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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Judeus e bolcheviques (A mentira sobre o bolchevismo e os judeus)

Um ensaio de Richard J. Green
Web Version 1.3.

Negadores do Holocausto e apologistas do nazismo frequentemente fazem muitas reivindicações reveladoras sobre os judeus, o bolchevismo e o stalinismo. Eles frequentemente afirmam que o bolchevismo foi um movimento judaico que resultou em assassinato em massa de cristãos em uma escala muito maior do que a Solução Final. A implicação disso é que mesmo que o Holocausto não houvesse ocorrido, os judeus o mereceram e/ou o fato do assassinato em massa cometido pelos stalinistas, de alguma forma, diminuiria o fato dos nazistas e seus cúmplices terem cometido um assassinato em massa. Mesmo se os negadores do Holocausto e nazi-apologistas tivesses seus fatos corretos, alguém perguntaria qual a lógica do seu raciocínio. Como o suposto fato de alguns judeus terem participado de um assassinato em massa justificaria o assassinato em massa de todos os judeus? Não obstante, essa implicação absurda e desumana devemos, como de costume, analisar os supostos fatos.

Os crimes do Stalinismo

Os crimes do stalinismo não devem ser subestimados. Que o regime stalinista cometeu crimes de magnitude sem precedentes e desumanidade vai além de qualquer debate razoável. As coletivizações forçadas no Cazaquistão, Ásia Central Soviética, e, é claro na Ucrânia[1] teve um custo terrível:
A Grande Fome de 1932-33 na qual 5-10 milhões de vidas foram perdidas, foi causada em grande parte pelo caos da coletivização. Embora a produção agrícola tenha declinado na década de 1930, a exportação de grãos aumentou. Robert Tucker chama de coletivização forçada a uma revolução de "iniciada pelo Estado, dirigida pelo Estado, e imposta de cima pelo Estado." [2],[3]
A brutalidade do regime stalinista é incontestável. A origem judaica dessa brutalidade, por outro lado, é uma afirmação mentirosa.

O Bolchevismo era um movimento judaico?

Em uma publicação no grupo alt.revisionism da Usenet, Jacob Minsky [4] demonstra, em termos inequívocos, o absurdo de tal posição. Primeiro, ele cita Pipes:
O censo do Partido Comunista realizado em 1922 mostra que apenas 959 membros judeus participavam antes de 1917.[5]
Minsky, em seguida, coloca a seguinte pergunta para o seu interlocutor apologista-nazi:
Por que o Bund (União Judaica Trabalhista) [link1] [link2] foi um dos dois únicos partidos políticos (o outro foi o pequeno e judaico PSR, um partido socialista democrático) inequivocamente condenaram no Congresso dos Deputados a tomada bolchevique do poder? [6]
A típica resposta dos antissemitas é escolher bolcheviques pouco proeminentes e afirmar, sem provar, que todos eram judeus. Que Trotsky era judeu é verdade, mas antissemitas esquecem de citar que ele era um dos maiores e primeiros críticos de Stalin e que este criticismo custou-lhe a própria vida. Talvez, pouco menos que 1000 judeus que foram membros de início do Partido foram para posições de liderança, mas como Aristóteles assegura: "Uma andorinha só não faz verão".

Claro, é ridículo culpar uma etnia pelos crimes dos bolcheviques. O fato de Stalin era georgiano não torna todos os georgianos responsáveis ​​pelos crimes do stalinismo. Alguns podem argumentar que isso é tão injusto quanto culpar todos os alemães pelos crimes dos nazistas. Este ponto é válido: a culpa deve ser atribuída, individualmente, não coletivamente. Somente aqueles alemães que sabiam, ou que deviam saber sobre a Solução Final, participaram de sua execução, ou nada fizeram para impedi-la quando eles poderiam ter feito isso, torna culpado por esses crimes. Não sendo ncessário reafirmar que os jovens alemães nascidos após a guerra são inocentes.

Antissemitas culpam os judeus pelo por usar de algumas meias-verdades. Por este método, poderia ser demonstrado que foi na verdade os alemães, os responsáveis pelo bolchevismo. É tão sem propósito culpar os alemães pela ascensão do bolchevismo como é culpar os judeus. Marx, afinal, era um ateu alemão. Além disso, o líder político da Alemanha na época da Revolução Bolchevique foi um dos maiores patrocinadores bolcheviques.

Kaiser alemão patrocina o bolchevismo

Martin Gilbert afirma o seguinte sobre o apoio do governo alemão ao bolchevismo:
Os bolcheviques não esperavam que os Governos alemão e austríaco fossem ser simpáticos à sua causa revolucionária, mas os caciques políticos em Berlim e Viena estavam ansiosos para apoiar o avanço do bolchevismo na esperança, não tão improvável, de que os bolcheviques minassem o governo estável na Rússia e destruisse os poder de guerra do czar. Em 7 de janeiro [1915-RJG] um grupo bolchevique em Petrogrado distribuiu folhetos aos soldados, trabalhadores e camponeses, convidando-os a não pagar as suas rendas mensais em impostos. No mesmo dia em Constantinopla, um rico bolchevique, Alexander Helphand, aproximou-se do embaixador da Alemanha na Turquia com as seguintes palavras: 'Os interesses do Governo alemão são idênticos aos dos revolucionários russos. "... A conversa de Helphand marcou o início de um interesse crescente alemão para estimular a revolução na Rússia: um interesse que foi se intensificando pelo impasse no campo de batalha, e que encontra seu ponto culminante na facilitação do retorno de Lênin à Rússia, atravessando solo alemão. Dentro de três meses, o governo alemão deu dinheiro a um intermediário da Estônia para dar a Lenin, para encorajá-lo a exercer suas atividades antiguerra. Na verdade, ele não precisou de nenhum encorajamento.
Gilbert adiciona a nota de rodapé:
O montante pago a Lenin foi entre 200.000 e 250.000 marcos, algo que na época equivaleria a algo entre US $ 50.000 e 62.000 dólares. Quando os bolcheviques chegaram para pagar o empréstimo em 1923, a inflação do marco era tal que ele valia menos de US $ 1. [07]
Será que nossos "amigos" antissemitas culparão os alemães pelas origens do bolchevismo tão prontamente quanto culpam os judeus? Culpar um ou outro grupo , na minha opinião, é algo ridículo. Quero apenas apontar a hipocrisia de nossos "amigos" que, sem dúvida, continuam a culpar os judeus pela Revolução Bolchevique, bem como a exploração capitalista, o buraco de ozônio e a morte térmica do universo.

Stalin atinge os judeus

Examinar a questão de saber se Stalin era um judeu exterminador de cristãos, é bastante relevante para examinar como ele tratava os judeus.
Em nosso contexto, a evolução da União Soviética, especialmente depois de 1948 - o ano da morte misteriosa de Jdanov e o "caso de Leningrado" - são de maior importância. Pela primeira vez depois do Grande Expurgo, Stalin teve um grande número de altos funcionários executados, e sabemos com certeza que isso foi planejado como o início de outro expurgo nacional. Isto teria sido levado a cabo pela história do "complô dos médicos" se a morte de Stalin não tivesse intervido. Um grupo de maioria de médicos judeus foi acusado de ter planejado "acabar com os quadros dirigentes da URSS." [30] ... Além disso, o conteúdo absurdo da acusação contra os médicos, de que "eles matam as pessoas em posições de liderança em todo país", deve ter enchido de maus pressentimentos todos os que estavam familiarizados com o método de Stalin de acusar um inimigo fictício do crime que ele mesmo estava prestes a cometer. (O exemplo mais conhecido é, naturalmente, a acusação de que Tukhachevski conspirou com a Alemanha no momento em que Stalin estava contemplando uma aliança com os nazistas)...

