Mas pra que ninguém pense que foi um caso isolado, pois só dá pra comentar quando alguém cita/critica, uma vez, há muito tempo atrás, olhando o termo Ustasha, achei a transcrição de um dos textos do blog (a primeira tradução sobre a Ustasha no blog, que já fiz um adendo criticando o próprio conteúdo do livro usado pois o texto é problemático) com uma crítica à tradução feita, que não era bem crítica, era um achincalhe, reclamação sem apontar os erros.
Quem quiser ler um texto sério (rigoroso) sobre a Ustasha, favor ler o ensaio do diplomata e historiador sérvio, Dusan Batakovic, começa aqui (o texto original estava em francês):
O genocídio do Estado Independente Croata 1941-1945 - Parte 1
Continuando... achei desrespeitoso e sem propósito a crítica sobre a tradução do texto do Ustasha, mas deixei pra lá. Não se deve responder toda crítica mesmo que seja grosseria (é desgaste sem propósito), pois quem critica ao menos deveria dizer o que está errado e não simplesmente dizer que "não presta". Mesmo porque, os textos são uma "cortesia". Ou alguém acha textos relevantes sobre Holocausto em abundância na web (em português)? Em inglês existem vários, em espanhol é relativo, mas em português a coisa é pífia. Só acho estranho que alguém ache a tradução ruim sem comparar/ler o texto original, mas tudo bem.
Também vi críticas a traduções sobre o blog do Daniel (Avidanofront) em algum site "revi" (faz tempo que vi o "piti", não salvei os links), como se fosse "pecado" alguém usar o tradutor do Google pra ajudar com textos em russo (ou outro idioma) e adaptar o texto corrigindo manualmente. Obviamente foi 'frescura' de algum "revi". Na ausência do que criticar (ausência de argumento pra negar o texto), malha-se a tradução.
Voltando ao assunto, este tema voltou à tona porque comentaram que a tradução de um post antigo sobre a Legião Azul (clique aqui) seria de "tradutor automático", mas não é. Até já respondi dizendo que não é. Mas aproveito o post pra esclarecer o assunto.
E não se trata de uma crítica a ninguém, apenas como tocaram no assunto, irei comentar sobre o mesmo (aproveitando a deixa).
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Todas as traduções do blog, principalmente as do espanhol pro português, não são de "tradutor automático", nunca foram. Nenhuma tradução do blog (em qualquer idioma) é de "tradutor automático", podem verificar, caso queiram, num "universo" de 1647 posts (não se assustem com o número, tem muito post antigo que é de matéria de jornais, mas tem muita tradução). Qualquer menção a textos de terceiros é indicada a fonte (origem).
Nenhuma tradução do blog (tem tradução do inglês, espanhol, francês, italiano e até do alemão) é ou foi de "tradutor automático".
Não há o menor sentido em colocar "tradução" de "tradutor automático". Se acaso isso acontecesse haveria um aviso, mas todas as traduções do blog não são de "tradutor automático".
O Google Tradutor ajuda sim em traduções do inglês, francês e italiano (ou outro idioma que a pessoa não domine), mas é tudo relido, corrigido etc, ou seja, a "ajuda" do "tradutor automático" jamais será o texto final, pois a a "tradução automática" contém muitos erros de concordância e de tradução de termos etc, seria fácil notar.
Traduções do espanhol eu sequer usei algum dia o Google Tradutor (nunca usei pro espanhol), só olho uma palavra ou outra no Wordreference pois traduzo direto o texto inteiro por já estar familiarizado com o idioma.
Uma forma correta de comentário crítico foi a que o Stéfano (acho que foi ele que comentou) fez uma vez corrigindo o termo "espalda" ("costas" em espanhol/castelhano, lembro disso) que eu havia traduzido errado porque não vi o erro ou passei direto pelo termo (lendo rápido a gente pode ignorar alguma palavra, esqueci de traduzir por não revisar o texto (isso pode acontecer também), não foi algo intencional.
Mas voltando ao tema de novo, seria fácil verificar se foi uma tradução automática, de cara: o tradutor automático não coloca "ênclise" na conjugação de verbos com artigos. Como por exemplo, no texto original está escrito assim:
"Nos referimos a La División Azul. Sangre española en Rusia, 1941-1945 (Barcelona, 2004); Hitler y Franco. Diplomacia en tiempos de guerra, 1936-1945 (Barcelona, 2007); y ahora ha publicado"No traduzido a ênclise aparece, que não há no espanhol:
"Referimo-nos ao livro "La División Azul. Sangre española en Rusia, 1941-1945" (Barcelona, 2004) [A Divisão Azul. Sangue espanhol na Rússia, 1941-1945]; Hitler y Franco. Diplomacia en tiempos de guerra, 1936-1945" (Barcelona, 2007) [Hitler e Franco. Diplomacia em tempos de guerra, 1936-1945]; e agora se publica"Fora que, havia palavras adicionadas à tradução no post que não estão no texto original, como "livro" que não consta no texto original do post da "Legião Azul". Mantive a estrutura do texto muito próxima (sempre faço isso).
