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terça-feira, 21 de abril de 2015

O "Mises Daily" e a negação do Holocausto

Desde 2003, um certo cavalheiro vem publicando artigos no Mises Daily, que é um diário (newsletter) com artigos do Ludwig von Mises Institute (LMI), que atinge cerca de 40.000 pessoas por dia de acordo com o "Sobre" da página do LMI (sigla do instituto). Aqui está a lista de seus artigos no Mises Daily [Screenshot]. O Daily e seus assinantes não foram avisados de que esta pessoa começou uma carreira paralela na Internet como negador do Holocausto.

Este mês, o relatório do negacionista do Holocausto, Bradley R. Smith, publicou um artigo dele intitulado "Free-Riding on the Juggernaut of Conscience" (O parasitismo no Rolo Compressor da Consciência), que defende, sem citar quaisquer fontes, que, dessas pessoas que alegam ser sobreviventes ou parentes de sobreviventes do Holocausto, "a proporção de merecimento ... é minúscula." E ele prevê que
... apesar da forte saúde do Rolo Compressor e da capacidade ilimitada para sua expansão, um câncer está virando uma metástase e um dia vai quebrar seus eixos, quebrar sua sustentação e o conduzir a uma parada catastrófica súbita no centro de uma multidão, que de repente perceberá o quanto foi crédula em relação a essas pessoas por muitos anos, e de que eles têm montantes muito grandes de uma parte do que seria hoje seu próprio tesouro, além da decepção inercial da multidão sobre o Rolo Compressor e seus agora pilotos destroçados.
E conclui:
E quando a parada finalmente ocorrer, e os caronas forem jogados pela estrada entre seus antigos adoradores, aqueles que sentirem os impulsos de vingança contra qualquer um deles terão um conforto em saber que nenhum deles nunca pagou de forma alguma por seu passeio alto e poderoso, a bordo do Rolo Compressor da Consciência.
Quem é o autor desta luta livre com seus estereótipos ofensivos sobre massas de judeus parasitas?

Vejam seus perfis na Amazon [screenshot] e na Wikipedia [Screenshot], comparem os endereços de email. Ele afirma na crítica da Amazon [screenshot] que
Assim como a fumigação de roupas com gás cianeto para aliviar epidemias de tifo deu origem a acusações da realização de gaseamentos homicidas em Auschwitz, a inoculação por prisioneiros em Andersonville contra a varíola produziu encargos de que a vacina nocional foi usada para matar seus destinatários. Assim como os processos destinados à implicação de Hitler em ordenar o extermínio de populações de campos de concentração, foi secretamente oferecida a Wirz clemência se ele implicasse Jefferson Davis, presidente da Confederação, em um suposto programa de assassinar prisioneiros da guerra da União.
Ele expandiu seu "argumento" em um longo trecho de Outubro de 2009 chamado "The Last Casualty is Never Buried" (O último desastre nunca é enterrado) que pode ser encontrado em sua página no Scribd, na qual ele afirma:
"Zyklon B" é de fato o nome comercial do fumigante feito para tais fins na Alemanha desde muito antes da Segunda Guerra Mundial, quando foi ocasionalmente importado para uso nos Estados Unidos, entre outros países. Apesar da inadequação de um fumigante para fins de matar pessoas, as memórias de Hoss relatam sua ampla utilização para esse fim. É possível que Höss, ciente da prevalência e popularidade do rumor entre seus captores, comprometeu-se a apoiar a história em suas memórias, mesmo que apenas para ganhar uma curta trégua em sua sentença de morte iminente. Também é possível que esses trechos de suas memórias tenham sido escritos ou ditados por outra pessoa; Höss estava inegavelmente e totalmente à mercê dos seus captores determinados e vingativos. De qualquer forma, Höss foi executado pelo uso de um produto que havia sido introduzido no campo, pelo menos inicialmente, para aliviar a morte e sofrimento entre os presos.
Ele também postou extensivamente o negacionismo do Holocausto na página de discussão da Amazon. Ele afirma lá [screenshot] que o verdadeiro número de mortos do Holocausto é de 1.723.433. Ele também edita regularmente páginas da Wikipédia sobre luminares como David McCalden e David Irving, e também fez uma tentativa frustrada de ter a página da Wikipédia de David Cole reintegrada.

Parece que ele é apenas mais uma pessoa de ascendência germânica, cuja incapacidade de aceitar o resultado da Segunda Guerra Mundial levou-o a abraçar negação. O fato é que ele esperou até atingir a idade de 65 para 'vir a público' com essas crenças, o que não as torna menos condenáveis. Temos certeza de que o Mises Daily e seus leitores chegarão à mesma conclusão.

Não temos nenhum desejo de restringir seu direito de postar suas opiniões de negação do Holocausto e velados ataques ad hominem a judeus (basta prestar atenção no futuro sobre seus 'impulsos vingativos' sendo expressos contra eles) no CODOH ou em qualquer outro lugar, mas acreditamos que os assinantes do Mises Daily tem o direito de fazer escolhas informadas sobre quais os autores que recebem em suas caixas de e-mails.

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2010/01/mises-daily-columnist-is-holocaust.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: "Mises Daily" and HD
Tradução: Roberto Lucena

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Acerca da lei sobre a negação do Holocausto

Como citei aqui, eu comentei que iria fazer um post sobre esta lei da negação do Holocausto pois eu era o único no blog que não era contrário a este tipo de lei em alguns países com passado autoritário/ditatorial, que é o caso do Brasil, Alemanha e vários outros, e onde há um ranço autoritário de parte da população.

Com a subida ao poder de neonazistas na Ucrânia este ano, caiu por terra a "crença" de que esse tipo de lei combata ou consiga dispersar grupos de extrema-direita como muita gente acredita piamente, que basta assinar um decreto, e voilá, via passe de mágica os grupos "somem" com medo da legislação.

Lembrando que o golpe na Ucrânia foi apoiado pelo governo dos EUA e pelas lideranças da União Europeia, abrindo um precedente perigoso desde a segunda guerra. Ou seja, chega a ser bizarro que países tenham esse tipo de legislação e apoiem esse tipo de grupo (neonazi) chegar ao poder por conta de disputa política com a Rússia.

Voltando à questão, a ideia que o Roberto Muehlenkamp defende, e muito mais gente (a Lipstadt também defende isso, se eu achar o texto eu coloco aqui), de que a livre discussão deve prevalecer, e que se deve combater a ideia e que ideias não se acabam via canetada, é totalmente correta.

Mesmo eu tendo essa restrição com o negacionismo, eu sempre achei que essa ideia defendida pelo Roberto era totalmente correta, visto que a livre discussão do assunto nos EUA minou e desmoralizou esses grupos "revisionistas" por lá.

Só que há uma atuação civil naquele país pra combater isto que no Brasil não existe, o povo no Brasil em geral fica no comodismo achando que virá um "super-herói" combater essas coisas ou deixam a coisa correr pra discutir tudo em cima, em época de eleição (às vezes nem isso), sem participar politicamente de nada. É a típica ação comodista e covarde que culminou no aumento expressivo desse extremismo de direita no país como o desses grupos pedindo intervenção militar. A quem acha que uma coisa ("revisionismo") não tem a ver com a outra (esse extremismo de direita pedindo cabeça de presidente etc), as duas coisas têm mais relação do que muita gente pensa. O comodismo político tem um preço, o crescimento do extremismo.

Aqui o texto do Roberto no Holocaust Controversies:
A Petition to the German Legislator
Aqui um texto do Andrew Mathis sobre isso, com e mesma posição:
Holocaust Denial on Parade

O Leo concorda com a posição do Roberto Muehlenkamp (caso eu esteja errado eles podem vir comentar), o Daniel (do blog Avidanofront) idem, o Marcelo Oliveira que eu lembre também (ele não posta no blog, mas o nome do blog foi tirado da antiga, e finada, lista de discussão dele).

Então, declaro abertamente que minha posição anterior favorável (como uma exceção, apenas em países com passado ditatorial recente) sobre essa legislação acerca do negacionismo, não existe mais, não mais apoiarei este tipo de legislação ou lei sobre esse tipo de questão.

Quem quiser se iludir, como disse no comentário lá no começo do post (está no link), com essas leis, de que as mesmas irão acabar com racismo, crenças racistas e grupos fascistoides via caneta, sem haver educação, sem discussão, fique à vontade pra se iludir, só não quero ser cúmplice disso, dessa ilusão coletiva por comodismo, porque há bastante tempo sou cético com a 'eficácia' desse tipo de lei, e como disse acima, com o golpe dado na Ucrânia o ceticismo virou certeza, então seria bizarro eu continuar com a posição anterior.

O que se passa no Brasil em relação a essas questões (de racismo, extrema-direita etc), como eu disse acima, é de haver um certo descaso da sociedade civil, uma histeria tentando criar tabus (pra que não se discuta) por comodismo e fobia social, uma ignorância generalizada (o povo não procura entender o assunto pra se posicionar), e uma vontade de querer abafar o assunto com o famoso "esse assunto é chato" (chato é quem diz isso, tremendas malas sem alças), que acaba criando bizarrices como as que vi no Orkut, quando esse tipo de problema era algo mínimo, controlável, e um grupo de "ativistas" idiotas querendo dar uma de Batman (bancando os "justiceiros"), partiu prum quebra-pau com alguns desses bandos ridículos pequenos que circulavam por lá (grupos mínimos) e a coisa acabou se propagando por conta da histeria criada com a briga aberta, com a mídia fazendo sua "contribuição" pra difundir a coisa em vez de explicar, esclarecer, porque qualquer coisa que remeta a nazismo acaba chamando atenção do público curioso, que em sua grande maioria não lerá nada que preste sobre isso (e nem interesse muitas vezes têm), e quando leem algo que presta não costumam comentar, discutir etc, então a impressão que passam é a de que a ignorância é grande.

Depois do estrago feito não tem volta. Hoje dá pra falar sobre esse estouro do problema no Orkut sem a pessoa receber um ataque de algum "ativista" desses irritadinho porque a gente discorda desse tipo de "ativismo" deles posando de Batman, mas antes era complicado, você corria risco de receber ataque a torto e a direito (xingamento, ameaças etc) só por discordar de alguma dessas figuras por entender que eles não tinham noção alguma do que atacavam/criticavam (e não tinham mesmo, e acho que continuam sem ter), igual aos ataques que alguns "revis" também recebiam (isso era pra justificar a ação "benévola" justiceira deles). E obviamente o ataque é proferido por covardes, pois usavam das falhas de segurança do site pra fazerem isso.

Há um PL no congresso sobre esse assunto (negacionismo) que pode ser aprovado, se for ou não, a lei que reprime o problema não irá educar o povo com a questão do racismo, preconceito etc. É a mesma questão que a legislação antirracista levanta, essas leis acabaram com o racismo no Brasil ou acabou "refinando" a coisa? Porque quem é racista não deixa de ser por conta de uma lei. 

