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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Relatório sobre Zyklon-B, Auschwitz-Birkenau - parte 2

Relatório começa aqui: parte 1

Continuação abaixo
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TABELA II. CONCENTRAÇÃO DE IONS DE CIANETO EM AMOSTRAS TIRADAS NOS PORÕES NOS QUAIS OS PRIMEIROS GASEAMENTOS DO CAMPO DE PRISIONEIROS FORAM FEITOS EM 3 DE NOVEMBRO DE 1941






Nota: o conteúdo de CN- numa amostra de terra diatomácea - um componente de Zyklon-B (material do museu, amostra No 24) - foi de 1360 ug/kg, 1320 ug/kg e 1400 ug/kg.

Relatório sobre Zyklon-B, Auschwitz-Birkenau - parte 1

Relatório polonês sobre compostos de cianeto, Auschwitz-Birkenau

Relatorio sobre compostos de cianeto, Auschwitz-Birkenau
De: The Nizkor Project
Resumo: O relatório de 1994 do Instituto de Pesquisa Forense de Cracóvia
Pesquisa sobre a análise química dos compostos de cianeto em Auschwitz-Birkenau

UM ESTUDO ATUAL DOS COMPOSTOS DE CIANETO NAS PAREDES DAS CÂMARAS DE GÁS NO EX-CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO AUSCHWITZ E BIRKENAU

JAN MARKIEWICZ, WOJCIECH GUBALA, JERZY LABEDZ
Instituto de Pesquisa Forense, Cracóvia

RESUMO: Numa campanha muito difundida para negar a existência de campos de extermínio com câmaras de gás os "revisionistas" recentemente começaram a usar os resultados de exames de fragmentos de ruínas dos ex-crematórios. Esses resultados (Leuchter, Rudolf) alegadamente provam que materiais sob examinação não tinha estado em contato com cianeto, diferentemente de fragmentos da parede dos locais de despiolhamento nos quais os revisionistas descobriram consideráveis porções de compostos de cianeto. Pesquisa sistemática, envolvendo os melhores métodos analíticos sensíveis, empreendido pelo Instituto confirmaram a presença dos compostos de cianeto em todos os tipos de ruínas de câmaras de gás, até mesmo no porão do Bloco 11 em Auschwitz, onde primeiramente, gaseamentos experimentais de vítimas por meios de Zyklon-B teriam sido realizados. A análise de controle de amostra, tiradas de outros lugares (especialmente de alojamentos) renderam de modo inequívoco resultados negativos. Por causa da interpretação vários experimentos em laboratório foram feitos.

PALAVRAS-CHAVES: Câmaras de gás; Auschwitz; Compostos de cianeto; "Revisionismo".

Z Zagadnien Sqdowych, z. XXX, 1994, 17-27
Recebido em 8 de março de 1994; aceito em 30 de maio de 1994

Como tão cedo já nos primeiros anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial publicações singulares começaram a aparecer nas quais os autores tentavam "camuflar" o regime hitlerista e pôr várias evidências de suas crueldades em cheque.

Mas esta não era até os anos 1950s a tendência que se originou e poderia ser definida como "revisionismo histórico" a começar a se desenvolver; seus apoiadores alegam que a história da Segunda Guerra Mundial tem sido fabricada para propósitos de propaganda anti-alemã. De acordo com suas declarações não houve nenhum Holocausto, i. e. nenhum extermínio em massa de judeus e que no caso do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau não poderia ter sido um campo de extermínio - este era apenas um campo de trabalhos forçados "comum" e nenhuma câmara de gás teria existido nele.

Revisionismo histórico é agora formulado por membros de várias nações, que já possuem seus próprios círculos científicos, publicações próprias e também usam a mídia de massa para seus propósitos. Mais adiante de 1988 os "revisionistas''<1> muito frequentemente manipulavam fontes históricas ou simplesmente negavam os fatos. Então, depois da aparição do assim chamado Relatório Leuchter (2), suas táticas mudaram distintamente. O relatório acima mencionado, resultou na base de um estudo das ruínas e sobras dos crematórios e câmaras de gás em Auschwitz-Birkenau, e é tido como importante para eles por ser uma evidência específica para o suporte de suas afirmações e evidência de validade judicial disso, até que fosse encarregado por uma corte em Toronto (Canadá). F. Leuchter, vivendo em Boston, trabalhou com projetos e construção de câmaras de gás ainda no uso para execução da pena de morte em alguns estados dos EUA. Isto é considerado para dar a ele autoridade para encenar o papel de especialista respeitável na questão sobre câmaras de gás. Nesta conexão Leuchter veio à Polônia em 25 de fevereiro de 1988 e ficou aí por 5 dias, visitando os campos em Auschwitz-Birkenau e em Majdanek.

Em seu relatório baseado nesta inspeção ele declara que "não encontrou nenhuma evidência de que quaisquer das instalações que usualmente alegam terem sido câmaras de gás as mesmas tenham sido usadas de fato como tal". Além disso, ele afirma que essas instalações "não podiam ser usadas como câmaras de gás para assassinar pessoas" (Item 4000 do Relatório).

Leuchter tentou confirmar suas conclusões com a ajuda de análise química. Para esse propósito ele pegou amostras de fragmentos de material das ruínas das câmaras para passá-las por uma análise do ácido cianídrico, o componente essencial do Zyklon-B usado, levando em conta os depoimentos de testemunhas - para gasear as vítimas. Ele tomou 30 amostras do total de todas as cinco estruturas usadas outrora como câmaras de gás. No laboratório as análises feitas nos EUA, a presença de ions de cianeto foi de concentrações de 1.1 a 7.9 mg/kg no material examinado que fora investigado das 14 amostras. Ele também pegou uma amostra da câmara de despiolhamento em Birkenau, que ele tratou como uma "amostra de controle", e na qual cianetos foram encontrados e estavam presentes numa concentração de 1060 mg kg do material. Os resultados positivos das análises das amostras das ex-câmaras de gás são explicados por Leuchter pelo fato de que todas as instalações do campo eram sujeitas à fumigação com ácido cianídrico em virtude de uma epidemia de tifo que realmente invadiu o campo em 1942.

Numa investigação posterior, conduzida por G. Rudolf (4), confirmou-se as altas concentrações de compostos cianogênicos nas instalações para desinfecção de roupas. Isso pode servir posteriormente, não havendo danificação, de que essas instalações não foram expostas à ação de condições de tempo, especialmente à pancadas de chuva.

Além disso, é sabido que a duração da desinfecção era relativamente longa, cerca de 24 horas para cada lote de roupas (provavelmente até mais demorado), enquanto que a execução com Zyklon-B feita nas câmaras de gás, de acordo com o depoimento do Comandante do campo de Auschwitz Rudolf Hoess (7) e dos dados apresentados por Sehn (6), era de apenas 20 minutos. Isso também deveria ser enfatizado, o fato de que as ruínas dessas câmaras eram constantemente expostas à ação de precipitação, e isso pode ser estimado na base dos registros climatológicos desses 45 anos ou então se eles preferirem que enxaguem isso inteiramente por uma coluna de água de pelo menos 35 m de altura (!).

Na nossa correspondência com a Direção do Museu de Auschwitz em 1989, não sabendo ainda do Relatório Leuchter, expressamos nossa angústia sobre as chances de detecção de compostos cianogênicos nas ruínas das câmaras; porém, oferecemo-nos para conduzir um estudo apropriado. No início de 1990 dois funcionários do Instituto de Pesquisa Forense chegaram no terreno do campo de Auschwitz-Birkenau e coletaram amostras para análise de classificação: 10 amostras de emboço da câmara de despiolhamento (Bloco No 3 em Auschwitz), 10 amostras das ruínas da câmara de gás e, em adição, 2 amostras de controle das edificações que, como os alojamentos, não tinham estado em contato com ácido cianídrico. De todas 10 amostras da câmara de despiolhamento, sete continham compostos cianogênicos em concentração de 9 a 147 ug em transformação para o cianeto de potássio (que era usado para montar a Curva de Calibração) e 100 g de material. Tão distante quanto as ruínas estão relacionadas, a presença de cianeto era demonstrável apenas na amostra das ruínas da câmara do Crematório No II em Birkenau. Nenhuma das amostras de controle continha cianetos.

Quando a disputa sobre o Relatório Leuchter surgiu, nós empreendemos um estudo mais próximo do problema, avaliando por conta própria, entre outras publicações, o trabalho compreensivo de J. C. Pressac (5). Em consequência, decidimos dar início consideravelmente a pesquisas mais extensivas e meticulosamente planejado. Para conduzi-las, a Direção do Museu de Auschwitz indicou seus funcionários capacitados, Dr. F. Piper (custodian) e o Sr. W. Smrek (engenheiro) para participar da comissão, na qual eles co-trabalhariam com os outros autores do atual relatório, representando o Instituto de Pesquisa Forense. Com essa colaboração os funcionários do Museu estavam nos fornecendo no ponto uma exaustiva informação sobre às instalações a serem examinadas e - com relação às ruínas - uma detalhada topografia das câmaras de gás que estávamos preocupados. Então eles fizeram o possível para que pegássemos amostras adequadas para análise. Tentamos coletar amostras - tanto quanto possível - dos lugares melhores abrigados e menos expostos à chuva, incluindo também tanto quanto o possível - fragmentos das partes superiores das câmaras (ácido cianídrico é mais claro que o ar) e também dos chãos de concreto, no qual o gás Zyklon-B despejado veio a contrair-se em bem altas concentrações.

