Londres, 11 Jan (Lusa) - Quatro anos após ter causado escândalo ao ser fotografado

Harry, de 24 anos, terceiro na ordem de sucessão da Coroa britânica, surge num vídeo a tratar um elemento da sua unidade militar por "paki" (de "paquistanês", mas que é usualmente uma forma pejorativa de designar paquistaneses e indianos) e outro de "raghead" ("cabeça de turbante", designação desprimorosa para árabes).
O semanário sensacionalista News of the World teve acesso ao vídeo, colocando-o online, que foi feito pelo próprio Harry a descrever os seus camaradas de armas em 2006, quando era aspirante a oficial.
Harry está a filmar um momento de repouso da sua unidade, naquilo que parece ser a sala de embarque de um aeroporto, com os militares visivelmente prostrados no chão a dormitar, foca um seu camarada de origem asiática e diz: "Ah, o nosso amiguinho 'paki', Ahmed."
Noutro passo do vídeo, Harry filma preparativos para um exercício nocturno em Chipre, encontra um cadete com o rosto escondido por detrás de uma espécie de véu e exclama: "Aqui está Dan. F... pareces um 'raghead'." O cadete visado sorri.
Em nenhum dos dois comentários se apercebe qualquer intenção por parte de Harry de melindrar os visados, antes parece o uso de uma linguagem pacificamente aceite naquele meio militar.
Mas isso não impediu o News of the World de titular "A vergonha do vídeo racista de Harry".

"O Príncipe Harry compreende perfeitamente quanto esse termo pode ser insultuoso e está desolado se com isso magoou alguém", explica a família real no comunicado.
Harry serviu durante dez semanas no Afeganistão, mas foi recambiado para o Reino Unido por receio de que a sua presença concentrasse especiais ameaças sobre ele e a sua unidade.
Actualmente é tenente da Força Aérea Real (RAF) e vai iniciar o treino de piloto de helicóptero de combate.
O órgão de vigilância às discriminações no Reino Unido considerou as declarações de Harry "perturbadoras" e solicitou um inquérito ao Ministério da Defesa.
OM.
Lusa/fim
Fonte: Lusa(Portugal, 11.01.2009)
http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/491213