Mostrando postagens com marcador Himmler. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Himmler. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

As entrevistas de Nuremberg: Kurt Daluege

Kurt Daluege, que foi chefe da polícia regular uniformizada da Alemanha, está em prisão sem comunicação. É um tipo alto, de quarenta e tantos anos, nariz aguileña, olhos pequenos, sombrio, e com uma expressão de ressentimento na cara. É educado e comedido, fala com facilidade mas quase não diz nada que tenha um conteúdo emocional ou que revele fatos objetivos. Tem uma aparência remilgada e mantém sua celda em uma ordem gélida, descrição que poderia ser aplicada a sua cara. (…)

Disse tudo com o mínimo de entusiasmo e uma expressão, tanto facial como oral, carente de sentimentos.

Kurt Daluege junto a Himmler na Ucrânia

Sim, disse, foi general da SS durante a guerra, mas foi algo automático, porque como chefe da Polícia comum, deram-lhe esse cargo. Ou seja, inquiri - através do doutor Gilbert, que estava traduzindo - que a policia formava parte da SS. Não, suas polícias não eram militares, não eram parte da SS. Contudo, Himmler era seu superior. Suas forças da Polícia tinham relação com a Gestapo?

- Não, não tinham nada a ver com a Gestapo. E sim, Himmler era o chefe da Gestapo e ele era subordinado de Himmler. 

Perguntei-lhe diretamente se sua polícia protegia os judeus e suas propriedades quando eram atacados por toda Alemanha; ele disse que não sabia nada desses ataques, ninguém lhe falou deles. (…)

Sua relação com Himmler? Não era muito boa porque Himmler lhe considerava um rival. Inclusive uma vez viu que Himmler iria lhe prender. Mas nunca aconteceu. (…)
-Sente-se culpado de algo?

-Não

Ele estava a cargo das forças policiais da Alemanha e tudo foi bem até onde ele sabia.
A impressão geral que deixa é a de ser um homem insensível, sem piedade, capaz das maiores crueldades, amoral e sem consciência. (…) 

Declara ser um simples funcionário, filho de um funcionário: não sabe nada das atrocidades e todas essas coisas. Está claro que devia ser o tipo de chefe ao qual sabia informar com todo detalhe e de maneira obsessiva de tudo o que fazia o pessoal em seu posto, e de fato seguramente exercia um controle muito estrito sobre seus subordinados.

Estou convencido de que é pouco provável conseguir uma resposta emocional deste homem. Ficou endurecido com os anos e a coraça que usou durante tanto tempo fez com que não fique nada debaixo. Depois de ter contato direto com a força, a violência e de haver descartado com tranquilidade a vida de vários outros, cabe questionar o que valoriza a vida em geral, incluindo a sua em particular.

 (Leon Goldensohn, Las Entrevistas de Núremberg, Taurus, 2008, págs. 344 a 346)
LAS ENTREVISTAS DE NÚREMBERG: KURT DALUEGE
26 de janeiro de 1946 

Fonte: blog "El viento en la Noche"; livro: "As entrevistas de Nuremberg", de Leon Goldensohn
https://universoconcentracionario.wordpress.com/2020/04/15/las-entrevistas-de-nuremberg-kurt-daluege/ 

Tradução: Roberto Lucena

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Crimes de guerra na Bielorrússia (Belarus), meados de 1943

A exposição NO-3028 de Nuremberg é uma série de relatórios que suscitam preocupações sobre as atrocidades cometidas em operações anti-partisans na Rutênia Branca (Bielorrússia). Esses documentos foram publicados aqui por David Thompson em 2004. O mais pertinente é talvez aquele do "membro do partido", Lange:

Estou enviando a seguinte comunicação privada para sua informação. Dr. Walkewitsch, o chefe de ação da WSW veio até mim.

Ele foi informado pelo Sr. Sakowitsch, ex-chefe do território [Gebietsvorsitzender] do WSW no condado de Minsk que, em 27 de maio de 1943, às 14h00, a SS e/ou os ucranianos conduziram os habitantes de Krjvsk juntos para duas casas e para depois incendiar as casas para que aqueles dentro delas queimassem até a morte.

O mesmo aconteceu com a aldeia de Krashyn em 24 de maio de 1943. Ambas as aldeias estão localizadas no distrito de Woloshin, no território de Vilijka.

Normalmente, o escritório de Himmler rejeitou tais preocupações. No último documento da exposição, Brandt afirma que "[Himmler] solicita que o Ministro do Reich para o Leste seja informado de que a campanha contra os partisans andará conforme o cronograma e que Volhynia e Podolia serão as próximas da lista." O subtexto aconselhava Rosenberg a dizer aos seus subordinados que abandonassem suas queixas. Veja a excelente análise de Leo Alexander sobre esta troca, publicada aqui em 1948.

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2016/01/war-crimes-in-belorussia-mid-1943.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: War Crimes in Belorussia, mid-1943
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 2 de julho de 2017

Discurso de Himmler em Posen (Poznan), Polônia, 4 de outubro de 1943 (Extermínio)

Tradução do texto do site The Holocaust History Project que atualmente se encontra arquivado no site Phdn.org (site francês) porque o site original perdeu o servidor (ficou fora do ar) e o conteúdo se perderia ou as pessoas não teriam acesso mais ao conteúdo do site original.

Este é um dos problemas da internet, a "crença" de que esses textos ficarão pra sempre na rede sem que haja manutenção e algum fundo. A tradução do texto só foi possível justamente porque uma pessoa perguntou sobre o texto em um dos posts antigos e vendo os posts, vários links estão "mortos", incluindo o link original do THHP (The Holocaust History Project) em inglês.

O discurso completo tem 3 horas de duração, abaixo segue o trecho mais relevante (ou um dos) que consta do THHP. Na página do site (arquivado) consta o texto original em alemão e a tradução dele em inglês, abaixo segue a tradução pro português.
__________________________________________________

Texto completo do discurso de Posen (Poznan)
Abaixo segue o texto completo da apresentação do Quicktime do discurso em Posen (Poznan) de Heinrich Himmler em 4 de outubro de 1943.

4 DE OUTUBRO, 1943

POZNAN, POLÔNIA

Reichsführer-SS Heinrich Himmler, o segundo homem mais poderoso da Alemanha nazista, fala aos oficiais da SS por três horas em um encontro secreto.

As gravações de Himmler sobreviveram à guerra. Está agora no "National Archives" (Arquivo Nacional) em College Park, Maryland.

O que você está ouvindo não foi editado.

Himmler finaliza falando sobre fábricas de armas.

Ele lembra a seus oficiais da lealdade que ele espera deles no extermínio dos judeus.
===========================================
"Eu também quero mencionar um assunto muito difícil para vocês aqui, de forma totalmente aberta.

Isso deveria somente ser discutido entre nós, e, portanto, nunca falaremos sobre isso em público.

Assim como não hesitamos em conduzir nosso serviço em 30 de junho, como ordenado, contra os camaradas que falharam em pé contra o muro atirando neles.

Sobre algo o qual nunca falamos, e nunca falaremos.

Ou seja, graças a Deus, um tipo de tato natural para nós, uma conclusão inevitável desse tato, que nunca conversamos a respeito entre nós, nunca falamos sobre isso, todos tremeram, e ficou claro para todos que, da próxima vez ele faria a mesma coisa de novo, se fosse ordenado e necessário.

Estou falando sobre a "evacuação judaica": o extermínio do povo judeu.

É uma das coisas que é facilmente dita. "O povo judeu está sendo exterminado", todos os membros do Partido dirão isto a vocês "de forma perfeitamente clara, isto é parte dos nossos planos, estamos eliminando os judeus, exterminando-os, ha!", um pequeno problema".

E então, todos eles virão, todos os 80 milhões de alemães corretos, e cada um deles tem seu judeu decente. Eles dizem: todos os outros são suínos (porcos), mas aqui este aqui é um judeu de primeira classe.

E nenhum deles têm visto isso, apoiou isto. A maioria de vocês saberá o que isto significa quando 100 corpos (cadáveres) ficam juntos, quando há 500, ou quando há 1000. E ter visto isso, e - com exceção das fraquezas humanas - permanecer decente, fez de nós pessoas duras e é uma página de glória nunca mencionada e nunca será mencionada.

Porque sabemos como as coisas difíceis seriam, se hoje em todas as cidades durante os atentados com bomba, os encargos da guerra e das privações, ainda tivéssemos judeus como sabotadores secretos, agitadores e instigadores. Nós provavelmente estaríamos no mesmo estágio de 1916-17, se os judeus ainda residissem no corpo (seio) do povo alemão.

Tiramos as riquezas que eles tinham, e dei uma ordem estrita, que o Obergruppenführer Pohl realizou, entregamos essas riquezas completamente ao Reich, ao Estado. Não tomamos nada deles para nós mesmos. Alguns poucos, que se ofenderam contra isso, serão [julgados] de acordo com uma ordem que eu dei no início: aquele que carrega um marco (moeda) disso é um homem morto.

Um certo número de homens da SS se ofenderam contra esta ordem. Não muitos, mas eles serão homens mortos - SEM CLEMÊNCIA! Nós temos o direito moral, nós tivemos o dever com o nosso povo para fazê-lo, para matar essas pessoas que queriam nos matar. Mas não temos o direito de enriquecer-nos com um só pelo, com um marco (moeda), com um cigarro, com um relógio ou com qualquer coisa. Que não temos. Porque no final disso, nós não queremos, porque exterminamos o bacilo (judeus), e não para ficarmos doentes e morrermos do mesmo bacilo.

Eu nunca verei isso acontecer, mesmo que um pouco de putrefação entre em contato conosco, ou que se enraíze entre nós. Pelo contrário, onde isto tentar se enraizar, vamos queimá-lo juntos. Mas, em conjunto, podemos dizer: realizamos essa tarefa tão difícil por amor a nosso povo. E não assumimos qualquer defeito (crise de consciência) dentro de nós, em nossa alma ou em nosso caráter."
Fonte: The Holocaust History Project/PHDN.org (EUA/França)
http://www.phdn.org/archives/holocaust-history.org/himmler-poznan/speech-text.shtml
Tradução: Roberto Lucena

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Observações do post "Sobre a Ordem dos Comissários: instruções da guerra de aniquilação nazista na União Soviética"

Antes de repassar as observações do post que também dá título parcial a este post (separarei o texto original com um traço), irei transcrever, quando for possível, algumas observações de outros posts pra não alongar os posts originais, já que algumas observações acabam saindo do tema do post e citando questões políticas atuais no país ou no mundo.

Mas por quê, às vezes (ou muitas vezes), estas observações "saem pela tangente" do tema original do post? (a quem quiser pular esta observação extra, as observações originais do post estão após o traço abaixo e tem informação sobre segunda guerra)

Porque não é possível, por mais esforço que se faça, ignorar a realidade ao redor (do que se passa no país e no mundo) num ambiente de polarização política extrema.

Desde o "Vem pra rua" de 2013 (a "revolução colorida" que não se concretizou, mas faz estrago até hoje) a radicalização política no Brasil, que já era grande, degringolou de vez com grupos reacionários (que se autodenominam como "liberais" ou "liberais-conservadores", e alguns usam o termo "libertários", mas são todos uma coisa só: autoritários, vira-latas, estúpidos e anacrônicos) atacando tudo que consideram "inimigo". E se querem radicalizar, vão ter obviamente um contraponto ou resposta.

Essa polarização política pesada (radicalização) não ocorre só no Brasil, em praticamente quase todo mundo está ocorrendo radicalização política, alguns mais outros menos, mas ocorre em todo mundo.

Só que a polarização no Brasil é agravada ainda mais pela atuação partidarizada da "grande mídia" (o oligopólio de mídia, com destaque pra Rede Globo ou Organizações Globo) e principalmente pelo fato da vulnerabilidade da maior parte da população por aceitar passivamente o que esta grande mídia (que ascendeu na ditadura de 21 anos do país) repassa como "verdade" em questões atuais do país.

Esse não é um "problema" pequeno, é algo extremamente sério e não dá pra ignorar ou deixar de lado.

Evitei ao extremo não sair do tema segunda guerra, mas... uma vez que muita gente não mantém distância dos temas atuais (tentam misturá-los) e uma outra parte fica "calada" (quieta) pra não tomar posição, por covardia (mesmo quando deve), então não sou obrigado a respeitar qualquer um desses lados (não levarei em conta qualquer um desses dois lados pra tomar posições).