Amostras, de cerca de 1-2 g de peso, foram coletadas de desprendimento de lascas de tijolos e concreto ou detritos, particularmente no caso do emboço e também da argamassa. Os materiais coletados foram guardados em recepientes plásticos marcados com números de série. Todas essas atividades foram registradas e documentadas com fotografias. O trabalho junto com isso levou dois dias para a comissão. A análise de laboratório do material coletado foram conduzidas - para garantir completa objetividade - por outro grupo de funcionários do Instituto.

Eles começaram com o trabalho preliminar: as amostras foram esmiuçadas por trituração delas a mão numa argamassa ágata, seu pH foi determinado entre 6 a 7 em quase todas as amostras. Em seguida as amostras foram submetidas à análise preliminar espectrofotométrica na região infravermelha, usando-se um Digilab FTS-16 espectrofotometro. Foi encontrado que as bandas de grupos cianeto ocorreram na região de 2000-2200 cm-1 nos espectros de uma dúzia de amostras ou mais. Entretanto, o método não provou ser sensível o suficiente e foram abandonadas as determinações quantitativas. Foi determinado, usando-se o método espectrográfico, que os elementos principais que constituíam as amostras eram: cálcio, silício, magnésio, alumínio e ferro. Além disso, titâneo foi encontrado presente em muitas amostras. Dentre outros metais em algumas amostras havia também bário, zinco, sódio, manganês e de não-metais de boro.

O empreendimento da análise química tinha que ser precedida por uma consideração cuidadosa. Os "revisionistas" focaram sua atenção quase que exclusivamente no Azul da Prússia, que possui intensa coloração azul-escura e caracterizada por excepcional solidez. Este colorido ocorre, especialmente na forma de manchas, no exterior dos tijolos das paredes da ex-câmara de despiolhamento na área do campo de Birkenau. É duro imaginar as reações químicas e os processos físico-químicos que poderiam ter levado à formação do Azul da Prússia naquele local. O tijolo, ao contrário dos outros materiais da edificação, de forma muito fraca absorve ácido cianídrico, e isso às vezes nem mesmo absorve tudo. Além disso, o ferro indo para o seu terceiro estado de oxidação, ao passo que bivalentes íons de ferro são indispensáveis para a formação do íon [Fe(Cn)6]-4, que é o precursor do Azul da Prússia. Esse íon é, além disso, sensível à luz do sol.

J. Bailer (1) escreve no trabalho coletivo "Amoklauf gegen die Wirklichkeit" que a formação do Azul da Prússia em tijolos é simplesmente improvável; entretanto, ele leva para dentro da consideração a possibilidade de que as paredes dos espaços de despiolhamento foram coated com esse colorido como uma pintura. Deveria ser adicionado que essa coloração azul não aparece nas paredes de todos os espaços de despiolhamento.

Decidimos therefore determinar os íons de cianeto usando um método que não induz ao colapso da composição de complexo de ferro-cianeto (isso é o Azul em discussão) e que o fato de nós termos testado antes sobre uma amostra padrão apropriada. Para isolar compostos de cianeto dos materiais examinados na forma de ácido cianídrico, usaremos as técnicas de microdifusão em especial as câmaras de Conway. A amostra em examinação foi passada para uma parte interna da câmara e depois acidificada com uma solução de 10% de ácido sulfúrico e deixada a permanecer em temperatura ambiente (a cerca de 20oC) por 24 horas. O ácido cianídrico separado foi submetido a uma quantitativa absorsão pela solução de soda cáustica presente na parte externa da câmara. Quando a difusão foi conduzida para um fim, uma amostra de solução de soda cáustica foi coletada e - a reação pelo método piridina-pirazolona conduzida pelo método Epstein (3). A intensidade do corante polimeteno obtido foi medido espectrofotometricamente num comprimento de onda igual a 630 nm. A Curva de Calibração foi construída previamente e padronizada com um conhecido conteúdo de CN- que foi introduzido dentro de cada série de determinações para checar a curva e o curso de determinação. Cada amostra de materiais examinados foi analisado três vezes. Se o resultado obtido era positivo, isto era verificado por repetição da análise.

Tendo aplicado este método por muitos anos, nós temos oportunidades de encontrar sua alta sensibilidade, especificidade e precisão. Sob as presentes circunstâncias nós estabelemos o limite mais baixo de determinação de íons de cianeto em um nível de 3-4, ug CN- em 1 kg da amostra.

Os resultados das análises são apresentados nas Tabelas I-IV. Eles inequivocadamente mostram que os compostos de cianeto ocorrerem em todas as instalações que, de acordo com a fonte da data, estiverem em contato com elas. Paralelo a isso, eles não ocorrem em acomadações dos alojamentos, que eram mostrados por meio de amostras de controle. As concentrações de compostos de cianeto nas amostras coletadas de uma e da mesma câmara ou edificação mostraram grandes diferenças. Isto indica que as condições que favoreceram a formação de compostos estáveis como um resultado da reação de ácido cianídrico com os componentes das paredes, e ocorreram localmente. Nesta conexão isto leva a considerável e largo número de amostras de uma dada instalação a nos dar a chance de deparar-se com esta espécie do local de acumulação dos compostos de cianeto.

Para completar esta pesquisa sobre o conteúdo de compostos de cianeto em várias instalações do campo, decidimos conduzir vários experimentos-pilotos. A renovação do prédio do Instituto, já em progresso, forneceu-nos materiais para esta investigação. Nós dividimos particular componentes destes materiais (tijolos, cimento, argamassa e emboço) dentro de vários pedaços de 3-4 gramas e os repassamos para as câmaras de vidro, nas quais geraram ácido cianídrico por reação ao cianeto de potássio e ácido sulfúrico. Usamos altas concentrações deste gás (cerca de 2%) e algumas das amostras molhadas com água. A fumigação levou 48 horas, a uma temperatura de cerca de 20oC (Tabela V). Outras séries de amostras foram tratadas com ácido cianídrico igualmente, mas agora na presença de dióxido de carbono.

De acordo com os cálculos, nas câmaras nas quais as pessoas haviam sido gaseadas o conteúdo de dióxido de carbono produzido no processo de respiração das vítimas era bem alto e em relação ao ácido cianídrico deve ter sido tão alto quanto a taxa de 10:1. No nosso experimento nós aplicamos esses dois gases (CO2 e HCN) numa taxa de 5:1. Tendo sido submetidas ao gaseamento, as amostras foram arejadas a uma temperatura de cerca de 10-15oC. A primeira análise foi conduzida 48 horas depois do início do arejamento.

Este série de testes permite a afirmação de que argamassas absorvem e/ou retém melhor o ácido cianídrico e também de que materiais molhados mostram uma tendência notável para acumular ácido cianídrico ao passo de que tijolos, especialmente tijolos velhos, pobremente absorvem e/ou retém esse composto.

TABELA I. CONCENTRAÇÃO DE ÍONS DE CIANETO EM AMOSTRAS DE CONTROLE COLETADAS DOS ALOJAMENTOS DO CAMPO, QUE FORAM PROVAVELMENTE FUMIGADAS COM ZYKLON-B UMA VEZ APENAS (EM CONEXÃO COM A EPIDEMIA DE TIFO DE 1942)











Nota: nos testes de classificação de 1990, duas amostras de controle também produziram resultado 0.
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O relatório foi dividido em duas partes, no blog, por conta do tamanho.
Continuação do Relatório - parte 2:
http://holocausto-doc.blogspot.com/2009/02/relatorio-sobre-zyklon-b-auschwitz_6724.html

Fonte: Nizkor/The Holocaust History Project
Texto(inglês): Cópia do Relatório do Instituto de Pesquisa Forense de Cracóvia(Polônia), usado sob permissão(texto em inglês)
Prefácio do Dr. Richard Green:
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/iffr/
Link direto do relatório
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/iffr/report.shtml
http://www.nizkor.org/ftp.cgi/orgs/polish/institute-for-forensic-research/post-leuchter.report
Tradução(português): Roberto Lucena

terça-feira, 23 de outubro de 2007

EUA e soviéticos empregaram criminosos de guerra nazistas

Oficiais nazistas foram empregados pelas agências de espionagem dos Estados Unidos e da União Soviética depois da Segunda Guerra Mundial.

A informação está em uma série de documentos cuja divulgação foi liberada nesta sexta-feira pelo governo dos Estados Unidos.