Também deixei propositalmente o nome original em espanhol dos livros citados, caso alguém quisesse olhar os títulos sem precisar clicar no link do texto original (com a tradução livre do título ao lado). Isso é feito porque o grosso da publicação sobre segunda guerra (no teatro europeu, asiático e norte-americano) sai todo fora do Brasil, sai primeiramente fora, e não há divulgação disso de forma adequada em meios brasileiros (Universidades etc), embora tenha ocorrido avanços (a trilogia do Richard Evans foi lançada, bem como alguns livros do Ian Kershaw, uma das referências atuais sobre Hitler e nazismo). O material citado é de ponta, muitos nem traduzidos foram pro português enquanto se edita e se divulga muita besteira no Brasil.
Nenhum mecanismo de tradução automática "traduz" dessa forma. E seria formidável que fizessem.
Alguém não gostou da tradução? Paciência. Se há algum problema com o texto (é ruim?), pode ser o original, não a tradução. Mas cada um vê de uma forma, eu achei pertinente, por isso traduzi e publiquei, porque gosto de temas ligados à guerra civil espanhola.
'Gosto' cada um tem o seu, mas dá pra entender o texto inteiro (que não foi muito revisado, é de 2014 e ninguém havia reclamado).
O que afirmo, sem medo, é que eu não deixaria de ler algo que interessasse porque não gostei de tradução A ou B, a menos que fosse incompreensível (não é o caso). Se fosse esse o caso, procuraria ler o original (se conseguisse entender o idioma).
O que ocorre, como citei acima, é que tento manter ao extremo a estrutura do texto original, principalmente numa língua próxima ao português (o espanhol/castelhano), por isso os textos ficam muito parecidos se passarem a vista rápido, mas é só aparência, os textos estão em idiomas distintos (se lerem com calma os dois).
E explico o motivo dessa preferência.
Eu não tenho qualquer simpatia com essa 'neurose' que alguns têm com a língua portuguesa de querer fazer "poesia" com traduções (alterar o texto pra ficar mais "bonito", "rebuscado", "enfeitado"), existe essa mania insuportável no Brasil e em outros países, o de olhar a forma e só depois prestar atenção ao conteúdo. Considero isso dispensável, tolice. Quando pilho alguém com isso, pode ter certeza que é sacanagem (proposital, provocação).
Tenho uma visão "meio" 'britânica' (utilitarista) sobre esse tipo de questão: a de que quanto mais prático for, melhor.
Caso alguém se sinta ofendido ao ler este comentário, não foi um desabafo ou algo ofensivo e sim explicativo, apenas só poderia comentar o fato quando alguém o cita. Como não comentei antes veio a calhar de comentar agora.
Se o povo interagisse na caixa de comentários apontando algum erro seria até desnecessário o post.
Mas reforçando, eu tenho essa visão/postura "britânica" (utilitarista), e não tenho a mínima pretensão em mudar essa visão sobre traduções (que eu diria que não é uma visão só sobre traduções, é algo geral).
Não gosto de coisas espalhafatosas, rebuscadas demais, vejo isso como frescura, afetação e na maioria dos casos como algo desnecessário, que só impressiona "trouxa" (gente que se impressiona fácil com tudo). Um preciosismo desnecessário que persiste na mentalidade brasileira/portuguesa.
O que chateia é que esse tipo de comentário que fiz acima, muitas vezes é interpretado como "grosseria" ou "patada" por gente mais "sensível" ou que se ofende muito fácil. Mas não se trata de uma grosseira e tampouco de uma "patada". O povo no Brasil (e em outros países) anda muito "sensível" com qualquer colocação, comentário.
Não levem tão pro lado pessoal alguma colocação feita de forma séria, exceto se for mesmo uma agressão (todo mundo sabe que o tom de uma agressão é muito mais acima, elevado, que esse tipo de comentário).
Só finalizando, a escolha por traduzir textos foi intencional, há muito material de qualidade publicado fora que não tem publicação no Brasil (ou em qualquer país de língua portuguesa), que a maioria das pessoas não leria se estivesse no idioma original.
É uma vergonha a disponibilidade de material de História online proveniente de Universidades no país na web (vou me ater ao Brasil pra evitar atrito com outros países). Sobre qualquer tema, não só sobre segunda guerra. Persiste a mentalidade de "clube privê" nas Universidades do país, de que só quem tem que ter acesso é quem está "dentro", "patotinha". Agora sim estou fazendo um desabafo, pois quando comentei uma coisa sobre um assunto no Orkut que não lembro mais, com uma historiadora, recebi uma resposta seca (com má vontade), como se achassem que alguns comentários são uma "intrusão" com eles, como se fossem uma "casta". Saiam dessa, saiam desse devaneio. Tem texto de historiador de peso estrangeiro sobre segunda guerra no blog e não os vejo (em entrevista) com esse "surto de pavão" que alguns historiadores ficam no Brasil, principalmente depois do advento do Orkut que popularizou a disciplina de História.
