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sábado, 22 de maio de 2010

David Galante - "Como sobrevivi ao holocausto nazi"

Como sobrevivi ao holocausto nazi

Através da Fundação Raoul Wallenberg temos podido conhecer os testemunhos de alguns sobreviventes do holocausto nazi. David Galante, grego residente na Argentina desde há mais de 50 anos, conta-nos sua experiência de guerra e de sobrevivência.
“Meu nome é David Galante, sou originário da Ilha de Rodes na Grécia, sou sobrevivente de Auschwitz. Fomos transladados pelos nazis para Auschwitz em um grupo de 1.800 judeus que viviam em Rodes, a viagem foi muito longa, quase 27 dias de viagem, entre barcos e trens, até chegar a Auswchitz.

Uma vez que chegamos ali, fizeram a primeira seleção, na qual meu pai e minha mãe foram eliminados de entrada.

Tinha três irmãs e um irmão.

Eu estava na enfermaria, estava muito doente, estava, digamos, quase morrendo, mas fomos libertados pelas tropas russas. Quando nos libertaram eu pesava 39 quilos, havia ficado em pele e osso e estive dois meses no hospital com os russos, em dois meses cheguei a aumentar 20 quilos.

Minhas irmãs faleceram as três no trabalho. Meu irmão se salvou e quando soube que estava vivo fui para Itália para estar junto com ele porque pensávamos vir para a Argentina.

Meu irmão combinou com um comissário de um barco de carga para que nos levasse da Itália.

O barco chegou ao porto de Bari e nos embarcou à noite, o comissário do barco nos pôs em seu camarote num guardarroupa, foi uma viagem que fizemos dentro do guardarroupa durante 50 dias até chegar a Argentina".
Faz mais de meio século, em 24 de agosto de 1947, David Galante chegou a Argentina, lugar que o acolheu e se converteu em seu refúgio e sua casa.

Fonte: Fundação Raoul Wallenberg/H2O News (03.07.2009)
http://www.h2onews.org/index.php?option=com_content&view=article&id=19234&Itemid=15
Tradução: Roberto Lucena

Para ver o vídeo com o depoimento(o texto foi uma tradução do próprio depoimento), checar diretamente no link.

sábado, 1 de março de 2008

Reflexões sobre a educação e críticas aos negadores

Día de recordação do Holocausto: Reflexões sobre a educação e críticas aos negadores
30 - 01 - 08



A educação e suas implicações éticas; o valor da memória e o repúdio contra toda expressão negacionista foram os pontos destacados durante o ato de celebração do “Dia Internacional da Recordação das Vítimas do Holocausto”, realizado anteontem pelos três ministérios nacionais e as organizações da sociedade civil que integram o capítulo argentino da ITF.

A data se designou em 2005 por consenso de 192 países, em coincidência com a da liberação do campo de extermínio de Auschwitz (27 de janeiro 1945), como símbolo do que causou a nefasta maquinário criminal nazista.

O ato, realizado no abarrotado Salão de Atos do Banco Nación, foi presidido pelos ministros da Justiça Aníbal Fernández e Educação, Juan Carlos Tedesco; o vice-chanceler Roberto García Moritán; o secretário de Direitos Humanos, Eduardo Luis Duhalde; o presidente da DAIA, Aldo Donzis; e o sobrevivente de Auschwitz, David Galante.

Tedesco refletiu acerca do papel da educação e da formação ética dos cidadãos, científicos e dirigentes. “É muito duro mas devemos recordar que os que arquitetaram e executaram o Holocausto eram, do ponto de vista cognitivo, muito instruídos. O problema, portanto, não é puramente cognitivo. O problema é ético”, assinalou.

O vice-chanceler García Moritán, por sua parte, referiu-se à participação da Argentina — através dos ministérios da Educação, Justiça, e Relações Exteriores, e de diversas organizações não governamentais - , no Grupo de Trabalho e Cooperação para a implementação da temática da Shoá nos programas educativos de seus países membros (ITF).

“O co-patrocínio do país na ITF significa que para Argentina as teorias negacionistas e a violação massiva e sistemática dos direitos humanos são inaceitáveis, e devem ser combatidas. Nenhum delito de lesa humanidade pode ficar impune”, afirmou García Moritán.

"As sociedades que não recordam seu passado estão cometendo um crime contra a memória. É nosso dever enfrentar a quem se nega a reconhecer os horrores do nazismo", concordou o ministro da Justiça, Aníbal Fernández, que acrescentou "este deve ser um dia de reflexão para toda a humanidade".

O presidente da DAIA, Aldo Donzis, ressaltou que “Não é moralmente admissível a neutralidade ante a violação dos direitos humanos” e que “A memória se transforma em um mero ritual se só se recorda o passado como um fato histórico, se não se aprende dele, se não se eleva ao clamor generalizado contra aqueles que pretendem repeti-lo”.

Assistiram ao ato os embaixadores de Israel, dos Estados Unidos, França e Croácia; a vice-presidenta das Avós da Praça de Maio, Rosa Roisinblit; o secretário de Culto da Chancelaria, Guillermo Oliveri; a presidenta do Banco Nación, Mercedes Marcó del Pont; o titular da Associação Mutual Israelita da Argentina (AMIA), Luis Grynwald e o presidente do Museu do Holocausto, Mario Feferbaum, sobreviventes do Holocausto, e funcionários de diversos ministérios.

O sobrevivente do Holocausto David Galante comoveu com seu testemunho a todos os presentes: “A alguém lhe parecerá estranho, mas não todos os que se debruçam ao inferno de Auschwitz padecem da mesma reação que o campo despertou em seus libertadores. Sessenta e três janeiros depois, sua recordação parece causar indiferença e pior ainda, sua negação. Não vou dar nomes nem detalhes. Não importam às pessoas senão os fatos. Os que negam o que eu vivi, tem a sorte de que não poderão jamais experimentar uma só das sensações que eu padeci dentro do campo.”

As Nações Unidas, através de sua resolução 60/7 de 2005, que instaura o 27 de janeiro como dia de recordação das vítimas da Shoá, “condena sem reservas todas as manifestações de intolerância religiosa, incitação, assédio ou violência contra pessoas ou comunidades baseadas na origem étnica ou nas crenças religiosas, de onde quer que tenham origem”.

Asssim mesmo, insta “os Estados Membros a que elaborem programas educativos que inculquem as gerações futuras os ensinos do Holocausto com o fim de ajudar a prevenir atos de genocídio no futuro”.

Baixe a resolução 60/7 (ano 2005) do site das Nações Unidas.

Fonte(espanhol): Fundación Memoria del Holocausto(Argentina)
http://www.fmh.org.ar/prensa/gacetillas/postacto280108.html
Tradução: Roberto Lucena

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