Certas ideias, como as racistas, só se diluem mostrando que não prestam, que são crendices e afins, via educação e assimilação de conhecimento que é algo que muitos brasileiros sentem aversão, visto o tipo de busca por "conhecimento" que vão atrás como literatura rasa (livros de auto-ajuda), conspiratória ou por "filosofia" astrológica. Basta ver a lista de livros mais vendidos do país.

Não digo isso por pedantismo ou "contente" (tem gente que se sente o máximo e tem prazer em chamar grupos de pessoas de ignorantes, mas não sinto qualquer "alegria" nisso), pelo contrário, não é tão fácil pôr o dedo na ferida, mas é necessário.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Franjo Tudjman, o ex-presidente croata antissemita e negador do Holocausto e Jasenovac

Tradução do texto "Holocaust Deniers at the U.S. State Department" (Negadores do Holocausto e o Departamento de Estado dos Estados Unidos) sobre as afirmações racistas e negacionistas de Franjo Tudjman, ex-presidente croata, negacionista do Holocausto, racista e antissemita.

Por Srdja Trifkovic
Terça-feira, 23 de março de 2010

O relatório de direitos humanos do Departamento de Estado dos EUA sobre a Croácia, lançado em 11 de março, afirma com certa naturalidade que Jasenovac foi "o local do maior campo de concentração da Croácia durante a Segunda Guerra Mundial, onde milhares de sérvios, judeus e ciganos foram assassinados" [grifo feito; uma cena diária de Jasenovac, acima] Esta afirmação notável é o equivalente moral e factual exato de se afirmar que "dezenas de milhares" de judeus e outros povos foram mortos em Auschwitz ou Treblinka ..

O número de vítimas de Jasenovac ainda é incerto. A estimativa mais baixa sem qualquer pretensão de seriedade metodológica - de dezenas de milhares de vítimas - foi feita pelo falecido presidente croata Franjo Tudjman, famoso por ter dito "Graças a Deus, minha esposa não é nem sérvia e nem judia." A "estimativa" de Tudjman em Jasenovac encaixa-se com suas outras avaliações:
"Em seu livro: Wastelands verdades históricas, publicado em 1988, o Sr. Tudjman escreveu que o número de judeus que morreram no Holocausto foi de 900.000 - não seis milhões. Ele afirmou também que não mais que 70 mil sérvios morreram nas mãos da Ustasha - a mairoria dos historiadores dizem que cerca de 400 mil foram assassinados"(The New York Times, 20 de agosto, 1995)
Outras fontes fornecem estimativas dezenas de vezes maior que as de Dr. Tudjman, e centenas de vezes maior do que o apresentado como fato pelo Departamento de Estado dos EUA:
"Jasenovac" - entrada feita por Menachem Shelach na Enciclopédia do Holocausto, Yad Vashem, 1990, págs. 739-740: "Cerca de seiscentas mil pessoas foram assassinadas em Jasenovac, na maioria sérvios, judeus, ciganos e opositores do regime Ustasha."

Segundo o site "The Holocaust Education & Archive Research Team"**: "estima-se que perto de 600 mil pessoas ... principalmente sérvios, judeus, ciganos, foram assassinados em Jasenovac."
Se já basta de fontes judaicas, vamos olhar para o que os aliados alemães contemporâneos do regime Ustasha tinha a dizer sobre o assunto (todas as citações são de "The Crônica de Krajina: Uma História dos sérvios na Croácia, Eslavônia e Dalmácia" ("THE KRAJINA CHRONICLE: A History of Serbs in Croatia, Slavonia and Dalmatia"). Segundo Hermann Neubacher, especialista político mais importante de Hitler para os Balcãs, em seu livro Sonderauftrag Südost 1940-1945. Bericht eines Fliegenden Diplomaten (Goettingen:. Muster-Schmidt-Verlag, 1957, pág. 18)
"A receita para o problema dos sérvios ortodoxos pelo líder e Führer da Croácia, Ante Pavelic, foi lembrar das guerras religiosas de memória mais sangrenta: um terço deve ser convertido ao catolicismo, outro terço deve ser expulso e o terço final deve ser liquidado. A última parte do programa foi conduzida." [ou seja, um terço de cerca de 1,9 milhões foi chacinado]
Num relatório para Himmler, o general da SS Ernst Frick estimou que "entre 600 e 700 mil vítimas foram massacradas à moda dos Balcãs". O General Lothar Rendulic, comandando forças alemãs nos Balcãs Ocidentais em 1943-1944, estimou o número de vítimas da Ustasha em cerca de 500.000. Em suas memórias Gekaempft, gesiegt, geschlagen (Welsermühl Verlag, Wels und Heidelberg, 1952, pág.161), ele recordou a memorável discussão csobre essa questão com um dignitário croata:
"Quando eu me opus a um alto funcionário que estava perto de Pavelic, apesar do ódio acumulado, não consegui compreender o assassinato de meio milhão ortodoxos, a resposta que recebi foi característica da mentalidade que prevalecia lá: Meio milhão, isso é muito - não havia lá mais que 200 mil!"
O Departamento de Estado dos EUA pode ter em sua posse novas e incontroversas provas que os pesquisadores do Yad Vashem tenham exagerado no número de vítimas em Jasenovac em uma centena ou mais, de que testemunhas alemães estavam erradas, que até mesmo o negador do Holocausto, o Presidente Tudjman, esteja errado, e que o número de vítimas seja certamente de alguns "milhares" em vez de dezenas ou centenas de milhares.

Se isso existe, o Departamento de Estado deveria tornar tal prova pública. Em caso contrário (de não existir), ele deveria fazer uma correção detalhada e um pedido de desculpas.

Fonte: The Lord Byron Foundation for Balkans Studies (site)
http://www.balkanstudies.org/blog/holocaust-deniers-us-state-department
Título original: Holocaust Deniers at the U.S. State Department
Tradução: Roberto Lucena
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Para ler sobre os números do Holocausto na Croácia, conferir o seguinte post (e clicar em seus links): A Ustasha e o silêncio do Vaticano - parte 4 (Observação)

Todos os posts sobre a Ustasha nesta tag.

**Sobre o site "The Holocaust Education & Archive Research Team", favor conferir os posts do Holocaust Controversies sobre os problema deste site e da má conduta de seus atuais donos. Não foi possível cortar o trecho que cita o site do texto acima, senão eu teria cortado.

Como não sei se o R. Muehlenkamp gostaria de comentar o caso pois como é algo restrito a discussões em inglês (os que mantém o site são um britânico e um norte-americano), sendo que os donos são dois paspalhos usando vários trolls/fakes para atacar o pessoal do Holocaust Controversies com cyberbullying e stalking, acho que o link dos posts do HC comentando o caso sobre a má ação do site e dos mantenedores já é suficiente. Caso alguém tenha dificuldade em ler em inglês basta pôr o link no tradutor do Google que traduz boa parte pro português sem distorções idiomáticas.

Pra quem acha que os "revis" são o ápice do que há de pior na web, eis aí um exemplo do que gente supostamente "anti-"revi"" pode fazer por conta também de extremismo político, divergência de opinião e mau comportamento.

sábado, 31 de maio de 2014

Eurodeputado alemão já foi condenado por definir Hitler como "um grande homem"

Udo Voigt foi o único eleito pelo NPD, o partido de cariz neonazi alemão que Berlim quis banir no ano passado.

Aos 62 anos, Udo Voigt torna-se o primeiro alemão neonazi a entrar no Parlamento Europeu.

O partido NPD só teve 1% dos votos nas Europeias de domingo, mas conseguiu eleger um eurodeputado para a próxima legislatura em Estrasburgo.

Filho de um membro da divisão de assalto nazi, Voigt teve a base de formação em engenharia aeronáutica antes de decidir seguir ciência política. Entre 1996 e 2011 foi o líder do NPD, num período em que foi condenado (2004) por promover o nazismo depois de definir Hitler como um "grande homem".

Desde então é uma das vozes alemãs que exige a devolução dos territórios perdidos pela Alemanha no final da Segunda Guerra Mundial e questiona o número de vítimas do Holocausto.

Em 2011, Voigt protagonizou mais um episódio polêmico: num cartaz surgiu sentado numa moto ao lado da frase "dá-lhe gás". Muitos interpretaram o cartaz como uma alusão aos milhões de mortos nas câmaras de gás até porque foram espalhados junto ao museu judeu de Berlim.

"Antidemocrático, xenófobo, antissemita e anticonstitucional" foram palavras usadas pelo porta-voz da chanceler Angela Merkel.

A câmara alta do parlamento alemão tentou banir, pela segunda vez numa década, o partido fundado em 1964, mas sem sucesso. O Tribunal Constitucional alemão travou essa intenção política e, mais tarde, até abriu a porta aos partidos mais pequenos ao retirar a fasquia dos 3% de votos para que pudessem ser eleitos. A fasquia continua a existir, no entanto, para as legislativas e até é mais elevada : 5%.

"A Europa está a ser inundada de povos estrangeiros", avisa o NPD, que durante a campanha apostou em cartazes a defender "Dinheiro para a pátria, em vez de Sinti e Roma".

Gisa Martinho (gisa.martinho@economico.pt)
27 Mai 2014

Fonte: Económico (Portugal)
http://economico.sapo.pt/noticias/eurodeputado-alemao-ja-foi-condenado-por-definir-hitler-como-um-grande-homem_194295.html

domingo, 18 de maio de 2014

As visões geopolíticas de Germar Rudolf e sua "Arábia unificada"

Pra não comentar e espichar o outro post "Os verdadeiros sentimentos de Germar Rudolf sobre os judeus", vou colocar os comentários às afirmações esdrúxulas dele neste post, por partes. Seguem abaixo os comentários. Mas deixarei aqui o link do post sobre o que penso sobre alguns conflitos do Oriente Médio e a própria região, pra evitar que aquele pessoal fissurado em Oriente Médio venha encher o saco porque idealizam e idolatram algumas países e regiões do planeta (este comentário é totalmente direcionado a brasileiros mesmo).

Primeiro trecho:
Se o Holocausto é visto como uma coleção única de mentiras, então o único pilar de sustentação que legitima o Judaísmo Internacional entrará em colapso.
Aqui ele confirma suas crenças em textos antissemitas como os Protocolos dos Sábios de Sião que traz essa versão de "poder judaico global" e é uma das bases do antissemitismo moderno. 90% dos "revis" (pra não dizer 100%) acreditam nisso e é uma das razões pra defesa fanática deles do negacionismo como forma de atacar judeus, que na visão dele são inimigos mortais.

