estão sendo usadas as traduções que estamos fazendo do Capítulo 8 do livro The Holocaust in Latvia, 1941-1944: The Missing Center do historiador letão Andrew(Andrievs) Ezergailis sobre o massacre dos judeus em Rumbula na Letônia, não temos nada contra a utilização dos textos de nosso blog, mas gostaria de solicitar aos filhos de Cukurs e também a quem queira utilizar nossos textos/traduções que quando os utilizarem, pelo menos dêem o crédito a este blog.
Mas não autorizamos utilizar os nossos textos para efeito de distorção, como o Blog dos filhos de Cukrs estão fazendo.

Vamos ver o que está ocorrendo:

A primeira parte do texto sobre o dia 30 de Novembro de 1941 (1º dia do massacre de Rumbula), foi publicada no nosso blog através do link: http://holocausto-doc.blogspot.com/2008/05/holocausto-na-letonia-30-de-novembro-de.html em 14 de Maio de 2008, esta parte e outras também foram copiadas pelos filhos de Cukurs, mas como dissemos, não ligamos, desde que se façam as devidas referências, assim como fazemos com o Blog dos pesquisadores do The Holocaust History Project (http://www.holocaustcontroversies.blogspot.com/) .

Só que uma coisa é copiar o que está no blog, outra é copiar e distorcer os textos, abaixo texto no blog dos filhos de Cukurs:

"Este texto foi retirado do livro do historiador judeu nascido na Letônia e hoje residente em Israel,Frank Gordon.Em seu livro de quase 500 folhas,escrito em leto,e posteriormente traduzido a outros idiomas, descreve os horrores pelos quais os judeus passaram,e detalhadamente conta todos os pormenores.Em todo o seu livro,o nome de Cukurs é mencionado três vezes,na mesma pagina,como se segue:"

Não sei se Frank Gordon copiou Andrievs Ezergailis ou vice-versa, mas o texto reproduzido no Blog dos filhos de Cukurs, foi copiado do nosso, e com certeza é de Andrievs Ezergailis, abaixo texto do blog dos filhos de Cukurs:

"O esvaziamento do gueto começou pelas casas ocidentais das ruas Låçpléßa e Jékabpils. Os judeus estavam despertos e disseram que estariam prontos em meia hora na rua Sadovñikova. Na outra extermidade do gueto, onde a rua Ludzas se encontrava coma rua Lauvas e a rua Lieknas se encontrava com a rua Ûîdu, uma equipe de homens estavam cortando as cercas para fazer saídas especiais para encurtar o caminho para sair do gueto pela rua Maskavas e sobre a auto-estrada para Rumbula. As equipes do despertar iam de casa em casa, de quarteirão a quarteirão, desferindo murros nas portas. Após meia hora, as equipes voltaram novamente para o ponto de partida para assegurar que nenhum judeu permaneceu nos apartamentos. Os homens de Aråjs, talvez uns cem, foram conduzidos por Herberts Cukurs."
Comentário da pessoa que publicou:
(Interessante é que nos arquivos militares Letonianos encontrados não consta que Herberts Cukurs tivesse tido algum posto de comando,Andriev Ezergailes em seu livro Holocausto na Letônia,descreve detalhadamente quem foram os responsáveis pelas mortes de judeus tanto do lado alemão quanto dos letões, e o nome de Cukurs também não aparece.
[os grifos acima são meus]

E É mencionado o nome de Herberts Cukurs no livro de Ezergailis SIM. Abaixo as fontes das citações:

Citação 52:
The documentation of Cukurs and Aråjs men in the ghetto is manifold (Landgericht Hamburg: deposition of Joseph Berman, 18 January 1952).
Este julgamento ocorreu em Hamburgo em 1952 e Joseph Berman testemunhou que Herberts Cukurs era um dos líderes de uma das colunas de transporte do gueto para Rumbula, portanto as colocações feitas pelos filhos de Cukurs (sublinhadas no texto acima) não procedem (não estamos dizendo que Berman está correto!)

Outra citação no livro de Ezergailis, nota 55:

Very credible on Cukurs is Aron Prell's statement taken in Rîga June, 197? (date illegible) (Aråjs Trial Records, pp. 7188-92). Cukurs had the most recognizable face of all of the Latvian SD men.

O julgamento do Kommando Arajs (onde supostamente Herberts Cukurs foi subordinado de Arajs) e de Victor Arajs estará disponível em breve pela Universidade de Amsterdã, que já traduziu e publicou 36 julgamentos de criminosos de guerra no perído da Segunda Guerra, abaixo uma pequena consulta que fiz PELO LINK: http://www1.jur.uva.nl/junsv/brd/Tatortfr.htm (é só escrever Rîga na procura)

Minha tradução (livre):

Processo nº sequencial 856
Tipo de crime: Outros crimes de extermínio em massa
Acusados: Arajs, Viktor Bernhard, condenado a prisão perpétua
Sentenças judiciais:
LG Hamburg 791221
Pais do crime: Letônia
Local do crime: Riga
Data do crime: 411208
Vítimas: Judeus
Nacionalidade: Letônia
Entidade: Polícia, Polícia Auxiliar da Letônia, Riga ('Kommando Arajs')
Objeto do processo: Fuzilamento em massa dos judeus habitantes do Grande Ghetto de Riga na floresta de Rumbula.

Publicação em preparação

A publicação ainda está em preparação, depois de publicado pode-se comprar por 25 Euros.

Como vimos é uma mentira muito grande dizer que Ezergailis não citou Cukurs em seu livro (é bom saber ainda que, a parte do dia 30 de Novembro de 1941 não foi totamente traduzida) além do mesmo ter sido citado no julgamento de Hamburgo em 1952, talvez por isso a perseguição ao mesmo.

Gostaria de dizer que eu não sei nada sobre Cukurs, ainda estou traduzindo e estudando o material disponível sobre o mesmo, não tenho opinião formada se o mesmo foi criminoso ou não. À princípio pelo livro de Ezergailis ele foi citado no julgamento de Hamburgo, e ainda não temos este material, todo o material sobre Cukurs após a publicação do livro de Ezergailis que puderem nos enviar, por favor, enviem através do e-mail do nosso blog.

Após a tradução de todo o capítulo irei editar e postar as citações do capítulo.
Obrigado,
LeoGott

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Holocausto na Letônia - 30 de Novembro de 1941

Esta tradução se refere ao Capítulo 8 do livro The Holocaust in Latvia, 1941-1944: The Missing Center do Historiador letão Andrew Ezergailis.

Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://www.rumbula.org/remembering_rumbula.shtml


30 de Novembro de 1941 (Primeira Parte)

Enquanto Rîga dormia durante a noite de 30 de novembro e era um domingo, cinco horas antes do nascer do sol, algumas tropas alemãs e policiais letões começaram a avançar para as suas estações. O clima era sazonal – o que parou e congelou os alemães em Moscou e destruíram pomares de séculos de idade, na Letônia ainda não haviam chegado. A Baía de Rîga, embora superficial, ainda expressava sua influência moderada sobre a cidade e seus ambientes. A temperature estava nos limites da estação, com baixos 7.5°C negativos às 7:00 da manhã., e altos 1.1°C positivos às 13:00hs. Na noite anterior cerca de 7cm de neve haviam caído, deixando o terreno gelado e escorregadio. Nenhuma neve adicional caiu no dia 30. Nesta época, haveria menos de oito horas para a luz do dia na Letónia, por isso o trabalho começou e terminou antes do amanhecer e após o por do sol.

