Sigla marcada em brasileira agredida na Suíça faz alusão a partido xenófobo
SVP é sigla do Centro da União Democrática (chamado UDC em francês).
Partido se proclama o o primeiro partido do país em número de eleitores.
Do G1, em São Paulo
Pôster do partido UDC mostra ovelhas brancas expulsando uma ovelha negra do território suíço (Foto: Reprodução)
Segundo a cônsul-geral do Brasil em Zurique, Vitoria Cleaver, a sigla SVP, que foi marcada na pele da advogada brasileira Paula Oliveira, de 26 anos, durante agressão na Suíça, se refere a um dos principais partidos políticos suíços. O Centro da União Democrática (em livre tradução, chamado UDC em francês) se proclama o primeiro partido da Suíça em número de eleitores. São mais de 90 mil membros, segundo o site do grupo na internet, e um total de 29% do eleitorado.
"Uma facção do partido tem uma posição muito dura em relação à questão da imigração. Um grupo era contrário ao referendo (que pode dar mais abertura a imigrantes no país). Acham que tem com o aumento da imigração tem trazido mais problemas, mais concorrência e piora no serviço de saúde e na criminalidade", disse ela em entrevista à Globo News.
No domingo, quase 60% da população foi favorável à abertura do país para mais dois países. Antes eram 25 e agora romenos e búlgaros também terão livre acesso à Suíça como integrantes da comunidade europeia. Assim, terão os mesmos direitos de trabalho.
Xenofobia
Considerado populista e xenófobo, o partido venceu as eleições federais realizadas no final de 2007 no país ao obter um resultado melhor que o esperado nas pesquisas, o que intensificou o debate sobre a continuidade do sistema de governo colegiado no país. Segundo analistas políticos a alta do partido extremista mostra vontade de ruptura frente aos partidos tradicionais suíços, o Socialista, que sofreu a maior queda, e os de centro-direita PRD e PDC.
Durante a campanha, um polêmico cartaz do SVP mostrava bem as posições políticas do partido. A imagem trazia três ovelhas brancas sobre uma bandeira da Suíça, enquanto uma ovelha negra era chutada para fora do espaço. Abaixo disso, a frase "Para criar segurança".
O cartaz foi associado a projetos contra a imigração no país e a campanha foi rejeitada por partidos mais moderados do país na época, que a consideraram racista. Ele abriu espaço para questionamentos sobre a "neutralidade" muitas vezes associada à Suíça.
Agressão
A advogada brasileira Paula Oliveira, de 26 anos, foi agredida por três homens brancos, com cabelo raspados, na noite de segunda-feira (9) em Dubendorf, cidade que fica perto de Zurique. Grávida de gêmeos havia três meses, ela acabou perdendo as crianças e sofreu cortes em todas as partes do corpo.
Segundo relatos que fez para o pai, ela havia acabado de sair do trem e ia em direção para a casa onde reside com o companheiro, Marco Trepp, quando, segundo ela, foi surpreendida por três homens, aparentemente neonazistas.
“Deram socos, chutaram e a cortaram com estiletes no corpo inteiro e até fizeram a sigla SVP nas pernas”, afirmou Paulo Oliveira por telefone, de Zurique, ao G1. “Eles tinham suásticas na cabeça”, informou ele.
Paulo Oliveira, que é secretário parlamentar, foi avisado por ela, por telefone, sobre o ocorrido na madrugada de terça-feira (10), pelo horário de Brasília. Em seguida, avisou ao deputado federal Roberto Magalhães (DEM-PE), para quem trabalha, e também o senador Marco Maciel (DEM-PE) e pegou o primeiro voo em direção a Zurique, juntamente com a mãe de Paula, Geni.
Fonte: G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL998009-5602,00.html
5 comentários:
Não podemos fechar os olhos,a boca e os ouvidos para as agressões diarias de xenofobia....em todo o Mundo,mas devemos nos acautelar quando tomamos posições sem o devido conhecimento e averiguação.Esse caso...não mais se comentou..e porquê?
