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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Testemunho de Eliezer Eisenschmidt, Sonderkommando (sobre remoção de cadávares nas câmaras de gás)

Trecho extraído da página 229 do livro "We Wept Without Tears: Testimonies of the Jewish Sonderkommando from Auschwitz", de Gideon Greif.

Testemunho de Eliezer Eisenschmidt, Sonderkommando.

Da edição em inglês:
In the meantime, what was happening in the gas chambers?

After the people were asphyxiated from inhaling the gas, the doors were opened for ventilation [27] and afterwards the bodies were brought out and taken back to the undressing room.

Who took the bodies out of the gas chambers?

We removed one or two bodies by hand. Sometimes we used a long stick; we grabbed the body by the neck and pulled it out. It was better to use the stick than our hands, since many of the victims soiled themselves as they were being killed. [28] So we didn’t want to touch the corpses with our hands; instead, we preferred to take them out with the stick. After the bodies were treated in the undressing room, they were taken to the furnaces. All the Sonderkommando prisoners took part in removing bodies from the gas chambers. Even those who usually worked elsewhere: the one who did gardening work in the crematorium yard or the one whose job was to bring coal to the furnaces. This was the most complicated and awkward work.
Tradução:
Nesse intervalo o que estava acontecendo nas câmaras de gás?

EE: Depois das pessoas serem asfixiadas ao inalar o gás, as portas eram abertas para ventilação [27] e, depois, os corpos eram levados para fora e levados de volta para a sala de se despir.

Quem levava os corpos para fora das câmaras de gás?

EE: Removíamos um ou dois corpos com as mãos. Às vezes, usávamos uma vara longa; pegávamos o corpo pelo pescoço e o puxávamos para fora. Era melhor usar a vara do que nossas mãos, uma vez que muitas das vítimas se sujavam quando estavam sendo mortas. [28] Portanto, não queríamos tocar nos cadáveres com as mãos; em vez disso, preferíamos tirá-los com a vara. Depois que os corpos eram tratados na sala de se despir, eles eram levados para os fornos. Todos os prisioneiros Sonderkommando participavam na remoção dos corpos das câmaras de gás. Mesmo aqueles que normalmente trabalhavam em outro lugar: como aquela pessoa que fazia o trabalho de jardinagem no pátio do crematório ou aquele cujo trabalho era trazer carvão para os fornos. Este era o trabalho mais complicado e difícil.
Fonte: We Wept Without Tears: Testimonies of the Jewish Sonderkommando from Auschwitz (livro)
Autor: Gideon Greif
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 8 de agosto de 2010

Zyklon-B e o Holocausto

Duas firmas alemãs, Tesch/Stabenow e Degesch, produziram o gás Zyklon B depois de elas terem adquirido a patente da Farben. Tesch fornecia duas toneladas por mês, e
Degesch três quartos de uma tonelada. As firmas que produziam o gás já tinham experiência extensiva em fumigação.
"Em suma, esta indústria usava gases muito potentes para exterminar roedores e insetos em espaços fechados; que ela agor devesse ter se envolvido em uma operação
para matar os judeus às centenas de milhares não é um mero acidente." (Hilberg, Commandant, 567)
Depois da guerra, os diretores das firmas insistiram que eles vendiam seus produtos para propósitos de fumigação e não sabiam que eles eram usados em humanos. Mas os promotores encontraram cartas da Tesch não apenas oferecendo suprimento de cristais de gás, mas também aconselhando como usar a ventilação e equipamento de aquecimento. Hoess testemunhou que os diretores da Tesch não podiam ajudar mas sabiam do uso de seu produto porque eles lhe vendiam o suficiente para aniquilar dois milhões de pessoas. Dois sócios da Tesch foram sentenciados à morte em 1946 e enforcados. O diretor da Degesch recebeu cinco anos de prisão." (Feig) (Veja também Breitman, 203-204, para uma discussão do envolvimento precoce de Heerdt-Lingler).

Da declaração de Hans Stark, que registrava novos desembarques, em Auschwitz (Klee, 255):
Em um outro gaseamento posterior - também no outono de 1941 - Grabner ordenou que eu despejasse Zyklon-B dentro da abertura porque somente um médico havia aparecido. Durante um gaseamento, Zyklon-B tinha que ser despejado através de ambas as aberturas da sala da câmara de gás ao mesmo tempo. Este gaseamento era também um transporte de 200-250 judeus, mais uma vez homens, mulheres e crianças. Uma vez que o Zyklon-B - como já mencionado - estava em forma granular, ele caía sobre as pessoas enquanto era despejado.

Elas então começavam a chorar terrivelmente porque agora sabiam o que estava acontecendo com elas. Eu não olhava através da abertura porque ela tinha que ser fechada assim que o Zyklon-B havia sido despejado. Depois de alguns minutos havia silêncio. Depois de passado algum tempo, pode ter sido dez a quinze minutos, a câmara de gás era aberta. Os mortos jaziam desordenados por todo o lugar. Era uma visão horrível.

* Maximillian Grabner, Chefe do Departamento Político, Auschwitz
Zyklon-B é um inseticida poderoso que serve como transporte para o gás ácido hidrociânico, ou HCN. Normalmente vem na forma de pequenas esferas ou discos. (Veja Breitman, 203, para mais detalhes sobre o uso precoce de gás em Auschwitz) HCN é a causa de morte após a aplicação de Zyklon-B. Ao interagir com ferro e concreto, cria compostos hidrociânicos, os quais Leuchter admitiu terem sido descobertos nas ruínas das câmaras de gás no Crematório II. Seus achados foram confirmados por achados do governo polonês.

HCN é extremamente venenoso para humanos. É usado em câmaras de execução por gás nos Estados Unidos; a primeira foi construída no Arizona em 1920.
- O negacionismo do Holocausto freqüentemente alega que a Alemanha nos anos 40 não podia lidar com as "dificuldades técnicas" inerentes ao uso de HCN para execução.
Como notado acima, essas "dificuldades" foram facilmente resolvidas em 1920. Além disso, os alemães tinham muita experiência com HCN, já que era usado extensivamente para despiolhamento.

Havia dois tipos de câmaras de gás em Auschwitz: aquelas usadas para despiolhar roupas ("câmaras de gás para despiolhamento") e aquelas usadas para matar pessoas em larga escala ("câmaras de gás de extermínio"). As cãmaras de gás de despiolhamento eram uma característica padrão, e foram deixadas intactas pela SS (as câmaras de gás de extermínio foram dinamitadas num esforço para esconder vestígios criminosos).
- O negacionismo do Holocausto afirma que, por que mais compostos hidrociânicos foram achados nas câmaras de despiolhamento de Auschwitz que nas ruínas das câmaras de gás de extermínio, os assassinatos em massa usando gás não podiam ter ocorrido ali, porque o inverso seria verdadeiro.
O HCN é muito mais eficiente em animais de sangue quente, incluindo humanos, que em insetos. O tempo de exposição (ao HCN) é muito maior em operações de despiolhamento que em gaseamentos de humanos. Isso significa que uma concentração muito menor é necessária para matar pessoas que para acabar com piolhos, etc. Em despiolhamento, concentrações de até 16.000 ppm (partes por milhão) são às vezes usadas, e o tempo de exposição pode ser de até 72 horas; enquanto 300 ppm matarão pessoas em quinze minutos.

Portanto, o HCN nas câmaras de extermínio dificilmente tinha tempo de formar compostos nas paredes. Enquanto alguns alegam que o gás precisaria de muito tempo para matar, porque ter-se-ia espalhado por toda a câmara, isso simplesmente não é verdade; as câmaras de gás não eram tão grandes (aquelas nos Crematórios II e III tinham cerca de 210 metros quadrados), e o Zyklon-B era jogado em quatro aberturas (ainda visíveis nas ruínas das câmaras de gás). Uma vez que a concentração usada era maior que a letal, a morte era bem rápida.

Além disso, as câmaras de despiolhamento estão intactas, enquanto as câmaras de extermínio foram dinamitadas (uma foto .GIF da câmara do Krema II está disponível). Portanto, suas paredes têm estado expostas aos elementos pelos últimos 50 anos. As ruínas das câmaras de gás do Krema II são cobertas com cerca de 3 pés de água durante certos períodos do ano; os compostos de HCN facilmente dissolvem nesses ambientes. Não obstante, ocorreram tantos gaseamentos que alguns dos compostos ficaram.

Resumindo, as paredes das câmaras de gás estavam em contato com HCN por um período muito mais curto que aquelas das câmaras de gás, e pelos últimos 45 anos estavam expostas a um ambiente que dissolve os compostos, enquanto as salas de despiolhamento não. Portanto é óbvio que menos traços dos compostos restariam neles.

Este fato - que todos os compostos, ou a maioria, se extinguiriam durante 45 de exposição - é claramente afirmado no relatório escrito pelos peritos do Instituto de Pesquisa Forense de Cracóvia. (Veja também The Leuchter FAQ).
- Os negacionistas do Holocausto uma vez alegaram que a câmara de gás no Krema I foi deixada intacta, e que portanto suas paredes não foram expostas aos elementos.
Mas - como eles mesmos admitem - a câmara de gás do Krema I foi usada somente por um curto períoso, e então alterada para abrigo anti-aéreo. Isto, e o fato de que "somente" cerca de 10.000 pessoas foram mortas lá dentro (comparado com 350.000 e 400.000 nos Kremas II e III) explica por que resta relativamente pouca quantidade de compostos de cianeto. Quanto aos Kremas IV e V, eles foram completamente destruídos pela SS antes de os soviéticos liberarem o campo.

Finalmente, compostos de cianeto foram encontrados nas grelhas de ventilação das câmaras de extermínio, provando acima de qualquer dúvida que gaseamentos aconteceram dentro delas.
- A alegação de que teria sido impossível o uso de câmaras de gás para matar, porque elas estavam muito perto dos fornos, e que o gás iria explodir, é encontrada com freqüência na literatura do negacionismo do Holocausto, e é uma das asserções do Relatório Leuchter.
A concentração de HCN necessária para causar morte é cerca de 200 vezer mais baixa que a que causa explosão. Embora os SS usassem uma concentração maior que a letal, ela era bem menor que aquela que causava explosão.