Na noite de 29 de novembro os chefes das circunscrições convocaram seus homens e cerca de 1/3 deles recebeu uma ordem extraordinária: para se apresentarem nas circunscrições na manhã do dia 30 de novembro. As atribuições das horas variavam de circunscrição para circunscrição, dependendo de quando eles seriam necessários no gueto. A polícia disse-lhes que eles teriam que guardar o transporte dos judeus do gueto para a estação de Rumbula estação, para a reinstalação deles um campo de trabalho.Na passagem desta ordem, Osis, Ítiglics e os supervisores alemães mentiram para os chefes de circunscrição. Os rumores, não obstante, de que os chefes de circunscrição e seus homens receberam as ordens sem consciência durante as duas semanas anteriores, foi sombrio e progressivamente apertado, mediante Rîga e suas vidas. Eles não sabiam que estavam prestes a serem envolvidos em um evento que não se atreveriam a falar para o resto das suas vidas, e que iriam em breve tornar-se cúmplices de homicídio de um dos maiores assassinatos cometidos na história da Letônia. A atividade dentro e fora do gueto começou às 4:00hs da manhã. Os primeiros a entrarem ação foram Hesfer e os doze homens da German Schutzpolizei, um desconhecido número dos homens de Aråjs, e os oitenta homens da guarda interna dos judeus.

O esvaziamento do gueto começou pelas casas ocidentais das ruas Låçpléßa e Jékabpils. Os judeus estavam despertos e disseram que estariam prontos em meia hora na rua Sadovñikova. Na outra extermidade do gueto, onde a rua Ludzas se encontrava coma rua Lauvas e a rua Lieknas se encontrava com a rua Ûîdu, uma equipe de homens estavam cortando as cercas para fazer saídas especiais para encurtar o caminho para sair do gueto pela rua Maskavas e sobre a auto-estrada para Rumbula. As equipes do despertar iam de casa em casa, de quarteirão a quarteirão, desferindo murros nas portas. Após meia hora, as equipes voltaram novamente para o ponto de partida para assegurar que nenhum judeu permaneceu nos apartamentos. Os homens de Aråjs, talvez uns cem, foram conduzidos por Herberts Cukurs. O motorista do ônibus azul, Franks-Pranks, trouxe cerca de 15 a 20 homens alemães da rua Reimersa para o gueto.


Então o tumulto e o tiroteio começaram. Muitos judeus se recusaram a ir; os doentes e os idosos não podiam ir. Dizer que este 30 de Novembro, aconteceu uma insurreição no gueto de Rîga pode ser muito forte; mas a desobediência prevaleceu. E foi impiedosamente esmagada. As primeiras brutalidades and assassinatos ocorreram dentro das casas e nas escadarias. Então foram movidos para fora, nas ruas. A organização das colunas foi mais difícil do que esperar. Os judeus do gueto não foram gentilmente para Rumbula. Os judeus estavam dificultando ao deixar as colunas e se esconderem na parte oriental do gueto. As estimativas variam, mas por volta de Meio-Dia de 600 a 1,000 pessoas se espalhavam ao redor das ruas do gueto, especialmente na rua Ludzas. Em 30 de novembro, existiam 2 massacres: um no gueto, e outro em Rumbula. É confuso saber quem assassinou no gueto. Devido a escala dos assassinatos, é provável que todo mundo que tinha armas participou, que inclui Cukurs e os homens de Aråjs. No entanto, se é verídico, como alguns sobreviventes depuseram, os assassinatos no gueto foram feitos com armas automáticas então os homens de Aråjs poderiam não ter participado nas maiores opressões do protesto.


Dentro do gueto, as colunas foram organizadas pelos homens de Heise, com Cukurs assistindo. Da equipe que conduzia as colunas no gueto devido aos buracos na cerca, cinco ficaram a par, os judeus do cortejo que estavam fadados a marchar, toda a extensão do gueto, a passagem das janelas dos habitantes da parte oriental, quem ainda tinha uma semana ou um dia de vida. Uma vez as colunas nas ruas, os homens da German Schutzpolizei e da polícia de Rîga as faziam de novo. O tiroteio e o tumulto haviam despertado o gueto inteiro. Os judeus da parte oriental espiavam através das persianas, para verem seus compatriotas dirigirem-se para fora do gueto. Trabalhando no gueto, Jack Efrat viu as colunas dirigirem-se ao longo da rua Ludzas. As colunas progrediam entre paradas e começos, a cauda da coluna tinha dificuldades de manter de pé. O gueto estava coberto de homens armados. Frîda Michelson de ter vistos as colunas passarem por sua janela:

Já no começo das primeiras luzes. Uma coluna sem fim de pessoas, guardadas por policiais armados, iam passando. Mulheres jovens, mulheres com bebês nos braços, mulheres idosas, deficientes físicos, ajudados pelos seus vizinhos, jovens garotos e garotas — todos marchando, marchando. De repente, na frente da nossa janela, um homem alemão das SS começou a atirar com uma arma automática apontando para a multidão. As pessoas eram aniquiladas pelos tiros, e cortavam os paralelepípedos. Havia confusão na coluna. Pessoas estavam pisoteando as que caíam ao chão, eles empurravam para frente, perto dali os homens da SS atiravamincontrolavelmente. Alguns arremessavam suas malas para poder correr mais rápido. Os policiais letões gritavam “Rápido! Rápido!” e açoitavam com chicotes as cabeças da multidão … A coluna de pessoas continuava em movimento,
às vezes a metade corria, marchava, trotava, sem fim. Tinha um, tinha outro, que caía e outros andavam, constantemente eram instigados pelos policiais, “Rápido! Rápido!” com chicotes e rifles na bunda. … Eu ficava na janela e e observei até o meio-dia quando a marcha de horror acabou. … Agora as ruas estavam silenciosas, sem movimento. Corpos estavam espalhados por todos os lados, minas
de sangue ainda escorriam dos corpos sem vida.


A maioria era de pessoas idosas, mulheres grávidas, crianças, deficientes físicos — todos que não podiam manter em pé e que não suportaram o tempo desumano da marcha. A polícia de circunscrição letã ficou pasma ao chegar para cumprir a agenda de receber as colunas e deixarem o gueto. Péteris Stankéviçs da circunscrição do porto chegou às 7:00 da manhã. Uma coluna de judeus já estava pronta e com todos os seus pertences. Antes de partir do gueto o Captain Riks informou aos seus homens:


Os judeus serão transportados para outro campo. Mas como eles entraram no gueto, veremos outro quadro: bens estão espalhados por todo lado, e vários lugares e praças estão com judeus mortos. … Chegamos à conclusão que foram os alemães e letões que servem na polícia do SD, que trouxeram os judeus das casas do gueto e os que resistiram foram punidos e espancados e alguns deles morreram.

Uma ausência de humanidade — homens, mulheres e crianças — estavam marchando para Rumbula. Os muito doentes, mancos, e idosos estavam pegando os ônibus e caminhões. As colunas consistiam de cerca de 1.000 pessoas, mas é somente uma estimativa, ninguém contou. A respeito dos 50 policiais de Rîga, com as carabinas prontas, foram empregados em cada coluna. As testemunhas da German Ordnungspolizei no tribunal de Hamburgo depuseram que os letões estavam nos lados das colunas, dois alemães eram os líderes principais, e dois eram não eram principais. O trabalho deles era observer os letões, mas a situação ficou tão caótica que o trabalho não foi planejado.


Franks-Pranks, após entregar os alemães do SD no gueto, pegou o ônibus azul e carregou com judeus, crianças, e outros que não poderiam andar. No caminho para Rumbula ele passou pelas colunas lideradas pelos policiais letões e alemães. Ele agendou para fazer a segunda viagem, mas os alemães não queriam esperar.