Quando pessoas começam a "cercar", enchendo a paciência com temas atuais porque querem usar A, B ou C como "escudos" pra algum fim político (no Orkut isso ocorreu), a tentativa de distanciamento de questões atuais (pra evitar trazer gente tosca, fanática e ignorante panfletando besteira pra junto) vai literalmente pro ralo.

E ninguém se iluda, eu não faço questão alguma de agradar A, B ou C porque alguém aparenta ser "educado" ao mesmo tempo que defende extremismo, ou porque comunidade A ou B tem posição "x" em relação ao Oriente Médio e coisas afins.

Sou humano (porque questões nacionais não devem ficar acima da condição humana), mas sou cidadão brasileiro, e minha visão política de mundo é de cidadão brasileiro (carregada do nativismo de minha terra natal, nativismo que também ocorre em todos os estados do país, uns mais outros menos), mesmo que eu saiba qual é o ponto de vista de outros países.

Não abro mão disso em hipótese alguma discutindo com outros brasileiros. Porque há brasileiros com crise de identidade nacional aguda (tanto brasileiros fora do Brasil como dentro do país), mas isso é problema dessas pessoas, não meu. Não sou "clínica de autoajuda" pra gente com esse tipo de problema.

Que fique claro que quando faço as observações acima, estou me referindo estritamente a discussões em português, principalmente com brasileiros, porque eu não percebo esse tipo de crise de identidade ou "grilo" (de grilado) que sempre remete a um complexo, ou mesmo preconceito agudo porque "fulano" é de tal país, estado, região, cidade (tirando o antissemitismo característico dos "revis") nas discussões em inglês como no blog Holocaust Controversies, no Rodoh etc.

Observações do post "Sobre a Ordem dos Comissários: instruções da guerra de aniquilação nazista na União Soviética" logo abaixo.
__________________________________________________________________________

Observação 1: quem quiser ler mais sobre a diretiva de Hitler, conferir o link do blog Avidanofront:
Ordem do führer sobre a administração das regiões do leste novamente ocupadas
Quem quiser ver o documento em inglês:
Himmler’s Memorandum on the Treatment of Alien Peoples in the East, 25 May 1940

E se alguém achar que isso é o texto mais pesado sobre a questão, tem coisas piores, que envolvem o nazi Erhard Wetzel (figura pouco citada e conhecida) sobre o Generalplan Ost. É curioso o cinismo dos ditos "revis" com a dimensão da guerra de extermínio praticada pelos nazistas, eles praticamente evitar citar essa questão do extermínio no leste europeu.

Cinismo e muitas vezes ignorância e estupidez também já que o conhecimento de boa parte deles do evento é precário ou totalmente distorcido, o que não apaga a ideia asquerosa por detrás desse apego desmedido deles com o que eles visualizam ou identificam como 'nazismo'.

Antes de ser algo caricato como a gente costuma ironizar a cretinice de alguns deles, no fundo esse pessoal é adepto do darwinismo social, como também o é alguns grupos que se denominam "liberais", mas que evitam a citação do termo "darwinismo" explicitamente por motivos óbvios (seriam facilmente rotulados de racistas), embora tenham uma aversão cínica e profunda com a questão do combate ao preconceito e racismo no Brasil e um ódio de classe profundo contra pobres (é essa uma das raízes do darwinismo social).

Ao contrário do que muita gente pensa, esse tipo de ideia de exclusão e racista é bem difundida em algumas cidades brasileiras. A "aparição" de grupos denominados "neonazis" no Brasil, ao contrário do que a mídia propaga como sendo "algo absurdo", infelizmente não é. O que ocorre é que esta mesma mídia e governos não têm interesse de esclarecer nada do assunto e nem de se aprofundar no problema da origem do racismo moderno no Brasil (que tem ligação direta com o evento da imigração pro Brasil no século XIX e começo do século XX), assunto que nem sequer é citado em colégios quando deveria ser obrigatório a discussão disso. E um adendo, refiro-me tanto à mídia de direita e de esquerda. Só vi uma vez citarem algo relativo a isso no site Viomundo, mas era só sobre São Paulo. Ou seja, o assunto sobre branqueamento no Brasil (que é o que dá base a esse racismo atual no país, as crenças racistas, além da herança racista colonial) sequer é discutido por conveniência, pra manter esses preconceitos regionais (preconceitos com conotação racista) inalterados.

Mas como dizia, a aparição desses bandos ditos "neonazis" no Brasil não é algo tão "absurdo" assim, apesar da adoção de símbolos do fascismo alemão por eles sempre soar ridículo pois o Brasil é um país com predominância da cultura portuguesa, indígena e negra, não excluindo as contribuições dos outros povos que pra cá migraram, mas essa também é a base étnica da maior parte do país, inclusive em regiões que a mídia propagam como "brancas" ou sem ligação com essas três culturas e povos (apesar de falarem português o tempo todo... vejam só...) porque há um sentimento de aversão dessas cidades com Portugal, negros e indígenas.

A mídia brasileira, de uns tempos pra cá, andar querendo "escandinavizar" o Brasil, talvez pra suprir seus complexos e sentimentos obscuros (que não tem coragem de externar), embora mantenha pro público externo a imagem do Brasil "tropical" formulada no Estado Novo do país (com contribuição da Disney) que perdura até hoje.

Como já deu pra notar, minha opinião sobre a mídia brasileira não é lá muito boa (e também de boa parte da mídia estrangeira). Digamos que, fizeram por onde ter essa imagem negativa, a "birra" não surgiu do nada. Em geral, a imagem da mídia hoje no mundo não é muito boa, pra não dizer que é terrível.
________________________________

Observação 2: Quem quiser baixar o livro (PDF), vá ao link do site do Centro de História Militar do Exército dos EUA.

Fiz questão de frisar a fonte pra servir como uma amostra pros fanáticos de direita do Brasil, com uma obsessão em repetir discurso da guerra fria.

A quem assistiu a abertura da Copa e leu o texto que coloquei aqui sobre ela (eu não profetizei...), viram uma demonstração desse fanatismo e radicalização imbecil nos xingamentos que esses fanáticos bitolados (e sem qualquer pingo de educação), na parte mais cara do estádio (com ingressos mais caros, setor "VIP" da baixaria e da elite Zé Povinho, o populacho medonho, a gentalha abastada brasileira), proferiram contra a presidente do país, quando não caberia numa cerimônia de abertura se comportarem tão grotescamente daquela forma achando que estavam "abafando", independente de divergência política.

Seria igualmente errado se o fato ocorresse com um presidente com outro retrospecto ideológico, eleito democraticamente. Há que se saber separar divergências de fanatismo e sectarismo, que é o que esse pessoal está fazendo há bastante tempo insuflados por certa mídia irresponsável, inconsequente e corporativa do país. Queimaram-se lindamente pro mundo inteiro ver.

Nem a principal potência rival da URSS (que não existe mais) possui um sectarismo e fanatismo tão estreitos com esses assuntos como o que se verifica na direita brasileira e latinoamericana (e ibérica), ou na maior parte dela. Sectarismo que mistura uma dose de paranoia, idiotice, má educação, prepotência e fanatismo religioso (obscurantismo).
_______________________________

Observação 3: tem uma parte do texto (nas notas 45 e 46) que diz o seguinte:
"A ocupação era para ser permanente. Este era o objetivo final do que Hitler queria fazer, e nada nem ninguém estava autorizado a interferir com a realização deste empreendimento.45 Esta foi uma luta de ideologias, não de nações."
Pois bem, essa era também minha opinião anterior sobre o evento, mas analisando a coisa hoje eu discordo da minha opinião anterior. Esta foi uma guerra ideológica sim, entre o fascismo (nazismo) e o socialismo da URSS, mas também uma guerra entre nações e de aniquilação.

A própria ideia racista de ocupação e aniquilação de povos no leste (por estes serem inferiores ou descartáveis por ideias racistas, na concepção nazista) não é propriamente algo original da guerra anticomunista da segunda guerra, esta guerra também foi uma guerra de colonização, uma guerra "racial" (étnica) de aniquilação, só que dessa vez na Europa, como as ocorridas nas colonizações feitas na África e nas Américas.

domingo, 20 de dezembro de 2015

Planos para judeus franceses e "outros inimigos", de dezembro de 1942 a março de 1943

Esta excelente análise de Peter Longerich merece ser citada inteira:
19.6(5) Num relatório para Hitler em 10 de dezembro de 1942, Himmler preparou uma lista escrita à mão dos pontos que ele queria apresentar. Sobre o "II SD e assuntos policiais", Himmler especificou como ponto 4 a seguinte palavra-chave:
  • Judeus na França
  • 6-700.000
  • outros inimigos.
19.7 Próximo a essas palavras-chaves pode ser encontrado um crédito e no próprio manuscrito de Himmler a palavra "abolir" (abschaffen): Himmler tinha então trazido esses a Hitler e recebeu sua permissão para "abolir", ou seja, para liquidar os estimados 600.000-700.000 judeus na França, bem como "outros inimigos".179 Após a reunião, Himmler enviou uma nota para Müller, chefe da Gestapo, na qual afirmou:
O Führer deu ordens para que os judeus e outros inimigos na França devam ser presos e deportados. Isso deveria ter ocorrido, mesmo que ele tenha falado com Laval sobre isso apenas uma vez. É um problema de 6-700.000 Jews.180
19.8 Dois meses depois, em fevereiro de 1943, Eichmann, em uma breve visita a Paris apresentou um programa máximo para a deportação de todos os judeus que viviam na França, incluindo aqueles com cidadania francesa.181

19.9 Na reunião de 10 de dezembro de 1942, Himmler apresentou a Hitler uma proposta de criação de um campo de trabalho para judeus mantidos na França, Hungria e Romênia, para um total de 10.000 pessoas. De acordo com uma nota escrita à mão por Himmler, Hitler aceitou a proposta. 182 Após a reunião, Himmler enviou uma ordem para Müller para concentrar essas 10.000 pessoas num "campo especial" (Sonderlager). Ele afirmou: "Certamente eles devem trabalhar lá, mas sob condições em que permaneçam saudáveis e vivos." 183

19.10 As notas manuscritas de Himmler deste encontro com Hitler e as ordens enviadas para Müller confirmam que foi desejo de Hitler que aqueles judeus franceses que não se enquadrassem nessa regra não fossem "mantidos vivos" (am Leben bleiben), mas que fossem "abolidos", ou seja, assassinados.
Observe também esta análise interessante de Edith Shaked. Embora os nazistas tenham sido incapazes de terminar esses planos de extermínio, a intenção é clara.

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2015/08/plans-for-french-jews-and-other-enemies.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: Plans for French Jews and "other enemies", December 1942 to March 1943
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Guerra e extermínio no Leste. Hitler e a conquista do espaço vital 1933-1945 - Christian Baechler (livro)

O peso da herança e a parte da ideologia nazista

Os dois primeiros capítulos do livro nos permite medir o grau de importância do preconceito contra os eslavos. Ele é anterior à aparição da ideologia nazi, mas será explorado com sucesso por ela. E tudo isso apesar do fato de que desde a Idade Média, alemães e eslavos viveram juntos em muitas partes da Europa Oriental.

Se o mito do "Drang nach Osten" ("Empurrar para o leste") é relativamente bem conhecido, o livro mostra a evolução dos sentimentos alemães em relação a poloneses e russos. A manutenção da unidade da Prússia e depois do Império, conduz a uma política repressiva em relação a eles. Os poloneses são estereotipados como inferiores e sujos .... Uma caricatura que vai piorar após a Primeira Guerra Mundial e da restauração de um estado polonês às custas dos territórios alemães. O caso dos russos é mais complexo, na verdade, a Rússia e a Prússia foram aliadas ao longo do século 19. Os contatos entre as elites são numerosos. A Rússia parece mesmo um pouco com a Alemanha, como um poder que está por ascender. No entanto, torna-se um inimigo em potencial quando termina a tradicional aliança. Portanto, o russo passa a ser caracterizado com uma série de semelhanças com o polonês (sujeira etc ...).