Como referência, pode-se olhar o "The Merck Index" e o "Manual CRC de Química e Física", ou consultar qualquer manual que trata da toxicidade e inflamabilidade de produtos químicos. Para o HCN, uma concentração de 300 ppm (partes por milhão) mata (partes por milhão) mata seres humanos dentro de alguns minutos, enquanto a concentração mínima que pode resultar em uma explosão é 56.000 ppm.
- Uma outra alegação comum é que leva 20 horas para ventilar uma sala que foi desinfetada com Zyklon-B, e que portanto os depoimentos de testemunhas oculares dando um tempo de 20-30 minutos de quando o gaseamento iniciava até quando os corpos eram removidos é impossível, porque as pessoas que removiam os corpos iriam morrer.
Se um prédio de uso comercial comum é desinfetado, não se dever entrar nele dentro de 20 horas. Tal número, entretanto, não tem sentido com relação às câmaras de extermínio, porque elas são forçadamente ventiladas. Quinze minutos são suficientes para trocar o ar. Quando a ventilação não era usada, o Sonderkommando (prisioneiros usados em trabalho forçado) que tiravam os corpos usavam máscaras.

Os alemães tinham plena experiência com gás, principalmente HCN, que era usado largamente para despiolhamento. Eles sabiam como trabalhar como ele sem se machucar. É absurdo usar o total de 20 horas neste contexto, que não considera ventilação forçada e leva em consideração um fator de enorme segurança. A SS não se preocupava muito com a segurança dos Sonderkommando que tinham que entrar nas câmaras de gás para remover os cadáveres. Além disso, o que torna a ventilação difícil e demorada é a presença de tapetes, móveis, cortinas, etc. Desnecessário dizer, estes não estavam presentes nas câmaras de gás - havia apenas concreto nu, tornando a ventilação rápida e eficiente. Se o "período de ventilação de 20 horas" acima fosse verdadeiro, isto significaria que os corpos das pessoas usando cianeto nas câmaras de gás nos Estados Unidos ficariam amarradas à cadeira até 20 horas depois de elas terem sido mortas...
- Outra alegação comum é que as "alegadas" câmaras de extermínio são na verdade necrotérios, e que o Zyklon-B era usado nelas como desinfetante.
Esta alegação parte do fato de que compostos hidrociânicos foram encontrados nas grelhas de ventilação das câmaras de gás nos crematórios II e III (a análise química efetuada pelo Dr. Jan Robel do Instituto Forense de Cracóvia em 1945, e foi parte da evidência no julgamento do comandante de Auschwitz Hoess). Isto prova que ocorreu gaseamento naquela câmara. O Zyklon-B não consegue matar bactérias anaeróbicas - ele mata somente organismos aeróbicos. Isso significa que seria inútil para desinfetar cadáveres.

Finalizando, considere o testemunho do soldado SS Hoeblinger: (Langbein)
Foi detalhado ao serviço de transporte e eu dirigi o Sanka [abreviação de Sanitatskraftwagen/caminhão médico] que tinha que carregar os prisioneiros...

Então nós dirigimos até as câmaras de gás. Os médicos subiram uma escada, tinham máscaras para gás lá em cima, e esvaziaram as latas. Eu consegui observar os prisioneiros enquanto eles estavam se despindo. Sempre procedia calmamente e sem que eles suspeitassem de qualquer coisa. Acontecia muito rápido.
Perceba a menção do soldado Hoeblinger sobre máscaras de gás - alguns negadores do Holocausto insistem que os homens SS que despejavam o gás seriam mortos por ele, o que leva a se especular sobre sua capacidade de leitura. Finalmente, a evidência inegável de que a SS ordenou que a Degesch removesse o odor indicativo, obrigatório sob a lei alemã, que fora adicionado ao Zyklon-B a fim de avisar seres humanos que a substância letal estava presente. Eu acredito que isso demonstrava clara intenção criminosa - a SS dificilmente teria removido o odor indicativo se eles tivessem pretendido, como o negacionismo insiste, usar o gás somente em insetos e cadáveres...(Veja farben.001. para mais informação sobre esta ordem da SS. Borkin, 123)

Leitura recomendada:

- Barrington,J.H., ed. The Zyklon B Trial: Trial of Bruno Tesch and Two Others. London, 1948, and Borkin (see Work Cited).
- Harmon, Brian. Technical Aspects of the Holocaust: Cyanide, Zyklon-B, and Mass Murder. (Ver camps/auschwitz cyanide.001), 1994
- United Nations War Crimes Commission. Law Reports of Trials of War Criminals. Vol. 1, London, 1947. See pp. 93-104

Fonte: Nizkor
http://www.nizkor.org/faqs/auschwitz/auschwitz-faq-06.html
Tradução: Marcelo Oliveira
Fonte da tradução: Lista holocausto-doc
http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/4564

Ver mais:
Zyklon-B - a toxidade do HCN(ácido cianídrico)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

São confiáveis as memórias de Hoess - Parte 2 - Hoess sobre gaseamentos e assassinatos em massa

(todos os grifos do tradutor)
Hoess escreveu sobre uma ordem secreta (29;155) dada no outono de 1941 para matar todos os comissários e políticos soviéticos nos campos. Esses indivíduos estavam constantemente chegando em Auschwitz. Hoess então reconta (30) como aconteceu o primeiro gaseamento de POWs soviéticos no porão do Bloco 11, a execução no bloco acontecia normalmente por tiro ou enforcamento, mas não por gaseamento. No entanto, este parece ser o primeiro gaseamento que aconteceu no Bloco 11 ou um dos dois gaseamentos.[16] O Bloco 11 era inapropriado para gaseamento porque levou dois dias para o ar sair do porão. Hoess, em seguida, afirma que o gaseamento dos POWs soviéticos foi transferido para o Crematório I. Os judeus (31) foram gaseados em outro lugar.

Hoess está sendo confiável? Um cartão de arquivo de POWs soviéticos no outono de 1941 mostra que 9.997 foram levados para o campo.[17] Os registros do necrotério de Auschwitz – não devem ser confundidos com os Livros de Mortos de Auschwitz[18] – mostram que 7.343 prisioneiros soviéticos morreram em quatro meses, de outubro de 1941 a janeiro de 1942, assombrosos 73%.[19]

Negadores do Holocausto argumentam que isso não foi o primeiro gaseamento de POWs soviéticos em Auschwitz.[20] Entretanto, em 1994, o Instituto de Pesquisas Forenses de Cracóvia fez um estudo exaustivo das estruturas de Auschwitz identificadas como câmaras de gás homicidas. O Instituto encontrou vestígios de HCN, o gás venenoso usado para assassinato em massa, no porão do Bloco 11, no local identificado por Hoess como o local do primeiro gaseamento. Além disso, o Instituto também apurou que existiam baixos níveis de HCN quando comparados com outros locais de gaseamento, justificando assim a afirmação de Hoess que os gaseamentos no Bloco 11 foram abandonados logo de início porque o local era inapropriado. O Instituto também encontrou HCN no Crematório I, onde Hoess afirmou que as operações de gaseamento dos POWs soviéticos foram transferidas.[21]


Hoess escreve (28) que ele teve um encontro com Adolf Eichmann, chefe da Gestapo do Escritório Judaico, “que me disse sobre os assassinatos por gases dos escapamentos de motores de vans e como eles tinham sido utilizados no Leste [o território ocupado Soviético] até agora.”


O negador do Holocausto David Irving obteve as memórias não publicadas de Eichmann. Estas memórias foram escritas antes dele ser capturado pelos israelenses, portanto não pode ser alegado que elas foram escritas sob coação. Irving cita o escrito de Eichmann em que ele estava em um ônibus e disse para o motorista “olhar através do olho mágico na parte de trás do ônibus para ver alguns prisioneiros sendo gaseados por gases do escapamento.”[22]


Irving tentou “escapar pela direita” sobre a admissão de Eichmann alegando que este foi um incidente isolado. Ele também tentou argumentar que as memórias de Eichmann acusam Hoess. Mas Irving sabia mais. A caracterização de Hoess nos papéis de Eichmann tinha sido confirmada por Irving antes dele se tornar um negador. Em 1977 Irving escreveu sobre a descoberta de um documento de 1941 mostrando que Eichmann tinha aprovado “uma proposta que estes [Judeus] que chegaram a Riga [na Letônia] deveriam ser mortos por caminhões de gaseamento.”[23] O memorando confirma em detalhes a descrição de Hoess do papel de Eichmann nesses assuntos. Trata-se de um memorando secreto do Assessor para Assuntos Judaicos do Ministério do Reich para Territórios Ocupados a Leste intitulado “A Solução da Questão Judaica”. Está escrito:
Favor informar que [Chefe Executivo do Escritório] Brack da Chancelaria do Fuehrer afirmou a sua disponibilidade para ajudar na construção das adaptações necessárias e aparelhos de gaseamento [Vergasungsapparate]. No momento não temos em mãos a quantidade suficiente de aparelhos, de modo que primeiramente devem ser construídos... Devo ainda salientar que [Major] Eichmann, o Assessor de Assunto Judaicos do Escritório Central de Segurança do Reich está em plena consonância com este procedimento. Segundo informação recebida aqui à partir de [Major] Eichmann, campos para os judeus serão construídos em Riga e Minsk...Dada a situação atual, os judeus que estão incapacitados para o trabalho podem ser eliminados sem reservas através da utilização do dispositivo de Brack.[24]
Hoess também escreveu (42) que testemunhou em Treblinka que grandes caminhões e tanques “foram ligados e os gases do escapamento eram alimentados por tubos para as câmaras de gás...” Este foi o método preferido de gaseamento em Treblinka, Belzec, Chelmno e Sobibor e vans de gaseamento que rondavam o território Soviético. Suas observações são confirmadas por um memorando “secreto” datado de 16 de maio de 1942 sobre as atividades nos territórios ocupados à partir de agosto do Tenente SS August Becker que relatou que “para chegar a um fim tão rápido quanto possível, o motorista pisa no acelerador ao máximo. Por isso as pessoas que vão ser executadas têm uma morte sofrida por asfixia e não cochilando como foi planejado.” Quatro semanas mais tarde, um memorando foi enviado do Escritório Central de Segurança do Reich pedindo “a transferência de 20 mangueiras de gás para três S-vans”, que estavam para ser usadas em um “transporte de judeus que serão tratados de forma especial quando chegarem semanalmente”.[25] Aproximadamente no mesmo tempo, outro relatório do Escritório Central de Segurança do Reich menciona que desde dezembro de 1941, “noventa e sete mil foram processados usando três vans.” O relatório menciona que “a fim de facilitar a rápida distribuição de CO [monóxido de carbono]...dois buracos...serão feitos no teto da parte traseira.” Afirma que o “tubo que liga o escapamento da van pode enferrujar, porque ele é deteriorado por líquidos que fluem nele.”[26]

Hoess escreve (44) que as câmaras de gás de Auschwitz foram decoradas com chuveiros, a fim de dar a impressão de um real local de banho. Uma lista de inventário das autoridades do campo para o necrotério 1 do Crematório III lista “14 chuveiros” e uma “porta hermética”.[27] Negadores ainda têm muita dificuldade para explicar porque razão um chuveiro e uma porta hermética deveriam estar em um necrotério. Hoess também escreveu (32,44) que removiam os dentes de ouro das bocas das vítimas de gaseamentos. Esse testemunho foi comum entre os sobreviventes. O documento de conclusão do Crematório II afirma que no porão onde existiam dois necrotérios era uma sala de processamento de ouro.[28] Dois meses antes, em 29 de janeiro de 1943, um destes necrotérios foi identificado como um “porão de gaseamento” em um relatório das autoridades de construção do campo.[29]

Hoess cita (32) que, no verão de 1942 cinco alojamentos foram construídos perto de dois bunkers. Os dois bunkers tinham sido convertidos em câmaras de gás na área arborizada do campo de Birkenau, conhecido como Auschwitz II, e eram usadas para assassinar judeus. Estas duas câmaras de gás precediam os quatro crematórios de Birkenau, que se tornaram operacionais em 1943 e também foram utilizados para gaseamento.(36) Os alojamentos eram utilizados como instalações de despir. Um memorando das Autoridades de Construção de Auschwitz de julho de 1942 solicita “quatro alojamentos [stuck baracken] para tratamento especial [Sonderbehandlung] dos prisioneiros em Birkenau.” Este documento é o primeiro a apoiar todos os testemunhos de testemunhas oculares sobre a existência dessas estruturas.[30] Hoess também escreveu (38) que o termo “tratamento especial” era uma denominação de Eichmann para os transportes de judeus para serem assassinados.


