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sábado, 30 de dezembro de 2017

Extermínio de crianças em Daugavpils, Letônia

De acordo com este site, pesquisando por Jacob Gorfinkel, "De acordo com a distribuição do "cartão de comida" em junho de 1942, restaram 487 judeus (245 homens, 242 mulheres, 22 crianças) em Daugavpils". O baixo número de crianças é uma forte prova de uma política de extermínio na Letônia. Converge com a evidência fotográfica de Liepaja, Letônia, e a outra evidência sobre a Letônia publicada anteriormente neste blog. Também reforça a evidência do massacre de Rumbula em Riga, como é ressaltado no Relatório de Situação Operacional 155, de 11.1.42: "O número de judeus restantes em Riga, 29.500, foi reduzido para 2.600 por uma ação conduzida pelo Superior SS e líder da polícia de Ostland. Em Daugavpils, ainda restam 962 judeus que são urgentemente necessários para o grupo de trabalho". Isto foi no contexto mais amplo de redução da população judaica letã de cerca de 70.000 para menos de 4.000 [Relatórios dos Territórios Ocupados do Leste, nº 7, 12,6,42].

http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2017/04/extermination-of-children-in-daugavpils.html

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2017/04/extermination-of-children-in-daugavpils.html
Texto: Jonathan Harrison
Título original: Extermination of Children in Daugavpils, Latvia
Tradução: Roberto Lucena

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Restos encontrados em Pskov, Rússia

Um novo artigo foi publicado na semana passada sobre o achado de um túmulo e memorial para 14 judeus, consistindo de "dois recém-nascidos, dois adolescentes, um idoso e nove mulheres" encontrados próximo a Pskov, uma cidade russa à leste da fronteira estoniana. Os restos foram achados por Poisk (Search), uma organização que busca por restos de soldados em áreas de combate pesado da segunda guerra. Poisk poderia verificar que estes eram civis porque, como afirmado pelo porta-voz de Poisk, Rachim Dzhunusov, "os restos eram de crianças, mulheres e idosos, e alguns (crânios) foram quebrados por golpes de coronhadas de rifles [e] e tivemos que os coletar pedaço por pedaço", os mortos "foram despidos, não havia uma única fivela, botão, nada". O artigo deduz da declaração de uma testemunha que os judeus haviam sido capturados depois de fugir da Letônia, mas havia também fontes afirmando que o Einsatzkommando de Sandberger tinha relocado 400 mulheres e crianças da Estônia para Pskov, onde eles foram executados sobre a ordem de Jeckeln em janeiro de 1942. O Yad Vashem tem fontes online sobre os cinco locais de extermínio próximos a Pskov.

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2016/12/bodies-found-in-pskov-russia.html
Título original: Remains Found in Pskov, Russia
Tradução: Roberto Lucena

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Relatório Salitter (Riga, Letônia)

Relatório do oficial de polícia Salitter, que comandou os guardas de transporte de judeus deportados de Duesseldorf para Riga em 11 de dezembro de 1941 [1]

Duesseldorf, 26 de dezembro de 1941 Relatório Confidencial sobre a evacuação dos judeus para Riga ... 11-17 novembro de 1941. O transporte de judeus planejado para 11 de dezembro de 1941 incluiu 1.007 judeus das cidades de Duisburg, Krefeld e várias pequenas cidades e comunidades das áreas industriais de Rhinelandand Westfalia. Duesseldorf apresentou apenas 19 judeus. O transporte foi composto por judeus de ambos os sexos, de várias idades - desde bebês até pessoas de 65 anos. A partida do transporte estava prevista para às 09:30. Os judeus foram, portanto, trazidos para a rampa de carregamento já prontos para embarcar às 4:00 da manhã. Entretanto, o Reichsbahn não podia ter o trem pronto tão cedo, alegadamente devido à falta de pessoal, então o carregamento dos judeus só começou às 9:00 da manhã.

