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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Manifestações na Grécia em clima de tensão após assassinato neonazista

Publicação: 18/09/2013 14:07 Atualização:

Professores gritam palavras de ordem em Tessalônica,
em um protesto de funcionários públicos gregos.
Foto: Sakis Mitrolidis/AFP Photo    
Cerca de 20.000 funcionários públicos em greve participaram em passeatas nesta quarta-feira em todo o país contra os planos do governo de reestruturar a função pública, em um clima de tensão após o assassinato de um rapper antifascista por um neonazista.

Segundo a polícia, 10.000 pessoas manifestaram em Atenas e 7.000 em Salônica, segunda maior cidade do país.

Na capital, a maioria dos manifestantes eram professores e funcionários da saúde. A passeata aconteceu durante a tarde no centro da cidade.

"Não à destruição do Estado social", gritavam os manifestantes.

Esta greve de 48 horas, que recebeu a adesão de trabalhadores de diferentes setores, teve início na segunda-feira.

O descontentamento social voltou a surgir na Grécia após o anúncio do governo, pressionado pelos credores (UE-BCE-FMI), de que demitirá 4.000 funcionários e colocará outros 25.000 "em disponibilidade" até o final do ano.

"A luta vai continuar para pôr fim à pobreza, a miséria, o desemprego, a austeridade, a chantagem e as demissões no (setor) privado e no público (...) e as políticas bárbaras de austeridade", afirmou a central do setor privado GSEE.

As manifestações acontecem em um clima de tensão após a morte na terça-feira à noite de um homem de 34 anos, militante de uma organização de extrema-esquerda, que foi esfaqueado por um integrante do partido neonazista Amanhecer Dourado.

O suspeito, detido com uma faca, admitiu o homicídio e reconheceu pertencer a um partido político. A polícia informou que se trata do partido neonazista Amanhecer Dourado.

A vítima, Pavlos Fyssas, faleceu no hospital, onde foi internada em estado grave, depois de uma briga por volta da meia-noite no bairro de periferia de Keratsini, ao oeste de Atenas. Ele era rapper e integrava um pequeno partido de extrema-esquerda, Antarsia.

O porta-voz do governo, Simos Kedikoglou, denunciou o ato, assim como os principais partidos políticos, enquanto o Amanhecer Dourado negou envolvimento no crime e denunciou uma "exploração política" do caso.

"Se o governo grego e o primeiro-ministro Antonis Samaras não forem capazes de reprimir a conduta hedionda do Amanhecer Dourado, teremos uma presidência (da União Europeia) inaceitável", alertou o presidente do grupo socialista no Parlamento Europeu, Hannes Swoboda, evocando a rotação da presidência da UE em janeiro.

"Nós manifestamos em massa contra as políticas de austeridade, mas também devemos enfrentar os fascistas e o Amanhecer Dourado, que são manipulados pelo regime para quebrar toda a resistência dos cidadãos", considerou Panayiotis Mouzios, presidente do sindicado de engenheiros do serviço público.

Várias organizações de defesa dos direitos Humanos, antirracistas e de esquerda convocaram "uma manifestação antifascista" em Keratsini para esta noite

Para esses militantes, a responsabilidade pelo crescimento do Amanhecer Dourado deve-se ao governo do primeiro-ministro conservador Antonis Samaras e "das ações da polícia contra os imigrantes".

Devido às políticas de austeridade e à explosão do desemprego desde o início da crise em 2010, o Amanhecer Dourado, que possui 18 dos 300 assentos no Parlamento, está em ascensão.

Sobre o Amanhecer Dourado pesa a suspeita de ter organizado ataques contra imigrantes, o que o partido nega, e vários de seus deputados são acusados de violência.

Fonte: AFP - Agence France-Presse/Diário de Pernambuco
http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/mundo/2013/09/18/interna_mundo,462957/manifestacoes-na-grecia-em-clima-de-tensao-apos-assassinato-neonazista.shtml

Ativista é assassinado por militante de partido neonazista na Grécia

Um rapper e ativista de esquerda foi assassinado nesta madrugada por um neonazista do grupo Amanhecer Dourado, que conta com 18 cadeiras no Parlamento, no Pireu, município vizinho a Atenas (Grécia).

O crime causou consternação no país em um momento de alta tensão social e em plena jornada de greves. A polícia realizou revistas nos gabinetes da legenda. Todos os partidos políticos condenaram o assassinado e pediram medidas contra a formação neonazista.

A vítima, Pavlos Fryssas, um conhecido cantor de hip-hop de 34 anos, estava com amigos em uma cafeteria após terem assistido o jogo entre o Olympiacos e o Paris Saint Germain pela Liga dos Campeões.

Segundo a imprensa grega, a disputa começou com uma discussão sobre futebol mas derivou para temas políticos.

O autor do ataque pegou uma faca e golpeou a vítima no tórax. Segundo a polícia, o ativista morreu pouco depois no hospital.

Este "assassinato selvagem demonstra a personalidade e os objetivos do partido neonazista", declarou o ministro grego de Ordem Pública, Nikos Dendias.

O ministro afirmou que nos próximos dias haverá uma iniciativa legislativa para revisar os artigos 185 e 191 do Código Penal grego, que descrevem o que se entende legalmente por "organização criminosa" e por "grupo armado" e pediu a colaboração de "todas as forças democráticas" e de "todos os cidadãos".

