domingo, 5 de fevereiro de 2012

Alemanha: Governo alemão decide criar um registro central de neonazistas

Banco de dados vai centralizar informações sobre ativistas de extrema direita tidos como violentos. Objetivo é facilitar investigações sobre crimes de motivação neonazista.

A Alemanha espera vencer a luta contra os crimes cometidos por neonazistas com a ajuda de um banco de dados central com quase 10 mil registros. O governo alemão decidiu nesta quarta-feira (18/01) criar um arquivo que une informações das autoridades regionais e nacionais de segurança sobre extremistas de direita tidos como violentos e seus contatos.

A intenção é identificar com maior rapidez conexões dentro de certos grupos. O exemplo veio do banco de dados antiterrorismo, no qual estão registrados há anos dados sobre ativistas islâmicos tidos como perigosos.

No novo banco de dados estão informações como nome, endereço e data de nascimento. Uma ferramenta de busca permite descobrir dados adicionais, como número de conta corrente, telefone, e-mail e ficha policial. Por insistência da ministra alemã da Justiça, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, essa ferramenta de pesquisa terá, a princípio, validade de quatro anos. Um possível prorrogação deverá ser definida depois de uma avaliação dos benefícios do recurso.

A criação do registro é uma consequência da descoberta tardia de que a série de assassinatos neonazistas que abalou a opinião pública na Alemanha, em novembro passado, foi cometida por um grupo de neonazistas. A motivação extremista do assassinato de nove imigrantes e uma policial só foi reconhecida anos depois dos crimes. Segundo especialistas, a falha na investigação foi provocada pela falta de troca de informações entre os muitos serviços de investigação envolvidos.

Crimes desvendados com anos de atraso

O trio de Zwickau: Zschäpe,
Böhnhardt e Mundlos
No início de novembro, após a descoberta de dois corpos carbonizados num trailer em chamas na cidade de Eisenach, no estado da Turíngia, a polícia alemã reuniu provas de que um mesmo trio neonazista fora responsável pela morte de uma policial, em 2007, e o assassinato de oito pequenos comerciantes turcos e um grego, ocorridos entre 2000 e 2006. A autoria, o motivo e a correlação entre os crimes permanecia desconhecida até então.

Os dois corpos encontrados no trailer eram de Uwe Mundlos e Uwe Böhnhardt, ativistas de extrema-direita procurados pela polícia por diversos roubos a bancos, juntamente com Beate Zschäpe, a companheira de moradia deles. O trio formava o núcleo de um grupo autointitulado Clandestinidade Nacional-Socialista (NSU, na sigla em alemão). Zschäpe incendiou o apartamento em que morava com Mundlos e Böhnhardt em Zwickau, também na Turíngia, e se entregou à polícia poucos dias depois.

As armas de serviço da policial morta e de seu colega foram encontradas no trailer incendiado. Nas ruínas do apartamento, os investigadores acharam a arma que matou os comerciantes estrangeiros, cujos assassinatos eram até então um mistério.

Suspeita se recusa a depor

As investigações sobre a série de assassinatos cometidos pelos neonazistas se mostra mais difícil do que o esperado porque a principal acusada se nega a falar. O diretor do Departamento Federal de Investigações (BKA), Joerg Ziercke, afirmou em Berlim nesta quarta-feira que a principal suspeita, Beate Zschäpe, ainda se recusa a falar com os investigadores.

"Os outros suspeitos que estão sob custódia também são muito monossilábicos", disse o chefe da BKA. Ele, entretanto, se mostrou confiante de que, devido à contundência das provas, "alguns dos acusados logo falarão". Além de Zschäpe, há quatro outros suspeitos de cumplicidade em prisão preventiva.

MD/dpa/rtr
Revisão: Alexandre Schossler

Fonte: Deutsche Welle (Alemanha)
http://www.dw.de/dw/article/0,,15674170,00.html

Ver mais:
Berlim aprova criação de banco de dados central sobre neonazistas (EFE/Terra)

5 comentários:

Sr. Madruga disse...

Se fizessem um registro aqui no Brasil, ficaria pronto em alguns poucos segundos. E o pior, é que os tupi-nazi-arianos possuem nomes italianos! Vá entender esses bandidos...

Sr. Madruga disse...