A ideologia nazista retornará os diversos estereótipos e lhes sobreporá uma visão racial. Os eslavos representam a principal força de trabalho a ser explorada neste espaço vital que tanto a Alemanha necessita. Mas a germanização dessas terras não será acompanhada por eles (eslavos), eles estão destinados a ser governados, não são qualificados como aptos a ser germanizados. Também os russos, na ideologia hitlerista, são apresentados como dominados por judeus e submissos ao comunismo, duas razões adicionais para eliminá-los.

O começo da implementação da política nazista

Os capítulos seguintes analisam a evolução das relações entre a Alemanha nazista e seus vizinhos, e da implementação da política nazista na Polônia ocupada. O autor nos leva aqui ao coração do processo de decisão do Terceiro Reich. Como em outras áreas, existem muitas organizações com poderes rivais mal definidas que concorriam e dependia dos principais oficiais nazistas: Himmler, Goering, Rosenberg .... O debate entre funcionalistas e intencionalistas se encontra aí também, mas o autor escolhe o caminho do meio.

Segue-se, portanto, do interior da política nazista para a Polônia. A Polônia recusa a adesão no pacto anti-Komintern, o que iria torná-la um estado vassalo da Alemanha nazi, quando Hitler então decide eliminá-la como Estado. O benefício da hesitação de todas as democracias ao longo dos anos 30 é o que deseja Stálin para ganhar tempo e espaço.

Uma vez conquistada a Polônia, coloca-se em prática a implementação de uma política dirigida contra os judeus e as elites: intelectuais, dirigentes, clérigos... O espaço polonês se destina a ser colonizado, seus habitantes devem ter reduzidos seus status ao trabalho manual servil. Vários projetos vão surgindo, tudo inacabado, mas alguns ainda levam à transferência da população, "evacuada" para abrir espaço para os colonos alemães. Os colonos são geralmente transferidos dos "Volskdeustche" (alemães étnicos) de outros países e são arbitrariamente distribuídos para os novos locais de residência, na maioria das vezes como chefes da exploração em fazendas agrícolas. O destino dos judeus poloneses é objeto de debate amargo entre o Gauleiter dos territórios anexados ao Reich e Frank, que é chefe do Governo Geral.

A Barbarossa e suas consequências

A maior parte do livro trata do destino da URSS. Todos os aspectos são abordados. Quais as motivações ideológicas e econômicas do ataque na preparação e implementação deste plano militar. A ocasião permite ao autor mostrar como o Estado-maior alemão aceitou, sem vacilar, a maioria das diretivas à imagem do tratamento aos comissários. Ele não esquece do sofrimento de milhões de prisioneiros de guerra que morreram em condições terríveis. Mas mostra também as diferenças que aparecem entre os militares (e até mesmo entre os políticos) sobre o destino dos diversos povos da URSS, quando o desfecho do conflito se torna mais incerto.

A ocupação nazista do espaço soviético é o tema de um capítulo específico. Os aspectos práticos da ocupação nazista são revistos, a exploração dos territórios e o destino reservado à população. No melhor dos casos, ela seria explorada como trabalho escravo. Muitas vezes são vítimas das operações militares: despojados de suas casas, de sua comida e tudo o que pode servir são forçados a abandonar. A população também paga um preço alto na luta contra partisans, que acabam por justificar, os olhos dos alemães, essas atrocidades. O capítulo dedicado ao extermínio dos judeus soviéticos é a oportunidade que o autor avalia as diferentes teorias a respeito de sua gênese.

A evocação dos vários planos de reestruturação do espaço soviético e da hierarquia racial de seus ocupantes, permite ver o quão longe chegou a imaginação de vários teóricos nazistas. Tudo foi planejado para a seleção de indivíduos para reter apenas os mais propensos a ser "germanizados" para a criação de colônias agrícolas da SS... Novamente, não há concorrência, ou mesmo oposição entre os projetos de uns e outros.

Enfim, a atitude dos alemães frente ao que acontecia na Europa Oriental permite mostrar que as atrocidades foram amplamente conhecidas. Mas sua magnitude subestimada, ao mesmo tempo em que as faixas mais jovens que não conhecem o assunto sobre o regime nazista, aderem largamente ao tema pela propaganda.

Conclusão

Uma síntese recente sobre os temas que estão sendo discutidos: a data de decisão da implantação do extermínio, a atitude do exército e da população alemã frente as atrocidades... As 400 páginas do livro (acompanhado de uma centena de páginas de notas) deve ser lido com interesse. Além disso, o autor preocupa-se em recordar os principais pontos no final de cada capítulo.

O professor primeiramente encontrou no livro material para fundamentar seu curso sobre as guerras do século XX e o totalitarismo nazista. Tema que foi objeto de análise do documento da prova do 1°S durante a sessão de junho de 2012 (discurso de Himmler em Posen em 1943).

Artigo de François Trébosc, professor de história da geografia no liceu Jean Vigo, Millau

Christian Baechler. Guerre et extermination à l’est. Hitler et la conquête de l’espace vital 1933-1945. Tallandier. 2012; 528 páginas
Quarta-feira, 12 de setembre de 2012, por François Trebosc

Fonte: La Cliothèque
http://clio-cr.clionautes.org/guerre-et-extermination-a-l-est-hitler-et-la-conquete-de-l-espace.html
http://holocaust-doc.blogspot.com.br/2015/09/christian-baechler-guerre-et-extermination-a-lest-hitler-et-la-conquete-de-lespace-vital-1933-1945.html
Título original: Christian Baechler - Guerre et extermination à l’est. Hitler et la conquête de l’espace vital 1933-1945
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 15 de novembro de 2015

Hilmar Wäckerle, primeiro comandante de Dachau

Hilmar Wäckerle na batalha de
Grebbeberg, Países Baixos. Original
de waroverholland.nl
Hilmar Wäckerle nasceu em 24 de novembro de 1899 em Forchheim, no norte da Baviera. Aos catorze anos, já começava a Grande Guerra, entrou na escola de oficiais do exército bávaro. Depois de três anos, antes de completar os 18, foi destinado ao regimento de infantaria da Bavária nº2, "Príncipe herdeiro" em agosto de 1917, um dos regimentos mais prestigiados (e com maior índice de baixas) do antigo Reino da Bavária.

Em setembro de 1918, o alferes (Fähnrich) Wäckerle foi ferido gravemente. Recuperou-se do armistício no hospital, longe do front, compartilhando desta forma a mesma experiência de Hitler. No pós-guerra, depois de ingressar no Freikorps Oberland, de 1921 a 1924, estudou engenharia agrícola na Universidade Técnica de Munique, ainda que não consta se se relacionou com quem fora seu condiscípulo de 1919 a 1922, Heinrich Himmler, um ano mais jovem. Hilmar também ingressou no NSDAP um ano antes que Himmler, mas deixou de pagar as cotas e se distanciou da política ao terminar seus estudos. Não solicitou ingressar na SS até 1929, quando Heinrich já era seu Reichsführer. Depois de dois anos de teste, foi admitido como SS-Mann com o número 9.729. Também voltou a ingressar no NSDAP em 1 de maio de 1931, com o número de 500.715. Hilmar nesses momentos era administrador de uma propriedade agrícola em Kempten. Seu irmão, Emil, também era membro da SS.

Em fevereiro de 1933, com Hitler recém nomeado chanceler em 30 de janeiro, Wäckerle chega a SS-Hauptsturmführer (capitão). Em março, Freidrich Jeckeln, chefe da SS do sul da Alemanha, nomeia-o comandante do primeiro campo de concentração da SS, em Dachau. Desde 30 de janeiro, por toda a Alemanha proliferou todo tipo de cárceres "selvagens", casas ou prisões onde Gauleiters (chefes do partido) e grupos da SA detinham e torturaram seus inimigos políticos. Nesses momentos o cargo oficial de Himmler é o de chefe da polícia da Bavária, e decide criar um grande campo centralizado para "reeducar" esquerdistas e inimigos do Estado. A desculpa é o incêndio do Reichstag, que se supõe a um chamamento de um levante comunista. Na realidade quem se levanta são os homens do NSDAP, com o apoio de outros grupos de extrema-direita, como o Stahlhelm.

A primeira denúncia contra Hilmar Wäckerle, como comandante de Dachau, foi feita por Sophie Handschuch pela morte de seu filho. Outros prisioneiros que morreram nesses primeiros dias foram o doutor Rudolf Benario, Fritz Dressel, Sepp Götz, Ernest Goldmann, Arthur Kahn e Erwin Kahn, além de Karl Lehrburger e Wilhelm Aron, judeus. A promotoria também determinou que Herbert Hunglinge havia se suicidado por não poder aguentar as condições de sua reclusão. Em maio, as investigações do promotor se ampliaram para as mortes de Sbastian Nefzger, Leonard Hausmann, o doutor Alfred Strauss e Louis Schloss, esses dois últimos, judeus.

Supõe-se que Himmler destituiu Hilmar Wäckerle de seu cargo em Dachau por todas essas mortes, ainda que só o fez pra manter as aparências. Também é possível que influíra que se conseguisse fugir um deputado comunista, que publicou em agosto o primeiro escrito sobre a vida e morte nos campos de concentração da Alemanha. De todas as formas, Wäckerle foi elevado a SS-Sturmbannführer (comandante) em 01 de março de 1934, menos de um ano depois de sua destituição em Dachau.

Desenvolveu o resto de sua carreira na Waffen-SS, e teve seu momento de glória na invasão dos Países Baixos, em maio de 1940, ao comando do III batalhão do regimento Der F6uhrer. Disfarçou seus homens com uniformes holandeses para tomar pontes de surpresa, e utilizou prisioneiros de guerra como escudos humanos. Estima-se que uns cinquenta prisioneiros holandeses morreram por este tipo de tática. Foi ferido duas vezes, e ainda que fora indicado para a cruz de cavalheiro da cruz de ferro, teve que se conformar com a cruz de ferro de 1ª classe.

Morreu numa emboscada no começo da Barbarossa, no comando da SS-Infanterie-Regiment Westland, da SS-Division (mot) Wiking próximo da atual Lviv, Ucrânia (Lemberg para os alemães, Lvov para os poloneses), em 2 de julho de 1941. Sua morte desencadeou um pogrom em 9 de julho na zona, no qual soldados de sua unidade mataram a uns 600 judeus.

Notas:

1. Tom Segev: Soldiers of Evil, Berkley Books, 1991, pg. 64-68
2. George H. Stein, Las Waffen-SS, pg. 272
3. Richard Rhodes, Los amos de la muerte. Los Einsatzgruppen y la solución final, Seix Barral pg. 109-111
4. A descrição mais detalhada do massacre para vingar sua morte, em Pontolillo, pg. 162
5. Site: http://www.waroverholland.nl/index.php?page=chapter-11---myth-and-reality

Fonte: Blog Antirrevisionismo (Espanha)
https://antirrevisionismo.wordpress.com/2015/11/14/hilmar-wackerle-primer-comandante-de-dachau/
Título original: Hilmar Wäckerle, primer comandante de Dachau
Tradução: Roberto Lucena

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

O Fenômeno dos Voluntários (tropas multiétnicas do Terceiro Reich) - parte 03

Civis dinamarqueses dão boas-vindas aos
Free Corps Danmark, uma unidade da Waffen-SS,
depois do retorno do front no Leste em Agosto de 1942.
Cerca de 8 mil voluntários dinamarqueses lutaram
sob a bandeira dos Free Corps (Batalhão da Liberdade)
  e do 25º Regimento Motorizado.
Ideologia e raça: A Grande Alemanha

O ideal "germânico" que a propaganda da SS e outros bandos di regime nazi frequentemente promoviam emergia da panóplia de correntes ideológicas que rodam o fin de siècle europeu. Enraizado em conceitos do Völkisch, o pensamento germânico colocou valor preeminente sobre a pureza racial em uma sociedade. Com o tempo, essa ideologia tornou-se mutuamente não-cristã e antissemita. Cheio de romantismo, misticismo e utopismo, atraiu poucos seguidores como um movimento intelectual. No entanto, a sua influência sobre a população em geral, leia-se, população geral que lia textos germânicos ou outra literatura romântica refletindo o pensamento germânico, não pode ser avaliada. [15]

As próprias construções ideológicas de Hitler certamente favoreceram a inclusão dos ideais germânicos em qualquer programa do Estado nazista. Embora o Führer nunca articulou precisamente o seu pensamento, seus componentes principais permaneceram sendo o antissemitismo, a expansão territorial agressiva, e uma visão histórica abrangente que enfatizou a vida nacional como uma luta contínua pela sobrevivência. [16]