Segundo trecho:
O destaque da religião substituta irá se desintegrar. A possibilidade de extorquir mais bilhões da Alemanha por conta de sua suposta obrigação também entrará em colapso.
Rudolf diz que judeus extorquem a Alemanha por conta de indenizações feitas por conta do Holocausto. O Rudolf não leva em conta algumas questões antes de fazer esta afirmação. Dinheiro algum paga a vida de quem a perdeu, e as indenizações são aquém do que uma pessoa poderia ganhar se tivesse ficado viva. Inclusive acho que se uma pessoa não precisa desse dinheiro deveria recusar isso (vai da cabeça de cada um) pois é uma forma pra lá de questionável de "compensar" o extermínio provocado por um país, mas há gente que necessita e não irei condenar quem tenha aceito isso por necessidade.

Terceiro trecho:
A possibilidade de obrigar os Estados Unidos a salvar eternamente os judeus de novos holocaustos através de doações infinitas de dinheiro também entrará em colapso.
Rudolf entra na fase dos delírios. Rudolf, os EUA não são obrigados, você pelo visto tem uma visão "benevolente" da política imperialista do governo dos Estados Unidos como superpotência. Os EUA veem retorno nessa aliança com Israel que se aprofundou depois da guerra dos seis dias quando o governo dos EUA viu que teria retorno dando apoio aquele país levando em conta a polarização da guerra fria, a URSS passou a apoiar vários países árabes e os EUA como resposta fez seus aliados naquela região, incluindo a Arábia Saudita.

Só um trecho pra ilustrar a coisa (pra quem quiser criticar, quem afirma isso é o N. Finkelstein que é adorado por "revis" mesmo não sendo ele, Finkelstein, "revi"), esse texto não é do Finkelstein mas está no site dele:

“Chronicle of a Suicide Foretold: The Case of Israel”
After Algeria became independent in 1962, France lost interest in the Israeli connection, which now interfered with its attempts to renew closer relations with the three now independent North African states. It was at this point that the United States and Israel turned to each other to forge close links. In 1967, war broke out again between Egypt and Israel, and other Arab states joined Egypt. In this so-called Six Day War, the United States for the first time gave military weapons to Israel.

The 1967 Israeli victory changed the basic situation in many respects. Israel had won the war handily, occupying all those parts of the British mandate of Palestine that it had occupied before, plus Egypt’s Sinai Peninsula and Syria’s Golan Heights. Juridically, there was now a state of Israel plus Israel’s occupied territories. Israel began a policy of establishing

Jewish settlements in the occupied territories.
Sim, os EUA fazem doações gigantes de dinheiro a Israel, algo contestável, mas só estou comentando esta parte porque alguém com malícia pode chegar e perguntar sobre isso e essa parte que ele disse existe de fato. Só pra deixar claro, eu não apoio a política externa israelense, só que não preciso usar argumento tosco como o que os "revis" usam pra criticar aquilo, fora o fato de que as motivações de crítica dos "revis" não são por questões humanitárias ou porque discordam da política belicista israelense (até porque os "revis" dão pitis de gozo com o Terceiro Reich que era belicista até o talo) e sim porque o alvo da crítica tem judeus no meio, o que pros "revis" é algo insuportável. O mundo "revi" gira em torno de judeus, um dos motivos que provam que não existe revisão histórica alguma por parte de negacionistas e sim panfletagem política, como já é sabido de muita gente.

Quarto trecho:
A simpatia mundial com os maiores mentirosos e vigaristas da história da humanidade também entrará em colapso.
Mais uma alucinação do Rudolf. Não vejo o mundo hoje sendo simpático com judeus por conta do Holocausto, quem afirma isso geralmente são os "revis" pra dramatizar a "causa" deles. Pode ter sido num passado remoto, no pós-segunda guerra principalmente em virtude do impacto da destruição causada, mas passados mais de 60 anos do evento, aquela empatia inicial já foi pro ralo há muito tempo, principalmente com o destaque que passou a ter as incursões de Israel na região do Oriente Médio, com destaque pro conflito no Líbano em 2006 e o ataque à Gaza em 2009.

De fato na guerra fria, com o mundo dividido e polarizado, não havia simpatia em relação a árabes ou ao lado palestino, palestinos em geral eram rotulados como terroristas por conta das ações dos grupos radicais e de Arafat, mas a percepção sobre o conflito mudou radicalmente com o fim da guerra fria e a partir de 1994 pra cá, principalmente com o uso global da internet e o destaque dado ao conflito que antes se resumia a um conflito regional apenas.

Quinto e último trecho:
A segunda tentativa da Europa de estabelecer um enclave duradouro na Palestina contra a vontade dos árabes, similar às cruzadas, também entrará em colapso. E, finalmente, a futura Arábia, será unificada e auto governada (por árabes) sem ocupantes judeus, norte-americanos ou europeus e potências coloniais, e se desenvolverá irresistivelmente. Isso explica porque os judeus e a mídia dominada por eles e políticos de todos os lugares defenderem essas mentiras (Holocausto) e reprimir os profetas de verdade com todos os meios possíveis.
Rudolf também gosta de anacronismos, usar termos do passado (cruzadas) pra criar figuras retóricas com o presente.

A Europa criou vários enclaves naquela região do planeta, Rudolf, pois teve colônia em vários países. Dá uma olhada:
Lista de ex-colônias europeias no Oriente Médio

Tudo isso ocorreu bem antes desse conflito Israel-Palestina, Rudolf.

Que tal mencionar o domínio francês no Líbano, ou na Argélia (essa no Norte da África)? E o poder britânico mandando na própria Palestina, Iraque etc? E o poder Otomano (turco) naquela região, Rudolf? Tudo isso antes de Israel existir.

Vou deixar uns links aqui caso alguém queira ler (estão em inglês, então coloquem no tradutor do Google):
1. Modern Period: the Rise of Colonial Interests in the Middle East
2. When the Middle East Became a Colony for Europe
3. The Legacy of The Ottoman Empire: Conflict, Colonies and Peter O’Toole
4. Century of Violence: What World War I Did to the Middle East (Spiegel)

Alguns livros:
1. The Great Syrian Revolt and the Rise of Arab Nationalism (Autor: Michael Provence)
2. Arab Nationalism, Oil, and the Political Economy of Dependency (Autor: Abbas Alnasrawi)
3. A peace to end all peace: the fall of the Ottoman Empire and the creation of the modern Middle East (Autor: David Fromkin)

Em português e espanhol (o livro em português se encontra no mercado brasileiro), irei colocar esse livro mas sei que o autor é visto como "problema" (embora seja referência) por alguns mais 'exaltados' porque o Bernard Lewis tem uma participação política nas últimas guerras no Oriente Médio. Explicarei isso (o motivo) num próximo post só sobre bibliografia do Oriente Médio:
1. O Oriente Médio: Do advento do cristianismo aos dias de hoje (Autor: Bernard Lewis)
2. Las identidades múltiples de Oriente Medio (Autor: Bernard Lewis)

Aqui eu deixo dois livros (ebook, PDF) sobre o tema:
1. Ottoman Modernity, Colonialism, and Insurgensy in the Interwar Arab East
Autor: Michael Provence

2. Confronting an Empire, Constructing a Nation: Arab Nationalists and Popular Politics in Mandate Palestine
Autor: Weldon C. Matthews

Só avisando que, se algum dos autores dos livros pedir que removam o link, terei que remover. Então quem quiser que baixe logo.
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Mas a parte mais engraçada e tosca da afirmação dele é a da "futura Arábia unificada", pelo visto Rudolf ignora fortemente as divisões sectárias daquela região e como todo fascista, acha que é possível "homogeneizar" tudo passando uma reta por cima de todos contra a contra a vontade de grupos rivais.

Rudolf, você já ouviu falar nisso? Guerra civil do Líbano. Tem um documentário interessante da Al Jazira sobre essa guerra civil libanesa.

E não preciso ir muito longe no tempo, há uma guerra em andamento no Oriente Médio agora mesmo, a guerra civil na Síria com grupos rivais se pegando: Guerra Civil na Síria.

Já viu a hostilidade entre Arábia Saudita e Irã por conta de divergências religiosas e políticas? O Irã não é árabe (é persa) e tem maioria xiita, a Arábia Saudita é o berço dos árabes de fato e tem maioria sunita. Já houve vários conflitos no Oriente Médio por sectarismo religioso, xiitas versus sunitas ao longo da história e conflitos contra outros grupos religiosos. Queria ver como seria essa unificação "interreligiosa" levando em conta a afirmação do Rudolf, seria um verdadeiro 'pinga sangue'.

E o certo seria chamar os povos de alguns países de "arabizados", pois a composição étnica deles (exemplo: Líbano) não é a mesma da Arábia Saudita. Houve uma colonização em vários países na expansão do Islã quando a religião ainda era restrita só a árabes, daí a origem do termo "arabizar". Eu costumo chamar aquela área do Mediterrâneo de "povos do mediterrâneo".

Queria entender como Rudolf acha que haverá uma "Arábia unificada" ignorando esses "detalhes" (rs), ignorando até a composição de cada país atual naquela região. Será que ele vai chegar na "Arábia" e gritar pros povos daquela região: Stop! In the name of love! Before you break my heart; Link2; Link3.

Depois aquele pessoal 'ultrassensível', cheio de mimimi, chega aqui "defendendo" revis" e acha que a gente "pega no pé" deles, o que não é verdade. Vejam o festival de sandices acima (distorções e mentiras em todo o comentário dele) e isso é só um pequeno trecho de asneiras que o cara escreveu.

sábado, 17 de maio de 2014

Os verdadeiros sentimentos de Germar Rudolf sobre os judeus

Isto pode ser lido na página 39 deste relatório, que cita Germar assim:

Se o Holocausto é visto como uma coleção única de mentiras, então o único pilar de sustentação que legitima o Judaísmo Internacional entrará em colapso. O destaque da religião substituta irá se desintegrar. A possibilidade de extorquir mais bilhões da Alemanha por conta de sua suposta obrigação também entrará em colapso. A possibilidade de obrigar os Estados Unidos a salvar eternamente os judeus de novos holocaustos através de doações infinitas de dinheiro também entrará em colapso. A simpatia mundial com os maiores mentirosos e vigaristas da história da humanidade também entrará em colapso. A segunda tentativa da Europa de estabelecer um enclave duradouro na Palestina contra a vontade dos árabes, similar às cruzadas, também entrará em colapso. E, finalmente, a futura Arábia, será unificada e auto governada (por árabes) sem ocupantes judeus, norte-americanos ou europeus e potências coloniais, e se desenvolverá irresistivelmente. Isso explica porque os judeus e a mídia dominada por eles e políticos de todos os lugares defenderem essas mentiras (Holocausto) e reprimir os profetas de verdade com todos os meios possíveis.

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2014/05/germar-rudolfs-true-feelings-about-jews.html
Título original: Germar Rudolf's True Feelings about Jews
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena

Observação: tem tanta besteira no comentário do G. Rudolf, principalmente a parte sobre Oriente Médio, que se for comentar pedaço por pedaço o post ficará muito espichado. Acho melhor fazer depois um post sobre esse comentário dele e Oriente Médio.

