Vista exterior para o Parlamento húngaro na capital do país, Budapeste |
Zsolt Barath, deputado do Jobbik, endereçou-se ao parlamento húngaro ao recordar um famoso caso jurídico do país, remontante ao século XIX, quando vários judeus foram considerados inocentes de terem assassinado uma camponesa.
Já na época, o caso ergueu uma discussão nacional na Hungria acerca do antissemitismo, e as palavras de Barath caminham no mesmo sentido.
Ontem, terça-feira, o deputado recordou e criticou o caso ao dizer que na altura o juiz tinha provas para acusar os judeus, mas que terá optado por não o fazer. Segundo Barath, o juiz acabaria por sucumbir à pressão para os absolver, por receio que, como consequência, os investidores internacionais empurrassem depois a Hungria para a bancarrota.
A avaliação do deputado de extrema-direita pode ser encarada como uma crítica paralela ao contexto político-económico atual da Hungria, que tem partilhado tensas relações com o FMI e a UE, devido a uma eventual ajuda financeira ao país.
Deputado debaixo de fogo
As declarações de Zsolt Barath motivaram uma chuva de críticas vindas de vários outros partidos da cena política húngara.
Janos Fonagy, deputado do Fidesz, o partido do governo, acusou Barath de «abrir feridas com séculos de existência», e o movimento ‘A Política Pode Ser Melhor’ defendeu que «não se pode tolerar antissemitismo mal disfarçado dentro das paredes do parlamento».
Já Rabbi Slomo, da Congregação dos Judeus Húngaros, defendeu que o deputado direitista deveria ser colocado perante o Comité de Ética do parlamento, ao considerar de «sem precedentes» a gravidade das suas declarações, e que «o antissemitismo escalou até um ponto que não pode ser ignorado por nenhuma pessoa decente».
Durante o período do Holocausto, na Segunda Guerra Mundial (1939-45), estima-se que tenham morrido cerca de 550 mil judeus húngaros. Atualmente, perto de 100 mil dos 10 milhões de húngaros serão judeus.
Fonte: SOL(Portugal)/AP
http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=45975
3 comentários:
Caros,
feliz páscoa a todos.
acho que vão gostar dessa matéria, para nós é de arrepiar.
http://baxtalo.wordpress.com/2012/04/04/racismo-antigitano-el-caso-de-la-republica-checa/
www.amsk.org.br,
Feliz Páscoa pra você também. Vou ver se der pra traduzir depois esse texto pra colocá-lo no blog.
Eu tinha separado (mas não estou localizando, meus rascunhos são bem desorganizados, preciso organizar isso) um texto sobre anticiganismo na Húngria pois pelo que eu vi aquele país é um epicentro de ataques a ciganos e parece que há até milícias anticiganas por lá, mas não sabia que a coisa estava se alastrando pra países como a República Techa.
Caso queira procurar o texto, ele se encontra num site europeu, creio que de combate ao extremismo, chamado Cafe Babel, link:
cafebabel.co.uk
Na parte em espanhol do site (é só trocar o idioma nele que ele redireciona automaticamente) há vários textos sobre a extrema-direita na Europa. Eu achei esse site acho que em 2010 ainda mas não deu pra traduzir nada dele e se não me engano há um texto (ou mais de um) sobre a situação da Hungria nele, onde há um forte extremismo de direita e o partido de direita lá meio que faz vista grossa ao problema, fora os problemas de alterações na constituição daquele país.
Os textos desse site que passei sobre a situação atual dos ciganos na Europa: cafebabel gitanos
O texto sobre a situação na Hungria e a atuação do partido de extrema-direita anticigano de lá, o Jobbik: Clima de tensión en Budapest: los gitanos y la sociedad civil contra la derecha radical
Vários textos sobre a extrema-direita na Europa e que cita o Jobbik húngaro: Jobbik
Eu ia traduzir uns textos daí, principalmente os desse link: Políticamente incorrecta: la derecha radical en Europa, mas acabei perdendo o link desse site e não achando mais até final de 2011 quando consegui localizar esse Cafe Babel de novo.
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