Os arquivos contêm mais de três milhões de páginas com informações sobre figuras notórias do Terceiro Reich, como Adolf Hitler, Adolf Eichmann, Klaus Barbie e Josef Mengele.

Um porta-voz do departamento de Justiça americano, Eli Rosenbaum, disse que os documentos mostram que os reais vencedores da Guerra Fria foram criminosos de guerra nazistas.

Gestapo

Muitos deles conseguiram escapar da Justiça porque EUA e União Soviética se concentraram tão rapidamente no enfrentamento mútuo que perderam a ímpeto de persegui-los.

Os documentos mostram que muitos oficiais de órgãos de espionagem nazista foram bem recebidos pela CIA, em grande parte por causa do número de informações que possuíam sobre a União Soviética.

Mas os papéis, liberados pela Arquivo Nacional dos EUA, também desmentem um antigo e conhecido rumor sobre Heinrich Muller, chefe da Gestapo, a polícia política nazista.

Desconfiava-se que Muller havia trabalhado como espião para os Estados Unidos até bem depois do final da Segunda Guerra Mundial.

Os documentos liberados nesta sexta-feira, porém, confirmam que ele morreu em 1945.

Muller foi um dos arquitetos da chamada "Solução Final" – o plano de Hitler para exterminar todos os judeus europeus e russos.

Um dos documentos mais curiosos do pacote diz respeito ao médico particular de Hitler: em 1937, ele afirmou que o seu paciente "acabaria se tornando o criminoso mais louco que o mundo já viu".

Klaus Barbie foi usado pela CIA(Foto)
Fonte: BBC, 28 de abril, 2001
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2001/010428_nazismo.shtml
Revisitar o Holocausto(coleta de textos jornalísticos publicados sobre o Holocausto)

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Leuchter, Rudolf e os "Azuis de Ferro"

Autor: Richard Green

Postado em: http://www.nizkor.org/features/techniques-of-denial/blue.html

Traduzido por Leo Gott

INTRODUÇÃO: Leuchter e Rudolf têm publicado relatórios pseudocientíficos tratando de demostrar que os resíduos químicos presentes nas câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau são incompatíveis com os assassinatos em massa.

Markiewicz, Gubala, e Labedz têm demonstrado inequivocadamente que existem compostos de cianeto presentes nos Kremas I-V e no Bunker 11, com níveis muito acima dos medidos em outras instalações. Muitas das câmaras de despiolhamento têm em suas paredes umas manchas azuis que não são tão evidentes nas câmaras de gás utilizadas para os assassinatos em massa.

Leuchter e Rudolf encontraram nestas instalações níveis de compostos de cianeto mais altos que nas câmaras de gás. Estas manchas azuis das câmaras de despiolhamento são parecidas com os “azuis de ferro”, um grupo de compostos entre os quais se encontra o Azul da Prússia.


Markiewicz, Gubala, e Labedz especificaram a presença de cada composto, no entanto Leuchter e Rudolf não fizeram. As conclusões de Leuchter e Rudolf não contém muita informação além da simples visão. Compreender o processo de formação do Azul da Prússia é essencial para compreender a importância das pesquisas de Markiewicz, Gubala e Labedz. Se examinarem brevemente os métodos industriais de produção do Azul da Prússia.

Se analisarem o processo de formação do Azul da Prússia proposto por Rudolf. É muito difícil que se formou Azul de Prússia nas câmaras de gás devido às condições das mesmas. Algumas variações nas condições podem alterar esta probabilidade, e esta é talvez a explicação da presença do Azul da Prússia nas câmaras de despiolhamento e na câmara de gás de Majdanek.

Além do que a averiguação da formação do Azul da Prússia é extremamente sensível à concentração de cianeto e ao pH. Várias intenções de produzir o Azul da Prússia falharam ao expor materiais de construção ao HCN. Esta demonstração dever ter formado Azul da Prússia nas câmaras de gás, como dizem os negadores do Holocausto.

Recentemente, diversos relatórios "forenses" publicados pelos negadores do Holocausto tratam de demonstrar que os assassinatos em massa de Auschwitz-Birkenau não ocorreram. O agente letal das câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau foi o Zyklon-B. O Zyklon-B é um sólido impregnado de cianeto de hidrogênio. Pode-se ler análises de química relacionada com os assassinatos em massa com Zyklon-B, assim como um estudo de alguns destes “relatórios” pseudocientíficos e de verdadeiras análises forenses realizadas pelo Instituto de Investigação Forense de Cracóvia (IFRC) no artigo A Química de Auschwitz – Germar Rudolf(1), entre outros têm afirmado que não poderia ter lugar para gaseamentos nas câmaras de gás destinadas a matar as pessoas de Auschwitz-Birkenau.

Sua afirmação se baseia em que aparecem manchas azuis nas instalações onde se usou o Zyklon-B para eliminar piolhos, mas não aparecem nas que foram usadas para fins homicidas. Afirma haver medido mais quantidade de cianeto nos muros manchados do que nos que não têm manchas, e portanto conclui que os níveis de cianeto presentes nas câmaras de gás não correspondem com os que deveriam haver se fossem utilizados para executar assassinatos em massa. Leuchter(2) tem feito também medidas similiares e conclusões similares.

Presença de Compostos de Cianeto nas Instalações de Gaseamento e a Aparente Ausência de Azul da Prússia.

Markiewicz, Gubala e Labedz, do Instituto de Investigação Forense de Cracóvia demonstraram a presença de HCN nas câmaras de gás utilizadas para o extermínio, a dizer, nos Kremas I, II, III, IV e V, e nos sótãos do Bunker 11, em níveis superiores ao de outras instalações do complexo de Auschwitz-Birkenau(3).

Tomaram várias amostras do Bunker 11 e dos Kremas. Encontraram níveis de cianeto significativamente maiores que os níveis residuais em todos estes lugares em que se praticou o extermínio. Usaram um método cuidadosamente calibrado em que a curva de calibração foi comparada com processos padrões de retirada de amostra. A análise foi realizada por uma equipe distinta da encarregada de retirar as amostras para assegurar a objetividade. A diferença é que os negadores do Holocausto, usaram um método que separou os distintos componentes do azul de ferro, como o Azul da Prússia, que se acredita que é o responsável da aparição das manchas mencionadas.

O propósito deste ensaio é examinar com mais afinco estas manchas azuis, o que são, como podem formar-se, e se a sua ausência nas câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau podem ser interpretadas razoavelmente como uma prova de que não aconteceram gaseamentos em massa ali.

Devido ao que Rudolf e Leuchter não separaram os compostos da família dos “azuis de ferro”, o fato que eles encontraram mais medidas de compostos de cianeto nas câmaras de despiolhamento do que nas câmaras de gás não é funcionalmente diferente da observação segundo a qual existem manchas azuis nas câmaras de despiolhamento e não nas câmaras de gás.

Em outras palavras, com suas medições não foi averiguado nada que não se pode averiguar sem medições. Em contrapartida, em uma cuidadosa experimentação, Markiewicz, Gubala, e Labedz nos proporcionaram uma informação real.

Não se discute aqui o fato de que existem umas óbvias manchas azuis nas câmaras de despiolhamento e não nas câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau. Deveria-se mencionar, não obstante, que no campo de extermínio de Majdanek aparecem essas manchas nas câmaras de gás(4,5). Em adição, as manchas não aparecem em todas as câmaras de despiolhamento conhecidas. Caberia aqui perguntar por quê se afirma que estas manchas são uma consequência necessária do uso de cianeto de hidrogênio (HCN).

Porque não podem elaborar uma teoria sobre o mecanismo para que possam formar “azul da Prússia” como o terceiro estado da oxidação do ferro (presente nos ladrilhos), Bailer(6) pleiteia a possibilidade de que a presença de “azuis de ferro” pode ser devido melhor à pintura do que à exposição ao HCN em estado gasoso (com freqüência se usam “azuis de ferro” como pigmentos para pinturas). A suposição de Bailer, é certamente mais razoável do que as afirmações de Rudolf segundo as quais não houveram gaseamentos em Auschwitz-Birkenau, temos que vê-la com certo ceticismo. Se se usaram pintura nestas instalações, pode ser que seja possível demonstrar que se comprou e se usou esta pintura. Esta hipótese necessita de mais provas.

Resumimos assim alguns pontos:

Algumas das câmaras de despiolhamento têm manchas azuis, e algumas das câmaras de gás não.

Dado que Rudolf e Leuchter decidiram incluir este material com manchas azuis em suas amostras, suas medidas não proporcionam mais informação que a inspeção visual, à partir de um pequeno exercício de confusão apresentando números sobre algo evidente.

Em outras palavras, ao não distinguir o Azul da Prússia do resto dos compostos, eles introduziram uma inclinação para que se usem as câmaras de despiolhamento como elemento de controle na investigação.