O termo “tratamento especial” era um bem conhecido termo nazista para camuflar a palavra assassinato. Em Auschwitz, dois relatórios que sobreviveram mostram que “tratamento especial” significava o desaparecimento de prisioneiros. Um relatório do campo de 8 de março de 1943 apóia Hoess na definição do significado do termo para assassinato dos transportes judaicos. O relatório afirma que em 5 de março um total de 1.128 judeus chegaram de Berlim. Apenas 389 desses presos foram admitidos no campo, enquanto o restante, mulheres e crianças receberam “tratamento especial”. Os registros dos arquivos de Auschwitz de 6 de março mostram que 389 homens e 96 mulheres foram registradas à partir deste transporte. O mesmo relatório afirma que, em 5 de março chegaram 1.405 judeus de Breslau. Este transporte, de acordo com o relatório, mostra 406 homens e 190 mulheres registradas, enquanto o restante recebeu “tratamento especial”. Os arquivos de registros de Auschwitz mostram 406 homens e 190 mulheres que foram admitidos neste transporte.


O mesmo relatório também afirma que, em 7 de março 690 prisioneiros chegaram de Berlim, dos quais 243 foram admitidos no campo, enquanto o restante – 30 homens e 417 mulheres – receberam “tratamento especial”. Os arquivos de registros de Auschwitz de 7 de março mostram que 243 chegaram de Berlim e receberam um número de registro.[31] Assim, em todos estes três transportes em que os prisioneiros receberam “tratamento especial”, estes desapareceram após a chegada em Auschwitz. Os dados obtidos nestes três transportes também apóiam a declaração de Hoess (35) , entre 25 e 30% dos recém-chegados foram considerados aptos e admitidos no campo.


Um relatório do campo de 8 de outubro de 1944 sobre a força de trabalho para o campo das mulheres em Birkenau afirma que em 7 de outubro havia 38.782 prisioneiros. Chegaram mais 8 totalizando 38.800. O relatório cita em seguida que foram reduzidos 2.394, com isso o total baixou para 36.406. Essas diminuições consistem de sete mortes naturais, oito que foram soltos, 1.150 transferidos e 1.229 sob o título de “SB”. Uma vez que este “SB” não pode significar morte natural, libertação ou transferência, só pode significar que estes prisioneiros foram mortos.[32]


Um dos exemplos mais recentes que emergem este termo com o gaseamento de prisioneiros é um memorando da Agência de Construção de Auschwitz datado de 29 de janeiro de 1943 que aborda os problemas com eletricidade no Crematório II. É citado: “O funcionamento está limitado às máquinas existentes (portanto, permitindo simultaneamente cremação com tratamento especial)”[33] Cremação só pode significar cremação de corpos. Este memorando afirma que, no Crematório II “tratamento especial” [ou seja, gaseamento] e cremação podem ocorrer simultaneamente. A data de 29 de janeiro é altamente significativa. Lembrar que neste mesmo dia, a mesma agência afirmou que existia um “porão de gaseamento” no Crematório II. A ligação de um tratamento especial com gás venenoso foi ainda estabelecida em um memorando de 26 de agosto de 1942 quando foi dada permissão para o campo de concentração de Auschwitz “para despacho de um caminhão de Dessau para carregar material de tratamento especial.” Dessau era onde o veneno Zyklon B era fabricado.[34] O Instituto de Pesquisas Forenses de Cracóvia, referido anteriormente, encontrou muitos vestígios de Zyklon B no porão do Crematório II.[35]


Assim, a descrição de Hoess do termo “tratamento especial” é confirmada em todos os seus aspectos essenciais. A expressão está ligada diretamente ao que aconteceu nos crematórios, o uso de gás venenoso e o desaparecimento de prisioneiros.

Notas desta parte:

[16] On page 30 Hoss gives the impression that this was the only gassing in Block 11, but later on (155-156) he suggests that there was another gassing at this block.
[17] Czech, Auschwitz Chronicle, 121.
[18] The Auschwitz Death Books are discussed in Chapters 4 and 10 of the source cited in note 6 above. They will also be discussed in a future study intended for this site entitled "Body Disposal at Auschwitz: The End of Holocaust Denial."
[19] Czech, Auschwitz Chronicle, pp. 102, 112, 120, 131.
[20] See denier Carlo Mattogno, "The First Gassing at Auschwitz: The Genesis of a Myth," 9 Journal of Historical Review No. 2 (Summer 1989), pp. 212-213. Mattogno actually provides a great deal of useful information to show that the gassing occurred, something that appears to have escaped Mattogno and the JHR. He argued that the first gassing did not occur because of contradictions in the eyewitness testimonies as to the date of the first gassing in the Fall of 1941. However, in light of the findings of the Cracow Institute, discussed below, the actual date is not as important as the event itself. Also, there may have been some confusion as to the first gassing because there could have been two gassings in Block 11 as suggested by Hoss (155-156).
[21] The report appeared in the Polish journal Z Zagadnien Sqdowych. z XXX 1994, pp. 17-27. An English translation appears at http://www.nizkor.org/hweb/orgs/polish/institute-for-forensic-research/. I have received written permission from the Institute to reproduce the study in an appendix in the source cited in note 6 above.
[22] David Irving, "The Suppressed Eichmann and Goebbels Papers," 13 Journal of Historical Review No. 2 (March/April 1993), p. 22.
[23] David Irving, Hitler's War (NY:1977), p. 330.
[24] NO-365 dated October 25, 1941. Translation in Gerald Fleming, Hitler and the Final Solution (Berkeley:1982), pp. 70-71. My thanks to the National Archives for providing me with a photocopy of the original document.
[25] The texts of both of these reports are in PS-501 in Office of the Special Counsel, Nazi Conspiracy and Aggression (Washington D.C. 1947), Vol. 3, pp. 418-422.
[26] Photocopy of the original German with an English translation in Eugen Kogon, Hermann Langbein and Adalbert Ruckerl, Nazi Mass Murder: A Documentary History of the Use of Poison Gas (Yale:1993), pp. 228-235.
[27] Jean-Claude Pressac, Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers (NY:1989), p. 429. Photocopy of the list on p. 430.
[28] Original text with English translation in ibid., p. 231.
[29] Text in ibid., p. 211. The German word "Vergasungskeller," gassing cellar, is underlined in the original report. The "gassing cellar" was Corpse Cellar I. See ibid., p. 212.
[30] Jean Claude Pressac, Les Crématoires d' Auschwitz: La Machinerie du Meurtre De Masse (Paris: 1993), p. 107, fn. 256. Pressac discovered this document in the Auschwitz Archives in Moscow. The eyewitness testimony is reproduced in Pressac, Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers, pp. 161, 164, 171, 181.
[31] Text of the report in Jeremy Noakes and G Pridham, Nazism 1919-1945 (Exeter:1988), Vol. 3, p. 1184. Registration data in Czech, Auschwitz Chronicle, p. 347.
[32] Text in Kogon, Langbein and Ruckerl, Nazi Mass Murder, p. 160.
[33] "Aktenvermerk Betr: Stromversorgung und Installation des KL und KGL" in Auschwitz [34] Archives From Moscow, File 502-1-26 Reel 20. My thanks to Aaron Kornblum of the United States Holocaust Museum for providing me with this and other documents from the archives.
[35] Text in Raul Hilberg, Documents of Destruction (NY:1971), pp. 220-221. Photocopy of the original in Death Books From Auschwitz: Remnants (London:1995), Vol. 1, Appendix, p. 144.
Source cited in note 21 herein.

Fonte: The Holocaust History Project
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/hoess-memoirs/; Link 2
Autor: Prof. John Zimmermann
Tradução: Leo Gott

Sequência:
São confiáveis as memórias de Hoess? - Parte 1 - Introdução
São confiáveis as memórias de Hoess? - Parte 3 - Hoess e a eliminação de corpos

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Respostas Técnicas e Históricas às declarações do Bispo Richard Williamson a Respeito do Holocausto - Parte 3

Bispo Williamson: Porque o gás cianeto é muito perigoso...se você...vamos supor que você colocou gás em uma câmara de gás lotada com 300 pessoas, e que eles, eles estão todos vestindo roupas, por exemplo, se eles estão vestidos com roupas é muito perigoso ir para retirar os corpos, porque um pouco de gás está preso na roupa e isso irá matar a pessoa. Ele é extremamente perigoso. Para...uma vez que você gaseou pessoas você tem que se livrar de...para evacuar o gás para poder entrar na câmara e usá-la.

Análise: É uma surpresa que um graduado pela Universidade de Cambridge na Grã-Bretanha seja tão desinformado sobre a Lei dos Gases. Para entrarem nesta prestigiada universidade, os alunos precisam ter uma pontuação elevada Nível-A nos exames. Este lugar tem uma grande importância sobre, entre outras coisas, os conhecimentos de química, física, matemática e história. Presumivelmente o Bispo Williamson tem pelo menos um nível-O de conhecimento nestes assuntos.