O carregamento foi feito com grande pressa, tanto quanto o Reichsbahn insistiu que o trem devia sair na hora certa. Portanto, não é surpresa que alguns carros estavam superlotados (de 60-65 pessoas), enquanto outros tinham apenas 35-40 passageiros. Essas circunstâncias causaram problemas ao longo de toda a viagem para Riga, desde judeus sozinhos que tentaram várias vezes entrar em carros menos movimentadas. E por mais que o tempo permitisse, em alguns casos foi permitido fazer alterações, como também havia mães que tinham sido separadas de seus filhos. No caminho da área de desembarque para do matadouro para a plataforma, um judeu do sexo masculino tentou cometer suicídio, atirando-se na frente do bonde. Mas ele bateu no para-choque do carro de rua e ficou apenas ligeiramente ferido. Ele se recuperou durante a viagem, e percebeu que não podia evitar compartilhar do destino de the evacuados. Uma mulher judia idosa se afastou da plataforma sem que ninguém percebesse - estava chovendo e muito escuro - entrou numa casa próxima, tirou a roupa e sentou-se num vaso sanitário. No entanto uma mulher da limpeza notou o caso e ela foi levada de volta para o transporte.

... O carregamento do trem terminou às 10:15 e ... o trem deixou a estação Duesseldorf-Derendorf por volta das 10:30 .... Devido a um sistema de aquecimento com defeito, a pressão de vapor não atingia os últimos carros do comboio. Por causa do frio, a roupa dos esquadrões de guarda não secavam. (Choveu durante todo o transporte). Assim, tive que lidar com guardas que não conseguiam cumprir seu serviço devido à doença. ... [O trem chegou à Lituânia em 12 de dezembro] Normalmente, a viagem de comboio a partir deste ponto para Riga levaria 14 horas, mas como não havia apenas uma faixa de trilho e nosso trem tinha apenas uma segunda prioridade, a viagem foi muitas vezes mantidos por longos períodos de tempo. ... Chegamos em Mittau na Letônia às 19:30 [13 de dezembro]. Estava frio e a neve caindo. Chegamos em Riga às 21:50. O trem foi mantido na estação por uma hora e meia. ...

O trem ficou parado sem calor. A temperatura exterior era de menos 12 graus centígrados .... À 01:45, voltamos para o trem e mais seis guardas letões foram encarregados de ver o trem. Porque era meia-noite, escuro e a plataforma estava coberta com uma espessa camada de gelo, então foi decidido transferir os judeus para o gueto de Sarnel apenas no domingo de manhã. Conclusões: as provisões [para os guardas] eram boas e suficientes. Para os homens foram fornecidos dois cobertores, utensílios de cozinha e fogões de campo, roupas quentes, peles e botas quentes, que provaram ser muito úteis e foram recomendados para transportes futuros. As pistolas e munições fornecidos eram suficientes porque não havia perigo de ataques por partidários na Lituânia e Letônia. ... as duas luzes de busca serviram bem a seu propósito .... a assistência da Cruz Vermelha foi louvável ...

Para prover os judeus com água, era essencial que a Gestapo entrasse em contato com o Reichsbahn e coordenasse uma hora de parada todos os dias numa estação ferroviária no Reich. Devido à tabela de tempo, o Reichsbahn estava relutante em cumprir a vontade do comandante dos transportes. Os judeus ficaram geralmente na estrada por 14 horas ou mais antes do transporte partir e de ter se esgotado todas as bebidas que eles tinham para eles. Quando eles não são supridos com água durante a viagem, eles tentam, apesar da proibição, deixar o trem em cada ponto possível ou pedir a outros para obter água. É também essencial que o Reichsbahn preparasse os trens pelo menos 3-4 horas antes da partida, para que o carregamento dos judeus e seus pertences, de modo que o carregamento de judeus pudesse ser conduzido de forma ordenada. A Gestapo tem que se certificar que o Reichsbahn colocou o carro (vagão) para o destacamento de guarda no centro do comboio. ... Isto é essencial para a supervisão do transporte .... Durante frio extremo, deve-se ter certeza de que o aquecimento do trem funciona. Os homens do pelotão de guarda não me deram nenhum motivo para eu reclamar. Com exceção do fato de que tive que pedir a alguns deles para agir mais energicamente contra os judeus que queriam desobedecer minhas ordens, todos eles se comportaram bem e cumpriram bem seu dever. Não houve incidentes de doenças ou quaisquer outros problemas. Assinado: Salitter (ver mais), Hauptmann (Capitão) da Schupo (Link2).

[1]. Ver também "Deportation to Riga" -- testemunho de Hilde Sherman que foi deportado no mesmo transporte.