Assim, eles não estão contribuindo para compreender por que existem discrepâncias no nível de “Azul da Prússia” de umas instalações e de outras.

O material que forma as manchas azuis é de uma família de compostos chamada “azuis de ferro”, sendo o “azul da Prússia” um deles. Ainda que Bailer(4) tem sugerido que a cor azul pode ser procedente da pintura, esta explicação não parece credível.

Varias pessoas que têm observado as manchas em Majdanek dizem que estas estão muito incrustadas nos materiais de construção.

Para que se forme o Azul da Prússia, é necessário que haja uma fonte de Fe(II), Fe(0), ou um agente que reduza o Fe(III) a Fe(II) (Fe-n se refere a ferro-n, a dizer, átomos de ferro com n elétrons de valência). Se tem um agente redutor, devem haver certas condições para que se produza a redução. Este ponto é explicado com mais profundidade abaixo.

O Instituto de Investigação Forense de Cracóvia distinguiu os componentes do Azul da Prússia para não introduzir uma inclinação. Encontraram assim indiscutivelmente que todos os edifícios que se dizia que haviam estado em contato com o HCN em Auschwitz-Birkenau teriam traços de compostos de cianeto significativamente por cima dos níveis de outros edifícios de Auschwitz-Birkenau.

Uma vez que se forma o Azul da Prússia, este é muito menos suscetível aos efeitos do clima, à diferença de outros compostos de cianeto. O próprio Rudolf se mostra de acordo com este feito(4).

Se o cianeto de hidrogênio do Zyklon-B penetrou nos ladrilhos somente através do processo de absorção, então, devido à volatilidade do HCN (ponto de ebulição: 25,7 ºC), não seria possível hoje em dia detectar seus resíduos nas ruínas dos muros.

Este argumento esquece que o cianeto de hidrogênio é um ácido débil que pode formar sais, como o cianeto de potássio, não tem em conta a absorção química, ou a formação de outros compostos de cianeto; ainda assim, este ponto não carece de certo mérito. É talvez mais significativo que os sais de cianeto são altamente solúveis em água, ao contrário do Azul da Prússia.

Markiewicz et al. dizem que não esperavam poder detectar compostos de cianeto depois de vários anos transcorridos desde a exposição ao HCN. Devido a que puderam consentir diretamente às amostras, não obstante, puderam planificar a tomada de amostras com o fim de buscar os compostos de cianeto em lugares relativamente a salvo dos elementos. Os que mediram os traços de cianeto não vinculado ao ferro nas câmaras de gás em níveis superiores aos de outros edifícios confirma que é falso afirmar que não havia traços medíveis não vinculados ao Azul da Prússia.

Para que Leuchter ou Rudolf demonstrem a importância de suas “pesquisas”, é necessário que provem que necessariamente se teve que formar Azul da Prússia nas câmaras de gás – levando-se em conta as condições nas que se usaram-. Dizer que as câmaras de despiolhamento têm Azul da Prússia e que as câmaras de gás não, não prova nada, e sim não se demonstra que se teria que haver formado Azul da Prússia nas câmaras de gás.

Me centralizarei agora no Azul da Prússia, seu processo de formação e as condições presentes nas câmaras de gás.

Os “Azuis de Ferro” e sua Fabricação Industrial

Existe um certo número de compostos conhecidos coloquialmente como "azuis de ferro". Por exemplo, o insolúvel Azul da Prússia é Fe4[Fe(CN)6]3. Pode formar-se pela adição de Fe(II) a [Fe(III)(CN)6]-3.(7) Convém lembrar que a distinção entre solúvel e insolúvel se refere melhor à facilidade com o que um composto forma suspensões coloidais que à uma diferença real é a solubilidade deste(7).

Este ponto é importante de falar da possível degradação do Azul da Prússia. Ainda que não direi que a degradação do Azul da Prússia é a causa de sua ausência das câmaras de gás, deveria ter-se em conta como possibilidade esta hipótese.

Geralmente se usam três métodos para preparar “azuis de ferro” solúveis, e tem sido descritos por Holtzman(8). Se pode preparar azuis insolúveis através de várias reações de azuis solúveis com vários cátions metálicos (Ver Tabela II de Holtzman). Os três métodos de preparação de azuis solúveis são:

  1. Misturar um sal férrico (de Fe(III)) com um ferrocianeto de Fe(II),
  2. Misturar um sal ferroso (de Fe(II)) com um ferrocianeto de Fe(III),
  3. Misturar um sal ferroso com um ferrocianeto e realizar uma oxidação.
Hà de se destacar que é necessário produzir uma mistura de ferro com distintos estados de oxidação, ou talvez uma estrutura de ressonância de estados misturados. Bailer baseia precisamente seu convencimento na improbabilidade da formação do Azul da Prússia precisamente nesta razão.

Processo proposto por Rudolf

Rudolf,(1,4) tanto pessoalmente como através de seus inúmeros pseudônimos(9) "E. Gauss,"(10) tem criticado a Bailer um tanto pomposamente por não dar-se conta da possibilidade de que o próprio HCN seja o agente redutor responsável da conversão do Ferro (III) em Ferro (II).

Se tem informado de sínteses de azuis de ferro ainda mais estranhas(11). Rudolf cita para apoiar sua afirmação um documento de Alich, Howarth, y Johnson(12). Aparentemente, não leu cuidadosamente este documento. Os autores investigam a redução do íon [Fe(CN)6]3- através de soluções aquosas e etanólicas do íon CN-. Sugerem que o grupo CN- é o agente redutor, mas o fato de que não puderam observar a presença do íon CNO- deveria sugerir que sua afirmação não é concludente.

DeWet y Rolle têm afirmado que se pode reduzir Fe(III)Fe(III)(CN)6 a um composto formado por Azul da Prússia e água(13). A observação de Alich et al. de que a adição de água inibe a reação talvez supõe que o HCN é o agente redutor com mis claridade, apesar de que não observaram a presença do íon CNO-.

Esta questão em torno so agente redutor, não obstante, pode ser simplesmente acadêmica. A questão relevante é se o processo de formação do Azul da Prússia teria que ter acontecido necessariamente nas câmaras de gás.

Alich et al. tem demonstrado que o Azul da Prússia não se forma na água, a não ser que haja um excesso de íons CN- comparado com o Fe(III) o que tem em condições muito básicas(14).

A diluição das soluções de Fe(III) e Fe(CN)63- com etanol produz o complexo vermelho, que persistem durante uma hora; tem-se que comparar isto com o desaparecimento do complexo vermelho em meio aquoso com uma diluição de 3.3 * 10-4 mol. O complexo vermelho em etanol se escureceu em uma hora e a redução a Azul da Prússia se completou em dois dias (Fig. 3).

Agora vem a parte mais importante:

Temos que salientar que o complexo em solução aquosa, sob as mesmas condições, se decompõe imediatamente, voltando o espectro ao do íon Fe(CN)63-

Mais ainda, a adição de uma quantidade de água tão pequena como uns 13% mais (por volume) causou que o complexo vermelho se descompusera, aparecendo o espectro do íon Fe(CN)63-.
Condições nas Câmaras de Gás utilizadas para os assassinatos em massa em Auschwitz-Birkenau.


Em outras palavras, o Azul da Prússia só se forma na presença de concentrações muito altas do íon CN-. As concentrações nas câmaras de gás eram tais que a água no ambiente em equilíbrio pode alcançar concentrações da ordem de 0,1mol como mostrado no Apêndice I.

O que se poderia alcançar desta concentração em equilíbrio durante o período de tempo de um gaseamento é duvidoso. Esta concentração é o valor em equilíbrio. Indubitavelmente, a absorção do HCN pela água seria cineticamente limitada, é dizer, a concentração se veria limitada pela rapidez com o que tivera lugar no processo de absorção. A concentração no equilíbrio assume que a água foi exposta ao HCN o suficiente como para que a taxa de HCN mudando de estado líquido o gasoso seja igual à taxa a que o HCN em estado gasoso é absorvido pela água.

Mais importante ainda, temos que levar em conta que as câmaras de gas eram limpas com uma mangueira depois dos gaseamentos para eliminar os excrementos o o sangue(15).

Considerando que a água no ambiente haveria estado presente em uma quantidade bastante pequena, proporcionar uma diluição 100 vezes maior haveria sido trivial. Este efeito pode ser a explicação da presença/ausência do Azul da Prússia nas câmaras de despiolhamento/câmaras de gás, mas seria necessário realizar uma investigação mais profunda para apoiar definitivamente esta conclusão.

A formação do Azul da Prússia é extremamente sensível à concentração e ao pH. Efeitos muito pequenos podem inclinar a balança para o lado da formação do Azul da Prússia ou para o lado da não formação.

