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segunda-feira, 24 de julho de 2023

"11 milhões de britânicos encararam fome em 2022". A extrema-direita cresce em cima dessas coisas (destruição do bem-estar social), financiada e organizada por frações das elites

Das notícias que não saem no Brasil, apesar de que na verdade o que se passa é "se a a Globo não diz então não existe", pro país, pras bolhas de pasmaceira de classe média "esquerda fofucha identitária" dessas redes que "nunca sabem de nada", "nunca discutem" nada (sério, quando não são infantilizados e histéricos) e ficam "chocados" porque vivem alienados de quase tudo (do mundo, do país etc). Além das crenças vira-latas de parte dessa turma sobre a Europa, que seguem (sem assumir) crenças "racistas" de "supremacismo do branco europeu", da "super-raça" sem entender de fato como houve melhoria por lá (com o estado de bem-estar social [1] pós-2aGM, o mesmo bem-estar social que começa a ser detonado pra valer nos anos 80 no próprio Reino Unido na figura de Thatcher, a restauração reacionária do velho liberalismo que pariu duas guerras mundiais colapsando e abraçando a extrema-direita, quando não ajudaram a forjá-los). Pelo menos a horda do miliciano (bolsonarismo ou olavismo) é mais explícita na simpatia pela coisa (quando algum entende algo) que uma turma "cheirosa" que usa a alcunha ridícula de "progressista", termo importado dos liberais dos EUA.

Sem muita delonga, recebi essa notícia ainda em fim de junho, tradução livre porque até quando me foi passado não havia (não sei se há) tradução alguma pro português, "ah, mas não entendo", usa o tradutor da rede que dá pra entender sim (não cola mais essa desculpa do "está em inglês" em 2023): "11 milhões de britânicos encararam fome em 2022" ("Over 11 million Britons faced hunger in 2022" https://www.bworldonline.com/world/2023/06/28/531193/over-11-million-britons-faced-hunger-in-2022/). Notícia original da Reuters (é citada no texto original, no final).

Fome essa provocada graças à austeridade na economia (os famosos cortes de investimento público que a mídia dominante no Brasil e "Ocidente" falam de "Estado inchado", grande e outras baboseiras, mas pra dar dinheiro pra bancos e setor financeiro "tudo bem", aí pode ser "grande", gigante), o famoso neoliberalismo e a guerra da OTAN na Ucrânia (que causa inflação na Europa Ocidental).

Antes que alguém chie, sempre me denominei de esquerda mas nunca "progressista" (não sou parte de "patota descolada", nunca fui e sei que essa turma em geral acaba me "adorando" entre aspas por dizer abertamente a coisa), até porque boa parte dessa turma fica apinhada naquele lixo do Facebook copiando comentários pra repetir coisas que não entendem bem (não se aprofundam), a horda de palhaços que se declaram "progressistas" sempre enveredam pra explicações esdrúxulas, meramente de "roteiro cultural" ignorando a parte material concreta da coisa: fome, desemprego, precarização, desindustrialização de países etc. Tentando resumir, as mesmas elites que destruíram isso em vários países, pra conter a "turba" (povo) enfurecido com a perda de direitos, bem-estar social e cia começam a insuflar, financiar bandos de extrema-direita "radicalizados" pra conter qualquer reação de protesto ou contra a destruição/declínio do bem-estar social, ancorados sempre numa mídia forte que cria "cortina de fumaça" sobre a explicação econômica e política do problema, também com a cumplicidade de certos setores alinhados da elite posando de "esquerda", que fazem cortina de fumaça pra todos esses problemas só mencionando a consequência da coisa (sem irem à raiz da coisa nunca).

Essa mesma mídia hegemônica resumiu que tudo isso "aconteceu" ao Reino Unido por conta simplesmente do Brexit, e não do inferno provocado pela bruxa Thatcher (eu uso até nome pior que "bruxa" pra ela, mas pra evitar "chiados" vamos chamar "só" de "bruxa", por enquanto) nos anos 80 chancelada pelo "New Labour" do FHC britânico (Tony Blair).

Em outro post ou nos comentários (se o Stéphano ou outra pessoa comentar) dá pra aprofundar na questão, pra discutir a origem desse "caos" (no Thatcherismo dos anos 80 e colapso soviético) e ainda abordar outras questões que uma parte anda "rugindo" nas bolhas sem nem entender a origem ou sentido real dos termos ("identitarismo", pós-modernos, Francis Fukuyama, ascensão absoluta do Império norte-americano e consequente declínio etc).

Por sinal, aproveitando o gancho, tem uma patotinha do neo-PDT da Cirolândia que me "segue" há tempo, o termo "New Left" ("Nova Esquerda") que uso é muito em referência ao Blair e o "New Labour" (sabem o que é?) apesar de não aparecer com ele (mas ele é parte). Quando quiserem usar termos/conceitos pra xingar a esmo, ao menos entendam a razão do uso dos termos pra não ficarem repetindo as coisas distorcidas como o bando de xucros que são. E vejam que vocês não me controlam, eu deixo a coisa aqui registrada (tanto o Holocaust Controversies, referência pra esse blog, como esse, tem citações em teses no país e é lido por um público mais antenado), por isso que sempre zombei de vocês ao fazerem aquelas "Lives" enfadonhas ridículas (entendiantes) quando basta a gente colocar a coisa num texto (explicada) e repassar a coisa de forma adequada. Nunca citam a fonte de nada, eu também só vou mencionar vocês de forma "genérica", se o público leitor do blog ouvir algum boquirroto ou idiotas no Youtube repetindo essas coisas, a explicação correta disso sempre estará aqui e não com esse pessoal. Como costumo sempre "passar na cara" dessa turma, espero que eles tenham notado que não é necessário a chancela deles pra se publicar ou participar politicamente do debate no país. Embora a ressonância maior fosse melhor, paciência, depois de praticamente 10 anos de desgraça (explode a coisa em junho de 2013), não tenho mais "saco" pra aturar devaneio de patota ou a soberba desse pessoal, que deveria calçar as "sandálias da humildade" [2] e parar de ficar repetindo cantinela batida enfadonha sobre "fascismo! fascismo! fascismo" sem entender os mecanismos de domínio reais nos países e o contexto em que isso se dá.

Eu sempre disse que era simpatizante da figura do Brizola, e pra meu desgosto destroçaram o que sobrou (que não era grande coisa já) do PDT, partido criado pelo Brizola, Darcy Ribeiro e outros quando pegam a sigla do PTB pra devaneios e deturpação de filhotes da ditadura militar (1964-1985).

Se assistirem "por aí" na rede canais alternativos "lacrando" [3] citando o assunto, já sabem da origem da coisa (de onde saiu a "pancada", a discussão), porque nunca citam fonte de nada, pra não fazer "sombra" (aos canais, não se preocupem, se precisarem de guarda-chuva e sombrinha a gente providencia). A gente pode até ocupar o mesmo barco, mas cada um vai remar de um jeito (e o jeito de remar daqui é bom, sem falsa modéstia).

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Pra mais informações sobre a fome no Reino Unido, conferir os links (pros que "duvidam", as informações destacadas neste blog sempre possuem lastro, até bem mais que a mídias "dominante" e "alternativa" do país:

10 Facts About Hunger in the United Kingdom (https://borgenproject.org/hunger-in-the-united-kingdom/)

Hunger in the United Kingdom (Verbete Wikipedia em inglês: https://en.wikipedia.org/wiki/Hunger_in_the_United_Kingdom)

Anniversary of the National Hunger March (http://www.rcpbml.org.uk/wwie-20/ww20-39/ww20-39-11.htm)

Neo(liberalismo) é isso: fome, miséria e desgraça. As duas grandes guerras do século XX foram consequência direta da crise que o liberalismo provocou com o capitalismo selvagem "laissez-faire", por isso que é bizarro ver uma massa precarizada no Brasil delirando sobre "empreendedorismo" e baboseiras do tipo achando que são "empresários", quando são mais perrapados que o povo no passado que tinham direitos trabalhistas revogados na Reforma de Temer/Bolsonaro/Santander (Espanha, ela veio da Espanha pro Brasil). O país de Margaret Thatcher é um primor de exemplo do laboratório neoliberal da "bruxa" e de seus pupilos escoceses no "Partido Trabalhista britânico" (New-Labour), Tony Blair e Gordon Brown.

