Mostrando postagens com marcador Pressac. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Pressac. Mostrar todas as postagens

domingo, 23 de junho de 2013

O ícone mais idiota da negação do Holocausto: a piscina de Auschwitz

Mas o que quero dizer é, Jon Harrison já tratou disso, Pressac já tratou disso, e van Pelt já tratou disso:
Dada a dicotomia entre a muito complexa natureza e a história de Auschwitz e o hábito de muitos em considerar o campo apenas como um "centro de extermínio em massa altamente secreto", muitas pessoas, incluindo historiadores e sobreviventes de boa-fé, e gente de não 'tão' boa-fé assim como os negadores do Holocausto, muitas vezes acabam cometendo a falácia de composição: eles, em razão das características de parte de Auschwitz, que foi usado para extermínio em massa, citam isso como as características de Auschwitz como um todo. Um exemplo clássico e favorito dos negacionistas é a chamada piscina de Auschwitz I. Eles argumentam que a presença de uma piscina, com três trampolins, mostra que o campo era realmente um lugar bastante benigno e, portanto, não poderia ter sido um centro de extermínio. Eles ignoram que a piscina foi construída como um reservatório de água com a finalidade de combater incêndios (não havia hidrantes no campo), e que os trampolins foram adicionados mais tarde, e que a piscina era apenas acessível a homens da SS e alguns prisioneiros arianos privilegiados empregados como 'presos-funcionários' no campo. A presença da piscina não diz nada sobre as condições de prisioneiros judeus em Auschwitz, e não põe em cheque a existência de um programa de extermínio, com suas instalações apropriadas em Auschwitz II (Birkenau).
No entanto, isto continua retornando, retornando, e retornando, como um zumbi.

O "argumento" é tão assustadoramente ilógico que alguém fica surpreso de até mesmo com os cultuadores do negacionismo quererem repeti-lo, já que eles continuam fazendo isso mesmo havendo perdido a "graça" (o impacto inicial).

Nenhum historiador ou tribunal jamais afirmou que cada prisioneiro de Auschwitz tinha que morrer - ou que tiveram que morrer imediatamente. A presença de grupos relativamente privilegiadas de prisioneiros (como Kapos, "arianos" ou judeus) é reconhecido por todos. A presença de amenidades (como um bordel) para determinados prisioneiros privilegiados não é um segredo.

Então, por que a persistente menção da estrutura, a qual não contradiz a existência de nada, até mesmo se alguém negar sua principal função como um reservatório de água (e que nem sequer está situado na seção de extermínio, ou seja, Birkenau, e no entanto, mesmo que se se situasse lá, isto não seria um problema)?

Como completamente um estúpido, ignorante ou desonesto pode continuar pensando em usar a piscina Auschwitz como um truque/distorção em nome do "revisionismo"?

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Sergey Romanov
http://holocaustcontroversies.blogspot.de/2010/01/dumbest-holocaust-denial-icon-auschwitz.html
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Homenagem póstuma a Harry W. Mazal (1937-2011)

Como o Leo bem observou, só deu pra ficar a par do falecimento de Harry Mazal ao ler um dos posts recentes do Holocaust Controversies com uma dedicatória a ele. Fica aqui o agradecimento e reconhecimento à sua dedicação frente ao site The Holocaust History Project e à Mazal Library, como também pelo seu combate ao negacionismo do Holocausto. Descanse em paz.

Harry W. Mazal (10 de maio de 1937 - 22 de agosto de 2011)

Ele criou uma biblioteca amplamente usada em San Antonio
In Memory of Harry W. Mazal

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Argentina expulsa bispo que negou o Holocausto

Argentina manda bispo que negou o Holocausto deixar o país

O governo da Argentina anunciou nesta quinta-feira que o bispo britânico Richard Williamson, que negou a dimensão do Holocausto de judeus por nazistas, deve deixar o país, onde faz trabalhos religiosos, em até dez dias.

"O ministro do Interior [...] ordena a Richard Nelson Williamson que deixe o país dentro de dez dias ou ele será expulso", informou o governo em uma declaração, sobre a decisão do ministro Florencio Randazzo.

As autoridades argentinas alegaram que o bispo ultraconservador "fraudou reiteradamente o verdadeiro motivo de sua permanência no país". Segundo o Ministério do Interior da Argentina, Williamson declarou "ser um empregado administrativo da Associação Civil La Tradición, quando sua verdadeira atividade era a de sacerdote e diretor do Seminário que a Fraternidade São Pio 10° possui na cidade de Moreno", nos arredores de Buenos Aires.

Williamson está no meio de uma polêmica entre o Vaticano e entidades judaicas desde que sua expulsão da Igreja Católica --por desobediência, nos anos 80-- foi suspensa em janeiro pelo papa Bento 16, junto a de outros três religiosos tradicionalistas.

O gesto de união entre cristãos levou à revolta de judeus quando veio à tona uma entrevista de Williamson a uma TV sueca, em que ele disse não acreditar que os nazistas tenham utilizado câmaras de gás para extermínio e estimou entre 200 mil e 300 mil judeus o número de judeus mortos nos campos de concentração --6 milhões de judeus foram mortos pelos nazistas, segundo registros históricos amplamente aceitos.

Em meio a pressão internacional --que incluiu um pedido da chanceler alemã, Angela Merkel -- o papa afirmou que a negação do Holocausto é "totalmente inaceitável", e o Vaticano ordenou que Williamson revisse suas opiniões, mas o bispo disse que precisava de mais tempo para examinar as evidências históricas.

Fonte: Reuters/EFE
http://www.jusbrasil.com.br/politica/1756547/argentina-manda-bispo-que-negou-o-holocausto-deixar-o-pais

sábado, 31 de maio de 2008

Colunas de Zyklon - coluna Kula

Uma das peças de propaganda "revisionistas" mais difundidas é a idéia de que não havia buracos nas câmaras de gás nazistas. No seguinte texto do Holocaust History Project, todas as distorções "revisionistas" são desmitificadas e é apresentada uma explicação detalhada das colunas de Zyklon, que fizeram parte de todo aparato de assassinato em massa nos campos de extermínio nazi.

Colunas de Zyklon - coluna Kula

Introdução

Em Auschwitz-Birkenau, nas câmaras de gás dos crematórios II e III, o Zyklon-B era colocado através de buracos no teto. Depois dos recentes experimentos com este veneno, a equipe do campo tinha aprendido que era importante deixar as pastilhas de Zyklon para serem removidos depois da morte das vítimas, e também para provocar um aumento da velocidade de evaporação do gás.

A solução para estes problemas era o uso de uma coluna de malha de arame, que percorria todo o chão acima do teto pelo telhado. Um homem das SS, usando uma máscara de gás e em pé no telhado, colocaria as pastilhas no topo da coluna e poria uma cobertura de madeira sobre isso. As pastilhas caiam dentro de uma cesta interna de malha de arame, que as recebia e então liberavam seu veneno dentro da câmara de gás.

