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terça-feira, 26 de novembro de 2013

Doutores do inferno: experimentos com malária

Publicado em 18 junho, 2012

Mais de 1084 acusados de diversas nacionalidades, inclusive sacerdotes católicos, foram submetidos a experimentos com malária (testes de imunização e tratamento diversos). Esses experimentos ocorreram no campo de concentração de Dachau entre fevereiro de 1942 e abril de 1945, aproximadamente, e foram concluídos apenas antes da rendição da Alemanha, em 8 de maio de 1945.

Wolfram Sievers
Infectava-se premeditadamente com malária os reclusos que eram considerados sãos, servindo-se de mosquitos infectados ou mediante injeção de sangue infectado com malária. Para manter uma provisão constante de sangue infectado, todos os meses se contaminava artificialmente com malária entre três e cinco reclusos, de modo que seu sangue pudesse ser usado para infectar outros.

(…)

Os imputados Karl Brandt, Handloser, Rostock, Gebhardt, Blome, Rudolf Brandt, Mrugowsky, Poppendick e Sievers foram acusados de responsabilidade especial e participaram na conduta criminosa devido a esses experimentos, mas só Sievers foi condenado neste julgamento. Sievers negou haver tomado parte nos experimentos com malária.

(…)

Em Dachau, um tribunal militar estadunidense nomeado em 2 de novembro de 1945, ajuizou quarenta médicos e assistentes no caso Estados Unidos contra Martin Gottfried Weiss, Friedrich Wilhelm Ruppert, et al. Entre os imputados se encontrava o doutor Claus Karl Schilling. (…)

Schilling foi o principal responsável pelos experimentos levados a cabo em Dachau, dado que esteve perfeitamente disposto a utilizar os métodos de experimentação nazi servindo-se de acusados do campo numa época em que outros médicos e cientistas alemães se negaram a tomar parte deles ou fugiram do país. Schilling acreditava que era seu dever humanitário encontrar a cura para a malária, à margem de que seus métodos ameaçavam a vida de reclusos do campo submetidos à experimentação contra sua vontade.

Claus Karl Schilling
Antes do julgamento, em 30 de outubro de 1945, o doutor Schilling efetuou, de seu próprio punho, uma declaração jurada ante o subtenente Werner Conn. Esta declaração foi admitida como indício provatório com o número 122 das provas da acusação. Schilling afirmava haver inoculado pessoalmente entre novecentos e mil prisioneiros. (…)

Muitos dos internos infectados com malária morreram de tuberculose, disenteria e tifo. Segundo sua declaração, Schilling assistiu a autopsia de uma das vítimas e solicitou o cérebro, o fígado, o rim, o baço e um pedaço do estômago.

No julgamento de Dachau, um sacerdote católico preso, o padre Koch, declarou que primeiro lhe fizeram radiografias e posteriormente o enviaram para sala de malária. Metido em um quarto pequeno, teve que segurar uma caixa de mosquitos durante meia hora todos os dias pelo intervalo de uma semana. Cada tarde lhe colocavam outra caixa de mosquitos entre as pernas enquanto estava na cama. Todas as manhãs lhe tiravam uma amostra de sangue da orelha.

O padre Koch saiu do hospital passados dezessete dias. Oito meses depois teve um ataque de malária que voltou a se manifestar a cada três semanas durante seis meses. Sofria de febre alta, calafrios e dores articulares. Infectou-se assim mesmo prisioneiros poloneses e russos mediante injeções procedentes dos próprios mosquitos ou com extratos de glândulas mucosas dos mosquitos. A malária foi a causa direta de trinta mortes, enquanto que as complicações derivadas dela ocasionaram entre trezentas e quatrocentas mortes, um terço das 1200 vítimas submetidas a esses experimentos.

(…)

Durante seu julgamento em Dachau, o doutor Schilling se defendeu alegando que seu trabalho era parte de seus deveres; que ficou inacabado; e que o tribunal de Dachau devia fazer o que pudesse para ajudá-lo a concluir seus experimentos em benefício da ciência.

Fonte: extraído do blog El Viento en la Noche (Espanha)

http://universoconcentracionario.wordpress.com/2012/06/18/doctores-del-infierno-experimentos-con-malaria/

Trecho do livro (citado no blog): "Doctores del Infierno" (livro original em inglês, Doctors from Hell), Tempus, 2009, págs. 147-156; de Vivien Spitz
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 26 de março de 2013

Fritz Dietrich (Nazi) - Massacres na Letônia

Fritz Dietrich (nasceu em 6 de agosto de 1898, executado em 22 de outubro de 1948) era um oficial alemão da SS que tinha um doutorado (Ph.D.). Seu nome também é visto escrito como Emil Diedrich.[1]

Resumo de sua trajetória

Dietrich adquiriu o status de SS-Obersturmbannführer. De setembro de 1941 a novembro de 1943 ele serviu como policial chefe da SS (SS und PolizeiStandortführer ) em Liepāja (em alemão: Libau), Letônia. As unidades de polícia sob seu comando conduziram inúmeros massacres de judeus e outras pessoas em Liepāja. O maior de todos os massacres de Liepāja ocorreu em três dias, numa segunda-feira, 15 de dezembro, a quarta-feira, 17 de dezembro de 1941. Em 13 de dezembro, Karzemes Vārds publicou uma ordem de Dietrich que pedia que todos os judeus na cidade permanecessem em suas residências na segunda-feira, 15 de dezembro a 16 de dezembro de 1941. [2]

Julgamento por crimes de guera

Depois da segunda guerra ele foi julgado, condenado e setenciado a pena de morte por crimes de guerra, mas não por suas ações na Letônia. Dietrich tinha ordenado o fuzilamento de sete prisioneiros aliados que tinham saltado de paraquedas de aeronaves avariadas.[3] Em 1948 Dietrich foi enforcado na prisão de Landsberg.[4] Os julgamentos de Dietrich e outros ficaram conhecidos como "Flyers Cases" (Casos dos Aviadores) e foram parte do que ficou conhecido como os Julgamentos de Dachau por crimes de guerra.

Notas

[1] Ezergailis, The Holocaust in Latvia, página 288.
[2] Ezergailis, The Holocaust in Latvia, páginas 293 a 294
[3] United States vs. Fritz Dietrich and others, Case Nos. 12-1545 and 12-2272 (File US115), resumido dos Crimes Nazis no Julgamento
[4] Klee, The Good Old Days, página 290.

Referências

- Ezergailis, Andrew, The Holocaust in Latvia 1941-1944—The Missing Center, Historical Institute of Latvia (in association with the United States Holocaust Memorial Museum) Riga 1996 ISBN 9984-9054-3-8
- Klee, Ernst, Dressen, Willi, and Riess, Volker, eds. "The Good Old Days" -- The Holocaust as Seen by its Perpetrators and Bystanders, MacMillan, New York 1991 (translation by Deborah Burnstone) ISBN 0-02-917425-2

Fonte: texto extraído da Wikipedia em inglês, com as notas (transcritas no final da tradução) no próprio verbete
http://en.wikipedia.org/wiki/Fritz_Dietrich_%28Nazi%29
Tradução: Roberto Lucena

Observação: vários verbetes (com fontes e que servem pra consulta rápida) da Wikipedia em inglês não possuem tradução pro português.

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