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[1] O Estado de bem-estar social surge antes da 2aGM ainda, mas só se consolida de fato com o término daquele conflito (segunda guerra mundial, e no Reino Unido só pela década de 1950. A quem quiser ler mais, complemento da coisa: "1945-51: Labour and the creation of the welfare state" ("1945-51: Partido Trabalhista e a criação do Estado de bem-estar social") [https://www.theguardian.com/politics/2001/mar/14/past.education], e esse "Welfare state in the United Kingdom" ("Estado de bem-estar social no Reino Unido"), dados [https://en.wikipedia.org/wiki/Welfare_state_in_the_United_Kingdom]. Como podem ver nesse último link verbete da Wikipedia em inglês (pros que conferem os links), a coisa salta e é registrada pra valer lá por volta do ano de 1948 (próximo da década de 1950s), a ascensão, é que não achei uma matéria também do "The Guardian" (jornal britânico), senão me engano com um título nessa linha "O bem-estar chega ao Reino Unido" só com fotos do acesso a bens de consumo pela classe operária britânica, se alguém localizar a matéria pode colocar na parte de comentários, agradeço antecipadamente também

[2] Sempre ouvi muito muita gente citar o termo "sandálias da humildade" (conotação do termo é bem óbvia) mas não assistia esses quadros/programas "sofríveis" da TV aberta no Brasil. E não precisa assistir pra "ouvir falar", quem assiste acaba repetindo na rede e a coisa "pega", também nunca havia entendido (até ler esse link do porquê da associação do termo à figura do Clodovil, mas os motivos são bem óbvios, tratava-se de figura arrogante notória, boçal, que soltava pérolas como essa (negação do Holocausto), e o termo é bem óbvio pra gente prepotente que acredita estar em um pedestal intocável, com delírios de "fama" etc (coisa de subcelebridades, artistas pavões etc).

[3] "Lacração/lacrando", significado (https://dicionario.priberam.org/lacra%C3%A7%C3%A3o), que na verdade, hoje, é um termo usado como conotação negativa e em forma de deboche/crítica aos grupos "liberais" "pós-modernos" em siglas como o PSOL (que não existem só nesse, antes fosse), é um "novo dialeto" "inventado/artificial e importado" do país ou "novilíngua" (você escolhe https://pt.wikipedia.org/wiki/Novil%C3%ADngua), que pode ser também fruto de pobreza/limitação de vocabulário, já que uma parte não lê mais ou quando lê há problemas graves de interpretação de texto (dislexia, problema de formação em língua portuguesa no período escolar mesmo), tornando a comunicação um monte de "monossílabos" ou linguagem de idiotas, reduzida, limitada, a tal ponto dessa turma se irritar quando você "escreve muito", o que não é bem verdade porque parte desses textos não são tão grandes assim, e há muita informação inserida. 

 Haverá outro post só pra tratar dos "pós-modernos" e cia, já que há "gente por aí" na rede "irritada" brigando com os termos porque não conseguiram entender o significado, acreditando que esses termos emergiram como crítica de "gente do PSOL", o PSOL e afins são o próprio problema, jamais teriam capacidade de se autocriticar como o "problema" ou como extensão do neoliberalismo fruto do colapso soviético e ascensão dos EUA como única superpotência global em 1990/1991.

P.S. 1 vou ainda revisar (reler pra lembrar) esse texto pra ver se dá pra acrescentar outras coisas, caso contrário completa-se em outro post. Pra que ninguém se espante se o post aumentar (com imagens etc).

P.S. 2 se alguém puder simplificar o procedimento de colocar o blog do "blogger" com url com "https://" de antemão já agradeço (pode deixar comentário na parte de comentários ou email, como quiserem). Esse blog anda aparecendo na busca do Google com o "http://" sem o "s", o que torna o site "perigoso", "suspeito" nos navegadores (protocolo de segurança).

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

'Liberalização' da esquerda e crescimento da Extrema-direita

Este texto saiu originalmente no site Sputnik (em inglês: How the Liberalization of the Left Led to the Rise of the Far-Right) e mostra um dos motivos do caos atual em várias partes do mundo (Europa principalmente, ou mais especificamente o Reino Unido) e como a esquerda capitulou pra grupos considerados mais radicais (à direita). O texto fala sobre um livro que comenta as razões pra certa extrema-direita ter ganho força no Reino Unido e como a esquerda britânica afundou (só que o caso é ilustrativo também pro resto da Europa, Brasil etc).

A resposta sobre o surgimento do caos aparenta ser quase sempre a mesma: o neoliberalismo, ou como esta ideologia adentrou nas esquerdas (na Europa isso é bem visível, no Brasil idem) e implodiu a "coisa toda" por dentro (até com a capacidade de se opor à agenda neoliberal), porque no começo ela era exclusiva da direita. Leiam o texto abaixo e tirem suas próprias conclusões. O texto chegou a mim através de terceiros, então os créditos dos sites ficam no final (de onde li primeiramente, do site do Luís Nassif). Caso alguém (que leu o texto) encontre algum erro na tradução, favor avisar, caso eu não corrija antes).

E já me antecipando caso algum "desavisado" venha com a pergunta clássica de sempre: "o que isso tem a ver com Holocausto, segunda guerra etc?". O blog trata também da questão da extrema-direita, e isso não está isolado do caos que se passa hoje no Brasil e no resto do mundo, não há uma "só direita" agindo no mundo de forma homogênea, ela tem suas vertentes como a esquerda também. Fora que o fenômeno de ascensão de certa extrema-direita, provocado pelo neoliberalismo depois da queda da URSS, é algo real, não existe fenômeno isolado como "negação do Holocausto" e afins separados dessas coisas. Quem quiser ficar em uma bolha sem conectar os problemas e causas, fique por sua conta e risco. Essas questões era algo que sempre criticava naqueles conclusões banais que muita gente fazia sobre esses assuntos (como "propagação de neonazis na Europa", "as causas") quando as comunidades do Orkut ainda existiam. Achavam que era algo "marginal" ao sistema e nunca foi.

Muita gente só olhou pros negacionistas negligenciando o outro problema: o extremismo liberal, o mesmo que ajudou a parir o fascismo com a Europa destruída após a Primeira guerra mundial. Extremismo como o dessa corja liberal que solapou o país na era FHC e agora destrói tudo de novo com o golpe de estado de 2016, vide o que se passa no Brasil atualmente, o desmonte do Estado brasileiro tocado a "toque de caixa" pra aniquilar o país como nação ou qualquer bem-estar social da maioria da população, o que tornará o país terreno fértil pra todo tipo de "discurso salvacionista" demagógico, principalmente do bando entreguista. Extremismo liberal do qual partidecos "radicaloides" (inofensivos ao entreguismo) como PSOL e PSTU fazem parte, mesmo se dizendo "contrários" a isso.

Parece que com o aprofundamento do golpe o discurso mentiroso e demagogo do bando golpista (corrupto, vira-lata e entreguista) virou fumaça, eu sabia que isso iria acontecer, só não tinha ideia do tempo que iria levar pra "ficha cair" pra boa parte do país (já é um começo, mas é necessário ir além disso se quiserem ainda ter algum país de pé, a coisa é bem séria).

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'Liberalização' da esquerda e crescimento da extrema direita
03/02/2017, Neil Clark, SputnikNews


No brilhante livro que acabam de publicar(ing.) The Rise of the Right, [A Ascensão da Direita]* três criminologistas de renome Simon Winlow, Steve Hall e James Treadwell, dedicam-se a explicar o crescimento do nacionalismo de direita na Inglaterra.

Embora o livro se dedique principalmente à sociedade e à política inglesas, há ali lições valiosas para todos os leitores nos EUA e também no resto da Europa. De fato, posso até dizer que se a esquerda ocidental não ouvir com atenção o que Winlow et al têm a dizer, pode acontecer de ela ser varrida do palco para sempre.

A situação é realmente, muito, muito grave.