Embora seja verdade que o cianeto de hidrogênio (HCN) é um gás altamente venenoso. Também é verdade que segue todas as leis da física relativas aos gases. Cianeto de hidrogênio tem um peso molecular muito baixo (27.02), uma elevada pressão de vapor de 630mm Hg a 20o C, e uma baixa densidade de .90 (ou seja, mais leve que o ar). De acordo com a leis dos gases, ele dispersa quase que instantaneamente quando liberado em local fechado. A concentração será uniforme em todos os sentidos de qualquer espaço onde ele é liberado dentro de segundos. Roupas são porosas ao gás. Segundo a Lei de Difusão de Graham (ou efusão):

Gases sem nenhuma mudança de pressão, tanto em difusão quanto em todas as direções à partir de uma concentração inicial, espalham-se através de pequenos orifícios circulares em mistura a uma taxa que é inversamente proporcional à raiz quadrada da fórmula de peso das partículas de gás.


Foi simplesmente citado que a concentração de HCN seria exatamente a mesma, no espaço vazio ou espaço fechado, como seria nas roupas (se é que foram vestindo roupas) dos pobres coitados que estavam dentro daquele espaço. Os pequenos orifícios no tecido (espaços entre o material dos tecidos) asseguram que a concentração dentro ou fora dos tecidos seja exatamente a mesma. Isso significa que se o nível de gás nas câmaras de gás foi suficientemente seguro para as pessoas que entravam para remover os corpos, qualquer que seja “o gás que estivesse preso nas roupas”, também seria suficiente seguro. No caso dos crematórios 2 e 3, as câmaras de gás eram equipadas com poderosos sistemas de ventilação a fim de reduzir a concentração de gás no interior da câmara (e nas roupas) para garantir um nível seguro dentro de meia hora. Os crematórios 4 e 5 estavam acima do solo. Bastava abrir as portas das câmaras de gás para permitir que o gás dispersasse na atmosfera a uma taxa muito alta:

Em suas memórias Hoess disse que as portas das câmaras de gás, presumivelmente para os industrialmente eficazes Kremas II a V de Birkenau, poderiam ser abertas cerca de meia hora depois que o processo de ventilação tinha terminado. Um artigo de Richard Green e Jamie McCarthy apresenta um modelo matemático de dissipação do gás depois da ventilação, sendo consistente com as declarações de Hoess.

http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/not-the-science/

Tudo acima é discutível, naturalmente, uma vez que todas as descrições do processo de assassinato em Auschwitz-Birkenau (e em outros centros de assassinato empregando gás venenoso) descrevem que as roupas das vítimas eram removidas antes delas entrarem nas câmaras de gás, algo que o “especialista” Leuchter parece não ter encontrado.

Bispo Williamson: Para evacuar o gás é necessário uma grande chaminé, se a chaminé é muito baixa, o gás vai para o passeio e mata quem estiver caminhando por ele. Você precisa de uma chaminé grande. Eu esqueci quão alto ele diz que deve ser. Se você...se existiu uma chaminé alta, então a sombra...na maior parte do dia...a sombra iria direcionar ao chão e os fotógrafos aéreos aliados que sobrevoarm ao longo dos campos teriam pego a sombra desta chaminé. Nunca teve qualquer sombra dessas. Nunca teve tal chaminé; que, de acordo com o testemunho de Fred Leuchter, não poderia ter tido câmaras de gás.

Análise: Não era necessário qualquer chaminé, alta ou baixa, para dissipar HCN à partir da câmara de gás. Conforme a Lei dos Gases mencionada acima, qualquer gás tipo HCN liberado na atmosfera iria dissipar imediatamente e de maneira uniforme, tornando parte da atmosfera terrestre. Essa qualidade intríseca do gás explica que a cada vez que tem uma lufada de ar fresco, é respirada uma minúscula porção a cada respiração, isso para qualquer pessoa (ou animal) que já foi vivo. E, de fato, o mesmo ocorre com qualquer outro gás foi uniformemente disseminado na atmosfera desde a criação da Terra.

Se isso fosse verdade – o que decididamente não é – quando o HCN é liberado para a atmosfera “o gás vai para o passeio e mata quem estiver caminhando por ele”, então o mesmo seria válido para quase todos os gases venenosos. Homens, mulheres e crianças (incluindo o Bispo) iriam cair como moscas simplesmente por caminhar ao lado de uma estrada com veículos automotores que produzem abundantes quantidades do gás monóxido de carbono. Não há relatos na literatura científica mostrando que o monóxido de carbono foi “para o passeio e matou qualquer um que estava andando”, e nem que qualquer veículo do mundo tenha “altas chaminés” ligadas aos canos de descarga. Ainda, a gasolina utilizada nos motores dos veículos produz monóxido de carbono aos montes, e coincidentemente tem muitas características semelhantes às do HCN. Produção de gás mortal ocorre a toda hora e em qualquer parte da Terra.

Monóxido de carbono (CO), tem peso molecular de 28.01, HCN de 27.03; ambos os gases são mais leves que o ar: CO=0,976; HCN=0,90; ambos os gases são extremamente tóxicos para os seres humanos. Como que qualquer gás flutua até o passeio e mata “qualquer pessoa (que) passeia por ele”, o Bispo Williamson (e naturalmente o Sr.Leuchter) fariam muito bem em ler um simples tutorial sobre o comportamento dos gases.

Talvez Leuchter e o Bispo Williamson estão confundindo as características físicas do HCN com os de um produto conhecido como “gás mostarda”. Para que conste, o gás mostarda não é na realidade um gás, mas um líquido denso e oleoso:

Gás mostarda é um líquido oleoso de cor âmbar claro, com um ligeiro odor de mostarda/alho. Não é propriamente combustível. Seus vapores são mais pesados que o ar, são muito tóxicos, e podem ser absorvidos através da pele. Os efeitos da exposição ao material incluem cegueira que pode ser demorada. A exposição prolongada do recipiente ao fogo ou calor intenso pode causar uma violenta ruptura e explodir. Gás mostarda também é conhecido como dichlorodiethyl sulfide
[ou iperita].

National Oceanic and Atmospheric Administration


Embora o gás mostarda possa parecer um “gás” ele não é regido pelas Leis dos Gases. In use it is a finely dispersed heavier-than-air liquid. Como todos os aerossóis é afetado pela gravidade (que não é gás) e tende a cair lentamente na terra. Evapora a 215,5o C, e é dispersado como um nevoeiro. J. Bebie, Manual of Explosives, Military Pyrotechnics and Chemical Warfare Agents (Boulder, CO: Paladin Press, 1942)

HCN foi de cerca de 1870 até o advento do DDT e Warfarin, a forma mais eficaz e barata para fumigar e matar insetos nocivos, ratos e outras pragas. HCN foi – e continua a ser – usado em armazéns, porões de navio, pomares, casas e etc, nenhum destes com altas chaminés para se livrar do gás. Algumas precauções simples, que ainda serão discutidas neste trabalho, asseguram que os operadores desse processo não ficavam em risco. http://www.chemtutor.com/gases.htm

Bispo Williamson: Ele olha para a porta e diz: “A porta tem que ser absolutamente hermética”, senão o gás escapa e mata as pessoas que estão lá fora. As portas de câmara de gás que são mostradas aos turistas em Auschwitz não absolutamente herméticas. Absolutamente.

Análise: “Absolutamente”? O Bispo está se referindo à câmara de gás do campo principal de Auschwitz. Esta construção é conhecida como Crematório I (Krema I), que foi adaptado pelo exército polonês como bunker. O primeiro grande gaseamento de judeus com Zyklon-B – um nome comercial para o HCN – aconteceu neste bunker. Quando as instalações de gaseamento e cremação ficaram disponíveis em Birkenau, a câmara de gás e o crematório foram desmantelados, juntamente com uma grande chaminé usada como escapamento de gases em combustão, não HCN, que era anexa ao crematório. Os buracos, que eram introduzidos os grânulos de Zyklon-B contendo o gás venenoso foram fechados, e a construção foi convertida em uma espécie de abrigo anti-bomba. Uma nova porta de entrada à prova de gás foi colocada na parede da câmara de gás. O teto da ex-câmara de gás foi utilizado pelos SS para atividades sociais, como bailes e jantares. A decisão de mudar as atividades homicidas de Birkenau foi em parte porque a câmara de gás original estava localizada no campo principal de Auschwitz, e poderia ser facilmente observada pelos detentos do campo.

O exército soviético libertou Auschwitz em Janeiro de 1945 e mostraram como a câmara de gás era utilizada. Alguns anos mais tarde, quando as autoridades decidiram transformar Auschwitz e Birkenau em memorial aos mortos, realizaram a reconstrução da câmara de gás de Auschwitz, os fornos crematórios e a grande chaminé. Na reconstrução da câmara de gás a porta da ex-câmara de gás abria para o exterior (referido anteriormente) foi mantida para permitir aos visitantes entrar e sair. É esta a porta que o Bispo Williamson e Leuchter estão se referindo. Agora foi incorporado à porta uma vidraça, permitindo que a luz entre na câmara de gás e para que as pessoas não se chocassem ao entrar e sair. A questão da vedação da porta da câmara de gás que para ele tem que ser “absolutamente hermética” é uma frívola peça de ficção promovida por Leuchter. Embora essas portas que foram construídas possam ser encontradas em Birkenau, métodos muito mais simples foram empregados em Birkenau e até mesmo em impermeabilização de edifícios, porões de navio, casas particulares, pomares onde o HCN foi utilizado como fumigante. Uma vez que o HCN é um gás excepcionalmente venenoso, possa aparecer a surpresa de que ele tenha sido usado livremente por profissionais e donas de casa muito antes, e na verdade, na Segunda Guerra Mundial, com a finalidade de destruir insetos, roedores e outros animais nocivos. Alguns exemplos abaixo:

De: Fumigation Methods, Willis G. Johnson, Orange Judd Company, 1902, P.8

Em 1898 eu fui o primeiro a sugerir a utilização do gás HCN como remédio para a destruição de insetos em moinhos, elevadores e armazéns. O sistema tem sido aperfeiçoado sob a minha direção, e está agora em uso geral, neste e em outros países. Em 1900 eu demonstrei que o gás poderia ser usado em edifícios com perfeito sucesso e segurança, mesmo em distritos densamente povoados de uma cidade, quando adequadamente tratado, para a destruição de certas pragas, incluindo ratos e camundongos. A fumigação de ruas e ferrovias para destruir percevejos e outros animais nocivos é normalmente praticada em muitos lugares.O gás também é empregado para livras casas de pragas indesejáveis, mas em tais casos, deve ser manuseado com muito cuidado.