A primeira coluna deixou o gueto às 6:00hs da manhã. Embora fosse domingo pela manhã e as pessoas ainda estavam dormindo, cem pessoas que viviam ao longo da rua Maskava puderam observar os horrores do lado de fora. Hoje a rua Maskava está construída com apartamentos no estilo soviético. Em 1941 ela era muito suburbana, com casas de madeira e pequenos jardins. Em direção a Rumbula, as casas são menores e com jardins maiores. Dos muitos lugares ao longo da estrada, Daugava era visível. No meio do caminho em direção a Rumbula, está o limite da cidade de Riga, a rua Rasas, que tem um terminal de bonde. Deixando os limites da cidade, cruza a fábrica de borracha Kvadråts do lado direito da rua Í˚irotava; a estação de trem fica à esquerda.

Ainda existem 5km para frente. A estrada em direção a Rumbula é plana, quase em nível. O controle das colunas não foi trabalhado com antecipação. Com todos os gritos e tiros a paz não pode ser mantida. As colunas de alongavam. Os alemães na frente e na causa das colunas, não viam o que estava acontecendo, a perda do controle da situação. A contagem de corpos ao longo da estrada se multiplicava. No passado ao longo da estação de Í˚irotava vivia a família Garkalns. A filha deles, então com sete anos de idade, lembrou de uma coluna de judeus que no passado se dirigiam para sua casa, que tinha cerca de 100 pés para fora da estrada. Um pandemônio quando foi quebrada. Alguns judeus recusavam em continuar, eles gritavam, empurravam e batiam. A coluna continuava novamente. A alguns passos abaixo da estrada um tumulto quebrou novamente a nova coluna. Eles estavam atirando, e as pessoas mortas eram deixadas ao lado da estrada. As pessoas entravam em pânico, começavam a gemer. A mãe da garota pendurava cobertores atrás das janelas, e a garota achava um espaço para olhar e era novamente proibida de ver.


A marcha progredia, muitas mulheres, crianças e pessoas idosas não conseguiam ficar de pé. Bens eram jogados fora, lixos na Estrada e nas valas. Os fortes e saudáveis tentavam suportar a exaustão dos que estavam caindo pelo caminho. Eles eram apanhados e atirados sobre as carroças de cavalos que seguiam as colunas. Foram muitos tiros e corpos que cortaram a estrada. A ordem de matar não era somente para os que tentavam fugir, mas também para quem deixava a coluna para descansar ao lado da estrada. Sem dúvida, muitas pessoas foram mortas pelos guardas das colunas. Os 10km ao longo da estrada foram presumivelmente patrulhados pelos homens da SD escolhidos a dedo por Jeckeln. Nos depoimentos dos alemães não era incomum encontrar guardar letões sendo acusados de fazer parte da maioria dos assassinos. Foi alegado que homens da German Ordnungspolizei foram introduzidos às colunas afim de atiçar os letões para ventilar sua raiva contra os judeus antes de alcançarem Rumbula.

Entre os letões, no entanto, há notícias sobre policiais letões que recusaram-se a matar um judeu que estava exausto e deixou a coluna. O tenente Aleksanders Vilnis parou uma jovem judia que vinha com seu bebê. Os guardas letões a haviam deixado passar sozinha. Um supervisor alemão correu até o guarda e colocando uma pistola em sua têmpora ordenou que o letão matasse a mãe e a criança. O supervisor alemão da 11 ª circunscrição, gabando-se, puxou a arma do Tenente Grigors e ordenou-lhe que matasse os judeus.

Os primeiros judeus que morreram em Rumbula não foram esses de Riga, mas uns que chegaram de trem do Reich. Eles chegaram na estação de Í˚irotava na noite de 29 de Novembro. Não havia nenhum habitação para eles, assim sendo eles for am liquidados nas primeiras horas da manhã, nates da coluna dos judeus de Rîga chegarem. As linhas da estrada de ferro estavam somente a 100 metros do local dos assassinatos de Rumbula. A primeira coluna de judeus vindos do gueto chegou em Rumbula às 9:00hs da manhã. A maior parte das testemunhas alemãs informaram-nos que as colunas foram conduzidos para um ponto da auto-estrada onde o caminho virava bruscamente para o local dos assassinatos.

(Continua...)

terça-feira, 13 de maio de 2008

Holocausto na Letônia - Rumbula (O conhecimento da Intenção)

Esta tradução se refere ao Capítulo 8 do livro The Holocaust in Latvia, 1941-1944: The Missing Center do Historiador letão Andrew Ezergailis.

Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://www.rumbula.org/remembering_rumbula.shtml
O conhecimento da Intenção

Quando é que os participantes na ação Rumbula ficaram sabendo que as ordens de "reassentamento" dos judeus realmente significava que era para abatê-los?

Os juízes no julgamento de Jahnke em Hamburgo dispensaram grande esforço para tentar apurar o tempo e o grau de conhecimento. O tribunal determinou que parte do sistema de Jeckeln era ocultar as intenções até o final. O tribunal considerou também que a maioria dos oficiais alemães sabiam antes de 30 de novembro que haveriam as execuções, e que os comandantes de nível intermediário compreenderam a situação em toda a sua brutalidade na noite de 29 de novembro.

Eles também sabiam que a regra de 20kg de bagagem era uma farsa. Embora alguns possam ter tido premonições, os homens nas fileiras menores não sabiam até a hora dos tiros em Rumbula. A mesma distinção também pode ser estabelecida entre os oficiais letões e os policiais que guardaram as colunas para Rumbula. Seria, contudo, correto presumir que os policiais letões, estando em sua própria terra e vendo o que se passava à sua volta, tinham premonições mais claras do que os alemães.

Contudo, é também parte do registro que, logo que Heise chegou a Rîga, ele visitou o QG da Latvian Schutzmannschaften na Rua Annas em 15 de setembro, e, na presença de oficiais da Lativan e os chefes de circunscrição da polícia de Riga, foi dito que o gueto seria somente um arranjo temporário para a solução da questão judaica.

Na noite de 29 de novembro foi dito para os policiais letões para estarem prontos para a manhã seguinte, e que os judeus seriam levados para a estação ferroviária de Rumbula afim de serem transportados para outro lugar.

Eles tinham ordens para atirar e matar todos os que saiam fora da coluna ou os que tentavam fugir. Em adição ao atirar-para-matar, alguns alemães também tinham ordens para matar qualquer guarda letão que não conseguisse matar um judeu “desobediente”.

Holocausto na Letônia - Rumbula (A criação do pequeno gueto)

Esta tradução se refere ao Capítulo 8 do livro The Holocaust in Latvia, 1941-1944: The Missing Center do Historiador letão Andrew Ezergailis.

Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://www.rumbula.org/remembering_rumbula.shtml
A criação do pequeno gueto


O particionamento do pequeno gueto foi o preâmbulo para a ação em Rumbula. A pressão da guerra defendeu a preservação dos judeus para o trabalho. Todos os grupos e empresas sob ocupação alemã que estavam preocupados com o esforço de guerra ou com a exploração econômica nos territórios estavam interessados na mão de obra judia. O Reichkomissar Lohse, seja qual for o seu papel nos assassinatos, foi ele que estabeleceu o gueto. A questão era demasiado importante para ser decidida localmente e, assim, foi retomada pelos Reichministers Rosenberg e Himmler, em Berlim. Rosenberg, sem o livre acesso a Hitler, instou Lohse a cooperar com o SD. O "economista", no entanto, ganhou uma pequena vitória as pessoas do sexo masculino aptas fisicamente, com idade de 16 a 60, foram autorizadas a viver.