O mais dramático novo elemento neste último expurgo, que Stalin planejou nos últimos anos de sua vida, foi uma mudança decisiva na ideologia, a introdução de uma conspiração judaica mundial. Durante anos, o terreno para esta mudança fora cuidadosamente colocado em uma série de julgamentos nos países satélites - o julgamento de Rajk na Hungria, o caso Ana Pauker na Romênia, e, em 1952, o julgamento de Slansky na Tchecoslováquia. Nessas medidas preparatórias, altos funcionários do partido foram escolhidos em virtude de suas "origens judaicas burguesas" e acusados de sionismo; essa acusação foi gradualmente alterada para implicar agências notoriamente não-sionistas (especialmente o Comitê Judaico Americano de Articulação de Distribuição), a fim de indicar que todos os judeus eram sionistas, e que todos os grupos sionistas eram "mercenários do imperialismo americano" 32. Não havia nada de novo no "crime" de sionismo, além da campanha que evoluiu e começou a mirar os judeus da União Soviética, outra mudança significativa aconteceu: os judeus agora eram acusados de "cosmopolitismo" ao invés de sionismo, e o padrão de acusações que se desenvolveram com este slogan estavam cada vez mais próximos do padrão nazista da conspiração judaica mundial oriunda do livro antissemita Os Protocolos dos Sábios de Sião. Agora ficava assustadoramente claro a impressão profunda que este pilar da ideologia nazista teve sobre Stalin - as primeiras indicações disto tinham ficado claras desde o pacto Hitler-Stalin - em parte, com certeza, devido ao valor como propaganda na Rússia como em todos os países satélites, onde o sentimento antijudaico foi generalizado e a propaganda antijudaica sempre gozava de grande popularidade, mas em parte também porque este tipo de conspiração mundial fictícia fornecia um fundo ideologicamente mais adequado para afirmações dos governo totalitários controlando o mundo do que Wall Street, o capitalismo, o imperialismo. A adoção aberta, sem vergonha do que tinha se tornado para o mundo inteiro o sinal mais importante do nazismo foi o último cumprimento que Stalin prestou ao seu falecido colega e rival no domínio total com quem, para sua decepção, ele não tinha sido capaz de chegar a um acordo duradouro. [08]
Assim, está claro que não apenas a alegação de que o bolchevismo foi uma conspiração judaica para cometer genocídio contra os cristãos é uma mentira, como o número de soviéticos culpados por assassinato em massa era em sua maioria antissemita e que poderiam ter tentado exterminar o que é dito sobre nosso "herói" dos nazi-apologistas, a aniquilação total do povo judeu na Europa.

The Bolshevik Canard
Web Version 1.2

Notas

[01] Green, Barbara B. The Dynamics of Russian Politics: A Brief History, Westport: Greenwood Press, 1994, pp. 39-40.

[02] Ibid., p. 38.

[03]Tucker, Robert C., "Stalinism as Revolution from Above," in Stalinism: Essays in Historical Interpretation, ed. Robert C. Tucker, New York: W. W. Norton, 1977, p. 83 as cited in Green Ibid.

[04] Minsky, Jacob, Article: 191161 of alt.revisionism,Subject: Re: I AM PROUD TO BE ON THE NIZKOR ENEMIES LIST,Message-ID: , Date: Mon, 14 Jul 1997 03:36:26 GMT

[05] Pipes, Richard, Russia Under the Bolshevik Regime, New York: Vintage Books, 1995, p. 113. ISBN 0-679-76184-5 as cited in Minsky, Ibid.

[06] Minsky, op. cit. Minsky also cites: Dmitri Volkogonov, Stalin: A Political Portrait, Volume 1, Moscow: Novosti, 1996, ISBN 4-7020-0025-0.

[07] Gilbert, Martin, The First World War: A Complete History, New York: Henry Holt and Company, 1994, p. 125.

[08] Arendt, Hannah, The Origins of Totalitarianism, New York: Harcourt & Brace, 1979 pp. xxxviii-xl. Her notes are as follows:
[30] Armstrong, op. cit., pp. 235 ff.
[32] Armstrong, op. cit., p. 236
[op. cit. refers to: Armstrong, John A. , The Politics of Totalitarianism: The Communist Party of the Soviet Union from 1934 to the Present, New York, 1961-my note-RJG]

Fonte: The Holocaust History Project
http://www.holocaust-history.org/bolshevik-canard/
Tradução: Roberto Lucena

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Crimes de Ódio na Internet (áudio)

Sugeri mais de uma vez ao pessoal que chega com dúvidas sobre o problema do título do post, e também pros que começam a "bancar justiceiros" ou se meter a "virar heróis", que ouvissem esse áudio inteiro do post antes de sair por aí fazendo besteira e criando problemas.

O motivo da sugestão se deveu ao fato de que muita gente fazia denúncias aleatoriamente na rede e com certa frequência chegavam perguntando coisas banais que elas mesmas poderiam procurar por esse tipo de informação sozinhas.

Aproveitando o post e o assunto, outro ponto que sempre chamou atenção é sobre o baixo conhecimento dessas pessoas em relação ao problema (neonazismo, antissemitismo, segunda guerra, nazismo, fascismo, racismo). Boa parte "sabe" vagamente do que se trata, ou porque viram algum filme ou reportagem na TV, e geralmente acabam indo em busca de informações em sites de internet (geralmente trombando com o primeiro site dos ditos "revisionistas" que pinta pelo caminho), ao invés de procurarem ler um livro de algum historiador de peso sobre o assunto, algo que é totalmente acessível (biblioteca e afins) se a pessoa não quiser seguir a linha do "aprender por "osmose" (vulgo "fazer de conta que aprendeu algo porque ouviu terceiros falando sobre o assunto").

Espero que a crítica acima não seja levado a mal ou negativamente, até porque não compartilho (tampouco compactuo com a mesma) da ideologia predominante na grande mídia brasileira que pra fazer oposição ao governo ou mesmo atacar o país, tenta achincalhar o país e minar o moral e a autoestima do povo pra que o mesmo se sinta diminuído. Mas a observação feita acima não é mera bobagem, preconceito ou implicância, mas sim uma constatação séria porque penso que não há espaço pro combate desse tipo de extremismo e racismo com um conhecimento tão vago, superficial ou distorcido sobre o assunto (e às vezes nem isso ocorre) guiado por um intuito de "boa intenção".

Em todo caso, creio eu que o vídeo abaixo esclarecerá um pouco (ou muito) o problema.

Segue abaixo um vídeo com o áudio de uma palestra dada em 2007 na Fierj, mais ou menos na época que começou a repercutir com mais força na imprensa a "explosão" de crimes virtuais em decorrência do mau uso do Orkut por parte dos usuários, em decorrência também do mau funcionamento do site e de seu suporte (o Orkut é uma rede social do Google em franco declínio que foi um dia uma "febre" no Brasil), onde um delegado da PF explica detalhadamente como agem e atuam esses bandos envolvidos com esse tipo de doutrina, e como a PF(Polícia Federal) atua sobre isso.

Pro pessoal que quer fazer "arte" na rede e de quebra criar inúmeros problemas decorrentes desse tipo de ação desastrosa (bem intencionada ou não), é bom escutar o vídeo inteiro.

Podcast - íntegra da palestra do delegado de polícia federal Welder Oliveira sobre o combate aos crimes de internet no Brasil

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Os Khazares e o "revisionismo"

A História dos Khazares é uma história costumeiramente citada e distorcida pelos "revisionistas" para fins políticos, que usam esse discurso para afirmar que os judeus europeus não teriam laços com os judeus que saíram da região onde se encontra Israel hoje, sendo que um dos principais sites que divulgam essa baboseira é o site antissemita chamado Radio Islam, de um extremista de origem marroquina chamado Ahmed Rami, que vive na Suécia.

Essa história dos Khazares e dos judeus ashkenazis foi principalmente difundida por um jornalista(não historiador) judeu, Arthur Koestler, que lançou um livro nos anos setenta chamado "A décima terceira tribo (O Império Khazar e sua herança)" no qual formulava a idéia de que esse império (que haveriam se convertido ao judaísmo) teria uma contribuição significativa na formação dos judeus europeus(no caso, os Ashkenazim). Em cima disso se chega a pérolas como a que alegam que todos os judeus da Europa seriam descendentes dos khazares ignorando que judeus de países como Espanha e Portugal não eram descendentes de Khazares, fora outros erros.

O curioso de tudo isso é que o livro do Koestler é usado e divulgado principalmente por grupos de extrema-direita pra pregação antissemita e afins (negacionismo do Holocausto e outras teorias da conspiração).

Em virtude disso segue abaixo um texto sobre a origem dos Ashkenazim, mesmo não sendo um assunto diretamente ligado ao Holocausto, mas sendo um assunto citado por grupos "revisionistas" (negacionistas), o texto tem a ver com a questão do "revisionismo" e "revisionistas" (negadores do Holocausto).

Esta tradução do texto é antiga e não foi publicada antes pra evitar "romarias" de fanáticos religiosos obcecados com assuntos relacionados aos conflitos do Oriente Médio, por isso aviso que não nutro qualquer idolatria ou crença religiosa em relação aos conflitos daquela região do planeta.

Os Ashkenazim
por Shira Schoenberg

"O nome Ashkenaz foi aplicado na Idade Média para Judeus que viviam ao longo do Rio Reno no norte da France e na parte oeste da Alemanha. A concentração dos judeus Ashkenazi mais tarde se extendeu até a Polônia-Lituânia e hoje existem assentamentos Ashkenazi ao redor do mundo. O termo "Ashkenaz" foi identificado primeiramente com costumes alemães e descendentes de Judeus alemães.

