Em 14/07/1933, foi aprovada a “Lei de Saúde Hereditária”. Ela estipulava que aqueles que padecessem de certas doenças, deveriam ser esterilizados contra a própria vontade; conforme a lei, também eram consideradas doenças, por exemplo, severas deformidades físicas e alcoolismo.
De 1933 a 1945, cerca de 400 mil pessoas foram compulsoriamente esterilizadas, em sua maioria os chamados “Associais” e “Pesos Mortos”. Uma grande quantidade de pessoas, as quais se considerava que “levavam uma vida sem dignidade”, também caíram vítimas da “Eutanásia”.
Do ponto de vista dos nazistas, era lógico que essas medidas fossem estendidas aos judeus, os quais, na visão deles, também eram tidos como inferiores.
Honorável Reichsfüher!Os anexos desta carta deixam claro que as pesquisas neste campo foram encerradas. O relatório dá explicações detalhadas das doses necessárias de radiações e adverte, por exemplo, sobre o aparecimento de queimaduras a altas doses. Este relatório também dá informações sobre o número de “pessoas disponibilizadas”:
Atendendo seu pedido, transmito-lhe, na esperança de que tome conhecimento, o resultado das pesquisas sobre a possibilidade de esterilização a laser tendo em vista a castração.
Peço que me seja indicado, para o futuro, se e em que aplicações práticas e teóricas devemos proceder.
Viktor Brack, Oberdienstleiter na Chancelaria de Hitler,
em uma carta a Himmler
apud Poliakov/Wulf,
Das Dritte Reich und die Juden, pág. 392
Em uma instalação com dois tubos podemos esterilizar de 150 a 200 pessoas por dia, com 20 instalações, poderemos, por sua vez, de 3000 a 4000 pessoas por dia.Um ano depois, Brack lembra Heinrich Himmler sobre suas pesquisas, bem sucedidas na visão dele, e propõe que seja utilizada a força de trabalho dos judeus sob domínio nazista. Considerando-se que sejam 10 milhões de judeus, afirma Brack, encontram-se pelo menos de 2 a 3 milhões de homens e mulheres aptos para o trabalho. Essa força de trabalho deveria ser reservada sob qualquer circunstância para o Reich. Brack é ainda mais específico:
L. Poliakov, Das Dritte Reich, pág. 393
De fato isso só será possível, se todos eles fossem esterilizados ao mesmo tempo.A maneira pela qual se deu concretamente estas castrações ou esterilizações foi descrita por uma vítima da seguinte forma:
L. Poliakov, Das Dritte Reich, pág. 392
Nós tínhamos que nos despir e colocar os órgãos genitais em um aparelho por 15 minutos.Em Auschwitz, o doutor do campo de concentração Horst Schumann era responsável por estas castrações. Schumann entrara no partido nazista em 1932. Um pouco antes do começo da guerra, ele foi admitido na Luftwaffe como médico-auxiliar, logo sendo convidado em um telefonema do chefe de Departamento Viktor Brack para juntar-se ao staff de Hitler.
(...)
Ao longo de um dia, na maioria das vezes, saíam secreções purulentas do genitais de nossos camaradas e eles tinham enormes dificuldades em andar.
(...)
Depois de duas semanas, por volta de outubro de 1943, sete homens de nosso grupo foram mandados para Auschwitz.
(...)
Lá nos operaram
(...)
Ambos os testículos foram retirados.
Documento de Nuremberg NO-819apud Ernst Klee, Was sie taten, pág. 99
Em janeiro de 1940, ele assumiu a direção do primeiro estabelecimento de gaseamento Grafeneck (na Alsácia). No outono de 1942, Schumann foi designado por Viktor Brack a Auschwitz na condição de especialista em gaseamento. Por lá ele deve ter sondado as possibilidades de uma esterilização em massa através da radiação a laser (apud E. Klee, Was Sie taten, pág. 99f).
As conseqüências eram terríveis para aqueles que voltavam logo ao trabalho. As partes atingidas pela radiação estavam queimadas e soltando pus, freqüentemente atingindo também os intestinos.O Planejamento e experimentos destes médicos, para dizimar os judeus através da castração e esterilização, tornou-se, rapidamente, a busca de uma “Solução Final” ainda mais radical: a aniquilação de judeus em eficientes instalações da morte.
Dores excruciantes e perturbações psíquicas se seguiam. Muitos morriam em condições horríveis. Sob a supervisão de Schumann, caso uma radiação fosse considerada bem-sucedida, procedia-se a um exame do esperma: um bastão revestido por uma mangueira de borracha era introduzido no reto, friccionando a próstata até causar a ejaculação. Esse procedimento não era apenas doloroso, mas tinha efeito prolongado sobre a frágil condição dos prisioneiros. Da ejaculação assim obtida, procurava-se por traços de esperma.
Da mesma forma que no controle das pesquisas de castração, eram retirados dos homens que passaram pela radiação um testículo e das mulheres, um óvulo.
E. Klee, Was sie taten, pág. 100
Fonte: Lista Holocausto-doc
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6145
Tradução: Marcelo Hiramatsu Azevedo
Original em alemão:
http://www.h-ref.de/vernichtung/euthanasie/sterilisation.php
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