Alich et al. encontraram uma forte dependência do pH na reação. A presença de seres humanos nas câmaras de gás haveria ajudado também a inclinar a balança. O CO2 é um ácido anídrico, e deveria haver uma grande quantidade na câmara de gás. Um ácido anídrico é uma substância que ao dissolver-se aumenta a acidez da solução. Inclusive as concentrações atmosféricas de CO2 (360ppm hoje em dia, umas 330ppm então) são suficientes para causar que a água da chuva pura tenha um pH de 5.6. Os seres humanos exalam uns 4% de CO2 aproximadamente, assim o pH pode ser bastante baixo. Por exemplo, com uns 2% de CO2 o pH estaria abaixo de 4.8.

O Apêndice II analisa a relação entre o dióxido de carbono e o pH.

Um pH baixo inibe a reação. Assim, um pH mais baixo fará que o HCN saia da solução, fazendo que os íons CN- fiquem mais diluídos. Estas considerações poderiam ser mitigadas para o uso de cal maçante (hidróxido de cálcio, Ca(OH)2), que é ligeiramente solúvel em água e poderia aumentar o pH. Uma solução pura de Ca(OH)2 pode alcançar um pH de 12, mas na cal maçante sólida dificilmente se tem estas condições.

Temos que assinalar aqui outro ponto. As condições destacadas aqui se referem à formação do Azul da Prússia na presença de íons cianeto e íons Fe(CN)63-. Nas câmaras de gás pode haver Fe(III) nos ladrilhos e íons cianeto no próprio HCN, mas Alich et. al. dizem que: "Os espectros das dissoluções que contêm Fe(III) e íons CN- indicaram somente a hidrólise ácida do Fe(III)."(16) Não se formou o Azul da Prússia.

É forte a evidência experimental que demonstra que a formação do Azul da Prússia não é necessária na presença de HCN e materiais de construção.

Markiewicz et al.(17) não chegaram a produzir este pigmento em experimentos com HCN e materiais de construção. Além do mais, Rudolf realizou um experimento em que expôs um ladrilho ao HCN e não encontrou níveis detectáveis de compostos de cianeto(18). Estes fracassos na intenção de produzir Azul da Prússia são suficientes para demonstrar que a sua formação em níveis detectáveis não é um resultado necessário da exposição ao HCN.

Conclusão:

Embora será precipitado afirmar que o modo como foi explicado por que existe Azul da Prússia nas câmaras de despiolhamento e não nas câmaras de gás, certamente como demonstrado que o processo de formação proposto por Rudolf dificilmente pode ser usado nas câmaras de gás.

Mais ainda, como demonstrado que a formação do Azul da Prússia está sujeita a influências muito sutis das condições presentes. Algumas leves trocas nas condições podem ser suficientes para inclinar a balança para um lado ou para outro.

O ônus da prova recai agora para os negadores do Holocausto. Afirmam que foi “provado” que não houveram gaseamentos nas câmaras de gás. Para fazer esta afirmação, precisam demonstrar que p processo de formação do Azul da Prússia que foi proposto teria que ocorrer nas câmaras de gás baixo às condições exatas que se usaram. Sua tarefa é trabalhosa. Qualquer informação dita sobre a base da ausência do Azul da Prússia é no mínimo uma especulação vazia.

Adicionar a isto que é prova da presença de cianeto nas câmaras de gás, que os testemunhos afirmam que ali ocorreram gaseamentos, que as pessoas que foram acusadas admitiram seus crimes, e que deportaram para Auschwitz-Birkenau entre 1 milhão e 1,5 milhões de pessoas e estas nunca voltaram, e com todo isto podemos dizer que o trabalho de Germar Rudolf é uma intencionada distorção da realidade.


(1)Germar Rudolf, The Rudolf Report, Ruediger Kammerer - Armin Solms (Hg), Das Rudolf-Gutachten, Gutachten ueber die Bildung nach Nachweisbarkeit von Canidverbindungen in den "Gaskammern" von Auschwitz, Cromwell Press, Londres, 1993. Foi proibido a publicação deste relatório na Alemanha, e portanto é difícil conseguí-lo. Meus agradecimentos a Margret Chatwin por obter uma cópia, y a Gord McFee por traduzir do original alemão a seção 2.5 e a nota 16. Ulrich Roessler também colaborou com a tradução de outras partes que são mencionadas mais abaixo.

Foi publicada uma tradução do inglês chamada The Rudolf Report, London: Cromwell, 1993.
Versão em alemão de 1997 em http://www.vho.org/D/rga/rga.html
Também tem um documento bastante incompleto que dizem ser uma tradução do Relatório Rudolf, mas omite as nota de rodapé. Está em http://www.codoh.com/rudolf/rudreport/rudreport.html, um link em alemão est’a no Zundelsite, mas parece incorreto. Quando perguntamos ao fórum CODOH se este documento é uma cópia fiel do trabalho de Rudolf e que pensamos em fazer uma tradução completa, não obtivemos resposta.

(2)Leuchter Fred A., THE LEUCHTER REPORT The End of a Myth: A Report on the Alleged Execution Gas Chambers at Auschwitz, Birkenau and Majdanek, Poland by an Execution Equipment Expert, Samisdat, 1988. Disponível em: http://ihr.org/books/leuchter/leuchter.toc.html

(3)Markiewicz, Gubala, y Labedz, Z Zagadnien Sqdowych, z. XXX, 1994 17-27 disponível em http://www.nizkor.org/hweb/orgs/polish/institute-for-forensic-research/index-sp.html
Rudolf, Germar. The Gas Chambers of Auschwitz and Majdanek, disponível no website del CODOH de Bradley Smith

(4)Shermer, Michael, correspondência privada.

(5)BailerAmoklauf gegen die Wirklichkeit. Praca zbiorowa (B. Gallanda, J. Bailer, F. Freund, T. Geisler, W. Lasek, N. Neugebauer, G. Spenn, W. Wegner). Bundesministerium fuer Unterricht und Kultur Wien 1991.

(6)Robin, M. B., and P. Day, Adv. Inorg. Chem. Radiochem., 10, 247 (1967)

(7)Holtzman, H., Ind. Eng. Chem. 37, 855 (1945)

(8)Rembiszewski, Sarah, The Final Lie: Holocaust Denial in Germany. A Second-Generation Denier as Test Case, Tel Aviv: Editorial da Universidade de Tel Aviv (1996)

(9)Gauss, E. (a.k.a. Germar, Rudolf), Vorlesungen über Zeitgeschichte Strittige Fragen im Kreuzverhoer, Tuebingen, 1993.Agradeço a Margret Chatwin por conseguir este documento, e a Gord McFee pela tradução.

(10)Powell, H. M., Proc Chem. Soc., p. 73 (1959)

(11)M.A. Alich, D.T. Howarth, M.F. Johnson, J. Inorg. Nucl.Chem. 1967, 29,p.1637-1642
de Wet and Rolle en Z. Anorg. Allgem. Chem 336, 96 (1965)

(12)Alich et al., op. cit. p. 1640

(13)Mark Van Alstine teve o detalhe de encontrar as seguintes referências:

Com respeito à limpeza das câmaras de gás com mangueiras:
Segundo o
Sonderkommando Henry Tauber (do Krema II):
Havia uma tomada de água no
passeio, e se conectava uma mangueira de borracha para lavar o chão da câmara de
gás.
Fonte: Pressac, Technique, p.484.
Segundo o Sonderkommando Filip Müller (do Krema V):
Normalmente o chão de
cimento da câmara de gás, assim como o do vestuário estavam húmidos.
Fonte:
Müller, Eyewitness Auschwitz, pp.82-83.
Segundo Nyszili (do Krema II):
O Sonderkommando, equipado com grandes
botas de borracha, se alinhou ante a pilha de cadáveres e os limpou com potentes
jatos de água. Isto era necessário porque o ato final dos que morrem afogados ou
por gás é uma defecação involuntária.
Fonte: Nyszili, Auschwitz, p.52.
De The Holocaust Odyssey of Daniel Bennahmias, Sonderkommando, p.46 (dos Kremas
II y III):
Uma vez que se esvaziava a câmara de gás, tínhamos que limpá-la
com uma mangueira para eliminar todos os restos de sangue e excrementos -mas
sobre tudo sangue- e depois branqueá-la com pintura rápida. Este passo é
crucial, e se faz cada vez que se esvazia a câmara, já que os mortos aranham as
paredes na agonia. Os muros se enchem de sangue e pedaços de carne, e nenhum dos que vinham no próximo transporte suspeitavam que estavam entrando em algo
distinto de uma ducha. Isto leva entre duas e três horas.

(14)Alich et al., op. cit. p. 1639

(15)Markiewicz et al., op. cit.

(16)Rudolf ,The Rudolf Report, op. cit., Agradeço a Ulrich Roessler à tradução dos parágrafos mencionados.

Notas do Apêndice I.
(1)DuPont, Hydrogen Cyanide: Properties, Uses, Storage and Handling, 195071A, (1991).

Notas do Apêndice II.
(1)John H. Seinfeld, Atmospheric Chemistry and Physics of Air Pollution, John Wiley & Sons, New York, 1986, pp. 198-204.