É preciso fazer registro mesmo. Veja o exemplo do bandido Horst Mahler. Foi um dos fundadores do grupo terrorista de extrema-esquerda, Baader-Meinhof, grupo este que atuava com diversas organizações terroristas mundiais, entre elas a FPLP. Amigo de Carlos "o Chacal", como advogado perdeu seu direito de advogar. Depois da extrema-esquerda, foi para a extrema-direita e passou a atuar no que vocês chamam de "revis", para mim bandidos delinquentes. A última notícia que tive dele (não faço questão de ter outras) é que está apodrecendo na cadeia. Aliás, a Europa atua muito bem contra esses marginais. Veja o exemplo de outro bandido, Pedro Varela, que está preso na Espanha. Que prendam outros!

Roberto disse...

"Se fizessem um registro aqui no Brasil, ficaria pronto em alguns poucos segundos. E o pior, é que os tupi-nazi-arianos possuem nomes italianos! Vá entender esses bandidos..."

Foi bom você ter mencionado isso, eu também observei a coisa, e é algo que chama atenção. Vi vários desses "nazis" de internet com sobrenomes italianos, algo que beira o surreal ou eles acham que são "arianos" aos olhos da doutrina nazi? Bem, debilidade voluntária e ideológica não tem coerência mesmo.

Só que fica evidente o racismo desse pessoal, esse apego deles ao fascismo ou nazismo é como se fosse uma forma de renegarem o Brasil ou o fato de serem brasileiros como se lamentassem por não terem nascido na Itália ou em outros países europeus e de terem nascido no Brasil "esse país desgraçado" (é o pensamento geral de vários deles). Cretinice ao extremo.

Com a crise comendo solta na Europa esse discurso virulento deles anti-Brasil deu uma diminuída(por motivos óbvios, ou eles encaram a crise por lá?). Parece que a crise acaba detonando a "ilusão" de "deixar de ser brasileiro" de vários deles, algo que os brasileiros em geral não iriam lamentar em hipótese alguma.

Roberto disse...

"É preciso fazer registro mesmo. Veja o exemplo do bandido Horst Mahler. Foi um dos fundadores do grupo terrorista de extrema-esquerda, Baader-Meinhof, grupo este que atuava com diversas organizações terroristas mundiais, entre elas a FPLP. Amigo de Carlos "o Chacal", como advogado perdeu seu direito de advogar. Depois da extrema-esquerda, foi para a extrema-direita e passou a atuar no que vocês chamam de "revis", para mim bandidos delinquentes. A última notícia que tive dele (não faço questão de ter outras) é que está apodrecendo na cadeia."

E esse cara, o H. Mahler, chegou a escrever uma carta (algo assim) prum grupo "revi" português(ou brasileiro, ou de ambos os países) chamado Dirlip. Tem uma cópia aí no blog do que deu pra salvar da lista do Marcelo Oliveira, só que o site original desse bando(Dirlip) foi pro ralo embora haja sites ativos.

"Aliás, a Europa atua muito bem contra esses marginais. Veja o exemplo de outro bandido, Pedro Varela, que está preso na Espanha. Que prendam outros!"

Eu não sei se dá pra alegar que toda a Europa haja duro sobre o problema, eu diria que alguns países agem, ou mais especificamente a Alemanha. Eu não vejo Portugal reprimir o problema(pelo que eu acompanho faz uma vista grossa "das boas"), a Espanha prendeu esse meliante do Varela mas é um dos redutos da extrema-direita na Europa(precisamente em Barcelona que é onde ficava a livraria desse Varela), fora o antissemitismo por lá. Países como a França não reprimem forte isso, na Inglaterra não é proibido vender livros "revis" e afins(antissemitas), ou seja, a coisa varia de país pra país, só que a Alemanha tem combatido firme a coisa apesar do escândalo por lá com esse grupo neonazi agindo por 10 anos e matando vários cidadãos do país.

Roberto disse...

O que eu acho absurdo(ao extremo) é um país que vai sediar Copa do Mundo e Olimpíadas simplesmente fazer vista grossa pro problema, vai ver que no dia que um desses bandos mandarem um prédio pelos ares (como queriam fazer e foram pegos antes da ação, no PR) haja uma mudança de "mentalidade" do poder público no país, pois é inacreditável a vista grossa e a negligência sobre o problema, é como se estivessem pagando pra ver se esses caras radicalizam mesmo a coisa.

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