John Ball é um negador do Holocausto bem conhecido cuja especialidade é "análise" das fotos aéreas do tempo de guerra dos campos nazistas. Para uma introdução à sua metodologia ver o execelente artigo "See No Evil: John Ball's Blundering Air Photo Analysis"(Não ver nenhum mal: a análise errônea das fotos aéreas, por John Ball). Para informação sobre a credibilidade profissional e intelectual de Ball ver "John Ball: Air Photo Expert?"(John Ball: especialista em foto aérea?) e "John Ball's $100,000 Challenge: Where is John Ball?" (O desafio de $100.000 de John Ball: onde está John Ball?).
Um dos argumentos de Ball a respeito do massacre Babiy Yar está como se segue:
ALEGAÇÕES SÃO DE QUE 33.771 CORPOS FORAM QUEIMADOS NA RAVINA BABI YAR(ou ver aqui.)
Em 1941 as ravinas de Babi Yar sofreram uma série de drenagens por canais de subida que uma vez drenaram do rio Dnieper à noroeste de Kiev na região da Ucrânia da União Soviética. Os canais superiores tinham flat bottoms.
É alegado que em 1941 em 28 e 29 de setembro, 33.771 judeus de Kiev foram ordenados a seguir até o final da rua Melnik onde o cemitério judeu encontra a ravina de Babi Yar. Lá eles marcharam em pequenos grupos a beira da ravina e do maquinário de fuzilamento dos soldados das Waffen-SS.
Em 1943 de 18 de agosto à 19 de setembro, 327 trabalhadores viviam na ravina enquanto escavavam os 33.000 corpos e os queimava em trilhos atados e molhados com gasolina.
Durante a cheia dos anos de 1970 a ravina foi arada e hoje não há nenhuma foto ou outra evidência dos outros crimes além dos relatos de testemunhas oculares. (Ref.: _Encyclopedia of the Holocaust_, pages 113-115.)
Os arquivos de Kiev liberaram esta nebulosa foto em 1990 que é a melhor e mais conhecida foto da Babi Yar seca no canal de subida. As vítimas alegadamente caíram na ravina e foram enterradas depois de serem mortas, e só então dois anos mais tarde foram desenterradas e queimadas. Não é conhecido se quaisquer estradas passaram pelos muros íngremes até o fundo plano. (Ref.: Wolski, M., _Fact Sheet on the 50th Anniversary of the Babi Yar Massacre, October, 1991_)
26 DE SETEMBRO, 1943: esta foto foi tirada uma semana depois do fim das supostas cremações em massa na ravina. Se 33.000 pessoas foram exumadas e cremadas, a evidência do veículo e tráfego para suprimento de gasolina deveria ser evidente na área onde o cemitério judaico encontra a ravina de Babi Yar, entretanto não há nenhuma evidência do tráfego ou sobre o fim da estreita estrada que avança para a ravina no fim da rua Melnik, ou na grama e arbustos dentro ou nos cantos do cemitério. [Marcado: Localização dos alegados fuzilamentos e cremações at edge do cemitério judaico na ravina de Babi Yar, ravina de Babi Yar, cemitério ortodoxo, cemitério judaico e rua Melnik.] [Ref.: GX 3938 SG, exp. 104 & 105]
26 DE SETEMBRO, 1943: Uma ampliação não revela nenhuma evidência de que 325 pessoas estavam trabalhando na ravina finalizando a cremação de 33.000 corpos apenas uma semana antes, e que muitos caminhões de combustível teriam que ter trazido, e não existem quaisquer marcas do trânsito do veículo ou na grama ou arbustos ao lado do cemitério judaico ou na ravina onde os corpos foram supostamente queimados. [Ref.: GX 3938 SG, exp. 105]
1943 FOTOS AÉREAS DA RAVINA BABI YAR E DO ADJACENTE CEMITÉRIO JUDAICO EM KIEV REVELAM QUE NEM O SOLO E NEM A VEGETAÇÃO ESTÃO MEXIDOS COMO SERIA ESPERADO SE MATERIAIS E GASOLINA TIVESSEM SIDO TRANSPORTADOS UMA SEMANA ANTES PARA CENTENAS DE TRABALHADORES QUE ESCAVARAM E QUEIMARAM DEZENAS DE MILHARES DE CORPOS EM UM MÊS.
Erros factuais flagrantes imediatamente traem a ignorância histórica de Ball. E.g., é sabido que muito mais que 33.000 pessoas foram queimadas em Babiy Yar (isto será discutido na próxima postagem das séries). Os Sonderkommandos não pararam seu trabalho em 19 de setembro (ver abaixo; esta pode ter sido um errata na fonte usada por Ball ("19" em vez de "29"), but even so, mostra que Ball simplesmente não pesquisou a questão adeqüadamente). E há muito mais evidência pro massacre que simples testemunhos.
Fotos tiradas em 26 de setembro, 1943 podem ser examinadas no site do USHMM(Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos).
Você pode ver a área "analisada" por Ball neste site.
Aqui um pequeno exercício: compare a área examinada por John Ball com a ravina na foto. Deixe-me tornar isso mais fácil pra você:
OK, então Ball "esqueceu" a maior parte da ravina em sua "análise". Para aqueles que conhecem os 'métodos dos negadores' isto não chega a ser surpreendente.
Quais fontes acadêmicas dizem que pessoas estavam sendo mortas exatamente nesta parte da ravina? Nenhuma que eu saiba.
