Belzec - SS guardas |
Na continuação reproduzo duas tabelas com os oficiais da Waffen-SS que por sua vez serviram em campos de concentração, inclusive de extermínio, assim como nos Einsatzgruppen. O serviço nessas unidades se dava tanto antes como depois de estarem destinados a unidades de combate, e os motivos podiam ser muito diversos: pessoal destinado à frente oriental como castigo, feridos incapacitados para o serviço no front, ou simples necessidade de suas capacidades profissionais, segundo as circunstâncias de cada um. Por exemplo, Josef Mengele, o famoso médico de Auschwitz desde 1943, foi recrutado em 1940 pela Wehrmacht, e foi voluntário da Waffen-SS, servindo na 5ª Divisão SS "Wiking", onde ganhou a cruz de ferro de 2ª e 1ª classe. Uma ferida numa perna fez com que em 1942 ele se declarasse não apto para o front.
Evidentemente esta tabela conta apenas os oficiais, não suboficiais e tropa, que também serviram na execução do genocídio. O Einsatzgruppen A, por exemplo, adscrito ao grupo de exércitos Norte, de 990 integrantes, 340 pertenciam a Waffen-SS. Outro terço era das distintas polícias do Reich, e o restante do pessoal de serviço (condutores, intérpretes, operadores de comunicações...) fornecidos pela Wehrmacht.
Terá que recordar que um dos objetivos declarados da Waffen-SS era proporcionar às forças policiais o prestígio que implicava ao participar do combate, e que ninguém pudesse lhes repreender que haviam se dedicado a trabalhos de retaguarda enquanto a nação lutava na frente de guerra. Enquanto as unidades estrangeiras, em sua imensa maioria oficiais e suboficiais eram alemães ou Volksdeutsche (alemão étnico). No final da guerra muitos batalhões de polícia auxiliar ou serviços uniformizados de populações deste (estonianos, letões, ucranianos, e em menor proporção lituanos) passaram como batalhões inteiros a servir em campos de concentração ou trabalhos antipartisans da Waffen-SS. Isto não significava que se converteram em membros da mesma de pleno direito, só que serviam nelas; em muitas ocasiões não levavam no pescoço as runas da SS, senão símbolos nacionais. Seus membros condecorados, inclusive os escassos oficiais e suboficiais, não foram inscritos no livro de honra da Waffen-SS.
Número | Divisão | Oficiais que serviram em Kz/ Ks / campos de extermínio | Oficiais que serviram nos Einsatzgruppen |
1ª | «Leibstandarte Adolf Hitler» | 16 | 3 |
2ª | «Das Reich» | 39 | 1 |
3ª | «Totenkopf» | 159 | 1 |
4ª | «Polizei» | 29 | 3 |
5ª | «Wiking» | 45 | - |
6ª | «Nord» | 57 | - |
7ª | «Prinz Eugen» | 23 | - |
8ª | «Florian Geyer» | 28 | 1 |
9ª | «Hohenstaufen» | 22 | 2 |
10ª | «Frundsberg» | 20 | - |
11ª | «Nordland» | 12 | - |
12ª | «Hitlerjugend» | 6 | 1 |
13ª | «Handschar» (Kroatische Nº 1) | 9 | - |
14ª | «Galizische» o Galicia (Ukrainische Nº 1) | 5 | 1 |
15ª | Lettische Nº12 | 5 | - |
16ª | «Reichsführer-SS» | 17 | 1 |
17ª | «Götz von Berlichingen» | 15 | - |
18ª | «Horst Wessel» | 7 | 1 |
19ª | Lettische Nº2 | 3 | 1 |
20ª | Estnische Nº1 | 7 | 1 |
21ª | «Skanderbeg» | 4 | - |
22ª | «Maria Theresia» | 3 | - |
23ª | «Kama» (Kroatische Nº 2) Foi dissolvida em fins de 1944. Os restos se trasladaram para a Nederland, com o mesmo número 23. | 5 | - |
23ª | Nederland, formada depois da dissolução da divisão 23ª “Kama”. | - | |
24ª | «Karstjäger» | 1 | - |
25ª | «Hunyadi» (Ungarische Nº 1) | 2 | - |
26ª | «Hungaria» (Ungarische Nº 2) | 3 | - |
27ª | «Langemarck» (Flämische Nº 1) | 5 | - |
28ª | «Wallonien» | 0 | - |
29ª | (anteriormente «Brigada Kaminski», Russische Nº 1) | 3 | 1 |
29ª | Italienische Nº 1 | ||
30ª | Russische Nr. 2 | 2 | - |
30ª | Weißruthenische Nº 1 | 2 | - |
31ª | 31ª SS-Freiwilligen Grenadier Division | 2 | - |
32ª | «30 Januar» | - | |
33ª | Ungarische Nº 3 | - | |
33ª | «Charlemagne» | 1 | - |
34ª | «Landstorm Nederland» | 6 | - |
35ª | 35ª SS-Polizei Grenadier Division | 1 | - |
36ª | 36ª Waffen Grenadier Division der SS | 7 | 1 |
37ª | «Lützow» | 0 | |
38ª | «Nibelungen» | 0 | 1 |
Glodsworthy, Terry: Valhalla’s Warriors: A history of the Waffen SS. Dog Ear Publishing. Indianapolis, Indiana, 2007 (mostra duas tabelas separadas). Sua fonte são os livros de French L. MacLean: The Camp Men: The SS Officers Who Ran the Nazi Concentration Camp System y The Field Men: The SS Officers Who Led the Einsatzkommandos – the Nazi Mobile Killing Units, Schiffer Military History, 1999 y 2001. De uns mil e cem oficiais da SS estudados por MacLean com responsabilidades no sistema concentracionário, uns quinhentos haviam servido na frente, na Waffen-SS. As cifras não são definitivas, por exemplo. Recentemente Trang ampliou o número de oficiais da Totenkopf implicados, de 159 para mais de duzentos.
Fonte: Blog antirrevisionismo (Espanha)
Título original: Oficiales de las Waffen SS que también sirvieron en campos de concentración, exterminio, y Einsatzgruppen
http://antirrevisionismo.wordpress.com/2013/04/15/oficiales-de-las-waffen-ss-que-tambien-sirvieron-en-campos-de-concentracion-exterminio-y-einsatzgruppen/
Trecho do livro: Glodsworthy, Terry: Valhalla’s Warriors: A history of the Waffen SS.
Tradução: Roberto Lucena
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