No 10º e 11º século, os primeiros Ashkenazim, comerciantes judeus na França e Alemanha, eram pioneiros econômicos, tratados bem devido a suas conexões comerciais com o Mediterrâneo e o Oriente. Comunidades judaicas surgiram em muitos centros urbanos. No início as comunidades Ashkenaz eram pequenas e homogêneas. Até grêmios cristãos eram formados, judeus eram agricultores/representantes dos produtores e artesãos. Na França, muitos judeus possuíam vinhedos e faziam vinho. Eles carregavam armas e sabiam como usá-las em sua própria defesa. Os judeus de cada cidade constituíam uma independente entidade de governo própria. Cada comunidade, ou kahal, estabeleciam seus próprios regulamentos feitos por comitê eleito e cortes judiciais. Eles forçavam cumprir suas regras com a ameaça de excomunhão. Os Ashkenazim geralmente evitavam as influências externas e se concentravam nas fontes internas judaicas, idéias e costumes.

Os Ashkenazim focaram-se nos estudos bíblicos e talmúdicos. Centros de estudo rabínicos apareceram no décimo século em Mainz e Worms na Renânia e em Troyes e Sens na França. Os centros de estudo Ashkenazi centraram-se em torno da discussão oral. Os sábios focaram-se na compreensão de pequenos detalhes dos textos ao invés de extrair princípios gerais. O mais famoso novo professor era o Rabino Gershom de Mainz. Alguns de seus decretos, como a da proibição da poligamia, ainda existem até hoje.

A primeira principal figura literária Ashkenazi foi Rashi (Salomão ben Isaac de Troyes, 1040-1105), cujos comentários na Bíblia e no Talmud são até hoje considerados fundamentais para o estudo judaico. Os tosafistas, eruditos talmúdicos Ashkenazi no norte da França e Alemanha, introduziram novos métodos e introspecções dentro do estudo talmúdico que ainda está em uso. Os judeus Ashkenazi dessa época compuseram poesia religiosa modelada depois do quinto e sexto século, 'piyyutim'(poemas litúrgicos). Enquanto a oração litúrgica variava até entre países Ashkenazi, as diferenças eram quase insignificantes comparadas as diferenças entre a liturgia Sefaradi e Ashkenazi.

Enquanto judeus Ashkenazi ocasionalmente experimentavam o anti-Semitismo, a violência da multidão primeiro estourou contra eles no final do século XI. Muitos judeus foram assassinados no que Robert Seltzer chama de "atmosfera religiosa sobrecarregada". Muitos estavam dispotos a morrer como mártires a ter que se converter.

Nos 12º e 13º séculos, muitos judeus Ashkenazi tornaram-se prestamistas. Eles eram apoiados por governantes seculares que eram beneficiados pelas taxas impostas aos judeus. Os governantes não totalmente os protegiam, mas entretanto, o libelo de sangue aumentava acompanhado pela violência. Em 1182, os judeus foram expulsos da França. Judeus Ashkenazi continuaram a construir comunidades na Alemanha até eles enfrentarem motins e massacres nos séculos de 1200s e 1300s. Alguns judeus mudaram-se para a Espanha Sefaradi enquanto outros instalaram Ashkenazi comunidades na Polônia.

O centro da judaria Ashkenazi mudou-se para a Polônia, Lituânia, Boêmia e Morávia no início do século XVI. Os judeus estavam pela primeira vez concentrados no Leste Europeu ao invés da Europa Ocidental. Judeus poloneses adotaram os ritos Ashkenazi, liturgia, e costumes religiosos dos judeus alemães. O Ashkenazi mahzor(livro de orações do feriado)incluía orações compostas por poetas da Alemanha e Norte da França.

Na Polônia, os judeus tornaram-se agentes fiscais, coletores de impostos, gerentes do Estado para nobres, comerciantes e artesãos. Nos séculos de 1500-1600s, a judaria polonesa cresceu e tornou-se a maior comunidade judaica na diáspora. Muitos judeus viviam em shtetls, pequenas cidades onde a maioria dos habitantes eram judeus. Eles instalaram os 'kehillot' como aqueles da Idade Média que elegiam um comitê de administradores para coletar impostos, instalaram sistemas educacionais e de negócios com outras necessidades da vida judaica. Os judeus até tinham seus próprios grêmios de ofício. Cada kahal tinha um yeshiva, onde meninos com cerca de 13 anos de idade aprendiam textos talmúdicos e rabínicos. Yiddish era a linguagem da oral translation e da discussão da Torá e do Talmud. Eruditos Ashkenazi focaram-se na leitura cuidadosa do texto e também em resumir interpretações legais dos eruditos Ashkenazi e Sefaradi anteriores da lei judaica.

Ashkenazim focaram-se no Hebraico, Torá e especialmente no Talmud. Eles usaram a religião para proteger a eles mesmos de influências externas. Os judeus desta época eram largamente de classe média. Por escolha, a maioria deles viviam em comunidades autônomas ao redor de sua sinagoga e outras instituições comunitárias. O Iidishe era a linguagem em comum dos judeus Ashkenazi no Leste europeu e na Europa central. Com o início da Renascença e as guerras religiosas em meados do século XVI, a divisão cresceu entre os judeus da Europa central e a do leste. Na Europa Central, particularmente na Alemanha, governantes forçaram os judeus a viverem a parte do resto da sociedade em guetos com cerca de 100 e 500 habitantes. Os guetos eram geralmente limpos e em boas condições. Judeus do Leste europeu viviam nos shtetls, onde judeus e gentios viviam lado a lado.

Nos séculos XVII e XVIII, judeus na Polônia, o centro da judaria Ashkenazi, enfrentaram libelos de sangue e motins. O crescimento do Hasidismo na Polônia tirou muitos judeus ausentes da típica prática Ashkenazi. Depois dos massacres de Chmielnicki na Polônia em 1648, judeus poloneses se espalharam pela Europa ocidental, alguns até cruzaram o Atlântico. Muitos judeus poloneses Ashkenazi fujiram para Amsterdã e entraram previamente nas comunidades existentes dos judeus alemães. Os Sefardim por lá consideravam os Ashkenazim socialmente e culturalmente inferiores. Enquanto os Sefardim eram geralmente ricos, os Ashkenazim eram vendedores ambulantes pobres, comerciantes pequenos, artesãos, polidores de diamantes, trabalhadores de jóias e ourives. Como os Sefardim tornaram-se mais pobres no século XVIII, as comunidades tornaram-se mais igualitárias e mais unidas.

A comunidade judaica na Inglaterra também mudou no século XVIII. Ela tinha sido primeiramente Sefaradi durante o século XVII, mas tornou-se mais Ashkenazi na cultura a medida que o número crescia dos judeus alemães e poloneses que chegavam.

Por volta de 1750, cerca de 2,500 judeus viviam nas Colônias Americanas, a maioria era Ashkenazi. Eles eram judeus que falavam Yidish da Holanda, Alemanha, Polônia e Inglaterra. Os primeiros judeus eram comerciantes e traders. Desde então, judeus Ashkenazi levantaram comunidades ao longo dos Estados Unidos.

Pelo final do século XIX, como resultado da perseguição russa, houve uma massiva emigração Ashkenazi do Leste europeu para outras áreas da Europa, Austrália, África do Sul, Estados Unidos e Israel. Ashkenazim excediam os Sefardim em todas as partes exceto no Norte da África, Itália, Oriente Médio e partes da Ásia. Antes da Segunda Guerra, Ashkenazim compreendiam 90% do mundo judeu.

A destruição da judaria européia na 2a Guerra reduziu o número de Ashkenazim e, com alguma exceção, sua superioridade númerica superava os Sefardim. Os Estados Unidos tornaram-se o principal centro para os judeus Ashkenazi.

Em um certo período Ashkenazim e Sefardim desenvolveram diferentes orações litúrgicas, serviços da Torah, pronúncias do hebraico e modos de vida. Originalmente, a maioria dos Ashkenazim falavam Yidish. Os tons dos Ashkenazi e Sefaradi para ambas orações e leitura da Torah são diferentes. Uma Torah Ashkenazi encontra-se plana enquanto está sendo lida, enquanto uma Torah Sefaradi eleva-se. Os escreventes Ashkenazi desenvolveram um certificado distinto. Uma das maiores diferenças está na fonte usada para decidir a lei judaica. Os Sefardim seguem a 'Shulhan Arukh' do Rabino Joseph Caro. Os Ashkenazim seguem o Rabino Moses Isserles, que escreveu um comentário na 'Shulhan Arukh' citando a prática Ashkenazi. Existem diferenças em muitos aspectos da lei judaica, na qual as leis para mulheres são isentas daquela comida que é permita para se comer na Pesah(Páscoa). Atualmente, muitas das distinções entre Ashkenazim e Sefardim desapareceram. Em ambos, Israel e Estados Unidos hoje, Ashkenazim e Sefardim vivem juntos, embora tenham geralmente instituições separadas.

