Em dois meses, polícia registra três ataques de grupos neonazistas no RS
Vídeo com reportagem na página da matéria, link.
Em Caxias do Sul, em janeiro, um jovem de 17 anos foi esfaqueado.
Para delegado, nova geração destes grupos 'é preocupante'.
Fábio Almeida Da RBS TV
Material apreendido com suspeitos de praticarem atos neonazistas no RS (Foto: Fábio Almeida/RBS TV)Material apreendido com suspeitos de praticarem atos neonazistas no RS (Foto: Fábio Almeida/RBS TV)
Somente nos dois primeiros meses de 2012, a polícia registrou três ataques de grupos neonazistas com vítimas no Rio Grande do Sul. Além de Porto Alegre, as ações também ocorreram em Caxias do Sul, na Serra, onde um jovem de 17 anos foi esfaqueado no dia 15 de janeiro. Os grupos não são novidade no estado. Desde 2002, foram diversos materiais apreendidos e pelo menos 35 pessoas indiciadas. Um dos casos mais violentos foi o atentado contra jovens judeus que foram esfaqueados em um bar de Porto Alegre, em 2005.
A reportagem da RBS TV localizou a família do menino agredido em Caxias, mas eles não quiseram gravar entrevistas, como medo de novos ataques. "Além do adolescente que foi identificado e que formalizou um registro de ocorrência, temos notícia de outro que foi agredido naquele mesmo dia. Estamos efetuando diligências no sentido de identificar este jovem (agressor)", diz a delegada Suely Rech, da Polícia Civil.
Pichação neonazista em Caxias do Sul. O 14 representa o número de palavras de um slogan racista: "Devemos assegurar a existência de nosso povo e um futuro para as Crianças Brancas". O 88 representa a repetição da oitava letra do alfabeto, o H, de Hiel Hit (Foto: Fábio Almeida/RBS TV)Pichação neonazista em Caxias do Sul
(Foto: Fábio Almeida/RBS TV)
No dia seguinte às agressões, materiais como facas, bastão retrátil e soqueiras, uma delas com o símbolo da cruz de ferro, uma honraria militar usada pelos nazistas durante a Segunda Guerra, foram apreendidos. Ainda em Caxias do Sul, uma pichação em um muro marca um território. Segundo os moradores do bairro Santa Lúcia, as marcas foram deixadas depois de uma festa no início do ano. Homens de preto e com a cabeça raspada faziam uma comemoração.
"O movimento neonazista é cíclico. Eles partem para ação, há uma comunidade, onde se encontra toda uma manifestação. Também tem a imprensa registrando, então eles recuam. Deixam passar algum tempo e voltam", comenta Jair Kruschke, do Movimento de Justiça e Direitos Humanos.
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Para o delegado Paulo César Jardim, que acompanha os neonazistas no estado há mais de 10 anos, é preocupante a nova geração destes grupos. "Eles adoram decorar o corpo com inúmeras tatuagens, adoram fazer pose, tirar fotografias mostrando que são machões. Mas quando vamos conversar, dialogar sobre ideologia, alguns livros, algumas obras, eles se perdem. Eles não sabem conversar sobre aquilo que eles dizem que acreditam", diz.
Em Porto Alegre, na madrugada do último dia 4 de fevereiro, câmeras de segurança registraram grande movimentação em frente a um bar na Avenida Independência, região central da cidade. Em seguida, foi verificada uma correria e o início de uma briga. "Era um rapaz franzino, que estava com um skate na mão, usava dreads no cabelo, devia ter uns 18, 19 anos. Ele foi agredido por um grupo de 5, 6, até 7 pessoas grandes, de cabeça raspada, que batiam nele covardemente, todos ao mesmo tempo, pelas costas", conta uma testemunha que não se identifica.
Esta mesma testemunha também assistiu a uma outra cena que assustou muita gente na mesma noite. "Eles foram andando pela Independência e começaram a bater no peito, esticar o braço e gritar heil, heil, heil. Também gritavam Porto Alegre é nossa e coisas do tipo. Para mim foi ali o momento que ficou claro o que estava acontecendo", acrescenta o jovem.
Na sequência de ataques deste ano, o que chama a atenção da polícia são os laços com uma organização internacional e a ousadia dos neonazistas gaúchos ao revelar a conexão. O grupo que está agindo na Serra e em Porto Alegre prega o ódio e racismo, e que se espalha por todo o mundo, a Blood and Honour (Sangue e Honra). No site da organização, imagens indicam a ligação: neonazistas gaúchos, chamados de Divisão do Sul, que chegam a substituir a suástica pelo brasão da bandeira do estado.
Fonte: G1
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2012/03/em-dois-meses-policia-registra-tres-ataques-de-grupos-neonazistas-no-rs.html
7 comentários:
Uma politica preventiva seria eficaz. No entanto (e como sempre) nossa sociedade ataca as consequencias e não as causas, sa origens que alimentma essa corja. Basta "fuçar" os computadores desses bandidos para verificarem os "sites" em que aprendem essa porcaria de ideologia morta, o nazismo.