'O Horizonte Capitalista'

O problema básico identificado pelos autores é que a esquerda, que outrora punha as preocupações da vida diária dos trabalhadores no ponto central chave de seu programa, virou liberal.

Com o neoliberalismo tornando-se hegemônico, os principais partidos da esquerda e seus representantes tiraram os olhos da reforma econômica e passaram a combater 'guerras culturais'. Propriedade pública e o compromisso com igualitarismo genuíno saíram da pauta – e as políticas das identidades entraram. A conversa passou a ser só "tolerar" e "tolerar". Ninguém mais deu atenção à exploração e aos explorados.

"A esquerda perdeu o interesse no campo tradicional da economia política, e em vez dela, inaugurou novos teatros de conflito no campo da cultura. Falando em termos gerais, a esquerda aceitou o horizonte capitalista" – explicam Winlow et al. [BINGO! (NTs)]

A vida política na Grã-Bretanha tornou-se estéril, com Trabalhistas e Conservadores convergindo para promoverem uma agenda pró-capitalista, economicamente e socialmente liberal. A classe trabalhadora foi excluída desse consenso novo, aprovado na City, em Londres.

Nas eleições gerais de 2001, obrigados a escolher entre Tweedledum Tony Blair e Tweedledee William Hague, só 59% das pessoas deram-se o trabalho de sair para votar. Compare esse nível de engajamento e os 83,9% de comparecimento às urnas, em 1950. Mas naquele tempo, a classe trabalhadora estava adequadamente representada.


Os autores de Ascensão da Direita destacam que, embora a "dominação da classe trabalhadora pelo pensamento e pela política da classe média liberal não seja novidade" – basta pensar no papel que os Fabianos tiveram na história dos primeiros anos do Partido Trabalhista —, as coisas pioraram muitíssimo na era do pós-socialdemocracia.

Demonização do Socialismo

O ex-carpinteiro Eric Heffer, que morreu em 1991, é citado como "um dos últimos pesos pesados honestos e confrontacionais, classe-trabalhadora autênticos, que houve no Partido Trabalhista." Os autores explicam o modo como a CIA desempenhou o papel que lhe coube na destruição de toda a genuína esquerda socialista — como se lê no livro de H. Wilford, The CIA, the British Left and the Cold War: Calling the Tune?, citado no capítulo 3:

"Central nesse processo foi abandonarem a classe e voltarem-se para linguagem, identidade cultural e movimentos sociais (...) O hábito norte-americano liberal-progressivista de demonizar o socialismo, falando dele sempre no mesmo parágrafo em que falam do fascismo, foi importado para a Europa para garantir apoio mais sutil e mais atraente ao programa de demonização de que a direita conservadora passou a fazer meio de vida."

A CIA conseguiu exatamente o que queria.

Na era do neoliberalismo hegemônico, quem ouse desafiar a direita liberal, de um ponto de vista socialista, pode contar com ser denunciado/a pelos guardiões do Establishment como "Stalinista" ou, até, "de extrema direita." Até advogar um retorno às políticas econômicas muito mais justas de 1945-79 é visto como perigoso e absolutamente 'sem noção'.

A mídia-empresa 'liberal'

De volta aos anos 70s? Quando o fosso entre ricos e pobres na Grã-Bretanha foi o menor em toda a história, e o país ainda contava com uma base de manufatura — oh... você deve estar doido! Os parâmetros aceitáveis para o debate são hoje desesperadamente rasos, com a mídia-empresa "liberal" encarregada de manter todas as soluções alternativas, que beneficiariam as maiorias, "fora da conversa"

"A mídia-empresa liberal de direita e liberal de esquerda diferenciam-se porque têm ideias diferentes sobre Estado de Bem-Estar, multiculturalismo e impostos, mas é só pressentirem 'perigo', remoto que seja, de acontecer um retorno de qualquer coisa que se assemelhe a real política de esquerda... toda a mídia-empresa imediatamente se reúne e se apresenta como uma só voz" – dizem os autores.

Não pode portanto surpreender ninguém que, com as suas vozes persistentemente ignoradas pelos que antes se diziam seus representantes, a classe trabalhadora britânica tenha procurado outras vias?

A metade final de The Rise of the Right inclui entrevistas com trabalhadores e trabalhadoras que apoiam grupos de extrema direita como a English Defence League (EDL) [Liga Inglesa de Defesa]. Aqui fala Steppy, 39 anos, sobre por que não vota com os Trabalhistas:

Ascensão da Extrema Direita

"Aqueles brancos vagabundos (...) Tomaram conta do Partido Trabalhista. Estão tomando conta de tudo, por toda parte. E vejam o que estão fazendo. Primeira coisa, pegam os empregos dos patrões. Viram patrão e arranjam emprego para os amigos. Suas feministas são gente dessa raça. Falam de democracia, mas não há democracia aqui. Não nesse país…"

O preconceito antimuçulmanos é disseminado entre os entrevistados.

Islamofobia cresce na Europa. Tuítos ofensivos alcançam o mais alto ponto de disseminação de todos os tempos.

Muçulmanos converteram-se em bodes expiatórios para a ira, a frustração e a alienação que caracteriza a Liga EDL e outros grupos de extrema direita.

Mas o grande problema, como os autores demonstram, tem sido o sistema econômico voraz sob o qual vivemos, que é adversário absoluto dos melhores interesses das maiorias. O neoliberalismo destruiu completamente comunidades inteiras de trabalhadores, e o espírito de solidariedade que havia. Toda a solidão, toda a ansiedade foram criadas pelo neoliberalismo.

Tony, como vários outros entrevistados recordam com nostalgia a Grã-Bretanha de 40 anos passados:
"Tudo era muito melhor (...) Para pessoas como eu era muito melhor. Nos divertíamos na escola e, ora, tudo simplesmente parecia funcionar direito. Havia empregos. Todos trabalhavam. As pessoas viviam juntas."
De volta ao começo do jogo

Em vez de ouvir a trabalhadores como Tony, muitos representantes políticos da "esquerda" preferem seguir o mote ditado pelos colunistas da mídia "liberal" de classe média, e focar questões que aqueles colunistas daquela mídia creiam que seriam mas 'mais urgentes'. Se alguém ainda espera deter o crescimento da extrema direita, é preciso acabar com esse relacionamento doentio com a mídia-empresa.

No capítulo oito do livro, os autores argumentam que a esquerda "tem de recomeçar do começo, outra vez":

"Para nós a esquerda hoje têm de voltar à classe trabalhadora. Quem deve vencer a luta por justiça social e econômica são os trabalhadores, é a classe trabalhadora. Liberais de classe média não podem (de fato, jamais sequer tentarão) vencer aquela luta, 'em nome' dos trabalhadores mais pobres."

Os autores dizem que os 'de esquerda' têm de se dar conta de que o que conhecem como "contraculturalismo 'de tendência'" foi erro de proporções colossais. Em seguida, têm de começar a desfazer o dano que causaram.

Não se trata de abandonar a cultura, mas de "devolvê-la ao seu lugar não dominante". A prioridade tem de ser a reforma econômica, e em especial, pôr fim à ditadura do capital financeiro. Um banco de investimento nacional público, a renacionalização de indústrias chaves e a volta dos empregos – empregos adequados, de trabalho que faça sentido, bem pago, com contratos de tempo integral para áreas que hoje estão convertidas em terra abandonada, são itens que têm de voltar ao topo da agenda dos trabalhistas.

A ascensão da extrema direita não é inevitável, nem é irreversível. Mas a esquerda está condenada para sempre, a menos que reaprenda a fazer campanha pelas questões arroz-com-feijão das classes trabalhadoras, e se separe bem claramente do pensamento da elite que dá apoio ao neoliberalismo. Se o líder trabalhista britânico Jeremy Corbyn ainda não encomendou um exemplar de The Rise of the Right, sugiro que o faça logo, o mais depressa possível.*****

* The Rise of the Right, English Nationalism and the Transformation of Working-Class Politics— Simon Winlow, Steve Hall and James Treadwell, fevereiro, 2017, Policy Press.