O líder da oposição, o presidente do partido de esquerda Syriza, Alexis Tsipras, pediu calma perante possíveis reações de grupos de esquerda e disse que o primordial é uma "mobilização democrática" e não cair em provocações de grupos que querem desestabilizar o Estado.

"O Amanhecer Dourado deve ser tratado como o que é, um grupo criminoso", afirmou em comunicado o partido social-democrata Pasok, sócio de governo do primeiro-ministro, o conservador Antonis Samaras.

O autor do crime pertencia, segundo testemunhos de vários moradores, dos "camisas negras", um grupo de militantes do Amanhecer Dourado acusado de centenas de agressões, especialmente contra imigrantes, depois do êxito do partido neonazista nas eleições do ano passado.

Na semana passada, um grupo de 50 "camisetas negras" agrediu militantes do Partido Comunista em Perama, bairro próximo lugar do assassinato desta madrugada, e nove pessoas ficaram feridas.

Os autores das agressões não foram detidos e grupos de defesa dos direitos humanos criticaram a polícia por sua falta de interesse em investigar a atividade dos "camisas negras".

O Amanhecer Dourado classificou de "calúnias" todas as acusações contra o grupo.

Fonte: EFE/Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/europa/ativista-e-assassinado-por-militante-de-partido-neonazista-na-grecia,e36f555f66d21410VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Memoriais e falta de ação concreta para combater o extremismo xenófobo

O título dessa matéria da DW me chamou atenção: "Pode um memorial acabar com o preconceito contra os sinti e roma?"

Eu acredito que não, mas considero que é um reconhecimento do que houve contra os ciganos (Roma e Sinti) na Segunda Guerra.

Mas o título remonta algo que me chama atenção faz tempo: há uma "explosão" de memoriais (não é algo em tese negativo) mas o combate efetivo a grupos que disseminam ideologias de ódio como o nazismo não segue esse ritmo, pelo contrário, é algo muitas vezes negligenciado e que se tem impressão muitas vezes de ocorrer uma vista grossa com esses bandos de extrema-direita.

Além do problema do enfoque demasiado desses Memoriais à Segunda Guerra quando o presente é negligenciado, não se discute de forma mais contundente a atuação dos grupos de extrema-direita quando já há um histórico considerável da atuação desses bandos no pós-Segunda Guerra até o presente.

Esses bandos não começaram a fazer negação do Holocausto e apologia do nazismo/fascismo há uma semana e sim há várias décadas (pros que acham que o negacionismo é algo novo).

Até que ponto um memorial "conscientiza" alguém a ser uma "pessoa melhor"? Pra quem crê nisso eu sugiro ver o caso grego. Link1 Link2
"Em algumas sondagens divulgadas na passada semana, o partido era o terceiro colocado nas intenções de voto, apenas atrás do par que sustenta a coligação no governo – os socialistas do PASOK e os conservadores da Nova Democracia (ND)." Link3
Na Grécia o partido neonazi (extrema-direita) é a terceira força política oriunda do caos político e econõmico que assola aquele país, com o pacote de "austeridade" da UE através do governo de Ângela Merkel.

O que alimenta esse crescimento do partido neonazi grego? Miséria, caos social, crise econômica, intransigência de orgãos supranacionais (Banco Central europeu, pacote de austeridade fiscal ignorando os efeitos da crise social e política). A combinação clássica que cataputou o partido de Hitler ao poder na Alemanha na década de 30 do século passado. Em crises profundas e caos o povo tende a se refugiar no ultranacionalismo xenófobo pregado por esses grupos/partidos. Daí que se tira a conclusão, pelo menos minha, de ceticismo em relação ao "efeito" que esses Memoriais possam ter se não há nenhum projeto educacional de longo prazo pra população e projeto de inclusão dessas minorias, fora outros problemas de ordem moral e política como os conflitos do Oriente Médio.

No livro Hitler de Joachim Fest ele lança a teoria (a qual concordo com ele) sobre as razões para o crescimento do nazismo na Alemanha e ascensão de Hitler ao poder, não foi o antissemitismo que levou Hitler ao poder máximo na Alemanha como muita gente crê e sim o discurso nacionalista, o sentimento de vingança (provocado pelo excesso do Tratado de Versailhes) e a crise social e econômica pela qual passou aquela população na época, algo parecido com o que a Grécia passa hoje, seguida de Espanha e Portugal.

Situação na Espanha: NYT diz que Espanha tranca o lixo por conta da fome da população
Mais da crise na Grécia: Pais abandonam os próprios filhos na Grécia

Achei por bem lançar essa opinião já que as matérias de jornais/revistas por si só geralmente não têm caráter opinativo, ou são muito brandas pro meu gosto, e uma vez que não dá pra ficar passivo diante do que ocorre. Também porque muitas matérias da mídia meio que colocam uma viseira nessa questão econômica e de crise social nos países que abrem espaço pros partidos de extrema-direita chegarem ao poder, e depois se perguntam "chocados"(de forma cínica) como a coisa eclode, como os "Hitlers" chegam ao poder.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Relatório aponta "níveis alarmantes" de ataques racistas na Grécia

Crise Econômica

Ataques motivados por racismo chegaram a "níveis alarmantes" na Grécia e as autoridades não estão se movimentando para evitá-los. A conclusão é de um relatório da Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR).