Em Israel, tensões políticas continuam a existir por causa de sentimentos por parte de muitos Sefardim de que eles seriam discriminados e ainda não teriam o respeito que merecem. Historicamente, a elite política da nação tem sido Ashkenazim; entretanto, isto está gradualmente mudando. O Shas, um partido religioso Sefaradi, tornou-se um dos mais poderosos no país e indivíduos políticos Sefaradi agora ocupam posições poderosas. Marroquino de nascimento, David Levy, por exemplo, serviu como ministro do exterior e, em Julho de 2000, o judeu, iraniano de nascimento, Moshe Katsav, foi eleito presidente.

Fonte do texto resumo: Jewish Library (fonte online)
http://www.jewishvirtuallibrary.org/jsource/Judaism/Ashkenazim.html
Fontes (livros): Ausubel, Nathan. Pictorial History of the Jewish People. New York: Crown Publishers, 1953.
Dimont, Max. Jews, God and History. New York: Simon and Schuster, 1962.
Encyclopedia Judaica. "Ashkenaz". Jerusalem: Keter Publishing House, 1972.
Seltzer, Robert. Jewish People, Jewish Thought. New York: Macmillan Publishing Co., 1980.
Tradução: Roberto Lucena

Leitura adicional: History of the word Ashkenaz
http://www.somethingjewish.co.uk/judaism_guide/ashkenazi_jews/index.htm

Ver mais:
Shlomo Sand: A invenção do povo judeu (livro)

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Um presente de Boas Festas para Mattogno, Graf e Kues

Os membros do Holocaust Controversies preparam uma extensa crítica entitulada 'Belzec, Sobibor, Treblinka. Negação do Holocausto e a Operação Reinhard: uma crítica às falsificações de Mattogno, Graf e Kues'(Belzec, Sobibor, Treblinka. Holocaust Denial and Operation Reinhard: A Critique of the Falsehoods of Mattogno, Graf and Kues). É a primeira edição do documento, e os eventos de fundo que levaram a sua criação são discutidos na introdução. Publicaremos o trabalho inteiro como um arquivo PDF na internet dentro dos próximos 14 dias; mas primeiramente estamos lançando nossa atual versão do trabalho como uma série do blog, começando aqui. Não usamos um revisor profissional e estamos trabalhando neste projeto gratuitamente em nosso tempo livre, por isso gostaríamos de pedir a todos os leitores a dar suas opiniões, acerca de qualquer erro tipográfico ou de outros erros, nos comentários abaixo em cada artigo do blog. Incorporaremos quaisquer correções necessárias no PDF e nas versões subsequentes do documento.

Boas Festas e se divirtam!

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2011/12/holiday-gift-for-mattogno-graf-and-kues.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena

sábado, 17 de dezembro de 2011

Discurso de Himmler no mesmo dia do massacre de Lídice

Como o Dr. Lindtner aponta [1], Himmler afirmou em 09.06.42: "Die Völkerwanderung der Juden werden wir in einem Jahr bestimmt fertig haben, dann wandert keiner mehr."(Sobre a migração dos judeus, devemos terminá-la dentro de um ano e então não haverá mais migrações). Deve ser ressaltado que isto ocorreu um dia depois do funeral de Heydrich e no mesmo dia do massacre em Lídice(em português); em 10 de junho, 1.000 judeus foram deportados de Praga para Majdanek. Assim, não há dúvidas quanto ao significado do que Himmler disse quando usou a frase "dann wandert keiner mehr"(e então não haverá mais migrações).

Fonte: Holocaust Controversies
Título original: Himmler's Speech on the same day as Lidice
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2011/12/himmlers-speech-on-same-day-as-lidice.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena

[1] Complemento: comentário do Dr. Lindtner na caixa de comentários do blog Holocaust Controversies, que consta do texto acima como link, sobre o discurso de Himmler. Comentário traduzido pro português. Link:
Holocaust Denial is Chutzpah(Dr. Lindtner) disse...

"...dann wandert keiner mehr"

A fim de defender a desesperada afirmação de que a Judenpolitik(política judaica) de Hitler/Himmler eram campos de "trânsito", e não destruição/extermínio físico(Vernichtung), Faurisson, em seu blog, em 20 de junho de 2011, cita esta sentença do discurso dado por Himmler na Haus der Flieger(Câmara dos Pilotos), em 09 de junho de 1942 (Geheimreden..., 1974, p.159): "Die Völkerwanderung der Juden werden wir in einem Jahr bestimmt fertig haben, dann wandert keiner mehr" (Sobre a migração dos judeus, devemos terminá-la dentro de um ano e então não haverá mais migrações).

Como Graf et.al.(e outros), Faurisson esquece de nos dizer onde e como esta Völkerwanderungs(migração forçada) iria acabar. O que Himmler quis dizer em suas quatro últimas palavras, "dann wandert keiner mehr"(e então não haverá mais migrações)?- A resposta foi dada pelo próprio RFSS(Reichsfuehrer SS), por exemplo, em Posen, em 06 de outubro de 1943 (ibid. pág. 169): "Es musste der schwere Entschluss gefasst werden, dieses Volk von der Erde verschwinden zu lassen" (Se faz necessário tomar uma decisão séria pra fazer este povo desaparecer da face da Terra).

Claramente, Faurisson, Graf e outros, não estão interessados em descobrir "o que realmente aconteceu". Do contrário eles não poderiam ter ignorado isto e várias outras passagens claras com o mesmo efeito.

Mortos dificilmente levantam de seus túmulos.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Contribuição com o Holocaust Controversies

Gostaria de aproveitar este post para agradecer imensamente o convite feito pelo Roberto Muehlenkamp para colaborar com o blog Holocaust Controversies e também parabenizar o resto da equipe do HC, o que é uma honra sem tamanho.

Para aqueles que acompanham este blog devem saber(até por conta dos vários textos traduzidos do HC contidos nele, como este aqui e este outro aqui) da imensa contribuição do pessoal do Holocaust Controversies no combate ao negacionismo do Holocausto com a pesquisa que fazem do tema mencionado, com vários textos onde comentam, debatem, apontam as distorções dos "revisionistas" e abordam o Holocausto.

Desde já dou novamente meus parabéns ao blog Holocaust Controversies e torço para que continuem com esta inavodora forma de pesquisa e divulgação deste tema histórico.

Abraços a todos.

domingo, 24 de abril de 2011

Seis milhões

Em 1905, a população judaica do Império Russo (incluindo a Polônia) foi contada em cerca de 6,060,415. E esta estimativa acabou ainda sendo usada por fontes judaico-americanas em 1917 (AJC Yearbook, 1916-1917, p. 276). Portanto, e logicamente, essas organizações judaico-americanas seguindo na busca por ajuda para seus irmãos naquela região citariam uma estimativa de 6 milhões.

Entretanto, o Arquivo de Jornais do Google nos retorna esses resultados para o período de 1905-1939:

"Cinco milhões de judeus": 42
"Seis milhões de judeus": 44
"Três milhões de judeus": 57
"Milhões de judeus": 1,520

Além disso, histórias relatando a iminente fome, deportação ou aniquilação de 5 milhões (não seis) podem ser encontradas aqui, aqui, aqui e aqui. Histórias similares referindo-se a "três milhões de judeus" encontram-se aqui e aqui. O segundo artigo pede por ajuda "para que três milhões de judeus não desapareçam da face da Terra."

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2011/04/six-million.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena
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Observação: para quem não entendeu o contexto e o conteúdo do post, favor ler o complemento abaixo com os comentários do Jonathan Harrison (na parte de comentários do blog Holocaust Controversies), sobre o post, refutando mais uma(de tantas) baboseira "revi".

Complemento: comentários do Holocaust Controversies "Six Million"

Ben diz...
Então, você está dizendo que o número de vítimas do Holocausto é menor que seis milhões?

Jonathan Harrison diz...
Não, eu estou refutando a afirmação feita por negadores do Holocausto de que 6 milhões foi um número fabricado baseado em previsões pré-1939. Negacionistas dizem que 6 milhões era a estimativa dominante na cultura judaica antes do Holocausto. Este artigo mostra que, nem de longe, este era o caso em questão, o das citações da imprensa.

