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sexta-feira, 17 de maio de 2013

A extrema direita na Europa (parte 4): Jobbik aproveita a onda da desilusão (Hungria)

Jobbik aproveita a onda da desilusão (Texto de 1 abril 2010, de uma série de 7 textos sobre a extrema-direita na Europa, no presseurop.eu)
Komment.hu Budapeste

Membros do Jobbik e da Guarda Magiar em Budapeste
, a 23 de Outubro de 2009, no aniversário da revolta de
1956 contra a invasão soviética. AFP
Um ano após a sua participação nas eleições europeias, o partido Jobbik talvez continue a seduzir inúmeros eleitores nas próximas legislativas húngaras (11 e 25 de Abril). É muito provável que a formação populista, xenófoba, anticigana e nacionalista de Gábor Vona pese na formação do futuro Governo.
Balázs Ablonczy

As forças políticas que detiveram o poder na Hungria, nos últimos 20 anos, defraudaram cruelmente as esperanças dos eleitores. Os inúmeros filiados no partido Jobbik [nacionalista, cujo nome significa, ao mesmo tempo, "o mais à direita" e "o melhor"] são o resultado dessa decepção. Qual será o programa e a retórica deste partido?

Quando o vemos no YouTube, as expressões que os simpatizantes mais utilizam são "decepção" e "confio nele". Perante as câmaras, o adepto da extrema-direita afirma, de modo corajoso, que apoia este partido porque conhece bem o programa, que é inovador e muito bom. Retoma, assim, a deixa de um velho diálogo: o que é original não é bom e o que é bom não é original?

Em nome de um Estado forte

O alarmismo a propósito de fascistas e nazis, tão do gosto dos intelectuais de esquerda, já não se usa. O Jobbik não é um partido nazi. Porque o movimento de Gábor Vona não é um partido. São três partidos juntos.

Segundo as últimas sondagens, o partido obtém fortes apoios nas regiões do Leste da Hungria, cujos eleitores desejam um Estado forte, que resolva os problemas de ordem pública e as questões existenciais que se lhes colocam todos os dias, criando uma guarda que os defenda dos ciganos. Ainda assim, nenhum dirigente da Guarda Magiar [organização paramilitar do partido, proibida no final de 2009] nem do Jobbik explicou como é que os seus desfiles marciais, seguidos por gente corajosa, conseguiram solucionar fosse o que fosse relativamente à integração dos ciganos na Húngria. Também está por provar a necessidade de gente fardada: as missões da Guarda Magiar limitam-se, ao que parece, ao voluntariado e à defesa da população durante as cheias.

Fartos do capitalismo e da UE

Os simpatizantes do Jobbik incluem eleitores de base da direita radical, que abandonaram outros partidos de direita. Estes últimos são visivelmente influenciados pelo mito da invasão da Hungria pelos promotores imobiliários israelitas e estão fartos do capitalismo, da UE e dos governos em geral. Possuem uma força limitada.

Uma parte do grupo limita-se a dizer que os demais partidos radicais europeus são capazes de influenciar as políticas governamentais. Atribuem ao Jobbik uma tarefa pedagógica: quando estiverem no Parlamento, poderão pressionar o Fidesz [artido conservador, na oposição, a que as sondagens dão a vitória nas legislativas de 11 e 25 de Abril] e colocá-lo na "direcção certa". Mas nenhum dos seus modelos estrangeiros, nem o polaco PiS nem o austríaco FPÖ, se refere aos ciganos e aos judeus num tom tão violento, nem ao Holocausto de forma tão aberta como os fóruns oficiais e semi-oficiais do Jobbik. Nem Ján Slota, do Partido Nacional Eslovaco, se atreve a fazê-lo, apesar de ter ali à mão, para acicatar o ódio contra os estrangeiros, a minoria húngara do seu país.

Afinidades com o nacional-socialismo

A verdade é que há no Jobbik uma terceira facção, que não disfarça a simpatia pelo nazismo. A seus olhos, o partido é demasiado brando, mas eles são realistas. Até à data, o Jobbik conseguiu conciliar a admiração incompreensível pelo primeiro-ministro russo Vladimir Putin, cuja actuação é muitas vezes contrária aos interesses nacionais húngaros, e o desejo de que seja demolido o memorial aos soldados russos, na Praça Szabadság [Praça da Liberdade] de Budapeste.