Fonte: Yad Vashem site (Shoah Resource Center, The International School for Holocaust Studies)
http://www.yadvashem.org/odot_pdf/Microsoft%20Word%20-%203288.pdf
Título original: Report by Police officer Salitter, who commanded the guards on the transport deporting Jews from Duesseldorf to Riga 11 December 1941
Tradução: Roberto Lucena

Ver mais: «Evidence for the Presence of "Gassed" Jews in the Occupied Eastern Territories» (3, 3) (Holocaust Controversies)

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Hitler sobre os povos bálticos e eslavos

Quando Goebbels expressou seu desprezo pelos povos bálticos e da Ucrânia simplesmente seguia as opiniões de seu Führer. Que igual a ele, não fazia distinção entre bálticos ou eslavos, aliados ou inimigos. Todos são simplesmente subumanos.

[Noite de 17-18 de setembro de 1941]

Os povos eslavos não foram destinados a viver uma vida própria. Eles sabem disso e lhes faríamos mal em persuadi-los do contrário. Fomos nós que criamos em 1918 os países bálticos e a Ucrânia. Mas hoje não temos nenhum interesse em manter os estados bálticos nem em criar uma Ucrânia independente. Temos igualmente que impedir sua volta ao cristianismo. Seria um grande erro, seria como lhes dar uma forma de organização.

Tampouco sou partidário de que haja uma universidade em Kiev. Mais vale não lhes ensinar a ler. Não vão nos querer porque lhes torturemos com escolas. Só o fato de lhes dar uma locomotiva para conduzir seria um grande erro. E que tolice, de nossa parte, realizar uma distribuição de terras! Apesar de tudo isto, faremos com que os indígenas vivam melhor do que já viveram até agora. Entre eles encontraremos material humano necessário para cultivar a terra.

Proveremos de cereais a todos os que na Europa carecem deles. A Crimeia nos dará os frutos do sul, o algodão e a borracha (40.000 hectares de plantações serão suficientes para assegurar nossa independência).

Os pântanos de Pripet nos manterão abastecidos de juncos.

Aos ucranianos lhes forneceremos lenços, pedras de cristal e tudo aquilo que os povos colonizados gostam.

Livro: Las conversaciones privadas de Hitler (Bormann-Vermerke); Tradução de Alfredo Nieto, Alberto Vilán, Renato Lavergne e Alberto Clavería. Editora Crítica, Barcelona 2004. pg. 27. Em inglês o título do livro é Hitler's Table Talk, organizado por Hugh Trevor-Roper, historiador britânico. Em formato ebook.

Fonte: blog antirrevisionismo (Espanha)
http://antirrevisionismo.wordpress.com/2008/07/02/hitler-sobre-los-pueblos-balticos-y-eslavos/
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 26 de março de 2013

Fritz Dietrich (Nazi) - Massacres na Letônia

Fritz Dietrich (nasceu em 6 de agosto de 1898, executado em 22 de outubro de 1948) era um oficial alemão da SS que tinha um doutorado (Ph.D.). Seu nome também é visto escrito como Emil Diedrich.[1]

Resumo de sua trajetória

Dietrich adquiriu o status de SS-Obersturmbannführer. De setembro de 1941 a novembro de 1943 ele serviu como policial chefe da SS (SS und PolizeiStandortführer ) em Liepāja (em alemão: Libau), Letônia. As unidades de polícia sob seu comando conduziram inúmeros massacres de judeus e outras pessoas em Liepāja. O maior de todos os massacres de Liepāja ocorreu em três dias, numa segunda-feira, 15 de dezembro, a quarta-feira, 17 de dezembro de 1941. Em 13 de dezembro, Karzemes Vārds publicou uma ordem de Dietrich que pedia que todos os judeus na cidade permanecessem em suas residências na segunda-feira, 15 de dezembro a 16 de dezembro de 1941. [2]

Julgamento por crimes de guera

Depois da segunda guerra ele foi julgado, condenado e setenciado a pena de morte por crimes de guerra, mas não por suas ações na Letônia. Dietrich tinha ordenado o fuzilamento de sete prisioneiros aliados que tinham saltado de paraquedas de aeronaves avariadas.[3] Em 1948 Dietrich foi enforcado na prisão de Landsberg.[4] Os julgamentos de Dietrich e outros ficaram conhecidos como "Flyers Cases" (Casos dos Aviadores) e foram parte do que ficou conhecido como os Julgamentos de Dachau por crimes de guerra.