Depois que o assassinato em massa estivesse completo, a cobertura era aberta, a cesta era retirada, e o Zyklon que restava expelia seu veneno de um modo inofensivo ao ar livre. Enquanto isso, a ventilação da câmara de gás e a cremação de cadáveres podiam ter início.

Estas colunas são relatadas no inventário do crematório II, 31 de março de 1943, como "mecanismo de introdução de malha de arame" (Drahtnetzeinschiebvorrichtung) com "coberturas de madeira" (Holzblenden).

Esquema

Abaixo há um esquema de uma seção transversal da introdução da coluna, vista de lado. Cada um das medidas foram coletadas de várias fontes de depoimentos de testemunhas oculares; eles foram sintetizados dentro deste desenho. As medidas mostradas são as melhores aproximações daquelas fontes, mas não devem ser consideradas exatas para medida em centrímetros.(clique na imagem para vê-la ampliada)

Fontes: Gutman, Yisrael, and Michael Berenbaum, Anatomy of the Auschwitz Death Camp, 1994; Pressac, Jean-Claude, Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers, Beate Klarsfeld Foundation, New York, 1989.

Esboço

Michal Kula, um ex-prisioneiro que trabalhou num local de confecção de esquadrias metálicas do campo de Auschwitz-Birkenau, deu um depoimento descrevendo a introdução das colunas em junho de 1945. Abaixo há um esboço ilustrando o que ele descreveu naquele depoimento. As imagens são do livro de Jean-Claude Pressac "Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers"(Auschwitz: Técnica e Operação das Câmaras de Gás), que foi originalmente publicado em francês; as traduções estão abaixo.

Este esboço mostra a menor "cesta de arame" abaixo a coluna dentro da qual isto foi inserido. Esta "parte móvel" é o que realmente carrega as pastilhas de Zyklon para elas liberarem o gás venenoso, e é o que era retirado uma vez que a operação de gaseamento era completada.(clique na imagem para vê-la ampliada)

Traduções:

PARTIE MOBILE - PARTE MÓVEL

Coiffe en tôle - Tampa de Metal

Intervalle separant le tube en tôle du 3ème tamis: 25 mm - Espaço entre os tubos de metal e a terceira estrutura: 25 mm

Troisième tamis intérieur à maille de 1 mm de côté - Terceira, interna, estrutura de 1 mm de malha

Tube en fine tôle zinguée de 15 cm de côté - Tubo de metal galvanizado interno, 15 cm²

PARTIE FIXE - PARTE FIXA

Pièce de métal reliant les 1er et 2ème tamis - Pedaço de metal unindo a primeira e segunda estruturas

Premier tamis extérieur en fil de 3 mm de diamètre et de maille de 45 mm de côté - Primeira, externa, estrutura de 3 mm de diâmetro de arame, 45 mm de malha

Deuxième tamis intérieur à maille de 25 mm de côté - Segunda, interior, estrutura de 25 mm de malha

3 m environ - Aproximadamente 3 m

Cornières de 50 x 50 x 10 mm - Calhas de 50 x 50 x 10 mm

Fonte: Pressac, Jean-Claude, Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers, Beate Klarsfeld Foundation, New York, 1989, p. 487.

Testemunho de Erber

Em 1981, o historiador Gerald Fleming conversou com o ex SS-Sergeant Major Josef Houstek, que havia mudado seu nome para Josef Erber depois de servir em Auschwitz. Erber descreveu as colunas parecendo ligeiramente diferentes:
Em cada uma destas áreas de gaseamento [dos crematórios [II and III] em Birkenau] estavam dois dutos: em cada duto, quatro tubos de ferro percorriam do chão até o teto. Estes estavam recobertos com malha de arame de aço e dentro havia um recipiente de estanho com uma borda baixa. Anexo a este estanho havia um arame pelo qual isto poderia ser retirado pelo telhado. Quando as tampas eram levantadas, alguém poderia retirar o recipiente de estanho e remexer os cristais do gás dentro dele. Então o recipiente foi baixado, e a tampa fechada. 6

6. Prisioneiro Josef Erber ao autor, 14 de setembro de 1981.

Os "quatro tubos de ferro" são supostamente as quatro calhas ao redor dos quais a malha do lado externo fora envolvida. O recipiente de estanho baixado por um arame deveria ser, mais cedo ou mais tarde, a versão do lado de dentro da "cesta de arame" descrita por Kula.

Fonte: Fleming, Gerald, Hitler and the Final Solution, 1984, p. 188.

A descrição de Tauber

Henryk Tauber deu um depoimento em maio de 1945 que incluiu uma descrição das colunas:
A lateral destes pilares, que iam até o telhado, eram de malha de arame pesado. Dentro desta grade, havia outra de malha mais fina e dentro daquela uma terceira de malha mais fina ainda. Dentro da jaula desta última malha havia uma lata removível que era retirada com um arame para recuperar as pastilhas das quais o gás havia evaporado.

[...]

A sala de despir e a câmara de gás eram cobertas primeiro com um bloco de concreto e então com uma capa de de solo coberto com grama. Existiam quatro pequenas chaminés, as aberturas através das quais o gás era expelido naquelas saídas acima da câmara de gás.
Fonte: Pressac, Jean-Claude, op.cit., p. 484.

Vista Aérea

As aeronaves de reconhecimento dos Aliados adquiriram a capacidade militar para sobrevoar a área de Auschwitz em meados de 1944. A fábrica da IG Farben próxima produzia borracha sintética e óleo, e era de interesse militar por esta razão, mas várias fotografias foram também tiradas do campo de Birkenau. Em 25 de agosto de 1944, um aeroplano capturou esta vista de Birkenau, incluindo as câmaras de gás dos crematórios II e III.

Nesta fotografia, o crematório II está no retângulo central à direita, e o crematório III está abaixo à direita. O Norte está ao fundo(parte inferior).

Abaixo, uma ampliação da mesma fotografia mostra a edificação do crematório II. Ao fundo, a chaminé do crematório faz uma extensa sombra. Extendendo-se pra cima(sul) da edificação está o subsolo da câmara de gás, Leichenkeller 1. Quatro manchas escuras são visíveis, correspondendo às quatro "pequenas chaminés" da introdução das colunas.

Fonte: U.S. National Archives, Record Group 317 - Auschwitz Box Envelope 17 / Security Set - CIA Annotated Negative #17, photograph of August 25, 1944.

Vista Terrestre

Abaixo está uma vista do terreno do mesmo crematório, olhando ao norte de seu Sul. Na direita está a edificação do crematório com sua chaminé visível. Jean-Claude Pressac situa a data desta fotografia entre 9 e 11 de fevereiro de 1943. A edificação está ainda sendo construída e não será terminada até fim de março de 1943.

A câmara de gás Leichenkeller 1, justo à direita da fumaça do trem, extende-se na direção da câmara e ligeiramente para direita.

Abaixo, uma ampliação da mesma fotografia mostra a câmara de gás. Como o resto da edificação, está em construção. Não tinha sido ainda coberta com terra, fazendo as "pequenas chaminés" parecerem mais altas que elas seriam.