Só vejo esse comportamento no Brasil (não creio que seja o único país com isso, mas aqui é o país que interessa mais). Se esse pessoal se preocupasse com divulgação de material online como ocorre nos EUA (eu não nutro simpatia alguma pela política externa daquele país, pra não dizer que odeio, mas dou a mão à palmatória com o que eles têm de bom, como esse acesso público a material de qualidade em Universidades que é algo fora de série e sites online como o "The Holocaust History Project"), não haveria tanta proliferação de porcaria (extremismo) na rede pelo descaso das Universidades do país (descaso e má vontade). Não haveria fenômeno de "astrólogos" posando de "filósofos" porque os de verdade se escondem, não haveria tanto analfabetismo científico e político no país.
O blog não conta com ajuda de ninguém, entidades etc, exceto o pessoal do blog e o pessoal do Holocaust Controversies (blog em inglês) do qual o Roberto Muehlenkamp faz parte e já contribuiu com textos fora de série, até em português (publicados aqui). Há muitos posts com tradução de posts do Holocaust Controversies aqui no blog, e o blog Holocaust Controversies vale a pena ser acompanhado (caso alguém tenha facilidade com o inglês e se interesse pelo tema segunda guerra).
3 comentários:
até isso reclamam?
João, infelizmente sim, rs.
Eu achei o fato engraçado, em parte, porque (e como já comentei no texto do post), alegarem que há "tradução automática" de algum texto do espanhol no blog soa "bizarro", pois como comentei no post, as traduções do espanhol, principalmente, até por serem mais fáceis (são mais rápidas), até pela proximidade dos idiomas, são "automáticas", mas o "automático" aqui não é com o tradutor do Google (ou outro) e sim manual mesmo.
Mantenho praticamente a mesma estrutura do texto original, salvo exceções (quando não dá pra fazer isso e tem que se usar outra expressão).
Pode-se reclamar do texto original (que não achei ruim) ou algo do tipo, mas alegar que houve "tradução automática", muito provavelmente porque "achou ruim" a tradução (ninguém solta um comentário desses "do nada"), é bem forçado, sem nexo.
Li tudo de novo e dá pra compreender o texto inteiro, não há erros que comprometam a leitura, pois como avisei no post, às vezes passa algo sem traduzir porque eu deixo de lado (pra acelerar a tradução) e posso acabar esquecendo depois de ver, principalmente se não reler o texto, mas não acontece muito.
Esse tipo de implicância com besteira costuma me deixar irritado, com tanta coisa pra criticar, criticar isso, sem apontar os erros, é dose.
Eu já tinha visto crítica de todo tipo, essa foi a segunda sobre "tradução", já que não localizei o outro que critica o texto sobre a Ustasha (a tradução) também sem dizer o que está errado. E o detalhe é que não há crítica de traduções do inglês pro português, ou francês pro português (que nem domino o francês), as duas críticas foram do espanhol pro português, o que é engraçado pois entendo perfeitamente o espanhol (textualmente e ouvindo).
É o único idioma do mundo, o português, onde o povo critica tudo sem apontar o erro. Não vejo problema se alguém corrigir algo que viu errado, até citei um caso no post, só acho sem propósito a alegação da tradução automática com tom de desqualificação.
Eu disse que o fato em parte era "engraçado", mas mais em tom de ironia, como "forma de dizer", mas não achei, não gostei do comentário. Só espero que não tenha ocorrido por algum cunho xenófobo também, pois sei que anda rolando uma "histeria" em Portugal com o "Acordo Ortográfico" e vejo muito ataque xenófobo de portugueses a brasileiros nos jornais de Portugal. Talvez tenha sido esse o real motivo pra eu ter ficado mais irritado com o comentário, pelo "conjunto da obra" (a gente de tanto ver comentário xenófobo contra o país, no fundo vai criando um ranço, até porque não vejo isso vindo de outros países).
Você espera outro tipo de ataque ou crítica, principalmente se for de "revis", não isso.
Caso eu esteja errado e tenha sido mal entendido, embora não creio que seja, não sou do tipo que não reconheço erros, mas... o que relatei acima sobre idioma e xenofobia acontece, com frequência (vide o exemplo que citei dos jornais, a ponto de chamar atenção, eu não vejo isso em jornais da Espanha, Argentina, Inglaterra e cia com o Brasil). Eu até havia escrito um post sobre isso e deixei pra lá, mas minha paciência com a questão saturou.
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