Notas

[1] Ezergailis, The Holocaust in Latvia, página 288.
[2] Ezergailis, The Holocaust in Latvia, páginas 293 a 294
[3] United States vs. Fritz Dietrich and others, Case Nos. 12-1545 and 12-2272 (File US115), resumido dos Crimes Nazis no Julgamento
[4] Klee, The Good Old Days, página 290.

Referências

- Ezergailis, Andrew, The Holocaust in Latvia 1941-1944—The Missing Center, Historical Institute of Latvia (in association with the United States Holocaust Memorial Museum) Riga 1996 ISBN 9984-9054-3-8
- Klee, Ernst, Dressen, Willi, and Riess, Volker, eds. "The Good Old Days" -- The Holocaust as Seen by its Perpetrators and Bystanders, MacMillan, New York 1991 (translation by Deborah Burnstone) ISBN 0-02-917425-2

Fonte: texto extraído da Wikipedia em inglês, com as notas (transcritas no final da tradução) no próprio verbete
http://en.wikipedia.org/wiki/Fritz_Dietrich_%28Nazi%29
Tradução: Roberto Lucena

Observação: vários verbetes (com fontes e que servem pra consulta rápida) da Wikipedia em inglês não possuem tradução pro português.

quinta-feira, 7 de março de 2013

O Massacre de Audrini


No início de Janeiro de 1942, uma cidade que continha cristãos ortodoxos foi queimada até o chão em Audrini, Letônia, e seus moradores foram baleados, incluindo mulheres e crianças. O colaborador nazista responsável, Boleslavs Maikovskis, perdeu um recurso contra a desnaturalização nos EUA em 1985, caso registrado aqui. Ele fugiu para a Alemanha e morreu em 1996 sem cumprir pena pelos seus crimes. Entretanto, como o NYT resumiu, Maikovskis reconheceu que os assassinatos ocorreram:

Em 1975, ele já não estava negando que tinha sido um policial durante a ocupação nazista, e quando foi ouvido durante a sua deportação em 1981, ele disse que tinha sido Chefe de Polícia da segunda delegacia de Rezekne de 1941 até quando os alemães começaram sua retirada em 1944. Ele também disse que, depois que vários policiais letões foram mortos a tiros na aldeia de Audrini por guerrilheiros soviéticos em 1941, ele ordenou a prisão dos homens, mulheres e crianças, entre 200 e 300 pessoas, cumprindo ordens de seu superior da Polícia.

Também cumprindo ordens, ele disse que ordenou que cada casa fosse queimada até o chão. Mas disse que essa ação nada tinha a ver com a execução pública de 30 aldeões na praça da cidade de Rezekne e o abate do restante em uma floresta próxima. Ele disse que estava na igreja durante a execução pública.

Na audiência de deportação ele observou que:

Uma cópia de um documento datado de 31 de dezembro de 1941, indica em seu original que tinha sido assinado pelo supervisor imediato de Maikovskis, declarou que: “durante os últimos 6 meses, nosso trabalho tem sido dominado por [inter alia] pelo nosso desejo de livrar-nos dos restantes de judeus e comunistas...” E em um relatório da SS de 2 de fevereiro de 1942, posterior ao incidente de Audrini, observou:

Os habitantes da aldeia de Audrini são russos – de fé ortodoxa – ao todo 48 famílias. Cegos em seu nacionalismo, eles apoiaram em 100% o Exército Vermelho, 3 eram ex-membros da milícia, 3 prisioneiros de guerra que tinha escapado do campo de prisioneiros e 11 ex-prisioneiros de guerra.

Pergunta para os negadores [do Holocausto]: Se crianças não-judias poderiam ser mortas desta maneira, porque não judias?

Os grifos acima são do tradutor.


Fonte: Holocaust Controversies
Autor: Jonathan Harrison
Tradução: Leo Gott

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Thomas Kues: valas comuns na Letônia (Holocausto)