De acordo com a agência, 87 ataques racistas foram registrados entre janeiro e setembro deste ano. Segundo o relatório, os números reais devem ser maiores, já que as vítimas desse tipo de ataque têm medo de procurar a polícia.

A Grécia é uma entrada para a Europa para muitos imigrantes asiáticos e africanos. A escalada nos números de atos racistas é simultânea à crescente e profunda crise econômica que se abate sobre o país.

"As vítimas dizem que há áreas em Atenas que elas simplesmente não frequentam, devido ao medo dos ataques", diz o comunicado. "É chocante que ninguém até agora tenha sido condenado por cometer um ataque motivado por racismo."

A ACNUR registra que a maior parte dos ataques acontecem em espaços abertos ou no transporte público. Muitas das vítimas relatam terem sido atacadas por grupos de homens vestidos de preto, que usam máscaras e capacetes para proteger o rosto.

Entre os casos mais violentos, estão o de um jovem iraquiano esfaqueado até a morte, em agosto, e o de um albanês morto com uma espada por um motoqueiro mascarado, em maio. Outras ações violentas incluem o uso de tacos, pés-de-cabra e cães.

"Hoje, precisamos soar todos os alarmes, porque a violência racista e a ameaça do fascismo estão espalhadas pelo país e são perigosas para a democracia", disse Costis Papaioannou, líder da Comissão Nacional de Direitos Humanos.

EXTREMISMO

O partido de extrema-direita Aurora Dourada tem subido em popularidade, de acordo com pesquisa divulgada na última semana.

O Aurora Dourada tem o apoio de 14% dos gregos, o dobro da porcentagem que o partido teve nas eleições de junho, quando conseguiu uma cadeira no Parlamento.

O partido nega envolvimento com o nazismo. No entanto, seu líder, Nikolaos Mihaloliakos, nega a existência do Holocausto e o parlamentar eleito, Eleni Zaroulia, chegou a dizer que imigrantes são subumanos, na última semana. O símbolo do Aurora Dourada também é parecido com uma suástica.

CRISE

A Grécia passa por uma crise econômica devastadora. O desemprego no país atingiu a marca de 25% em julho, num recorde histórico. A taxa afeta 54,2% dos jovens entre 15 e 24 anos sem estudos e 31,4% na faixa de 25 a 34 anos.

As autoridades do país divulgaram no início de outubro uma previsão de 3,8% de contração do PIB para este ano, confirmando o sexto ano consecutivo de recessão. Sucessivos cortes têm sido feitos para sanar as dívidas do país, em áreas como educação, aposentadoria e benefícios sociais.

Fonte: Jornal Floripa/Agências de Notícia
http://www.jornalfloripa.com.br/mundo/index1.php?pg=verjornalfloripa&id=24669

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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Deputada grega considerou imigrantes "sub-humanos"

Elena Zaroulia, deputada do partido Neonazi Aurora Dourada, considerou os imigrantes albaneses e russos "sub-humanos que transmitem doenças aos gregos". Palavras polémicas quando foi eleita para o comité de igualdade do Conselho da Europa.

foto Arquivo Global Imagens
Parlamento grego

Deputada grega considerou
imigrantes "sub-humanos"
Elena Zaroulia é deputada do parlamento grego pelo partido neonazi Aurora Dourada, mulher do líder do partido, Nikolaos Michaloliakos, e, na quinta-feira, causou polémica ao classificar os imigrantes na Grécia como "sub-humanos" que têm "todo o tipo de doenças".

O tom do discurso refere termos normalmente usados pelo partido neonazi, mas a polémica instalou-se pelo facto de Elena Zaroulia ter sido eleita, no início de outubro, como membro do comité de igualdade e anti-discriminação do Conselho da Europa.

A declaração foi feita quando a deputada grega criticava os direitos dos imigrantes na Grécia e reclamava tratamento distinto para os gregos de raízes albanesas e russas. O parlamento grego manifestou a sua condenação e pediu à deputada para se redimir das afirmações, mas Elena Zaroulia recusou.

Associações de direitos humanos em vários países já se insurgiram contra Elena Zaroulia e questionaram a nomeação de um membro de um partido xenófobo e antissemita para uma comissão europeia de igualdade racial.

Fonte: Jornal de Notícias (Portugal)
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=2837766

Ver mais:
'Immigrants Sub-Humans' says neo-Nazi Golden Dawn Female MP as Police Collusion Row Intensifies (International Business Times)
Deputada grega diz que imigrantes são «sub-humanos» (tvi24, Portugal)

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Polícia de Atenas 'torturou e humilhou' quem protestou contra partido neo-nazi

A polícia metropolitana grega é acusada de ter espancado, torturado e humilhado os detidos de manifestações anti-fascismo ©AP

Cerca de 40 pessoas que se uniram em protestos contra o Aurora Dourada, partido neo-nazi que tem revigorado o seu ímpeto na Grécia, foram castigados pelas autoridades com métodos de tortura e humilhação. Os relatos dos detidos falam da violência sofrida por se terem manifestado contra o fascismo, e de como a imprensa helénica fecha os olhos ao que se passa no país.

No último dia de Setembro, o centro de Atenas, capital do país, encheu-se uma vez mais em protesto contra a crescente austeridade que aperta o país, numa manifestação que foi a mais noticiada, mas apenas uma mais entre as várias que assolam o país todas as semanas.