Hitler consistentemente identificou nacionalidade com "raça". O status racial do indivíduo permanecia inalterado; daí, nações inteiras tiveram seus destinos determinados com base em critérios raciais sob a ordem nazista das coisas. Hitler aceitava a raça germânica como claramente superior. Ele viu isso tendo que criar valores culturais únicos que valessem a pena, e, portanto, serem moralmente destinados a dominar o mundo. Sob a direção de Hitler, as forças armadas alemãs deixaria seu destino para o ocidente e sul e "retomaria o programa expansionista germânico onde ele havia parado 600 anos atrás, e pressionaria mais uma vez sobre as rotas das ordens medievais das cruzadas para as terras do leste." [17]

Quando isto se tornou a concreta expressão do pensamento e ação germânicas, Hitler se mostrou bastante indiferente para formar qualquer utopia germânica. Por exemplo, a ocupação da Dinamarca e da Noruega pela Alemanha ocorreu por motivos estratégicos, não por necessidade ideológica. Esta realidade não impediu que a propaganda nazista em usar doutrinas germânicas numa tentativa de impressionar noruegueses e dinamarqueses agora mantidos em cativeiro. Hitler e seu círculo até falaram da construção do Império germânico, mas o cinismo perspicaz de ingenuidade em tais assuntos permanecia quase impossível. 18

Em última análise, Heinrich Himmler tornou-se o defensor mais agressivo do Reich germânico, não Hitler. Este último insistiu que qualquer definição final, legal ou política, do mundo nazista, teria que esperar por uma conclusão bem sucedida da guerra. A política germânica de Himmler previu a coordenação e a anexação do Norte e Noroeste da Europa, usando partidos colaboracionistas e propaganda alemã no processo. Não provando ser muito atraente para as populações em cativeiro, que, mesmo assim, dobravam-se à letra da norma alemã, se não o espírito. Em último caso, as esperanças de Himmler de um Império Germânico repousava sobre os ombros dos voluntários estrangeiros, que, se recrutados em número suficiente, ganhariam apoio para uma associação Pangermânica com o Terceiro Reich. Serviram em conjunto contra o inimigo em comum - o frequentemente rotulado como "inimigo judeu-bolchevique do mundo" - ligados por braços comuns das SS, produziriam um quadro capaz de converter as populações pacatas em submissas em casa. [19] [20]

Mesmo após as primeiras ofensivas contra a Rússia terem falhado, Himmler continuou convencido de ambos, da vitória final e da realização final de um Império Germânico, com um exército SS multinacional guardando as marchas orientais do império contra as hordas asiáticas. Ele viu o Império Pan-germânico não meramente como uma extensão da antiga Grande Alemanha, mas como parte de um processo que conduziria a um Império "gótico-germânico" que se estende até os Urais, e talvez até mesmo a um "Império Gótico-Franco Carolíngio" cujas dimensões ainda não haviam sido estabelecidas! [20]

Cartaz de recrutamento da Waffen-SS
nos países da Escandinávia, Holanda
e Bélgica para a luta contra o
'inimigo judeu-bolchevique'
Essas noções excitavam tanto os líderes da SS que eles tão facilmente confundiam ovo com galinha. Assim Berger, o chefe de recrutamento, afirmou em um discurso perante generais da Wehrmacht que, "a SS viu o Reich Germânico como seu objetivo final desde 1929, quando o Reichsführer SS [Himmler] assumiu o comando." De acordo com esta visão do passado, a SS então, mais ou menos, empreendeu a missão de "construir um Reich germânico para o Führer". [21]

A SS ficou firme na vanguarda do movimento pangermânico, usando seu prestígio, influência e instituições para dar impulso à agenda germânica. O sucesso de Himmler em estabelecer escritórios administrativos a uma "polícia superior e a SS" na Noruega, Dinamarca, Holanda e Bélgica, deram a ele muito mais da mesma influência que ele recebia no Reich. Algumas medidas concretas em consonância com a ideologia pangermânica surgiram com a conquista em direção ao leste e o assentamento planificado da terra por colonos alemães começara. Nos países de origem, os líderes nativos dos partido e muitos de seus seguidores receberam a classificação da SS. Organizações da SS nativas foram formadas em todos os países nórdicos ocupados se estendendo do Sul à Valônia belga, que recebeu tardiamente o status de "Germânica" em 1943. [22]

Através da própria direção do movimento germânico, a SS revelaram suas fraquezas fatais. Na forma típica da mão pesada, a SS insistiu que o pangermanismo significava a subordinação total ao Terceiro Reich e a suas hierarquias. Qualquer noção de igualdade pangermânica manteve-se operacional apenas em teoria, ou nos sonhos dos colaboradores. Políticas nacionais não tiveram qualquer papel no império definido pela SS, o que reduziu os estados nórdicos ocupados ao patamar de Gaue (províncias) dentro do Terceiro Reich. Veremos que noções germânicas da ideologia pouco afetaram os métodos pelos quais a Alemanha e especialmente a SS iriam tratar as populações em cativeiro da Europa. [23]

Notas:

Nota 15: George L. Mosse, The Crisis of German Ideology: Intellectual Origins of the Third Reich (New York: Grossett and Dunlap, 1963), 13-125, passim; Hans-Dietrich Loock, "Zur 'Grossgermanischen Politik' des Dritten Reiches," Vierteljahrshefte für Zeitgeschichte 8:1 (January 1960): 38. University courses in Germanic Philology, such as those offered before the war at Louvain, may have influenced students and had some impact on the volunteer movement; Interviews with Franz Vierendeels, Groot-Bijaarden, Belgium, 29 May 1982 and Léon Degrelle, Madrid, 8 June 1982.

Nota 16: Eberhard Jäckel, Hitler's Weltanschauung: A Blueprint for Power (Middletown, CT: Wesleyan University Press, 1972), 117-21.

Nota 17: Rich, Hitler's War Aims, vol. 1, Ideology, the Nazi State, and the Course of Expansion (New York: W. W. Norton, 1973),, xlii, 4-7.

Nota 18: Loock, "Zur 'Grossgermanischen Politik,'" 39. See also his Quisling, Rosenberg und Terboven (Stuttgart: Deutsche Verlags-Anstalt, 1970), 263.

Nota 19: Loock, "Zur 'Grossgermanischen Politik'," 40-56.

Nota 20: Bernd Wegner, "Der Krieg Gegen des Sowjetunion 1942/43" (esp. subsection "Germanische und Volksdeutsche Freiwillige") in Horst Boog, et al., Der Global Krieg: Die Ausweitung zur Weltkrieg und der Wechsel der Initiative, 1941-1943 (Stuttgart: Deutsche Verlags-Anstalt, 1990), 836.

Nota 21: Loock, "Zur 'Grossgermanischen Politik,'" 56.

Nota 22: Ibid., 57; Rich, Hitler's War Aims, 2: 348-93. Wegner, Waffen-SS, 334.

Nota 23: Loock, "Zur 'Grossgermanischen Politik,'" 62-63; Wegner, Waffen-SS, 332-39.

Fonte: A European Anabasis — Western European Volunteers in the German Army and SS, 1940-1945; Gutenberg-e (Columbia University Press)
Autor: Kenneth W. Estes
http://www.gutenberg-e.org/esk01/frames/fesk01.html
Fonte de uma das fotos: Pinterest
https://www.pinterest.com/pin/560487116102599333/
Tradução: Roberto Lucena

Anterior:: O Fenômeno dos Voluntários (tropas multiétnicas do Terceiro Reich) - parte 02

domingo, 29 de março de 2015

Werner Heyde. A psiquiatria nos campos de concentração, os Totenkopf e a Aktion T4

Werner Heyde figura nos livros de história do III Reich por dois motivos. Nas histórias militares, ou das SS, é o jovem psiquiatra que sanou as dúvidas de Himmler sobre a cordura (tolerância) e sanidade de de Theodor Eicke. A raíz de seus relatórios, Eicke deixou de estar recluso em uma clínica psiquiátrica, para ser nomeado comandante do maior campo de concentração (KZ) da Alemanha, Dachau, a partir de junho de 1933.

A partir daí, Eicke desenvolveu uma singular carreira como organizador de todo o sistema de campos de concentração do III Reich, previu o assassinato de Ernst Röhm na chamada Noite dos longos punhais. Em 1940, abandonou essas responsabilidades para liderar uma divisão com o pessoal de seus campos. Terminou morrendo no front, quando seu Storch foi derrubado em 26 de fevereiro de 1943. Talvez devido a essa morte prematura, todo o pessoal dos KZ, nos julgamentos pós-guerra, atribuíram a sua formação, a crueldade e dureza do sistema. Eles só seguiam as ordens de Eicke. Nada além disso.

Mas regressemos a Werner Heyde.

Werner Heyde ingressa no NSDAP em 01-05-1933 pela recomendação de Eicke, e participou no desenho e na realização prática dos programas de esterilização e eugenia. Começou trabalhando dois dias na semana nas SS-Totenkopfverbände, como chefe das unidades psiquiátricas dos KZ, ao mesmo tempo que era professor associado da Universidade de Würzburg. SS-Hauptsturmführer (capitão) em 1936, de 1939 a dezembro de 1941 foi o diretor médico da Aktion T4. A Aktion T4 consistiu em matar, segundo suas próprias cifras, a 70.273 doentes mentais alemães entre 1939 e 1941, sem incluir outras mortes e seleções no KZ. Heyde também trabalhou nas esterilizações forçadas.

Heyde perdeu seu cargo a frente da T4 ao ser acusado pelo SD de atividades homossexuais, que pelo visto reconheceu, alegando traumas infantis. Himmler considerou que era valioso demais para as SS e não o expulsou da organização. Tendo em conta seu enfoque prático nessas questões, sem dúvida pesou a favor de Heyde o fato de que estava casado desde 1927, de forma que sua homossexualidade não o impedia de ter filhos para o Reich. Heyde chegou a SS-Obersturmbannführer (tenente coronel), e no pós-guerra seguiu trabalhando como médico e perito judicial sob nome falso. Descoberto e acusado, suicidou-se na prisão de Butzbach em 13-02-1964.

Bibliografia:

Michael Burleigh: Death and Deliverance. Euthanasia in Germany 1900-1945. Pan Books, Londres 2002, pg. 116-120. (1º ed. 1994 Cambridge University Press).

French MacLean: The Camp Men, Schiffer Militay History, Atglen, PA, 1999. Pg. 108.

Verbete da Wikipedia alemã (a Wikipedia inglesa, consultada em 16-02-15 contém muitos erros).


Werner Heyde no momento de sua detenção em 1959. Fonte: http://historyofmentalhealth.com/

Fonte: blog Antirrevisionismo (Espanha)
Título original: Werner Heyde. La psiquiatría en los campos de concentración, los Totenkopf y la Aktion T4
https://antirrevisionismo.wordpress.com/2015/02/16/werner-heyde-la-psiquiatria-en-los-campos-de-concentracion-los-totenkopf-y-la-aktion-t4/
Tradução: Roberto Lucena

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Hans Krueger e o assassinato dos Judeus em Stanislawow - Parte 03

Hans Krueger e o Assassinato dos Judeus na Região de Stanislawow - Parte 03

Shoah Resource Center,
The International School for Holocaust Studies
Hans Krueger e o Assassinato dos Judeus na Região de Stanislawow (Galícia)
Dieter Pohl


Traduzido para o Inglês por William Temple
Yad Vashem Studies, Vol. 26, 1998, pp. 239- 265
Original: Hans Krueger and the Murder of the Jews in the Stanislawow Region (Galicia) [PDF]
Ver mais na Página de Ebooks sobre genocídio na segunda guerra.

É impossível determinar qual era a exata responsabilidade de Krueger em conexão com o "Domingo Sangrento." É claro que um massacre de tais proporções sob administração civil alemã era virtualmente sem precedentes. Mas pesquisa adicional é necessária sobre se Krueger realmente iniciou este crime. Ele foi sem dúvida responsável pela brutal execução e pelo grande número de vítimas. Para 1942, o aspecto fantástico é o assassinato, num momento relativamente precoce, de todos os judeus na área de Stanislawow.

