segunda-feira, 20 de agosto de 2007

O AZUL DA PRÚSSIA: Porque se "equivocam" os negadores do Holocausto (ou "revisionistas")

por Brian Harmon e Mike Stein. (c) Agosto de 1994
Traduzido por Leo Gott
Desde que se tem encontrado pouca quantidade de HCN nas câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau, muitos negadores do Holocausto afirmam que nada foi gaseado ali.(1,2) Eles afirmam que se aconteceram gaseamentos com HCN nestas estruturas, deveriam haver grandes quantidades de HCN combinado com ferro em um composto chamado Azul da Prússia. Como “prova” , assinalam que existem grandes quantidades de Azul da Prússia nas pequenas câmaras de despiolhamento de Auschwitz, existem muitas manchas nas paredes exteriores destas estruturas. Em contrapartida, nas câmaras de gás existem manchas e traços relativamente baixos de HCN. Os negadores afirmam ainda que as manchas no exterior das câmaras de despiolhamento demonstram que o Azul da Prússia não foi afetado pela ação dos elementos, assim não se pode afirmar que havia muito menos manchas nas câmaras de gás pela ação do clima. Portanto dizem os negadores, a única explicação lógica para os pequenos traços de HCN nas câmaras de cãs é que elas nunca foram usadas para executar assassinatos em massa – os traços são uma simples contaminação procedente dos despiolhamentos que se realizaram hà várias metros de distância.
No Relatório Leuchter, um documento elaborado pelo "auto-proclamado Engenheiro Fred Leuchter"(3), descreve-se a tomada de amostras “científicas” que o mesmo realizou em Auschwitz e que “prova” que não era possível que os nazistas usaram HCN nos Kremas e nos Bunkers I e II, os lugares onde se gasearam as vítimas. Leuchter tergiversou sua formação e mentiu sobre sua experiência em dispositivos para execuções, muitos negadores dizem que o relatório é cientificamente válido. Isto parece plausível à primeira vista, mas quando se estuda química, a toxicologia e os mecanismos físicos envolvidos, se vê claramente que este raciocínio não é válido.
Como um ponto menor, têm-se que destacar que nem sequer é certo que o Azul da Prússia seja eternamente estável. Se foi afetado pelo clima, a um ritmo que depende muito do arredores. Sem dúvida, isto não é o mais importante. Os eixos cruciais são estes: Em primeiro lugar, as reações químicas que existem no Azul da Prússia são muito lentas, e têm-se que passar muitas horas para que se completem. Em segundo lugar, as pessoas morrem muito rápido com o HCN, e em quantidades muito pequenas. Os piolhos e outros insetos, por outro lado, têm de estarem expostos durante muito tempo e com grandes concentrações de HCN. Estes dois fatores explicam porque temos pouco Azul da Prússia nas câmaras de gás, e porque temos muito nas câmaras de despiolhamento. Este documento comparará os usos do HCN em Auschwitz: despiolhamento e assassinatos em massa. Também falará da formação do Azul da Prússia e sua solubilidade na água, além da análise do Relatório Leuchter e os métodos empregados por seu autor. Depois de tudo isto explicaremos porque é que haviam poucos traços de HCN nas câmaras de gás, e também porque os negadores dizem tudo ao contrário.
I. As Câmaras de Gás de Auschwitz
Haviam sete câmaras de gás em Auschwitz os Krema de I a V e os Bunkers I e II. Os Kremas II, III, IV e V foram todo o tempo câmras de gás industriais, situadas no complexo de Birkenau, dentro de Auschwitz. Foram destruídas pelos nazistas ao final da guerra, e só restaram suas ruínas.(4) Assim as ruínas e todos os compostos de HCN, estão expostos aos elementos durante os últimos anos (desde 1945). Os Bunkers I e II foram usados enquanto se contruíam os Kremas II a V, e tampouco restam suas ruínas. O Krema I era uma pequena câmara de gás e foi utilizada durante muito pouco tempo, antes de ser convertida em abrigo anti-aéreo em agosto de 1944.(5) Das sete câmras de gás empregadas para o extermínio em Auschwitz-Birkenau, somente a do Krema I está completa hoje. Temos que levar em conta que das sete câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau somente uma não foi destruída. As ruínas destas estão expostas à ação de chuvas e vento, que podem fazer desaparecer os trações de HCN por arrasto e erosão. Sem dúvida, também outra parte do Azul da Prússia haverá desaparecido ao dissolver-se, já que não é totalmente insolúvel na água. As câmaras de despiolhamento não foram destruídas, assim seria lógico encontrar mais traços de compostos de HCN.
II. O Relatório Leuchter: Encontrados traços de HCN nas câmaras de gás.
Tanto o Relatório do Instituto de Investigação Forense de Cracóvia como o Relatório Leuchter encontraram traços de HCN nas instalações de extermínio de Auschwitz.(6, 7) No Relatório Leuchter encontraram entre 1,9 e 6,7mg/Kg de HCN no Krema III, entre 1,1 e 7,9mg/Kg no Krema I, entre 1,4 e 2,3mg/Kg no Krema IV e entre 1,7 e 4,4mg/Kg no Krema V. Estes números baixos poderiam ser valores falsos produzidos erroneamente durante a medição e não valores reais. Para provar se era ou não, Leuchter pegou uma amostra de uma viga recolhida de um edifício do campo não relacionado com as câmaras de gás. Se os traços nas ruínas das câmaras de gás eram falsas, ou se todo o campo estava contaminado com HCN, esta também haveria dado valores similares. Mas a amostra registrou um valor certo. Baseando-se na amostra de controle de Leuchter, suas cifras são reais. Inclusive em lugares reduzidos a ruínas existem traços de HCN, mesmo que não esteja em uma viga situada no edifício aparte. Por desgraça para o pobre estudo de Leuchter, seus dados estão limitados por esta pobreza e falta de qualidade. Pegou somente duas amostras de controle: um controle negativo que não devia mostrar presença de HCN (a viga), e um controle positivo que devia gerar um valor muito alto (uma amostra que pegou em uma câmara de despiolhamento manchada de Azul da Prússia). Se tivesse pegado mais amostras de controle de lugares distintos do campo não relacionados com os gaseamentos, haveria tido uma idéia de quais eram os níveis normais de HCN e haveria podido compará-los com suas averiguações. Como não é isso, possivelmente não podemos interpretar seus resultados de maneira inteligente. Outro feito preocupamente é a falta de detalhe que Leuchter deu sobre sua técnica de coletar as amostras. Sem esta informação, não se poder rever seus métodos e ver se teve alguma inclinação na eleição das zonas dos edifícios de onde pegaram as amostras. Hà de perguntar se Leuchter seria tão pouco cuidadoso se fosse um verdadeiro Engenheiro. As conclusões de Leuchter são inclusive as mais suspeitas. Em primeiro lugar, afirma que a quantidade de HCN encontrada nas ruínas das câmaras de gás estão acerca do limite de detecção do equipamento de medida (1ppm) que também tem um valor efetivo zero. Não das razões desta conclusão. Também ignora o valor que tem que pegar como zerado da amostra de viga. Sim, seus resultados nas câmaras de gás são demasiados baixos como para medir-los, têm-se que perguntar se o controle negativo não deu um resultado similar. Seu maior erro, sem sombra de dúvida é assumir que deveriam usar mais Zyklon-B para matar pessoas que para o despiolhamento(8):