Fonte:
Sputnik/jornal GGN (site Luís Nassif)/Blog do Alok (tradução: Coletivo Vila Vudu)
http://jornalggn.com.br/blog/almeida/liberalizacao-da-esquerda-e-crescimento-da-extrema-direita

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

A guerra que se avizinha? Sugestão de leitura: "O último verão europeu", de David Fromkin

Como o verão tende a aumentar o calor, no sentido figurado (refiro-me à ampliação da guerra na Síria, detalho mais abaixo), verão aqui no Hemisfério Sul, na Europa é inverno, acho pertinente colocar uma resenha de um livro sobre a Primeira Guerra Mundial e como a coisa foi se desenvolvendo no último verão antes do estouro da Grande Guerra.

A leitura da resenha do livro é pertinente pois os tambores de guerra se avizinham e não aparentam ser mais somente blefes. O livro em questão é este:
"O último verão europeu" - David Fromkin

A quem não está a par do que se passa, leiam as matérias abaixo:
Turquia e Arábia Saudita admitem enviar tropas para a Síria (RTP, Portugal)
Turquia provoca risco de guerra com participação do Irã e Rússia, adverte parlamentar (Sputinik)
Escalada verbal desperta temor de confronto militar direto Rússia-Turquia (EM)
O xadrez geopolítico do conflito sírio: EUA, Rússia, Turquia e Arábia Saudita (Euronews)
Turquia: Atentado contra autocarros militares provoca 28 mortos em Ancara (Euronews)
Turquia desafia NATO, milícias curdas e cessar-fogo na Síria (Euronews)

Talvez se interessem em ler este post antigo (cliquem nos marcadores/tags dele também):
A crise na Ucrânia, os desdobramentos (um resumo)

A Arábia Saudita (o padrinho ideológico do Estado Islâmico/Daesh), mais a Turquia (que tem conflito com os curdos e já andou protegendo o Daesh) podem entrar na Síria agora que o Estado Islâmico se encontra enfraquecido pelas ações dos bombardeios russos mais a ação em terra do exército sírio, pruma contenção da Rússia dentro da Síria em concordância com o governo daquele país.

Qualquer pessoa sã/razoável sabe que se isso ocorrer (entrada da Turquia e Arábia Saudita no conflito) o sangue que vai jorrar disso será pesado, não se confronta uma potência militar como a Rússia achando que haverá um "passeio" pela Síria. O pior é que a Turquia é membro da OTAN, e sendo membro pode arrastar outros países pro conflito (se não é o que os líderes desses países querem), e ninguém sabe qual será o desfecho disso.

Como consequência dos tambores tocando, já fizeram um encontro do petróleo às pressas pra congelar a produção, com isso o preço do petróleo tenderá a voltar a aumentar, principalmente se a guerra na Síria se ampliar (com a entrada dos "novos atores" suicidas):
Arábia Saudita, Rússia, Venezuela e Catar vão congelar produção de petróleo (EBC)
'WSJ': Arábia Saudita, Rússia, Qatar, Venezuela concordam em congelar produção de petróleo (JB/WSJ)

Se o barril de pólvora estourar ainda mais na Síria com a entrada dos exército turco e saudita, o preço do petróleo tenderá a subir mais (a economia saudita está com problemas por conta da baixa artificial acordada pra prejudicar a economia de alguns países, inclusive o pré-Sal brasileiro).

Essa é a consequência direta econômica, fora as demais decorrentes desse embate.

Vejam que as fontes de notícias acima são várias, mesmo brasileiras (e não são as da dita "grande mídia").

Destaco isso pra evitar que algum sectário fanático (pleonasmo, muitas vezes), geralmente da extrema-direita liberal, venha encher o saco falando de "viés" político como se eles não tivessem um viés (bem distorcido e extremado por sinal), ou como se fosse "crime" ter opinião. Quem já discutiu com esse pessoal sabe muito bem que não são "flor que se cheire" e que o componente fanático desse pessoal impede qualquer discussão racional. Por essa razão que sempre faço esses alertas, não tenho paciência em "discutir" com esse tipo de lunático.

Em suma, tirem suas próprias conclusões mas não alimentem a ideia de que não podem ser afetados com essas coisas como "burros empacados", até porque o preço do petróleo afeta tudo, mesmo o preço das mercadorias da quitanda da esquina, e há de fato esse grande confronto se desenrolando fora.

A grande mídia no Brasil continua alienando a população não citando a gravidade do que se passa fora do país. Esses fatos podem não parecer "novidade" pra quem lê notícia avulsa na web (ou em outro meio), mas pra grande massa não é bem assim.

A bem da verdade é que a TV aberta do país, mesmo ainda tendo poder, anda beirando a irrelevância devido a sua forte autodesmoralização. A TV aberta (e parte da fechada) foi engolida pela internet, mesmo de forma ainda difusa, por conta da falta de qualidade e do partidarismo político da grande mídia, que a continuar assim tenderá a se auto-implodir com esse partidarismo fanático e doente que zomba da cara de todos, principalmente do povo.

Reparem que o povo no Brasil sempre fica perplexo (há um surto de pânico numa parte, pois se apavoram com essas coisas porque ficam alheios às notícias, pois a maioria não lê nada e "só ouve" ou "assiste" o Plim-Plim da Globo e afins) quando estoura algum conflito porque não estão a par do que se passa fora do país, pois a grande mídia, com destaque sempre pra Rede Globo, quando repassa esses acontecimentos fora, fazem-no de forma superficial tratando o Brasil como uma "grande ilha" isolada do mundo. É mais ou menos como uma parte "sente" o país, como se estivesse "distante" de tudo e não está, visão bem obtusa por sinal.

O problema é que não somos uma "grande ilha", tampouco uma ilha e muito menos estamos isolados do mundo (globalizado), sentimos os efeitos externos no país. Entendendo o que se passa é menos difícil encarar o problema. Em que pese a burrice histérica e histórica de parte da população (a parte fanatizada, manipulável) repetindo as palavras de ordem atual de disco arranhado: "PT, PT, PT" (só sabem dizer isso, repetiram tanto que isso virou uma caricatura).

Sem mais delongas, segue abaixo a resenha do livro "O último verão europeu" (a tradução da resenha), que saiu no Brasil (com capa diferente mais acima, e que retrata os bastidores do período próximo ao estouro da Primeira Guerra Mundial e o conflito de interesses das potências da época. Tem muita coisa parecida com o que se passa atualmente, por isso me veio à mente a indicação desse livro. Caso eu note que o texto acima ficou extenso demais e atrapalha a leitura da resenha, dividirei o texto em dois posts. Porque tem gente que fica "pisando em ovos" quando eu critico esse pessoal "liberal" do Brasil, que de liberal não têm nada (quem acompanha o blog já deve ter lido as críticas que faço a esses grupos, ver na parte de História do Brasil).
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A mesma interrogação cem anos depois: "O último verão europeu: quem começou a Grande Guerra em 1914?" de David Fromkin

Nesses tempos em que cada dia do ano tem suas onomásticas e celebrações, faz-se necessário reflexionar porque alguns acontecimentos estão inscritos em nosso calendário o marcando com sua recordação - ou talvez seu rastro de certo modo não tenha terminado ainda - nosso presente apesar de ter ocorrido, como é o caso dos tratados nesse livro, já há mais de um século.

O relato já conhecido diz que em 28 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Fernando da Áustria, herdeiro do trono do Império Austro-húngaro, foi assassinado junto a sua mulher em Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina, território que formava parte do império. O assassino, capturado no momento e que aparentemente atuava por iniciativa individual, era de nacionalidade sérvia. Justo um mês depois, em 28 de julho, o Império Austro-húngaro declarava guerra ao Reino da Sérvia, estado independente até 1878, que havia formado parte do Império.

No dia seguinte, a Rússia mobilizava suas tropas na fronteira do império, fato que leva a Alemanha a acusá-la de estar se preparando para entrar em conflito com seu aliado e lhe declara guerra em 1 de agosto. Dois dias depois, em 3 de agosto, a Alemanha declarava guerra também contra a França por sua aliança com a Rússia. Para atacar a França, as tropas alemãs ocuparam, contra a vontade de seu governo, a Bélgica em 4 de agosto, o que motivou a intervenção do Império Britânico declarando guerra à Alemanha.