A cerca de 27 de Novembro, 4 quarteirões da seção nordeste do gueto começaram a ser desativados e cercados com arame farpado. A cerca decorreu ao longo das ruas Lielå Kalna, Lauvas, Ludzas, e Daugavpils.

Estava definido o pequeno gueto, ou, como os judeus do Reich chamavam o gueto letão. A ordem de “reassentamento” dos judeus no gueto foi emitida em 29 de Novembro. De acordo com as ordens, os homens aptos fisicamente seriam deslocados para o pequeno gueto, e o restante seriam “realocados” em um campo para trabalhos leves. Cartazes anunciavam a mudança, dizendo que o trabalho dos judeus seria separado do restante em 29 de Novembro. A “realocação” dos judeus iniciaria com o transporte às 6:00 da manhã de 30 de novembro; eles foram informados de que poderiam levar uma bagagem de até 20kg.

“Esta ordem apareceu como uma trovoada, gerando caos e pânico, onde estava camplacente e uma relativa sensação de segurança do gueto.” escreveu Frîda Michelson, uma sobrevivente do gueto. A principal preocupação era o que precisariam lever para a viagem, o que colocar nas malas — que roupas de inverno deveriam pegar, qual comida e outros suprimentos. A separação das famílias era o maior problema. Era suposto que em qualquer parte que os homens judeus fossem alocados estariam mortos, como diziam os homens do pequeno gueto, porque a primeira onde de assassinatos foi entre julho e agosto, os homens foram os primeiros a morrer.

“Todo o gueto estava em movimento, como formigas em um formigueiro”, recordou Michelson “Fizemos e refizemos os volumes; preparamos os pacotes, selecionamos e re-selecionamos os alimentos e roupas mais necessários, se compararmos, isqueiro era uma das coisas mais pesadas. Nós testamos as embalagens de cada pessoa em peso e conforto para vermos o desempenho deles."

A separação dos homens de cada família aptos fisicamente ocorreu em 29 de novembro. E de manhã todos estavam trabalhando para deixar o gueto. Entretanto, durante o dia, os judeus do gueto foram examinados. Os que foram considerados aptos para o trabalho foram movidos para o pequeno gueto. O exame durou todo o dia. Após o trabalho, quando os judeus voltavam para o gueto, também eram examinados: alguns eram separados destacados como impróprios para o trabalho. No total, cerca de 4.000 homens judeus foram movidos para o gueto pequeno.

As mulheres não foram enviadas para trabalhar em 29 de novembro. Nesta tarde um cartaz anunciava que as mulheres com aptidões em costura e alfaiataria competências deveriam se apresentar e reportar ao Judenrat, o conselho judaico. Cerca de 300 mulheres reportaram. À noite as mulheres foram levadas para a Term Prison (Termiña cietums) perto da Estação Brasla, e ficaram até às 10:00 horas da manhã. Cerca de dois dias após a primeira ação, talvez em 2 de dezembro, as 300 mulheres se juntaram a outras 200. A maioria permaneceu na prisão por cerca de 2 semanas, e em 13 de dezembro elas retornaram para o gueto e se mudaram para duas casas em todo o pequeno gueto nas esquinas das ruas Ludzas e Lieknas, que ficou conhecido como o gueto das mulheres.
Ao todo cerca de 4,500 a 5,000 judeus de Rîga Jews sobreviveram à liquidação de Jeckeln.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Holocausto na Letônia - Rumbula (Os letões da Ação de Rumbula)

Esta tradução se refere ao Capítulo 8 do livro The Holocaust in Latvia, 1941-1944: The Missing Center do Historiador letão Andrew Ezergailis.


Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://www.rumbula.org/remembering_rumbula.shtml


Os letões da Ação de Rumbula


A participação dos letões, apesar de sempre ser reconhecida e destacada pelos alemães em depoimentos, é difícil de ser reduzida.

Nós sabemos mais ou menos as identificações das unidades participantes, mas as informações sobre suas atribuições e o desempenho é muito fragmentada. Mesmo estabelecendo que a participação do Commando Aråjs dependa mais das suposições informadas do que em documentos e depoimentos. Não houve qualquer investigação a respeito de crimes de Guerra cometidos por letões nesta ação. Numericamente, a maior composição da ação em Rumbula era de letões, e entre eles a polícia da circunscrição em Riga. Mas é provável que não inclua mais do que 2/3 do total. Ou seja, se o número estimado de participantes foi de 1.500 homens, e à partir de um ponto de vista teórico não estaria fora do intervalo pensar que 1.000 eram letões.

Haviam quatro grupos armados de letões em Riga, a saber: o SD, a polícia da circunscrição, a polícia distrital de Riga, e o batalhão de Polícia Anna Iela que foi treinado em ações militares na Rússia.

O pilar central, e do ponto de vista de Jeckeln e de parte dos letões, o mais valioso, era o Commando Aråjs e outras unidades do SD. Juntando tudo, Jeckeln poderia ter de 350 até 400 letões no SD. Outros com certeza eram os guarda letões do gueto liderados pelo Tenente Danskops. Entre oitenta e cem. Na polícia distrital de Riga em Jånis Veide podemos anotar outros 300 homens. O maior contingente de letões vieram da polícia da circunscrição: as treze circunscrições, a polícia do porto, e os homens sob controle direto de Ítiglics. Existiam cerca de 1.400 homens em serviço na polícia de Riga, e outros 1/3, estavam cumprindo ordens nos portões do gueto nas manhãs de 30 de Novembro e 8 de Dezembro. Outra potencial fonte de letões armados, o Recrutamento da Reserva, estava sob o controle de Annas Iela e na ocasião tinham entre 400 e 500 homens, mas Jeckeln parece ter deixado-os sozinhos. As unidades do Recrutamento da Reserva de Anna Iela indiretamente contribuíram para a ação no gueto através dos guardas do gueto liderados por Danskops, que originalmente vieram de Annas Iela.

Ao considerar as forçar letãs usadas na ação em Rumbula, deve-se lembrar que a vida na cidade continuava, e a cidade não poderia ficar desprotegida. Se ocorresse qualquer coisa, os guardas sobre as pontes foram reforçados, e devido a rumores de insurreição e à possibilidade de uma revolta judaica, um certo número de letões e alemães armados foram mantidos na reserva. É razoável supor que o Recrutamento da Reserva da Letônia ficaram retidos, somente para uma finalidade.

Várias testemunhas alemãs mencionaram a presença de oficiais letões na reunião preparatória. Embora o único nome mencionado é o do Osis, o líder do Latvian Schutzmannschaften, os nomes dos outros letões presentes nesses encontros podem ser facilmente identificados, para a escolha de forma muito restrita. Os únicos que poderiam ter ido lá, para além da Osis, seriam Aråjs, Ítiglics, e o chefe dos guardas letões no gueto, Danskops. Aråjs poderia ter levado seus intérpretes Harijs Liepiñß ou Boriss Kinslers. Era um grupo com 25 oficiais ao todo, não poderiam ter sido mais do que 5 letões. Para identificar os nomes dos policiais da polícia de circunscrição letã que participaram das ações em Rumbula é praticamente impossível, salvo poucas exceções. Todos os chefes de circunscrição foram responsáveis por transmitira ordem, e seus nomes estão disponíveis. Certamente todos os guardas do gueto estavam envolvidos, exceção de Danckops, mas não temos qualquer forma de identificação dos mesmos. Quase todos do Commando Aråjs estavam lá, e os seus nomes, em grande parte já foram identificados. Se os guardas do gueto tinha algumas funções especiais, ou não, não sabemos, mas podemos assumir que as suas posições na periferia foram reforçadas. Não podemos reconstruir com toda a certeza o tempo exato de quando letões em seu mais alto escalão tiveram conhecimento sobre os assassinatos em massa próximo de Rîga. Aråjs e Ítiglics devem ter tido conhecimento a partir de Lange. Uma dúvida seria se Osis sabia sobre o assunto há mais de três dias antes do evento. A primeira indicação de que os letões foram incluídos na operação aparece no diário de ordens de Annas iela em 18 e 19 de novembro, quando o Oficial Ernests Penaus e o soldado Péteris Leitåns foram mudados de comando para o Major Heise.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Holocausto na Letônia - Rumbula (Alemães Participantes das Ações)

Esta tradução se refere ao Capítulo 8 do livro The Holocaust in Latvia, 1941-1944: The Missing Center do Historiador letão Andrew Ezergailis.

Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://www.rumbula.org/remembering_rumbula.shtml


Os Alemães Participantes da Ação


Apenas uma parte da lista de participantes alemães é conhecida por nós. Ao topo da lista está o Gruppenführer Jeckeln. Ele está acompanhado do Obersturmbannführer Degenhart, que não acompanhou Jeckeln durante o planejamento da ação, mas nos dias cruciais, antes da ação explicou e comunicou as ordens de Jeckeln para outros participantes.
Do staff de Jeckeln temos o Untersturmführer Ernst Hemicker, o designer das valas de Rumbula; o Sturmbannführer Bruns, que coletou os bens valorosos nas valas; Sturmbannführer Zimmermann, o Chefe do transporte; Johannes Zingler, um dos atiradores nas valas; and Endl, Lüschen, and Wedekind. Estes segundo Degenhart eram guardas de Jeckeln que trabalharam nas valas.

Entre outros alemães do SD e funcionários da Ordnungspolizei, estavam envolvidos Rudolf Lange e Arnold Kirste. Entre os comandantes da Ordnungspolizei que foram envolvidos na ação estavam Generalleutnent Jedicke, comandante da Ordnungspolizei em Ostland, e o Oberstleutnant Flick, comandante da Ordnungspolizei na Letônia.
Na tarde de 30 de Novembro, antes que terminasse os assassinatos, Heise foi ferido por um estilhaço de bala no olho e e não pode participar da segunda ação. Flick deu ordens a Rehberg da Gendarmerie para substituir Heise.

Alguns nomes da Ordnungspolizei, que participaram da liquidação do gueto por uma variedade de indiciamentos, veredictos, e depoimentos:

Hauptmann Heinrich Oberwinder, organizador dos policias letões e alemães para a ação em Rumbula. Na preparação para a liquidação do gueto, ele forneceu instruções detalhadas para a Latvian Precinct Police.

Lieutenant Friedrich Jahnke realizou e atribuiu muitas ordens de Heise – da “guetorização” dos judeus em Setembro até a organização dos guardas no gueto em Outubro. Foi um ativo organizador e supervisor da Latvian Schutzmannschaften. Participou da primeira ação em Rumbula como organizador no QG de Heise, na segunda ação supervisonou a limpeza do gueto e também levou-os [os judeus] às valas de Rumbula.

Polizeihauptwachtmeister Otto Tuchel participou do estabelecimento do gueto e foi supervisor dos guardas letões no gueto. Talvez foi o mais brutal dos guardas do gueto. Mesmo antes da ação em Rumbula, matou diversos judeus dentro do gueto. Entre 30 de Novembro e 8 de Dezembro cuidou em detalhes das limpezas das casas dos judeus. Tuchel participou da organização das colunas e assassinou os judeus que estavam como dificuldades de locomover em frente ao hospital do gueto.

Oberwachtmeister Max Neuman; esteve envolvido em diversos assuntos judaicos desde sua chegada em Setembro a Rîga. Foi um dos supervisores dos guardas letões. Liderou a primeira coluna de judeus do gueto em 30 de Novembro, foi considerado responsável pelos assassinatos antes e depois da ação.

Precinct Lieutenant Hesfer foi apontado por Heise para liderar o grupo dos alemães para a limpeza das casas do gueto na manhã de 30 de Novembro e 8 de Dezembro, e supervisionou os policiais letões e judeus. Participou da organização das e assassinou os judeus que estavam como dificuldades de locomover em frente ao hospital do gueto.

Oberwachtmeister der Gendarmerie Paul Draeger foi um motorista e representante do comandante Rehberg da Gendarmerie. Desempenhou papel na evacuação do gueto na ação de 8 de Dezembro.

Emil Diedrich comandante da 3ª Companhia do 22º Batalhão da Schutzpolizei. Recebeu ordens de Jelgava para ir para Rumbula, onde posicionou sua metralhadora na periferia do local dos assassinatos.

Sturmbannführer Bruns foi o encarregado dos valores.

Polizeihauptmeister Müller organizou o transporte nos dois dias de ação.

Holocausto na Letônia - Rumbula (Ordens Finais)

Esta tradução se refere ao Capítulo 8 do livro The Holocaust in Latvia, 1941-1944: The Missing Center do Historiador letão Andrew Ezergailis.


Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://www.rumbula.org/remembering_rumbula.shtml



Ordens Finais


Alguns dias antes da ação, talvez em 27 de Novembro, um encontro entre a cúpula da Ordnungspolizei e dos comandantes do SD que foram chamados ao QG da Schutzpolizei. Este encontro serviu para coordenar as atividades de todos os participantes das unidades: a SD de Jeckeln, a Ordnungspolizei, e a Latvian Schutzmannschaften. Ao todo, cerca de 20 a 25 pessoas estiveram presentes. Osis, Ítiglics, e Aråjs devem ter representados os contingentes letões. Esta reunião final estabeleceu o calendário da operação. Como representante de Jeckeln, Degenhart estava especialmente preocupado com o tempo e organização das colunas de judeus saindo do gueto e às tarefas dos homens no local dos assassinatos. A reunião durou pelo menos meia-hora.

Na tarde de 29 de Novembro, um dia antes da matança, Jeckeln chamou para uma reunião os oficiais comandantes na sala de conferências de Ritterhaus, onde ele falou sobre a vindoura liquidação do gueto. Ele salientou que a participação nos assassinatos era uma obrigação patriótica e salientou também que a recusa de participar era igual à recusa de participar de uma guerra, como se fosse uma deserção. Para aqueles membros do staff HSSPF que não tinham atribuição específica, Jeckeln ordenou a ida às valas como observadores, para que todo mundo soubesse e testemunhasse o evento. (“machte er zur Pflicht, den Exekutionen als Zuschauer beizuwohnen, um niemandem Mitwisserschaft und Mitzeugenschaft zu ersparen”).

Na conclusão da sessão de Ritterhaus, o comandante da Ordnungspolizei, Flick, tomou a palavras e em um breve discurso deu as últimas informações para seus funcionários. Nenhum letão importante estava presente na reunião.

Na noite do dia 29 por volta das 19:00 Degenhart coordenou uma sessão no quartel da Schutzpolizei em Rîga. O Major Heise ordenou que seus homens estivessem prontos às 4:00 da manhã no gueto para o “reassentamento” dos judeus. Ele disse que os judeus seriam movidos para uma estação ferroviária. A maioria dos homens já havia entendido que “reassentamento” era um eufemismo para assassinato. Compreendendo Heise adicionou: “Mas homens, não sujem os seus dedos!” (Aber Männer, macht Euch die Finger nicht schmutzig!). Ele disse que os judeus seriam entregues para outra pessoas na estação. Esta reunião demorou cerca de 50 minutos.