“Era de se esperar que se detectasse mais HCN nas amostras das supostas(sic)câmaras de gás (devido a que suspostamente foi o local onde se usou mais gás) do que na amostra[positiva] de controle. Como ocorreu o contrário, tenho que concluir que estas instalações nunca foram câmaras de gás destinadas a execuções, uma vez que se reúnem todas as provas recolhidas na inspeção.”>


Sua conclusão se embasa em assumir que usaram quantidades de Zyklon-B muito maiores nas câmaras de gás – algo que não foi verificado. Ignorou a informação disponível sobre a formação do Azul da Prússia, sua solubilidade e inclusive o método de real operação das câmaras de gás de Auschwitz. Suas erradas suposições e seu raciocínio confuso fazem que seu relatório e seus dados sejam inúteis. Apesar de todos os erros de Leuchter, o persistente problema de porque foram encontrados pequenos traços de HCN nas ruínas dos Kremas de Birkenau e que foram encontrados quantidades muito maiores nas câmaras de despiolhamento. Apesar de que possa parecer uma lógica sem sentido, estes pequenos traços é o que se podia esperar das câmaras, e concordam com o registro histórico. Queremos colocar ênfase em que se encontraram traços de HCN nas ruínas das instalações de extermínio de Birkenau que provam que foi utilizado HCN ali. Assim qualquer especulação sobre se se podia usar ou não Zyklon-B para o extermínio em massa é puramente acadêmica. Os traços estão ali, assim com toda segurança se usou HCN nestas salas.