Os simpatizantes do Jobbik, em suma, estão desiludidos com tudo, excepto com o Estado – apesar de o Estado, sobretudo ele, não ter brilhado nestes últimos anos. Mas como poderá funcionar bem nas mãos de um partido cujo objectivo é o confronto permanente? No fundo, o Jobbik não passa de um partido político. Enquanto tal, o mais certo é que seja permeável a casos de corrupção. Acabará por ser uma grande decepção, mais uma, para a maioria dos seus eleitores.

O roubo, a insegurança, a precariedade ou a impotência podem legitimar a raiva e a decepção. Será possível, no entanto, que consigam fundar uma estratégia política?
Links exteriores

Artigo original do Komment (húngaro)

Romênia
O extremismo húngaro não tem limites

Treinos intensos, aspecto guerreiro, reuniões clandestinas em sítios secretos, uniformes com dragonas, bandeiras húngaras, slogans revisionistas: com o Pelotão Sicula, é mesmo a sério. Depois da proibição da Guarda Magiar, milícia paramilitar da extrema-direita húngara, em 2009, um grupo de jovens siculas, a minoria de origem húngara na Transilvânia, decidiu pegar no testemunho. "O Pelotão Sicula é a falange romena da Guarda Magiar", aponta o Adevărul. "Somos siculas, não somos magiares nem romenos. Em comparação com a Guarda Magiar, somos uma espécie de associação amiga”, afirma Csibi Barna, 30 anos, líder do grupo. Para ele, “a independência dos siculas” é um objectivo pessoal e não um fim em si. Contudo, o grupo, composto essencialmente por jovens, não esconde a admiração pela Grande Hungria e quer fazer perdurar as tradições do seu povo. “Aqui, como na Hungria, perdem-se cada vez mais perante os novos hábitos ocidentais. Se desaparecerem, deixaremos de poder falar em nação húngara”, proclama um dos seus membros.

Fonte: Presseurop.eu (série A extrema direita na Europa, parte 4)
http://www.presseurop.eu/pt/content/article/223261-jobbik-aproveita-onda-da-desilusao

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Deputado da extrema-direita húngara pede “lista de judeus”

Marton Gyongyosi, deputado húngaro de extrema-direita, quer lista com judeus que possam ser “risco de segurança nacional”. Associações judaicas e o Governo húngaro já criticaram estas palavras. Gyongyosi já pediu desculpa.

(Foto) Membros da Guarda Húngara, grupo ligado ao Jobbik e acusados de serem uma unidade paramilitar, numa cerimónia Karoly Arvai/REUTERS

Foi durante uma sessão parlamentar que o vice-presidente da bancada parlamentar do Jobbik, o partido de extrema-direita da Hungria, afirmou ser necessária uma lista com os nomes de judeus húngaros que pudessem representar um “risco de segurança nacional”.

As declarações do vice-presidente da bancada parlamentar do Jobbik foram prontamente reprovadas por vários sectores da sociedade húngara. O Governo húngaro, de direita, lançou um comunicado em reacção às declarações de Gyongyosi, em que garantia: “O Governo quer deixar claro que todos os cidadãos vão ser protegidos de insultos como este”

O comunicado dizia também que o Governo húngaro tem tomado “a acção mais firme possível contra qualquer forma de racismo e comportamento anti-semita” e que tem feito “tudo para poder assegurar que vozes mali-intencionadas incompatíveis com as normas europeias sejam travadas”.

Em declarações à agência Reuters, o director das Congregações Judaico-Húngaras, Gusztav Zoltai, sobrevivente do Holocausto, disse: “É claro que [estas declarações] servem apenas um propósito político.” Mas acrescentou: “A pessoas como eu isto gera um medo imenso.”

Durante o Holocausto morreram entre 500.000 e 600.000 judeus húngaros, de acordo com os número do Centro de Memória do Holocausto em Budapeste.

Jobbik acusado de ter ala militar

Marton Gyongyosi - fascista húngaro que
pediu lista de judeus daquele país
O Jobbik é o terceiro partido com maior representação parlamentar na Hungria. O partido foi fundado em 2003, mas só se estreou nas eleições legislativas de 2010, onde recolheu uns expressivos 16,67% dos votos.

O partido liderado por Gábor Vona é frequentemente ligado a posição anti-semitas, anti-imigração e xenófobas. Um dos assuntos recorrentes deste partido é a minoria étnica roma da Hungria.

É pública a existência de um grupo chamado “Guarda Húngara” que tem ligações ao Jobbik - foi, aliás, fundada por Gábor Vona. São várias as acusações de este grupo agir como um grupo paramilitar, responsável por atacar vários imigrantes, especialmente ciganos, na Hungria. Estas acusações são refutadas pelo Jobbik, que alega que este grupo nunca teve armas e que, por isso, não pode ser olhado como uma milícia.