De Henley’s Formulas for Home and Workshop (PP.419-420): Originalmente publicado como Henley’s Twentieth Century Formulas, Recipes and Process © 1907

O uso de Cianeto de Hidrogênio para Exterminar Insetos Domésticos. As recentes bem sucedidas aplicações de HCN para o extermínio de insetos que infectavam estufas de plantas têm sugerido a utilização do mesmo remédio para pragas domésticas. Hoje é fato estabelecido que 1 ½ grão de 98% de cianeto de potássio puro em espaço de um pé cúbico, se permitido permanecer por um período não inferior a 3 horas, mata todas as baratas e insetos similares.

[...]

Os materiais utilizados e o método de procedimento são os seguintes... uma vasilha de vidro ou vaso de cerâmica (não metálicos) de 2 a 4 galões de capacidade, para cada 5.000 metros cúbicos de espaço a ser fumigado.[...] Distribua os potes de acordo com o espaço, e amarre cada ponta do pote com uma corda para um ponto comum perto da saída da porta...apoiar o cabo acima do pote através da parte de trás de uma cadeira...em tal posição que, quando a carga de cianeto de potássio for segura, irá pendurar diretamente sobre o centro do pote...Próxima consideração...cerca de 17 onças de 98% de cianeto de potássio puro...enrolar e colocar em uma sacola de papel até o final do cabo sobre o pote...coloque um pouco mais de ¼ de água [no pote] e...adicione 1 ½ quartilho de ácido sulfúrico...Feche todas as aberturas por fora...de modo que possa usar pela força...para alcançar os insetos. Ver se todas as entradas estão fechadas ou protegidas para evitar a entrada de pessoas...sair do local segurando os cabos. O gás sairá em poucos minutos, e deve permanecer no local por pelo menos 3 horas.

[...]

Ao final do tempo necessário para a fumigação, as janelas e portas devem ser abertas à partir do exterior para permitir que o gás saia do local antes da entrada de alguém.

[...]

Este método será muito bem aplicado na limpeza de edifícios antigos e de navios.


Tendas usadas para a fumigação de edificações fechadas, como segue:

De: Fumigation of Citrus Trees, Farmer’s Bulletin 923, Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, Março de 1918

Em fevereiro de 1906, uma série de experimentos de fumigação foi iniciado para testar a difusão de HCN em casas, com o objetivo de determinar a rapidez com que este gás se difunde, tanto em casas vazias como em caixas...

A capa foi dobrada até o final e foi aberta usando uma corda e uma roldana no outro extremo. Foram fechadas com tiras de feltro...The Ohio Naturalist [Vol, VII, No. 5]




A fumigação de edificações com HCN para a destruição de pragas é uma das mais importantes no campo de controle de insetos. Nenhum outro gás conhecido destrói tão rapidamente a vida de insetos, ao mesmo tempo, tem uma vasta gama de utilidade. O seu primeiro uso como inseticida foi em 1886 pelo falecido D.W. Coquillett, um agente deste departamento, para controlar certos insetos em árvores cítricas na Califórnia.



Material para as tendas devem ser de fios dos mais apertados quanto possível, comparativamente leves, e de resistência suficiente para prevenir de chuva quando as árvores estiverem sendo molhadas. Tendas de corpos pesados não são apenas difíceis de se manipular mas elas quebram os compartimentos, amassam frutas, e, além disso, não se encaixarão tão perto do chão ao redor das árvores, e assim permitirão a escapada rápida do gás. Os materiais agora de uso mais comum para barracas de lona são os de 6-onças e 7-onças de perfuração especial, de 8-onças com dupla-haste, e 7-onças e 8-onças de haste especial de tenda militar. Uma especial, próxima de tecido (entrelaçado), de 8-onças do Exército dos EUA é recomendada como superior para qualquer outra de lona para tendas de fumigação, tanto porque é forte e durável e retém o gás muito melhor que as outras cobertas com pano.

Fumigation of Citrus Trees, Farmer’s Bulletin 923,
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, Março de 1918.


Abaixo alguns excertos de:

FUMIGATION METHODS
Willis G. Johnson
©1902
Orange Judd Company, New York


Notar um bom e simples gerador de HCN, no local onde a fumigação por HCN foi realizada, e os métodos utilizados para selas as fendas e aberturas externas. Apesar destes projetos primitivos, não foi documentado nenhum incidente em que trabalhadores perderam suas vidas enquanto fumigavam porões de navio, casa particulares, quartéis, silos, carros ferroviários, estufas e etc.


(pág.115)



A sacola com cianeto é colocada na estante e o gerador em A, ao final da tábua de deslizamento, B. Esta tábua é empurrada para baixo inclinando, C, e quando a tábua exterior é puxada para baixo e mantido no mesmo local por uma porta deslizante. A estante sobre a qual está o cianeto é colocado em um pivô, como mostrado na figura. 69 em D. Projetando para cima da haste, E, formando uma armadilha. Quando a caixa for jogada por sobre a capa até à estante é que o cianeto é virado e despejado no gerador. Este dispositivo é simples e barato.


Preparações necessárias: em fumigação de moinho, elevador, depósito ou outro recinto contendo grãos armazenados ou produtos manufaturados, várias outras coisas devem ser levadas em consideração.


[...]

A edificação deve estar praticamente vedada, fechando todas as fendas e aberturas externas. Isto pode ser feito melhor colando tiras de papel comum sob as
fissuras. Atenção especial deve ser dada às janelas e portas, e elas devem ser cuidadosamente fechadas antes do gás ser produzido.

(páginas 164//)



p.164


“Os parafusos-olho devem estar firmemente fixados e somente os de boa qualidade devem ser usados. Os sacos com cianeto deve estar completamente fechados e suspensos nos potes antes do ácido e a água serem colocados neles. Um pequeno gancho para o fio, conforme mostrado na figura, pode ser usado, mas uma corda amarrada firmemente ao redor do pescoço do jarro gera menos problemas e é mais seguro. A cada saco de cianeto de três libras usar a medida de 4 ½ libras de ácido sulfúrico líquido e 6 ¾ libras de água.

Carros e navios – Não raramente carros ferroviários, automóveis e navios são infestados com vermes de vários tipos. Esses recintos podem ser facilmente fumigados com HCN, seguindo as instruções dadas agora. Na África do Sul, algumas empresas ferroviárias acharam oportuno fumigar seus vagões de passageiros para mantê-los livres de percevejos e outras pragas. Muitas vezes, navios são infestados de baratas, pulgas, percevejos e etc. O gás pode ser utilizado em tais lugares com perfeito sucesso na destruição das pragas. De qualquer forma, no recinto a ser fumigado as mesmas precauções e métodos utilizados para a manipulação e geração do gás deverão ser observadas.

Habitações e armazéns – Este gás também pode ser utilizado com perfeita segurança nas mãos de um especialista em habitações ou armazéns infestados em estas pragas comuns em domicílios. Nesses casos, porém, muito cuidado deve ser tomado no manuseio do material, e ninguém deve permanecer dentro da casa durante o período de fumigação.”

[...]



Nenhum dos exemplos citados anteriormente relata o uso de altas chaminés, portas herméticas, olho-mágico, nem nenhuma precaução extraordinária e excessivamente dramática são tomadas quando se utilizam HCN para executar criminosos. Trabalhadores que empregaram este gás venenoso nos exemplos acima são vistos de pé ao lado de tendas semi-permeáveis feitas de pano, onde a concentração do gás venenoso teve um considerável excesso do que seria sido para matar seres humanos. O gás venenoso passava constantemente através do tecido. Não há provas, nem é fisicamente possível, que o HCN teria “ido ao passeio” (ou, neste caso o solo), em vez de dispersar instantaneamente na atmosfero, que é o que os gases fazem. Isso sugere que o HCN, embora altamente venenoso, poderia ter sido facilmente, e foi utilizado com um mínimo de garantias para exterminar seres humanos, mesmo em construções muito primitivas, como aliás acontece em Birkenau.

Além do mais:

As vedações das portas das câmaras de despiolhamento originais de Birkenau, onde altíssimas concentrações de HCN foram empregadas para desinfestar roupas, eram nada mais do que simples vedações feitas de feltro comum:



As portas fechadas com tiras de feltro vedando as câmaras eram suficientes para garantir que os operadores das instalações que estavam andando e trabalhando de imediato fora destas portas não fossem prejudicados, e muito menos, mortos.

Pergunta: O que você está dizendo agora, é que o Holocausto nunca ocorreu, não da forma como os historiadores dizem...

Bispo Williamson: Eu estou dizendo...estou dizendo aquilo que julgo ser a prova histórica de acordo com pessoas que observaram e analisaram a prova, eu acredito no que eles concluíram. Eles podem mudar a sua conclusão; me sinto prazeroso em seguir as suas conclusões, porque eu penso que eles julgaram pelas evidências. Eu acho que de 200 mil a 300 mil judeus pereceram em campos de concentração nazistas, mas nenhum, nenhum deles por câmara de gás.

Análise: O Bispo Williamson está aparentemente disposto a aceitar apenas as “evidências históricas” que foram produzidas pelos negadores do Holocausto. O seu aval aos propagadores da negação não é novo. Quando o Bispo Williamson foi o reitor da Sociedade de São Pio X no seminário de São Thomás de Aquino em Winona, Minnesota ele deu uma palestra em 1989 na Igreja de Notre-Dame-de-Lourdes em Sherbrooke no Canadá, quando passeava por Quebec. Entre outras coisas ele disse o seguinte:

"Nenhum judeu foi morto em câmaras de gás. Isso é uma mentira...os judeus inventaram o Holocausto para que ajoelhássemos diante deles e aceitar o seu Estado de Israel...os governos não tocam nos judeus, mas eles perseguem Zündel que luta pela verdade”.[8] O próprio Bispo foi apologista, afirmando que “A igreja está passando momentos ruins por causa dos protestantes, dos maçons, dos comunistas, dos meios de comunicação e dos judeus...Eu não acredito que 6 milhões de judeus foram mortos (no Holocausto), é uma impossibilidade física."[9]

[8] “La GRC NE porte pás d’accusation contre l’eveque Richard Williamson,” por Linda Baril, La Presse 15 abril 1989
[9]Ibid.Um ano mais tarde, na ordenação de treze novos sacerdotes Lefebvristas em Econe, Williamson elogiou o que chamou de “bonito racismo” de Lefebvre, que estava fazendo para “criar uma nova raça de sacerdotes”. (Agência France-Press, 30 de junho de 1990)


Quando uma queixa foi apresentada contra ele sob as leis canadenses de ódio, o RCMP constatou que não havia base legal para indiciar Williamson, pois ele “não estava incitando a violência”. Ele é mesmo um apologista.