Fãs "revisionistas" de Thomas Kues ficarão desapontados ao saber que ele reconheceu a existência de uma vala comum judaica na Letônia. Neste artigo ele cita o seguinte da Bernhard Press, The Holocaust in Latvia (O Holocausto na Letônia), pág. 159, descrevendo uma vala comum encontrada por M. Morein em 1946:
(…) enquanto procurava os cadáveres de seus pais em 1946, perto da aldeia de Kukas próxima a Krustpils, [Morein] descobriu uma vala comum de cadáveres cujas roupas traziam etiquetas francesas
Kues gostaria que seus leitores acreditassem que estes eram judeus franceses deportados para a região do Báltico depois de 1941. (O que ele não explica é como as mortes dos judeus iriam apoiar a sua tese de que os judeus franceses não estavam sendo submetidas a uma política de extermínio). No entanto, Kues ignora o fato de que na página 49 do mesmo livro da Press, é citado um massacre de judeus em 1941 na localização daquele túmulo:
Naquela época, todos os judeus de Viesite, juntamente com os de Jekabpils (Jakobstadt) e Nereta, foram assassinados por um pelotão de execução de Perkonkrusts na aldeia de Kukas
Jekabpils foi situado próximo de Krustpils (as cidades foram fundidas em 1962), então a ação sobre Kukas é claramente a mesma que produziu o túmulo encontrado por Morein em Kukas em 1946. A atual localização do túmulo é descrito neste site, que fornece o seguinte relato:
O cemitério contém túmulos coletivos marcados e um memorial às vítimas do Holocausto. Enterros neste cemitério foram registrados. O registro é localizado no escritório do presidente da comunidade judaica de Jekabpils. Esta [é] o único cemitério judaico que surgiu na Letônia após a Segunda Guerra Mundial. Na década de 1950, o antigo cemitério judeu em Krustpils (fundada no início do século 19) foi liquidado, e as lápides foram transportados para Asote e enfileiradas na fronteira do cemitério. Em 1958, os restos mortais dos judeus de Krustpils e Plavinas, mortos em 1941, foram enterrados neste cemitério. Um ano mais tarde, um monumento foi erguido.
Assim, os cadáveres encontrados por Morein foram mortos em 1941 e estão localizados hoje em Asote.

Kues poderia ter se poupado desta vergonha imensa, checando sua própria fonte. Em vez disso, ele baleou seus amigos "revisionistas" em ambos os pés, reconhecendo uma vala comum que faz parte da prova do genocídio de 1941 na Letônia.

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2011/01/thomas-kues-mass-grave-in-latvia.html
Tradução: Roberto Lucena

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Pesquisador encontra relatório de deportação nazista em arquivo

Um pesquisador alemão anunciou nesta quarta-feira que encontrou em um arquivo londrino um estremecedor relatório policial sobre a deportação de judeus na Alemanha nazista que constitui um valioso documento histórico.

O relatório, que é assinado pelo capitão da Polícia e membro das tropas de assalto das SS Wilhelm Meurin e data de novembro de 1941, descreve a deportação de Düsseldorf e Wuppertal (oeste da Alemanha) com destino a Minsk (Belarus, URSS) de um total de 992 judeus, dos quais apenas cinco conseguiram sobreviver ao Holocausto.

O funcionário nazista, responsável pela supervisão da deportação, documenta de forma burocrática ao longo de sete páginas todas as paradas do trem da morte, enquanto não há praticamente nenhuma frase sobre o estado no qual se encontravam os judeus deportados Bastian Fleermann, o diretor do memorial das vítimas do regime nacional-socialista em Düsseldorf, explicou que encontrou o documento por acaso ao consultar no catálogo virtual da Biblioteca Wiener de Londres as palavras-chave "Düsseldorf" e "Minsk".

"Não sabemos como (o documento) chegou a este arquivo londrino", declarou Fleermann em Düsseldorf ao apresentar pela primeira vez o relatório policial.

Ao mesmo tempo, ele ressaltou a importância deste documento, já que por enquanto é conhecido apenas um semelhante sobre a deportação de judeus - o "relatório Salitter", encontrado nos anos 60 -, pois os nazistas tentaram eliminar no final da Segunda Guerra Mundial todo o rastro de sua maquinaria assassina.

Este documento, assinado pelo funcionário da Polícia Paul Salitter, descreve com detalhes a deportação no início de 1941 desde a estação para trens de carga de Derendorf, em Düsseldorf, de um total de 1.007 judeus com destino a Riga (Letônia).

Fonte: EFE/Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5763694-EI8142,00-Pesquisador+encontra+relatorio+de+deportacao+nazista+em+arquivo.html

Ver mais:
Experto halla en archivo de Londres un informe de deportación nazi de judíos (EFE)

sexta-feira, 4 de março de 2011

Notas de um campo de trânsito

Localizado em Dubrovitsi próximo à Staraja Russa, ao sul do lago Ilmen depois de 6 de setembro de 1941, Durchgangslager (Dulag) 150, um campo de trânsito para prisioneiros de guerra soviéticos, era subordinado à 281ª Divisão de Segurança e ao comandante do exército de retaguarda da área 584.

