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Negar o Holocausto ou questionar alguns elementos relacionados ao evento é ilegal na Alemanha, com penas de prisão ou multa.
De acordo com o advogado de Williamson, ele foi julgado à revelia após sua irmandade, a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, ter ordenado que ele não comparecesse ao tribunal alemão.
Defesa
Mas o advogado Matthias Lossmann mostrou à corte uma gravação na qual o religioso alerta o entrevistador sobre o conteúdo da conversa. O bispo diz ao jornalista: "tenha cuidado, isso é ilegal na Alemanha".
Lossmann afirma que o entrevistador teria dito a Williamson que a entrevista seria transmitida apenas na Suécia, portanto seu cliente não pode ser responsabilizado criminalmente na Alemanha.
"Não precisamos nem discutir o fato de que as declarações são inaceitáveis, este não é o ponto", completou Lossmann.
O advogado leu uma declaração de Williamson na qual diz que "estava consciente que é contra as leis alemãs expressar tais dúvidas, portanto expressei-as para transmissão exclusivamente na TV sueca", onde as declarações seriam legais.
A juiza do caso na cidade de Regensburg, Karin Frahm, disse que "o bispo Williamson deve ter percebido que suas declarações chamariam atenção e ele conscientemente aceitou esta atenção".
Williamson já havia sido condenado a pagar 12 mil euros (cerca de R$ 28,5 mil) pelo mesmo crime em janeiro deste ano, mas sua recusa em pagar a multa levou ao novo julgamento.
A Fraternidade Sacerdotal São Pio X é uma irmandade católica extemamente tradicionalista formada após o Vaticano ter sofrido uma reforma, em 1965, que mudou alguns de seus conceitos, como a doutrina que responsabilizava os judeus pelo assassinato de Jesus e permitiu a liberdade religiosa.
Fonte: BBC Brasil/O Globo
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2010/04/16/bispo-multado-em-cerca-de-24-mil-por-negar-holocausto-916358356.asp
Foto: Telegraph.co.uk
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