(2)Por exemplo, ver William H. Press, Saul A. Teukolsky, William T. Vetterling, e Brian P. Flannery Numerical Recipes in C: The Art of Scientific Computing, Segunda Edição, Cambridge University Press,

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

O AZUL DA PRÚSSIA: Porque se "equivocam" os negadores do Holocausto (ou "revisionistas")

por Brian Harmon e Mike Stein. (c) Agosto de 1994
Traduzido por Leo Gott
Desde que se tem encontrado pouca quantidade de HCN nas câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau, muitos negadores do Holocausto afirmam que nada foi gaseado ali.(1,2) Eles afirmam que se aconteceram gaseamentos com HCN nestas estruturas, deveriam haver grandes quantidades de HCN combinado com ferro em um composto chamado Azul da Prússia. Como “prova” , assinalam que existem grandes quantidades de Azul da Prússia nas pequenas câmaras de despiolhamento de Auschwitz, existem muitas manchas nas paredes exteriores destas estruturas. Em contrapartida, nas câmaras de gás existem manchas e traços relativamente baixos de HCN. Os negadores afirmam ainda que as manchas no exterior das câmaras de despiolhamento demonstram que o Azul da Prússia não foi afetado pela ação dos elementos, assim não se pode afirmar que havia muito menos manchas nas câmaras de gás pela ação do clima. Portanto dizem os negadores, a única explicação lógica para os pequenos traços de HCN nas câmaras de cãs é que elas nunca foram usadas para executar assassinatos em massa – os traços são uma simples contaminação procedente dos despiolhamentos que se realizaram hà várias metros de distância.
No Relatório Leuchter, um documento elaborado pelo "auto-proclamado Engenheiro Fred Leuchter"(3), descreve-se a tomada de amostras “científicas” que o mesmo realizou em Auschwitz e que “prova” que não era possível que os nazistas usaram HCN nos Kremas e nos Bunkers I e II, os lugares onde se gasearam as vítimas. Leuchter tergiversou sua formação e mentiu sobre sua experiência em dispositivos para execuções, muitos negadores dizem que o relatório é cientificamente válido. Isto parece plausível à primeira vista, mas quando se estuda química, a toxicologia e os mecanismos físicos envolvidos, se vê claramente que este raciocínio não é válido.
Como um ponto menor, têm-se que destacar que nem sequer é certo que o Azul da Prússia seja eternamente estável. Se foi afetado pelo clima, a um ritmo que depende muito do arredores. Sem dúvida, isto não é o mais importante. Os eixos cruciais são estes: Em primeiro lugar, as reações químicas que existem no Azul da Prússia são muito lentas, e têm-se que passar muitas horas para que se completem. Em segundo lugar, as pessoas morrem muito rápido com o HCN, e em quantidades muito pequenas. Os piolhos e outros insetos, por outro lado, têm de estarem expostos durante muito tempo e com grandes concentrações de HCN. Estes dois fatores explicam porque temos pouco Azul da Prússia nas câmaras de gás, e porque temos muito nas câmaras de despiolhamento. Este documento comparará os usos do HCN em Auschwitz: despiolhamento e assassinatos em massa. Também falará da formação do Azul da Prússia e sua solubilidade na água, além da análise do Relatório Leuchter e os métodos empregados por seu autor. Depois de tudo isto explicaremos porque é que haviam poucos traços de HCN nas câmaras de gás, e também porque os negadores dizem tudo ao contrário.
I. As Câmaras de Gás de Auschwitz
Haviam sete câmaras de gás em Auschwitz os Krema de I a V e os Bunkers I e II. Os Kremas II, III, IV e V foram todo o tempo câmras de gás industriais, situadas no complexo de Birkenau, dentro de Auschwitz. Foram destruídas pelos nazistas ao final da guerra, e só restaram suas ruínas.(4) Assim as ruínas e todos os compostos de HCN, estão expostos aos elementos durante os últimos anos (desde 1945). Os Bunkers I e II foram usados enquanto se contruíam os Kremas II a V, e tampouco restam suas ruínas. O Krema I era uma pequena câmara de gás e foi utilizada durante muito pouco tempo, antes de ser convertida em abrigo anti-aéreo em agosto de 1944.(5) Das sete câmras de gás empregadas para o extermínio em Auschwitz-Birkenau, somente a do Krema I está completa hoje. Temos que levar em conta que das sete câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau somente uma não foi destruída. As ruínas destas estão expostas à ação de chuvas e vento, que podem fazer desaparecer os trações de HCN por arrasto e erosão. Sem dúvida, também outra parte do Azul da Prússia haverá desaparecido ao dissolver-se, já que não é totalmente insolúvel na água. As câmaras de despiolhamento não foram destruídas, assim seria lógico encontrar mais traços de compostos de HCN.
II. O Relatório Leuchter: Encontrados traços de HCN nas câmaras de gás.
Tanto o Relatório do Instituto de Investigação Forense de Cracóvia como o Relatório Leuchter encontraram traços de HCN nas instalações de extermínio de Auschwitz.(6, 7) No Relatório Leuchter encontraram entre 1,9 e 6,7mg/Kg de HCN no Krema III, entre 1,1 e 7,9mg/Kg no Krema I, entre 1,4 e 2,3mg/Kg no Krema IV e entre 1,7 e 4,4mg/Kg no Krema V. Estes números baixos poderiam ser valores falsos produzidos erroneamente durante a medição e não valores reais. Para provar se era ou não, Leuchter pegou uma amostra de uma viga recolhida de um edifício do campo não relacionado com as câmaras de gás. Se os traços nas ruínas das câmaras de gás eram falsas, ou se todo o campo estava contaminado com HCN, esta também haveria dado valores similares. Mas a amostra registrou um valor certo. Baseando-se na amostra de controle de Leuchter, suas cifras são reais. Inclusive em lugares reduzidos a ruínas existem traços de HCN, mesmo que não esteja em uma viga situada no edifício aparte. Por desgraça para o pobre estudo de Leuchter, seus dados estão limitados por esta pobreza e falta de qualidade. Pegou somente duas amostras de controle: um controle negativo que não devia mostrar presença de HCN (a viga), e um controle positivo que devia gerar um valor muito alto (uma amostra que pegou em uma câmara de despiolhamento manchada de Azul da Prússia). Se tivesse pegado mais amostras de controle de lugares distintos do campo não relacionados com os gaseamentos, haveria tido uma idéia de quais eram os níveis normais de HCN e haveria podido compará-los com suas averiguações. Como não é isso, possivelmente não podemos interpretar seus resultados de maneira inteligente. Outro feito preocupamente é a falta de detalhe que Leuchter deu sobre sua técnica de coletar as amostras. Sem esta informação, não se poder rever seus métodos e ver se teve alguma inclinação na eleição das zonas dos edifícios de onde pegaram as amostras. Hà de perguntar se Leuchter seria tão pouco cuidadoso se fosse um verdadeiro Engenheiro. As conclusões de Leuchter são inclusive as mais suspeitas. Em primeiro lugar, afirma que a quantidade de HCN encontrada nas ruínas das câmaras de gás estão acerca do limite de detecção do equipamento de medida (1ppm) que também tem um valor efetivo zero. Não das razões desta conclusão. Também ignora o valor que tem que pegar como zerado da amostra de viga. Sim, seus resultados nas câmaras de gás são demasiados baixos como para medir-los, têm-se que perguntar se o controle negativo não deu um resultado similar. Seu maior erro, sem sombra de dúvida é assumir que deveriam usar mais Zyklon-B para matar pessoas que para o despiolhamento(8):

“Era de se esperar que se detectasse mais HCN nas amostras das supostas(sic)câmaras de gás (devido a que suspostamente foi o local onde se usou mais gás) do que na amostra[positiva] de controle. Como ocorreu o contrário, tenho que concluir que estas instalações nunca foram câmaras de gás destinadas a execuções, uma vez que se reúnem todas as provas recolhidas na inspeção.”>


Sua conclusão se embasa em assumir que usaram quantidades de Zyklon-B muito maiores nas câmaras de gás – algo que não foi verificado. Ignorou a informação disponível sobre a formação do Azul da Prússia, sua solubilidade e inclusive o método de real operação das câmaras de gás de Auschwitz. Suas erradas suposições e seu raciocínio confuso fazem que seu relatório e seus dados sejam inúteis. Apesar de todos os erros de Leuchter, o persistente problema de porque foram encontrados pequenos traços de HCN nas ruínas dos Kremas de Birkenau e que foram encontrados quantidades muito maiores nas câmaras de despiolhamento. Apesar de que possa parecer uma lógica sem sentido, estes pequenos traços é o que se podia esperar das câmaras, e concordam com o registro histórico. Queremos colocar ênfase em que se encontraram traços de HCN nas ruínas das instalações de extermínio de Birkenau que provam que foi utilizado HCN ali. Assim qualquer especulação sobre se se podia usar ou não Zyklon-B para o extermínio em massa é puramente acadêmica. Os traços estão ali, assim com toda segurança se usou HCN nestas salas.