Infelizmente, o Bispo Williamson parece ter um forte ressentimento contra os judeus. Ele promoveu a negação do Holocausto hà 20 anos. Ele ofereceu amizade ao negador David Irving e defendeu Ernst Zündel, um condenado por promover ódio, comprovadamente um distorcedor da verdade e renomado negador do Holocausto. Isso sugere que o Bispo está praticando uma agenda antissemita.

Pergunta: Se isso não é antissemitismo, o que é antissemitismo?

Bispo Williamson: Antissemitismo. Se antissemitismo é ruim, é contra a verdade; se algo é verdadeiro não é ruim. Eu não estou interessado na palavra antissemitismo, a palavra é muito perigosa...

Pergunta: O Bispo chamou você de Antissemi...

Bispo Williamson: O Bispo pode me chamar de dinossauro, ele pode me chamar de idiota, ele pode me chamar do que quiser. A questão não é me apelidar. Esta é uma questão de verdade histórica. A verdade histórica passa por provas e não pela emoção.

Análise: A verdade histórica é de fato ir “por evidências e não pela emoção”. O Bispo Williamson, no entanto, não fez qualquer tentativa para analisar as evidências históricas publicadas por centenas de sérios historiadores acadêmicos ( e nem o mínimo, o mesmo é Presidente do Departamento de História de sua alma mater; testemunhas do processo de extermínio; relatórios e diários de perpetradores; evidências fotográficas; evidência física dos campos; fotografias atuais e etc. Ele dependia exclusivamente das “provas” produzidas pelos desacreditados negadores do Holocausto, cujo único objetivo comum é o de humilhar os judeus.

Enquanto ele está pesquisando fontes legitimas sobre o Holocausto, Vossa Excelência também poderia querer ler a Nostra Aetate do Concílio do Vaticano II.

Bispo Williamson: Existe certamente uma enorme exploração. A Alemanha tem pago bilhões e bilhões de Marcos Alemães e agora Euros, porque os alemães têm um complexo sobre a sua culpabilidade, que gasearam seis milhões de judeus, mas eu não acho que seis milhões de judeus foram gaseados.

Análise: Mais uma vez o Bispo Williamson emprega o literário Cavalo de Tróia para incorporar mentiras dentro de uma verdade. Ninguém nunca afirmou que seis milhões de judeus foram gaseados. Seis milhões de judeus foram mortos, muitos por gás, muitos por esquadrões da morte, muitos por enforcamento, muito por fome deliberada, muitos por doenças, mas tudo isso porque a política nazista considerava os judeus sub-humanos e dispensáveis.

Parece que nem os negadores do Holocausto ou o Bispo Williamson se incomodam que todos os judeus sob o regime nazista foram despojados de seus direitos como cidadãos; despojados de suas propriedades e dinheiro; sem cerimônias; brutalmente e sem julgamento, primeiro presos em guetos e finalmente em campos de concentração; foram submetidos a trabalho escravo; espancados; morreram de fome; tiro; gaseados; incinerados e seus ossos calcinados usados para propósitos industriais. Será que o Bispo nega que aqueles que foram roubados e vitimados pelos nazistas têm direito de exigir e receber uma justa retribuição? Ou será que ele acredita que os nazistas tinha o direito de roubar cada posse que pertencia legitimamente a milhões de pessoas e matá-los simplesmente porque eram judeus?

Se for esse o caso, o Bispo Williamson não deve falar muito de seu cristianismo.

Bispo Williamson: Agora cuidado, eu te imploro. Isto é contra a lei na Alemanha. Se houvesse um alemão aqui, alguém que é do Estado alemão, poderia ter me colocado em uma prisão, antes de ter deixado a Alemanha. Espero que esta não seja a sua intenção.

Análise: Ninguém deve negar ao Bispo Williamson o direito de se expressar livremente. O seu não é um caso normal, entretando, ele é responsável perante uma Alta Corte.



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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Relatório sobre Zyklon-B, Auschwitz-Birkenau - parte 2

Relatório começa aqui: parte 1

Continuação abaixo
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TABELA II. CONCENTRAÇÃO DE IONS DE CIANETO EM AMOSTRAS TIRADAS NOS PORÕES NOS QUAIS OS PRIMEIROS GASEAMENTOS DO CAMPO DE PRISIONEIROS FORAM FEITOS EM 3 DE NOVEMBRO DE 1941






Nota: o conteúdo de CN- numa amostra de terra diatomácea - um componente de Zyklon-B (material do museu, amostra No 24) - foi de 1360 ug/kg, 1320 ug/kg e 1400 ug/kg.

Relatório sobre Zyklon-B, Auschwitz-Birkenau - parte 1

Relatório polonês sobre compostos de cianeto, Auschwitz-Birkenau

Relatorio sobre compostos de cianeto, Auschwitz-Birkenau
De: The Nizkor Project
Resumo: O relatório de 1994 do Instituto de Pesquisa Forense de Cracóvia
Pesquisa sobre a análise química dos compostos de cianeto em Auschwitz-Birkenau

UM ESTUDO ATUAL DOS COMPOSTOS DE CIANETO NAS PAREDES DAS CÂMARAS DE GÁS NO EX-CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO AUSCHWITZ E BIRKENAU

JAN MARKIEWICZ, WOJCIECH GUBALA, JERZY LABEDZ
Instituto de Pesquisa Forense, Cracóvia

RESUMO: Numa campanha muito difundida para negar a existência de campos de extermínio com câmaras de gás os "revisionistas" recentemente começaram a usar os resultados de exames de fragmentos de ruínas dos ex-crematórios. Esses resultados (Leuchter, Rudolf) alegadamente provam que materiais sob examinação não tinha estado em contato com cianeto, diferentemente de fragmentos da parede dos locais de despiolhamento nos quais os revisionistas descobriram consideráveis porções de compostos de cianeto. Pesquisa sistemática, envolvendo os melhores métodos analíticos sensíveis, empreendido pelo Instituto confirmaram a presença dos compostos de cianeto em todos os tipos de ruínas de câmaras de gás, até mesmo no porão do Bloco 11 em Auschwitz, onde primeiramente, gaseamentos experimentais de vítimas por meios de Zyklon-B teriam sido realizados. A análise de controle de amostra, tiradas de outros lugares (especialmente de alojamentos) renderam de modo inequívoco resultados negativos. Por causa da interpretação vários experimentos em laboratório foram feitos.

PALAVRAS-CHAVES: Câmaras de gás; Auschwitz; Compostos de cianeto; "Revisionismo".

Z Zagadnien Sqdowych, z. XXX, 1994, 17-27
Recebido em 8 de março de 1994; aceito em 30 de maio de 1994

Como tão cedo já nos primeiros anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial publicações singulares começaram a aparecer nas quais os autores tentavam "camuflar" o regime hitlerista e pôr várias evidências de suas crueldades em cheque.

Mas esta não era até os anos 1950s a tendência que se originou e poderia ser definida como "revisionismo histórico" a começar a se desenvolver; seus apoiadores alegam que a história da Segunda Guerra Mundial tem sido fabricada para propósitos de propaganda anti-alemã. De acordo com suas declarações não houve nenhum Holocausto, i. e. nenhum extermínio em massa de judeus e que no caso do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau não poderia ter sido um campo de extermínio - este era apenas um campo de trabalhos forçados "comum" e nenhuma câmara de gás teria existido nele.

Revisionismo histórico é agora formulado por membros de várias nações, que já possuem seus próprios círculos científicos, publicações próprias e também usam a mídia de massa para seus propósitos. Mais adiante de 1988 os "revisionistas''<1> muito frequentemente manipulavam fontes históricas ou simplesmente negavam os fatos. Então, depois da aparição do assim chamado Relatório Leuchter (2), suas táticas mudaram distintamente. O relatório acima mencionado, resultou na base de um estudo das ruínas e sobras dos crematórios e câmaras de gás em Auschwitz-Birkenau, e é tido como importante para eles por ser uma evidência específica para o suporte de suas afirmações e evidência de validade judicial disso, até que fosse encarregado por uma corte em Toronto (Canadá). F. Leuchter, vivendo em Boston, trabalhou com projetos e construção de câmaras de gás ainda no uso para execução da pena de morte em alguns estados dos EUA. Isto é considerado para dar a ele autoridade para encenar o papel de especialista respeitável na questão sobre câmaras de gás. Nesta conexão Leuchter veio à Polônia em 25 de fevereiro de 1988 e ficou aí por 5 dias, visitando os campos em Auschwitz-Birkenau e em Majdanek.

Em seu relatório baseado nesta inspeção ele declara que "não encontrou nenhuma evidência de que quaisquer das instalações que usualmente alegam terem sido câmaras de gás as mesmas tenham sido usadas de fato como tal". Além disso, ele afirma que essas instalações "não podiam ser usadas como câmaras de gás para assassinar pessoas" (Item 4000 do Relatório).

Leuchter tentou confirmar suas conclusões com a ajuda de análise química. Para esse propósito ele pegou amostras de fragmentos de material das ruínas das câmaras para passá-las por uma análise do ácido cianídrico, o componente essencial do Zyklon-B usado, levando em conta os depoimentos de testemunhas - para gasear as vítimas. Ele tomou 30 amostras do total de todas as cinco estruturas usadas outrora como câmaras de gás. No laboratório as análises feitas nos EUA, a presença de ions de cianeto foi de concentrações de 1.1 a 7.9 mg/kg no material examinado que fora investigado das 14 amostras. Ele também pegou uma amostra da câmara de despiolhamento em Birkenau, que ele tratou como uma "amostra de controle", e na qual cianetos foram encontrados e estavam presentes numa concentração de 1060 mg kg do material. Os resultados positivos das análises das amostras das ex-câmaras de gás são explicados por Leuchter pelo fato de que todas as instalações do campo eram sujeitas à fumigação com ácido cianídrico em virtude de uma epidemia de tifo que realmente invadiu o campo em 1942.

Numa investigação posterior, conduzida por G. Rudolf (4), confirmou-se as altas concentrações de compostos cianogênicos nas instalações para desinfecção de roupas. Isso pode servir posteriormente, não havendo danificação, de que essas instalações não foram expostas à ação de condições de tempo, especialmente à pancadas de chuva.

Além disso, é sabido que a duração da desinfecção era relativamente longa, cerca de 24 horas para cada lote de roupas (provavelmente até mais demorado), enquanto que a execução com Zyklon-B feita nas câmaras de gás, de acordo com o depoimento do Comandante do campo de Auschwitz Rudolf Hoess (7) e dos dados apresentados por Sehn (6), era de apenas 20 minutos. Isso também deveria ser enfatizado, o fato de que as ruínas dessas câmaras eram constantemente expostas à ação de precipitação, e isso pode ser estimado na base dos registros climatológicos desses 45 anos ou então se eles preferirem que enxaguem isso inteiramente por uma coluna de água de pelo menos 35 m de altura (!).