No meio do protesto, convocado pela maior união sindical da Grécia, outros grupos apontavam as suas vozes para outros alvos: o fascismo e o neo-nazismo, hoje simbolizados pelo Aurora Dourada.

Ao final do dia, 15 pessoas que participaram nesse protesto estavam nas instalações da Direcção Geral da Polícia de Attica (GADA, na sigla inglesa), sinónimo da polícia metropolitana de Atenas. Lá terão sido espancados, queimados com isqueiros, humilhados e impedidos de dormir e beber água, num conjunto de queixas noticiadas esta terça-feira pelo The Guardian. Dias depois, outros 25 manifestantes foram detidos e sujeitos a um tratamento semelhante.

«Tínhamos tanta sede que até bebíamos água das retretes», revelou um dos detidos, citado mas não identificado pelo diário britânico, por temer represálias da polícia mas, sobretudo, de elementos do Amanhecer Dourado, com quem os detidos acusam o GADA de colaborar e a imprensa de não noticiar os abusos e violência que fazem por proliferar.

«Aqui, os jornalistas não falam destas coisas, ninguém presta atenção se não noticiarem isto no estrangeiro», apelou um outro. De facto, à hora da escrita desta notícia (16h10), nenhum dos principais jornais gregos, na sua edição online – Ekathimerini (versão inglesa), Ta Nea, Express e Ethnos – destacava qualquer texto sobre a violência noticiada pelo diário britânico.

Uma violência apontada ao GADA e aos seus agentes, e que foi descrita por um dos advogados dos detidos como «uma humilhação ao estilo de Abu Ghraib», a prisão que as tropas norte-americanas utilizavam, no Iraque, para interrogar e torturar prisioneiros iraquianos.

De entre o primeiro grupo de 15 detidos, as queixas revelam que os polícias lhes terão negado acesso a água e advogados durante 19 horas e, aos feridos, só foi concedido tratamento médico no dia seguinte à manifestação. Os detidos terão sido obrigados a despirem-se e a dobrarem-se em posições «humilhantes», sendo impedidos de adormecer pelos agentes, que lhe apontavam lasers e tochas para os olhos e lhes cuspiam em cima.

«Tudo o que podíamos fazer era olhar uns para os outros, pelo canto dos olhos, para nos dar coragem», conta um dos detidos, revelando que, quando um dos agentes, responsável pelos actos, recebeu um telefonema, atendeu-o dizendo: «Estou a trabalhar e a lixá-los, a lixá-los bem», usando uma tradução sem o vernáculo citado pelo The Guardian.

Uma das imagens divulgadas pelo diário mostra um grande hematoma nas pernas de um dos alegados detidos, e um outro com um braço e perna fracturadas.

A amanhecer do extremismo
O partido neo-nazi foi o sexto mais votado em Maio, nas últimas eleições legislativas do país, reunindo votos suficientes para hoje sentar 18 deputados no parlamento helénico.

Em algumas sondagens divulgadas na passada semana, o partido era o terceiro colocado nas intenções de voto, apenas atrás do par que sustenta a coligação no governo – os socialistas do PASOK e os conservadores da Nova Democracia (ND).

Fora das urnas e nas ruas do país, porém, membros conotados com o partido têm atacado várias pessoas em bairros de imigrantes de Atenas e distribuído comida e roupas a cidadãos mais desfavorecidos.

Na noite que passaram nas instalações do GADA, os manifestantes revelam ter recebido repetidas ameaças de que as suas moradas seriam divulgadas ao Aurora Dourada, contra quem, horas antes, tinham lançado as suas vozes de protesto.

Christos Manouras, um porta-voz do GADA, sublinhou que «não houve qualquer uso de força por parte dos agentes da polícia», assegurando ainda que as autoridades «analisam e examinam aprofundadamente qualquer relato que apontem para o uso de violência».

9 de Outubro, 2012
por Diogo Pombo

(artigo corrigido às 18h59.)
diogo.pombo@sol.pt

Fonte: SOL (Portugal)
http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=60685

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Morre escritor italiano Shlomo Venezia, autor de livro sobre o nazismo

Escritor relatou em obra seu período como prisioneiro do campo de concentração Auschwitz

EFE | 01/10/2012 10:29:57

O escritor Shlomo Venezia
(Getty Images)
O escritor italiano Shlomo Venezia, sobrevivente do campo de concentração nazista Auschwitz-Birkenau, que comoveu com uma obra em que relatou sua dramática experiência com os "sonderkommando", prisioneiros judeus encarregados das tarefas de extermínio, morreu em Roma aos 89 anos.

Venezia, de origem sefardita, nasceu em Salônica (Grécia), mas com nacionalidade italiana vivia há anos em Roma. A notícia de sua morte foi comunicada nesta segunda (dia 1) pelo prefeito da capital italiana, Gianni Alemanno, que destacou que a perda de Shlomo Venezia deixa "um grande vazio e uma grande dor".

Alemanno lembrou como Venezia foi um dos 70 sobreviventes dos "sonderkommando", os comandos especiais formados por prisioneiros judeus encarregados de iniciar a maquina de extermínio nazista. "Uma experiência muito forte, destrutiva para um ser humano", acrescentou o prefeito.

