quinta-feira, 24 de abril de 2008

Holocausto na Letônia - Rumbula (A Organização da Ação)

Esta tradução se refere ao Capítulo 8 do livro The Holocaust in Latvia, 1941-1944: The Missing Center do Historiador letão Andrew Ezergailis.

Traduzido por Leo Gott à partir do link:
http://www.rumbula.org/remembering_rumbula.shtml
A Organização da Ação
A reconstrução das unidades e dos homens utilizadas na operação deve começar à partir do olhar de Jeckeln, da sua maneira de pensar e do seu estilo de trabalho. Jeckeln recebeu a ordem de Himmler para matar os judeus do gueto de Riga em 12 de novembro. Ele chegou a Rîga em 14 de novembro, com a maior brevidade.

Para limpar as objeções “civilizadas” do seu caminho, ele falou com Lohse sobre as altas ordens recebidas de Berlim. O nome de Hitler foi invocado, Lohse não tinha outra opção a não ser aceitá-la. Então Jeckeln compartilhou o segredo com o seu staff. Durante os primeiros dias em Rîga acompanhado de Paul Degenhart, ele fez o reconhecimento da margem direita do Daugava e da paisagem rural a leste de Rîga para escolher o local dos assassinatos. Uma vez que o gueto estava localizado na parte oriental de Rîga, perto dos limites da cidade, a pesquisa de Jeckeln foi limitada para essa direção. No caminho para Salaspils ele localizou Rumbula. Nós podemos assumir que ele escolheu o local entre os dias 18 e 19 de novembro, depois ele iniciou o seu planejamento detalhado e atribuiu seus homens para funções específicas. Nos primeiros dias ele manteve seus esforços organizacionais entre o seu staff.

Jeckeln atribuiu ao SS-Untersturmführer Ernst Hemicker, um especialista em construção, a organização da escavação das valas. Hemicker dirigiu-se para Rumbula, acompanhado por Degenhart, Neurath, e Esser, e foi informado sobre o número de pessoas a serem mortas. Hemicker mais tarde testemunhou que ficou chocado com o número apresentado, mas não protestou. Em 20 ou 21 de novembro, 300 prisioneiros de guerra russos foram para Rumbula, onde sob a supervisão de alemães e letos eles cavaram seis grandes covas. Hemicker supervisionou a escavação. Cada cova tinha dez metros de cada lado e de dois e meio a três metros de profundidade, do tamanho de uma pequena casa. Os prisioneiros russos cavaram as valas sob a forma de uma pirâmide invertida, retirando a terra por etapas para cima, a partir da plataforma e para plataforma. O caminho para a rampa era de um lado. As seis covas poderiam acomodar todos os 25.000 corpos. O trabalho foi concluído em aproximadamente três dias e foi preparado uma semana antes dos assassinatos, talvez em 23 de novembro.

Embora o SD local alemão e as forças Ordnungspolizei estavam envolvidos na operação, Jeckeln destacou seu próprio pessoal de staff como organizadores e supervisores das situações importantes, à partir do gueto para as valas. Ele próprio supervisionou a operação no local dos assassinatos. Na maior parte dos dois dias ele se situava no topo da pilha de terra e olhava para baixo no poço. Jeckeln ordenou aos seus guarda-costas, que consistiam entre 10 e 12 homens para atirarem nas valas. Entre eles Endl, Lüschen, e Wedekind tinham feito isso antes de Jeckeln. Para aumentar o grupo de assassinos e obter algumas reservas, ele falou ao líder do Driver Commando, Oberführer Johannes Zingler, para participar das execuções. Jeckeln lembrou Zingler de seu recente rebaixamento e disse que era dele se colocar em prova participando dos assassinatos. Zingler respondeu que preferiria ir para o front para provar o seu valor. Jeckeln respondeu a Zingler que se ele quisesse rever sua família era melhor ele obedecer a ordem. "Eu sabia o que ele poderia fazer para mim" (Ich würde ihn ja kennen), Zingler testemunhou em 1961. "Ele também referiu-se a mim dizendo que eu não era um soldado regular com ele, mas sim um que teria algo a provar." Zingler topou participar.

Na esperança de encontrar algumas reservas para o grupo de assassinos, Jeckeln convocou seus doze homens a se dirigirem para o quartel-general em Rîga Ritterhaus e revelou a eles que ele precisava de um commando execução (Erschiessungskommando). "Ele fez-lhes compreender que havia algumas pessoas que já tinham feito algo parecido, mas ele necessitava de homens adicionais para aliviar a carga dos outros. Ele pediu voluntários, imediatamente acrescentando, que ele não iria pensar mal deles se eles não topassem porque o trabalho era desagradável." Nenhum dos Drivers Commando se voluntariaram.

Jeckeln não considerou os letos para a missão. Primeiro como um homem das SS ele teria que considerar os alemães innere Schweinehund e, depois os alemães residentes do SD e ele não considerou os letos. Paul Botor, oficial de transportes dos KdS em Rîga, lembrou de um rumor que circulava em ter os SD, que os letos estavam matando suavemente. “O problema,” testemunhou Botor, “foi comunicado para as SS e ao Líder da Polícia de Jackeln. Jeckeln procurou mostrar para seus atiradores que eles poderiam fazer melhor.”

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