Na nossa correspondência com a Direção do Museu de Auschwitz em 1989, não sabendo ainda do Relatório Leuchter, expressamos nossa angústia sobre as chances de detecção de compostos cianogênicos nas ruínas das câmaras; porém, oferecemo-nos para conduzir um estudo apropriado. No início de 1990 dois funcionários do Instituto de Pesquisa Forense chegaram no terreno do campo de Auschwitz-Birkenau e coletaram amostras para análise de classificação: 10 amostras de emboço da câmara de despiolhamento (Bloco No 3 em Auschwitz), 10 amostras das ruínas da câmara de gás e, em adição, 2 amostras de controle das edificações que, como os alojamentos, não tinham estado em contato com ácido cianídrico. De todas 10 amostras da câmara de despiolhamento, sete continham compostos cianogênicos em concentração de 9 a 147 ug em transformação para o cianeto de potássio (que era usado para montar a Curva de Calibração) e 100 g de material. Tão distante quanto as ruínas estão relacionadas, a presença de cianeto era demonstrável apenas na amostra das ruínas da câmara do Crematório No II em Birkenau. Nenhuma das amostras de controle continha cianetos.

Quando a disputa sobre o Relatório Leuchter surgiu, nós empreendemos um estudo mais próximo do problema, avaliando por conta própria, entre outras publicações, o trabalho compreensivo de J. C. Pressac (5). Em consequência, decidimos dar início consideravelmente a pesquisas mais extensivas e meticulosamente planejado. Para conduzi-las, a Direção do Museu de Auschwitz indicou seus funcionários capacitados, Dr. F. Piper (custodian) e o Sr. W. Smrek (engenheiro) para participar da comissão, na qual eles co-trabalhariam com os outros autores do atual relatório, representando o Instituto de Pesquisa Forense. Com essa colaboração os funcionários do Museu estavam nos fornecendo no ponto uma exaustiva informação sobre às instalações a serem examinadas e - com relação às ruínas - uma detalhada topografia das câmaras de gás que estávamos preocupados. Então eles fizeram o possível para que pegássemos amostras adequadas para análise. Tentamos coletar amostras - tanto quanto possível - dos lugares melhores abrigados e menos expostos à chuva, incluindo também tanto quanto o possível - fragmentos das partes superiores das câmaras (ácido cianídrico é mais claro que o ar) e também dos chãos de concreto, no qual o gás Zyklon-B despejado veio a contrair-se em bem altas concentrações.

Amostras, de cerca de 1-2 g de peso, foram coletadas de desprendimento de lascas de tijolos e concreto ou detritos, particularmente no caso do emboço e também da argamassa. Os materiais coletados foram guardados em recepientes plásticos marcados com números de série. Todas essas atividades foram registradas e documentadas com fotografias. O trabalho junto com isso levou dois dias para a comissão. A análise de laboratório do material coletado foram conduzidas - para garantir completa objetividade - por outro grupo de funcionários do Instituto.

Eles começaram com o trabalho preliminar: as amostras foram esmiuçadas por trituração delas a mão numa argamassa ágata, seu pH foi determinado entre 6 a 7 em quase todas as amostras. Em seguida as amostras foram submetidas à análise preliminar espectrofotométrica na região infravermelha, usando-se um Digilab FTS-16 espectrofotometro. Foi encontrado que as bandas de grupos cianeto ocorreram na região de 2000-2200 cm-1 nos espectros de uma dúzia de amostras ou mais. Entretanto, o método não provou ser sensível o suficiente e foram abandonadas as determinações quantitativas. Foi determinado, usando-se o método espectrográfico, que os elementos principais que constituíam as amostras eram: cálcio, silício, magnésio, alumínio e ferro. Além disso, titâneo foi encontrado presente em muitas amostras. Dentre outros metais em algumas amostras havia também bário, zinco, sódio, manganês e de não-metais de boro.

O empreendimento da análise química tinha que ser precedida por uma consideração cuidadosa. Os "revisionistas" focaram sua atenção quase que exclusivamente no Azul da Prússia, que possui intensa coloração azul-escura e caracterizada por excepcional solidez. Este colorido ocorre, especialmente na forma de manchas, no exterior dos tijolos das paredes da ex-câmara de despiolhamento na área do campo de Birkenau. É duro imaginar as reações químicas e os processos físico-químicos que poderiam ter levado à formação do Azul da Prússia naquele local. O tijolo, ao contrário dos outros materiais da edificação, de forma muito fraca absorve ácido cianídrico, e isso às vezes nem mesmo absorve tudo. Além disso, o ferro indo para o seu terceiro estado de oxidação, ao passo que bivalentes íons de ferro são indispensáveis para a formação do íon [Fe(Cn)6]-4, que é o precursor do Azul da Prússia. Esse íon é, além disso, sensível à luz do sol.

J. Bailer (1) escreve no trabalho coletivo "Amoklauf gegen die Wirklichkeit" que a formação do Azul da Prússia em tijolos é simplesmente improvável; entretanto, ele leva para dentro da consideração a possibilidade de que as paredes dos espaços de despiolhamento foram coated com esse colorido como uma pintura. Deveria ser adicionado que essa coloração azul não aparece nas paredes de todos os espaços de despiolhamento.

Decidimos therefore determinar os íons de cianeto usando um método que não induz ao colapso da composição de complexo de ferro-cianeto (isso é o Azul em discussão) e que o fato de nós termos testado antes sobre uma amostra padrão apropriada. Para isolar compostos de cianeto dos materiais examinados na forma de ácido cianídrico, usaremos as técnicas de microdifusão em especial as câmaras de Conway. A amostra em examinação foi passada para uma parte interna da câmara e depois acidificada com uma solução de 10% de ácido sulfúrico e deixada a permanecer em temperatura ambiente (a cerca de 20oC) por 24 horas. O ácido cianídrico separado foi submetido a uma quantitativa absorsão pela solução de soda cáustica presente na parte externa da câmara. Quando a difusão foi conduzida para um fim, uma amostra de solução de soda cáustica foi coletada e - a reação pelo método piridina-pirazolona conduzida pelo método Epstein (3). A intensidade do corante polimeteno obtido foi medido espectrofotometricamente num comprimento de onda igual a 630 nm. A Curva de Calibração foi construída previamente e padronizada com um conhecido conteúdo de CN- que foi introduzido dentro de cada série de determinações para checar a curva e o curso de determinação. Cada amostra de materiais examinados foi analisado três vezes. Se o resultado obtido era positivo, isto era verificado por repetição da análise.

Tendo aplicado este método por muitos anos, nós temos oportunidades de encontrar sua alta sensibilidade, especificidade e precisão. Sob as presentes circunstâncias nós estabelemos o limite mais baixo de determinação de íons de cianeto em um nível de 3-4, ug CN- em 1 kg da amostra.

Os resultados das análises são apresentados nas Tabelas I-IV. Eles inequivocadamente mostram que os compostos de cianeto ocorrerem em todas as instalações que, de acordo com a fonte da data, estiverem em contato com elas. Paralelo a isso, eles não ocorrem em acomadações dos alojamentos, que eram mostrados por meio de amostras de controle. As concentrações de compostos de cianeto nas amostras coletadas de uma e da mesma câmara ou edificação mostraram grandes diferenças. Isto indica que as condições que favoreceram a formação de compostos estáveis como um resultado da reação de ácido cianídrico com os componentes das paredes, e ocorreram localmente. Nesta conexão isto leva a considerável e largo número de amostras de uma dada instalação a nos dar a chance de deparar-se com esta espécie do local de acumulação dos compostos de cianeto.

Para completar esta pesquisa sobre o conteúdo de compostos de cianeto em várias instalações do campo, decidimos conduzir vários experimentos-pilotos. A renovação do prédio do Instituto, já em progresso, forneceu-nos materiais para esta investigação. Nós dividimos particular componentes destes materiais (tijolos, cimento, argamassa e emboço) dentro de vários pedaços de 3-4 gramas e os repassamos para as câmaras de vidro, nas quais geraram ácido cianídrico por reação ao cianeto de potássio e ácido sulfúrico. Usamos altas concentrações deste gás (cerca de 2%) e algumas das amostras molhadas com água. A fumigação levou 48 horas, a uma temperatura de cerca de 20oC (Tabela V). Outras séries de amostras foram tratadas com ácido cianídrico igualmente, mas agora na presença de dióxido de carbono.

De acordo com os cálculos, nas câmaras nas quais as pessoas haviam sido gaseadas o conteúdo de dióxido de carbono produzido no processo de respiração das vítimas era bem alto e em relação ao ácido cianídrico deve ter sido tão alto quanto a taxa de 10:1. No nosso experimento nós aplicamos esses dois gases (CO2 e HCN) numa taxa de 5:1. Tendo sido submetidas ao gaseamento, as amostras foram arejadas a uma temperatura de cerca de 10-15oC. A primeira análise foi conduzida 48 horas depois do início do arejamento.

Este série de testes permite a afirmação de que argamassas absorvem e/ou retém melhor o ácido cianídrico e também de que materiais molhados mostram uma tendência notável para acumular ácido cianídrico ao passo de que tijolos, especialmente tijolos velhos, pobremente absorvem e/ou retém esse composto.

TABELA I. CONCENTRAÇÃO DE ÍONS DE CIANETO EM AMOSTRAS DE CONTROLE COLETADAS DOS ALOJAMENTOS DO CAMPO, QUE FORAM PROVAVELMENTE FUMIGADAS COM ZYKLON-B UMA VEZ APENAS (EM CONEXÃO COM A EPIDEMIA DE TIFO DE 1942)











Nota: nos testes de classificação de 1990, duas amostras de controle também produziram resultado 0.
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O relatório foi dividido em duas partes, no blog, por conta do tamanho.
Continuação do Relatório - parte 2:
http://holocausto-doc.blogspot.com/2009/02/relatorio-sobre-zyklon-b-auschwitz_6724.html

Fonte: Nizkor/The Holocaust History Project
Texto(inglês): Cópia do Relatório do Instituto de Pesquisa Forense de Cracóvia(Polônia), usado sob permissão(texto em inglês)
Prefácio do Dr. Richard Green:
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/iffr/
Link direto do relatório
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/iffr/report.shtml
http://www.nizkor.org/ftp.cgi/orgs/polish/institute-for-forensic-research/post-leuchter.report
Tradução(português): Roberto Lucena

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Relatório de Cracóvia sobre Zyklon-B, breve comentário

Tentando voltar a 'programação normal' do blog mas valeria um breve comentário já que houve pelo menos uns quatro posts sobre outra questão recente. Volto a reafirmar que é lamentável(pra não dizer inaceitável) a conduta da Polícia Suíça no caso recente do possível ataque de neonazis a uma mulher naquele país, pois há uma questão séria a ser tratada, em qualquer hipótese(a levantada pela polícia ou a da versão da pessoa, em confirmando uma ou outra não retirá a atuação inicial da política sobre isto), a polícia intimidou a vítima com ameaça de processos quando o fato recentemente havia ocorrido, houve uma afronta à Consul brasileira na Suíça, afronta esta que resultou em queixa sobre o tratamento da polícia.

