quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Buchenwald (campo de concentração)

Um dos maiores campos de concentração da Alemanha, ubicado a 8 km ao norte da cidade de Weimar. Começou a funcionar em 16 de julho de 1937 e foi libertado em 11 de abril de 1945.
Dos 238.980 prisioneiros provenientes de 30 países que passaram por ele, 43.045 foram assassinados, incluindo os prisioneiros de guerra soviéticos.

Buchenwald estava dividido em três seções: o “campo grande”, que albergava prisioneiros com maiores privilégios; o "campo pequeno", para prisioneiros comuns, e o "campo de tendas", estabelecido em 1939 para prisioneiros poloneses. Também incluía uma área administrativa, as barracas das SS, as fábricas e os 130 campos satélites. Dois comandantes estiveram no comando do campo: o coronel das SS Karl Koch, de 1937 a 1941; e de 1942 a 1945, o tenente-coronel das SS Hermann Pister.

O primeiro grupo de 149 prisioneiros chegou a Buchenwald em julho de 1937, em sua maioria presos políticos e delinquentes comuns. Pouco depois começaram a chegar grandes transportes, e em fins de 1937 já havia 2.561 prisioneiros, em sua maior parte políticos. Na primavera de 1938 juntaram-se ao campo pessoas rotuladas como "antissociais". Para essa mesma época chegaram os primeiros transportes de judeus alemães. Em julho o número de presos era de 7.723. Em 23 de setembro de
1938 chegaram 2.200 judeus da Áustria, e outros 10.000 depois do pogrom de 9-10 de novembro de 1938 (Kristallnacht- Noite dos Cristais).

Os judeus eram tratados com extrema crueldade. eram obrigados a trabalhar 14-15 horas por dia, e viviam sob terríveis condições. Nessa etapa, o objetivo dos alemães era pressionar os judeus para que abandonassem o país. Em fins de 1938 liberaram 9.370 judeus de Buchenwald, depois que suas famílias e organizações judaicas e internacionais conseguiram fazer arreglos para que
emigrassem. Durante o breve lapso em que esses prisioneros estiveram em Buchenwald, 600 foram assassinados, suicidaram-se ou morreram por diversas causas.

Iniciada a guerra, milhares de opositores políticos foram presos e levados a Buchenwald. O número de prisioneiros aumentou novamente quando judeus da Alemanha e do Protetorado da Boêmia e Morávia foram deportados para o campo; em setembro de 1939 havia 2.700.

Posteriormente, milhares de poloneses foram confinados no campo das tendas.

Em 17 de outubro de 1942 os nazis ordenaram que todos os prisioneiros judeus no Reich fossem transferidos para Auschwitz, com exceção de 204 trabalhadores. Em 1944, judeus húngaros foram transportados em direção contrária, de Auschwitz a Buchenwald. Esses permaneceram pouco tempo no campo principal, para logo serem repassados para campos satélites. Os judeus recebiam um tratamento muito pior que os demais prisioneiros, e foram vítimas de experimentos médicos.

Em 1943 os alemães terminaram a construção de fábricas de armamentos no lugar. Isto acarretou num incremento de população: em fins de 1944 havia 63.048 prisioneiros, e 86.232 em fevereiro de 1945.

Em 18 de janeiro de 1945 os alemães começaram a evacuar Auschwitz e outros campos na Europa
oriental. Isto provocou o traslado de milhares de prisioneiros judeus para Buchenwald, entre eles centenas de crianças para as quais foram montadas barracas especiais no campo de tendas, denominadas de "Bloco das c rianças 66"; a maioria delas sobreviveu.

Em 1943 se organizou no campo um movimento de resistência denominado Comitê Clandestino Internacional, no qual também participavam judeus. O movimento conseguiu sabotar parte do trabalho que se realizava na fábrica de armamentos, e introduziu como contrabando ao campo, armas e munições.

Os alemães começaram a evacuar os prisioneiros judeus em 6 de abril de 1945. No dia seguinte foram evacuados outros milhares de prisioneiros. Cerca de 25.500 morreram durante a evacuação. Nos últimos dias de Buchenwald, os membros da resistência conseguiram demorar as evacuações. Em 11 de abril a maioria dos efetivos das SS havia fugido. Os membros da resistência tomaram o controle do campo e capturaram os SS que ficaram. Nesse dia, 21.000 prisioneiros foram libertados em Buchenwald, incluindo 4.000 judeus e 1.000 crianças. Em 1947, 31 funcionários do campo foram julgados nos Julgamentos de Nuremberg. Dois foram condenados a morte e quatro a prisão perpétua.

Notas

Zadoff, Efraim (Ed.), SHOA - Enciclopedia del Holocausto, Yad Vashem y E.D.Z. Nativ Ediciones,
Jerusalém 2004. Baseado em: Rozett, Robert & Shmuel Spector (Ed.), Encyclopedia of the Holocaust,
Yad Vashem and Facts On File, Inc., Jerusalem Publishing House Ltd, 2000

Fonte: Yad Vashem
http://www1.yadvashem.org/yv/es/holocaust/about/pdf/buchenwald.pdf
Tradução: Roberto Lucena

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