"Futura Arábia"? Esse tá "por dentro" das brigas sectárias do Oriente Médio.

Atualização: 18.05.2014

Eis o link com os comentários sobre este post: As visões geopolíticas de Germar Rudolf e sua "Arábia unificada"

sábado, 10 de maio de 2014

Putin promulga lei que penaliza a reabilitação do nazismo (negação do Holocausto)

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou hoje uma lei aprovada anteriormente pelo Parlamento que estipula penalizar em até cinco anos de prisão a reabilitação do nazismo e a divulgação de informação falsa sobre a atividade da União Soviética durante a II Guerra Mundial.

"A nova lei federal penaliza a negação dos fatos provados nos Julgamentos de Nuremberg, o rechaço ao castigo imposto aos principais criminosos de guerra dos países europeus, a aceitação dos crimes especificados em suas falhas, assim como a divulgação de informação falsa sobre a atividade da URSS durante a II Guerra Mundial", informou o Kremlin.

Além disso, a lei especifica multas a serem aplicadas pela profanação dos monumentos de glória militar e das efemérides/celebrações da Rússia.

As legislações dos países como a Áustria, Bélgica e França desde muito tempo penalizam a negação e a justificação das malfeitorias dos nazis.

Moscou, 5 de maio (Novosti)

Fonte: Ria Novosti (Rússia, ed. espanhola)
http://sp.ria.ru/neighbor_relations/20140505/159957106.html
Tradução: Roberto Lucena

Ver mais:
Russia's Putin outlaws denial of Nazi crimes Link2 (Reuters/Yahoo!)

Observação: o Putin consegue dar um nó na cabeça daquele pessoal com pensamento binário que divide o mundo em "preto e branco" e quer entender tudo a base de "esquemões" e simplismos. Quero ver o posicionamento dos "revis" daqui pra frente com a Rússia e o governo russo depois dessa (hahahahaha).

Meu comentário anterior, obviamente acima, foi mais referente ao cenário interno brasileiro. Mas esse "nó" mental/ideológico não ocorre somente aqui.

Acho curioso essa admiração de alguns deles com a Rússia, sendo que há um outro espectro da direita brasileira (pelo menos na que circula na rede, que eu evito de citar porque o nível de discussão é terrível), também extremista, que é uma ultradireita neoliberal ou ultraconservadora-liberal (é como se definem) que fala da Rússia como se ainda estivéssemos naquela divisão/polarização da Guerra Fria. São duas faces da mesma moeda (ou da mesma burrice), mas a última consegue ser ainda mais tosca que os "revis", por incrível que pareça.

Há também setores bizarros na esquerda que estavam tratando a questão dos neos na Ucrânia (ascensão deles, dos "banderistas", seguidores deste fascista ucraniano aqui) como "revolução popular" e adjetivos ridículos do tipo (um certo partido minúsculo com base mais forte no Rio, que andou tendo acusações de envolvimento com os Black Blocs, que coincidentemente desapareceram das ruas depois da palhaçada que culminou na morte de um cinegrafista, até hoje sem as devidas explicações que confirmam ou não envolvimento de políticos com eles), outra bizarrice sem tamanho, mas que mostra como está nivelada (nivelamento por baixo) hoje a discussão política no país.

Depois chega um desavisado ou outro torrando o saco nos comentários perguntando porque a gente se irrita com alguns comentários. Será que ainda é preciso explicar o motivo?...

Ainda sobre essa questão, não esqueci dessa discussão aqui que abordou questões interessantes sobre essa nova extrema-direita europeia, que já iria citar mas que não foi possível fazer nenhum post. Farei ainda um post sobre esses assuntos (só não sei quando, rs), Terceira Posição (Third Position, um 'tipo' de fascismo só que por "outro nome"), Dugin, Nova Direita (Nouvelle Droite) (link) e cia. São pontos interessantes, apesar deu discordar deles. Mas pelo menos não estão num nível tão baixo (intelectual) quanto o dessa direita vejista brasileira. Mas isso que comentei também não é um elogio (caso comecem a se "entusiasmar").

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Ex-líder da Ku-Klux-Klan, detido por fazer "coisas" com um travesti negro em um carro

Frazier Glenn Miller quis livrar sua cara argumentando que havia contratado o travesti com a intenção de golpeá-lo, mas que no final "uma coisa levou à outra".

Segundo o então promotor federal J. Douglas McCullough, Miller foi detido "fazendo coisas que para o promotor não é cômodo dizer em voz alta".

"Sua detenção foi impactante devido às posturas pessoais que ele sempre teve", acrescentou McCullough sobre o agora confidente do FBI.

Frazier Glenn Miller, antigo líder da Ku-Klux-Klan, acusado de matar três judeus no Kansas no início deste mês, foi detido pela polícia de Raleigh há um ano quando fazia coisas comprometedoras no assento traseiro de um carro com um travesti negro, segundo informou o New York Magazine.

Segundo o então promotor federal J. Douglas McCullough, Miller, que havia fundado o Partido Patriota Branco da Carolina do Norte e atualmente é confidente do FBI, ele foi detido "fazendo coisas que para o promotor não é cômodo dizer em voz alta".

"Sua detenção foi impactante devido às posturas pessoais que ele sempre teve", disse McCullough, que não quis dar mais detalhes sobre o relatório do incidente.

"Os detalhes são bem mais lascivos e preferiria não dizer nada mais. Creio que os fatos falam por si mesmos e as pessoas podem tirar suas próprias conclusões sobre a incongruência de suas ações", acrescentou.

Miller, de 73 anos, quis melhorar sua imagem argumentando que havia contratado o travesti com a intenção de golpeá-lo, mas que no final "uma coisa levou à outra".

O ex-dirigente da Ku-Klux-Klan escreveu uma vez: "Os homens brancos, para não se sentirem rechaçados por suas mulheres, se deitam com as que são negras, acelerando mais rapidamente seu próprio desaparecimento racial. A razão pela qual ninguém vê mais homens brancos e mulheres negras juntos em público é porque os brancos temem os negros".

Fonte: 20minutos.es (Espanha)
http://www.20minutos.es/noticia/2126012/0/exlider-ku-klux-klan/detenido/travesti-negro-coche/
Tradução: Roberto Lucena

Comentário: pra quem "pegou o bonde andando". Esse post está relacionado a este aqui do dia 15 de abril, do atentado cometido por este Frazier Miller um dia antes com vítimas fatais, supremacista branco e ex-membro da Klan, nos EUA.

É curioso que um cara que vive uma neurose constante com discursos e crença de "superioridade racial" tenha essas taras "raciais". O que mostra como são dissimulados.

Como eu havia comentado, eu iria fazer um post mostrando a ligação dele com os negacionistas, mas como não daria pra salvar as páginas antes de colocar os links (pois poderiam apagar), eu resolvi deixar de lado pois havia chances dos "revis" que publicaram coisas junto com ele, apagassem links, mesmo sendo de sites estrangeiros. Inclusive uma "revi", C. Yeager (confiram este link pra ver quem é) tinha um post sobre esse cara no site dela, não sei se ainda está lá mas caso tenha apagado eu cheguei a salvar a página (por via das dúvidas).

Como é citado no link acima sobre o Partido Nazi dos EUA o qual ela fazia parte, o site tece umas loas ao atirador do massacre de Virginia Tech. Resumindo a questão: tudo "gente boa" e bastante "equilibrada" (conteúdo muito irônico pros mais desavisados que não prestarem atenção às aspas).

Pelo que citei acima, é por essa razão que é tão ruim fazer um post sobre o assunto com crime no meio. Os "revis" podem sair apagando rastros do que é publicado embora a polícia daquele país já deva ter visto (e salvo) os rastros desse cara.

Vou tentar fazer o post depois, mas não garanto, pois é bem chato tirar prints de páginas antes pra postar, principalmente de algo bem visível.

Alguns "desavisados" ou gente dando uma de "João-sem-braço" adoram fazer perguntas idiotas do porquê se "associa" neonazistas, supremacistas com negadores do Holocausto. É esta a razão desses posts, mostra como uma coisa anda bem junto da outra porque a maioria deles costuma negar ou "ignorar" estes fatos. Se chegam a negar os crimes dos nazis, negar (cinicamente) essas ligações entre extremistas de direita e negadores chega a ser o de 'menos'.

sábado, 3 de maio de 2014

Carolyn Yeager e o ANSWP (Partido Nazista Norte-Americano)

Acrescentando algo mais ao artigo de Sergey, Yeager foi diretora do Partido Nacional-Socialista Norte-americano até 2007. Sua renúncia foi discutida por Bill White aqui:
Lamento ver Carolyn renundiar. Ela era muito útil com a revista e uma boa ativista.
Esta foi a resposta da organização de Yeager sobre o massacre de Virginia Tech, onde uma das vítimas foi Liviu Librescu.

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Jonathan Harrison
Título: Carolyn Yeager and the ANSWP
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2010/01/carolyn-yeager-and-answp.html
Tradução: Roberto Lucena


terça-feira, 15 de abril de 2014

Polícia procura ex-líder da Ku Klux Klan que matou três pessoas em ataque antissemita nos EUA

PÚBLICO. 14/04/2014 - 10:48. (atualizado às 15:32)

Atirador disparou sobre pessoas num centro comunitário e num lar de idosos judaico.

Duas das vítimas estavam no centro
comunitário judaico Dave Kaup/Reuters
Três pessoas foram mortas a tiro, neste domingo num centro comunitário e num lar de idosos judaico, em Kansas City, Estados Unidos. O autor dos dois ataques já foi identificado: é um ex-líder do grupo racista Ku Klux Klan, que já tentou concorrer à Câmara dos Representantes, em 2006, e ao Senado, em 2010.

O capelão do Departamento da Polícia de Overland Park, Herbert Mandl, confirmou à CNN que o primeiro ataque ocorreu no centro comunitário judaico às 13h locais (19h em Lisboa), quando decorriam as audições para o KC Superstar, um concurso para aspirantes a cantores, inspirado no conhecido programa American Idol.

De acordo com Herbert Mandl, o atirador, Frazier Glenn Cross, de 73 anos, com ligações conhecidas à Ku Klux Klan, perguntou a várias pessoas, das perto de 75 que se encontravam no local, se eram judeus, antes de efetuar os disparos. As duas primeiras vítimas foram William Corponon, que morreu no local, e o seu neto, de 14 anos, que no hospital acabou por não resistir à gravidade dos ferimentos

Posteriormente, Frazier Cross entrou no carro e dirigiu-se ao lar judaico Village Shalom, quinze minutos depois do primeiro ataque. Aí matou a tiro uma mulher, de 70 anos. O atirador acabou detido no local e, de acordo com a televisão local KBH, filial da NBC, enquanto era levado pelas autoridades gritou “Heil Hitler”. Os ataques aconteceram na véspera do feriado judaico de Pesach, cujas comemorações começam no pôr-do-sol de segunda-feira.