O cozinheiro do campo, Franz H., manteve um diário, que está anexado ao registro de sua deposição em 17.10.1970 (Arquivos Federais Alemães da Seção da Secretaria de Ludwigsburg, 319 AR-Z 10/70, Vol. 1, fl. 187f.) e parcialmente transcrito na coleção de documentos Deutscher Osten 1939-1945. Der Weltanschauungskrieg in Photos und Texten., editada por Klaus Michael Mallmann, Volker Rieß and Wolfram Pyta, 2003 e pelo Wissenschaftliche Buchgesellschaft, Darmstadt. Os excertos deste diário transcritos na p. 163 e ss. da coleção traduzidos como se segue:
6.10.1941
"Várias centenas de prisioneiros recusaram-se a trabalhar (Robott). Como da última v ez que eles tiveram que se ajoelhar na praça durante toda tarde no vento frio e cortante. K. atirou em um desses prisioneiros. As pessoas se sentem como se fossem números de alvo em um campo de tiro."

13.10.1941
"Os prisioneiros estão morrendo como moscas, o cemitério foi deslocado. 12 prisioneiros estavam mortos esta manhã. Melhor morto que um prisioneiro."

18.10.1941
"M. golpeou novamente entre 2-3 prisioneiros. Pessoas que de outro modo pouco teriam a dizer da vida descobrem seu talento para interpretar os mestres da crueldade aqui. Por mais que demore, tudo [que alguém faz] retorna algum dia."

31.10.1941
"O destino e as tragédias continuam tendo seu curso. O frio determina que que mais pessoas irão morrer. Nesta manhã mais de 30 mortos estão estirados lá. Nesta semana houve 20 mortos várias vezes. Novamente eles estão congelando no portão e esperando por roupas que os mortos não precisam mais, pois eles estão despidos. Há sempre um aglomerado de gente. […] Pacientes como animais, indiferentes e aparentemente sem qualquer emoção eles aceitam a vida. M. disse que quando enterrava o 'morto' ele ainda se movia e eles pisavam em seu corpo e sua garganta até ele se engasgar, pois de outra forma eles teriam que levá-lo de volta."

2.11.1941
"No transporte para Riga, P. sozinho atirou em 30 prisioneiros."

5.11.1941
"50 estavam mais uma vez mortos esta manhã. […] Os mortos estão estirados como camundongos. Ontem no transporte novamente 10 morreram até chegar à estação. Hoje havia de novo um transporte de prisioneiros feridos e doentes. Como sempre eles são levados em veículos abertos, primitivos e frágeis. No frio forte, 10 graus no mínimo, eles vêm descalços para a sala fria e então são transportados."

6.11.1941
"Agora eles estão usando um panje cart para transportar os cadáveres. Os carregadores não conseguem administrar. Totalmente despidos eles são atirados dentro de carroças como sacos. Eu ficarei doente se assistir mais isso."

12.11.1941
"Esta manhã houve um incidente pavoroso aqui. Ele relembra o de Dünaburg. Eles besuntaram a cabeça de um judeu com graxa e atearam fogo. Quando ele gritou de dor eles bateram em sua cabeça com um machado. Ele foi levado para as valas comuns, jogado em uma vala e, quando ele estava dentro provavelmente recuperou a consciência e gritou que estava ferido. Então a vala foi rapidamente fechada com pás."

27.11.1941
"Novamente os judeus foram terrivelmente assassinados no campo."

12.1.1942
"Um comissário foi recentemente capturado, após interrogatório ele foi perguntado se não tinha mais nada a dizer. Com uma postura firme, ele declarou que os prisioneiros alemães estavam em melhores condições do que os russos conosco. Pouco antes de deixar o campo ele foi assassinado, para 'simplificar' as coisas. Nesse meio tempo, no bunker onde ele se sentou, outros 2 prisioneiros foram adicionados, entretanto, o homem que realizava a execução não sabia qual deles era o comissário. Então ele simplesmente atirou nos três."

26.1.1942
"Os presos selecionados por nós aqui para o transporte mais distante, viviam da maneira mais primitiva. 200 já estão mortos. Cenas horríveis estão ocorrendo. Eles comem uns aos outros. Continuamente se encontra cadáveres faltando uma parte da coxa, do braço, do peito, ou do rosto. Até mesmo o cérebro é comido. Se apenas eu conseguisse sair daqui."

