Sua sepultura em Wunsiedel havia se convertido num centro de peregrinação neonazi
JUAN GÓMEZ - Berlim - 21/07/2011
A tumba de Rudolf Hess em Wunsiedel (Alemanha) antes de ser desmantelada- MICHAEL DALDER (REUTERS) |
Os neonazis seguem considerando-o um "mártir"
Desde que Hess se enforcou com um cabo en sua cela de Spandau em 1987, o local havia se convertido numa meca de romarias neonazis. Os ultradireitistas do partido NPD e outros grupelhos de mesma ideologia nazi organizavam uma marcha comemorativa a cada 17 de agosto, na qual se homenageava o "mártir" Hess. Este havia se livrado da forca nos Julgamentos de Nuremberg por haver protagonizado um extravagante salto de paraquedas sobre a Escócia em 1941. Segundo alegou, para negociar a paz com o Reino Unido. Sua conhecida participação nos crimes do nazismo lhe valeu, não obstante, uma condenação à prisão perpétua em 1946. Ele a cumpriu até os 93 anos sob vigilância de soldados aliados na prisão de criminosos de guerra de Berlim-Spandau.
Hess se enforcou em sua cela 42 anos depois de seu chefe dar um tiro em seu bunker situado poucos quilômetros ao sudeste de Spandau. Foi o único prisioneiro de Spandau a partir de 1966, quando saíram em liberdade os também destacados nazis Albert Speer e Baldur von Schirach. Ao contrário de Speer ou Karl Dönitz, com os quais compartilhou o pátio da prisão de Spandau, Hess não maquiou sua biografia nem negou seus entusiasmos nazis. Assim, os neonazis seguem o considerando um "mártir", sobre cujas vida e morte seguem espalhando falsidades e lendas. No fim das contas, Hess se encarregou de pôr por escrito os dislates antissemitas, racistas e belicistas de seu amigo Hitler, com quem esteve preso depois do fracassado putsch de Munique de 1923. O livro resultante, que chamaram de "Minha luta", foi uma best-seller nos 12 anos que durou a ditadura nazi.
A proibição das marchas comemorativas desde 2005 não impediu que Wunsiedel, pitoresca localidade de 10.000 habitantes próxima à fronteira com a República Tcheca a qual Hess ia nas férias, contasse até esta semana entre os principais lugares de perigrinação para neonazis de todo o mundo. Segundo o Süddeutsche Zeitung, uma das netas de Hess se opôs primeiro a que removessem os restos mortais de seu avô. As autoridades locais conseguiram convencê-la para que aceitasse a exumação de seus restos e evitar de uma vez por todas que o sepulcro familiar continuasse atraindo grupos de neonazis e simpatizantes da ideologia de seu avô. Depois de sua morte foi demolida também a prisão de Spandau.
Fonte: El País(Espanha)
http://www.elpais.com/articulo/internacional/Desmantelada/tumba/Rudolf/Hess/lugarteniente/Hitler/elpepuint/20110721elpepuint_1/Tes
Tradução: Roberto Lucena
Ver também:
Túmulo de Rudolf Hess é destruído para pôr fim à peregrinação neonazista (avidanofront/DW)
Preventing Neo-Nazi Pilgrimages (Spiegel, Alemanha)
Desmantelan la tumba del lugarteniente de Hitler (infobae.com)
Restos mortais de vice de Adolf Hitler são queimados (AP/Paraná Online)
Vídeo(matéria, em espanhol):
Rudolf Hess se queda sin tumba y los neonazis sin lugar...
Um comentário:
Agora é se preparar nas noticias que eles(neo) vão fazer alguma coisa, alguma grande passeata ou coisa semelhante.
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