Ler mais:
A Teoria do "Holocausto" da Primeira Guerra Mundial (por Jamie McCarthy e Ken McVay)

sexta-feira, 25 de março de 2011

Partes do diário de Anne Frank foram escritos com esferográfica?

Partes do diário de Anne Frank foram escritos com esferográfica?

Negadores do Holocausto dizem:

Partes do diário de Anne Frank foram escritos com esferográfica, as quais não se encontravam disponíveis antes do fim da guerra.

Negadores do Holocausto argumentam:

David Irving, cuja a Alta Corte em Londres declarou ser um negador do Holocausto, racista e antissemita, afirmou que partes do diário de Anne Frank tinham sido escritos com "caneta esferográfica", sendo que essas canetas não eram disponíveis pro uso até início dos anos de 1950s.[1]

A verdade sobre se algumas partes do diário foram escritas de caneta esferográfica.

Anne escreveu o corpo de seu diário com uma caneta tinteiro - que é uma caneta que utiliza tinta molhada. Os unicos traços significantes de caneta esferográfica caneta estão restritos a dois pedaços de papel soltos colocados junto com os materiais do diário mais tarde (provavelmente por Otto Frank). Eles estão distintamente com uma mão diferente da de Anne. Quando Otto Frank organizou os livros e papeis depois da guerra, ele numerou as páginas, em parte, com esferográfica e, em parte, com lápis colorido.[2]

Conclusão

Anne escreveu o corpo de seu diário com uma caneta tinteiro. Os únicos traços de esferográfica são duas notas soltas escritas por outra pessoa e postas com os papéis mais tarde e alguns números de páginas escritos sobre as folhas durante o processo de compilação.

Notas

1. "David Irving answers a student asking for his views on the Anne Frank Diary."
http://www.fpp.co.uk/Auschwitz/docs/controversies/AnneFrank/Jules150286.html
2. Netherlands State Institute for War Documentation, The Diary of Anne Frank: The Critical Edition (New York: Doubleday, 1988): pp. 160-165.

Fonte: Holocaust Denial on Trial
http://www.hdot.org/en/learning/myth-fact/annefrank2
Tradução: Roberto Lucena

Também ler:
66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto
55. O que provocou a morte de Anne Frank algumas semanas antes do fim da guerra?
56. É autêntico o Diário de Anne Frank?

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A desonestidade de Kues sobre Kruk

Thomas Kues cita* esta entrada do diário de Kruk acerca de Minsk:
No gueto de Minsk, de 3.000 a 4.000 judeus vivem agora lá. Próximo ao gueto fica outro gueto. No primeiro guero estão judeus russos de Minsk, Slutsk, Baranovitsh, etc. No segundo, há ao todo 1.500 judeus alemães e tchecos.
Kues afirma que "Kruk sabia desta informação de dois indivíduos que haviam estado recentemente em Minsk." No entanto, Kruk (p.570) escreve sobre estes dois indivíduos que:

Ambos partiram e retornaram com...nada. Em Minsk não foi permitido que eles entrassem no gueto e primeiro antes de tudo fora dito a eles que não lhes era permitido falar com qualquer um.
O relatório de Kruk e seus 'achados' é claramente apresentado neste contexto, o qual Kues omite. Kues não conta a seus leitores que a visita foi feita sob supervisão da Gestapo. Dado que Kues está disposto a recorrer a tão óbvia e deliberada fraude, como fica sua reputação?

*Nota da tradução: o site inconvenienthistory é um site revinazi, ou como os negacionistas se autoproclamam "revisionista".

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2011/01/kues-dishonesty-about-kruk.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 12 de dezembro de 2010

Filme - Diário de um Skin (2005)

Seguindo e agradecendo o apontamento do Daniel, disponibiliza-se abaixo o vídeo do filme "Diário de um Skin"(2005), em espanhol, baseado no livro do jornalista Antonio Salas(pseudônimo) sobre o (sub)mundo neonazi na Espanha.

O filme baseado no livro homônimo, serve de referência para entender o fenômeno em questão, pois o padrão de ação desses bandos são muito parecidos apesar das diferenças nacionais e regionais, fora o absurdo da "transposição ideológica"(se é que há um termo apropriado pra explicar a bizarrice) de um movimento fascista de cunho alemão em sua origem, com toda simbologia original referente à Alemanha (do regime nazi), pra bandos de países de diferentes, com composições étnicas diversas, diferentes contextos históricas etc.

Há outro vídeo(que será colocado depois) de um pequeno documentário sobre o Antonio Salas e as filmagens originais desses bandos.

Mas voltando ao filme, o vídeo não tem legenda em português(pelo menos no Youtube) mas creio que pra quem fala português conseguirá assistir o vídeo sem 'tantos problemas' apesar das diferenças dos idiomas. O filme está dividido em 9 partes no Youtube, as demais partes seguem nos links abaixo do primeiro vídeo(referente à primeira parte), em sequência.



Diário de um skin - parte 2
Diário de um skin - parte 3
Diário de um skin - parte 4
Diário de um skin - parte 5
Diário de um skin - parte 6
Diário de um skin - parte 7
Diário de um skin - parte 8
Diário de um skin - parte 9

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O CODOH precisa de dinheiro

O erroneamente nomeado "Comitê para o Livre Debate sobre o Holocausto" agora saúda os visitantes de seu site com um pedido de ajuda.

Screenshot(captura de imagem de tela) tirado esta manhã (clique para aumentá-lo):



Doações, alguém?

No dia que o CODOH começar a cumprir sua promessa de debate aberto e de troca de ideias livremente (duas coisas que estes "revisionistas" hipócritas temem tanto quanto vampiros à luz do sol), outras pessoas além dos odiadores de judeus e/ou viúvas/adoradores de Hitler poderiam estar dispostos a ajudar.

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2010/11/codoh-needs-money.html
Texto(inglês): Roberto Muehlenkamp
Tradução: Roberto Lucena

Comentário: o título do post também poderia ser '"Revisionismo" em tempos de crise global', pois também seria adequado. Em todo caso, resta saber se a trupe fanática "revi", com sua verborragia habitual na rede, irá deixar seus gurus do Codoh minguarem junto com a indústria do negacionismo.

Ver também:
A implosão do CODOH

sábado, 27 de novembro de 2010

Museu de Auschwitz lançará site sobre o Holocausto

Berlim, Alemanha.- Um programa de estudos sobre o Holocausto e o antigo campo de extermínio de Auschwitz, estará online a partir de amanhã, quinta-feira, com informação confiável e completa desse episódio da Segunda Guerra Mundial.

Trata-se de um projeto piloto de ensino que tem por objetivo educar sobre a perseguição e o assassinato sistemático e organizado de milhões de judeus por parte do regime nazi, anunciou o Museu de Auschwitz.

Segundo o website do Museu, o programa - elaborado em colaboração com o Centro Internacional de Educação sobre o Holocausto e Auschwitz - está sendo desenhado para ajudar as pessoas a entenderem melhor essa passagem da história ante os desafios do mundo moderno.

Os conteúdos do programa, cuja primeira fase será na Polônia através de uma plataforma da web, dividem-se em duas partes, uma sobre o Holocausto e a outra sobre o campo de extermínio, construído durante a Segunda Guerra Mundial pela Alemanha nazi no sul da Polônia ocupada.

Ali, pereceram aproximadamente 1.1 milhão de homens, mulheres e crianças judias, incluindo uma grande maioria de diversos países da Europa, entre 1940 e 1945.

O projeto nasceu da necessidade de conhecimento confiável e completo, respaldado pela autoridade do museu sobre esse capítulo da história, já que “na internet há informação pouco confiável e falsa, ou com frequência incompleta”, pontualizou o Museu.

Fonte: Notimex/Provincia(México)
http://www.provincia.com.mx/24-11-2010/102647
Tradução: Roberto Lucena

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

David Irving - Visita de negacionista pró-nazi à Polônia gera polêmica

Visita de "historiador" à Polônia que nega holocausto gera polêmica

Varsóvia, 21 set (EFE).- A presença na Polônia do polêmico "historiador" britânico David Irving, conhecido por negar o Holocausto, como guia de um grupo de turistas por locais emblemáticos da Segunda Guerra Mundial, foi classificada de "escandalosa" por várias organizações locais.

De hoje até o fim do mês, Irving acompanhará vários "amantes da história" britânicos e americanos em uma viagem com visitas previstas ao campo de concentração nazista de Treblinka, os restos do Gueto judeu de Varsóvia e a antiga prisão alemã de Pawiak.