Shlomo Venezia deixou testemunho escrito de sua terrível vivência no livro, publicado em 2007, "Sonderkommando Auschwitz" ("Sonderkommando - No inferno das câmaras de gás", no Brasil). Em 11 de abril de 1944, quando tinha 21 anos, Venezia chegou ao campo de Birkenau, com sua mãe e sua irmã, de quem nunca mais teve notícias. Foi obrigado a fazer parte dos "sonderkommando", que, como ele mesmo relatou, se encarregavam de acompanhar aos prisioneiros que chegavam desde os trens até as câmaras de gás, os ajudavam a se despir e a entrar nessas salas e, após morrer, cortavam seus cabelos e tiravam seus dentes de ouro, os levando em seguida aos fornos crematórios.

Antes da libertação de Auschwitz por parte do exército russo, Venezia conseguiu escapar e chegar até Mauthausen e de lá viajou para Itália, onde passou 47 anos em silêncio, sem falar de sua experiência. Até que em 1992, encorajado por sua mulher, começou a relatar os horrores de Auschwitz, sobretudo para que os jovens pudessem saber o que foi o Holocausto.

Após romper seu silêncio, Shlomo Venezia participou de uma iniciativa do prefeito anterior de Roma, Walter Veltroni, para que os jovens romanos pudessem conhecer o que ocorreu em Auschwitz. Por isso, retornou ao lugar onde viveu tantos horrores umas 54 vezes para acompanhar os estudantes.

Alemanno afirmou hoje que se dedicará a acelerar a construção de um Museu dedicado ao Holocausto na capital italiana para continuar "a obra de educação e de transmissão da memória que Shlomo Venezia realizou".

Fonte: EFE/IG
http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/livros/2012-10-01/morre-escritor-italiano-shlomo-venezia-autor-de-livro-sobre-o-nazismo.html

Ler mais:
Shlomo Venezia relembra as memórias de prisioneiro no Holocausto no livro "Sonderkommando"

Ver mais:
Fallece Shlomo Venezia, que conmocionó con libro sobre los "sonderkommando" (ABC.es)

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Campo de detenção para imigrantes marca ascensão de direita radical na Grécia

De socialistas à extrema direita, partidos gregos instrumentalizam xenofobia para vencer próximas eleições. Centro de detenção na periferia de Atenas comporta mil estrangeiros sem documentos.

A Grécia abriu nesta segunda-feira (30/04), na periferia da capital, seu primeiro campo de detenção especialmente construído para imigrantes sem permissão de residência. A inauguração transcorreu a uma semana das eleições nacionais, em cuja campanha a imigração tem emergido como fator central, em meio a recessão e endividamento crônicos.

Pesquisas de intenção de voto mostram que os extremistas de direita contam com o apoio de 5% do eleitorado grego. Isso lhes garantiria assentos no parlamento pela primeira vez. Os imigrantes têm sido alvo da campanha eleitoral dos radicais.

Como recurso para conquistar votos, o partido socialista PASOK, atualmente no poder, e seu rival conservador Nova Democracia também prometem combater a imigração. Numa manifestação em Atenas, nesta segunda-feira, o ministro da Proteção Civil, Miahlis Chrysohoidis, declarou: "Estamos enviando uma mensagem em todas as direções: o país não está mais desguarnecido".

Na semana anterior, o líder oposicionista conservador Antonis Samaras declarara que deteria o que chamou de "invasão desarmada" por parte de imigrantes sem permissão.

Moradores protestam: medo da criminalidade

Polícia grega torna dfícil
a vida dos estrangeiros
Segundo um porta-voz da polícia, o campo de detenção comporta até mil presos. Até o momento, várias dezenas de pessoas foram transferidas para o local e alojadas em contêineres originalmente destinados a abrigar vítimas de desastres naturais, como terremotos.

A unidade se situa em Amygdaleza, no limite norte de Atenas. Seus moradores realizaram uma série de protestos contra a inauguração, alegando que o campo contribuirá para aumentar a criminalidade no local. Segundo Panayiotis Anagnostopoulos, vice-prefeito de Acharnes, a 25 quilômetros da capital, as autoridades locais já apelaram para a Justiça, numa tentativa de sustar a inauguração do campo. "Espero que os tribunais ajam rapidamente", declarou.

Até meados de 2013, está planejada a construção no país de um total de 50 campos de detenção para imigrantes não legalizados.

Cercas e batidas

As autoridades gregas estão também erguendo uma cerca de arame ao longo de parte do Rio Evros, que faz fronteira com a Turquia e configura um importante ponto de ingresso dos imigrantes ilegais.

Nos últimos anos – desde a adoção de medidas de controle mais severas nas outras fronteiras no Mar Mediterrâneo – a Grécia se tornou o principal ponto de acesso à União Europeia para imigrantes sem papéis. A cada ano, cerca de 130 mil deles – 90% do volume total do bloco de 27 países – entram na UE através da Grécia.

Numa batida no início de abril, a polícia deteve milhares de chamados "imigrantes ilegais" que ocupavam prédios vazios em Atenas. As autoridades calculam que haja cerca de 1 milhão de imigrantes em meio à população da capital, de 11 milhões de pessoas. Atualmente estão sendo processados 30 mil requerimentos de asilo.