Uma cuidadosa análise fotográfica mostrou que as duas sombras escuras curtas e verticais, sob o centro da janela nesta foto, estão "pequenas chaminés" ao sul. (O retângulo escuro à sua direita parece estar contra a parede da edificação, atrás da câmara de gás. É desconhecido o que está mais curto, e a sombra cinza mais clara está à sua esquerda. As linhas de luzes verticais em frente à câmara de gás são postes da cerca.) A terceira "pequena chaminé" está atrás da fumaça do trem, e no canto superior da quarta pode apenas ser vista, justo à esquerda da fumaça do trem, e mais escurecida pelo monte de cobertura de neve da terra. Deste ângulo, sua colocação está oscilando devido a alternância leste-oeste.

Fonte: Pressac, Jean-Claude, Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers, Beate Klarsfeld Foundation, New York, 1989, p. 340. Cited by Pressac as PMO neg. no. 20995/494, Kamann series. And Keren, Daniel, Jamie McCarthy, and Harry W. Mazal, Holocaust and Genocide Studies, Oxford University Press, Vol. 18, No. 1, Spring 2004, pp. 68ff.: "The Ruins of the Gas Chambers: A Forensic Investigation of Crematoriums at Auschwitz I and Auschwitz-Birkenau."

Um Respiradouro Similar

Uma rara fotografia de uma introdução de respiradouro similar de Majdanek, não de Auschwitz, foi preservada. Majdanek foi também um campo onde gaseamentos em massa foram realizados.

Quando o Exército Vermelho chegou em julho de 1944 os soldados acharam enormes depósito transbordado de bens. Eles descobriram cadáveres e mais evidências de uma enorme série de atrocidades, as quais noticiaram imediatamente para a imprensa mundial.

(Feig, Konnilyn, Hitler's Death Camps, 1979, p. 330.)

Um homem do exército soviético posou para esta fotografia, pegando a cobertura do aparelho, em pé próximo ao aparelho. Foi publicada pela London press em outubro de 1944. É desconhecido como similar a isto pareciam às "pequenas chaminés" de Auschwitz-Birkenau.

Fonte: The Illustrated London News, October 14, 1944, p. 442.

Negadores do Holocausto

Negadores do Holocausto rejeitam que estas colunas também existiram. A convergência desta evidência, incluindo os testemunhos convincentes que deram detalhes antes de corroborar evidências que foram desenterradas é ignorada.

Os depoimentos de Kula e Tauber descrevendo as inserções de "aparelhos de malha de arame", décadas antes corroborando a evidência foram descobertos nos arquivos, não podem ser descartados. O depoimento de Houstek/Erber dos mesmos aparelhos, também antes desta evidência ser descoberta, é também uma forte corroboração.

Negadores provavelmente sustentarão que uma menor diferença em suas descrições significa que devamos ignorá-los. Mas realmente devemos esperar achar narrativas idênticas? Os prisioneiros deram suas descrições meses depois do fato; o perpetrador, 35 anos mais tarde. Que devem contar para alguns como diferença. Justamente como em grande medida, não sabemos se os nazis em fulga da operação de gaseamento tentaram usar ligeiramente diferentes tipos do equipamento de hora em hora.

Certamente, se todas as três descrições eram exatamente semelhantes, devemos suspeitar que a narrativa mais recente foi copiada das mais antigas. Por elas não serem, sabemos que aqui estão três testemunhas oculares separadas por estes itens.

Negadores do Holocausto rejeitam a validade das fotografias aéreas, alegando que aqueles quatro postes escuros no telhado de cada câmara de gás foram retoques adicionados pela CIA ou alguma outra conspiração. John Ball, que não é nenhum perito em interpretar fotografias aéreas, sugere uma destas hipóteses ou, alternativamente, que os postes escuros eram vasos em repouso em cada câmara de gás.

Os objetos mostrados no telhado na foto terrestre, dizem alguns negadores, são caixas comuns de material de construção.

Negadores também alegam que não há nenhuma evidência dos quatro buracos no telhado de cada câmara de gás. Porque as câmaras foram dinamitadas numa tentativa de esconder evidência de assassinatos em massa da chegada do Exército Soviético, os telhados desmoronaram e é difícil dizer nos escombros o que é um buraco e o que não é. Mais tarde neste ano, um ensaio no website direcionará esta questão em detalhe.

Finalmente, negadores do Holocausto intencionalmente confundem o sólido apoio no telhado das colunas das câmaras de gás com as colunas de malha de arame. Como óbvia evidência de seus crimes, as últimas seriam removidas pelos nazis das câmaras de gás antes delas serem destruídas. De forma absurda, negadores mostram fotos de sólidas colunas como prova de que as colunas de malha de arame nunca existiram.

Esta débil intenção em reescrever a história não se sustenta.
-----------------------------------------
Agradecimentos ao voluntário Harry Mazal do Holocaust History Project pela assistência de pesquisa.

Última alteração: 30 de outubro de 2005
Contato técnico/administrativo: webmaster@holocaust-history.org

Texto: Jamie McCarthy e Mark Van Alstine
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/intro-columns/
Tradução: Roberto Lucena

sábado, 2 de fevereiro de 2008

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 45

45. Pode se utilizar um forno crematório em 100% do tempo?

O IHR diz:

Não. Uma estimativa generosa daria uns 50% (12 horas ao dia). Há que limpar cuidadosamente e regularmente um forno crematório quando se está fazendo um trabalho pesado.

Nizkor responde:

Esta resposta compreende as anteriores das perguntas 42, 43, e 44.

Comecemos dando uma olhada em uma fotografia dos fornos do Krema II para termos uma idéia do tamanho. Eram muito grandes. Tendo em conta que o Zündelsite qualifica estes enormes edifícios de incineração de "galinheiros".

Havia cinco Kremas em Auschwitz. Os Kremas II e III tinham cinco grandes fornos, cada um dos quais tinham três "bandejas", podendo assim incinerar três cadáveres de vez. Eram desenhados para realizar as incinerações eficientemente e rapidamente, especialmente quando tinham que queimar muitos corpos de uma vez (ver Gutman et al., "Anatomy of the Auschwitz Death Camp", 1994, pp. 185-186).

Ainda que os fornos tivessem três bandejas, podiam-se colocar quase sempre dois ou inclusive três cadáveres por bandeja. Recordando que havia muitas crianças, e que as vítimas eram com freqüência prisioneiros que haviam estado em Auschwitz durante meses e que por tanto sofriam uma grave desnutrição. Os nazis consideraram entre 70 e 100 kg de restos como uma "unidade" que podia ser incinerada numa bandeja; quer se tratasse de uma pessoa corpulenta ou de três pequenas era irrelevante tecnicamente falando. Höss testemunhou que o Sonderkommando costumava ir alternando pôr dois ou três cadáveres em cada bandeja. (Ver Gutman et al., op. cit., pp. 236, 166, 180n55.)