Mas o quartel-general da Polícia de Fronteira de Kolomea era ainda mais radical neste aspecto. Mais importante aqui que o fator dos chefes individuais da Sipo era o fato de que havia poucos projetos de trabalho forçado de larga escala nas partes ao sul do distrito, projetos que em outras áreas tinham ajudado temporariamente a salvar vidas. Da primavera de 1942 em diante, operações contra os judeus seguiram-se de ondas varrendo por todo o distrito. Um elemento decisivo era a participação direta de Krueger na implementação radical de assassinatos em massa ali mesmo. Só na região de Stanislawow, mais de 85 por cento dos judeus foram fuzilados em vez de deportados. Krueger foi o arquiteto deste banho de sangue, certificando-se de que seus próprios homens estivessem envolvidos. Na realidade, isto significava que alguns de seus subordinados balearam pessoalmente milhares de homens, mulheres e crianças nas fossas. Só houve resistência insignificante da parte deles ao participaresm da matança. 66 Assim, o caso de Stanislawow foi marcado por uma mistura específica e distinta de personalidade e circunstâncias externas, particularmente geográficas.

Embora o escritório em Stanislawow e seu chefe Hans Krueger devessem ser vistos como um exemplo extremo, eles refletem aspectos típicos do pessoal e da atividade dos escritórios externos da KdS em áreas da Polônia ocupada e da União Soviética. Muito embora Krueger carregue responsabilidade pelo maior número de assassinatos em massa perpetrados por um divisão do KdS em todo o Governo Geral, havia vários chefes de estação que eram comparáveis, tais como Peter Leideritz em Kolomea 67, ou Hermann Mueller em Tarnopol. Nós sabemos menos ainda sobre outros "perpetradores ideoógicos" radicasis, uma vez que eles não sobreviveram à guerra e, dessa forma, não foram sujeitos a investigações criminais posteriores.

Eventos similares ocorreram nos outros quatro distritos do Governo Geral. Somente no caso da área ocidental do distrito de Varsóvia os judeus tinham sido deportados para o gueto de Varsóvia antes do início da real "Solução Final". Em outros distritos, as estações do KdS foram os reais carrascos em massa; nas capitais de distrito, as agências responsáveis foram as próprias agências centrais do KdS.

Ao ponto que os judeus não tinham sido já eliminados pelas SS móveis e unidades de polícia, as divisões externas da KdS na União Soviética ocupada tinha uma função análoga. Freqüentemente, entretanto, escritórios fixos da Sipo eram estabelecidos somente num momento posterior e às vezes não eram estabelecidos em áreas sob administração militar. Ao leste do Dnieper, a maioria dos judeus já tinham fugido antes de a Wehrmacht chegar. Na União Soviética ocupada, deportações dificilmente tinham qualquer função. Quase todos os judeus eram massacrados próximos às suas cidades-natal e vilarejos, ou gaseados em camionetes móveis. Não obstante, há ainda uma grande carência de pesquisa histórica básica relativa às atividades da Sipo nessas áreas.

Quando comparado com escritórios da Gestapo no Reich 68 e agências centrais da KdS, as quais em geral têm sido melhor pesquisadas 69, as diferenças são claras: primeiro, quanto mais se vai para o Leste, menor o quadro de pessoal nos escritórios externos. Em segundo lugar, o pessoal em tais divisões consistia geralmente de oficiais de carreira da Gestapo, enquanto muitos oficiais na Gestapo no Reich e as agências centrais do KdS eram advogados experientes. Em terceiro lugar, vários comandantes do KdS vinham das fileiras da SD, a elite ideológica da SS. As tarefas de tais comandantes em conexão com assassinatos em massa de judeus eram grandemente organizacionais e de supervisão; Principalmente, eles estavam fisicamente presentes somente quando havia deportações em larga escala e execuções em massa
diretamente em suas cidades especificas.

Em contraste, os chefes dos escritórios externos, seus chefes locais da Gestapo, e Judenreferenten organizavam o assassinato de judeus ali mesmo, negociando com outras instituições tais como a Orpo e a administração civil. Eles também executavam as matanças pessoalmente, em inúmeros casos usando suas próprias armas. Assim, estes homens constituíam o segmento base dos funcionários na "Solução Final"; sem sua participação, teria sido impossível implementar a carnificina desta maneira.

Notas:

1 Ver Christopher R. Browning, Ordinary Men - Reserve Police Battalion 101 and the Final Solution in Poland, (New York: Harper Collins, 1992); Helmut Krausnick and Hans-Heinrich Wilhelm, Die Truppe des Weltanschauungskriegs: Die Einsatzgruppen der Sicherheitspolizei und des SD 1938-1942, (Stuttgart: Deutsche Verlags-Anstalt, 1981).

2 Tatiana Berenstein, “Di farnichtung fun yidishe yeshuvim in Distrikt Galizien,” Bleter far geshikhte 6:3 (1953), pp.45-153; revised version: “ Esterminacja ludnosci zydowskiej w dystrykcie Galicja,” Biuletyn Zydowskiego Instytutu Historycznego, No. 61 (1967) (Berenstein, “Eksterminacja”), pp. 3-58.

3 Elisabeth Freundlich, Die Ermordung einer Stadt namens Stanislau. NS-Vernichtungspolitik in Polen, (Vienna: Oesterreichischer Bundesverlag, 1986) ( Freundlich, Ermordung), especially pp. 137-186; idem, ``Massaker in Stanislau 1941. Versuch einer Rekonstruktion,’’ Jahrbuch des Instituts fuer deutsche Geschichte, 4 (1975), pp. 423-455.

4 “Urteil Landgericht [LG] Muenster, 5 Ks 4/65./.Krueger u.a.,’’ May 3-6, 1968, p. 82 (hereafter, Verdict Krueger). The first indication of the presence of the Gestapo can be found in the minutes of the Municipal Administration Stanislawow, August 1, 1941, Derzhavniy Arkhiv Lvivskoy Oblasti (DALO), R-35/12/35, p. 2.

5 Zygmunt Albert, The Extermination of the Lwow Professors in July 1941, in idem (ed.), Kazn profesorow lwowskich, lipiec 1941. Studia oraz relacje i dokumenty (Wroclaw: Wydawnictwo Uniwersytetu Wroclawskiego, 1989), pp. 69-99 (Albert, Kazn profesorow); Slawomir Kalbarczyk, ``Okolicznosci smierci profesora Kazimierza Bartla we Lwowie w lipcu 1941 r.,’’ Biuletyn
Glownej Komisji Badania Zbrodni przeciwko Narodowi Polskiemu, 34 (1922), pp. 112-123.

6 Final remarks, State Prosecutor (Staatsanwaltschaft, StA) Hamburg 141 Js 12/65, May 2, 1966, Zentrale Stelle der Landesjustizverwaltungen (ZStL), Ludwigsburg 208 AR-Z 81/60. The shooting was probably carried out under the command of SS-Sergeant Horst Waldenburger.

7 Interrogation Hans Krueger, January 8, 1962, ZStL 208 AR-Z 398/59. Krueger mentions here that this RSHA order was delivered by SS and Police Leader (SSPF) Friedrich Katzmann, though that would not have been in keeping with the standard police hierarchy and command structure.

8 Ralf Ogorreck, Die Einsatzgruppen der Sicherheitspolizei und des SD im Rahmen der ``Genesis der Endloesung’’ (Berlin: Metropol, 1996). Contrary to Ogorreck’s thesis, killing of woman and children started already at the end of july in the Soviet Union.

9 Announcement, Municipal Administration Stanislawow, published in Ukrains'ke slovo, July 29, 1941.

10 “Ereignismeldung UdSSR des Chefs der Sipo and des SD,’’ No. 23 (July 15, 1941), Bundesarchiv Berlin (BAP) R 58/214, fol. 172. In the second half of August 1941, Hungarians prevented a massacre of Jews in Kolomea, see ``Tagebuch S.A.,’’ ZStL 208 AR-Z 277/60. This attempt was probably also at Krueger's initiative, since the Gestapo detachment for Kolomea did not arrive there until the first week in September 1941.

11 Verdict Krueger, pp. 98-130; Freundlich, Ermordung, pp. 139-147; list of the ninety-nine Polish victims, Archivum Glownej Komisji Badania Zbrodni przeciwko Narodowi Polskiemu (hereafter, AGK), Warsaw, W 249/73, vol. 1, pp. 65-67.

12 “Chef der Sipo und des SD an Gouverneur des Distrikts Galizien,’’ September 1, 1941, DALO R-35/2/57, p. 2.

13 Christopher R. Browning, ``Beyond ‘Intentionalism’ and ‘Functionalism’: The Decision for the Final Solution Reconsidered,’’ in idem, The Path to Genocide. Essays on Launching the Final Solution (Cambridge: Cambridge University Press, 1992), pp. 86-121, especially p. 117; Pierre Burrin, Hitler und die Juden. Die Entscheidung fuer den Voelkermord (Frankfurt a.M.: S. Fischer, 1993), p. 151.

14 Dieter Pohl, Von Der Distrikt Lublin des. zum Judenmord’’ Judenpolitik“. Der Distrikt Lublin des Generalgouvernements 1939-1944 (Frankfurt a/M.: Peter Lang, 1993), p. 101, and the entry in Himmler’s calendar for October 13, 1941. I am grateful to Peter Witte (Hemer) for this reference.

15 Dieter Pohl, Nationalsozialistische Judenverfolgung in Ostgalizien 1941-1944 Organisation und Durchfuehrung eines staatlichen Massenverbrechens.1944(Muenchen: Oldenbourg, 1996), pp. 139 ff.

16 Interrogation Hans Krueger, May 20, 1966, ``Hauptverhandlung LG Muenster, 5 Ks 4/65./. Krueger u.a.,’’ p. 84, ZStL 208 AR-Z 398/59.

17 Interrogation Hans Krueger, June 26, 1962, Generalstaatsanwaltschaft Berlin P (K) Js 7/68.

18 After Kalusz was dissolved on April 1, 1943, it was also responsible for the southern sections of Stryj County.

19 A 1943 map indicating the various areas of authority of the KdS branch offices is contained in DALO R-16/1/11, p. 25.

20 See Grzegorz Mazur, ``Aresztowania zolnierzy Armii Krajowej w okregu Stanislawow 1942-1943,’’ Studia Historyczne, 34, No. 1 (1991), pp. 89-109.

21 Vasyl Jashan, Pid brunatnym chobotom. Nimetska okupatsiya Stanislavivshchyn v Druhij svitovoj vijni, 1941-1944 (Toronto: New Pathway Publishers, 1989), p. 71 ff (Jashan, Pid Brunatnym).

22 In 1964, the CP Regional Committee Ivano-Frankovsk was able to establish a figure of only 125 Communists in the underground who were so executed. See Tsentralniy Derzhavniy Arkhiv Hromadskykh Obydanan Ukrainy, Kiev, P-57/4/228, p. 4. Execution orders by Krueger for the village Zelenoe, District Nadworna, October 13-November 7, 1941, Derzhavnyj Arkhiv Ivano-Frankivskoy Oblasti (DAIFO) R-432/1/1.

23 Mueller, who probably was himself from eastern Galicia, could not be traced after the war. On Varchim, see Verdict Krueger, pp. 36-39, 887-893.

24 Overview of the KdS in the occupied territories, approx. 1943, Federal Archives Berlin (formerly Berlin Document Center, BDC), binder 458 A; distribution list, ``KdS Galizien/V fuer polnische Kripo im Distr.,’’ n.d., DALO R-36/1/43, p. 40.

25 Simon Wiesenthal, Doch die Moerder leben (Muenchen, Zuerich: Droemer-Knaur, 1967).

26 See the personnel cards of the KdS Krakow in AGK CA 375.

27 In the case of Gerhard Hacker, Rudolf Mueller, and Kurt Renger, it was not possible to determine where they had served previously

28 See “Einwanderer-Zentralstelle (Wagner) an Oskar Brandt,’’ September 12, 1943, BDC, SSO Johannes Wagner; list of guards
in DALO R-36/3/1, p. 21.