Os oficiais da Schutzpolizei foram chamados ao escritório de Heise e deram os detalhes da operação. Degenhart ainda estava atendendo. Os membros da polícia da Letônia ficaram à cargo de supervisionar os letos no circunscrição e certificar se os judeus estavam saindo de suas casas organizados em colunas de 1000. Heise disse-lhes que a ação levaria pelo menos dois dias, e que a limpeza do gueto iria começar pela parte ocidental. Heise ordenou ao Tenente da polícia Hesfer e a 12 membros da Schutzpolizei que supervisionassem a limpeza das habitações dos judeus. Os letões e os policiais do gueto judeu foram ordenados para ajudar Hesfer. Alguns membros manifestaram o receio de que poderia surgir pânico entre os judeus, mas Degenhart acalmou-os, dizendo que isso já tinha sido feito antes.

A transmissão das ordens para os letões foi um pouco mais complicada, porque eles tinham três diferentes unidades envolvidas: A guarda letã do gueto, o SD e a polícia da circunscrição. Para os guardas do gueto as ordens foram dadas diretamente a Danckop pelo supervisor alemão. A transmissão das ordens para os letões do SD foram dadas de Lange para Aråjs. Uma complicação surgiu para a polícia do perímetro porque as suas linhas de autoridade não eram claras. É provável que a ordem chegou de duas fontes, Osis e os alemães. Peters Stankéviçs, o único policial da cidade que tivemos acesso ao depoimento, testemunhou que o Capitão Riks de sua circunscrição, ordenou a todos na noite do dia 29 de Novembro, exceto aquele que estariam na circunscrição, deveriam apresentar-se às 7:00 na circunscrição. Riks disse-lhes que todos os judeus seriam “reassentados” em outro campo. Além da circunscrição de polícia de Rîga, o distrito policial de Riga sob o comando de Jånis Veide também receberam ordens para participar da ação.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Holocausto na Letônia - Rumbula (SD e Ordnungspolizei)

Esta tradução se refere ao Capítulo 8 do livro The Holocaust in Latvia, 1941-1944: The Missing Center do Historiador letão Andrew Ezergailis.


Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://www.rumbula.org/remembering_rumbula.shtml


O pessoal do SD


Dentro de seus primeiros três dias em Rîga, Jeckeln quase certamente falou com o SD e os comandantes da Ordnungspolizei, incluindo Lange, o mais alto funcionário da Gestapo SD na Letônia, e seu associado Kirste, que foi o link de Lange para o Commando Aråjs. Lange estava em melhor posição para avaliar as forças disponíveis alemãs e letãs em Rîga e nas imediações. Lange poderia colocar à disposição de Jeckeln, talvez todos os 300 homens do Commando Aråjs, talvez metade dos cinqüenta homens da guarda letã da unidade de Reimerss Iela QG do SD , talvez mais 4 dúzias de homens do SD em Rîga, remanescentes do EK2.
No total, Lange poderia entregar cerca de 400 homens com experiência no SD, o que quer dizer que a grande parte delas tinha participado dos assassinatos ocorridos antes em Novembro. Eles poderiam ser colocados em posições difíceis dentro e fora do gueto, e perto das covas, onde o uso de uma arma contra os "recalcitrantes" e "não-cooperativos" judeus, era mais provável que fosse necessário. A ordem básica de Himmler para o SD era que o pessoal do SD deveria assumir a responsabilidade deste trabalho. Nós podemos presumir que os homens letos e alemães do SD foram mobilizados para o gueto e para Rumbula.


A Ordnungspolizei



Em seguida a disponibilidade da Ordnungspolizei foi explorada. Ainda sobre o nível organizacional da Ordnungspolizei, eram autônomos, sobre o nível prático estavam na mesma rede da SD. Antes do Commando Aråjs ser treinado, foi o 9º Batalhão da Ordnungspolizei que realizou a maior parte dos assassinatos para Stahlecker. As unidades do 9º Batalhão estiveram na Letônia entre Julho e Agosto e foram movidas, seguindo Stahlecker, para as cercanias de Leningrado. No final de Novembro existiam pelo menos dois tipos de unidades Ordnungspolizei em Rîga sob o comando do Tenente-Coronel Flick: a Schutzpolizei, liderada pelo Major Heise e a Gendarmerie do Capitão Rehberg. Pelo menos várias centenas foram destacadas para garantir a ordem (“obter e manter a característica alemã”) em Rîga, como em grande parte da Letônia. Além de supervisionar os recintos policiais, a Ordnungspolizei também foi responsável pela guetorização dos judeus, e após 25 de Outubro de guardá-los no gueto. Durante a fase inicial no gueto o SD não esteve envolvido. As atribuições e o envolvimento da Ordnungspolizei com o gueto foram pré-determinadas na liquidação do gueto.


A 2ª Companhia do 22º Batalhão da Reserva de Rîga ofereceram cerca de 70 homens, e a 3ª Companhia do 22º Batalhão da Reserva de Jelgava ofereceu outros setenta homens. A 2ª Companhia ficou encarregada de supervisionar a limpeza dos cômodos dos judeus, organizando a marcha dos judeus em colunas, e acompanhando as colunas até Rumbula. A 3ª Companhia foi usada para guardar a periferia de Rumbula. O chefe ativo da Ordnungspolizei era o Major Heise, e parece que ele foi o elo de ligação com o Latvian Schutzmannschaffen.


Além dos 22º Batalhão de Rîga e Jelgava e os homens da Gendarmerie, Jeckeln tinha à disposição outros cinco regimentos da Ordnungspolizei, mas não sabemos se ele usou, e se usou qual foi. Em geral Jeckeln não queria o envolvimento da Whermacht.

Holocausto na Letônia - Rumbula (Transporte)

Esta tradução se refere ao Capítulo 8 do livro The Holocaust in Latvia, 1941-1944: The Missing Center do Historiador letão Andrew Ezergailis.


Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://www.rumbula.org/remembering_rumbula.shtml
Transporte
O pool de veículos de Jeckeln tinha apenas de dez a doze automóveis de passageiros e de seis a oito motocicletas. Jeckeln procurou em Rîga por caminhões e ônibus para o transporte dos guardas e outros participantes, os idosos e os judeus doentes, e os judeus que morressem no caminho para Rumbula. Existiam um número suficiente de carros de passageiros para o transporte dos dignatários e dos 12 atiradores para as valas. O problema era o transporte pesado: cerca de 1.000 a 1.500 policiais e guardas que deveriam ser levados para seus postos. Isso por si só, requereria no mínimo 25 caminhões. O responsável de transportes era o Sturmbandführer Zimmermann, e o Polizeihauptmeister Müller da Schutzpolizei de Rîga ordenou a procura dos veículos.


Quando os veículos pesados para a operação foram encontrados, as evidências disponíveis não nos dizem. A polícia letã tinha 2 ônibus, alguns caminhões, e 12 cavalos com carroças. Alguns veículos estavam à disposição do Ordnungspolizei, e o Comando Aråjs tinha 2 ou 3 caminhões. A companhia Schutzpolizei de Jelgava, que transportou as metralhadoras, chegou com transporte próprio. Ainda assim, não foi o suficiente. Jeckeln talvez foi à Wehrmacht pedir caminhões, mas ainda não há provas de que ele o fez.

Holocausto na Letônia - Rumbula (A Organização da Ação)

Esta tradução se refere ao Capítulo 8 do livro The Holocaust in Latvia, 1941-1944: The Missing Center do Historiador letão Andrew Ezergailis.

Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://www.rumbula.org/remembering_rumbula.shtml
A Organização da Ação
A reconstrução das unidades e dos homens utilizadas na operação deve começar à partir do olhar de Jeckeln, da sua maneira de pensar e do seu estilo de trabalho. Jeckeln recebeu a ordem de Himmler para matar os judeus do gueto de Riga em 12 de novembro. Ele chegou a Rîga em 14 de novembro, com a maior brevidade.