Indo contra o que o IHR afirma na pergunta 42, os fornos podiam consumir um cadáver entre 30 e 45 minutos como máximo. Isto tem sido verificado não só por testemunhas oculares, como também por numerosos relatórios nazis sobre o processo de incineração.

Estes são os cálculos para um único Krematorium, o número II:

Cinco fornos, cada um com três bandejas, sendo cada bandeja capaz de conter dois ou três cadáveres de uma vez (ponhamos dois) e sendo capazes de incinerá-los em meia hora, reduziriam a cinzas 1440 corpos em 24 horas de trabalho contínuo. 5 por 3 por 2, por 48 meias horas que se tem em um dia, dá-nos 1440.

Um relatório capturado com data de 28 de junho de 1943 e enviado à Berlim ao General das SS Kammler estipula o número de corpos que podiam se eliminar em um dia em Auschwitz-Birkenau em 4.756. Isto ao que parece se baseia em um ciclo de trabalho de 24 horas por dia utilizando as cifras anteriores, já que se calcula a capacidade do Krema II como de 1440. Ver uma fotografia do documento, ou Pressac, "Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers", 1989, p. 247. Os historiadores e os técnicos discutem se isto representa um máximo teórico que nunca foi alcançado salvo com a ajuda de incinerações realizadas em valas, ou se é uma cifra que foi alcançada ou inclusive ultrapassada nos piores momentos do processo de extermínio. Seja como for, está claro que a cifra dada por Lagace de 184 corpos ao dia (Lenski, Robert, "The Holocaust on Trial", 1990, p. 252) nem sequer se aproxima das cifras corretas.

Fonte: Nizkor
Tradução: Roberto Lucena

66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 44

44. Dado um ciclo de trabalho de 100% de todos os crematórios de todos os campos em território controlado por alemães, qual é o número máximo de cadáveres que foi possível incinerar durante todo o período em que os crematórios estiveram em funcionamento?

O IHR diz:

Uns 430.600.

Nizkor responde:

Esta enganosa cifra é o resultado de vários erros que vão se acumulando. Temos respondido aos erros sobre os tempos de inicineração de um cadáver e das necessidades de manutenção na resposta à pergunta 42. Foi respondido sobre os erros do número de cadáveres por bandeja do forno na resposta à pergunta 45.

Basear-se em números teóricos pode ser instrutivo, se um tem em conta que nunca se alcançou a capacidade teórica por diversas razões. Mas se trata-se de considerar quais poderiam ter sido os números teóricos, usando um ciclo hipotético de 100% e eliminando todo o tempo sem serviço por manutenção, as cifras se tambalean.

Não necesitamos falar de todos os campos nazis; consideremos simplesmente Auschwitz-Birkenau. Mais ainda que, consideremos só as duas instanções de cremação maiores (de um total de cinco). Esses dois únicos fornos, trabalhando em sua capacidade máxima as 24 horas do dia desde sua instanação em abril de 1943 até sua captura em novembro de 1944 poderiam ter incinerado aproximadamente 1,700.000 cadáveres.

Isto é aritmética simples baseada na capacidade estimada pelos próprios nazis. Ver uma fotografia do documento, ou Pressac, "Auschwitz: Technique and Operation", 1989, p. 247.

Tendo em conta que os nazis começaram a se dar conta mais adiante de que a capacidade teórica dos fornos não era real, e em finais de 1942 redujeron suas estimativas de 1440 por Krema e um dia para 800 (ver Gutman et al.,"Anatomy of the Auschwitz Death Camp", 1994, p. 212). Usando esta cifra mais realista, estes dois crematórios de Auschwitz tinham podido incinerar quase um milhão de cadáveres em seus 20 meses de trabalho.

Isto se corresponde com a realidade, dado que havia outros Kremas disponíveis para a incineração, e porque sabemos que com freqüência se saturavam os fornos pelo número de cadávares, tendo que queimar alguns em valas abertas. Ver pergunta 41. No total, matou-se e se incinerou em Auschwitz entre 1,100.000 e 1,500.000 de pessoas.

Fonte: Nizkor
Tradução: C. Roberto Lucena

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

O AZUL DA PRÚSSIA: Porque se "equivocam" os negadores do Holocausto (ou "revisionistas")