29 Manuscript of speech by Albrecht, September 28, 1941, DALO R-35/2/67, pp. 25-26.

30 Interrogation Heinz Albrecht, November 6-9, 1962, ZStL 208 AR-Z 398/59. Kriegsverbrecher von Stanislau vor dem -Schupo, .Tuviah Friedmann, ed

31 Institut fuer : Haifa( Dokumentensammlung. VolksgerichtWienerDokumentation, 1957).

32 History Teaches a Lesson ( Kiev: Politvidav Ukraini, 1986), p. 219.

33 BDC, indictment file Paul Kleesattel.

34 For a detailed treatment, see Freundlich, Ermordung, pp. 148-154.

35 There had already been large-scale mass murders of Jewish men and women in 1939-1940, but these were unrelated to the decisions reached in the summer and fall of 1941.

36 Interrogation Gustav Englisch, October 9, 1964, ZStL 208 AR-Z 398/59.

37 Interrogation Emil Beau, August 2, 1962, ibid.

38 Interrogation W.B., May 17, 1966, ZStL 208 AR-Z 277/60.

39 For a detailed treatment, see Freundlich, Ermordung, pp. 154-164.

40 “Kriegstagebuch Polizeibataillon 310,’’ October 12, 1941, copy in Institut fuer Zeitgeschichte (Munich), Fb 101/01, p.246. CF, "Bericht des Vertreters des Auswartigen Amtes im GG, 23.11.1943’’, Institut fuer Zeitgeschichte, Nuernberger Dokument NG-3522.

41 Interrogation Ernst Varchmin, June 6, 1966, ``Prozessprotokoll LG Muenster 5 Ks 4/65./.Krueger u.a.,’’ p. 122, ZStL 208 AR-Z 398/59; interrogation O.F., October 14, 1964, interrogation A.Z., October 16, 1964, ZStL 208 AR-Z 267/60.

42 Bolechow Memorial Book, (Hebrow and Yiddish) Haifa: Irgun Yotzai Bolechow in Israel, 1957; “Vermerk Bayrisches Landeskriminalamt,’’ October 5, 1977, Archiv der Staatsanwaltschaft, Muenich I 115 Js 5640/76./.Jarosch.

43 See Berenstein, “Eksterminacja,’’ table 9; ``Schlussbericht Ermittlungsverfahren StA Dortmund, 45 Js 53/61./.Krueger u.a.,’’ February 27, 1964, p. 38, ZStL 208 AR-Z 398/59 (Schlussbericht Krueger).

44 Interrogation Hermann Mueller, May 23, 1962, Landgericht Stuttgart Ks 7/64, StA Ludwigsburg, EL 317 III, Bue 1408.

45 Underground report, Ringelblum Archive, June 1942, Ruta Sakowska, Die zweite Etappe ist der Tod ( Berlin : Hentrich, 1993 ) pp. 220-222 ; Verdict Krueger, pp. 294-306.

46 For details, Verdict Krueger, fols. 309-31. The court found there had been a mass execution, not a deportation. Likewise in “Report on Commision,’’ January 25, 1945, DAIFO R-98/1/2, p. 10. However, this contradicts the testimony of the preponderant majority of witnesses and their claim that the “operation’’ had begun in the evening.

47 Presumably the victims were shot, ibid., and not deported, as noted in ``Schlussbericht ZStL betr. Stanislau,’’ December 1, 1961, ZStL 208 AR-Z 398/59.

48 Letter, C.L. to Ribbentropp, April 11, 1942, Political Archives, Foreign Office, Bonn, Inland II A/B 67/3.

49 Berenstein, ``Eksterminacja,’’ table 9.

50 Private letter, May 4, 1942, in Schlussbericht Krueger, p. 161.

51 Verdict Krueger, fols. 446-464; cf. Freundlich, Ermordung, pp. 182-184.

52 “Arbeitsbericht der Kreishauptmannschaft Kalusch,’’ July 27, 1942, DALO R-35/12/11, fol. 4; “Report Rajon Commission Dolina,’’ DAIFO R-98/1/13; ``Tatortverzeichnis,’’ StA Munich, I 115 Js 5640/76.

53 Manuscript Jakub Zak, “Zusammenstellung der Gegebenheiten ueber die Vernichtung des Judentums in Ostgalizien,’’ ZStL 208 AR-Z 398/59.

54 Verdict Krueger, fols. 398-421, 478; interrogation D.M., November 27, 1947, ZStL 208 AR-Z 398/59.

55 Verdict Krueger, fols. 498-506; “Jewish Aid Committee to Jewish Social Self-Help,’’ July 8, 1942, Archiwum Zydowskiego Instytutu Historycznego (AZIH), Warsaw, ZSS/270, pp. 10-12; “Arbeitsbericht der Kreishauptmannschaft Kalusch,’’ July 25, 1942, DALOR – 35//2///p.4; Jashan, Pid brunatnym chobotom, pp. 197-198.

56 Wlodzimierz Bonusiak, Malopolska wschodnia pod rzadami Trzeciej Rzeszy(Rzeszow: Wyzsza Szkola Pedagogiczna, 1990).

57 Verdict Krueger, pp. 429-438.

58 “Jewish Aid Committee Nadworna to Jewish Assistance Office,’’ n.d. (stamped received, November 7, 1942), AZIH, ZSS/366, p. 1, translated from Polish.

59 “Lagebericht Gendarmeriezug Stanislau fuer 26.11.-25.12.1942,’’ December 30, 1942, DAIFO R-36/1/15, pp. 1-2.

60 “Rede an Arbeitseinsatzsaebe im Kreis,’’ November 2, 1942, DAIFO R-36/1/17, pp. 24-32.

61 Verdict Krueger, fols. 821-822; according to Schlussbericht Krueger, p. 23, the victims were deported to a death camp on February 22, 1943; ZStL 208 AR-Z 398/59.

62 “KdS Galizien IIIA4 an Reichssicherheitshauptamt IIIA,’’ June 26, 1943, BA R 58/1002, pp. 108-09.

63 “Bericht Reichrechnungshof/Pruefungsgebiet VI,’’ n.d. (1943/44), BA 23.01 . Die Sauberkeit der Verwaltung im KriegeRainer Weinert, . 103-82. , pp/22073:Wiesbaden(1946-1938Rechnungshof des Deutschen Reiches DerWestdeutscher Verlag, 1993), p. 153. According to a statement on December 10, 1963, by B.’s successor M.G., this must have taken place sometime in August or September 1942, ZStL 208 AR-Z 398/59.

64 “Hauptamt SS-Gericht an Krueger,’’ December 10, 1943, BDC, SSO Hans Krueger; recollections of Karolina Lanckoronska, in Albert, Kazn profesorow, pp. 234-251, especially pp. 241-242.

65 Copy in AGK W 249/73, vol. V, p. 2.

66 There is a story that Gestapo Chief Linauer did not want to pull the trigger himself. But it is fairly sure that one of the ethnic-German guards refused to take part in the shooting; interrogation A.M., December 5, 1947; interrogation S.S., October 27, 1961; ZStL 208 AR-Z 398/59.

67 On Leideritz see: Verdict Regional Court Warsaw, Novenber 17, 1947, AGKSOW.

68 Klaus Mallmann, Wolfgang Paul, eds., Die Gestapo. Mythos und Realitaet (Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesellschaft, 1995).

69 Wlodzimierz Borodziej, Terror i polityka. Policja niemiecka a polski ruch oporu w GG 1939-1944 (Warszawa: Instytut Wydawniczy Pax, 1985); Stanislaw Biernacki, Okupant a polski ruch oporu. Wladze hitlerowskie w walce z ruchem oporu w dystrykcie warszawskim 1939-1944 (Warszawa: Glowna Komisja, 1989); Jozef Bratko, Gestapowcy ( Krakow: Krajowa Agencja Wydawnicza, 1985); Alwin Ramme, Der Sicherheitsdienst der SS(Berlin: Militoerverlag der DDR, 1970).

Fonte: Lista Holocausto-Doc
https://br.groups.yahoo.com/neo/groups/Holocausto-Doc/conversations/messages/4523
Tradução: Marcelo Oliveira

:: Hans Krueger e o assassinato dos Judeus em Stanislawow - Parte 02
:: Hans Krueger e o assassinato dos Judeus em Stanislawow - Parte 01

terça-feira, 24 de junho de 2014

Hans Krueger e o assassinato dos Judeus em Stanislawow - Parte 02

Hans Krueger e o Assassinato dos Judeus na Região de Stanislawow - Parte 02

Shoah Resource Center,
The International School for Holocaust Studies
Hans Krueger e o Assassinato dos Judeus na Região de Stanislawow (Galícia)
Dieter Pohl


Traduzido para o Inglês por William Temple
Yad Vashem Studies, Vol. 26, 1998, pp. 239- 265

Imediatamente a partir de então, Krueger começou preparativos para o "Domingo Sangrento" em Stanislawow. Por uma ordem do comandante da Orpo em Lvov, o contingente de tarefa especial da Schupo e o Batalhão de Reserva da Polícia 133 receberam ordens para fornecer "assistência cooperativa" à Sipo. Em 11 de outubro, o deputado de Krueger, Brandt, deliberou com o comandante da RPB 133 Gustav Englisch, que inicialmente colocou um destacamento de seus homens à disposição 36. Naquele mesmo dia, o próprio Krueger entrou em contato com o comissário municipal Emil Beau, que então emitiu diretivas sobre as dimensões revisadas e reduzidas do perímetro do gueto 37. Não até a próxima manhã, 12 de outubro, todos as várias autoridades foram envolvidas, inclusive o novo chefe da Schupo, Walter Streege, convocado a uma reunião. Krueger também se esforçou para obter um destacamento da polícia rodoviária (Bahnpolizei) para se juntar à "doação de sangue" 38.

Pequenos destacamentos da Schupo imediatamente começaram a conduzir os judeus de suas casas para para uma vizinhança de Stanislawow; eles marchavam em grandes colunas para o cemitério judaico nos limites da cidade. Os cerca de 20.000 judeus foram conduzidos aos grandes terrenos do cemitério, cercados por um muro alto. As vítimas eram forçadas à extremidade de duas grandes valas que haviam sido escavadas lá, forçados a subir numa viga suspensa sobre a vala, e eram então fuziladas. Os carrascos eram homens da Sipo, incluindo o próprio Krueger, assim como membros da Orpo e da polícia rodoviária. O pânico tomou conta dos judeus horrorizados, que começavam a forçar o portão de saída do cemitério. Mas eles estavam numa armadilha apertada. Os fuzilamentos continuaram sem diminuir de ritmo até o sol se pôr. Somente alguns poucos judeus haviam sido selecionados na massa condenada pelos perpetradores antes que o banho de sangue começasse. Enquanto caía a noite, Krueger pediu pediu uma pausa nas matanças. Ele havia ordenado sem piedade a morte de 10 a 12 mil pessoas. Os portões do cemitério foram abertos mais uma vez, e os sobreviventes correram de volta para a cidade 39. Os poloneses e ucranianos já haviam tomado conta das residências abandonadas dos judeus. A fim de conter possíveis desavenças, uma companhia adicional do PRB 133 foi chamada de Lvov 40.

Estas atrocidades marcaram o início do assassinato da população judaica inteira na região de Stanislawow. O comandante da Sipo, Tanzmann, havia emitido novas ordens a este respeito: as comunidades judaicas nos Vales Varpáticos tinham que ser liquidadas. Em 16 de outubro, Ernst Varchmin da estação de polícia de fronteira em Tatarow, junto com a Terceira Companhia do PRB 133, começou a assassinar em Delatyn e Jaremcze, as comunidades judaicas mais meridionais na região 41. Finalmente, em 29-30 de outubro, a unidade Sipo de Stanislawow fuzilou várias centenas de judeus em Bolechow 42. Era impossível esclarecer as circunstâncias e datas exatas dos fuzilamentos em massa em Rohatyn, Kalusz, e Dolina, supostamente executados nesse mesmo tempo pela divisão KdS de Stanislawow 43. Em dezembro de 1941, Tanzmann ordenou uma pausa temporária nos fuzilamentos, uma vez que se tornou difícil cavar valas abertas no solo agora solidamente congelado 44.

Houve planos desde o início de março de 1942 para deportações para o campo de extermínio de Belzec, localizado cerca de 65 quilômetros a noroeste de Lvov. Neste período em particular, a área à volta de Rohatyn, ao norte do Dniester, foi estabelecida previamente para remoção da esfera de autoridade sob a Polícia de Segurança de Stanislawow. Assim, Krueger agiu rápido, despachando sem demora um destacamento para Rohatyn em 20 de março, para assassinar cerca de 2.300 judeus no frio congelante 45.