Para limpar as objeções “civilizadas” do seu caminho, ele falou com Lohse sobre as altas ordens recebidas de Berlim. O nome de Hitler foi invocado, Lohse não tinha outra opção a não ser aceitá-la. Então Jeckeln compartilhou o segredo com o seu staff. Durante os primeiros dias em Rîga acompanhado de Paul Degenhart, ele fez o reconhecimento da margem direita do Daugava e da paisagem rural a leste de Rîga para escolher o local dos assassinatos. Uma vez que o gueto estava localizado na parte oriental de Rîga, perto dos limites da cidade, a pesquisa de Jeckeln foi limitada para essa direção. No caminho para Salaspils ele localizou Rumbula. Nós podemos assumir que ele escolheu o local entre os dias 18 e 19 de novembro, depois ele iniciou o seu planejamento detalhado e atribuiu seus homens para funções específicas. Nos primeiros dias ele manteve seus esforços organizacionais entre o seu staff.

Jeckeln atribuiu ao SS-Untersturmführer Ernst Hemicker, um especialista em construção, a organização da escavação das valas. Hemicker dirigiu-se para Rumbula, acompanhado por Degenhart, Neurath, e Esser, e foi informado sobre o número de pessoas a serem mortas. Hemicker mais tarde testemunhou que ficou chocado com o número apresentado, mas não protestou. Em 20 ou 21 de novembro, 300 prisioneiros de guerra russos foram para Rumbula, onde sob a supervisão de alemães e letos eles cavaram seis grandes covas. Hemicker supervisionou a escavação. Cada cova tinha dez metros de cada lado e de dois e meio a três metros de profundidade, do tamanho de uma pequena casa. Os prisioneiros russos cavaram as valas sob a forma de uma pirâmide invertida, retirando a terra por etapas para cima, a partir da plataforma e para plataforma. O caminho para a rampa era de um lado. As seis covas poderiam acomodar todos os 25.000 corpos. O trabalho foi concluído em aproximadamente três dias e foi preparado uma semana antes dos assassinatos, talvez em 23 de novembro.

Embora o SD local alemão e as forças Ordnungspolizei estavam envolvidos na operação, Jeckeln destacou seu próprio pessoal de staff como organizadores e supervisores das situações importantes, à partir do gueto para as valas. Ele próprio supervisionou a operação no local dos assassinatos. Na maior parte dos dois dias ele se situava no topo da pilha de terra e olhava para baixo no poço. Jeckeln ordenou aos seus guarda-costas, que consistiam entre 10 e 12 homens para atirarem nas valas. Entre eles Endl, Lüschen, e Wedekind tinham feito isso antes de Jeckeln. Para aumentar o grupo de assassinos e obter algumas reservas, ele falou ao líder do Driver Commando, Oberführer Johannes Zingler, para participar das execuções. Jeckeln lembrou Zingler de seu recente rebaixamento e disse que era dele se colocar em prova participando dos assassinatos. Zingler respondeu que preferiria ir para o front para provar o seu valor. Jeckeln respondeu a Zingler que se ele quisesse rever sua família era melhor ele obedecer a ordem. "Eu sabia o que ele poderia fazer para mim" (Ich würde ihn ja kennen), Zingler testemunhou em 1961. "Ele também referiu-se a mim dizendo que eu não era um soldado regular com ele, mas sim um que teria algo a provar." Zingler topou participar.

Na esperança de encontrar algumas reservas para o grupo de assassinos, Jeckeln convocou seus doze homens a se dirigirem para o quartel-general em Rîga Ritterhaus e revelou a eles que ele precisava de um commando execução (Erschiessungskommando). "Ele fez-lhes compreender que havia algumas pessoas que já tinham feito algo parecido, mas ele necessitava de homens adicionais para aliviar a carga dos outros. Ele pediu voluntários, imediatamente acrescentando, que ele não iria pensar mal deles se eles não topassem porque o trabalho era desagradável." Nenhum dos Drivers Commando se voluntariaram.

Jeckeln não considerou os letos para a missão. Primeiro como um homem das SS ele teria que considerar os alemães innere Schweinehund e, depois os alemães residentes do SD e ele não considerou os letos. Paul Botor, oficial de transportes dos KdS em Rîga, lembrou de um rumor que circulava em ter os SD, que os letos estavam matando suavemente. “O problema,” testemunhou Botor, “foi comunicado para as SS e ao Líder da Polícia de Jackeln. Jeckeln procurou mostrar para seus atiradores que eles poderiam fazer melhor.”

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Holocausto na Letônia - Rumbula (O Sistema Jeckeln)

Esta tradução se refere ao Capítulo 8 do livro The Holocaust in Latvia, 1941-1944: The Missing Center do Historiador letão Andrew Ezergailis.


Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://www.rumbula.org/remembering_rumbula.shtml


Jeckeln dirigiu-se para as redondezas de Rîga procurando um local. O lençol freático em torno de Rîga era próximo à superfície e, por conseguinte, um local com elevação teve de ser encontrado. No caminho para o campo de Salaspils, que estava sendo construído na época, ele chegou aos pinheiros de Rumbula, entre a estrada e a ferrovia. Critérios de Jeckeln para a localização: a distância de Rîga, a proximidade com a estrada de ferro (primeiramente, foi considerado transporte ferroviário), o solo arenoso que torna fácil a escavação de buracos, e a situação acima do lençol freático.
O inconveniente é que o local era relativamente exposto, a menos de cem metros de uma importante rodovia. No seu planejamento do massacre, Jeckeln adaptou o sistema concebido na Ucrânia para as condições específicas de Rîga. O sistema envolvia planeamento pormenorizado, subdividindo a designação em partes gerenciáveis e, em seguida, selecionando um especialista em cada área. Como o ajudante de Jeckeln, Paul Degenhart testemunhou, eram 9 os aspectos do sistema:

1) Homens do SD no interior do gueto conduziram as pessoas para fora das casas.
2) os judeus foram organizados em colunas de 500 pessoas e foram de trem para o local dos assassinatos(na verdade eles foram conduzidos a pé em colunas de 1000);
3) A Polícia de Ordem (Order Police) levou as colunas para Rumbula
4) Os assassinatos ocorreram simultaneamente em 3 valas
5) as vítimas eram despidas e seus pertences eram recolhidos no caminho para a vala
6) corredores internos e externos foram criados para conduzir as pessoas às valas
7) as vítimas eram conduzidas diretamente às valas, poupando o trabalho de deslocamento dos corpos.
8) foram utilizadas sub-metralhadoras russas, que utilizavam rate de 50 balas e poderiam ser disparadas por um único disparo
9) as vítimas tinham as faces viradas para baixo, após as rajadas recebiam uma bala na parte de trás da cabeça. Este método foi referido como Sardinenpackung ("embalagem de sardinha"), e até mesmo alguns dos soldados dos EG (EinsatzGruppen) ficaram horrorizados pela sua crueldade.

A maior conta do plano de Jeckeln, a de transportar e matar 25.000 judeus do gueto é encontrado em 1973 no Landgericht Hamburg, processo do julgamento de Lt.Friedrich Jahnke e documentos relacionados. Os procuradores de Hamburgo estavam principalmente interessados no papel dos alemães do Ordnungspolizei e, consequentemente, eles ficaram aquém detalhando sobre o papel que o SD e as forças policiais letãs desenvolveram nesta operação.