Extremistas em ascensão

Dezenas de pessoas já foram
transferidas para campos de detenção
Até pouco tempo atrás, o partido Aurora Dourada era relativamente obscuro. Nas eleições de 2009 ele conseguiu ínfimo 0,23% dos votos. Seus membros fazem saudações fascistas e preconizam responsabilizar os políticos pela crise econômica nacional, deportar os imigrantes e selar as fronteiras nacionais com minas terrestres.

Recentemente, Ilias Nicolacopoulos, professor de Ciência Política na Universidade de Atenas, advertiu para um avanço do Aurora Dourada nas pesquisas de opinião. Ele classifica o grupo como "a forma mais extrema da extrema direita".

Ketty Kehagioglou, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) em Atenas, confirmou existir na Grécia "uma tendência alarmante de ataques racistas contra estrangeiros não pertencentes à UE". "Em épocas de instabilidade é sempre fácil procurar bodes expiatórios", declarou.

AV/afp/rtr/dapd/dpa
Revisão: Francis França

NOTÍCIAS / Política
União Europeia

Fonte: Deutsche Welle (Alemanha)
http://www.dw.de/dw/article/0,,15920422,00.html

quinta-feira, 1 de março de 2012

Anti-germanismo ressurge na Grécia (Spiegel)

Na dúvida, chame-os de nazis
Maus estereótipos da Alemanha ressurgem na Grécia

por Julia Amalia Heyer e Ferry Batzoglou

Galeria de fotos: Dragando o passado nazi na Grécia
Fotos
STATHIS STAVROPOULOS

Os gregos deixaram de ser grandes fãs dos alemães ao compará-los aos nazistas mortos - apontando que eles usam meios financeiros para estabelecer o "Quarto Reich". O que antes era o tipo de exagero comumente encontrado em caricaturas agora se tornou uma crença genuína, generalizada e preocupante entre os gregos.

Stathis Stavropoulos está cansado de constantemente desenhar alemães maus, mas ele faz isso de novo e de novo, variando ligeiramente o tema de cada vez. Em seus desenhos, o famoso cartunista grego vestiu a chanceler alemã Angela Merkel em sinistros uniformes, colocou-a em um tanque representado assustar meninos gregos.

Stavropoulos retrata Horst Reichenbach, o chefe alemão da força tarefa da União Europeia, como uma espécie de oficial da Wehrmacht, exército da Alemanha na Segunda Guerra, controlando bonecos com cordas com ele rindo ironicamente. Os bonecos têm os rostos de membros do governo grego. A palavra "Reich" em Reichenbach está escrito em letras maiúsculas.

O alemão 'desagradável' mais uma vez está usando um uniforme nazi na Grécia dos dias de hoje, tendo os bebês longe de suas mães e contando os grãos em fasolada, a sopa de feijão branco considerado um prato nacional. "O que devo fazer? Essa é apenas a situação agora", diz Stavropoulos. Mesmo o New York Times publicou recentemente uma de suas charges, a que Stavropoulos caracteriza como "mais trágica do que engraçado."

Um forte crescimento do sentimento antialemão

Apesar de lembretes semelhantes do passado da Alemanha nazista ocasionalmente terem aparecido em meios de comunicação franceses, espanhóis e ingleses, os alemães têm sido raramente descritos tão terrivelmente como estão atualmente nos meios de comunicação gregos.

Imagens da chanceler Merkel, com uma expressão facial triste agora aparecem quase todos os dias nas capas dos jornais gregos. As caricaturas a retratando como um sugador de sangue de dentes afiados ou como um professor rigoroso com o dedo indicador levantado parecem quase benignas quando comparadas com as representações mais duras dela empunhando um chicote de couro e usando uma braçadeira com a suástica.

Existe apenas uma outra pessoa que pode competir com Merkel na posição de figura mais odiada entre os gregos no momento: o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, que é mostrado às vezes vestindo um uniforme da SS.

O vitríolo não é apenas exibido em tablóides. O jornalista Georgios Trangas oferece tiradas ao vivo contra os "ocupantes alemães" todas as noites no Extra 3, uma estação de televisão de Atenas. Em seu show "Choris Anästhetiko" ("Sem Anestesia"), ele critica as "medidas bárbaras" sendo impostas a seu país "por Berlim."

A estação de rádio Real FM foi recentemente condenada a pagar uma multa de € 25.000 ($ 34.000) por "abuso da língua grega" depois de Trangas usando palavrões para repreender Merkel em duas transmissões ao vivo.

Intencionalmente acenando o bastão nazi

A ruptura da relação entre a Alemanha e Grécia é onipresente, mas a questão é se os meios de comunicação estão a alimentar o ódio ou simplesmente informando sobre isso. Andreas Kapsabelis, editor-chefe do tablóide Dimokratia, tem uma opinião clara sobre o assunto. Ele acredita que os alemães estão tentando destruir os gregos e usando os meios financeiros para alcançar o que eles não conseguiram fazer militarmente há mais de 60 anos atrás.

Seu jornal publicou recentemente uma reportagem de capa intitulada "Memorandum Macht Frei", uma referência ao slogan cínico "Arbeit Macht Frei" ("O trabalho liberta") que fica na entrada do campo de concentração de Dachau, de um lado, e as obrigações da Grécia decorrentes dos contratos de empréstimo com seus credores internacionais, por outro. Para garantir que até mesmo o leitor mais mal informado iria entender o título, a palavra "Dachau" foi impressa em letras garrafais sobre ele. "Estamos fazendo nosso trabalho e expressando a opinião pública", diz Kapsabelis.