Krueger então continuou com a matança de judeus no gueto de Stanislawow. Para agilizar as coisas, o Escritório de Trabalho de lá compilara uma lista alfabética da população judaica. Em 31 de março de 1942, véspera da páscoa, vários milhares de judeus no gueto foram levados sob custória pela Schupo, destacamentos do RPB 133, e a polícia auxiliar ucraniana. Mais uma vez, os capturados foram chamados "elementos anti-sociais", os velhos, doentes, ou mendigos. Depois, os holofotes foram direcionados para suas residências, a fim de fazer sair qualquer um que estivesse se escondendo. Os judeus foram forçados a marchar para a estação de trem e deportados para Belzec em 1º de abril. Com vários milhares de pessoas, este se tornou o maior transporte para o campo até àquela época 46. Depois da deportação, o escritório de Trabalho de Stanislawow conduziu um novo registro de judeus, e, imediatamente depois, Krueger e seus capangas assassinaram mais outros milhares 47.

Em uma carta para o Ministro das Relações Exteriores Ribbentrop, um alemão étnico de Stanislawow queixou-se dos eventos na cidade e região: "O Sr. Krueger empregou esta mesma tática em outras localidades no Distrito de Stanislawow também, por exemplo, em Tatarow, Delatyn, Kosow, Kolomea, e outras cidades, onde milhares de judeus foram fuzilados e enterrados vivos" 48

No Distrito de Stanislawow, as autoridades civis agora começaram a concentrar comunidades judaicas menores na capital do respectivo subdistrito. Dentro de um breve período, os judeus afetados foram forçados a se realocar, arrastando-se em grandes colunas para a cidade do subdistrito depois de terem deixado para trás suas posses. Imediatamente depois da Judenaktion em Stanislawow em 31 de março, os judeus foram levados das cidades menores mais próximas para o gueto de Stanislawow: em 5-6 de abril, de Tlumacz, e depois também de Tysmienica e Wojnilow 49. As duas últimas cidades estavam agora "Judenfrei" [N.do T.-livre de judeus]. Numa carta particular enviada para a Alemanha, o comissário rural em Nadworna comentou: "Atualmente eu estou envolvido no reassentamento dos meus 7.000 judeus. Como - é algo que eu terei que contar a você pessoalmente. Não pode ser explicado por escrito" 50

Em Stanislawow, a maioria dos expulsos foram colocados num tipo de gueto dentro do gueto, onde eles foram logo executados. Nos limites da chamada área residencial judaica, havia um prédio inacabado de três lojas para um moinho de grãos, o chamado Moinho Rudolf. Esta instalação era usada em particular para confinar os idosos e os doentes, junto com os judeus da Rutênia, em isolamento. O prédio era guardado do lado de fora pela polícia auxiliar ucraniana, e o pessoal da Polícia Judaica (Ordnungsdienst) ficavam estacionados dentro. Como resultado da superlotação e da falta de suprimentos, as condições de higiene lá eram catastróficas. Epidemias estouraram duas semanas depois que as primeiras vítimas foram lá internadas.

Ao estabelecer o Moinho Rudolf, Kruger havia iniciado a a construção de um mecanismo brutal. Devido à condição geral pobre das vítimas e das terríveis privações e superlotação, era inevitável que alguns dos confidados adoecessem. Krueger havia ordenado que todos os judeus doentes confinados lá fossem liquidados. Schott, o Judenreferent da Gestapo em Stanislawow, exerceu um verdadeiro reino de terror no moinho, atirando pessoalmente num grande número de judeus doentes quase diariamente. Ele foi juntou-se depois voluntariamente neste desafio através do tenente da Schupo Ludwig Grimm, que também regularmente tomou parte nas matanças do Moinho Rudolf 51.

No verão de 1942, Krueger enviou seus subalternos para a cidade de Dolina, localizada a oeste de Stanislawow, no Distrito de Kalusz. Até então tinha havido somente algumas ações de assassinato em massa nesta região, e nenhuma deportação. O destacamento de Stanislawow era comandado por Rudolf Mueller da estação de Polícia de Fronteira no Desfiladeiro Wyszkow. Em 3 de agosto, todos os 3.500 judeus em Dolina foram levados de suas casas e conduzidos para a praça do mercado, onde muitos eram maltratados pela polícia e várias crianças eram baleadas. Depois de completar uma seleção, a polícia forçou um grupo de cerca de 2.000 judeus a marchar para o cemitério judaico, onde eles foram sumariamente massacrados 52.

Quando Krueger recebeu aviso da KdS em julho de que haveria uma pausa temporária para deportações adicionais de Stanislawow, ele fechou o Moinho Rudolf, que certamente havia servido como um tipo de campo transitório para judeus da área. A partir de agosto, os judeus eram agora regularmente executados no pátio do quartel-general da Sipo. Em 28 de agosto, 4, 9 e 26 de setembro e 3 de outubro, a Sipo fuzilou um total de várias centenas de pessoas diariamente 53. Quando as autoridadesm em Lvov anunciaram que havaria mais um trem para Belzec, o deputado de Krueger, Oskar Brandt, designou o primeiro dia do ano novo judaico como seu dia de deportação. Havia ainda cerca de 11.000 judeus vivendo em Stanislawow nesta época.

Mais uma vez, o "reassentamento" iminente era anunciado em cartazes. Dos 3.000 a 4.000 judeus capturados, somente os médicos eram separados do resto; todos os outros eram deportados 54. Em setembro, a maioria dos judeus das localidades menores distantes foram trazidos a Stanislawow e fuzilados lá no cemitério judaico. A maior comunidade judaica na região, em Kalusz, foi totalmente liquidada em 15-17 de setembro, nas mãos da Sipo de Stanislawow sob Wilhelm Assmann; somente alguns poucos trabalhadores foram poupados. Em julho, Kalusz ainda tinha uma grande população judaica, de mais de 5.500 (55). Depois desse massacre, havia somente 3.000 judeus restantes em todo o condado de Kalusz. No Condado de Stanislawow, havia agora oficialmente somente 6.000 judeus, comparado com a população judaica anterior de mais de 50.000. (56)

Em 15 de outubro de 1942, a comunidade judaica em Stanislawow foi aniquilada. Graças somente à intervenção de um corajoso oficial rodoviário, 150 trabalhadores rodoviários judeus foram escolhidos e permitidos a continuar na cidade 57. em 7 de novembro, o Escritório de Auto-Auxílio Social Judaico (Juedische Unterstuetzungsstelle, JUS) em Cracóvia recebeu um grito final de ajuda da cidade de Nadworna:
"Aqui em Nadworna e em toda nossa região, há agora uma operação em andamento com o objetivo de deportar quase todos os judeus da área, com somente exceções menores (médicos, farmacêuticos, artesãos independentes e os trabalhadores internados em campos individuais). Como resultado desta Aktion, o número de habitantes judaicos no nosso distrito caiu para cerca de 1.000, comparado com a antiga população judaica de cerca de 18.000. (58)"
A Gendarmerie (polícia rural) em Stanislawow relatou em dezembro:
"Com a exceção de alguns poucos médicos e farmacêuticos, todos os judeus no distrito foram evacuados ou transferidos para o gueto em Stanislawow. Os guetos nas cidades de Tlumacz e Nadworna foram liquidados." 59
Já em 2 de novembro de 1942, o Superintendente Albrecht ficara agradecido por ter notado num discurso público: "No curso deste ano, a judiaria européia foram largamente eliminados como resultado dos esforços de salvaguardar as vidas dos povos arianos. Num futuro próximo, seus remanescentes derradeiros desaparecerão da mesma maneira." 60

Em janeiro de 1943, a polícia em Stanislawow continuou incessante com seus assassinatos em massa. Em 24 e 25 de janeiro, eles deram uma batida aos judeus sem licença de trabalho; cerca de 1.000 dos capturados foram mortos a bala, e outros 1.500 - 2.000 foram deportados para o campo de Janowska em Lvov. Quase diariamente então, vasculhava-se o gueto por novas vítimas. Finalmente, em 22 fevereiro, o deputado de Krueger, Brandt, mandou cercar o gueto; todos os residentes foram levados sob custória. Somente algumas centenas de trabalhadores empregados na estrada de ferro oriental e no depósito de suprimentos foram selecionados; todos os outros foram mortos a bala. 61

O gueto era agora considerado como liquidado. Não obstante, a polícia continuava a vasculhar a área do gueto até abril, repetidamente apreendendo e executando judeus que tinham passado a se esconder. Há um único relatório existente, de 9 de março de 1943, no qual uma patrulha da Kripo registra o assassinato de um judeu descoberto numa antiga área do gueto. 62 A era de Krueger em Stanislawow havia agora chegado ao fim. Já no outono de 1942, ele encontrara problemas quando uma auditoria do Escritório do Auditor do Reich (RAO) em seu escritório havia achado certas descobertas surpreendentes:
"Um caso extremamente especial foi encoberto no escritório de Stanislau na Galícia. Grandes quantias de dinheiro e jóias confiscadas foram retidas lá. Durante uma inspeção local nas salas do oficial administrativo responsável, o Secretário de Polícia B., oficiais do Escritório do Auditor do Reich descobriram grandes quantias de dinheiro em espécie, incluindo moedas de ouro, e toda sorte de moedas - até mesmo 6 mil - assim como baús inteiros cheios de jóias extremamente valiosas. Estas eram armazenadas de todas as maneiras em caixas e recipientes, escrivaninhas, etc. Nada disso havia sido listado ou registrado. Em alguns recipientes, havia um papel escrito com a quantia original; mas na maioria, não havia registro escrito de nenhum tipo. O RAO tinha que limitar-se a estabelecer os conteúdos exatos do que foi encontrado lá, a fim de impedir que outros valores desaparecessem. O dinheiro, sozinho, totalizava 584.195,28 Zloty. Em acréscimo a isso, estavam as jóias descobertas lá; seus valores precisos não puderam ser determinados, mas é provável que estejam numa faixa de várias centenas de milhare de Reichsmarks. Vários dias depois da intervenção da RAO, o Secretário de Polícia B., que tinha responsabilidade maior por esses assuntos, suicidou-se com tiro." 63
O próprio Krueger finalmente provocou sua própria transferência e demoção ao revelar seus atos assassinos a uma mulher da nobreza polaca sob prisão. Após uma intercessão, a condessa foi liberada, e depois que ela fizera saber o que Krueger havia confessado a ela, processos foram iniciados contra ele. Ele foi formalmente acusado de traição por passar informações secretas e foi depois transferido de seu "reino" em Stanislawo para Paris. 64

Ao final da guerra, Krueger foi preso na Holanda e mantido em custódia pelos canadenses e depois pelas autoridades holandesas. Como suas atividades na Polônia eram desconhecidas por seus captores, ele foi posto em liberdade em novembro de 1948. Ele começou a trabalhar na Alemanha como um agente de viagens e logo abriu sua própria firma. Nos anos 50, Krueger já se sentia tão seguro que protocolou uma requisição para retornar como um servidor público de acordo com o Artigo 131. Entretanto, sua requisição foi negada, e seu pedido por uma posição com a agência de segurança estadual interna (Verfassungsschutz) no Norte Reno-Vestfália também foi rejeitada. Krueger então optou por uma carreira partido político; ele subiu ao posto de diretor de administração de distrito no Partido do Povo Livre (FVP) em Muenster, depois mudando para o Partido Alemão (DP). De 1949 a 1956, ele foi relator da Associação de Alemães de Berlim e Brandenburg (Landsmannschaft Berlin-Mark Brandenburg); em 1952, ele serviu como segundo porta-voz para a associação. Krueger concorreu sem sucesso como candidato às eleições de 1954 para a assembléia estadual de NRW, tomando parte nalista da Liga de Expulsos Orientais e Vítiamas da Justiça (Bund der Heimatvertrieben und Entrechteten).

Em 1959, sua nova carreira teve um final abrupto, quando, depois de dez anos de atividade sendo foco de atenção pública, seu passado retornou para perturbá-lo. Krueger foi levado para custódia investigativa. Investigações da Procuradoria Estadual de Dortmund arrastaram-se por mais seis anos, até que uma acusação formal foi emitida em outubro de 1965. Em seu julgamento, que durou dois anos, Krueger mostrou enorme autoconfiança e indultou em inúmeros acessos anti-semitas. Finalmente, em 6 de maio de 1968, a Corte Estadual de Muenster sentenciou-o à prisão perpétua. Ele foi, entretanto, solto em 1986. Krueger então foi para Munique. Ele morreu em 1988, na cidade do sul da Bavária de Wasserburg am Inn.