Que ocorreu entre 28 de junho e o 28 de julho para que o assassinato acabasse dando pé a uma declaração de guerra? Que outros fatores houve além do assassinato do arquiduque? Poderia ter sido evitada? O que motivou o que até então fora conhecido como o maior conflito bélico jamais vivido pela humanidade - "A Grande Guerra"?

A história não é uma ciência exata nem um discurso linear, senão - em função da informação mais ou menos veraz e objetiva que dos fatos acontecidos tenhamos - uma reinterpretação mais ou menos certeira - mas nunca absoluta - sobre os mesmos. Neste marco de volubilidade, David Fromkin recolhe aspectos que apresenta como já analisados pelos historiadores, outros que tardaram mais em se conhecer e alguns por aclarar. De maneira minuciosa, detalha antecedentes bélicos, posicionamentos geoestratégicos e situação socioeconômica de cada uma das potências; personalidades envolvidas, motivações pessoais e relações entre eles,... Sua apresentação e concatenação ordenada dos fatos, junto a uma redação fluída e assertiva, dá-lhe solidez e verossimilhança dos acontecimentos que aborda em suas páginas e que em seu julgamento são as que geraram o clima necessário para que em dado momento, os detonantes necessários desatassem a tormenta perfeita que já não tinha como voltar atrás e que se transformaria na Primeira Guerra Mundial.

Nas mãos dos especialistas, fica a valorização se se tiveram em conta se as informações e dados considerados são os adequados e se estão corretamente unidos e interpretados. Como leitor, seu relato supõe um puzzle (quebra-cabeça) de peças bem alinhavadas que são lidas de maneira apaixonada e com a tensão de quem teve a oportunidade de viver aqueles dias em tempo real.

Um relato que não fica tão só em 1914, senão que abre a porta ao debate. Na análise de Fromkin e tal como expõe de maneira precisa, esta foi uma pugna sobre a liderança mundial, os equilíbrios de poderes e as definições de fronteiras entre nações e estados. Um conflito não resolvido em 1918 e que se prolongaria até 1989 com duas guerras mais, a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria.

E enquanto seguimos buscando explicação ao que se passou no início do verão de 1914 (inverno no Hemisfério Sul), não perdemos de vista uma data no calendário. Resta pouco mais de um mês para o 1 de setembro e seu efeméride correspondente com a previsível avalanche de análise do que se passou então também, no 75o aniversário do início da II Guerra Mundial.

Fonte: blog lucasfh1976
https://lucasfh1976.wordpress.com/2014/08/09/la-misma-interrogante-cien-anos-despues-el-ultimo-verano-de-europa-quien-comenzo-la-gran-guerra-en-1914-de-david-fromkin/
Título original: La misma interrogante cien años después: “El último verano de Europa: ¿quién comenzó la Gran Guerra en 1914?” de David Fromkin
Tradução: Roberto Lucena

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

As horríveis consequências dos experimentos secretos realizados em humanos pelos britânicos

Uma nova investigação desvelou que milhares de "voluntários" foram intoxicados com gás sarin ou drogas experimentais desde 1939.
Louis Hugelmann. Alguns pacientes faleceram e outros foram induzidos
à demência momentânea. Vários pilotos da RAF foram vítimas disso
Passou-se pouco mais de um mês no qual uma nova pesquisa histórica desvelou que o governo da Grã Bretanha utilizou, durante a Guerra Fria, milhares de seus cidadãos como cobaias humanas para provar todo tipo de substâncias potencialmente perigosas. Tudo isso, sem seu consentimento e causando severos danos em suas saúdes. Não obstante, agora acaba de ser revelado também que provas foram realizadas sobre uma multidão de militares de Wiltshire, os quais foram expostos a substâncias como gás sarin ou antraz sem sabê-lo, desde a Segunda Guerra Mundial.

Assim afirma um novo livro "Ciencia Secreta: Un siglo de guerras, veneno y experimentos humanos" ("Ciência Secreta: Um século de guerras, veneno e experimentos humanos") do qual foi feito eco na versão digital do "Daily Mail". Este, por sua vez, explica as terríveis repercussões que sofreram esses improvisados objetos de provas depois dos experimentos. Entre elas, destacam algumas tão impactantes como as de um jovem inglês que esteve convulsionando durante vários minutos, ou outro que, depois que fora injetada uma droga "incapacitante" no cérebro, esteve falando quatro horas com um amigo de sua escola qe havia falecido há quatro anos.

Concretamente, a investigação revelou as provas que os cientistas britânicos realizaram sobre mais de 21 mil militares de seu país desde 1939 (no começo da Segunda Guerra Mundial) até 1989, num centro científico de Wiltshire. Essas foram promovidas pelo Ministério da Defesa, que fez finca-pé de que aos "voluntários" não lhes deviam explicar as possíveis repercussões. Contudo, os investigadores acreditavam até então que os experimentos eram totalmente seguros, algo que não impediu que, no passado 2008, o governo se desculpasse com as vítimas e lhes pagasse uma volumosa indenização.

O pesquisador que trouxe à luz esses dados foi o historiador Ulf Schmidt, que expôs em seu livro casos como o do engenheiro da Força Aérea de Sua Majestade (RAF), Ronald Maddison, de 20 anos. Este foi exposto, sem sabê-lo, ao gás sarin, um agente nervoso que atualmente está classificado pela ONU como uma arma de destruição em massa. Segundo o historiador, o militar foi guiado a uma câmara na qual - junto a outros cinco sujeitos - aplicaram-lhe vinte gotas dessa substância. Morreu duas horas depois. E isso, apesar de que haviam lhe informado de que não correria perigo algum.

Assim o há corroborado o pesquisador Alfred Thornhill, que testemunhou o sucedido quando tinha 19 anos. "Vi que se levantava da cama e sua pele começou a ficar azul. Começou desde o tornozelo e se expandiu por sua perna. Foi como ver algo vindo do espaço exterior. Depois, os médicos lhe aplicaram a agulha maior que já vi e me disseram para me saísse", explica o antigo militar em declarações recolhidas pelo diário.

Outra dessas foi produzida durante a Segunda Guerra Mundial (1943) quando vários soldados foram expostos a vapor de nitrogênio durante cinco dias seguidos. Os seis voluntários tiveram finalmente que ser retirados do teste pois sofreram queimaduras químicas em suas axilas, escrotos e couro cabeludo. "Abriram a porta da câmara e todos estávamos no chão, gemendo e chorando. Fez-se eterno e foi horrível", assinalou ao historiador Harry Hogg quem participou da prova aos 20 anos.

Algo parecido sucedeu com o aviador de 19 anos Richard Skinner, a quem, em troca de uns xelins (shillings), submeteu-se em 1972 ao que os especialistas lhe haviam denominado de "uma leve dose de anestésico". Contudo, o que realmente lhe injetaram foi uma nova droga que incapacitava o cérebro humano. Num vídeo gravado do experimento se pode ver como o paciente fala durante quatro horas com um extintor de incêndio que, segundo crê, é um amigo de infância falecido há quatro anos.

Como eles, e tal e como assinala Schmidt, milhares de soldados foram fechados em câmaras de gás sob falsas promessas de dinheiro e bombardeados com todo tipo de toxinas potencialmente letais com o objetivo de provar os novos trajes químicos que estavam desenvolvendo na ocasião.

Abc.es@abc_es / Madrid
Día 08/08/2015 - 18.10h

Fonte: ABC (Espanha)
http://www.abc.es/cultura/20150808/abci-repercusiones-guerra-mundial-experimentos-201508081739.html
Título original: Las horribles consecuencias de los experimentos secretos realizados en humanos por los británicos
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 21 de julho de 2015

Novas fotos de Eduardo VIII a fazer saudação nazi surgem em público

Depois das imagens de Elizabeth II* com sete anos a fazer o que parece ser a saudação nazi, é a vez do seu tio Eduardo VIII, conhecido simpatizante de Hitler, surgirem em pública, mas para um leilão.

A polêmica em torno das imagens da família real britânica a fazer gestos nazis continua no Reino Unido. Desta vez, é o Telegraph que publica imagens do tio de Elizabeth II, Eduardo VIII, a fazer a saudação nazi numa visita à Alemanha em 1937.