por Brian Harmon e Mike Stein. (c) Agosto de 1994
Traduzido por Leo Gott
Desde que se tem encontrado pouca quantidade de HCN nas câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau, muitos negadores do Holocausto afirmam que nada foi gaseado ali.(1,2) Eles afirmam que se aconteceram gaseamentos com HCN nestas estruturas, deveriam haver grandes quantidades de HCN combinado com ferro em um composto chamado Azul da Prússia. Como “prova” , assinalam que existem grandes quantidades de Azul da Prússia nas pequenas câmaras de despiolhamento de Auschwitz, existem muitas manchas nas paredes exteriores destas estruturas. Em contrapartida, nas câmaras de gás existem manchas e traços relativamente baixos de HCN. Os negadores afirmam ainda que as manchas no exterior das câmaras de despiolhamento demonstram que o Azul da Prússia não foi afetado pela ação dos elementos, assim não se pode afirmar que havia muito menos manchas nas câmaras de gás pela ação do clima. Portanto dizem os negadores, a única explicação lógica para os pequenos traços de HCN nas câmaras de cãs é que elas nunca foram usadas para executar assassinatos em massa – os traços são uma simples contaminação procedente dos despiolhamentos que se realizaram hà várias metros de distância.
No Relatório Leuchter, um documento elaborado pelo "auto-proclamado Engenheiro Fred Leuchter"(3), descreve-se a tomada de amostras “científicas” que o mesmo realizou em Auschwitz e que “prova” que não era possível que os nazistas usaram HCN nos Kremas e nos Bunkers I e II, os lugares onde se gasearam as vítimas. Leuchter tergiversou sua formação e mentiu sobre sua experiência em dispositivos para execuções, muitos negadores dizem que o relatório é cientificamente válido. Isto parece plausível à primeira vista, mas quando se estuda química, a toxicologia e os mecanismos físicos envolvidos, se vê claramente que este raciocínio não é válido.
Como um ponto menor, têm-se que destacar que nem sequer é certo que o Azul da Prússia seja eternamente estável. Se foi afetado pelo clima, a um ritmo que depende muito do arredores. Sem dúvida, isto não é o mais importante. Os eixos cruciais são estes: Em primeiro lugar, as reações químicas que existem no Azul da Prússia são muito lentas, e têm-se que passar muitas horas para que se completem. Em segundo lugar, as pessoas morrem muito rápido com o HCN, e em quantidades muito pequenas. Os piolhos e outros insetos, por outro lado, têm de estarem expostos durante muito tempo e com grandes concentrações de HCN. Estes dois fatores explicam porque temos pouco Azul da Prússia nas câmaras de gás, e porque temos muito nas câmaras de despiolhamento. Este documento comparará os usos do HCN em Auschwitz: despiolhamento e assassinatos em massa. Também falará da formação do Azul da Prússia e sua solubilidade na água, além da análise do Relatório Leuchter e os métodos empregados por seu autor. Depois de tudo isto explicaremos porque é que haviam poucos traços de HCN nas câmaras de gás, e também porque os negadores dizem tudo ao contrário.
I. As Câmaras de Gás de Auschwitz
Haviam sete câmaras de gás em Auschwitz os Krema de I a V e os Bunkers I e II. Os Kremas II, III, IV e V foram todo o tempo câmras de gás industriais, situadas no complexo de Birkenau, dentro de Auschwitz. Foram destruídas pelos nazistas ao final da guerra, e só restaram suas ruínas.(4) Assim as ruínas e todos os compostos de HCN, estão expostos aos elementos durante os últimos anos (desde 1945). Os Bunkers I e II foram usados enquanto se contruíam os Kremas II a V, e tampouco restam suas ruínas. O Krema I era uma pequena câmara de gás e foi utilizada durante muito pouco tempo, antes de ser convertida em abrigo anti-aéreo em agosto de 1944.(5) Das sete câmras de gás empregadas para o extermínio em Auschwitz-Birkenau, somente a do Krema I está completa hoje. Temos que levar em conta que das sete câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau somente uma não foi destruída. As ruínas destas estão expostas à ação de chuvas e vento, que podem fazer desaparecer os trações de HCN por arrasto e erosão. Sem dúvida, também outra parte do Azul da Prússia haverá desaparecido ao dissolver-se, já que não é totalmente insolúvel na água. As câmaras de despiolhamento não foram destruídas, assim seria lógico encontrar mais traços de compostos de HCN.
II. O Relatório Leuchter: Encontrados traços de HCN nas câmaras de gás.
Tanto o Relatório do Instituto de Investigação Forense de Cracóvia como o Relatório Leuchter encontraram traços de HCN nas instalações de extermínio de Auschwitz.(6, 7) No Relatório Leuchter encontraram entre 1,9 e 6,7mg/Kg de HCN no Krema III, entre 1,1 e 7,9mg/Kg no Krema I, entre 1,4 e 2,3mg/Kg no Krema IV e entre 1,7 e 4,4mg/Kg no Krema V. Estes números baixos poderiam ser valores falsos produzidos erroneamente durante a medição e não valores reais. Para provar se era ou não, Leuchter pegou uma amostra de uma viga recolhida de um edifício do campo não relacionado com as câmaras de gás. Se os traços nas ruínas das câmaras de gás eram falsas, ou se todo o campo estava contaminado com HCN, esta também haveria dado valores similares. Mas a amostra registrou um valor certo. Baseando-se na amostra de controle de Leuchter, suas cifras são reais. Inclusive em lugares reduzidos a ruínas existem traços de HCN, mesmo que não esteja em uma viga situada no edifício aparte. Por desgraça para o pobre estudo de Leuchter, seus dados estão limitados por esta pobreza e falta de qualidade. Pegou somente duas amostras de controle: um controle negativo que não devia mostrar presença de HCN (a viga), e um controle positivo que devia gerar um valor muito alto (uma amostra que pegou em uma câmara de despiolhamento manchada de Azul da Prússia). Se tivesse pegado mais amostras de controle de lugares distintos do campo não relacionados com os gaseamentos, haveria tido uma idéia de quais eram os níveis normais de HCN e haveria podido compará-los com suas averiguações. Como não é isso, possivelmente não podemos interpretar seus resultados de maneira inteligente. Outro feito preocupamente é a falta de detalhe que Leuchter deu sobre sua técnica de coletar as amostras. Sem esta informação, não se poder rever seus métodos e ver se teve alguma inclinação na eleição das zonas dos edifícios de onde pegaram as amostras. Hà de perguntar se Leuchter seria tão pouco cuidadoso se fosse um verdadeiro Engenheiro. As conclusões de Leuchter são inclusive as mais suspeitas. Em primeiro lugar, afirma que a quantidade de HCN encontrada nas ruínas das câmaras de gás estão acerca do limite de detecção do equipamento de medida (1ppm) que também tem um valor efetivo zero. Não das razões desta conclusão. Também ignora o valor que tem que pegar como zerado da amostra de viga. Sim, seus resultados nas câmaras de gás são demasiados baixos como para medir-los, têm-se que perguntar se o controle negativo não deu um resultado similar. Seu maior erro, sem sombra de dúvida é assumir que deveriam usar mais Zyklon-B para matar pessoas que para o despiolhamento(8):

“Era de se esperar que se detectasse mais HCN nas amostras das supostas(sic)câmaras de gás (devido a que suspostamente foi o local onde se usou mais gás) do que na amostra[positiva] de controle. Como ocorreu o contrário, tenho que concluir que estas instalações nunca foram câmaras de gás destinadas a execuções, uma vez que se reúnem todas as provas recolhidas na inspeção.”>


Sua conclusão se embasa em assumir que usaram quantidades de Zyklon-B muito maiores nas câmaras de gás – algo que não foi verificado. Ignorou a informação disponível sobre a formação do Azul da Prússia, sua solubilidade e inclusive o método de real operação das câmaras de gás de Auschwitz. Suas erradas suposições e seu raciocínio confuso fazem que seu relatório e seus dados sejam inúteis. Apesar de todos os erros de Leuchter, o persistente problema de porque foram encontrados pequenos traços de HCN nas ruínas dos Kremas de Birkenau e que foram encontrados quantidades muito maiores nas câmaras de despiolhamento. Apesar de que possa parecer uma lógica sem sentido, estes pequenos traços é o que se podia esperar das câmaras, e concordam com o registro histórico. Queremos colocar ênfase em que se encontraram traços de HCN nas ruínas das instalações de extermínio de Birkenau que provam que foi utilizado HCN ali. Assim qualquer especulação sobre se se podia usar ou não Zyklon-B para o extermínio em massa é puramente acadêmica. Os traços estão ali, assim com toda segurança se usou HCN nestas salas.



III. O Azul da Prússia: O que é?
O Azul da Prússia é um sal moderadamente solúvel, formado por três moléculas de íon hexacianureto de ferro(II) e quatro moléculas de ferro(III)(9). Se pode produzir em um meio, ácido com uma dissolução de FeSO4 e o íon cianeto.