III. O Azul da Prússia: O que é?
O Azul da Prússia é um sal moderadamente solúvel, formado por três moléculas de íon hexacianureto de ferro(II) e quatro moléculas de ferro(III)(9). Se pode produzir em um meio, ácido com uma dissolução de FeSO4 e o íon cianeto.

Fe+2 + 6CN-1 ----> [Fe(CN)6]-4 4Fe+3 + 3[Fe(CN)6]-4 ----> Fe4[Fe(CN)6]3 Azul da Prússia

O íon sulfato não interfere na reação. O íon cianeto pode ser conseguido através de um sal totalmente solúvel como o Cianeto de Potássio (KCN) ou o equilíbrio em sua forma ácida (HCN). Os cátions que acompanham o íon cianeto (K+ o H+) tampouco interferem na reação. O Azul da Prússia não é muito solúvel, tem uma constante solubilidade Ka que tem um valor de 10-84.5 (10). Sua solubilidade depende em grande parte do pH, e é menos solúvel em um meio moderadamente ácido (pH entre 2 e 6). Sua solubilidade vai aumentando acima do pH 4.(11)
IV. Química Cinética da formação do Hexacianureto de Ferro(II)
O hexacianureto de ferro(II) é um precursor da formação do Azul da Prússia, e este não de formará sem aquele. Se forma passo a passo, os íon de cianeto se combinam con o ferro um por um:

Fe+2 + CN-1 ---> FeCN+1 FeCN+1 + CN-1 ----> Fe(CN)2 Fe(CN)2 + CN-1 ---> [Fe(CN)3]-1 [Fe(CN)3]-1 + CN-1 -----> [Fe(CN)4]-2 [Fe(CN)4]-2 + CN-1 -----> [Fe(CN)5]-3 [Fe(CN)5]-3 + CN-1 -----> [Fe(CN)6]-4
O produto final desta eação não é o Azul da Prússia, é simplesmente o íon de cianeto de ferro solúvel em água que se combina com mais ferro para formá-lo. Este produto é absolutamente necessário para produzir o Azul da Prússia.
Este último passo é muito lento e determina o tempo de reação total.(12) É tão lento que a reação que produz o hexacianeto de ferro(II) pode levar umas 30 horas para se completar quando se misturam juntos o FeSO4, e água (7 partes de sulfato por cada parte de agua) e o KCN.(13) Desde que a formação do Azul da Prússia depende da do hexacianeto de ferro(II), esta formação será igualmente lenta. Isto qur dizer que uma breve exposição ao cianeto não produzira quase nada de Azul da Prússia.
Relacionando isto com as câmaras de gás de Auschwitz, pode-se explicar com facilidade a escassa presença de Azul da Prússia nas instalações de extermínio. De acordo com os testemunhos de Hans Stark(14), os do comandante de Auschwitz Rudolph Höss(15) e os de Marie-Claude Vaillant-Couturier, que foi prisioneira no campo(16), levava-se uma meia hora completar o processo de gaseamento e começar a ventilação da câmara. Baseando-se neste testemunho, parece razoável que somente se fixava uma quantidade muito pequena de Azul da Prússia nos muros da câmaras de gás, dado o lento processo de formação e o pouco tempo que levava o gaseamento em Auschwitz. Trinta minutos não são suficiente para produzir muito [Fe(CN)6]-4, dado que a reação leva horas.
As câmaras de despiolhamento são outro tema. É necessário empregar muito tempo e altas concentrações de cianeto para matar insetos como os piolhos. Podem ocorrer concentrações de até 4.600ppm, sendo que para os seres humanos bastam 300pmm(17). Mesmo assim, o manual de uso do fabricante do Zyklon-B, Degesch, fala de tempos de fumigação de 16 horas ou mais, e de um mínimo de seis horas se a temperatura ambiente é muito alta.(18) Devido às concentrações muito maiores de cianeto e os tempos muito maiores de exposição (até 32 vezes mais), havia tempo para se formarem quantidades significativas de [Fe(CN)6]-4 , produzindo-se assim grandes depósitos de azul da Prússia nas câmaras de despiolhamento. O processo de despiolhamento não é só muito maior, sendo que ademais se realizava com muito mais freqüência. O livro de Jean-Claude Pressac, Technique and Operation of the Auschwitz Gás Chambers, comparou os gaseamentos com o processo de despiolhamento(19). Uma concentração de 0.3 g/m3 de cianeto de hidrogênio (dose letal) seria fulminantemente fatal para um ser humana, sendo que para eliminar piolhos tem que se aplicar uma concentração de 5 g/m3 durante pelo menos duas horas. Se se mantem esta concentração durante seis horas, se mata todos os insetos.[Fonte: Degesch]. Em Birkenau, a quantidade que usava nas câmaras de gás era quarenta vezes a dose letal (12 g/m3) e matava 1.000 pessoas em 5 minutos sem deixar nenhum sobrevivente. O tempo de exposição do cianeto nunca superava os 10 minutos ao dia com uma temperatura de 30º C. Nas câmaras de despiolhamento se usava uma concentração mínima de 5 g/m3 durante várias vezes ao dia, variando a duração do ciclo segundo o tempo de contato escolhido. Esta saturação do cianeto de hidrogênio durante 12 e 18 horas ao dia era reforçada pelo caor das estufas da câmara de gás, que proporcionavam uma temperatura de 30º C. Os muros estavam impregnados de cianeto de hidrogênio, durante pelo menos 12 horas ao dia, o que provocou a formação do Azul da Prússia, o hexacianoferrato(II) de potássio de ferro(III), cuja composição variava segundo as condições de formação. Ainda que as câmaras de gás usavam uma concentração maior de Zyklon-B, o tempo maior de exposição e o calor levaram à formação do Azul da Prússia. Pressac segue dizendo que a cor azul não ficou visível imediatamente depois da guerra, mas agora é possível distinguir facilmente entre as câmaras de despiolhamento e as câmaras de gás. Apesar de aproveitar o desconhecimento das pessoas sobre as diferenças de tempo e concentrações de cianeto nas câmaras de despiolhamento e nas de extermínio, outro ponto que se apóiam os negadores para criar confusão é a natureza do “gaseamento em massa”. Levam a pensar em uma linha de montagem, gente introduzida nas câmaras de hora em hora. Sem dúvida isto não é a realidade. De cerca de 1 milhão de pessoas que morreram em Auschwitz-Birkenau, nem todas foram gaseadas. As doenças, o trabalho até à exaustão, as enfermidades produzidas pelas condições insalubres do campo poderiam ter matado mais pessoa do que o gás, ainda que a deliberada imposição destas condições converte estas mortes em assassinatos não menores que as mortes por tiro na nuca ou por cianeto que também tiveram lugar.
Alter Fajnzylberg era um menbro do Sonderkommando de Auschwitz-Birkenau e conseguiu sobreviver no campo, desde os primeiros gaseamento do Krema I até a liberação do campo. Declarou que os gaseamentos se realizavam “várias vezes na semana”, ainda em certo momento momento de 1944, durante a chegada de um grande número de judeus procedentes da Hungria, Fajnzylberg assinalou que “os gaseamentos realizavam-se diariamente, incluindo várias vezes ao dia”(20). Inclusive com este ritmo, sem dúvida, o tempo total de exposição e por tanto a quantidade de Azul da Prússia que seria de se esperar é muito menor que os negadores querem nos fazer crer. Somos conscientes que a química pode ser difícil para o leitor normal.
Os que negam o Holocausto contam com isto ao fazer suas afirmações para confundir os leitores. Sem dúvida, talvez uma analogia física comum à experiência de muitas pessoas pode servir para clarear as coisas. Imaginem dois panos brancos de algodão. Colocamos em cima de uma prancha a temperatura média de 4 segundos, e deixamos durante 10 segundos. Repetimos este processo duzentas vezes. Sobre o outro pano colocamos uma prancha muito quente durante 2 minutos seguidos. O primeiro pano, que ficou em contato com a prancha 800 segundos, está apenas queimado. O segundo pano, exposto durante 120 segundos não está. O primeiro pano corresponde às câmaras de gás, exposições breves ao gás em baixas concentrações separadas pelo tempo, e portanto dissipando-se, sendo que o segundo corresponde às câmaras de despiolhamento, altas exposições com altas concentrações.
V. Solubilidade do Azul da Prússia
Como mencionado antes, o Azul da Prússia é um sal, mas bem insolúvel – não se dissolve em qualquer condição. Sem dúvida, sua solubilidade depende em grande parte do pH na dissolução. É menos solúvel em meios ácidos, e se precipita sem o pH abaixo de 6. Se passar do 6, é mais solúvel, e se dissolve quase por completo(21). Inclusive com um pH superior a 4, o Azul da Prússia se dissolve o suficiente para disseminar-se pelo solo e as águas ao redor como um cianeto de ferro solúvel. Isto quer dizer que o Azul da Prússia pode ser arrastado pela ação dos elementos, ao contrário do que dizem os negadores do Holocausto. Teria a chuva o pH correto para derreter o Azul da Prússia? Baseando-se em um estudo sobre a chuva ácida (22) no norte da Europa, o pH da chuva caiu de 5,8 a 5 em um período de vinte anos que vai de 1955 a 1975. Se poderia assim estimar um pH médio para os últimos cinqüenta anos de 5,4. Dado que o Azul da Prússia começa a se dissolver com um pH de 4, e que qualquer Azul da Prússia que estiver nos Kremas II, III, IV e V têm estado exposto a esta chuva ácida durante quase cinqüenta anos, é surpreendente que caiam os traços. Em seu relatório sobre os traços de cianuto no complexo de Auschwitz-Birkenau, o Instituto Polonês de Investigação Forense de Cracóvia afirma erroneamente que o Azul da Prússia se dissolverá em meios de acidez débil(23) Ainda que com segurança se dissolverá em um ácido forte (pH<0).>
VI. Resumo e Conclusões
O Azul da Prússia é um sal moderadamente solúvel cuja fórmula é Fe4[Fe(CN6)]3.