O Presidente norte-americano falou sobre o caso, afirmando que a violência religiosa não deve tem lugar nos Estados Unidos. "Ninguém deve temer pela sua segurança quando se junta com os seus companheiros de fé. Ninguém deve temer quando se junta a outros para rezar", declarou Barack Obama. "Enquanto americanos, devemos erguer-nos todos contra esta violência, que não tem lugar na nossa sociedade."

O Presidente apresentou as condolências às famílias e garantiu que sua equipe irá “manter um contato estreito com os parceiros federais, estaduais e locais, de modo a fornecer os recursos necessários para apoiar a investigação em curso”.

A organização de defesa dos direitos civis Southern Poverty Law Center, que se especializa em estudar e acompanhar grupos e indivíduos de extrema direita e supremacistas brancos nos Estados Unidos, conhece bem o percurso de Glenn Cross, diz a Associated Press. Foi forçado a sair do exército no final da década de 1970 devido à sua ligação ao Klan e a grupos neonazis. Pertencia a um grupo chamado A Ordem, que advogava o uso de violência contra negros e judeus.

Fonte: Público (Portugal)
http://www.publico.pt/mundo/noticia/ataque-antisemita-faz-tres-mortos-nos-eua-1632201

Comentário: ao que tudo indica ele já foi capturado (preso) conforme a matéria deste link. Como eu já havia colocado o texto acima resolvi manter mesmo assim.

Só que tem um dado que não saiu nessas edições (matérias) em português sobre o caso: é a ligação direta do atirador (assassino) acima com os negacionistas do Holocausto.

Curiosamente, ainda sobre o caso acima, pois muitos "revis" sempre mencionam a aliança política e militar Israel-EUA ignorando esses contradições do discurso "revi", e também por haver uma direita histérica no Brasil que só faltar dar pitis quando alguém critica ou aponta esses fatos ou qualquer coisa relacionada aos Estados Unidos (quem quiser dá uma olhada, deem uma lida em posts recentes sobre a crise da Ucrânia e a Rússia, eu confesso que duma próxima não serei tão "amistoso" discutindo pois não irei tolerar esse ataque ad hominem gratuito sem nunca ter tido discussão antes, não sei o que se passa na cabeça dessas pessoas pra saírem xingando a esmo - sem que haja um ataque ou coisa parecida - quem não tem nem familiaridade), mas como eu dizia, eu fico perplexo quando chega gente idolatrando os Estados Unidos ou comentando certas bobagens sobre História desses países (geralmente com clichês ou pregação política idiota, rasteira) sem nem ter ideia de que um dos maiores propagadores de material antissemita, supremacista (racista, discurso de ódio racial em geral) e neonazista (refiro-me a países) são os Estados Unidos.

Eu não sou propriamente um anti-norte-americano, mas também não "morro de amores" pela política daquele país, pra não dizer de vez que rechaço (eu rechaço). Eu não precisa nem comentar isso mas sempre vem gente fazer acusações políticas sem ter ideia do que as pessoas pensam politicamente. Tenho todo o direito de ter essa opinião. Não sou obrigado a gostar ou idolatrar países porque uma parte dos brasileiros ficam delirando e idealizando nações e países por terem algum problema de identidade com o Brasil. Eu já deixei claro que não gosto desse comportamento de alguns brasileiros com o discurso de "eu odeio o país, odeio ser brasileiro", idolatrando países achando que irão suprir o seu problema identitário com o Brasil dessa forma, repetindo aqueles clichês cretinos contra o país que acho que a maioria que chegar a ler esse comentário já deve ter visto algum comentário assim. Se você odeia o país, dane-se. Simples assim.

Só estou externando esse tipo de opinião porque o que eu já tive que aturar (muito, mas põe muito nisso) de gente vindo encher meu saco achando que eu idolatro ou idealizo país A, B ou C é algo que passou dos limites faz tempo e cheguei a conclusão que só param de te encher o saco quando você escracha logo a opinião sobre essas questões. Até porque muitos dos que vem malhar/criticar não o fazem quando a gente faz um post e sim muito tempo depois se se esbarrar em alguma discussão. Ou seja, nem franqueza de virem criticar honestamente essas pessoas têm, ficam remoendo ódio (que não é bom) pra vir te atacar ou criticar depois, atitude covarde.
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Deixando claro que: o fato de não concordar (de rechaçar) com a política dos EUA, isso não me torna um sectário. Eu sei separar a política externa de um país dos seus cidadãos, principalmente os conscientes. Tenho muito mais antipatia por brasileiros idiotas deslumbrados com o exterior que qualquer pessoa de fora do país. Quem geralmente fomenta certa antipatia a alguns países no Brasil são esses brasileiros deslumbrados. O que ocorre? As pessoas rechaçando o comportamento ridículo deles acaba criando alguma aversão ou antipatia a alguns países (que eles idolatram). Há norte-americanos fora de série, no próprio Holocaust Controversies (blog) há pelo menos dois, e um deles eu sempre costumo traduzir os textos e colocar aqui. No Rodoh também há alguns, e gente de vários países. Por sinal, sou na grande maioria das vezes melhor tratado por essas pessoas do que muito brasileiro idiota cheio de preconceitos e com o problema que citei acima (identitário).

Mas voltando de novo ao assunto... não deixa de ser um paradoxo esses casos, enquanto há uma aliança que hoje é contestada em quase todo mundo (Israel-EUA), e que sempre ressaltam um certo ufanismo de parte à parte entre esses países, os Estados Unidos são o país onde mais se difunde material antissemita e neonazista na rede.

Se não for o maior propagador desse tipo de material é um dos maiores. Fica a dica pro pessoal desavisado que vai pra esses cantos ignorando certos aspectos históricos locais porque vivem "florindo" o mundo, numa dessas vocês rodam. Há muita violência no Brasil, inclusive esse é um dos (ou o  maior) problema do país atual, só que a natureza da violência no Brasil ainda é de outro tipo (no geral), o povo tem ideia do tipo de violência que rola no país, não é uma violência movida por ódio ideológico-sectário e étnico embora o ódio sectário-político já anda flertando perigosamente no país entre a população. Mas violência com motivação política e étnica é algo mais difícil de se conter e imprevisível, se se formar um conflito étnico, sabe-se lá o que pode sair disso, um banho de sangue pesado, por exemplo. Um cara desses sozinho tem potencial pra fazer uma desgraça como aquele outro extremista de direita da Noruega que matou mais de 80 em um só dia (os que se enquadravam como alvos/inimigos políticos dele a serem exterminados), imagina um batalhão com esse tipo de perfil totalmente armado...

Pelo visto esse pessoal que idealiza países não têm a mínima ideia do papel da Klan na construção de identidade nacional nos EUA. Além de tratarem esses casos de forma banal, uma hora ficam dançando em cima de carniça em matéria sensacionalista de TV e coisas do tipo, noutra acham que o sangue não pinga de verdade quando esses extremistas de direita atacam dessa forma e ficam tentando negar a natureza política deles, sinceramente não sei por qual razão pois quem não se enquadra neste tipo de quadro extremista não costuma fazer negação da tintura política desses grupos.

Um caso desse tipo da matéria não chega a espantar pra quem já viu pilhas de textos e discussões de "revis" em fóruns estrangeiros, dá pra saber do grau de ódio desses caras (tem muito Klanboy nesses fóruns), e não é um ódio do tipo "eu tenho aversão", é um ódio mais profundo ligado a extermínio mesmo, quando eles cismam de partirem pro tudo ou nada, é "tudo ou nada" mesmo, e 'ai' de quem estiver na frente deles. Se eles tivessem poder bélico prum estrago maior eles não hesitariam em mandar dessa "pra melhor" quem eles julgam como inimigos de acordo com a "ideia de civilização" ("purinha") deles. Pra esses caras saírem do discurso pra execução de fato, basta pintar alguém mais afoito ou "suicida" (kamikaze) entre eles pra fazer uma desgraça dessas da matéria.

Em suma, não vou me alongar mais no comentário (pois já me alonguei muito, como de costume, mas tive que externar algumas opiniões pois estou bem de saco cheio desse pessoal fazendo pregação), mas quem quiser que tire suas conclusões do caso.

Reservo-me ao direito (como sempre) de não ter que concordar com quem chega com discurso pronto repetindo clichês de revistas/jornais brasileiros meia boca ou enviesados ao extremo, panfletagem rasa não tem conteúdo. Se ficarem repetindo clichê/discurso da Guerra Fria porque "viajam na maionese" pra entender a realidade atual do país e do mundo por sectarismo político, vão pregar isso (encher o saco) com quem prega esse tipo de sandice (porcaria), aqui não, pra mim, não. Não sou obrigado a aturar ou tolerar isso e já aturei demais gente vindo discutir bobagem que leram em sites extremistas ao invés de lerem algum livro/texto/artigo sério sobre essas questões pra se posicionarem melhor politicamente sobre isso.

Se ainda discutissem pra aprender, tudo bem, mas ficam querendo confirmação de suas crenças políticas ignorando a posição política dos outros (que pode não ser a mesma). Não irei chancelar sandice de terceiros, quer seja "revi" ou gente que se apresenta contra o "revisionismo" mas é tão sectário e intolerante como esses caras. Isso tinha aos montes no Orkut, com o declínio daquele site esse tipo de grupo migrou obviamente pra web (blogs, fóruns etc) e pro Facebook.

Mesmo assim esse episódio me surpreendeu em termos, não por não achar que não sejam capazes disso, mas apenas por não saber que havia acontecido isso. Vou ver se consigo fazer depois um post sobre a conexão desse escroque acima (o atirador/assassino) com o negacionismo.

Acho bizarro que no país ainda não tratem esse tipo de extremismo de direita como questão de segurança de Estado. Melhor remediar do que o país vir a ser pego de surpresa com um "maluco" desses, caso recente demonstra o tipo de estrago que pode ocorrer (Massacre de Realengo). Em todo caso, fica a dica sobre a conexão do atirador com o "revisionismo" caso alguém queira checar. Se algum site de notícias ler o blog e quiser detalhar mais sobre o atirador, taí a dica.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Os conflitos do Oriente Médio e os "revisionistas"

Iria elaborar um post melhor sobre a questão, mas se a gente deixa pra depois acaba simplesmente esquecendo e não fazendo post algum, então é melhor qualquer texto que nenhum. Graças a essa discussão neste post lembrei que há muito tempo queria fazer um post sobre essa questão do Oriente Médio e sempre esquecia ou deixava de lado pois adquiri certo "trauma" do clima de briga que presenciei sobre isso no Orkut.