A ‘simpatia’ de Eduardo VIII pelo regime alemão está longe de ser um segredo, mas a divulgação das imagens não vem numa boa altura, depois de o The Sun ter publicado imagens da rainha Elizabeth II em 1933, então com apenas sete anos, a fazer a saudação nazi nos jardins reais.

Nas fotos, que foram colocadas em leilão, o então Duque de Windsor surge a fazer rodeado de responsáveis nazis de uniforme, alguns com uma braçadeira com a cruz suástica, numa visita a uma mina alemã. A visita não era oficial, e tinha a objeção do Governo britânico.

Eduardo VIII chegou a conhecer, juntamente com a sua mulher, Adolf Hitler.


A altura em que as fotos surgem é apenas uma coincidência, garante a casa de leilões que irá proceder à sua venda. “É pura coincidência. Aconteceu ser na mesma altura que a outra história saiu”, diz um responsável da Morgan Evans.

Mas a história continua a fazer correr muita tinta no Reino Unido, com algumas histórias que já eram conhecidas a ressurgirem, em grande parte numa tentativa de explicar o que se sabia na época.


No blogue de política do jornal britânico Guardian, Michael White, diretor adjunto do jornal, lembra que em meados da década de 30 não era só a realeza e os políticos que achavam que valia a pena ser amigo de Adolf Hitler.

Entre outros casos que são recuperados, o Guardian lembra o caso da seleção de futebol inglesa em 1938, quando foi a Berlim jogar contra a sua homóloga germânica. A foto é conhecida, mas ajuda a ilustrar a época, com toda a seleção a fazer a saudação nazi no início do jogo.


Fonre: Observador (Portugal)
http://observador.pt/2015/07/21/novas-fotos-de-eduardo-viii-a-fazer-saudacao-nazi-surgem-em-publico/

*Observação sobre grafia: eu irei publicar mais outro post sobre isso então colocarei a explicação no outro. Mas onde há "Elizabeth II", no jornal/site (que é de Portugal) há a grafia da rainha da Inglaterra como "Isabel II". Mas como ninguém no Brasil a conhece mais por esse nome, eu alterei a grafia. Fica o aviso a quem for ler, e coloco no outro post o "porquê" disso, pois o certo seria escrever Isabel II mesmo, e o Brasil escrevia assim e "alterou". Fica estranho a grafia de Edward VIII ser mantida como Eduardo VIII e a de Elizabeth II sem alteração pra Isabel II como era antes. Neste aviso estou me dirigindo ao público brasileiro, mas como o blog alcança vários países (incluindo os de língua portuguesa, obviamente), caso alguém tenha curiosidade no assunto, fica o alerta.

Na Espanha também se grafa Isabel II, não deixam o nome grafado em inglês.

Mas pruma imprensa (como a do Brasil) que fala "tá calor" (perdi as contas de quantas vezes ouvi isso em TV, verbo de ligação "estar" pede adjetivo, no caso seria "quente", pois "calor" é substantivo), conjuga verbo com "mim", o "fazem anos" (em vez do "faz anos"), e agora deu pra usar a expressão "risco de morte" no lugar da tradicional "risco de vida" (apesar das duas estarem corretas, mas sempre se usou "risco de vida") por cretinice e modismo (essa eu lembro quando começou, foi modismo da Rede Globo, a 'onipotente'), tudo é possível. Tudo isso são regras básicas que se aprendem (teoricamente) em colégio, não há nada de "sofisticado" nessas expressões pra se justificar tanto erro.

sábado, 29 de março de 2014

A guerra que mudou o destino da Europa (Primeira Guerra Mundial)

Quase todos os países que participaram calcularam que o conflito que estourou em agosto de 1914 ia ser breve. Durou mais de quatro anos e deixou oito milhões de mortos, dos quais um terço foram civis.

Julián Casanova 2 JAN 2014 - 00:01 CET

ENRIQUE FLORES (desenho)
"A primavera e o verão de 1914 estiveram marcados na Europa por uma tranquilidade excepcional", recordava anos mais tarde Winston Churchill, alimentando essa ideia nostálgica da estabilidade europeia em tempos da Alemanha Imperial de Guilherme II ou da Inglaterra de Eduardo VII, de contraste entre os "good times" e o período das grandes convulsões políticas e sociais inaugurado pelo começo da Primeira Guerra mundial em agosto de 1914.

Quando começou essa guerra, a Europa estava dominada por vastos impérios, governados - exceto a França, onde havia surgido uma República da derrota na guerra com a Prússia em 1870 - por monarquias hereditárias. A nobreza exercia todavia um notável poder econômico e político. Na Grã-Bretanha, França ou Alemanha, para citar as nações mais poderosas, uma oligarquia de ricos e poderosos, de boas famílias, de nobres e burgueses conectados através de matrimônios e conselhos de administração de empresas e bancos, mantinham seu poder social através do acesso à educação e às instituições culturais.

Muitos cidadãos europeus tinham restringida a liberdade para falar seu idioma ou praticar sua religião e sofriam notáveis discriminações de gênero, raça ou de classe a qual pertenciam. As mulheres não votavam, com exceções como a Finlândia que lhes havia concedido o voto em 1906, e em raras ocasiões lhes era permitido possuir propriedades ou conduzir seus próprios negócios. Antes de 1914, a democracia e a presença de uma cultura popular cívica, de respeito pela lei e da defesa dos direitos civis eram bem escassas, presentes em alguns países como a França e Grã-Bretanha e ausentes na maior parte do resto da Europa.
Em 1919, só restavam os impérios britânico e francês. Todos os demais haviam desaparecido.
Foi essa ordem o que começou a se desmoronar quando a Áustria declarou guerra à Sérvia em 28 de julho de 1914, um mês depois do assassinato em Sarajevo do herdeiro do trono austríaco, o arquiduque Francisco Fernando. A partir daí, as tensões e rivalidades entre os diferentes Estados a converteram em uma guerra geral, primeiro europeia e, depois com a entrada dos Estados Unidos em 6 de outubro de 1917, mundial. E ainda que os governos das principais potências, da Rússia à Grã-Bretanha, passando pela Alemanha e Áustria-Hungria, contribuíram para pôr em risco a paz com suas mobilizações militares, nenhum deles havia feito planos militares ou econômicos para um prolongado combate.

Esperavam que a guerra fosse curta porque sabiam que se entrassem em guerra todos de uma vez, algo que possibilitava o sistema de alianças pactuado alguns anos antes, o dinheiro e as energias gastas podiam conduzir à bancarrota da indústria e do crédito na Europa. Ao declarar a guerra em agosto de 1914, argumenta a historiadora Ruth Henig, "As potências europeias contemplavam uma série de encontros militares curtos e incisivos, seguidos presumivelmente de um congresso geral dos beligerantes no que confirmariam os resultados militares mediante um arranjo político e diplomático". Guilherme, o príncipe herdeiro da coroa alemã, ansiava que a guerra fosse "radiante e prazerosa". O ministro russo da Guerra, o general V.A. Sukhomlinov, preparava-se para uma batalha de dois a seis meses e as expectativas britânicas eram de que suas forças expedicionárias estivessem em casa para o Natal.

A guerra, contudo, durou quatro anos e três meses e o entusiasmo que exibiram a favor dela a maior parte das populações dos países beligerantes, incluídas as classes trabalhadoras, evaporou-se relativamente logo, especialmente na Europa central e a do leste. A escassez de comida e de matérias primas e os numerosos conflitos que se derivaram das duras condições em que se desenvolveu a guerra formaram o pano de fundo das revoluções de 1917 na Rússia que sucessivamente derrubaram o regime czarista e levaram os bolcheviques ao poder, a mudança revolucionária mais súbita e ameaçante que conheceu a história do século XX. Em 1919, só restavam os impérios britânicos e francês. Todos os demais haviam desaparecido e com eles, um amplo exército de oficiais, soldados, burocratas e proprietários de terras que os haviam sustentado.