Jeckeln necessitava dos cinco fatores mais importantes da operação planejada por ele:

1) o local dos assassinatos era a cerca de dez quilômetros a partir do gueto, um percurso que poderia demorar até 3 horas para uma infantaria percorrer em até 3 horas em ritmo regular;
2) havia apenas oito horas de luz, e mesmo tendo algumas horas do crepúsculo, o tempo de matança não poderia ser superior a nove horas;
3) a última coluna, foi enviada para fora às 12:00 h e a última deveria chegar em Rumbula em torno de 15:00;
4) cerca de 12.000 pessoas deveriam ser transportadas e assassinadas;
5) os judeus eram transportados em colunas de 1.000 com guardas em ambos os lados.

Nós não temos uma contagem completa das pessoas que Jeckeln mobilizou para a ação, nem um plano de implantação das tropas utilizadas. Quem eram esses homens? Embora as fontes históricas até agora disponíveis, não nos permitem reconstruir a identidade das tropas utilizadas na operação final, com certeza é de pouco mais de significado histórico para nós a tentativa de o fazer. A resposta está longe de ser simples.Os procuradores no julgamento de Jahnke não conseguiram chegar a uma conclusão clara a respeito da mobilização para executar a ação.

Holocausto na Letônia - Rumbula (A chegada de Jeckeln)

Esta tradução se refere ao Capítulo 8 do livro The Holocaust in Latvia, 1941-1944: The Missing Center do Historiador letão Andrew Ezergailis.

Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://www.rumbula.org/remembering_rumbula.shtml


A chegada de Jeckeln

Em outubro de 1941 Stahlecker tinha sido capaz de matar cerca de 30.000 dos 66.000 judeus que os alemães tinham aprisionado na Letônia. As razões para o fracasso de Stahlecker de forma a satisfazer as ordens são fundamentais e complexas, mas certamente incluirão sua preocupação com Leningrado, o fracasso dos letões para matar rápido e suficiente, e a chegada de Heinrich Lohse ao governo civil na Letónia.

Lohse não era obrigado a executar o Führer Befehl; as ordens de Alfred Rosenberg foram para elevar a produtividade do Ostland e para abastecer o exército com as necessidades diárias e com equipamentos. O programa de Lohse para os judeus era o de conduzi-los aos guetos, a expropriar os seus bens, e explorar o seu trabalho. Também Hans-Adolf Prützman, o alto comandante da SS e da Polícia (HSSPF) no Báltico e na Bielorrússia, que, esteve a cargo dos judeus após a saída de Stahlecker para a frente leste, desempenhou um papel passivo.[1]

Durante Setembro e Outubro a política de Lohse prevaleceu no Báltico. O gueto foi fechado em 25 de Outubro. A livre saída e entrada já não era mais possível. O SD parecia ser o “cheque-mate” para o Báltico. Mas não por muito tempo. Himmler estava impaciente e uma decisão logo foi tomada em Berlim para revigorar as ordens fundamentais no Báltico. Assim que o gueto de Rîga fechou, foi ordenada a troca de lugares entre Prützman e Jeckeln. Em 31 de Outubro Prützman foi ordenado o sul. Jeckeln, que já tinha assassinado dezenas de milhares de judeus na Ucrânia, Berdichov,Krivoi-Rog, Kiev, Kremenchug, e tinha concebido o "sistema Jeckeln" para execuções em, foi ordenado para o Norte. Em 5 de Novembro o staff de Jeckeln e cerca de 50 homens chegaram a Riga.

O próprio general foi convocado para ir a Berlim, onde em 12 de Novembro Himmler disse-lhe sobre os problemas no Báltico, e ordenou-lhe especificamente, ao contrário do Lohse do plano, para matar os judeus no gueto de Rîga. Himmler disse a Jeckeln sobre as possíveis objeções de Lohse: "Disse a Lohse que era minha ordem, e que também era um desejo expresso do Führer." [1] Após sua chegada a Rîga, Jeckeln se encontrou com Lohse e explanou as ordens de Himmler para ele.
Para Jeckeln, como ele apresentou o argumento, os judeus eram um problema de segurança. Ele estava preocupado com os militares alemães, o SD, e dos civis alemães utilizarem a mão-de-obra dos judeus. Empregando os judeus, disse ele, aumentava a possibilidade de sabotagem. Ele chegou na Letônia com ordens para liquidar o gueto, e ele não desperdiçou tempo. A primeira ação no gueto aconteceu no dia 30 de novembro, ou seja, duas semanas semana após sua chegada. Jeckeln tinha a mentalidade de um chefe-tribal, tratava todos os forasteiros com desconfiança. Stahlecker e o contingente do SD em Rîga culpou os letões por terem ido por trás para matar judeus, mas parece que Jeckeln foi até mesmo contra os alemães "locais" do SD, e desconfiou deles. Nenhum letão foi consultado para o planejamento das ações. Toda a organização básica do assassinato foi feita por Jeckeln e sua equipe.
(Foto acima: General SS Friedrich Jeckeln)

Holocausto na Letônia - Rumbula (Introdução)

Esta tradução se refere ao Capítulo 8 do livro The Holocaust in Latvia, 1941-1944: The Missing Center do Historiador letão Andrew Ezergailis.
Agradecimento especial à Jonathan Harrison (do blog http://www.holocaustcontroversies.blogspot.com/) que nos enviou o link sobre este massacre.
Traduzido por Leo Gott à partir do link:
Introdução
Os assassinatos em Rumbula aconteceram entre 30 de Novembro e 8 de Dezembro de 1941. Em apenas 2 dias cerca de 25.000 judeus foram assassinados. Foi a maior atrocidade em 2 dias exceto por Babi Yar e antes dos campos de extermínio entrarem em operação. O evento ficou conhecido por vários nomes: A Grande Ação, a Ação Jeckeln e a Ação de Rumbula. Na Letônia é conhecido simplesmente como Rumbula. O nome deriva de uma pequena estação ferroviária sobre a linha Rîga Daugavpils, no décimo segundo quilômetro à partir de Rîga onde comboios locais utilizavam para parar.

O local da matança foi a cerca de dez quilômetros a partir do portão do gueto, a 250 metros da estação, bem perto dos ouvidos, e, para pessoas maiores, dava pra ver à distância. O terreno era arenoso e desnivelado. Cavar buracos era fácil. Situado na margem norte do Rio Daugava, o local da matança estava aninhado em uma estreita faixa de terra entre os trilhos e uma importante rodovia que ligava Rîga com Daugavpils. Para o leste e ao norte do campo de abate estava um campo de treinamento do exército da Letônia, que antigamente era usado pelo Exército Czarista. Neste vasto e desabitado território, parte de florestas, pântanos ao lado, uma parte arenosa cobrindo o solo, unidades de infantaria treinavam no verão. A floresta próxima a Rumbula era conhecida como Vårnu meΩs (Floresta do Corvo) primeiramente para alguns letos, antes da matança, o terreno era conhecido como Rumbula, e depois da matança chamado de Vårnu meΩs.


A margem norte do Rio Daugava seguindo no sentido de Rumbula foi manchado como lugar de atrocidades. Somente para fora do gueto à esquerda era Centrålcietums, onde durante Julho e Agosto os judeus de Riga foram amontoados e transportados para Bi˚ernieki.

Í˚irotava, a estação de triagem da ferrovia de Riga, foi também o ponto de desembarque dos judeus europeus enviados para a Letônia e tornou-se palco de atrocidades cometidas durante o Inverno de 1941-42. JumpravmuiΩuma, o menor e mais cruel dos KZ na Letónia, ia pela estrada à direita. Mais distante, à esquerda, é Drei¬¬u Forest, outro local de matança. Além de Rumbula teve o famigerado KZL Salaspils, e mais longe, um enorme POW ao ar-livre. Hoje, o local da matança em Rumbula é densamente coberto por pinheiros, cuja dimensão, devido ao solo pobre, desmente a sua idade[1].

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