Uma questão que sempre provocou problemas com a questão do combate ao negacionismo é o atrelamento proposital que os "revis" (abreviação pra "revisionistas") fazem com os conflitos no Oriente Médio, mais precisamente o conflito israelense-palestino. E também a postura que o grupo ou pessoas pró-Israel na rede causam em relação a essa questão do conflito, com um discurso fechado ao extremo enchendo o saco com esse assunto ou apenas repetindo agenda política. Detalho mais abaixo.

Eu comentei em outros posts ou comentários que minha posição sobre o conflito era a mesma que o Roberto Muehlenkamp, quando fez um comentário de forma clara e precisa sobre isso aqui, num post sobre uma proposta de debate aberto sobre o Holocausto e o pessoal do "revisionismo", na ocasião os "revis" de Portugal. Destaco o trecho a que me refiro que foi no ano daquele bombardeio de Gaza que começou na virada de 2008 pra 2009 e todo mês de janeiro de 2009:
Quanto aos "sionistas", não me dizem nada em absoluto. Até mais, acho que muitos dos actuais problemas de Israel e do Meio Oriente resultam de políticas e atitudes que podem ser consideradas como frutos do sionismo, incluindo o desrespeito pela vida e propriedade dos cidadãos árabes, recentemente manifestada nas operações militares contra a faixa de Gaza que foram em grande parte uma matança indiscriminada de civis palestinianos. Ao contrário do que o "Johnny" e outras cabeças ocas parecem pensar, não é preciso ser apoiante de Israel ou do sionismo para detestar as mentiras "revisionistas" sobre aquilo que os nazis fizeram – a milhões de judeus e a um número ainda mais elevado de não judeus, como tenho salientado em vários artigos publicados neste blogue – durante a Segunda Guerra Mundial.

Também não é preciso, já agora, ser comunista o apoiante incondicional das políticas e acções dos americanos, dos britânicos ou de outros opositores dos nazis antes, durante ou depois da Segunda Guerra. Embora esta ideia não pareça caber nas cabecinhas pequenas de gente como o "Johnny", é possível condenar todos os crimes e actos desumanos alguma vez cometidos contra pessoas indefesas e inocentes, independentemente de quem eram as vítimas e os carrascos. É possível condenar as atrocidades nazis sem deixar de condenar os bombardeamentos aliados de Hamburgo, Dresden, Tóquio e Hiroshima, as "purgas" e os campos de trabalho estalinistas e as matanças cometidas por tropas americanas durante a Guerra do Vietname, entre tantos outros crimes de guerra ou contra a humanidade.
Infelizmente, acho que cheguei a comentar com ele sobre o clima de polarização política que rola no Brasil, e o quanto isso está afetando a liberdade de discussão na web no Brasil, há uma judicialização da web no país, além de não existir uma cultura de debate livre fruto provavelmente do rescaldo de cultura autoritária que herdamos há décadas ou séculos. O período mais longo de democracia que vivemos é o atual (de 1985 pra cá). Quem já viu os excessos e patifarias cometidos no Orkut (que passaram pro Facebook, só que de forma dispersa), entende o que digo. Tudo isto junto acaba inviabilizando uma discussão livre como acontece, por exemplo, no Rodoh ou no Holocaust Controversies (blog).

Diga-se de passagem que essa acentuação ou radicalização na rede piorou consideravelmente com a ascensão dessas "redes sociais" (Orkut, Facebook, Twitter), sempre houve trolls e gente imbecil na rede mas não havia a massificação que essas redes criaram por simplesmente não criarem regras (ou não cumprirem o que elas mesmas elaboram) ou coibir excessos. Se alguém acha que isso é um absurdo, na rede pra haver debate tem que haver um mínimo de regra e moderação senão os trolls "tomam conta" de tudo e vandalizam. A postura liberticida dos "liberais extremados" acabam fomentando restrições à própria liberdade (é uma contradição do discurso deles, que eles não sabem lidar).

Voltando à questão dos conflitos no Oriente Médio, que é a razão do post, uma palavra ou recurso retórico usual dos "revis" é chamar todo mundo que discorda deles de "sionista" pra tirar o deles da reta, ou por escrotice/malícia ou porque não conseguem sair desse reducionismo conspiratório em que vivem seguindo a risca a cartilha dos "Protocolos dos Sábios de Sião" e a ideia paranoica da "grande conspiração" global maçônica-sionista-judaica-illuminati, da NOM (Nova Ordem Mundial, boo!) e o diabo a quatro. Listarei alguns pontos abaixo pra chatear esse pessoal que "adora" "discutir" esse conflito, mas é bom deixar isso registrado pois toda vez que vierem encher o saco com esses chavões retóricos vou passar na cara o link desse post:
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1. Eu não aprovo e não apoio a ocupação israelense em territórios palestinos. Acredito que todos do blog tenham a mesma posição.

2. Eu sei o que se passa na área do conflito (ou conflitos), se bobear, até mais do que as pessoas que vêm encher o saco com esse assunto achando que vão me levar no "papo" (me fazer "engolir" agenda política, "convencer"), ou tentar me "sensibilizar" com panfletagem ou chantagem emocional, rechaço esse comportamento pra valer pois considero uma postura podre, desonesta ou fanática.

2.1 E como se aprende sobre um assunto? Parece algo óbvio pra muitos (pra mim sempre foi) mas tem gente que de fato não entende ou finge não entender e acha um absurdo isso que vou comentar, acha absurdo porque não quer ler. Aprende-se lendo, ponto.

2.2 Lê-se algo sério e não publicações distorcidas, caso queira aprender. Se quer ficar repetindo panfleto, tem muita porcaria espalhada na rede pra todos os "gostos". A pessoa deve se informar (ver todos os pontos de vista possíveis, fontes etc) em vez de ficar repetindo como papagaio texto pronto que leu em algum site político enviesado ao extremo. Quando me encheram o saco com esse assunto, que não tomava como algo relevante (no comentário mais abaixo comentarei porque eu acho isso), fui ler pra entender sobre o que se passava pra ter uma posição, mas não foi algo de imediato. Não formei opinião de imediato e posição idem, foi gradativo, à medida que eu via o radicalismo de um dos lados e distorções que eu não aprovo, e não tinha obrigação alguma de chamar a atenção dessas pessoas pra esse tipo de postura (que distorciam), até porque não eram pessoas que levavam muito em conta a opinião de terceiros (a não ser quando se tratava de idiotas), pelo motivo de que entendo que quem quer tomar "defesa" de algo tem que fazer de forma séria, se as pessoas acham que vão levar todo mundo no papo enfiando agenda política, quebram a cara e se isolam. Posso comentar depois como fui mudando minha visão do conflito, começou com o bombardeio do Líbano, acho que em 2006 e culminando com o bombardeio de Gaza em 2009. Minha saturação com o discurso oficial de Israel sobre o conflito se encerra aí.

2.3 Portanto, não é necessário que venham "iluminados" pra dizer a mim ou a mais gente sobre o que se passa naquela região do conflito, é sempre irritante quando aparece alguém que acha que eu e os demais não temos a mínima ideia do que se passa naquela região, nós temos. A gente sabe do que se passa no mundo, não estamos alheios a isso, apenas o assunto do blog é restrito, temático. Quem quiser bancar a "polícia do mundo", fique à vontade mas não conte comigo.

3. Eu não sinto adoração ou idolatria pelo Oriente Médio. Pelo contrário, eu não gosto de fato (pra não dizer que detesto) da mistura de religião e Estado que existe naquela região do planeta (Israel incluso) pois considero isso uma motivação sectária extra (e extremamente letal) pros conflitos territoriais daquela região. Não sinto fascínio por essa região do planeta e não adianta (quem for fascinado) tentar me convencer do contrário.

Por que digo isso? Porque tem muito brasileiro deslumbrado (algo abundante no país) que vive sonhando com as 1001 noites do Oriente fantasiando aquela região (idealização infantil), ou idealizando o mundo inteiro com o famoso complexo de vira-latas, quando não com o lado árabe, persa (dos Estados de maioria árabe, persa etc), começam a fantasiar o lado israelense. Já adianto logo que não vejo nada de excepcional naquela região. E quando digo nada, é nada mesmo, literalmente. Se você que lê acha aquilo máximo? Bom pra você, mas 'sinto' por não compartilhar dessa "visão". Palácio com torneira de ouro, mitificação sobre exército israelense etc, acho um saco e como disse acima, fantasias, mitificação, idolatria, não dá (a não ser que queiram derreter as torneiras de ouro e mandá-las pra mim...).

4. Há uma crítica do lado pró-palestino e também de alguns "revis", mas não precisa ser parte de nenhum dos dois pra constatar que isso existe, de que há um lado radical pró-Israel que fica repetindo agenda política externa israelense, com pontos já batidos (que a maioria das pessoas não levam a sério) a respeito do conflito em questão. Essas pessoas radicais do lado pró-Israel simplesmente ignoram o que se passa no conflito de fato e só enxergam a coisa pela ótica ideológica que tomam pra si como verdade absoluta (do conflito do Oriente). É o famoso bitolado político, "é isso, isso e pronto" e "não tem papo".

É extremamente ridículo quando alguém vem repetir esse bla bla bla no meio de uma discussão com "revis", pois eles acabam desviando o assunto do negacionismo pra conflito do Oriente Médio (é uma saída discursiva que eles estão usando com frequência em virtude da desmoralização do dito "revisionismo" do Holocausto) e posando de "humanistas" ou "defensores dos oprimidos", e o pessoal que nutre uma idolatria pelo lado israelense ao invés de cortar a coisa, alimenta ainda mais essa paranoia ou retórica deles (pois no geral costumam tomar toco dos "revis" quando discutem isso).

Por que comento isso? Se alguém vir alguma discussão sobre esse conflito entenderá a razão, parecem duas torcidas organizadas de times de futebol rivais discutindo (refiro-me ao caso brasileiro mas não fica restrito só aqui), "filosofando" coisas que não chegarão a lugar algum pois o Brasil não tem peso político nessa questão e nem eles, apesar das distorções políticas feitas por alguns como quando acusaram o governo brasileiro disso e daquilo como no caso do Irã ignorando que a postura do governo brasileiro historicamente se dá em virtude da posição política dos Estados Unidos e nunca de Israel, Irã etc. Se algum país do Oriente Médio achou que estava levando o governo brasileiro no papo, quebraram a cara ou subestimam muito a visão da diplomacia brasileira nisso.

Se algum crítico de Israel acha que o comentário acima é um elogio ou "pegar leve", é porque nunca viram alguém que idolatra o lado israelense quando se comenta isso, alguns ou vários não gostaram quando comentei isso, porque acham que porque eles acham que país tal é muito importante que o mundo inteiro acha isso (parece até que concordam com antissemitas quando colocam Israel no centro de tudo, isso é que é bizarro).