28.1.1942
"Os prisioneiros arrancam corações e pulmões de outros e os comem. 500 foram levados embora, os que podiam andar, os outros estão mortos. Nenhum é deixado."

18.2.1942
"Como já sabemos há algum tempo, os judeus da Alemanha são levados para o leste, principalmente para a Letônia (Riga), e lá são fuzilados depois de algum tempo."
De acordo com o relatório soviético que faz parte da coleção de documentos, cerca de 5.000 prisioneiros de guerra sucumbiram à fome, frio, maus tratos e fuzilamentos no inverno de 1941/42 em campos na área de Staraja Russa.

Uma foto mostrando algumas das vítimas de Dulag 150 está incluída no blog em Fotos do leste alemão.

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Roberto Muehlenkamp
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2010/12/notes-from-transit-camp.html
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 24 de março de 2009

Sob protesto, letões celebram tropas que combateram ao lado dos nazistas

Cerca de 300 veteranos foram às ruas da capital, Riga.
Eles alegam que batalha contra soviéticos na 2ª Guerra era pela liberdade.

Do G1, com agências internacionais

Manifestantes vestidos de prisioneiros de campo de concentração protestam nesta segunda-feira (16) em Riga contra marcha de veteranos da Waffen SS, corpo militar letão que lutou ao lado dos nazistas contra o Exército Vermelho soviético na Segunda Guerra Mundial. (Foto: AP)

Cerca de 300 veteranos fizeram passeata a favor da tropa pró-nazista, apesar de uma proibição imposta pelo governo. Eles argumentam que a tropa simplesmente lutou pela liberdade do país. No cartaz, aparece a foto do ditador nazista Adolf Hitler emoldurada por um escudo usado à época pelo Exército da Letônia. (Foto: AFP)

Fonte: G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1044605-5602,00-SOB+PROTESTO+LETOES+CELEBRAM+TROPAS+QUE+COMBATERAM+AO+LADO+DOS+NAZISTAS.html

sábado, 20 de dezembro de 2008

Porque é negação e não revisionismo. Parte VII: relatórios dos Einsatzgruppen

Porque é negação e não revisionismo. Parte VII: outras patéticas objeções aos relatórios dos Einsatzgruppen

Nós já vimos em seu livro sobre Treblinka como Mattogno e Graf tentaram desacreditar os relatórios dos Einsatzgruppen (e fracassaram miseravelmente).

Esta postagem endereçará um par de "numéricos" argumentos daquele livro.

Podemos considerar que a parte sobre a Lituânia foi discutida.

Penso que deveria apenas mencionar que de acordo com a mensagem no. 412 de 09.02.1942, das 138.272 pessoas mortas pelo EG-A, 55.556 eram mulheres e 34.464 eram crianças.

Apenas idiotas e negadores argüirão que isto era qualquer forma de ação anti-partisan.

Na realidade, destes 138.272 pessoas apenas 56 eram partisans, e 136.421 - judeus.

Agora vamos examinar as afirmações de Mattogno sobre a Letônia.

Ele cita o Einsatzgruppe A, Gesamtbericht vom 16 Oktober 1941 bis 31 Januar 1942 como segue:
O número total de judeus na Letônia no ano de 1935 era de: 93.479 ou 4.7% do total da população. [...]

No registro das tropas alemãs ainda havia 70.000 judeus na Letônia. O resto tinha fugido com os bolcheviques. [...]

Mais adiante até outubro de 1941, cerca de 30.000 judeus foram executados por este Sonderkommando. Os judeus restantes, ainda indispensáveis devido a importância econômica, foram recolhidos pros guetos. Seguindo o processo dos casos de crimes na base de não usar a estrela judaica, negócio ilícito, furto, fraude, mas também na contagem do perigo preventivo de epidemias nos guetos, mais execuções foram feitas até depois. Assim, em 9 de novembro de 1941, 11.034 foram executados em Dünaburg, 27.800 em Riga no começo de dezembro de 1941 por uma operação ordenada e realizada pelo Superior das SS- e Chefe de Polícia, e 2.350 em Libau no meio de dezembro de 1941. Desta vez houve judeus letonianos nos guetos (à parte dos judeus do Reich) em:

Riga aproximadamente 2.500
Dünaburg " 950
Libau " 300
(Nota: havia 300 em Libau, não 3.000, como digitado incorretamente na versão online; mas os cálculos são baseados em cima do número correto).