Fe+2 + 6CN-1 ----> [Fe(CN)6]-4 4Fe+3 + 3[Fe(CN)6]-4 ----> Fe4[Fe(CN)6]3 Azul da Prússia

O íon sulfato não interfere na reação. O íon cianeto pode ser conseguido através de um sal totalmente solúvel como o Cianeto de Potássio (KCN) ou o equilíbrio em sua forma ácida (HCN). Os cátions que acompanham o íon cianeto (K+ o H+) tampouco interferem na reação. O Azul da Prússia não é muito solúvel, tem uma constante solubilidade Ka que tem um valor de 10-84.5 (10). Sua solubilidade depende em grande parte do pH, e é menos solúvel em um meio moderadamente ácido (pH entre 2 e 6). Sua solubilidade vai aumentando acima do pH 4.(11)
IV. Química Cinética da formação do Hexacianureto de Ferro(II)
O hexacianureto de ferro(II) é um precursor da formação do Azul da Prússia, e este não de formará sem aquele. Se forma passo a passo, os íon de cianeto se combinam con o ferro um por um:

Fe+2 + CN-1 ---> FeCN+1 FeCN+1 + CN-1 ----> Fe(CN)2 Fe(CN)2 + CN-1 ---> [Fe(CN)3]-1 [Fe(CN)3]-1 + CN-1 -----> [Fe(CN)4]-2 [Fe(CN)4]-2 + CN-1 -----> [Fe(CN)5]-3 [Fe(CN)5]-3 + CN-1 -----> [Fe(CN)6]-4
O produto final desta eação não é o Azul da Prússia, é simplesmente o íon de cianeto de ferro solúvel em água que se combina com mais ferro para formá-lo. Este produto é absolutamente necessário para produzir o Azul da Prússia.
Este último passo é muito lento e determina o tempo de reação total.(12) É tão lento que a reação que produz o hexacianeto de ferro(II) pode levar umas 30 horas para se completar quando se misturam juntos o FeSO4, e água (7 partes de sulfato por cada parte de agua) e o KCN.(13) Desde que a formação do Azul da Prússia depende da do hexacianeto de ferro(II), esta formação será igualmente lenta. Isto qur dizer que uma breve exposição ao cianeto não produzira quase nada de Azul da Prússia.
Relacionando isto com as câmaras de gás de Auschwitz, pode-se explicar com facilidade a escassa presença de Azul da Prússia nas instalações de extermínio. De acordo com os testemunhos de Hans Stark(14), os do comandante de Auschwitz Rudolph Höss(15) e os de Marie-Claude Vaillant-Couturier, que foi prisioneira no campo(16), levava-se uma meia hora completar o processo de gaseamento e começar a ventilação da câmara. Baseando-se neste testemunho, parece razoável que somente se fixava uma quantidade muito pequena de Azul da Prússia nos muros da câmaras de gás, dado o lento processo de formação e o pouco tempo que levava o gaseamento em Auschwitz. Trinta minutos não são suficiente para produzir muito [Fe(CN)6]-4, dado que a reação leva horas.
As câmaras de despiolhamento são outro tema. É necessário empregar muito tempo e altas concentrações de cianeto para matar insetos como os piolhos. Podem ocorrer concentrações de até 4.600ppm, sendo que para os seres humanos bastam 300pmm(17). Mesmo assim, o manual de uso do fabricante do Zyklon-B, Degesch, fala de tempos de fumigação de 16 horas ou mais, e de um mínimo de seis horas se a temperatura ambiente é muito alta.(18) Devido às concentrações muito maiores de cianeto e os tempos muito maiores de exposição (até 32 vezes mais), havia tempo para se formarem quantidades significativas de [Fe(CN)6]-4 , produzindo-se assim grandes depósitos de azul da Prússia nas câmaras de despiolhamento. O processo de despiolhamento não é só muito maior, sendo que ademais se realizava com muito mais freqüência. O livro de Jean-Claude Pressac, Technique and Operation of the Auschwitz Gás Chambers, comparou os gaseamentos com o processo de despiolhamento(19). Uma concentração de 0.3 g/m3 de cianeto de hidrogênio (dose letal) seria fulminantemente fatal para um ser humana, sendo que para eliminar piolhos tem que se aplicar uma concentração de 5 g/m3 durante pelo menos duas horas. Se se mantem esta concentração durante seis horas, se mata todos os insetos.[Fonte: Degesch]. Em Birkenau, a quantidade que usava nas câmaras de gás era quarenta vezes a dose letal (12 g/m3) e matava 1.000 pessoas em 5 minutos sem deixar nenhum sobrevivente. O tempo de exposição do cianeto nunca superava os 10 minutos ao dia com uma temperatura de 30º C. Nas câmaras de despiolhamento se usava uma concentração mínima de 5 g/m3 durante várias vezes ao dia, variando a duração do ciclo segundo o tempo de contato escolhido. Esta saturação do cianeto de hidrogênio durante 12 e 18 horas ao dia era reforçada pelo caor das estufas da câmara de gás, que proporcionavam uma temperatura de 30º C. Os muros estavam impregnados de cianeto de hidrogênio, durante pelo menos 12 horas ao dia, o que provocou a formação do Azul da Prússia, o hexacianoferrato(II) de potássio de ferro(III), cuja composição variava segundo as condições de formação. Ainda que as câmaras de gás usavam uma concentração maior de Zyklon-B, o tempo maior de exposição e o calor levaram à formação do Azul da Prússia. Pressac segue dizendo que a cor azul não ficou visível imediatamente depois da guerra, mas agora é possível distinguir facilmente entre as câmaras de despiolhamento e as câmaras de gás. Apesar de aproveitar o desconhecimento das pessoas sobre as diferenças de tempo e concentrações de cianeto nas câmaras de despiolhamento e nas de extermínio, outro ponto que se apóiam os negadores para criar confusão é a natureza do “gaseamento em massa”. Levam a pensar em uma linha de montagem, gente introduzida nas câmaras de hora em hora. Sem dúvida isto não é a realidade. De cerca de 1 milhão de pessoas que morreram em Auschwitz-Birkenau, nem todas foram gaseadas. As doenças, o trabalho até à exaustão, as enfermidades produzidas pelas condições insalubres do campo poderiam ter matado mais pessoa do que o gás, ainda que a deliberada imposição destas condições converte estas mortes em assassinatos não menores que as mortes por tiro na nuca ou por cianeto que também tiveram lugar.
Alter Fajnzylberg era um menbro do Sonderkommando de Auschwitz-Birkenau e conseguiu sobreviver no campo, desde os primeiros gaseamento do Krema I até a liberação do campo. Declarou que os gaseamentos se realizavam “várias vezes na semana”, ainda em certo momento momento de 1944, durante a chegada de um grande número de judeus procedentes da Hungria, Fajnzylberg assinalou que “os gaseamentos realizavam-se diariamente, incluindo várias vezes ao dia”(20). Inclusive com este ritmo, sem dúvida, o tempo total de exposição e por tanto a quantidade de Azul da Prússia que seria de se esperar é muito menor que os negadores querem nos fazer crer. Somos conscientes que a química pode ser difícil para o leitor normal.
Os que negam o Holocausto contam com isto ao fazer suas afirmações para confundir os leitores. Sem dúvida, talvez uma analogia física comum à experiência de muitas pessoas pode servir para clarear as coisas. Imaginem dois panos brancos de algodão. Colocamos em cima de uma prancha a temperatura média de 4 segundos, e deixamos durante 10 segundos. Repetimos este processo duzentas vezes. Sobre o outro pano colocamos uma prancha muito quente durante 2 minutos seguidos. O primeiro pano, que ficou em contato com a prancha 800 segundos, está apenas queimado. O segundo pano, exposto durante 120 segundos não está. O primeiro pano corresponde às câmaras de gás, exposições breves ao gás em baixas concentrações separadas pelo tempo, e portanto dissipando-se, sendo que o segundo corresponde às câmaras de despiolhamento, altas exposições com altas concentrações.
V. Solubilidade do Azul da Prússia
Como mencionado antes, o Azul da Prússia é um sal, mas bem insolúvel – não se dissolve em qualquer condição. Sem dúvida, sua solubilidade depende em grande parte do pH na dissolução. É menos solúvel em meios ácidos, e se precipita sem o pH abaixo de 6. Se passar do 6, é mais solúvel, e se dissolve quase por completo(21). Inclusive com um pH superior a 4, o Azul da Prússia se dissolve o suficiente para disseminar-se pelo solo e as águas ao redor como um cianeto de ferro solúvel. Isto quer dizer que o Azul da Prússia pode ser arrastado pela ação dos elementos, ao contrário do que dizem os negadores do Holocausto. Teria a chuva o pH correto para derreter o Azul da Prússia? Baseando-se em um estudo sobre a chuva ácida (22) no norte da Europa, o pH da chuva caiu de 5,8 a 5 em um período de vinte anos que vai de 1955 a 1975. Se poderia assim estimar um pH médio para os últimos cinqüenta anos de 5,4. Dado que o Azul da Prússia começa a se dissolver com um pH de 4, e que qualquer Azul da Prússia que estiver nos Kremas II, III, IV e V têm estado exposto a esta chuva ácida durante quase cinqüenta anos, é surpreendente que caiam os traços. Em seu relatório sobre os traços de cianuto no complexo de Auschwitz-Birkenau, o Instituto Polonês de Investigação Forense de Cracóvia afirma erroneamente que o Azul da Prússia se dissolverá em meios de acidez débil(23) Ainda que com segurança se dissolverá em um ácido forte (pH<0).>
VI. Resumo e Conclusões
O Azul da Prússia é um sal moderadamente solúvel cuja fórmula é Fe4[Fe(CN6)]3.