Parece que não entra na cabeça dessas pessoas que Israel ou os demais países do Oriente Médio não têm uma importância política significativa pro Brasil. Isso é um fato, quer ignorar isso? Fiquem a vontade, cada um acredita o que quiser, mas é isso que ocorre. É menosprezo dizer isso? De forma alguma, só que alguém precisa citar as coisas como são e não como querem que sejam por conta de algum ego desmedido ou idolatria, por mais que A, B ou C não goste disso.

5. Há muitos fascistas ou radicais de direita de lado a lado (do lado pró-palestino e do lado pró-israelense no Brasil), com retórica "pronta" (conspiracionista geralmente, mas há vários tipos de "pensamentos conspiratórios", geralmente paranoico) e que obviamente eu não bico com o discurso de nenhum dos lados por questões humanistas e ideológicas. Não é porque um fascista ou radical de direita não é antissemita que passe a ser uma "coisinha agradável", se é pra você, problema seu, pra mim não é. Na minha ótica um extremista de qualquer tintura (geralmente liberais) é tão ruim quanto o fascista ou radical de direita tradicional (adepto do fascismo histórico).

6. De uns tempos pra cá, pelo próprio descrédito que o "revisionismo" (negacionismo) do Holocausto adquiriu, muitos "revis" têm tentando desviar o foco da discussão pro conflito (ou conflitos) do Oriente Médio, como o próprio Mark Weber chegou a comentar sobre a "relevância" do "revisionismo" (leiam quem é o Mark Weber, um dos "gurus" do credo "revi"). Aqui o texto dele de 2009 sobre isso: How Relevant is Holocaust Revisionism? By Mark Weber (7 de janeiro de 2009).

E aí cabe citar um comentário que o Daniel (do blog Avidanofront) fez uma vez que é pertinente e explica e resume bem o que se passa: enquanto a discussão sobre o Holocausto é algo bem definido, sabe-se quais os grupos que pregam isso etc, fora o descrédito do discurso deles, a discussão sobre o conflito no Oriente Médio, com destaque pro conflito israelense-palestino, é uma discussão em aberto, onde o lado israelense está em desvantagem total por motivos óbvios: a força ocupante sempre costuma 'apanhar' na denúncia do caso, se não quer ser denunciado, acabe com a ocupação. Se quer manter a ocupação a todo custo, então aguente o ônus político da coisa, simples assim. Abusos semanais ocorrem na região do conflito fruto desta ocupação, o que torna o assunto praticamente "ilimitado" como manchete de jornal (por conta da duração do conflito), fora as denúncias de peso feitas por intelectuais dos EUA, Europa e também de Israel.

7. Nem todo mundo que odeia o "revisionismo" é apoiador da política israelense, como de forma falsa os "revis" costumam acusar de forma apelativa por não ter mais como impôr a "cartilha" deles com o negacionismo. Mas aproveitando a questão, que fique claro também pro outro lado da peleja a não achar que o extremo oposto ocorre, que pelo fato de alguém ser contra o negacionismo que isto significa que a pessoa apoia a política israelense etc. E não venha alguém dizer que isso não ocorre pois vi dezenas de vezes isso no Orkut, ninguém me contou, eu vi. É uma visão binária ("pensamento binário", ou certo ou errado, sem meio termo, tudo absoluto, "ou tá comigo, ou contra mim") do problema e não algo sensato e real. Ninguém é obrigado a apoiar Israel por conta do combate ao negacionismo.

8. Já ia me esquecendo e esse ponto é muito importante. Há no Brasil um apoio religioso de algumas denominações religiosas (em geral evangélicas), com Israel, por questões meramente de crenças, e geralmente algo importado dos Estados Unidos. Por que comento isso? Porque já tive o desprazer de ser importunado porque um fanático qualquer desses acha que eu devo concordar com esse pensamento paranoide apocalíptico deles desrespeitando as convicções políticas alheias, isso quando perguntam, no geral já chegam despejando uma pilha de bobagens sem nem saber o que você pensa disso. Eu não sou evangélico,sou batizado no catolicismo e estudei em colégio jesuíta, sendo que não me importo com religião. Resumindo algo óbvio: eu ou qualquer pessoa não somos obrigados a compartilhar com crença de denominação A, B ou C e ponto. Ninguém é obrigado a compartilhar de crença porque algum fanático religioso afobado (porque não tem convicção no que acredita) fica enchendo o saco de terceiros com imposição de doutrina religiosa. O Estado brasileiro é laico (não possui religião oficial) e nenhum brasileiro é obrigado a concordar ou seguir religião A, B ou C. Respeitar é uma coisa, concordar é outra bem diferente.

Daqui por diante não vou mais numerar nada no texto.

Alguém já deve ter lido a acusação ou afirmação, "ah, mas antissionistas são antissemitas" e bla bla bla. É algo que a gente costuma ler muito, quer seja dum lado usando essa retórica reducionista pra intimidar, quer do lado dos "revis" usando a mesma desculpa pra tirar o deles da reta. Eis mais outro problema que esses reducionismos causam.

Há sim antissionistas que são antissionistas por serem antissemitas, o exemplo mais escancarado é o dos "revis", os "revis" são antissionistas por antissemitismo, só que isso não é uma regra, há antissionistas (anti-nacionalistas) que odeiam nacionalismos radicais e xenofobia, que são críticos à política de Israel e não são antissemitas.

Se a partir do que foi dito alguém quiser dar piti, à vontade, só que acho que fui claro sobre o que penso dessa peleja do Oriente. Pelo menos é o que consegui lembrar no momento. Caso alguém queira fazer algum acréscimo é só usar a parte de comentários, mas acho que fui claro sobre o que penso a respeito desse conflito e dos demais que ocorrem nesta região do planeta.

Espero que um dia haja paz ali entre palestinos e israelenses mas sou bem cético quanto a esse ponto, a menos que o governo israelense ceda e decida acabar com isso, ou os Estados Unidos parem de chancelar a postura israelense, os desdobramentos sobre esse conflito não são lá muito animadores. Também não acredito na esquerda israelense, que demonstra ser uma nulidade (quando não é um problema) na resolução disso.

Finalizando

Pelos motivos listados acima, o blog não aborda o(s) conflito(s) no Oriente Médio, exceto quando algo tem realmente a ver com a questão de negacionismo.

Se alguém duvidar do grau de baixaria e comportamento paranóide com o assunto, adiantando que não compartilho da posição ideológica e nem da maioria das opiniões da pessoa (jornalista) do link (pra não dizer que discordo de quase tudo, o sujeito é de direita e meio sectário com a esquerda, sendo que sou de esquerda), mas por achar que seja um democrata (espero), colocarei o link. Como dizia, nem ele, que gosta do assunto mencionado, aguentou as brigas que eu mencionei (clique neste link pra ver). Da última vez que havia visto os comentários estavam no post.

Agora, imaginem a sensação de quem não sente qualquer fascínio pelo Oriente Médio ter que aturar alguém delirando/surtando com esse assunto vindo agredir, xingar etc... e o pior é que as pessoas "fascinadas" com este assunto acham que todo mundo compartilha do mesmo "fascínio", por isso que criam tanto problema ao não levar em conta a posição da maioria das pessoas do país sobre este assunto.

Cheguei a esse link acima por acaso quando procurei o texto do Ariel Palacios sobre a ditadura na Argentina e óbvio que guardei o link pensando em fazer esse post. Não deu pra não achar curioso que os radicais que descrevi acima consigam tirar qualquer pessoa do sério com essa discussão paranóide deles sobre o Oriente Médio (com um tom exacerbado e de transtorno por outros motivos como crendices).

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Ministério Público de Santos denuncia homem por manter site 'nazista'

Ministério Público de Santos denuncia homem por manter site 'nazista'
Gabriela Lousada

O Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria da República em Santos, denunciou um homem que incentivava a discriminação contra nordestinos, homossexuais e judeus na internet. Entre agosto de 2008 e abril de 2010, o responsável pelo site, identificado como um eletricista, postou conteúdo preconceituoso na forma de expressões e ilustrações discriminatórias e de cunho neonazista.

A denúncia, feita nesta quarta-feira, é de autoria do procurador da República Thiago Lacerda Nobre. De acordo com a lei, o crime de racismo prevê pena de dois a cinco anos de prisão e multa.

Em nota, a Procuradoria da República no Estado de São Paulo informa que conseguiu, durante as investigações, rastrear o responsável pelo e-mail de contato do site e assim identificar o denunciado.

Ainda de acordo com a Procuradoria, embora o homem não tenha assumido a autoria do crime, análises técnicas comprovaram que acessos ao e-mail ocorreram em locais onde o denunciado costumava acessar a internet, em horários compatíveis com seus acessos.

O site permanece no ar, mas o MP já solicitou
para a Justiça Federal a remoção da página da internet.

Conteúdo

No topo do site é possível encontrar a inscrição "Minha honra chama-se lealdade", do alemão "Meine Ehre heißt Treue", lema da Schutzstaffel (organização paramilitar ligada ao partido nazista e a Adolf Hitler).

No portal estavam disponíveis ainda links para download de livros nazistas e de , como o "Minha Luta", da autoria de Adolf Hitler, e "O Envolvimento Judaico na Destruição da Solidariedade Racial Branca", de Stanley Hornbeck.

Há ainda publicações de caráter revisionista, que negam o holocausto. A página da internet inclui ainda panfletos virtuais contra a migração, com clara alusão a pessoas de origem nordestina. O site ainda vendia camisetas, chaveiros e outros objetos do grupo do qual o eletricista participava.

O site permanece no ar, mas o Ministério Público já solicitou para a Justiça Federal a remoção da página da internet.

Fonte: A Tribuna.com.br
http://www.atribuna.com.br/cidades/minist%C3%A9rio-p%C3%BAblico-de-santos-denuncia-homem-por-manter-site-nazista-1.362002

Ver mais:
MPF em Santos denuncia responsável por site que incitava racismo e discriminação (Diário do Litoral)

Observação: comentarei depois mais detalhadamente pois novamente reforçarei meu ponto de vista sobre essa "questão regional" e o que há por trás disso (o mascaramento de preconceito étnico no país se valendo de expressões regionais). E o pior, muita gente que "crítica" (entre aspas) essas pessoas com este tipo preconceito reproduz o mesmo pensamento tortuoso com esses estereótipos, não aceitando que essa questão regional é uma construção recente (século XX) e que não é "algo natural" e tampouco antigo, falam como se isso sempre tivesse existido na História do Brasil o que é uma fraude completa. O comportamento de quem ataca esses bandos e fala com as pessoas repetindo a mesma crença de "hierarquia étnica" por detrás do discurso é no mínimo um comportamento contraditório e insustentável.