Meios locais confirmam nesta terça que Irving chegou ontem à Polônia, embora não se saiba onde ele está e o número de turistas a quem contará sua visão particular do Holocausto, mas se sabe que cada um pagou cerca de 2 mil euros pelos seus serviços.

A visita de Irving não agrada ao país. ONGs já pediram às autoridades que impeçam sua permanência porque consideram "um insulto às vítimas da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto".

Estima-se que 6 milhões de poloneses morreram no conflito armado. Em 2006, Irving foi detido na Áustria e condenado por fazer apologia ao nazismo em discurso de 1989.

O britânico é autor de mais de 30 livros sobre o Terceiro Reich e é conhecido por suas teorias nas quais questiona a veracidade do Holocausto.

Fonte: EFE
http://www.google.com/hostednews/epa/article/ALeqM5iSLlHR_gVYCgjwPBUepJ7tjzJIuQ

terça-feira, 27 de abril de 2010

Livro alerta sobre a difusão do negacionismo do Holocausto

José Antônio Rosa - Cruzeiro On Line
Notícia publicada na edição de 18/04/2010 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 1 do caderno B - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.

(Foto)Créditos: Bruno Cecim
Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus: teorias que tentam relativizar o holocausto dos judeus

Há dez anos, quando lecionava na rede particular, o sorocabano Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus, hoje com 33, encomendou aos alunos um trabalho sobre o holocausto e seus desdobramentos. A ideia era fazer com que os jovens, pesquisando, refletissem sobre um dos mais marcantes fatos da história do século passado. Tão logo começou a receber o material produzido pelos estudantes, o professor foi tomado de surpresa: praticamente todos os textos tomavam por base levantamento feito na internet, mais precisamente postagens de um site mantido pela Editora Revisão.

A empresa, localizada em Porto Alegre, pertence a Siegrfied Ellwanger, um descendente de imigrantes alemães que adotou o pseudônimo de E. Castan. Reproduzir, a partir de comandos (o tão falado “control c” e “control v”), informações que circulam pela rede mundial de computadores não constitui novidade, mesmo sendo uma prática reprovável do ponto de vista ético e acadêmico. O que assustou Carlos Gustavo foi saber que Castan é um dos mais ativos propagadores da teoria negacionista, segundo a qual, o massacre de judeus, durante a Segunda Guerra, não teria ocorrido.

Pior, ele conta, foi constatar que os adolescentes identificaram-se com os conceitos. Muitos deles chegaram a acreditar que os crimes não foram cometidos, que as torturas aplicadas tinham fundamento. Algumas discussões em sala de aula revelaram que parte da classe dava como certa a informação de que os milhões de prisioneiros mantidos em campos de concentração morreram vítimas de um surto de tifo. Que as câmaras de gás seriam lugares onde submetiam-se ao processo de desinfecção.

A experiência fez com que o sorocabano decidisse aprofundar os estudos e escolhesse o assunto como tema da tese da pós-graduação em História que cursou na Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Assis. O resultado da investida, intitulada “Anti-semitismo e nacionalismo; negacionismo e memória”, ganhou a forma de livro. No trabalho, Carlos Gustavo discute a expansão da corrente de pensamento no Brasil a partir, principalmente, da atuação de E. Castan e sua editora. No percurso que fez para estudar o fenômeno, o professor usou muito do senso investigativo e chegou a viajar até Porto Alegre onde avistou-se com o próprio Ellwanger.

Na entrevista, ele reafirmou suas convicções e contou jamais ter testemunhado qualquer episódio relacionado àquilo que prega. Ou seja: tudo o que a editora Revisão (que ele criou) divulga apóia-se em relatos e documentos que lhe foram entregues por familiares, estes, sim, vinculados ao regime nazista. Castan mantém na casa onde mora uma gráfica onde são rodados os livros de sua autoria. Todos, rigorosamente, versam sobre o negacionismo e servem de cartilha para aqueles que, conforme Carlos Gustavo, endossam a cultura da intolerância. Com o advento da internet, a Revisão passou a propagar suas mensagens de forma mais ampla.

Por conta disso, passou, também, a ser mais visada. Há alguns anos, o Ministério Público ingressou com ação para enquadrar Castan como autor do crime de racismo. O embate jurídico chegou ao Supremo Tribunal Federal e suscitou outra questão: até que ponto o direito de se expressar, assegurado pela Constituição, pode ser exercido com liberdade? Em sua defesa, o responsável pelas mensagens de fundo anti-semita alegou que nada mais fez do que externar sua opinião. Carlos Gustavo teve acesso à papelada. Leu pilhas de documentos e páginas do processo que, ao final, impôs ao acusado a pena de prisão de três anos. Ele, no entanto, cumpriu a pena em liberdade, por conta da idade avançada.

Castan chegou, mais, a ter livros apreendidos em feiras das quais participou, entre elas a Bienal do Rio de Janeiro. Lá, por iniciativa da Federação Israelita do Estado, não pôde participar do evento. Um dos precursores do negacionismo no Brasil, Castan, mais recentemente, recorreu a estratégias para escapar do monitoramento de suas atividades. Uma delas consiste em retirar do site que hospeda na internet textos de conteúdo ofensivo. Carlos Gustavo reproduziu no livro algumas das páginas para comprovar a prática.

Numa delas, datada de maio de 2000, o autor faz um alerta às autoridades brasileiras para o “intento sionista” e condena programas de educação desenvolvidos em escolas sobre educação judaica e “holocausto”. Chama a isso de “intenção de manter, por mais cinquenta anos, a terrível Mentira do Século”.

Pesquisador acompanha grupo de skinheads

Para entender a motivação da corrente que insiste em negar as atrocidades praticadas contra o povo judeu, Carlos Gustavo saiu a campo. O foco do trabalho é o jovem e, com esse propósito, ele conseguiu acompanhar um grupo de skinheads da região metropolitana de São Paulo numa de suas noitadas. “Vi coisas estarrecedoras. Eles saem sem rumo e, do nada, agridem moradores de ruas, gente indefesa. Se o alvo pertencer ao que chamam de raça inferior, usam da violência simplesmente em nome da intolerância.”

É essa a reação que os teóricos do negacionismo esperam. Carlos Gustavo conta que, considerados gurus, eles trabalham para que mais seguidores alimentem a crença na existência de uma raça pura e em outros ideais. O perigo, adverte Carlos Gustavo, marca presença fora do país, a partir da extrema-direita. Na Áustria, o governo se alinha à doutrina negacionista, mesma orientação do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.

No Brasil, a cultura da intolerância ganha força de acordo com o estudioso. Embora não exista uma mapeamento estatístico, são muitos os registros de gangues de neo nazistas que se voltam não apenas contra judeus. “Negros, homossexuais e excluídos são também visados”, ele acrescenta. O combate ao negacionismo parte, conforme Carlos Gustavo, de uma urgente mudança de postura, sobretudo educacional: “É muito difícil lutar contra organizações que usam ferramentas poderosas, como a internet, para realizar seu intento”.

Mesmo assim, ele defende mecanismos de controle do uso de computador por jovens: “Os pais devem ficar atentos e acompanhar o que os filhos estão acessando na rede. Começar a mudar dentro de casa, pode ajudar”. O pesquisador sugere, mais, que os professores se municiem mais de conhecimento a respeito do assunto. “Infelizmente, a falta de preparo abre campo para que a geração de hoje não seja alertada como deveria sobre os riscos que corre.”

“Anti-semitismo e nacionalismo, negacionismo e memória” pode ser adquirido na Fundação Editora Unesp, pelo site www.editoraunesp.com.br, ao preço de R$ 30,00.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul
http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia.phl?editoria=42&id=285309

terça-feira, 20 de abril de 2010

A Parafernália do Ódio

O rastro de ódio e racismo difundido pela direita radical.

Grupos de extrema-direita retomam força nos EUA no governo Obama

Ideologias ultraconservadoras voltaram a ganhar terreno nos Estados Unidos após a eleição de Barack Obama como primeiro presidente negro do país, em um movimento que analistas identificam como uma reação raivosa de parte dos norte-americanos à crise econômica, às políticas liberais do domocrata e às alterações demográficas que afetam a região.

De acordo com um relatório recente da organização de defesa dos direitos humanos Southern Poverty Law Center (SPLC), as três grandes alas da direita radical (os chamados grupos de ódio, grupos nativistas extremistas e organizações patriotas) cresceram juntas mais do que 40% no último ano, atingindo a marca de 1.753 agrupações organizadas.

A primeira categoria, os chamados grupos de ódio, se refere às agremiações que proclamam de alguma maneira a inferioridade de um determinado grupo que eles enxergam como diferente. Os alvos mais frequentes dos grupos de ódio são os negros, os judeus, os homossexuais e os imigrantes; em geral, compartilham a crença na superioridade do homem branco protestante (veja tabela abaixo).