III. O Azul da Prússia: O que é?
O Azul da Prússia é um sal moderadamente solúvel, formado por três moléculas de íon hexacianureto de ferro(II) e quatro moléculas de ferro(III)(9). Se pode produzir em um meio, ácido com uma dissolução de FeSO4 e o íon cianeto.

Fe+2 + 6CN-1 ----> [Fe(CN)6]-4 4Fe+3 + 3[Fe(CN)6]-4 ----> Fe4[Fe(CN)6]3 Azul da Prússia

O íon sulfato não interfere na reação. O íon cianeto pode ser conseguido através de um sal totalmente solúvel como o Cianeto de Potássio (KCN) ou o equilíbrio em sua forma ácida (HCN). Os cátions que acompanham o íon cianeto (K+ o H+) tampouco interferem na reação. O Azul da Prússia não é muito solúvel, tem uma constante solubilidade Ka que tem um valor de 10-84.5 (10). Sua solubilidade depende em grande parte do pH, e é menos solúvel em um meio moderadamente ácido (pH entre 2 e 6). Sua solubilidade vai aumentando acima do pH 4.(11)
IV. Química Cinética da formação do Hexacianureto de Ferro(II)
O hexacianureto de ferro(II) é um precursor da formação do Azul da Prússia, e este não de formará sem aquele. Se forma passo a passo, os íon de cianeto se combinam con o ferro um por um:

Fe+2 + CN-1 ---> FeCN+1 FeCN+1 + CN-1 ----> Fe(CN)2 Fe(CN)2 + CN-1 ---> [Fe(CN)3]-1 [Fe(CN)3]-1 + CN-1 -----> [Fe(CN)4]-2 [Fe(CN)4]-2 + CN-1 -----> [Fe(CN)5]-3 [Fe(CN)5]-3 + CN-1 -----> [Fe(CN)6]-4
O produto final desta eação não é o Azul da Prússia, é simplesmente o íon de cianeto de ferro solúvel em água que se combina com mais ferro para formá-lo. Este produto é absolutamente necessário para produzir o Azul da Prússia.
Este último passo é muito lento e determina o tempo de reação total.(12) É tão lento que a reação que produz o hexacianeto de ferro(II) pode levar umas 30 horas para se completar quando se misturam juntos o FeSO4, e água (7 partes de sulfato por cada parte de agua) e o KCN.(13) Desde que a formação do Azul da Prússia depende da do hexacianeto de ferro(II), esta formação será igualmente lenta. Isto qur dizer que uma breve exposição ao cianeto não produzira quase nada de Azul da Prússia.
Relacionando isto com as câmaras de gás de Auschwitz, pode-se explicar com facilidade a escassa presença de Azul da Prússia nas instalações de extermínio. De acordo com os testemunhos de Hans Stark(14), os do comandante de Auschwitz Rudolph Höss(15) e os de Marie-Claude Vaillant-Couturier, que foi prisioneira no campo(16), levava-se uma meia hora completar o processo de gaseamento e começar a ventilação da câmara. Baseando-se neste testemunho, parece razoável que somente se fixava uma quantidade muito pequena de Azul da Prússia nos muros da câmaras de gás, dado o lento processo de formação e o pouco tempo que levava o gaseamento em Auschwitz. Trinta minutos não são suficiente para produzir muito [Fe(CN)6]-4, dado que a reação leva horas.
As câmaras de despiolhamento são outro tema. É necessário empregar muito tempo e altas concentrações de cianeto para matar insetos como os piolhos. Podem ocorrer concentrações de até 4.600ppm, sendo que para os seres humanos bastam 300pmm(17). Mesmo assim, o manual de uso do fabricante do Zyklon-B, Degesch, fala de tempos de fumigação de 16 horas ou mais, e de um mínimo de seis horas se a temperatura ambiente é muito alta.(18) Devido às concentrações muito maiores de cianeto e os tempos muito maiores de exposição (até 32 vezes mais), havia tempo para se formarem quantidades significativas de [Fe(CN)6]-4 , produzindo-se assim grandes depósitos de azul da Prússia nas câmaras de despiolhamento. O processo de despiolhamento não é só muito maior, sendo que ademais se realizava com muito mais freqüência. O livro de Jean-Claude Pressac, Technique and Operation of the Auschwitz Gás Chambers, comparou os gaseamentos com o processo de despiolhamento(19). Uma concentração de 0.3 g/m3 de cianeto de hidrogênio (dose letal) seria fulminantemente fatal para um ser humana, sendo que para eliminar piolhos tem que se aplicar uma concentração de 5 g/m3 durante pelo menos duas horas. Se se mantem esta concentração durante seis horas, se mata todos os insetos.[Fonte: Degesch]. Em Birkenau, a quantidade que usava nas câmaras de gás era quarenta vezes a dose letal (12 g/m3) e matava 1.000 pessoas em 5 minutos sem deixar nenhum sobrevivente. O tempo de exposição do cianeto nunca superava os 10 minutos ao dia com uma temperatura de 30º C. Nas câmaras de despiolhamento se usava uma concentração mínima de 5 g/m3 durante várias vezes ao dia, variando a duração do ciclo segundo o tempo de contato escolhido. Esta saturação do cianeto de hidrogênio durante 12 e 18 horas ao dia era reforçada pelo caor das estufas da câmara de gás, que proporcionavam uma temperatura de 30º C. Os muros estavam impregnados de cianeto de hidrogênio, durante pelo menos 12 horas ao dia, o que provocou a formação do Azul da Prússia, o hexacianoferrato(II) de potássio de ferro(III), cuja composição variava segundo as condições de formação. Ainda que as câmaras de gás usavam uma concentração maior de Zyklon-B, o tempo maior de exposição e o calor levaram à formação do Azul da Prússia. Pressac segue dizendo que a cor azul não ficou visível imediatamente depois da guerra, mas agora é possível distinguir facilmente entre as câmaras de despiolhamento e as câmaras de gás. Apesar de aproveitar o desconhecimento das pessoas sobre as diferenças de tempo e concentrações de cianeto nas câmaras de despiolhamento e nas de extermínio, outro ponto que se apóiam os negadores para criar confusão é a natureza do “gaseamento em massa”. Levam a pensar em uma linha de montagem, gente introduzida nas câmaras de hora em hora. Sem dúvida isto não é a realidade. De cerca de 1 milhão de pessoas que morreram em Auschwitz-Birkenau, nem todas foram gaseadas. As doenças, o trabalho até à exaustão, as enfermidades produzidas pelas condições insalubres do campo poderiam ter matado mais pessoa do que o gás, ainda que a deliberada imposição destas condições converte estas mortes em assassinatos não menores que as mortes por tiro na nuca ou por cianeto que também tiveram lugar.
Alter Fajnzylberg era um menbro do Sonderkommando de Auschwitz-Birkenau e conseguiu sobreviver no campo, desde os primeiros gaseamento do Krema I até a liberação do campo. Declarou que os gaseamentos se realizavam “várias vezes na semana”, ainda em certo momento momento de 1944, durante a chegada de um grande número de judeus procedentes da Hungria, Fajnzylberg assinalou que “os gaseamentos realizavam-se diariamente, incluindo várias vezes ao dia”(20). Inclusive com este ritmo, sem dúvida, o tempo total de exposição e por tanto a quantidade de Azul da Prússia que seria de se esperar é muito menor que os negadores querem nos fazer crer. Somos conscientes que a química pode ser difícil para o leitor normal.
Os que negam o Holocausto contam com isto ao fazer suas afirmações para confundir os leitores. Sem dúvida, talvez uma analogia física comum à experiência de muitas pessoas pode servir para clarear as coisas. Imaginem dois panos brancos de algodão. Colocamos em cima de uma prancha a temperatura média de 4 segundos, e deixamos durante 10 segundos. Repetimos este processo duzentas vezes. Sobre o outro pano colocamos uma prancha muito quente durante 2 minutos seguidos. O primeiro pano, que ficou em contato com a prancha 800 segundos, está apenas queimado. O segundo pano, exposto durante 120 segundos não está. O primeiro pano corresponde às câmaras de gás, exposições breves ao gás em baixas concentrações separadas pelo tempo, e portanto dissipando-se, sendo que o segundo corresponde às câmaras de despiolhamento, altas exposições com altas concentrações.
V. Solubilidade do Azul da Prússia
Como mencionado antes, o Azul da Prússia é um sal, mas bem insolúvel – não se dissolve em qualquer condição. Sem dúvida, sua solubilidade depende em grande parte do pH na dissolução. É menos solúvel em meios ácidos, e se precipita sem o pH abaixo de 6. Se passar do 6, é mais solúvel, e se dissolve quase por completo(21). Inclusive com um pH superior a 4, o Azul da Prússia se dissolve o suficiente para disseminar-se pelo solo e as águas ao redor como um cianeto de ferro solúvel. Isto quer dizer que o Azul da Prússia pode ser arrastado pela ação dos elementos, ao contrário do que dizem os negadores do Holocausto. Teria a chuva o pH correto para derreter o Azul da Prússia? Baseando-se em um estudo sobre a chuva ácida (22) no norte da Europa, o pH da chuva caiu de 5,8 a 5 em um período de vinte anos que vai de 1955 a 1975. Se poderia assim estimar um pH médio para os últimos cinqüenta anos de 5,4. Dado que o Azul da Prússia começa a se dissolver com um pH de 4, e que qualquer Azul da Prússia que estiver nos Kremas II, III, IV e V têm estado exposto a esta chuva ácida durante quase cinqüenta anos, é surpreendente que caiam os traços. Em seu relatório sobre os traços de cianuto no complexo de Auschwitz-Birkenau, o Instituto Polonês de Investigação Forense de Cracóvia afirma erroneamente que o Azul da Prússia se dissolverá em meios de acidez débil(23) Ainda que com segurança se dissolverá em um ácido forte (pH<0).>
VI. Resumo e Conclusões
O Azul da Prússia é um sal moderadamente solúvel cuja fórmula é Fe4[Fe(CN6)]3.

