UMA HISTÓRIA DA GUERRA CIVIL QUE NÃO VAI AGRADAR A NINGUÉM
Juan Eslava Galán
Publicado por richar
Talvez tenha sido o título do livro o que me impulsionou a comprá-lo, “Uma história que não vai agradar a ninguém” sempre soa bem, não? Enfim, o caso é que o comprei e li... e gostei, por mais que o autor tente nos dissuadir com este título.
Ei de reconhecer que foi meu primeiro contato literário com a Guerra Civil Espanhola (baixo a cabeça e me autoimponho o castigo por ser um inculto de nossa História, plas, plas), e a verdade, ficou muito bom. E não porque a guerra fora algo bom, evidentemente, e sim porque o livro é muito suportável e ameno de se ler.
Ao contrário de outros livros que narram grandes guerras que li ultimamente, este narra o conflito do princípio ao fim, baseando-se quase que exclusivamente em anedotas. Existem as de todo tipo, divertidas, curiosas e as que te dão vontade de chorar, mas suponho que uma guerra de semelhante magnitude, deva estar cheia deste tipo de sucessos peculiares.
Este enfoque lhe dá maior fluidez e diversidade à narração, mais além de relatar os fatos da maneira mais precisa possível, que em grande número de ocasiões pode se tornar algo tedioso e bastante denso. Desta maneira pôde-se dar forma a conceitos até agora vagos para mim como a ofensiva do Ebro, a batalha de Belchite ou Brunete, assim como dar rosto a nomes que até o dia de ontem me soavam apenas pelas ruas de Madri: general Mola, Millán Astray, Indalecio Prieto e tantos outros.
Por último, dizer que de todas as anédotas a que me marcou foi a do confronto dialético entre Miguel de Unamuno e Millán Astray, fundador da legião, na Universidade de Salamanca: depois de uma forte troca de opiniões e de que Astray, homem de poucas luzes(cultura) dialéticas, ficara sem recursos, pronunciou uma célebre e ao mesmo tempo desastrosa sentença: “abaixo a inteligência, viva a morte!”. Enfim, que mais se pode acrescentar...
Fonte: Hislibris
http://www.hislibris.com/?p=56
Tradução: Roberto Lucena
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