Se não comentar a questão aqui (pois textos muito longos acabam não sendo bem lidos), abro um post só pra isso. Nunca é demais repetir o assunto até a coisa ser assimilada pelo povo já que o ensino do país não cita e tampouco discute estas questões essenciais na formação política do país, o que acaba por formar gerações de pessoas idiotizadas, fúteis e alienadas, que não têm noção histórica alguma do país em que nasceram (a não ser que verifiquem sozinhos o assunto, coisa que a maioria absoluta NÃO FAZ).

Acho lamentável que os jornais não coloquem o nome do autor do site denunciado. No link, em "ver mais", na outra matéria há as iniciais do nome do indivíduo, E.C.A.. No print do vídeo acima se encontra um debate ocorrido na TV Bandeirantes em 1989 (ano da primeira eleição direta para presidente no Brasil depois de 21 anos de ditadura), com gente de extrema-direita que nega o Holocausto, mais precisamente, dois integralistas e um cidadão de outro agrupamento de extrema-direita "nacionalista" idólatra de Hitler, suponho que extinto.

O vídeo se encontra mutilado/cortado e editado para colocar os comentários do finado S.E. Castan debochando das contradições de uma das pessoas que participou do debate. Por sinal acho que a pessoa deveria comentar isto e pôr por terra de vez a distorção feita pelo S.E. Castan. A gravação do vídeo foi feita em fita VHS, com imagem não muito bem conservada (a imagem esverdeada se deve por isso). Nunca colocaram a edição inteira, sem cortes, deste debate.

Espero que o Ministério Público também verifique os demais vídeos com cópias deste debate mutilado em contas no Youtube, há muita coisa "sinistra" (racista e de apologia) nessas contas, isto se os donos delas não as apagarem antes com medo da justiça. Nessas horas se vê a "valentia" dessa 'moçada', "ah, não serei preso nunca, a justiça não fará nada"... não é bem isso que vem acontecendo, mesmo que infelizmente demore.

Não é muito bom colocar opiniões ou comentários depois de textos de notícias, mas em virtude do viés das matérias (as que coloquei acima foram as melhores) e erros em tratar do assunto nazismo, extrema-direita e preconceito, infelizmente é necessário. Muitas matérias não fazem por mal (os erros), só que no mundo atual não dá mais pra tratar este tipo de assunto desta forma e infelizmente o Brasil não está preparado pra lidar com o problema, até pelo problema de leitura no país e como disse acima, do ensino deficiente que não aborda essas questões nem ensina o povo a pesquisar sozinho, a estimular as pessoas a aprenderem e buscarem conhecimento e não idiotices de "auto-ajuda fisológicas" como as que abundam na web no país.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Tramitação do PL sobre negação do Holocausto. Comissão aprova novas punições para crimes relacionados ao preconceito

Pra quem quer saber a quanto anda o "desenrolar" aquele PL (Projeto de Lei) sobre a negação do Holocausto, esta notícia saiu dia 18 de dezembro passado e ao que tudo indica a coisa está adiantada. Embora em se tratando do congresso brasileiro, o "adiantar" dele tanto pode ser rápido ou 'bem demorado' (esse PL é de 2007).

Sobre a parte que fala do negacionismo e da pena pra quem praticar:
A proposta define pena de reclusão de 1 a 3 anos e multa para quem negar ou impedir o reconhecimento ou exercício de direito assegurado a outra pessoa por preconceito de raça, cor, sexo, religião, aparência, condição social, descendência, origem nacional ou étnica, idade ou de pessoa com deficiência.

A pena prevista pode aumentar em 1/3 em casos de discriminação:

- com fabricação e veiculação de símbolo, propaganda de qualquer natureza que negue o holocausto ou utilize a cruz suástica ou gamada para divulgar o nazismo;
- por meio de comunicação social, publicações de qualquer natureza e pela internet;
________________________________________

Fonte: Site da Câmara dos Deputados
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/DIREITOS-HUMANOS/459851-COMISSAO-APROVA-NOVAS-PUNICOES-PARA-CRIMES-RELACIONADOS-AO-PRECONCEITO.html

Agora resta saber quando isso será aprovado em definitivo e virar lei. Sobre os questionamentos a esse tipo de leio, aqui mesmo no blog há uma divisão, nem todo mundo é favorável por achar que a penalização por si só não impede a proliferação de racismo e afins. O que tem fundamento pois não se acaba com preconceito a canetada, a legislação sobre racismo existe desde 1988 e a educação sobre o assunto no país beira a nulidade, o que é visivelmente constatável (basta ver as inúmeras reações de preconceito na web e nas ruas país afora).

Uma coisa é certa: o que deve ter de "revi" tupiniquim se pelando de medo de ser enquadrado nessa lei, é um verdadeiro "festival". Haja choro.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Discórdia na Cesspit (Codoh) com Mark Weber. Mais um racha no mundo "revisionista"

Pros que não sabem o que significa o termo Cesspit, confira clicando nas tag CODOH e Cesspit.

Parece que há um visível racha no clero "revisionista", e insatisfação e suspeita com o cabeça do IHR, Mark Weber. E para não confundir, este Mark Weber não é o ex-piloto de Fórmula 1 da RBR, os dois são homônimos, apesar do ex-piloto de F1 ter dois 'bês' no sobrenome.

Em post do Codoh um "revi", com foto de jogador do leste europeu, toca no assunto expondo o texto de uma "revi" neonazi (ou "supremacista branca", sempre rio desses termos "supremacismo"), Carolyn Yeager (não sabe quem ela é? Clique aqui e aqui), a crise e insatisfação de "revis" "gurus" como Rudolf com Mark Weber: link

C.Y: 'Is the IHR a dead horse?' (O IHR é um cavalo morto?)
Texto original

A queixa deles com Weber, tradução livre minha:
Mark Weber adquiriu o controle do Instituto para "Pesquisa" Histórica (vulgo IHR)control na metade dos anos 90 e mudou todo seu propósito distante do "Revisionismo" do Holocausto para nenhuma posição ou qualquer coisa semelhante;

Weber nunca foi um "revisionista" de verdade (mesmo nos anos 80), de acordo com ambos, Berg e Rudolf;

Weber resistiu em publicar livros de Germar Rudolf, e não queria textos traduzidos de "revisionistas" alemães, e queria escrever seus próprios artigos sumários por terceiros;

Com David Irving, Weber foi observado como se comportando como um total sicofanta; ele até parecia estar "apaixonado" por Irving;

Muitos ainda pensam que o IHR sob Weber "parece bem" e então financeiramente apoia isso;

Caller Jim trouxe o "discurso de Posen" de H. Himmler, que ambos, Berg e Rudolf, consideram-no genuíno porém um mal-entendido;

Dana apresentou a questão de que a maioria das pessoas que estão de saco cheio do "holocausto" na mídia - de que ele espera que haja reação sobre o que Germar disse, mas mais na Europa que nos Estados Unidos.
E há mais duas acusações de um outro "revi" com nick de Werd (que aparenta se contentar com o stalking promovido pela dupla dona de um site tosco sobre Holocausto nos EUA) sobre Weber:
Mark Weber conspira para vender listas de email para a ADL.
http://www.vho.org/GB/c/TOK/Whistleblower.html

A visão de Rudolf sobre a crise do IHR com Weber:
http://www.vho.org/GB/c/GR/IHRCrisis.html
Resumindo: haja choro e paranoia no "mundo" "revi"*, pra variar.

O IHR, pra quem não sabe, é o principal difusor de textos de negação do Holocausto no mundo (com sede nos Estados Unidos) junto com um site também hospedado nos EUA (host de Nova York, suspeito que o host seja do Michael Santomauro), VHO, com ramificação na Europa (Bélgica etc).

Observação:


Mas se me permitem, vou fazer algumas considerações sobre essa temática do combate ao negacionismo aproveitando o post em questão. Vou reforçar coisas que já disse antes pois é bom deixar claro que não só rola problemas no "lado "revi"" como de gente que se coloca na posição de "anti-"revi"", que não é uma posição exclusiva de A, B ou C obviamente, mas a partir do momento que tentam se passar (ou insinuar) por a gente, a coisa muda de conversa. Quem age por conta própria assumindo, eu nunca critiquei embora eu posso não concordar com certos posicionamentos (em geral o pessoal é de direita e meio paranoico, e eu sou de esquerda e cético até o talo, o que gera na maioria das vezes um conflito ideológico pois não tenho muita paciência com essa direita paranoica hidrófoba lunática brasileira).

Sobre o termo "revi" (que coloquei o asterisco pra comentar), passarei a preferir essa escrita ou mesmo chamar por "revisionista" (com aspas) do que o termo "revimané", que não fomos nós que criamos, foi um colega nosso no Orkut anos atrás. A quem usa o termo aleatoriamente achando que é "criação" nossa, taí mais um detalhe que não sabiam (pra variar), que inclusive já comentei aqui antes, só que as pessoas que leem seletivamente (de forma atabalhoada, como sempre) nunca prestam atenção aos detalhes.

Há gente mal-intencionada usando fakes tentando insinuar ou se passar pelo pessoal do blog (pra causar confusão) explorando a paranoia dos "revis" usando esses termos e expressões que usamos ironizando esse pessoal. Pra alguém mais safo dá pra notar de cara a falsificação, pra gente mais "burrinha" (ou seja, a maioria...) a falsificação não é algo tão óbvio assim e disso vem o problema.

Pra alguém mais paranoico, quem escreve o termo (que já é de domínio público) "x" só existe uma dedução lógica primária (pois não vão além disso): "só pode ser esse pessoal pois eles usam o termo". Nunca passa na cabeça desses imbecis que qualquer pessoa pode usar o termo pra confundir (ou mesmo porque gostou já que não tem "copyright") e pode se esconder com fakes.

Eu não uso fakes, escrevo com meu nome, discutia com "revis" usando meu nome e já emiti o que penso (mais de uma vez) sobre esse pessoal que se borra com "revis (No Reino da Fantasia dos Trolls "Ocultos"). Penso de fato que se uma pessoa se pela de medo desses "revis" se valendo desse artifício pra tentar confundir, como já disse antes aqui, deveria parar de fazer isso ou sumir, pois além da atitude covarde (pois a impressão que se passa é essa), só vejo discussão imbecil com esses caras, com um vitimismo ridículo, uma contemporização ridícula e localizei mais ou menos de onde é um dos perfis (do estado do Ceará).

A quem pensa que só "revis" criam problema, desencanem disso, as piores brigas e confusões que vi no Orkut foram causadas por gente que se dizia "anti-"revi"" criando atrito com esses "revisionistas" e afins, entravam lá posando de "valentões" e brigões e quando algum desses "revis" (ou neos) cismavam e iam pra cima, os caras corriam com o rabo entre as pernas e vinham tentar jogar o problema pro nosso lado, principalmente quando se entocavam em comunidades sobre conflito no Oriente Médio misturando questões como conflito israelense-palestino com essa questão do negacionismo no Brasil. E vou dizer claramente, esse pessoal hoje me irrita tanto quanto os "revis".

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