PÚBLICO. 27/11/2012 - 14:39

Fonte: Público (Portugal)
http://www.publico.pt/mundo/noticia/deputado-da-extremadireita-hungara-pede-lista-de-judeus-1575172

Comentário: mais de uma vez teve gente negando o caráter antissemita e de reabilitação do nazismo do negacionismo do Holocausto. Será que com essas notícias recentes ainda virá gente negar o óbvio? Se deixar esses grupos fascistas repetem o que fizeram na Segunda Guerra, e o pior é que a sociedade civil em alguns países está deixando a coisa crescer. As milícias do Jobbik também são acusadas de perseguir ciganos na Húngria.

Ver mais:
Líder de direita na Hungria causa indignação ao pedir lista de judeus no país (Diário Digital, Portugal)
Hungria: judeus ameaçam a "segurança", diz deputado A Tarde/Agência Estado
Neonazi pide listas de judíos como en el Holocausto (Infobae)
Hungria: Partido de extrema-direita quer referendo sobre presença na UE TSF

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Deputado húngaro acusado de antissemitismo

Vista exterior para o Parlamento húngaro
na capital do país, Budapeste
(4 de Abril, 2012) O dia-a-dia político da Hungria volta a merecer destaque. Vários deputados do país exigiram esta quarta-feira a demissão de um membro do partido de extrema-direita com assento parlamentar, após ter proferido um discurso que consideram ter sido antissemita.

Zsolt Barath, deputado do Jobbik, endereçou-se ao parlamento húngaro ao recordar um famoso caso jurídico do país, remontante ao século XIX, quando vários judeus foram considerados inocentes de terem assassinado uma camponesa.

Já na época, o caso ergueu uma discussão nacional na Hungria acerca do antissemitismo, e as palavras de Barath caminham no mesmo sentido.

Ontem, terça-feira, o deputado recordou e criticou o caso ao dizer que na altura o juiz tinha provas para acusar os judeus, mas que terá optado por não o fazer. Segundo Barath, o juiz acabaria por sucumbir à pressão para os absolver, por receio que, como consequência, os investidores internacionais empurrassem depois a Hungria para a bancarrota.

A avaliação do deputado de extrema-direita pode ser encarada como uma crítica paralela ao contexto político-económico atual da Hungria, que tem partilhado tensas relações com o FMI e a UE, devido a uma eventual ajuda financeira ao país.

Deputado debaixo de fogo

As declarações de Zsolt Barath motivaram uma chuva de críticas vindas de vários outros partidos da cena política húngara.

Janos Fonagy, deputado do Fidesz, o partido do governo, acusou Barath de «abrir feridas com séculos de existência», e o movimento ‘A Política Pode Ser Melhor’ defendeu que «não se pode tolerar antissemitismo mal disfarçado dentro das paredes do parlamento».

Já Rabbi Slomo, da Congregação dos Judeus Húngaros, defendeu que o deputado direitista deveria ser colocado perante o Comité de Ética do parlamento, ao considerar de «sem precedentes» a gravidade das suas declarações, e que «o antissemitismo escalou até um ponto que não pode ser ignorado por nenhuma pessoa decente».

Durante o período do Holocausto, na Segunda Guerra Mundial (1939-45), estima-se que tenham morrido cerca de 550 mil judeus húngaros. Atualmente, perto de 100 mil dos 10 milhões de húngaros serão judeus.

Fonte: SOL(Portugal)/AP
http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=45975

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Direita radical em marcha na Europa - Extrema-Direita semeia o caos em Budapeste

Extrema-Direita semeia o caos em Budapeste

Após duas manifestações pacíficas contra o racismo 200 ultranacionalistas enfrentaram a Polícia

Cerca de duas centenas de elementos conotados com a Extrema-Direita da Hungria semearam o caos na cidade de Budapeste, logo após a realização de duas manifestações pacíficas contra o racismo.

Os extremistas enfrentaram a Polícia, atacaram estabelecimentos comerciais e dependências bancárias em resposta às duas manifestações pacíficas que se tinham realizado, pouco antes, na capital húngara, contra a discriminação, o racismo e o antisemitismo.

As marchas - convocadas pelo movimento Carta Democrática e organizações de defesa da população cigana - reuniram cerca de 4500 pessoas, anteontem, frente ao Parlamento, sem que se tenham registado quaisquer incidentes. O referido movimento surgiu no passado dia 6 de Setembro e congrega personalidades políticas, artistas e intelectuais com o objectivo de lutar contra a discriminação social e o racismo. A sua formação está associada à indignação provocada pelos ataques da extrema-direita contra o desfile do Orgulho Gay, em Budapeste, no passado mês de Junho.