Rafael,
sobre tua pergunta e já respondendo a ela, não houve mais comentário porque não há nada de novo vindo da Suíça sobre o caso, a última notícia que saiu de lá sobre isso é que houve um internamento da pessoa, nesses meses que se passaram, mas nada de sair conclusão sobre o julgamento do caso. Assim que sair a conclusão do caso(julgamento) será postado no blog, sem problemas.
Pra não ficar sem comentário pois tive que reiniciar a máquina e perdi tudo que já havia escrito e iria postar(tentarei reescrever tudo), eu iria fazer um comentário adicional sobre o final do teu comentário, no caso, pegar um gancho nele até pra poder comentar certas coisas que passaram batidas justamente devido ao que comentei antes, achei por bem esperar o que o juri na Suíça irá dizer sobre o caso em definitivo pra me pronunciar de uma vez sobre ele já que fiz várias críticas à Suíça(a meu ver todas bem merecidas e acho que ainda peguei leve), só que noto que há um certo "temor" ou excesso de "medo" de muitos brasileiros em criticar a postura equivocada daquele país, a meu ver sem necessidade alguma, mas explico melhor no comentário seguinte.
Como disse acima, eu tinha escrito um comentário e perdi tudo porque tive que reiniciar a máquina, em todo caso, o que eu havia escrito foi mais ou menos isso: no caso, as opiniões sobre esse caso, que eu lembre(pois não sei se mais gente comentou), o que eu comentei ao menos, são de inteira responsabilidade minha, não reflete(pois não sei a opinião dos demais) a opinião das pessoas do blog como um todo.
E no caso, mantenho integralmente o que comentei, o caso na Suíça foi desviado pra questão pura e simples da pessoa do caso estar mentindo(comprovou-se que houve uma farsa, a justiça de lá julgará se a doença alegada teve peso nisso ou se trata de outra coisa), quando o que causou o rebuliço entre Brasil e Suíça, ou de brasileiros indignados(pelo menos eu fiquei) versus imprensa suíça e autoridades daquele país(ou orgãos), foi a forma daquele país tratar inicialmente o caso.
Tentaram varrer pra debaixo do tapete, se fosse um estrangeiro de um país com poucos recursos teria ficado por isso mesmo e o cara teria se ferrado feio. Se houve reação de medo de brasileiros lá em relação a xenofobismo é porque a coisa existe e não é tão "florida" como aquele país quis vender a coisa na mídia, pelo menos a mim não me convenceu do contrário em nenhum instante.
É fato que um país de extrema-direita de cunho nazifascista é parte atuante do governo daquele país, só isso já deixa qualquer um de cabelo em pé com casos desse tipo, apesar da coisa ter vindo a tona com um caso que foi uma farsa, são coisas do destino.
Agora, o que reprovo profundamente e isso não preciso esperar julgamento algum de justiça lá pra me manifestar mas iria só comentar quando a sentença de lá saísse, é a atitude de parte dos brasileiros fora, ao menos os que estão perto do epicentro desse caso.
Num primeiro instante demonstraram solidariedade, quando perceberam que poderia ser farsa(levou-se alguns duas), começaram a demonstrar um comportamento ridículo em relação a pessoa, quando deviam ter aguardado, e mesmo confirmado a farsa(que aparenta ter sido impulsionada pela doença que ela é portadora que causa esse distúrbio emocional), deveriam ter se mostrado unidos ao invés de ficarem se acusando uns aos outros como se devessem desculpas a um país que ataca, a imprensa de lá foi grosseira(vi um link lá no Orkut onde aparecia uma matéria com foto de uma jogadora de vôlei de praia do Brasil e os caras insinuando porcaria sobre brasileiros), preconceituosa, tratando o caso como brincadeira e achando que os brasileiros deveriam se calar diante de um país que acha que fazer o que quiser com quem bem entender, nunca vi suíço ou a Suíça cantar de galo com os EUA que sempre que pode dá umas ferroadas nela sem dó por conta do passado nazista do país e das contas podres nos bancos suíços.