Segundo os dados do relatório do SPLC, o número de grupos de ódio cresceu 55% na última década, atingindo a marca de 932 organizações ativas, distribuídas por todo o território dos Estados Unidos, como mostra o mapa abaixo.

Mapa da distribuição atual dos grupos de ódio no território dos Estados Unidos
Os chamados "hate groups" são agremiações de extrema-direita com ideologias que combinam racismo, xenofobia e homofobia (mais detalhes na tabela que aparece ao final do texto). Passe o mouse para conhecer o número exato de grupos de ódio em cada Estado, segundo o SPLC

A segunda grande ala, os nativistas extremistas, contempla os grupos que vão além da discussão sobre políticas públicas e enfrentam abertamente os imigrantes, segundo a definição apresentada no relatório. Em um ano, o número de células com essas características cresceu de 173 para 309.

No entanto, o maior aumento se deu entre os chamados grupos patriotas, que saltaram 244% desde que Obama tomou posse. Essas organizações acreditam que lhes cabe a tarefa de proteger a sociedade civil dos planos secretos do governo, e alimentam teorias conspiratórias a esse respeito.

Uma dessas teorias – que ganhou repercussão com o jornalista Glenn Beck, da Fox News – prega que o governo Obama estaria organizando campos de detenção secretos para eventualmente prender os cidadãos e impor uma “nova ordem mundial” de caráter totalitário. Uma outra preocupação dos grupos patriotas é a suposta ameaça dos mexicanos, que estariam organizando secretamente “la reconquista” dos territórios tomados na formação dos Estados Unidos.

Essas teorias conspiratórias seriam apenas histórias extravagantes se não fosse o elemento paramilitar desses grupos, as milícias armadas, cuja função seria “defender” os cidadãos do governo. Dos 512 grupos patriotas ativos, 127 são milícias, segundo o SPLC.

Site da "white boy society", exemplo de grupo nacionalista branco nos EUA, destaca suposta porcentagem de brancos no mundo. Grupo defende a tarefa de construir países "100% brancos"

Descontando a frustração no "outro"
Os organizadores do levantamento explicam que tais agrupamentos ganharam força com a frustração, amplamente difundida, “com as mudanças demográficas no país, o aumento da dívida pública, a problemática economia e a sequência de medidas promovidas pelo presidente Obama tachadas de ‘socialistas’ ou ‘fascistas’ por seus oponentes”.

Na prática, esses grupos são compostos de cidadãos brancos que reivindicam a herança do que eles classificam como valores tradicionais perdidos pela América e culpam o elemento “diferente” – negros, judeus, gays e os imigrantes – por todos os problemas que o país enfrenta.

O organizador da pesquisa, Mark Potok, apontou em entrevista coletiva veiculada pelo site do SPLC que, nesse contexto, a explosão de novos grupos extremistas durante o primeiro ano de governo Obama não é coincidência.

“O presidente é um homem negro”, destaca o pesquisador, lembrando que foram descobertos diversos planos para assassinar o líder político desde a noite em que foi nomeado como candidato do partido democrata, em 2008. “A maioria dos casos de terrorismo doméstico está vinculada com a figura de Obama.”

A crise econômica e a alteração do perfil demográfico dos Estados Unidos - que tem cada vez mais latinos em sua população - forneceram combustível para o preconceito e para as teorias conspiratórias dessas alas de ultradireita.

“[Os grupos de ultradireita] não são o fim da nossa democracia, mas essa é uma coisa que deve ser levada a sério, é um movimento que deve ser considerado”, conclui o pesquisador.

Análise do SPLC identifica 12 grandes agrupações de ódio direitistas

Antigays | São grupos que se opõem a direitos iguais para homossexuais; ganharam mais poder nas últimas três décadas.



Anti-imigrantes | Os xenófobos estão entre os grupos de direita mais violentos dos EUA; proliferaram na década de 1990.



Catolicismo tradicional radical | Talvez o maior grupo antisemita norte-americano; é rejeitado pelo Vaticano.



Identidade Cristã | Teologia racista e antisemita; ganhou influência na década de 1980.




Ku Klux Klan | Com uma longa história de violência, é o mais famoso – e mais velho – grupo extremista norte-americano. Embora os negros sejam seu alvo principal, também ataca judeus, imigrantes, gays e, até recentemente, católicos.



Nacionalistas brancos | Alegam a inferioridade dos grupos não-brancos. Outros grupos extremistas, como skinheads, racistas e neonazistas, compartilham dessa ideologia.



Negação do Holocausto | Negam ou minimizam a importância do genocídio metódico de judeus realizado pelos nazistas. Frequentemente se amparam em linguagem pseudoacadêmica e preferem a denominação “revisionistas históricos”.



Neoconfederados | Termo usado para descrever revisionistas partidários da Confederação. Dizem perseguir sentimento cristão e vínculo com a terra natal que a América teria perdido.



Neonazistas | Grupos inspirados na ideologia nazista alemã. Acreditam que os problemas da nação se devem ao controle dos judeus sobre o governo, as instituições financeiras e a mídia.



Músicos racistas | Grupos musicais de vários gêneros que gravam e distribuem canções que pregam a supremacia branca.



Separatistas negros | Defendem instituições – e até mesmo países – separados para brancos e negros. Muitas formas de separatismo negro se vincula com ideais antibrancos e antijudeus.



Skinheads racistas | Elemento particularmente violento do movimento supremacista branco, frequentemente chamados de “a tropa de choque” da esperada revolução.



Fonte: Southern Poverty Law Center. Cada logotipo representa um grupo particular dentro das categorias gerais

Thiago Chaves-Scarelli
Do UOL Notícias
Em São Paulo

Fonte: UOL Notícias
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2010/03/20/grupos-de-extrema-direita-retomam-forca-nos-eua-durante-governo-obama.jhtm

quarta-feira, 24 de março de 2010

Cresce o número de sites que pregam o racismo e ataques terroristas

De acordo com o relatório "Digital Terrorism and Hate 2010", foram encontrados cerca de 11,5 mil endereços, redes e fóruns do gênero.

O número de sites e redes sociais utilizados para propagar o ódio, racismo e atividades terroristas cresce no mundo, revela estudo divulgado pela organização internacional de direitos humanos Simon Wiesenthal Center.

De acordo com o relatório intitulado "Digital Terrorism and Hate 2010", foram encontrados cerca de 11,5 mil endereços, redes e fóruns que pregam a intolerância – 20% a mais do que o conteúdo encontrado no ano passado.

Na avaliação da entidade, essa quantidade pode ser apenas uma fração do número real de sites e páginas existente.

Foram encontrados na última vistoria um jogo online que permite bombardear as vítimas do terremoto no Haiti, um fórum comparando homossexuais a ratos e vermes, um leilão de um anel supostamente retirado de um prisioneiro de campo de concentração durante o Holocausto, entre outros.

Com a expansão das redes sociais e dos sites de postagem de vídeos, este tipo de conteúdo tornou-se popular, uma vez que sua disseminação se dá por um processo mais rápido, avalia a organização. Para a entidade, o Facebook é um dos locais que mais agregam grupos empenhados em ataques às minorias.

O relatório completo da Simon Wiesenthal Center é distribuído em CD-ROM para agentes policiais e agências governamentais.

Fonte: IDG Now!
http://idgnow.uol.com.br/internet/2010/03/23/cresce-o-numero-de-sites-que-pregam-a-intolerancia/

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Hungria aprova lei que penaliza negação do Holocausto

O Parlamento da Hungria aprovou nesta segunda-feira em Budapeste uma lei que penaliza a negação do Holocausto na Segunda Guerra Mundial com até três anos de prisão. Segundo a lei, que foi proposta pelo governante partido social-democrata, negar em público o Holocausto ou apresentá-lo "como algo insignificante" poderá ser uma infração passível de pena.

Para os social-democratas, a lei é necessária na Hungria devido ao crescente antissemitismo na vida cotidiana. Entretanto, a maioria social-democrata no Parlamento rejeitou a proposta da oposição conservadora que previa a penalização da negação dos "crimes contra a humanidade dos regimes nacional-socialistas e comunistas".

Estiveram presentes à votação de hoje representantes das organizações judaicas do país, assim como sobreviventes do Holocausto. Durante a Segunda Guerra Mundial, quase 600 mil dos 800 mil judeus húngaros foram assassinados pelos nazistas.