Como forma de oposição às manifestações, cerca de um milhar de extremistas nacionalistas juntaram-se a cerca de dois quilómetros da sede do Parlamento, na Praça dos Heróis. No final da concentração, entre 150 a 200 participantes em protesto atacaram um monumento soviético erguido no final da Segunda Grande Guerra e enfrentaram a Polícia, que dispersou os manifestantes com granadas de gás lacrimogéneo.

Entre as várias mensagens dos ultranacionalistas contam-se a "Hungria pertence aos húngaros" e a necessidade de luta contra o "conplôt judaico-cigano". Anunciaram, ainda, que nas próximas eleições legislativas, que terão lugar em 2010 (as segundas após a entrada no país na União Europeia, em 2004), o seu partido alcançará os 5% dos votos necessários para assegurar a presença no Parlamento.

Momentos depois, os extremistas, com o rosto coberto e armados de paus, pedras e cocktails Molotov, reagruparam-se e continuaram a enfrentar a Polícia, que deteve várias pessoas e procedeu a disparos com canhões de água e granadas de gás lacrimogéneo. Entre os objectivos dos "ultras", no seu protesto pelas ruas de Budapeste, estavam as vitrinas de estabelecimentos comerciais, automóveis, dependências bancárias, contentores de lixo e um carro da Polícia, que foi incendiado.

A circulação no centro da capital húngara ficou paralisada com os confrontos, ainda que a sua magnitude não seja comparável com os que tiveram lugar na mesma cidade há dois anos, quando vários milhares de manifestantes de extrema-direita atacaram, ocuparam e incendiaram a sede da televisão nacional da Hungria.

Os incidentes de 2006 ocorreram após a difusão de um discurso pronunciado à porta fechada pelo primeiro-ministro socialista Ferenc Gyurcsány, em que reconhecia ter mentido durante a campanha eleitoral para garantir a sua reeleição.

O primeiro-ministro Gyurcsány é um dos políticos mais contraditórios e, apesar disso, bem sucedido da Hungria. Nascido em 1961, militou, na sua juventude, em movimentos comunistas, o que não o impediu de realizar uma grande fortuna em negócios imobiliários. A política económica de privatizações que se seguiu à queda do Muro de Berlim propiciou o surgimento de novos milionários, como Gyurcsány.

Fonte: Jornal de Notícias(Portugal)/Pletz
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=1016176

sábado, 5 de abril de 2008

EUA: Papa visita sinagoga de rabino sobrevivente Holocausto

O Papa Bento XVI, que visitará este mês, pela primeira vez, os Estados Unidos da América, vai deslocar-se, com carácter pessoal, a uma sinagoga liderada por um rabino sobrevivente do Holocausto.

O rabino Arthur Schneier, 78 anos, que viveu sob a ocupação nazi em Budapeste e emigrou para os Estados Unidos da América em 1947, é o responsável desde 1962 pela sinagoga, em Nova Iorque, que irá receber a visita do pontífice a 18 de Abril.

Bento XVI, 80 anos e de origem alemã, foi em adolescente, aos 14 anos, membro da juventude nazi, tendo participado mais tarde na II Guerra Mundial, da qual desertou em 1944 sob risco de pena de morte.

Esta será a segunda visita do pontífice a uma sinagoga.

Na primeira visita papal ao estrangeiro, em 2005, Bento XVI visitou uma sinagoga em Colónia, Alemanha, que foi reconstruída após ter sido destruída durante o regime nazi.

«Com esta visita pessoal e informal, que não faz parte do programa oficial, Sua Santidade deseja expressar a sua boa vontade perante a comunidade judaica, no momento de preparação da Páscoa Judaica», afirmou David Monsenhor Malloy, secretário-geral da Conferência norte-americana dos Bispos Católicos.

Durante a viagem, o pontífice irá reunir-se com outros dirigentes judaicos e representantes de outras religiões.

Ainda em Nova Iorque, a agenda papal incluirá uma visita e discurso na sede das Nações Unidas e uma deslocação ao Ground Zero, o local dos atentados do 11 de Setembro.

No programa de Bento XVI, que estará nos EUA de 15 e 20 de Abril, estão agendados também encontros com cardeais, bispos e representantes de associações de caridade norte-americanas, estando ainda prevista a celebração de uma missa no Estádio Nacional.

No dia da chegada, em Washington, Bento XVI será recebido pelo presidente norte-americano, George W. Bush.

Fonte: Diário Digital/Lusa(03.04.2008)

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