Se o "Holocausto" é realmente "o crime mais documentado da História da Humanidade", o que os "negadores do Holocausto" solicitam, "provas da existência das câmaras de gás", não deveria ser um problema para o Sr. Berenbaum. Por que não se pode proporcionar as provas pedidas? Onde está toda essa "documentação" de que se fala? Se se refere à "declarações de testemunhas", deveria saber que inclusive Shmuel Krakowski - o diretor dos arquivos do Centro de Documentação sobre o Holocausto Yad Vashem, de Israel- disse que umas 10.000 "declarações de testemunhas" sobre atrocidades nazis foram consideradas como FALSAS pelo Yad Vashem! [1]A flagrante tergiversação do Sr. Gannon é vista claramente quando se dá uma olhada na seguinte carta ao editor do Jerusalem Post de 21 de agosto de 1986: [2]
Ao Editor do Jerusalem PostDa carta do Sr. Krakowski se desprende, assim que o foi entrevistado, que ele fora citado mal, e ele decidiu esclarecer o assunto.
Senhor- tenho ficado enormemente surpreendido ao ler o artigo da página de Barbara Amouyal de 17 de agosto, que se baseia em parte numa entrevista que me fisgou.
Das 20.000 declarações que são guardadas em nossos arquivos, várias milhares foram amplamente utilizadas em julgamentos de criminosos de guerra nazis, ao contrário do que que escreveu Amouyal.
Disse à Amouyal que os sobreviventes fizeram suas declarações como registro da História. Não entendo porque ele disse que os sobreviventes queriam "ser parte da História".
Disse a ele que há alguns- afortunadamente muito poucos- testemunhos dos que se foram demonstrado de que não são precisos. Por que Amouyal disse que são um grande número?
Com respeito às últimas frases, não recebi a "ordem" de não falar do caso Demjanjuk. Simplesmente não quis falar dele com Amouyal.
Shmuel Krakowski,
Diretor,
Arquivos Yad Vashem
Jerusalém.
A Tergiversação de Krakowski, contudo, aparece freqüentemente nos livros que negam o Holocausto, e na Web. Se diz que a citação aparece na página da edição de Londres feita por David Irving do Relatório Leuchter. Isto não tem sido confirmado, mas se certo, isto explicaria porque aparece uma vez ou outra.
Foi vista a citação em 1995 no website de Keven Schmid, BeWISE. Nizkor lhe fez ter ciência, numa série de mensagens de correio de que a informação era incorreta, e ao que parece foi retirada.
O material publicado pelo Sr. Schmidt em BeWISE, procede ao parecer do Editorial Samisdat de Ernst Zündel. Não sabemos se o editorial do Sr. Zündel ainda publica este panfleto. Ken McVay, do Nizkor, tem perguntado com freqüência ao Sr. Zündel sobre este tema em grupos de notícias, mas o Sr. Zündel não tem respondido.
Foi vista a citação em maio de 1996 no então novo website de Arthur Butz. Numa página sobre os testemunhos judeus do pós-guerra, e dizia:
Tem um elemento de grande importância historiográfica no Jerusalem Post (17 de agosto de 1986 na edição diária regular, págs. 1,4). Os Arquivos Yad Vashem de Jerusalém guardam milhares de testemunhos assim. Seu atual diretor, Shmuel Krakowski, admitia que "quase a metade" dos testemunhos "não são confiáveis" porque os "sobreviventes" se baseavam em sua imaginação e nunca estiveram nos lugares dos quais falavam, ou se baseavam em histórias que haviam ouvido em vez das coisas das quais haviam testemunhado.A citação, e uma explicação do mesmo estilo da retratação de Krakowski também apareceu num anúncio no periódico universitário Daily Northwestern em abril de 1991. Este anúncio foi pago por Bradley Smith para sua organização, o Committee for Open Debate On the Holocaust (CODOH) (Comitê para o Debate Aberto sobre o Holocausto). Smith escrevia:
Como as "provas" documentais do assassinato massivo dos judeus da Europa estão caindo uma atrás da outra, os historiadores especializados no Holocausto dependem cada vez mais de declarações de "testemunhas" para apoiar suas teorias. Muitos destes testemunhos são absurdos e nada confiáveis.Ainda que se assinale o erro cometido pelo Sr. Smith na Usenet em 1992, e depois, em finais de 1994, foi feito saber a ele diretamente através de um correio eletrônico, e ele não admitiu o erro até por quase um ano depois, em dezembro de 1995. Não fez nenhum comentário sobre o tema, até que publicou uma página web, "You Don't Have To Be Jewish" ("Não tens que ser Judeu"), na qual descrevia suas experiências na Usenet, em especial seu contato com Jamie McCarthy. (Se descreve esta página como um capítulo de um futuro livro). Smith escrevia aqui:
Shmuel Krakowski é o diretor dos Arquivos Yad Vashem, o centro internacional de documentação sobre o Holocausto que está em Jerusalém. Krakowski disse que se fora demonstrado que mais de 10.000 declarações de "testemunhos" sobre as atrocidades alemãs contra judeus das que o Yad Vashem possuem são falsas!
Não soube que Krakowski havia contestado à Amouyal até que li sua carta na Internet. Krakowski havia contestado em 1986, mas não o soube até 1994. Não sei porque. Talvez os revisionistas estavam mais interessados em fazer circular a coluna de Amouyal do que distribuir a resposta de Krakowski.Dada a demonstrada escassez de honestidade da maioria dos "revisionistas", essa explicação parece muito provável. Smith continua sugerindo uma explicação alternativa hipótetica:
As duas pessoas que sei que se encarregavam de ver o que saiu no Jerusalem Post só olhavam à Edição Internacional. A resposta de Krakowski apareceu na edição normal do Post, de acordo com a referência que dá McCarthy. Talvez a carta de Krakowski não apareceu na Edição Internacional, ou talvez sim.Esta hipótese é curiosa, porque não se tem feito a mínima confirmação para se apoiá-la.
Smith sugeriu mais adiante que o artigo original de Amouyal era correto- e que portanto Krakowski havia confessado que 10.000 testemunhos eram falsos- mas Krakowski havia mentido descaradamente em sua carta de resposta, e que uma conspiração global havia silenciado a discrepância:
É muito provável que depois de que se publicasse a coluna de Amouyal, os representantes das instituições fundamentalistas sobre o Holocausto de todo o mundo ocidental lhe disseram que seguir nessa linha seria "mau para os judeus" e especialmente mau para ela... Por outro lado, talvez não ocorrera nada disto...Talvez reconhecendo a fragilidade do argumento, também admite:
Talvez a informação que citou era incorreta, mas nem sequer isto foi demonstrado que seja certo. Não há provas de que eu mentira, não há provas de que Amouyal mentira, e não há provas de que Krakowski dissera a verdade em sua resposta a Amouyal.
Não voltarei a empregar a citação a Amouyal. Estou de acordo de que a resposta de Krakowski a pôs em dúvida... Se houvesse sabido da existência da carta de resposta de Krakowski à coluna de Amouyal, não haveria chegado a usar a observação dos "mais de dez mil" de Amouyal.A pergunta é se Zündel e outros negadores do Holocausto também admitiram seus erros, e se fazê-los levaria tanto tempo como levou Bradley Smith.
Engano e Tergiversação/Técnicas de Negação do Holocausto
Autores: Jamie McCarthy e Ken McVay
Fonte: Nizkor
http://www.nizkor.org/features/techniques-of-denial/krakowski-01-sp.html
Tradução: Roberto Lucena