A maior parte destas pessoas foram deportadas e assassinadas em campos de extermínio de Áustria, Alemanha e Polônia, principalmente no campo polonês de Auschwitz. Apenas 130 mil judeus húngaros sobreviveram ao Holocausto. Atualmente, a comunidade judaica do país conta com cerca de 100 mil pessoas.

Fonte: EFE
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4279373-EI8142,00-Hungria+aprova+lei+que+penaliza+negacao+do+Holocausto.html

sábado, 20 de fevereiro de 2010

A Serpente na rede: extrema-direita, neofascismo e internet na Argentina

Como não é possível saber se é permitido reproduzir na íntegra o conteúdo do site, fica aqui a indicação do link de um texto sobre neofascismo/nazismo na Argentina e sua ação na internet nos dias de hoje:

Título: A Serpente na rede: extrema-direita, neofascismo e internet na Argentina
de Fábio Chang de Almeida

Palavras-chave: Neofascismo; Internet; Argentina.
Link pro texto: Vestígios do Passado

Resumo: O aumento no número de incidentes violentos relacionados com a extrema-direita é uma realidade mundial. Diretamente relacionado com este panorama, está o avanço na utilização da internet por grupos neofascistas. Na América Latina, a Argentina é o país que hospeda o maior número de sites desta natureza. A compreensão deste fenômeno deve passar pela análise da longa trajetória do pensamento da extrema-direita naquele país.

E sobre a situação do neofascismo/nazismo(extrema-direita) e negacionismo do Holocausto no Brasil, fica a indicação do link contido no seguinte post:
Título: Intolerância e Negacionismo: Sérgio Oliveira e Revisão Editora
de Odilon Neto

sábado, 5 de dezembro de 2009

Crimes raciais na internet serão debatidos nesta quarta-feira (9)

sexta-feira, 4 dezembro, 2009 20:06

As questões relativas a crimes raciais na internet, em especial a proliferação de sites neonazistas, serão debatidas pela Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta quarta-feira (9/12/09). A reunião, que está marcada para às 15 horas, no Auditório, foi solicitada pelos deputados João Leite (PSDB), Doutor Rinaldo (PSL) e pela deputada Maria Tereza Lara (PT).

De acordo com a assessoria do deputado João Leite, a realização do debate foi motivada por denúncias apresentadas pela Federação Israelita de Minas Gerais, apontando o aumento das comunidades virtuais e sites que incitam crimes raciais, principalmente de cunho neonazista. Ainda segundo informações da entidade, a incidência de criação destas páginas na internet tem crescido tanto no Brasil quanto no exterior.

Os parlamentares pretendem, ainda, ampliar o debate sobre o Projeto de Lei Federal 89/03, que dispõe sobre os crimes cibernéticos, assim como conhecer os trabalhos realizados pela Comissão Especial criada na Câmara dos Deputados, para tratar dos crimes raciais no País.

Convidados - Para a reunião foram chamados o senador da República Eduardo Azeredo, relator do PL 89/03; os deputados federais Marcelo Itagiba e Alexandre Silveira de Oliveira, membros da Comissão Especial dos Crimes Raciais na Câmara dos Deputados; o procurador-chefe da República em Minas Gerais, Tarcísio Humberto Parreiras Henriques Filho; o superintendente Regional da Polícia Federal, Jerry Antunes de Oliveira; o comandante-geral da PMMG, Cel. PM Renato Vieira de Souza; o chefe da Polícia Civil, Marco Antônio Monteiro de Castro; o presidente da Federação Israelita de Minas Gerais, Silvio Musmann; e a antropóloga, mestre e doutoranda em Antropologia Social e membro da Associação Brasileira de Antropologia e da Latin American Jewish Studies Association, Adriana Abreu Magalhães Dias.

Fonte: Assessoria de Imprensa da ALMG
http://www.farolcomunitario.com.br/mg_005_0912.htm

domingo, 15 de novembro de 2009

Crimes de ódio na rede, onde denunciar - Acordo Polícia Federal e Safernet

SaferNet e Polícia Federal lançam formulário integrado de denúncias on-line

COLETIVA DE IMPRENSA
Hoje (12/11), às 15h, Edifício sede da Polícia Federal, em Brasília

SaferNet e Polícia Federal lançam formulário integrado de denúncias on-line
Internautas poderão denunciar
, de forma anônima, conteúdos suspeitos de pornografia infantil, crimes de ódio e de genocídio

Brasília, 12 de novembro de 2009 – A partir de hoje, internautas que se depararem com conteúdos suspeitos de pornografia infantil, crimes de ódio e de genocídio poderão denunciar, de forma anônima, as páginas eletrônicas por meio de formulário on-line disponibilizado no site do Departamento da Polícia Federal (http://www.dpf.gov.br/). O lançamento do novo sistema ocorrerá durante Coletiva de Imprensa, no Edifício-Sede da Polícia Federal em Brasília, logo mais às 15h.

As denúncias serão processadas pelos sistemas da SaferNet, responsável pela centralização do recebimento, processamento, encaminhamento e monitoramento on-line de notícias de crimes contra os Direitos Humanos praticados pela Internet. O novo formulário de denúncias é fruto de Termo de Cooperação assinado entre o Departamento de Polícia Federal, Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Comitê Gestor da Internet no Brasil e SaferNet durante o III Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, no ano passado.

Um dos objetivos do Termo de Cooperação é centralizar as denúncias de pornografia infantil, crimes de ódio e de genocídio de modo a agilizar o fluxo do processamento e encaminhamento das denúncias, bem como a investigação por parte dos agentes federais, a identificação de autoria e possível punição de criminosos que utilizam a Internet para praticar atos ilícitos.

Antes da implantação do novo sistema desenvolvido pela equipe de Tecnologia da Informação da SaferNet, a análise de denúncias por parte da Polícia Federal era realizada manualmente. A nova ferramenta permitirá a filtragem automática dos registros de possíveis crimes, contribuindo para otimizar os procedimentos, evitar duplicidade e agilizar a investigação dos crimes cibernéticos contra os Direitos Humanos no país.

Durante o lançamento do novo sistema, representantes do Departamento da Polícia Federal e da SaferNet estarão à disposição da imprensa para fornecer mais informações sobre a parceria, incluindo os últimos indicadores e estatísticas do problema no país.

SERVIÇO

O que: Coletiva de Imprensa – Lançamento de novo sistema de denúncias on-line

Quando: Hoje, 12 de novembro, às 15h

Onde: Edifício sede da Polícia Federal, SAS Quadra 06, Lotes 09/10, Brasília/DF

Contatos:

Assessoria de Comunicação da SaferNet Brasil

Daniela Silva (danielasilva@safernet.org.br)
Lenina Uzeda (leninauzeda@safernet.org.br)

Telefones: 71 3235-5910 / 71 9136-1618

Saiba o que é:

PORNOGRAFIA INFANTIL

Pornografia infantil, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, compreende qualquer situação que envolva menores de 18 anos (criança ou adolescente) em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais dos mesmos para fins primordialmente sexuais.

A legislação brasileira considera crime relacionado à pornografia infantil diversas condutas, dentre as quais, destacam-se: adquirir, possuir ou armazenar, oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático (p. ex. a Internet), fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso.

CRIMES DE ÓDIO

São considerados Crimes de Ódio a prática, indução ou incitamento à discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, assim como a fabricação, comercialização, distribuição ou veiculação de símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo.

GENOCÍDIO

É considerado crime de genocídio qualquer ação humana que visando à tentativa de destruir, de forma intencional, no todo ou em parte, determinado grupo de nacionais, em razão de diferenças étnicas, raciais ou religiosas, causa, em relação a membro(s) do grupo, homicídios, lesões graves à integridade física ou mental, submete intencionalmente à condições de existência capazes de ocasionar-lhes a destruição física ou parcial; adota medidas destinadas a impedir nascimentos, transfere forçadamente crianças para outro grupo, bem como incita, direta e publicamente, alguém a cometer qualquer uma das ações acima relacionadas.

Fonte: Assessoria de Comunicação SaferNet Brasil
Autor: Equipe de Comunicação
Veículo de Imprensa: SaferNet Brasil

Para quem quiser ler matéria no site da Safernet:
http://www.safernet.org.br/site/noticias/safernet-pol%C3%ADcia-federal-lan%C3%A7am-formul%C3%A1rio-integrado-den%C3%BAncias-line

Observação importante: quem reside fora do Brasil também pode denunciar à Safernet quaisquer das atividades citadas acima se por ventura encontrar na rede ou em redes sociais.

Formulário de denúncia no ar:
http://nightangel.dpf.gov.br

Pra quem quiser checar o link no site da Polícia Federal segue abaixo a página da PF(há um logotipo pro link "nightangel"):
http://www.dpf.gov.br

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