Esse grupo ficou com medo de "imagem" de brasileiros lá como se devessem algo aquele país, se o Brasil fosse cobrar da Europa por cada europeu que migrou pra cá porque não tinha onde cair morto naquele continente, a dívida dificilmente seria paga, acho engraçado um país europeu adotar uma postura hostil e arrogante com o Brasil ignorando o passado daquele continente. Esses brasileiros demonstraram uma postura de "servilhismo", nunca vi um estrangeiro ficar com essa postura no Brasil pra ficarem se auto-penitenciando dessa forma caso algum deles viesse a fazer alguma besteira aqui. Recentemente teve o caso de duas inglesas picaretas(171, estelionato) no Rio, que sairam do país dizendo absurdos no jornal "ignorando" que foram presas por serem duas bandidas ordinárias, nada além disso, guiando-se na lenda de que todo bandido aqui se dá bem, infelizmente vários se dão, a começar pelos locais, mas não todos. E o Madoff(o que roubou bilhões nos EUA)não praticou os crimes bilionários dele no Brasil, não é só aqui que há esse problema endêmico, a diferença é na punição, estamos engatinhando ainda na punição desses crimes enquanto que outros países atuam com rigor.
Não quero dar uma patriotada na coisa, mas... não dá pra ter outra postura com a Suíça nesse caso, a coisa não ficou circunscrita no caso da garota e sim nas agressões de jornais daquele país com o Brasil, provocações, atuação confusa da polícia daquele país, o fato de um partido de extrema-direita nazifascista no governo e com força naquele país também chamou atenção, principalmente devido ao passado colaboracionista com o nazismo naquele país.
Enfim, há 'n' fatores pra se ter, eu no caso, tomado uma atitude dura com aquele país, não me arrependo de nada e não mudo de opinião, a menos que um dia aquele país também mude de conduta com brasileiros e outros estrangeiros, tolerar brasileiros lá não é suficiente, se um país "apenas" tolera estrangeiros é sinal de que há algo de muito esquisito nele. Chegam notícia a três por quatro do fascismo e extremismo de direita tomando corpo na Europa, e muito da posição dura que tomei se deveu e muito a eu ter ciência desses fenômenos por lá, da aceitação ou inércia de setores da sociedade em vários países.
Se eu pego pesado com casos de abuso no Brasil, meu próprio país, não há porque eu pegar leve com casos de abusos em outros países, ainda mais em se tratando de um ataque a um nacional(até o caso lá ganhar outro contorno, o que eu avaliava era a conduta do caso pelos orgãos daquele país e não gostei do que acompanhei).
Pode parecer "demodé" o "discurso", mas sinceramente não acho que qualquer brasileiro deve desculpas àquele país e sim o contrário.
De qualquer forma, o caso serviu de aprendizado caso haja outros no futuro(casos de xenofobismo, infelizmente, continuarão a ocorrer nesses países), mas há que se entender que se fosse um caso de homicídio simples, ou roubo, etc, a coisa não teria ganho essa proporção, casos com motivação racista adquirem uma conotação mais pesada, até hoje a Inglaterra deve satisfações pela morte do Jean Charles de Menezes no metrô de Londres, morto com um tiro na nuca pela polícia de lá achando que ele era um "árabe", não foi um crime ocasional que ocorre em qualquer lugar(assalto, etc), e sim algo motivado por racismo. Sem falar no racismo da imprensa britânica com o namorado da Lady Di(ex-esposa do herdeiro do trono daquele país) por ser de origem árabe.
Não dianta esses países tentarem passar uma imagem de "perfeição", de "paraíso" ou de "valhalla" quando fica bem claro pra todos que essa questão do racismo é mais entranhada nesses países do que muitos podiam ainda supôr, apesar deles ficarem no "disse-me-disse" ou no "está tudo sob controle" ao invés de assumir "é, existe e pronto, vamos encarar o problema".
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