Se forma através de um processo lento, e é muito insolúvel em meios ácidos.
Se dissolve com pH acima de 6.

Outros compostos relacionados com a formação do Azul da Prússia são solúveis e podem ser levados pela água em pouco tempo.
Devido ao escasso tempo de exposição ao cianeto as câmaras de gás e a que o Azul da Prússia se forma muito lentamente, é muito difícil de se formar ali Azul da Prússia em quantidades significativas. Em compensação, nas câmaras de despiolhamento, com suas altas concentrações de cianeto e seu alto tempo de exposição, se formaram quantidades significativas de Azul da Prússia.

Como o Azul da Prússia é suficientemente solúvel como para contaminar as águas freáticas com cianeto se encontra um pH acima de 4, e como é totalmente solúvel com pH 6, é de se esperar que haja inclusive menos traços de cianeto nas ruínas dos Kremas II, III, IV, e V depois de mais cinqüenta anos de exposição os elementos.
É lógico que a chuva tenha dissolvido o Azul da Prússia, ainda que lentamente. Tendo todos estes fatores em conta, é muito difícil que se encontrem traços significativos de cianeto nas ruínas dos Kremas II a V.

Surpreendentemente foram encontrados traços de cianeto nas câmaras de gás, provando-se assim que usaram HCN ali. Dado que os nazis destruiram estas instalações e deixaram intactas outras estruturas menos relacionadas com o extermínio, está claro que seus fins não eram bem intencionados. A única discrepância aparente é que se encontra muito mais cianeto nas salas usadas para o despiolhamento. Sem dúvida, com uma compreensão básica de química e toxicologia do cianeto, se pode explicar a escassez de Azul da Prússia nas câmaras de gás e sua presença nas câmaras de despiolhamento.
Apêndice
Copyright(c) Brian Harmon y Mike Stein, 1994.