Se forma através de um processo lento, e é muito insolúvel em meios ácidos.
Se dissolve com pH acima de 6.

Outros compostos relacionados com a formação do Azul da Prússia são solúveis e podem ser levados pela água em pouco tempo.
Devido ao escasso tempo de exposição ao cianeto as câmaras de gás e a que o Azul da Prússia se forma muito lentamente, é muito difícil de se formar ali Azul da Prússia em quantidades significativas. Em compensação, nas câmaras de despiolhamento, com suas altas concentrações de cianeto e seu alto tempo de exposição, se formaram quantidades significativas de Azul da Prússia.

Como o Azul da Prússia é suficientemente solúvel como para contaminar as águas freáticas com cianeto se encontra um pH acima de 4, e como é totalmente solúvel com pH 6, é de se esperar que haja inclusive menos traços de cianeto nas ruínas dos Kremas II, III, IV, e V depois de mais cinqüenta anos de exposição os elementos.
É lógico que a chuva tenha dissolvido o Azul da Prússia, ainda que lentamente. Tendo todos estes fatores em conta, é muito difícil que se encontrem traços significativos de cianeto nas ruínas dos Kremas II a V.

Surpreendentemente foram encontrados traços de cianeto nas câmaras de gás, provando-se assim que usaram HCN ali. Dado que os nazis destruiram estas instalações e deixaram intactas outras estruturas menos relacionadas com o extermínio, está claro que seus fins não eram bem intencionados. A única discrepância aparente é que se encontra muito mais cianeto nas salas usadas para o despiolhamento. Sem dúvida, com uma compreensão básica de química e toxicologia do cianeto, se pode explicar a escassez de Azul da Prússia nas câmaras de gás e sua presença nas câmaras de despiolhamento.
Apêndice
Copyright(c) Brian Harmon y Mike Stein, 1994.

Agradecimentos:
Queremos agradecer a Ken McVay sua ajuda pessoal e a liberação de seus arquivos, que tem sido de grande ajuda para todos nós. Ken McVay é o administrador de um grande arquivo de material sobre o Holocausto e vários aspectos da negação do Holocausto. Se pode acessar estes arquivos por ftp anônimo em ftp.almanac.bc.ca, e pela World Wide Web em http://nizkor.almanac.bc.ca/
Citação do Instituto Polonês de Investigação Forense Esta é a seção do relatório do Instituto Polonês onde foi feito referência à solubilidade do Azul da Prússia em meios ácidos:
INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO FORENSE
Prof. Dr. Jan Sehn,
Cracóvia Divisão de Toxicologia Forense Cracóvia,
24 Set. 1990 Westerplatte 9
Code 31-033 Tel. 505-44, 592-24, 287-50 Telex 0325213 eksad ...
O cianeto de hidrogênio (HCN) que é liberado do Zyklon-B é um líquido com ponto de ebuição em uns 27 ºC. Tem caráter ácido, e por tanto forma compostos com sais metálicos conhecidos como cianetos. Os sais de metais alcalinos (como o sódio e o potássio) são solúveis em água.
O cianeto de hidrogênio é um ácido muito débil, e por tanto se dissolve facilmente em ácidos mais fortes. Inclusive o ácido carbônico, que se forma por una reação do dióxido de carbono com água, dissolverá um cianeto de ferro.
Os ácidos mais fortes, como os ácidos sulfúricos, dissolverão facilmente os cianetos. Os compostos de íons cianeto com metais pesados são mais duradouros. Isto inclusive o mencionado Azul da Prússia, ainda que também se dissolverá lentamente em um meio ácido. Assim, é difícil assumir que ainda se pode detectar traços de compostos de cianeto nos materiais de construção (gesso, ladrilho) depois de 45 anos, e haver sofrido a ação dos elementos (chuva, óxidos ácidos, especialmente os óxidos de nitrogênio e enxofre). Daria mais resultados em análises de [amostras de] gesso de muros de salas fechadas que não sofrem ação dos elementos (inclusive a chuva ácida).
O descobrimento de compostos de cianeto nas amostras de materiais expostos aos elementos só pode ser acidental. Ainda que o Azul da Prússia se dissolve em meios moderadamente solúveis, aumentar a acidez diminui a solubilidade, ao contrário do que quer dizer o relatório polonês.
Notas:
(1)Leuchter, Fred, The Leuchter Report: The End of a Myth. Samisdat Publishers, (c) 1998. p 17. (2)Citado o Relatório do Instituto para Investigação Forense no número de verão de 1991 do Journal For Historical Review (Institute for Historical Review: Torrance, CA)
(3)Leuchter, p 1.
(4)Brugioni, Dino and Poirier, Robert. The Holocaust Revisited: A Retrospective Analysis of the Auschwitz-Birkenau Extermination Complex. (Washington D.C.: Central Intelligence Agency). (c) Feb. 1979, pp 13-14
(5)ibid, p 5.
(6)Relatório do Instituto para Investigação Forense, JHR, verão '91
(7)Leuchter, p 17.
(8)Leuchter, p 11.
(9)Sharpe, A. G. The Chemistry of Cyano Complexes of the Transition Metals. (Academic Press: New York, London, San Francisco) (c) 1976, p 122.
(10)Meeussen, Johannes C. L., Meindert Keizer G., van Riemsdijk, Willem H., and de Haan, Frans A. M. Dissolution Behavior of Iron Cyanide (Prussian Blue) in Contaminated Soils, Environmental Science and Technology, vol 26, no 9, 1992. p 1834 (figura).
(11)Meeussen, p 1832.
(12)Sharpe, 104.
(13)ibid, p 104.
(14)"The Good Old Days": The Holocaust as Seen by Its Perpetrators and Bystanders. ed. por Ernst Klee, Willi Dressen, y Volker Reiss. Traducción al inglés de "Die Scho"ne Zeit". (New York: The Free Press, div. of MacMillan, Inc.) (c) 1991., p 255.
(15)"The Good Old Days", p 272.
(16)Documents on the Holocaust: Selected Sources on the Destruction of the Jews of Germany and Austria, Poland, and the Soviet Union. ed. por Yitzhak Arad, Yisrael Gutman, y Abraham Margaliot. (Jerusalem: Yad Veshem) (c) 1981, p358.
(17)Hansen, James D., Hara, Arnold H., Chan, Harvey T., y Tenbrik, Victoria L. Efficacy of Hydrogen Cyanide Fumigation as a Treatment for Pests of Hawaiian Cut Flowers and Foliage After Harvest. Journal of Economic Entomology, vol 84, no 2, p 534.
(18)Documento de Nuremberg NI-9912, Manual Degesch sobre o uso apropriado do Zyklon. As versões alemã e inglesa foram obtidas de: Mendelsohn, John y Detwiler, Donald S. The Holocaust: Selected Documents in Eighteen Volumes. "Volume 12: The 'Final Solution' in the Extermination Camps and the Aftermath". (New York: Garland Publishing) c. 1982, p 137.
(19)Pressac, Jean-Claude. Auschwitz: Techniques and Operation of the Gas Chambers (Edição inglesa) (Nueva York: Beate Klarsfeld Foundation) c. 1989, p 53. [A tradução citada neste documento é de Michael Stein, diretamente do facsímile fotográfico do original francês. É ligeiramente mais literal que a tradução que aparece na edição inglesa de Pressac.]
(20)ibid., p 124-125. (21)Meeussen, p 1832, 1835. (22)Ode'n, Svante. "The Acidity Problem -- An Outline of Concepts"; Water, Air and Soil Pollution, vol 6, 1976. p 142. (23)Relatório do Instituto de Investigação Forense, JHR, verão '91 (24)Meeussen, p 1835. (25)ibid, p 1832.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