Georgios Delastik escreve sobre a "implantação do Quarto Reich" no jornal liberal de esquerda Ethnos. Delastik acredita que uma possível meta desta nova ocupação é garantir que os aposentados alemães, com as suas supostas pensões de luxo, serão capazes de deitar ao sol em uma Grécia empobrecida.

Delastik, 59, é um homem amigável, com um sorriso malicioso. O colunista-chefe, que escreve os seus artigos de opinião diários em uma página própria no jornal, reúne-se conosco em seu escritório no edifício editorial. Há jornais e revistas internacionais ordenados e empilhados ao longo das paredes, incluindo o próprio Spiegel e o Frankfurter Allgemeine Zeitung da Alemanha, o jornal francês Le Monde e o diário espanhol El País, com a colorida publicação - saindo por entre as páginas. Delastik, que fala oito línguas, é muito consciente dos perigos do ressentimento nacional. "Sou um europeu convicto", diz ele.

op-ed pieces as an attempt to re-establish the wounded dignity of the Greeks, and that he does so by emphasizing the Germans' most vulnerable side: their Nazi past.

No entanto, ele também usa o termo "Quarto Reich" em seus escritos e se refere às medidas de austeridade que estão sendo exigidas de seu país como uma "Dachau fiscal." Quando perguntado por que ele usa uma linguagem tão dura, ele diz que é "auto-defesa" e explica que ele usa seus op-eds (editoriais) como uma tentativa de restabelecer a dignidade ferida dos gregos, e que ele faz isso enfatizando o lado mais vulnerável dos alemães: o seu passado nazista.

Ninguém nos meios de comunicação gregos está disposto a reconhecer que as duas coisas não têm nada a ver com a outra. E quem pode está agitando o bastão nazista.

Do namoro à hostilidade

Publicações alemãs eram de fato as primeiras a usar linguagem depreciativa, referindo-se aos "gregos falidos" como a "fraude na família euro." Os gregos entraram com uma ação por calúnia coletiva contra a revista Focus com sede em Munique há vários meses que depois retratou a estátua Vênus de Milo com um dedo médio estendido, em fevereiro de 2010. Os gregos ficaram também indignados com a crítica de Merkel da "ineficiência do sul da Europa." No entanto, dificilmente isso explica as tiradas de ódio que se seguiram.

Desde então, Delastik diz, o sentimento anti-alemão tem ido além da esfera jornalística. Avós agora estão lembrando seus netos sobre a ocupação nazista, diz ele, e quase todos os gregos de repente é um especialista sobre o empréstimo forçado do Reich alemão imposto ao banco nacional da Grécia em 1942. "É terrível", diz Delastik, observando que esse tipo de pensamento não se encaixa com a sua ideia de uma Europa unida.

No entanto, Delastik se recusa a admitir que ele também está alimentando o sentimento anti-alemão com suas peças editoriais duras. É seu dever, diz ele, "para convencer os políticos alemães de que sua abordagem é prescrita à pessoa errada."

Os gregos não podem ser humilhados continuamente, diz Delastik, acrescentando que a pressão tremenda e as medidas de austeridade impostas pelos credores internacionais - a Alemanha é o principal deles - não resultará em sucesso, mas, antes, na recusa total de seus companheiros gregos a cooperar. Na verdade, pelo menos de acordo com os resultados de uma pesquisa publicada pela revista de notícias Epikaira na semana passada, parece como muitos gregos tornaram-se convencidos do que antes era nada além de polêmica.

Dos cerca de 800 gregos pesquisados ​​pela empresa de pesquisas VPRC, mais de três quartos disseram que sentem que a Alemanha é hostil à Grécia. Uns 69 por cento ainda acreditam que os políticos alemães estão realmente buscando o objetivo de estabelecer um "Quarto Reich". Quando perguntados sobre o que eles associavam à Alemanha, um em cada três entrevistados usou termos como "Hitler", "nazismo" e "Terceiro Reich". Antes da crise, os gregos eram geralmente apaixonados pelos alemães.

Cruzando a linha

O editor-chefe do jornal da Grécia de maior vendagem, o liberal de esquerda Ta Nea, é um homem sensato. Notis Papadopoulos, 50, estudou em Essex e trabalhou como jornalista por mais de duas décadas. Ele não tem interesse em estabelecer paralelos com a era nazista. "Nós não gostamos de tais exageros", diz ele. Até recentemente, o jornal apoiava as políticas do governo e, por extensão, a dos credores internacionais. No entanto, ele acredita que uma linha foi cruzada quando a idéia de um comissário de austeridade para Atenas foi vazada - uma ideia alemã. "Isto fez todo mundo pensar em oficiais nazistas", diz ele.

Depois disso, o Ta Nea imprimiu em sua capa um desenho de um Merkel a aparência descontente segurando uma Grécia ansiosa, procurando por correntes. As palavras "Nein! Nein! Nein!" - em alemão - foram impressas acima da caricatura.

Comentando sobre a sugestão mais recente de Schäuble, de que as eleições gregas previstas para abril deveriam ser adiadas, o editor-chefe Papadopoulos pode apenas dizer: "Isso é antidemocrático. Esta política é contraproducente"

Até agora, o ressentimento tem sido limitado aos políticos alemães. Mas em uma recente entrevista, a cantora alemã Ute Lemper, que pretende dar concertos em Atenas e Salônica esta semana, implorou que os gregos "não pensem em mim como uma alemã."