Se forma através de um processo lento, e é muito insolúvel em meios ácidos.
Se dissolve com pH acima de 6.

Outros compostos relacionados com a formação do Azul da Prússia são solúveis e podem ser levados pela água em pouco tempo.
Devido ao escasso tempo de exposição ao cianeto as câmaras de gás e a que o Azul da Prússia se forma muito lentamente, é muito difícil de se formar ali Azul da Prússia em quantidades significativas. Em compensação, nas câmaras de despiolhamento, com suas altas concentrações de cianeto e seu alto tempo de exposição, se formaram quantidades significativas de Azul da Prússia.

Como o Azul da Prússia é suficientemente solúvel como para contaminar as águas freáticas com cianeto se encontra um pH acima de 4, e como é totalmente solúvel com pH 6, é de se esperar que haja inclusive menos traços de cianeto nas ruínas dos Kremas II, III, IV, e V depois de mais cinqüenta anos de exposição os elementos.
É lógico que a chuva tenha dissolvido o Azul da Prússia, ainda que lentamente. Tendo todos estes fatores em conta, é muito difícil que se encontrem traços significativos de cianeto nas ruínas dos Kremas II a V.

Surpreendentemente foram encontrados traços de cianeto nas câmaras de gás, provando-se assim que usaram HCN ali. Dado que os nazis destruiram estas instalações e deixaram intactas outras estruturas menos relacionadas com o extermínio, está claro que seus fins não eram bem intencionados. A única discrepância aparente é que se encontra muito mais cianeto nas salas usadas para o despiolhamento. Sem dúvida, com uma compreensão básica de química e toxicologia do cianeto, se pode explicar a escassez de Azul da Prússia nas câmaras de gás e sua presença nas câmaras de despiolhamento.
Apêndice
Copyright(c) Brian Harmon y Mike Stein, 1994.

Agradecimentos:
Queremos agradecer a Ken McVay sua ajuda pessoal e a liberação de seus arquivos, que tem sido de grande ajuda para todos nós. Ken McVay é o administrador de um grande arquivo de material sobre o Holocausto e vários aspectos da negação do Holocausto. Se pode acessar estes arquivos por ftp anônimo em ftp.almanac.bc.ca, e pela World Wide Web em http://nizkor.almanac.bc.ca/
Citação do Instituto Polonês de Investigação Forense Esta é a seção do relatório do Instituto Polonês onde foi feito referência à solubilidade do Azul da Prússia em meios ácidos:
INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO FORENSE
Prof. Dr. Jan Sehn,
Cracóvia Divisão de Toxicologia Forense Cracóvia,
24 Set. 1990 Westerplatte 9
Code 31-033 Tel. 505-44, 592-24, 287-50 Telex 0325213 eksad ...
O cianeto de hidrogênio (HCN) que é liberado do Zyklon-B é um líquido com ponto de ebuição em uns 27 ºC. Tem caráter ácido, e por tanto forma compostos com sais metálicos conhecidos como cianetos. Os sais de metais alcalinos (como o sódio e o potássio) são solúveis em água.
O cianeto de hidrogênio é um ácido muito débil, e por tanto se dissolve facilmente em ácidos mais fortes. Inclusive o ácido carbônico, que se forma por una reação do dióxido de carbono com água, dissolverá um cianeto de ferro.
Os ácidos mais fortes, como os ácidos sulfúricos, dissolverão facilmente os cianetos. Os compostos de íons cianeto com metais pesados são mais duradouros. Isto inclusive o mencionado Azul da Prússia, ainda que também se dissolverá lentamente em um meio ácido. Assim, é difícil assumir que ainda se pode detectar traços de compostos de cianeto nos materiais de construção (gesso, ladrilho) depois de 45 anos, e haver sofrido a ação dos elementos (chuva, óxidos ácidos, especialmente os óxidos de nitrogênio e enxofre). Daria mais resultados em análises de [amostras de] gesso de muros de salas fechadas que não sofrem ação dos elementos (inclusive a chuva ácida).
O descobrimento de compostos de cianeto nas amostras de materiais expostos aos elementos só pode ser acidental. Ainda que o Azul da Prússia se dissolve em meios moderadamente solúveis, aumentar a acidez diminui a solubilidade, ao contrário do que quer dizer o relatório polonês.
Notas:
(1)Leuchter, Fred, The Leuchter Report: The End of a Myth. Samisdat Publishers, (c) 1998. p 17. (2)Citado o Relatório do Instituto para Investigação Forense no número de verão de 1991 do Journal For Historical Review (Institute for Historical Review: Torrance, CA)
(3)Leuchter, p 1.
(4)Brugioni, Dino and Poirier, Robert. The Holocaust Revisited: A Retrospective Analysis of the Auschwitz-Birkenau Extermination Complex. (Washington D.C.: Central Intelligence Agency). (c) Feb. 1979, pp 13-14
(5)ibid, p 5.
(6)Relatório do Instituto para Investigação Forense, JHR, verão '91
(7)Leuchter, p 17.
(8)Leuchter, p 11.
(9)Sharpe, A. G. The Chemistry of Cyano Complexes of the Transition Metals. (Academic Press: New York, London, San Francisco) (c) 1976, p 122.
(10)Meeussen, Johannes C. L., Meindert Keizer G., van Riemsdijk, Willem H., and de Haan, Frans A. M. Dissolution Behavior of Iron Cyanide (Prussian Blue) in Contaminated Soils, Environmental Science and Technology, vol 26, no 9, 1992. p 1834 (figura).
(11)Meeussen, p 1832.
(12)Sharpe, 104.
(13)ibid, p 104.
(14)"The Good Old Days": The Holocaust as Seen by Its Perpetrators and Bystanders. ed. por Ernst Klee, Willi Dressen, y Volker Reiss. Traducción al inglés de "Die Scho"ne Zeit". (New York: The Free Press, div. of MacMillan, Inc.) (c) 1991., p 255.
(15)"The Good Old Days", p 272.
(16)Documents on the Holocaust: Selected Sources on the Destruction of the Jews of Germany and Austria, Poland, and the Soviet Union. ed. por Yitzhak Arad, Yisrael Gutman, y Abraham Margaliot. (Jerusalem: Yad Veshem) (c) 1981, p358.
(17)Hansen, James D., Hara, Arnold H., Chan, Harvey T., y Tenbrik, Victoria L. Efficacy of Hydrogen Cyanide Fumigation as a Treatment for Pests of Hawaiian Cut Flowers and Foliage After Harvest. Journal of Economic Entomology, vol 84, no 2, p 534.
(18)Documento de Nuremberg NI-9912, Manual Degesch sobre o uso apropriado do Zyklon. As versões alemã e inglesa foram obtidas de: Mendelsohn, John y Detwiler, Donald S. The Holocaust: Selected Documents in Eighteen Volumes. "Volume 12: The 'Final Solution' in the Extermination Camps and the Aftermath". (New York: Garland Publishing) c. 1982, p 137.
(19)Pressac, Jean-Claude. Auschwitz: Techniques and Operation of the Gas Chambers (Edição inglesa) (Nueva York: Beate Klarsfeld Foundation) c. 1989, p 53. [A tradução citada neste documento é de Michael Stein, diretamente do facsímile fotográfico do original francês. É ligeiramente mais literal que a tradução que aparece na edição inglesa de Pressac.]
(20)ibid., p 124-125. (21)Meeussen, p 1832, 1835. (22)Ode'n, Svante. "The Acidity Problem -- An Outline of Concepts"; Water, Air and Soil Pollution, vol 6, 1976. p 142. (23)Relatório do Instituto de Investigação Forense, JHR, verão '91 (24)Meeussen, p 1835. (25)ibid, p 1832.

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