No século que transcorreu entre o Congresso de Viena em 1815, que pôs fim à era de Napoleão, e o estouro da Primeira Guerra Mundial, a Europa foi o cenário de duas grandes guerras que se destacaram sobre outros conflitos mais localizados: a guerra da Crimeia, de 1854-56, deixou uns 400.000 mortos; a que enfrentou a França e a Prússia, em 1870-71, causou 184.000 vítimas. Mais de oito milhões de pessoas morreram na Grande Guerra de 1914-1918, uma cifra a qual se deveria acrescentar as vítimas da pandemia de gripe de 1918-19, que golpeou com severidade uma população debilitada pelos efeitos da contenda.
Ao menos 800.000 armênios foram assassinados pelas forças armadas otomanas
Antes de 1914, os civis mortos nas guerra eram poucos comparados com quem as combatiam (militares). Na Primeira Guerra Mundial, as vítimas civis mortais já representaram um terço do total; na Segunda, superaram a dois terços. O "embrutecimento" causado pela primeira dessas guerras, com terríveis consequências, deu o passo para que populações civis se convertessem em objeto de acosso e destruição.

Com o começo da Primeira Guerra Mundial, o destino da Europa começou a ser decidido pela força das armas. Foi um conflito de uma escala sem precedentes, uma ocidental e outra oriental, com a aparição pela primeira vez na história dos bombardeios aéreos, depois que batalhas por terra e por mar houveram sido durante muito tempo as principais manifestações da guerra. Já no começo de 1915 houve ataques com bombas vindas do céu, executadas pelos britânicos e alemães. As atrocidades cometidas sobre a população civil demonstram que essa guerra inaugurou uma nova época na violência entre Estados, que alcançou seu zênite na Segunda Guerra Mundial.

Segundo a investigação de John Horme e Alan Kramer, 6.427 civis belgas e franceses foram assassinados pelas tropas alemãs invasoras de 1914, apenas começada a guerra, e a perseguição e morte de civis foi também comum no front leste, protagonizada pelos soldados alemães, austríacos e russos. Centenas de milhares de lituanos, letões, poloneses e judeus foram deportados para o interior da Rússia. Ainda que o exemplo mais claro desse "embrutecimento" alimentado pela Grande Guerra, um claro precedente do genocídio nazi, foi o assassinato a sangue frio de cerca de 800.000 armênios, entre 1915 e 1916, pelas forças armadas otomanas, uma ação deliberadamente planejada e levada a cabo pelas elites do Estado otomano.

A Primeira Guerra Mundial, que decidiu o destino da Europa pela força, depois de décadas de primazia da política e da diplomacia, é considerada por muitos autores a autêntica linha divisória da história europeia do século XX, a ruptura traumática com as políticas então dominantes. Marcou o começo da escalada da violência nessa era que se estendeu até 1945, porque apagou a linha entre o inimigo interno e o externo, a fronteira entre a população civil e militar, foi o cenário dos primeiros exemplos de extermínio em massa da história e dela saíram o comunismo e o fascismo, os movimentos paramilitares e a militarização da política.

A maioria dos dirigentes das grandes potências no momento do estouro da Primeira Guerra Mundial pertenciam a esse mundo exclusivo e elitista, estreitamente vinculado à cultura aristocrática do Antigo Regime, com escassos conhecimentos sobre a sociedade industrial e as mudanças sociais que isto estava provocando. Depois dela nada foi igual. Para intelectuais e artistas ficou quase impossível estar à margem dos grandes debates públicos. O comunismo e o fascismo converteram-se em alternativas à democracia liberal, veículos para a política de massas, viveiros de novos líderes que, subindo do nada, saltando de fora do establishment e da velha ordem monárquica e imperial, propuseram rupturas radicais com o passado. Como declarou Sir Edward Grey, ministro de Assuntos Externos da Grã-Bretanha, as luzes estavam se apagando na Europa.

Julián Casanova é autor de Europa contra Europa, 1914-1945 (Editora Crítica).

Fonte: El País (edição espanhola)
Título original: La guerra que cambió el destino de Europa
http://elpais.com/elpais/2013/12/23/opinion/1387813667_675098.html
Tradução: Roberto Lucena

Observação: só pra deixar registrado, há uma versão do El País agora em português (versão brasileira), como não saiu esse texto em português (e eu achei interessante), eu traduzi. Não sei se daqui pra frente vai ter problema pois o jornal também faz versões em português de textos sobre a segunda guerra e o texto é obviamente do jornal conforme indicado acima (no link da parte Fonte).

A parte sobre segunda guerra do El País merece elogio, é muito boa e uma alternativa a quem não quer ler o "amontoado" de textos de qualidade duvidosa que é publicado na mídia nativa por 'problemas' que não sei se cabe destacar aqui (mas que todo mundo sabe como anda a "reputação" da imprensa brasileira de anos pra cá, e pelo visto a imprensa brasileira continua querendo chegar ao fundo do poço, um dia chega, fica subentendido).

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Milhares assinalaram bombardeamento de Dresden

Milhares de alemães assinalaram hoje, em Dresden, no Leste da Alemanha, as vítimas do bombardeamento aliado de 1945 e protestaram contra uma concentração de neo-nazis, que queriam instrumentalizar o aniversário, noticia a AFP.

Ao fim da tarde, treze mil pessoas formaram uma cadeia humana no centro da capital saxã para dizer não à extrema-direita, segundo a polícia.

Esta manifestação é "uma declaração clara contra o nacional-socialismo, o racismo e a violência", declarou o autarca da cidade de Dresden, Dirk Hilbert.

Antes, cerca de 2.500 pessoas tinham participado numa marcha contra a extrema-direita e o nazismo, segundo a polícia e as associações "Dresden sem nazis" e outros 150 tinham depositado flores no cemitério de Heide, onde estão sepultados muitas das cerca de 25 mil vítimas, que morreram em três dias de bombardeamentos anglo-norte-americanos, realizados em fevereiro de 1945.

Ao início da noite, mais de 1.600 neo-nazis tinham-se reunido, face aos quais se concentravam milhares de contra-manifestantes -- entre cinco mil a seis mil, segundo os organizadores -, que gritavam "nazis fora!", sem que registassem incidentes.

Desde há anos, que a extrema-direita procura instrumentalizar, para fins de propaganda, o aniversário do terrível bombardeamento, com bombas incendiárias, que destruiu grande parte desta cidade do leste alemão entre 13 e 15 de fevereiro de 1945.

Fonte: Lusa/Diário de Notícias
http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=2302872&seccao=Europa

Vídeo reportagem euronews:
Milhares de alemães lembram vítimas de bombas de 1945 e denunciam neonazismo

sábado, 15 de maio de 2010

Pai e filho neonazistas são condenados na Grã-Bretanha

Dois britânicos, pai e filho, simpatizantes de ideias nazistas, foram condenados à prisão nesta sexta-feira depois que a polícia descobriu um veneno mortal que poderia ser usado como arma química na casa deles.

Condenado a dez anos de prisão, Ian Davison, de 42 anos, fabricou suficiente ricina para matar nove pessoas.

Ele foi condenado após admitir que produziu uma arma química, planejar atos de terrorismo e possuir manuais de terrorismo.

Seu filho Nicky, de 19 anos, foi condenado a dois anos de cadeia por possuir material útil para praticar atos extremistas.

A polícia encontrou o veneno durante uma busca na casa dos dois na cidade de Burnopfield, norte da Inglaterra, em junho do ano passado.

Neonazismo

O promotor Andrew Edis disse que Ian produziu a ricina em casa entre 2006 e 2007. Aparentemente, o veneno seria usado em uma tentativa de derrubar o governo britânico.

Ian explicou como pesquisou a manufatura da substância e comprou com facilidade os ingredientes.

"Um agravante particularmente desagradável deste caso é que você corrompeu seu filho", disse o juiz do caso a Ian.

Pai e filho, que foram julgados separadamente na cidade de Newcastle, mantinham o site de perfil neonazista ASF (Aryan Strike Force, ou "Força de Ataque Ariana", em tradução livre), cujo slogan é Whatever it Takes (ou Custe o que Custar).

O ASF, também conhecido como alcateia, tinha como objetivo derrubar governos "sionistas" e se autoproclama um dos mais radicais grupos de direita da Grã-Bretanha.