Agradecimentos:
Queremos agradecer a Ken McVay sua ajuda pessoal e a liberação de seus arquivos, que tem sido de grande ajuda para todos nós. Ken McVay é o administrador de um grande arquivo de material sobre o Holocausto e vários aspectos da negação do Holocausto. Se pode acessar estes arquivos por ftp anônimo em ftp.almanac.bc.ca, e pela World Wide Web em http://nizkor.almanac.bc.ca/
Citação do Instituto Polonês de Investigação Forense Esta é a seção do relatório do Instituto Polonês onde foi feito referência à solubilidade do Azul da Prússia em meios ácidos:
INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO FORENSE
Prof. Dr. Jan Sehn,
Cracóvia Divisão de Toxicologia Forense Cracóvia,
24 Set. 1990 Westerplatte 9
Code 31-033 Tel. 505-44, 592-24, 287-50 Telex 0325213 eksad ...
O cianeto de hidrogênio (HCN) que é liberado do Zyklon-B é um líquido com ponto de ebuição em uns 27 ºC. Tem caráter ácido, e por tanto forma compostos com sais metálicos conhecidos como cianetos. Os sais de metais alcalinos (como o sódio e o potássio) são solúveis em água.
O cianeto de hidrogênio é um ácido muito débil, e por tanto se dissolve facilmente em ácidos mais fortes. Inclusive o ácido carbônico, que se forma por una reação do dióxido de carbono com água, dissolverá um cianeto de ferro.
Os ácidos mais fortes, como os ácidos sulfúricos, dissolverão facilmente os cianetos. Os compostos de íons cianeto com metais pesados são mais duradouros. Isto inclusive o mencionado Azul da Prússia, ainda que também se dissolverá lentamente em um meio ácido. Assim, é difícil assumir que ainda se pode detectar traços de compostos de cianeto nos materiais de construção (gesso, ladrilho) depois de 45 anos, e haver sofrido a ação dos elementos (chuva, óxidos ácidos, especialmente os óxidos de nitrogênio e enxofre). Daria mais resultados em análises de [amostras de] gesso de muros de salas fechadas que não sofrem ação dos elementos (inclusive a chuva ácida).
O descobrimento de compostos de cianeto nas amostras de materiais expostos aos elementos só pode ser acidental. Ainda que o Azul da Prússia se dissolve em meios moderadamente solúveis, aumentar a acidez diminui a solubilidade, ao contrário do que quer dizer o relatório polonês.
Notas:
(1)Leuchter, Fred, The Leuchter Report: The End of a Myth. Samisdat Publishers, (c) 1998. p 17. (2)Citado o Relatório do Instituto para Investigação Forense no número de verão de 1991 do Journal For Historical Review (Institute for Historical Review: Torrance, CA)
(3)Leuchter, p 1.
(4)Brugioni, Dino and Poirier, Robert. The Holocaust Revisited: A Retrospective Analysis of the Auschwitz-Birkenau Extermination Complex. (Washington D.C.: Central Intelligence Agency). (c) Feb. 1979, pp 13-14
(5)ibid, p 5.
(6)Relatório do Instituto para Investigação Forense, JHR, verão '91
(7)Leuchter, p 17.
(8)Leuchter, p 11.
(9)Sharpe, A. G. The Chemistry of Cyano Complexes of the Transition Metals. (Academic Press: New York, London, San Francisco) (c) 1976, p 122.
(10)Meeussen, Johannes C. L., Meindert Keizer G., van Riemsdijk, Willem H., and de Haan, Frans A. M. Dissolution Behavior of Iron Cyanide (Prussian Blue) in Contaminated Soils, Environmental Science and Technology, vol 26, no 9, 1992. p 1834 (figura).
(11)Meeussen, p 1832.
(12)Sharpe, 104.
(13)ibid, p 104.
(14)"The Good Old Days": The Holocaust as Seen by Its Perpetrators and Bystanders. ed. por Ernst Klee, Willi Dressen, y Volker Reiss. Traducción al inglés de "Die Scho"ne Zeit". (New York: The Free Press, div. of MacMillan, Inc.) (c) 1991., p 255.
(15)"The Good Old Days", p 272.
(16)Documents on the Holocaust: Selected Sources on the Destruction of the Jews of Germany and Austria, Poland, and the Soviet Union. ed. por Yitzhak Arad, Yisrael Gutman, y Abraham Margaliot. (Jerusalem: Yad Veshem) (c) 1981, p358.
(17)Hansen, James D., Hara, Arnold H., Chan, Harvey T., y Tenbrik, Victoria L. Efficacy of Hydrogen Cyanide Fumigation as a Treatment for Pests of Hawaiian Cut Flowers and Foliage After Harvest. Journal of Economic Entomology, vol 84, no 2, p 534.
(18)Documento de Nuremberg NI-9912, Manual Degesch sobre o uso apropriado do Zyklon. As versões alemã e inglesa foram obtidas de: Mendelsohn, John y Detwiler, Donald S. The Holocaust: Selected Documents in Eighteen Volumes. "Volume 12: The 'Final Solution' in the Extermination Camps and the Aftermath". (New York: Garland Publishing) c. 1982, p 137.
(19)Pressac, Jean-Claude. Auschwitz: Techniques and Operation of the Gas Chambers (Edição inglesa) (Nueva York: Beate Klarsfeld Foundation) c. 1989, p 53. [A tradução citada neste documento é de Michael Stein, diretamente do facsímile fotográfico do original francês. É ligeiramente mais literal que a tradução que aparece na edição inglesa de Pressac.]
(20)ibid., p 124-125. (21)Meeussen, p 1832, 1835. (22)Ode'n, Svante. "The Acidity Problem -- An Outline of Concepts"; Water, Air and Soil Pollution, vol 6, 1976. p 142. (23)Relatório do Instituto de Investigação Forense, JHR, verão '91 (24)Meeussen, p 1835. (25)ibid, p 1832.

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