"Vergasungskeller" - Documento sobre Câmara de Gás em Auschwitz

Originalmente postado por Marcelo Oliveira em: http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/15

Traduzido do The Holocaust-History Project
"Esta carta de 29 de janeiro de 1943 foi escrita pelo SS-Hauptsturmführer (Capitão) Karl Bischoff para o SS-Oberführer(Coronel) Hans Kammler a respeito do progresso feito no Crematório II de Auschwitz. Nesta carta, a palavra "Vergasungskeller" é usada para descrever o suposto "necrotério". Essa palavra significa exatamente o que parece: "cela de gás", uma câmara de gás (homicida). Isto não só prova que houve uma câmara de gás no Crematório II, mas também que o arquiteto Bischoff sabia exatamente o que ele estava construindo.
Transcrição: [...]Das Krematorium II wurde unter Einsatzaller verfügbaren Kräftetrotz unsagbarer Schwierigkeiten und Frostwetter bei Tag- undNachbetrieb [sic] bis auf bauliche Kleinigkeiten fertiggestellt. DieÖfen wurden im Beisein des Herrn Oberingenieur Prüfer derausführenden Firma, Firma Topf u. Söhne, Erfurt, angefeuert undfuntionieren [sic] tadellos. Die Eisenbetondecke des Leichenkellerskonnte infolge Frosteinwirkung noch nicht ausgeschalt werden. Die[sic] ist jedoch unbedeutend, da der Vergasungskeller hierfür benütztwerden kann.Die Firma Topf u. Soehne konnte infolge Waggonsperre die Be- und Entlüftungsanlage nicht wie von der Zentralbauleitung gefordertrechtzeitig anliefern. Nach Eintreffen der Be- und Entlüftungsanlagewird jedoch mit dem Einbau sofort begonnen, sodass voraussichtlich am20.2.43 die Anlage vollständig betriebsfertig ist.Ein Bericht des Prüfingenieurs der Firma Topf u. Söhne wird beigelegt.[...]

Tradução: [...]Exceto por alguns pequenos serviços na obra, o Crematório II foiterminado após trabalharmos com todas as forças disponíveis dia e noite, apesar das dificuldades inexpressivas e do tempo gélido. Os fornos foram acesos na presença do engenheiro senior Prüfer da firma executora da obra, Topf e Filhos, Erfurt, e eles estão trabalhando impecavelmente. O teto de concreto reforçado do necrotério ainda não pôde ser eliminado devido ao tempo frio. Entretanto, isto não é significativo, uma vez que a cela de gás pode ser usada para este propósito. Devido à proibição da ferrovia, a firma Topf e Filhos não pode entregar o equipamento de aeração no tempo solicitado pelo Zentralbauleitung. Após a chegada do equipamento de aeração, entretanto, a instalação começará imediatamente, assim provavelmente em 20 de fevereiro de 1943, ele estará completamente pronto para operação. Anexo um relatório de inspeção do engenheiro da firma Topf e Filhos.[...]
Este documento é reproduzido no livro de Jean-Claude Pressac, "Auschwitz: Técnica e Operação das Câmaras de Gás", The Beate Klarsfeld Foundation, New York, 1989, p. 432. Podendo ser acessado pelo link:
Como Pressac observa, "O relatório de inspeção anexo à carta torna possível, através de eliminação, estabelecer que Bischoff usa "Vergasungskeller" para designar "Leichenkeller I" (câmara de despiolhamento) do Crematório II.

"Os negadores do Holocausto alegam que esta sala não foi uma câmara de gás homicida. E o que ela *foi* eles têm menos certeza ainda. Eles propuseram que ela teria sido um necrotério (Leuchter), uma câmara de despiolhamento (Mattogno), uma sala de armazenamento de materiais para fumigação (Faurisson), ou uma sala de geração de gás ou tratamento de esgoto ou abrigo anti-aéreo (Butz).
Em particular, Butz é o revisionista que questiona este documento direta e detalhadamente. Num ensaio tortuoso em seu web site, ele passa pelas explicações velhas (e contraditórias) da maioria dos revisionistas, antes de estabelecer a idéia de um abrigo anti-aéreo baseado na mais tênue evidência possível.

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...