A questão das localizações exatas dos assassinatos é um pouco controversa em virtude de que durante a tragédia de Kurenyovka de 1961 Babiy Yar foi destruída e as tentativas de pôr os locais exatos dos fuzilamentos em massa nos mapas parecem datar após 1961. Até então Babiy Yar, exceto por um breve período de guerra e período pós-guerra, foi uma mancha política dolorida para dirigentes soviéticos, que até tentaram gradualmente destruir a si mesmos, ao se desfazer da cobertura na ravina. E, de fato, isto foi o que conduziu pra tragédia que tirou muitas vidas em 1961.
Pode ser dito com certeza que pessoas foram mortas em diferentes partes de Babiy Yar (e não poderia ter sido de outra forma, considerando o número de vítimas e tempo restritos). Mas em nenhum dos planos vi a área de Ball ser alegada a ser o local dos fuzilamentos.
Aqui estão vários planos, a considerar:
1) O plano de http://www.jewukr.org/observer/jo15_34/map_main1.php, baseado em vários outros mapas e fontes. Prováveis locais dos fuzilamentos (de acordo com o site) são indicados por "1".
2) Um plano relativamente recente de "Kyivprojekt", no qual cruzes indicam os prováveis locais dos fuzilamentos de acordo com suas fontes.
Fonte: Babij Jar: chelovek, vlast', istorija, vol. 1, compiled by T. Yevstafjeva, Vitalij Nakhmanovich; Kiev, Vneshtorgizdat Ukrainy, 2004.
Aqui está outra versão deste plano (fonte), com mudanças no relevo pré-guerra marcado em vermelho. O relevo pré-guerra foi comparado com uma pesquisa geodésica de 1960. I.e., este plano denota possíveis áreas de fuzilamento/enterro (isto porque os nazis tentaram usar explosivos para explodir os "muros" da ravina). Deveria ser notado que por si só a falta de mudanças nos contornos não significa necessariamente que alguns lugares não foram usados por execuções.
3) O plano de 1969 com a área geral de fuzilamentos foi estabelecido com a ajuda de vários sobreviventes. Novamente, o plano foi feito várias anos depois de Babiy Yar ter sido obliterada, então não espere absoluta exatidão ou perfeição.
Fonte: Yevstafjeva, Nakhmanovich, op. cit.
Repetindo: em cada um dos planos a informação pode não ser completa mas nenhum deles considera a área de Balll como o local onde quaisquer assassinatos foram cometidos.
Sem palavras, realmente. Aqui nós temos um vil ignorante, tentando "provar" que assassinatos de dezenas de milhares não ocorreu, baseado em nada além de sua própria idiotice.
------------------------------------------------------------------------------------------
Agora, o que podemos dizer sobre a relevância das fotos aéreas feitas em 26 de setembro de 1943? De acordo com o sobrevivente do Sonderkommando Vladimir Davydov, em 25-26 de setembro, a ação de incineração tinha sido quase finalizada. (Yevstafjeva, Nakhmanovich, op. cit., p. 148). A última fase desta ação consistiu na execução de um repasse de coisas - desmantelar camuflagem, nivelar a terra, levantar uma última pira (ibid.). SKs adivinhou que esta pira era para eles mesmos; e provavelmente eles estavam corretos. De qualquer forma, os Sonderkommandos revoltaram-se em 29 de setembro de 1943 (exatamente dois anos desde o começo do massaccre) e vários deles organizaram a fuga. Então, a foto foi tirada durante a fase final, vários dias antes da fuga, e basicamente, isto significa que não é necessário que nós devêssemos ver quaisquer colunas de fumaça nas fotos. Podemos encontrar algo, mas então novamente, poderemos não encontrar. Ambos resultados são compatíveis com a história comprovada.
São traços de atividade associada com incineração em massa (remoção de sinais/alteração de terra próxima e dentro da ravina) visível nesta foto? Está acima para especialistas decidirem, mas parece que as datas destas fotos não foram seriamente analisadas por quaisquer especialistas em fotografia aérea (Ball não conta, mil perdões).
Minha reconhecidamente interpretação amadorística é de que uma enorme parte da ravina está coberta por sombra, então é inteiramente possível que simplesmente não ]podemos ver algumas coisas interessantes que estavam acontecendo naquele momento. É difícil para eu dizer se há qualquer "remoção" de carros, etc., em qualquer lugar na foto, mas negadores certamente não provam que não há qualquer uma, ou, se isso não é certamente visível na foto aérea que tinha que estar numa escala grande, como também ser visível. Eles nem mesmo mostraram como aquela remoção de sinais/alteração deveria parecer, de acordo com as fotos aéreas análogas. Então, como eles dizem, a decisão é deles*.
[* Nota da tradução: pode haver na frase um trocadilho com o nome de John Ball com uma a expressão idiomática "the ball is in their court" que significa algo como "tomar uma decisão"]
Anterior << Parte IV: negadores e o massacre de Babiy Yar (2)
Próximo >> Parte VI: negadores e o massacre de Babiy Yar (4)
Fonte: Holocaust Controversies
Texto(inglês): Sergey Romanov
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2006/08/thats-why-it-is-denial-not-revisionism.html
Tradução: Roberto Lucena
Ver também: Técnicas dos negadores do Holocausto
Nenhum comentário:
Postar um comentário