Qual foi a contribuição específica de Krueger para o curso da "Solução Final" na área sob seu controle? Devido ao estado fragmentado das fontes, nós só podemos arriscar uma resposta parcial. Krueger foi o primeiro a organizar assassinatos em massa na região, enquanto ela ainda estava sob ocupação húngara. No outono de 1941, tomando a iniciativa antes de outros líderes da Gestapo, ele foi executar judeus em situações não legalmente claras, por exemplo, judeus e meio-judeus apreendidos sem a braçadeira obrigatória. Em outro lugar naquela época, tais infrações ainda estavam sendo penalizadas por multa. Uma ordem de assassinato foi emitida por Krueger por apenas uma infração:

Eu fui informado confidencialmente que o judeu H.S. estava perambulando sem a braçadeira judaica obrigatória. Eu mandei prendê-lo em 10 de outubro de 1941 e confiná-lo aqui na prisão local. Em resposta à pergunta de por que ele não estava usando a braçadeira obrigatória, ele declarou que não sabia que ele, como um judeu batizado, também era obrigado a usar a faixa. É minha recomendação que o judeu H.S. seja liquidado como conseqüência de sua falha em aderir às normas alemãs."

"Lange Sargento SS Polícia Stanislau, 16 de outubro, 1941/Galicia/Ordem 1. O judeu H.S. deve ser liquidado. 2. Prepare um cartão de registro. / feito La./ 3. Sargento SS Hehemann deveria completar a lista-E[execução]. 4. Arquive-o. Krueger" 65

Foto: Yad Vashem/Pinterest de Brooke Gordon (conta)
http://www.pinterest.com/pin/2392606026213465/
http://collections.yadvashem.org/photosarchive/en-us/13412.html

Descrição da foto: SS-Untersturmbannfuehrer Ernst Linauer, um homem da Gestapo que participou da deportação e assassinato de judeus em Stanislawow; Rudolf Widerwald, serviu no Schupo* em Stanislawow; Josef Dunkel, era um oficial na polícia alemã em Stanislawow; Ruhouet Franz, serviu no Schupo em Stanislawow; Ernst Rabara, serviu na polícia alemã como comandante do gueto de Stanislawow em 1942-43; Michael Drangler, serviu no Schupo em Stanislawow; Erich Zimmerman, serviu no Schupo em Stanislawow.

*Schupo, abreviação de Schutzpolizei, polícia uniformizada ou de proteção, uma parte do aparato policial do regime nazista.

Fonte: Lista Holocausto-Doc
https://br.groups.yahoo.com/neo/groups/Holocausto-Doc/conversations/messages/4522
Tradução: Marcelo Oliveira

Próximo :: Hans Krueger e o assassinato dos Judeus em Stanislawow - Parte 03
Anterior :: Hans Krueger e o assassinato dos Judeus em Stanislawow - Parte 01

terça-feira, 17 de junho de 2014

Sobre a Ordem dos Comissários: instruções da guerra de aniquilação nazista na União Soviética

Extrato do livro The Soviet Partisan Movement 1941-1944, de Edgar M Howell. Páginas 18-19

A forma da estrutura política final era levar não ficou totalmente clara. Como Rosenberg viu, a Rússia Branca era pra ser transformada em um protetorado alemão com laços muito estreitos progressivamente com a Alemanha; os países bálticos também se tornariam um protetorado, transformado-se em uma parte do Grande Reich alemão pela germanização dos elementos racialmente aceitáveis, pela colonização dos alemães ali, e pela deportação de todos aqueles racialmente indesejáveis; a Ucrânia deveria ser transformada em um Estado independente, em aliança com a Alemanha; e o Cáucaso, seus territórios do norte contíguos se tornariam uma federação de Estados do Cáucaso com um plenipotenciário alemão, bases militares e navais alemãs, e os direitos extraterritoriais militares para a proteção dos campos de petróleo que seriam explorados pelo Reich. [41]

As visões de Hitler eram a mesma coisa: em geral, a Crimeia se tornaria território do Reich, evacuada de todos os estrangeiros e colonizada apenas por alemães; os Estados Bálticos e a área de Don-Volga seriam absorvidos pela Grande Alemanha; enquanto o Cáucaso se tornaria uma colônia militar. O futuro estatuto da Ucrânia e da Rússia Branca permaneceu vago, entretanto, as formas das estruturas nunca foram feitas em detalhes. [42]

Exceto para as operações da administração econômica e das funções de polícia de Himmler (Himmler exerceu tanta autoridade na Rússia tanto quanto exerceu na Alemanha propriamente dita), Rosenberg teria a jurisdição de todo o território a oeste da zona de operações e seria o responsável por toda a administração lá. [43] De seu Ministério para os Territórios Ocupados do Leste, na parte superior, o controle desceria através do Reichskommissare em suas áreas político-étnicas, de modo geral, principalmente no distrito Kommissare. Um líder da SS e da polícia deveria ser colocado em cada Reichskommissariat. [44]

Tomados em conjunto pela "preparação" de Himmler, não havia nada de benevolente acerca desta administração. O que o povo russo sentia ou pensava não tinha importância, e não era pra ser nenhuma tentativa real de atrai-los para o campo alemão. A ocupação era para ser permanente. Este era o objetivo final do que Hitler queria fazer, e nada nem ninguém estava autorizado a interferir com a realização deste empreendimento. [45] Esta foi uma luta de ideologias, não de nações. [46] A intelligentsia "judeu-bolchevique" deveria ser exterminada. Na Grande Rússia vigoraria a lei da força a ser usada "em sua forma mais brutal." [47] Moscou e Leningrado seriam niveladas e tornadas inabitáveis, de modo a evitar a necessidade de alimentar as populações por conta do inverno. [48] A terra seria a primeira a ser dominada, e em seguida administrado e explorada. [49]

A lei marcial deveria ser estabelecida e todos os procedimentos legais para delitos cometidos por civis inimigos, eles deveriam ser eliminados. Guerrilhas seriam brutalmente aniquiladas a qualquer momento. Os civis que atacassem membros da Wehrmacht seriam tratados da mesma maneira (mortos) e no local. Nos casos em que não se pudesse facilmente identificar indivíduos que atacassem as forças armadas, medidas punitivas coletivas deveriam ser efetuadas imediatamente após ordens de um oficial com a patente de comandante de batalhão ou superior. Suspeitos não seriam para ser mantidos sob custódia para o julgamento em uma data posterior. Para as infrações cometidas por membros da Wehrmacht contra a população indígena (nativa), o julgamento não seria compulsório, mesmo quando tais atos constituíssem crimes ou delitos sob a lei militar alemã. Tais atos deveriam ser julgados somente por conta da manutenção da disciplina necessária. [50] Todos os funcionários do Partido Comunista e comissários do Exército Vermelho, incluindo aqueles de pequenas unidades de baixa patente, seriam eliminados como guerrilheiros, não tão depois daqueles prisioneiros de guerra transitando em campos. Esta foi a bem conhecida "Ordem dos Comissários" (tradução livre, em alemão Kommissarbefehl) [51]

Notas:

40 Aktenuermerk, Fuehrerhauptquartier 16. VII.41., memorando de registro, notas sobre a conferência do Fuehrer, 16 Jul 41,in I.M.T. op. cit., XXXVIII, págs. 86-94. (nota 40 começa na página anterior, trecho não traduzido)

41 Instruktion fuer einen Reichskomrnissar im Kaukasien, 7.V.41. Doc. 1027-PS. Arquivos do Gabinete do Chefe do Conselho para crimes de guerra. DRB, TAG: Znstruktion fuer einen Reichskommissar im der Ukraine, 7.V.41 in Z.M.T., op. cit., XXVI, págs. 567-73; Instruktion fuer einen Reichskommissar im Ostland, 8.V.41 in ibid., pp. 573-76; Allgemeine Instruktion fuer alle Reichskommissare in den besetzten Ostgebieten, 8.V.41 in ibid., págs. 576--80.

42 Ver: Aktenvermerk, Fuehrerhauptquartier, 16.VII.41. in Z.M.T., op. cit. XXVIII. págs. 86-94.

43 Abschriftzu Rk. 10714 B. Erlass des Fuehrers ueber die Verwaltung der neu besetzten Ostgebiete, Vom 17.VII.41. in I.M.T. op. cit., XXIX, págs. 235-37.

44 Erster Abschnitt: Die Organization der Verwaltung in den besetzten Ostgebieten, um documento sem data, sem assinatura encontrado nos documentos de Rosenberg que define a organização e administração dos territórios orientais ocupados, em I.M.T.,op. cit., XXVI, págs.592-609. De acordo com Rosenberg, "[Este documento] não é uma instrução direta do Ministério para os Territórios Ocupados do Leste, mas foi o resultado de discussões com diversos orgãos do governo do Reich oficialmente interessado no leste. Este documento contém instruções para o próprio Ministério do Leste." (Ver: I.M.T., op. cit., XXXVIII, págs. 86-94.

45 Aktenvermerk, Fuehrerhauptquartier, 16.VII.41. I.M.T., op. cit., XXXVIII, págs. 86-94.

46 Greiner, "Draft Entries in the War Diary of Def Br of Wehrmacht Operations (Dec 40-Mar 41)," op. cit., pág. 202.

47 "Halder's Journal," op. cit., VI, p. 29.

48 Ibid., p. 212.

49 Aktenvermerk, Fuehrerhauptquartier, 16.VII.41., in I.M.T., op. cit. XXXVIII, págs. 86-94.

50 Ordem sobre leis marciais na área da Operação Barbarossa e medidas especiais para as tropas," Fuehrer HQ, 13.V.41., Em "Fuehrer Directives," (Diretivas do Führer) op. cit., I, págs. 173-74.

Fonte: livro The Soviet Partisan Movement 1941-1944, de Edgar M Howell
Foto: Hitler orders all Soviet Commissars to be shot (site World War II Today)
Tradução: Roberto Lucena
______________________________________________

Se você quiser ler as observações originais completas deste post, acesse o post:
Observações do post "Sobre a Ordem dos Comissários: instruções da guerra de aniquilação nazista na União Soviética"

Abaixo só consta um resumo pra não interferir no conteúdo do post, que poderá ser cortado depois, por isto o link acima.
_______________________________________________________
=======================================================

Observação 1: quem quiser ler mais sobre a diretiva de Hitler, conferir o link do blog Avidanofront:
Ordem do führer sobre a administração das regiões do leste novamente ocupadas
Quem quiser ver o documento em inglês:
Himmler’s Memorandum on the Treatment of Alien Peoples in the East, 25 May 1940

E se alguém achar que isso é o texto mais pesado sobre a questão, tem coisas piores, que envolvem o nazi Erhard Wetzel (figura pouco citada e conhecida) sobre o Generalplan Ost. É curioso o cinismo dos ditos "revis" com a dimensão da guerra de extermínio praticada pelos nazistas, eles praticamente evitar citar essa questão do extermínio no leste europeu.
________________________________

Observação 2: Quem quiser baixar o livro (PDF), vá ao link do site do Centro de História Militar do Exército dos EUA.
_______________________________

Observação 3: tem uma parte do texto (nas notas 45 e 46) que diz o seguinte:
"A ocupação era para ser permanente. Este era o objetivo final do que Hitler queria fazer, e nada nem ninguém estava autorizado a interferir com a realização deste empreendimento.45 Esta foi uma luta de ideologias, não de nações."
Pois bem, essa era também minha opinião anterior sobre o evento, mas analisando a coisa hoje eu discordo da minha opinião anterior. Esta foi uma guerra ideológica sim, entre o fascismo (nazismo) e o socialismo da URSS, mas também uma guerra entre nações e de aniquilação.

A própria ideia racista de ocupação e aniquilação de povos no leste (por estes serem inferiores ou descartáveis por ideias racistas, na concepção nazista) não é propriamente algo original da guerra anticomunista da segunda guerra, esta guerra também foi uma guerra de colonização, uma guerra "racial" (étnica) de aniquilação, só que dessa vez na Europa, como as ocorridas nas colonizações feitas na África e nas Américas.

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...