Andrew Edis disse que o site possui cerca de 350 adeptos, porém nem todos ativos. Alguns deles vão a julgamento este ano.

O famoso livro de Adolf Hitler, Minha Luta, estava disponível no site, afirmou o promotor.

Fonte: BBC Brasil
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/05/100514_britain_nazi_rc.shtml

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Auschwitz - Aquela coluna de fumaça era bem maior

Novas fotos da RAF de Birkenau estão agora disponíveis em http://aerial.rcahms.gov.uk

Aquela famosa foto de 23.08.44 feita há muitos anos atrás era na realidade apenas um dos muitos fragmentos descrevendo a inceneração ao ar livre em Birkenau naquele dia, e a coluna de fumaça era na verdade até maior que a parte representada naquele fragmento apresentado até então.

Cheque em: http://aerial.rcahms.gov.uk/database/record.php?usi=006-001-003-072-C
e http://aerial.rcahms.gov.uk/database/record.php?usi=006-001-003-155-C

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2009/11/that-plume-was-actually-even-bigger.html
Texto: Sergey Romanov
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 11 de janeiro de 2009

Príncipe Harry alvo de controvérsia por afirmações alegadamente racistas

Reino Unido: Príncipe Harry alvo de controvérsia por afirmações alegadamente racistas

Londres, 11 Jan (Lusa) - Quatro anos após ter causado escândalo ao ser fotografado com uniforme nazi, o Príncipe Harry volta a ser centro de controvérsia por palavras alegadamente racistas proferidas num vídeo dos seus tempos de militar.

Harry, de 24 anos, terceiro na ordem de sucessão da Coroa britânica, surge num vídeo a tratar um elemento da sua unidade militar por "paki" (de "paquistanês", mas que é usualmente uma forma pejorativa de designar paquistaneses e indianos) e outro de "raghead" ("cabeça de turbante", designação desprimorosa para árabes).

O semanário sensacionalista News of the World teve acesso ao vídeo, colocando-o online, que foi feito pelo próprio Harry a descrever os seus camaradas de armas em 2006, quando era aspirante a oficial.

Harry está a filmar um momento de repouso da sua unidade, naquilo que parece ser a sala de embarque de um aeroporto, com os militares visivelmente prostrados no chão a dormitar, foca um seu camarada de origem asiática e diz: "Ah, o nosso amiguinho 'paki', Ahmed."

Noutro passo do vídeo, Harry filma preparativos para um exercício nocturno em Chipre, encontra um cadete com o rosto escondido por detrás de uma espécie de véu e exclama: "Aqui está Dan. F... pareces um 'raghead'." O cadete visado sorri.

Em nenhum dos dois comentários se apercebe qualquer intenção por parte de Harry de melindrar os visados, antes parece o uso de uma linguagem pacificamente aceite naquele meio militar.

Mas isso não impediu o News of the World de titular "A vergonha do vídeo racista de Harry".

A família real já divulgou um pedido de desculpas, sublinhando que o Príncipe utilizou as palavras controversas "sem preconceitos" ao referir-se a "um membro muito apreciado da sua unidade" e garantindo de "de modo algum quis insultar o seu amigo".

"O Príncipe Harry compreende perfeitamente quanto esse termo pode ser insultuoso e está desolado se com isso magoou alguém", explica a família real no comunicado.

Harry serviu durante dez semanas no Afeganistão, mas foi recambiado para o Reino Unido por receio de que a sua presença concentrasse especiais ameaças sobre ele e a sua unidade.

Actualmente é tenente da Força Aérea Real (RAF) e vai iniciar o treino de piloto de helicóptero de combate.

O órgão de vigilância às discriminações no Reino Unido considerou as declarações de Harry "perturbadoras" e solicitou um inquérito ao Ministério da Defesa.

OM.

Lusa/fim

Fonte: Lusa(Portugal, 11.01.2009)
http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/491213

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Bombardeio de Dresden causou menos mortes que o suposto

(Foto)Imagem mostra Dresden após o ataque dos Aliados, em fevereiro de 1945

Comissão conclui que o total de mortos no bombardeio de Dresden é de no máximo 25 mil, abaixo do número oficial de 35 mil. Destruição da cidade alemã é uma das ações militares mais controversas da Segunda Guerra.

O bombardeio dos Aliados à cidade alemã de Dresden, em fevereiro de 1945, causou a morte de menos pessoas do que se supõe. Em vez de 35 mil, o número de vítimas fatais é de no máximo 25 mil, segundo um relatório parcial divulgado nesta quarta-feira (01/10) por uma comissão criada pela cidade especialmente para acabar com a controvérsia.

A comissão, formada por professores universitários, arquivistas e historiadores militares, conseguiu comprovar a morte de 18 mil pessoas, mas esbarrou em números contraditórios obtidos em registros de cemitérios da cidade. Ainda assim, o total dificilmente deverá superar 25 mil. Os trabalhos começaram em 2004 e terminarão no próximo ano.

O bombardeio de Dresden é uma das ações militares mais controversas da Segunda Guerra Mundial. Entre 13 e 15 de fevereiro de 1945, aviões do Reino Unido e dos Estados Unidos bombardearam a cidade, destruindo uma grande parte da região central, inclusive prédios históricos, como a igreja Frauenkirche.

Desde então, o número de mortos causa tanta polêmica quanto a própria ação militar. À época da Alemanha Oriental, o total de vítimas foi fixado em 35 mil. Extremistas de direita e neonazistas dizem que 250 mil morreram e chamam o bombardeio de Dresden de "holocausto".

Os historiadores lembram que, em março de 1945, as autoridades locais também calculavam em 25 mil o número de vítimas fatais. A propaganda nazista ignorou esse cálculo e passou a divulgar números bem maiores. "Em março de 1945, o Ministério alemão das Relações Exteriores orientou seus representantes no exterior a divulgar que 200 mil pessoas morreram", diz o relatório da comissão.

Ao longo dos anos, esse número passou a ser usado como instrumento de uma "contínua mitificação da destruição de Dresden", afirma a comissão. "O nome Dresden ficará para sempre associado a uma das piores catástrofes da Segunda Guerra Mundial", disse o historiador Rolf-Dieter Müller, que preside a comissão. Mas, para ele, "especulações insanas" bloqueiam a reflexão sobre outras tragédias, como os bombardeios a Hamburgo e Tóquio, nos quais morreram 40 mil e 100 mil pessoas, respectivamente.

Agências (as)
Fonte: Deutsche Welle(Alemanha, 02.10.2008)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,3686571,00.html

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Cresce preconceito contra judeus e muçulmanos na Europa

da Folha Online

O preconceito contra judeus e muçulmanos cresceu na Europa nos últimos anos, revela um estudo americano divulgado nesta quinta-feira.

Segundo a sondagem, realizada na Alemanha, Espanha, França, Reino Unido, Polônia e Rússia pelo instituto Pew Research Center, o anti-semitismo aumentou em todos estes países, exceto no Reino Unido.

O crescimento foi "particularmente espetacular na Espanha, onde as opiniões desfavoráveis [aos judeus] dobraram nos últimos três anos, passando de 21% em 2005 para 46% este ano", destaca o Pew Research Center.

A pesquisa revela que mais de um terço dos poloneses e dos russos têm sentimentos anti-semitas, assim como 25% dos alemães e 20% dos franceses. Apenas no Reino Unido a rejeição se manteve estável, em 9%.

"Na Europa ocidental, as atitudes negativas em relação aos judeus são mais comuns entre os mais velhos e os menos educados", destaca a pesquisa.

Em relação aos muçulmanos, os sentimentos são ainda mais negativos, com opiniões desfavoráveis da metade dos alemães, quase a metade de poloneses e franceses, 33% dos russos e 25% dos britânicos.

Na Espanha e na Alemanha há uma redução deste sentimento negativo em relação aos muçulmanos a partir de 2006.

Enquanto 60% dos espanhóis tinham sentimentos contra os muçulmanos em 2006, este índice caiu a 52% este ano. Entre os alemães, a queda foi de 54% para 50%.

Fonte: Folha Online(19.09.2008)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u443510.shtml

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