Quanto a isso o governo brasileiro já se pronunciou(quem quiser ver é só checar os posts anteriores). No mais é aguardar o desenrolar do caso, mas algumas coisas já são de conhecimento público: indiferença de partidos políticos na Suíça com neonazistas, tentou o tempo todo diminuir a questão e acusar e ameaçar com processo a moça sem relatório definitivo ou investigação concluída fora o espetáculo que a polícia suíça deu pra TV daquele país, o partido em questão de extrema-direita faz propaganda xenofóbica explícita naquele país(propaganda racista), fora o que foi postado numa tradução de uma matéria do San Francisco Chronicle sobre o livre trânsito de extremistas islâmicos em contato direto com neonazistas naquele país.

Essas últimas considerações sobre xenofobia, partidos de extrema-direita xenofóbicos, afronta a uma autoridade diplomática brasileira e sem querer alongar a discussão pra questão da retenção de dinheiro de vítimas do Holocausto em bancos daquele país por décadas, não são especulações, são fatos. Esses fatos ocorreram(o do dinheiro retido de vítimas do Holocausto)e outros continuam a ocorrer, não só na Suíça como em vários países da Europa, independentemente deste caso. Portanto, "posar" de "santo" com um histórico desses ou achar que há "instituições" humanas "acima de quaisquer suspeitas" "porque são de um país europeu", não cola, pros que querem ofender a moça arrumem outra 'crença' pra se arragarem porque essa é frágil, principalmente quando a própria polícia dá indícios pra se desconfiar da postura dela mesma.
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Deixando isso(a "polêmica") de lado de vez e tentando voltar propriamente à temática do blog(embora o neonazismo deve ser denunciado e atacado), sobre o Relatório feito pelo Instituto Forense de Cracóvia(Polônia) pra detectar a presença de Zyklon-B em Auschwitz nas instalações nos locais de gaseamento em massa, serão feitos abaixo alguns comentários antes de postá-lo inteiro(é bem longo e é necessário ainda ajustar as tabelas pro formato do blog)com indicações de alguns links sobre ele que remetem a estudos do Dr. Richard Green.

No site Orkut foi aberto um tópico sobre o "revisionista" e farsante Fred Leuchter(o mesmo alegou que tinha formação em engenharia sem ter)em que se discutiu o fraudulento Relatório Leuchter(no blog há vários textos do Richard Green, PhD em Química, sobre as picaretagens desse documento). Vou repassar um comentário que o Roberto(Muehlenkamp)fez complementando com um comentário sobre uma "crítica" do Rudolf("revi")e de uma resposta do próprio Richard Green ao "revi".

O Relatório se encontra(a cópia)em inglês no site The Holocaust History Project no link(pra quem quiser checá-lo em inglês, pode ir direto ao link):
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/iffr/

Com um prefácio do Dr. Richard Green. Este relatório de Instituto de Cracóvia, como dito acima(comentários do Roberto, palavras dele, estou ajustando esta parte ao post)foi objeto de árduas "críticas" por parte de Germar Rudolf, que são rebatidas pelo Dr. Green no seu artigo "Chemistry is not the Science":
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/not-the-science/

E no relatório de peritagem que foi apresentado pelo Dr. Green ao tribunal de apelação no litígio Irving contra Lipstadt:
http://www.holocaust-history.org/irving-david/rudolf/

Pra quem não sabe(pequena observação já que foi citado o caso), a historiadora do Holocausto Deborah Lipstadt foi processada pelo negador do Holocausto, o britânico David Irving, por difamação(ou calúnia) por conta de seu livro "Denying the Holocaust" onde ela mostra do que se trata a negaçãodo Holocausto detalhadamente e de que grupos estão por trás da negação e quais os interesses deles com a "causa"(há textos neste blog com tradução de algumas partes desses textos, é só procurarem pelo título 'direita radical', pleonasmo pra fascistas, neonazistas e congêneres).

Trecho da revista Morashá sobre o caso(pra quiser consultar diretamente a historiadora, eis o blog dela):
Iniciou um processo, dizendo-se vítima de calúnia, contra a historiadora americana Deborah Lipstadt, autora do livro "Denying the Holocaust - the growing assault on truth and memory"" (Negando o Holocausto - o crescente ataque à verdade e à memória). Lipstadt, em livro publicado no já quase longínquo 1993, enumera, entre outras coisas, atividades de um militante que certa feita se definiu como o responsável pela "Intifada de um homem só contra a história oficial do Holocausto".

Lipstadt prefere desenhar outra definição para Irving. Qualifica-o de "um dos mais perigosos porta-vozes do revisionismo histórico" e, sabiamente, evita entrar em polêmicas diretas com esses pseudo-historiadores. A professora da Universidade de Emory, em Atlanta, afirma não querer conceder-lhes um "reconhecimento intelectual"ao aceitá-los como interlocutores.
Matéria completa - Os vendedores de mentiras e os holofotes

Enfim, concluindo, o Relatório do Instituto Forense de Cracóvia sobre as quantidades de Zyklon-B presentes em Auschwitz será postado em breve no blog, acho que na íntegra(num post só), apesar do tamanho do texto. Se o texto de fato ficar muito extenso pra leitura num único post, ele será dividido em duas partes.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Relatório Leuchter – Visão Geral



"Sua opinião sobre este relatório é que nunca aconteceu qualquer gaseamento e nunca houve qualquer tentativa de extermínio exercida nestas instalações. No que me diz respeito, pelo que eu ouvi, ele não é capaz de dar esta opinião... Ele não está em posição de dizer, como ele disse assim arrasadoramente neste relatório, o que não poderia ter sido feito em tais instalações. " Assim o juiz julgou o relatório de Fred Leuchter como “ridículo” e “absurdo”, durante o julgamento do canadense Ernst Zündel. De modo a impedir que houvesse qualquer equívoco por parte do tribunal: “Quanto à questão da funcionalidade dos crematórios...a decisão do juiz foi inequívoca, ele não pode testemunhar sobre este tema por uma simples razão: Ele não tem expertise.” (Lipstadt, 166)

Fred Leuchter é um homem sem treinamento formal em química ou toxicologia (ele obteve bacharelado em História em 1964), e ainda alegava ser engenheiro – uma afirmação que o fez pousar em água quente no seu Estado. Em 1988 a pedido do canadense Ernst Zündel, Fred Leuchter foi para a Polônia e visitou o campo de concentração de Auschwitz; (Ernst Zündel financiou a viagem de Fred Leuchter.) O resultado desta viagem foi o “Relatório Leuchter”. Veja o que o Sr.Leuchter disse da sua “investigação”:

O objetivo [do inquérito e o subseqüente relatório], não inclui a determinação de quaisquer números de pessoas que morreram ou foram mortos por outros meios que não o gás ou de saber se um verdadeiro Holocausto ocorreu. E, além disso, não é intenção deste autor redefinir o Holocausto em termos históricos, mas simplesmente fornecer provas científicas e informações obtidas no site atual, para tornar um parecer com todas as bases científicas, de engenharia e de dados quantitativos sobre a finalidade e os usos das alegadas câmaras de gás de execução e as instalações dos crematórios nos locais investigados.

Você irá ver, iremos demonstrar usar o próprio testemunho juramentado de Leuchter, que o Sr.Leuchter, falhou em demonstrar qualquer preocupação com a verdade, mesmo sob juramento.

Enquanto testemunhava no julgamento de Ernst Zündel no Canadá, Leuchter deu provas falsas de sua relação profissional com a administração de duas prisões americanas, referente a câmaras de gás, e provou que não era familiarizado com a maioria dos fatos básicos sobre o gás letal Cianeto de Hidrogênio, incluindo sua inflamabilidade e as concentrações exigidas para fins de desinfestação.

O “Relatório Leuchter” pretende “demonstrar cientificamente” que as pessoas não foram mortas por Zyklon-B em Auschwitz. Ele é composto de antigas reivindicações do francês negador do Holocausto Robert Faurisson, bem como algumas novas. Muitas destas reivindicações aparecem no panfleto do IHR “66 perguntas e respostas sobre o Holocausto”, e também tem outros argumentos oferecidos por outras pessoas que negam o Holocausto.

Zyklon-B é um poderoso inseticida. Ele libera HCN, ácido cianídrico, um gás que o Zyklon-B carrega, o material é encharcado com o gás; geralmente vem em forma de bolinhas ou discos. HCN causa a morte. Quando interagem com o ferro e o concreto, ele cria compostos (compostos hidrociânicos). Leuchter admite que estes compostos foram encontrados nas ruínas das câmaras de gás de Auschwitz(como reafirmado nas pesquisas de um instituto do Governo Polonês, que rejeitou completamente as conclusões de Leuchter – Ver Seção 2.01)


HCN é extremamente venenoso para seres humanos. É usado em câmaras de gás de execução nos EUA, foi utilizado pela primeira vez no Arizona em 1920. Além disso os alemães tinha vasta experiência com HCN, ele foi amplamente utilizado para desinfecção.(Para uma discussão maior sobre Zyklon-B, ver pu/camps/auschwitz/auschwitz.faq1)


Existiam dois tipos de câmaras de gás em Auschwitz: as que eram utilizadas para desinfecção de roupas (“câmaras de gás para desinfecção”) e as que eram utilizadas para matar pessoas em grande escala (“câmaras de gás de extermínio”). As câmaras de desinfecção tinham uma característica padrão, e foram deixadas intactas pelas SS (contrariamente às câmaras de extermínio, que foram dinamitadas em um esforço para esconder atividades criminosas devido à rápida aproximação do Exército Vermelho). Os negadores tentam confundir esta questão, misturando os dois tipos de câmaras. Por exemplo, eles mostram as portas das câmaras de desinfecção, e explicam que elas são demasiadas fracas para suportar a pressão das pessoas tentando escapar. Naturalmente as portas das câmaras de extermínio eram completamente diferentes, mas é fato é ignorado silenciosamente. (ver 2.06)
Tradução: Leo Gott

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