Traduzido do alemão por Christopher Sultan

Fonte: Spiegel (Alemanha)
http://www.spiegel.de/international/zeitgeist/0,1518,817995,00.html
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Yad Vashem anuncia identificação de 4 milhões de vítimas do Holocausto

JERUSALÉM — O museu do Holocausto de Israel (Yad Vashem) anunciou nesta terça-feira ter conseguido identificar dois terços dos seis milhões de judeus assassinados no genocídio nazista.

"Na última década, conseguimos acrescentar cerca de 1,5 milhões de nomes de vítimas ao banco de dados", indicou em um comunicado Avner Shalev, presidente do Yad Vashem, destacando que a listagem possui agora 4 milhões de nomes.

"Os alemães buscaram não apenas destruir os judeus, mas também apagar qualquer memória deles", estimou Shalev.

"Uma das principais missões do Yad Vashem desde sua fundação - a recuperação do nome e da história de cada vítima do Holocausto - resultou em esforços incansáveis para resgatar os nomes e identidades dos seis milhões de judeus mortos pelos nazistas e seus cúmplices, tanto quanto possível", destacou.

De acordo com o museu, 2,2 milhões de nomes foram registrados através de depoimentos de amigos e familiares das vítimas, enquanto o resto foi apurado através de arquivos e da pesquisa de historiadores.

Entretanto, mais de dois milhões de nomes continuam perdidos, e encontrá-los é particularmente problemático em países do Leste europeu e da ex-União Soviética, além da Grécia, onde não há registros oficiais das comunidades judaicas ou das deportações.

Fonte: AFP
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5idP9B-9XbnajxdlblB-KeswDXl7w?docId=CNG.c1a215e9fdd51fb04e4cdd4bfa1102e2.371

sábado, 22 de maio de 2010

David Galante - "Como sobrevivi ao holocausto nazi"

Como sobrevivi ao holocausto nazi

Através da Fundação Raoul Wallenberg temos podido conhecer os testemunhos de alguns sobreviventes do holocausto nazi. David Galante, grego residente na Argentina desde há mais de 50 anos, conta-nos sua experiência de guerra e de sobrevivência.
“Meu nome é David Galante, sou originário da Ilha de Rodes na Grécia, sou sobrevivente de Auschwitz. Fomos transladados pelos nazis para Auschwitz em um grupo de 1.800 judeus que viviam em Rodes, a viagem foi muito longa, quase 27 dias de viagem, entre barcos e trens, até chegar a Auswchitz.

Uma vez que chegamos ali, fizeram a primeira seleção, na qual meu pai e minha mãe foram eliminados de entrada.

Tinha três irmãs e um irmão.

Eu estava na enfermaria, estava muito doente, estava, digamos, quase morrendo, mas fomos libertados pelas tropas russas. Quando nos libertaram eu pesava 39 quilos, havia ficado em pele e osso e estive dois meses no hospital com os russos, em dois meses cheguei a aumentar 20 quilos.

Minhas irmãs faleceram as três no trabalho. Meu irmão se salvou e quando soube que estava vivo fui para Itália para estar junto com ele porque pensávamos vir para a Argentina.

Meu irmão combinou com um comissário de um barco de carga para que nos levasse da Itália.

O barco chegou ao porto de Bari e nos embarcou à noite, o comissário do barco nos pôs em seu camarote num guardarroupa, foi uma viagem que fizemos dentro do guardarroupa durante 50 dias até chegar a Argentina".
Faz mais de meio século, em 24 de agosto de 1947, David Galante chegou a Argentina, lugar que o acolheu e se converteu em seu refúgio e sua casa.

Fonte: Fundação Raoul Wallenberg/H2O News (03.07.2009)
http://www.h2onews.org/index.php?option=com_content&view=article&id=19234&Itemid=15
Tradução: Roberto Lucena

Para ver o vídeo com o depoimento(o texto foi uma tradução do próprio depoimento), checar diretamente no link.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O Holocausto em Salônica

A seguinte passagem é tirada da página 404 de Mazower:
Quando perguntei pelo cônsul italiano em 27 de março [1943] Merten disse que os judeus estavam sendo deportados para "uma localidade próxima à Varsórvia onde há uma mina de carvão. Eles viverão juntos, administrarão a si mesmos e trabalharão numa fábrica de borracha sintética". Esta foi a versão oficial. Na realidade, sem necesseriamente saber desses detalhes precisos, diplomatas italianos libertaram muitos dos deportados que seriam assassinados. Outro oficial consular, Lucillo Merci, anotou em seu diário sobre o 21 de março que na Polônia "os fisicamente saudáveis entre eles serão postos para trabalhar, enquanto que o restante será eliminado. No final, os fisicamente saudáveis também serão eliminados" [fonte: Carpi, p.145]
Quatro meses antes, em 9 de novembro de 1942, jornais colaboracionistas gregos traziam um discurso de Hitler com a manchete, "A judaria internacional desaparecerá da Europa" (Mazower, p.396). Diplomatas italianos em março de 1943 tinham então aprendido o verdadeiro significado da profecia de Hitler que fora publicado na Grécia no outono anterior.

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2009/12/holocaust-in-salonica.html
Tradução: Roberto Lucena

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