No forum do "imbecilidade" encontram dezenas desses neonazis/skins, com seus "nicks" germanicos acompanhadas pelo número 88 e com as diversas saudações em alemão...
Gostei desse trecho:
..."Para o delegado Paulo César Jardim, que acompanha os neonazistas no estado há mais de 10 anos, é preocupante a nova geração destes grupos. "Eles adoram decorar o corpo com inúmeras tatuagens, adoram fazer pose, tirar fotografias mostrando que são machões. Mas quando vamos conversar, dialogar sobre ideologia, alguns livros, algumas obras, eles se perdem. Eles não sabem conversar sobre aquilo que eles dizem que acreditam", diz".
Típico revi-bandido.
"Uma politica preventiva seria eficaz. No entanto (e como sempre) nossa sociedade ataca as consequencias e não as causas, sa origens que alimentma essa corja. Basta "fuçar" os computadores desses bandidos para verificarem os "sites" em que aprendem essa porcaria de ideologia morta, o nazismo."
Pois esse é o centro nevrálgico di problema e eu acho muito difícil uma sociedade hipócrita como a nossa que fica com medo de "tocar em feridas" trate desse assunto corretamente, um deles é o porquê desse apego racista desses grupos no país.
Isso tem a ver com certos sentimentos que eles manifestam, um deles é sentir repulsa ou nojo de serem brasileiros, não se adequam ao país e na idealização que fazem de países estrangeiros (sempre procuram no sobrenome alguma saída, quando não fantasiam assim mesmo em cima disso) e para aumentar a própria baixa auto-estima acham que se ficarem vangloriando uma ancestralidade ou suposta ancestralidade europeia (varia de país pra país) isso resgataria a auto-estima deles. Mas esse é o caso mais extremado que é o dos bandos White-Power e não dos outros nacionalistas fascistas mais organizados como os integralistas.
Eu costumo chamar esses "revis" fascistas white power de fascistas sem pátria, deve ser o primeiro caso de movimento fascista sem apego algum à pátria onde nasceram ao contrário dos movimentos fascistas tradicionais.
O outro ponto é a arruaça, tem muito cara que entra nesse tipo de lixo pra fazer arruaça, acha um "barato" o sentimento de grupo etc e se submetem a praticar atos de delinquência. No fundo é uma espécie de gangue só que mexendo com coisas pesadas como o nazismo sem nem ter ideia clara do que seja, como ficou claro na reportagem com a declaração do delegado.
Um nazi ou fascista que não tem nem ideia do que defende deve ser motivo de vergonha até prum nazifascista que tenha a mínima ideia do lixo que "professa".
"No forum do "imbecilidade" encontram dezenas desses neonazis/skins, com seus "nicks" germanicos acompanhadas pelo número 88 e com as diversas saudações em alemão..."
E a maioria não sabe falar alemão, isso é que é hilário, rs. Nazista que não é alemão e não sabe falar alemão é uma coisa bizarra de se ver, 'malditos' tempos pós-modernos em que vivemos, rsrsrsrsrs.
Bizarro ou não, "O pensamento é o ensaio da ação".(Sigmund Freud)
Fascismo é movimento de massas, ou tem apelo às massas, o máximo que esses "revis" White Power conseguem com discurso racista de supremacia racial branca é aversão das massas no Brasil, mesmo com o racismo velado/camuflado existente no país.
Os caras falarem em Reich alemão com base no nazismo(algo calcado num racismo extremo e extermínio e subjugação de outros grupos étnicos, como por eslavos e judeus) num país onde o grupo étnico europeu majoritário é o português, com miscigenado com vários outros e com grupos étnicos relevantes indígenas e negros (também miscigenados em maior parte com descendentes de portugueses), esses caras definitivamente vivem em uma realidade paralela e num mundo de fantasia onde o Reich playmobil deles existe.
Exatamente!
E como já escrevi antes, além do discurso "ariano", os bandidos, na realidade, apresentam sobrenomes italianos.
"E como já escrevi antes, além do discurso "ariano", os bandidos, na realidade, apresentam sobrenomes italianos."
E também sobrenomes portugueses ou ibéricos, embora o fenômeno se explica mais regionalmente uma vez que há focos em alguns estados desses grupos(SP, RS, PR principalmente, mas não em todo o estado e sim em localidades, geralmente capitais, em SC a coisa se dá mais pelo interior e em áreas de colonização alemã) e não em todo país.
O único movimento fascista de massas do país foi o integralismo, só que esse movimento é datado e o atrelamento desse tipo de movimento com carolice de Igreja compromete o mesmo.
Esse discurso White Power falando de "nacionalismo branco" ganhou força nesses bandos neofascistas com o fim da guerra fria, embora a maioria dessas denominações fascistas tenham ligação direta com a política dos países em que atuam, esses WP de internet é que vivem numa realidade virtual, mais que a dos fascistas que atuam de fato como aquela Marine Le Pen na França.
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