Mattogno então resume os dados e chega a seguinte conclusão:
Mas se adicionarmos juntos os números daqueles abatidos (30.000 + 41.184 =) 71.184 a aqueles que ainda viviam nos guetos (3.750), chegamos a 74.934 judeus, um número que é maior que o número alegadamente presente no registro dos alemães dentro da Letônia. Numa tabela que resume o relatório e leva o título de "Número de execuções feitas pelo Einsatzgruppe A além de 1 de fevereiro de 1942," o número daqueles abatidos é indicado como sendo 35.238, para os quais são adicionados 5.500 judeus mortos "por pogroms," mas "de 1 de dezembro de 1941;"[590] logo temos 40.738 vítimas judias. Embora esta cifra inclui um adicional de 5.500 judeus mortos em pogroms não mencionados no relatório, o número total daqueles mortos é de longe mais baixo: 40.738 em oposição a 71.184.
Aliás, o mapa de caixão de Stahlecker é baseado nos mesmos dados, obviamente.

Então, há um erro no relatório? Sim, há um.

Sabemos que 1.134 judeus foram mortos em Duenaburg/Dvinsk/Daugavpils pelo EG-A naquela ação particular. "11.034" é um erro tipográfico (I. Altman, Zhertvy nenavisti, Moscou, 2002, pp. 238, 239; a fonte de Altman é GARF, f. 7021, op. 148, d. 215, l. 48). Este erro provavelmente é originário do rascunho do relatório das operações do EG-A em dezembro de 1941 (o mapa de caixão é um apêndice para este relatório), e é assim desse modo presente em dois documentos. Não era uma inflação deliberada, como a soma errada mostra.

Sem este erro temos cerca de (30.000+1.134+27.800+2.350=) 61.284 vítimas judias. Mais havia 3.750 judeus vivos. Também note o idioma: "Seguindo o processo dos casos de crime ... mais execuções foram feitas até depois. Assim, em 9 de novembro de 1941, 11.034 foram executados em Dünaburg...". Penso que isto implica que eles não listararam necessariamente todas as ações, apenas as maiores delas.

O próximo argumento é que o resumo do número de execuções pelo EG-A (incluindo pogroms) foi de 40.738 em vez de 71.184 (ou 61.284, corrigido por Duenaburg).

O argumento é auto-refutável. Relendo o título: "Número de execuções feitas pelo Einsatzgruppe A além de 1 de fevereiro de 1942". "Número de execuções feitas pelo Einsatzgruppe A...". Agora relendo o relatório: "27.800 em Riga no começo de dezembro de 1941 por uma operação ordenada e conduzida pelo Superior das SS - e Chefe de Polícia". "Ordenada e feita pelo Superior das SS - e Chefe de Polícia". O Superior das SS - e Chefe de Polícia e seus homens não eram do EG-A. Sim, é fácil assim. No relatório eles estavam listando informações gerais até sobre execuções não conduzidas por eles mesmos, mas o resumo pertence apenas ao Einsatzgruppe A.

Isto é tudo, pessoal.

Mas espere, nosso amigo, o Moonbat, quer dizer alguma coisa:

Mas não é fato que os relatórios dos EG contém erros tipográficos minando a história inteira do Holocausto? Você sabe, talvez 2.780 judeus não foram abatidos em Riga, e sim 27.800? (Eu penso que nenhum foi abatido e tudo isto são mentiras judias, mas pela segurança do argumento...)
Bem, o que eu posso dizer? Tudo é possível. Mas ninguém precisa de evidência para afirmar que este ou aquele número é um erro tipográfico, não de outra forma. Além do que, alguém pode sempre estabelecer a exatidão dos dados por checagem cruzada com outros pedaços de evidência. Considere o que o Prof. Richard Evans tem a dizer em seu relatório do julgamento de Irving:
Além do mais, Irving na sua principal narrativa em Goebbels: Mastermind of the ‘Third Reich’(Goebbels: cérebro do 'Terceiro Reich'), fracassou em esclarecer a seus leitores sobre o segundo massacre dos judeus de Riga que ocorreu em 8 de dezembro de 1941. Apenas em suas notas-de-ropapé ele faz reconhecer que o Einsatzgruppe A relatou que em início de dezembro de 1941 um total de 27.800 judeus foram executados em Riga. Entretanto, Irving imediatamente lança dúvidas sobre estas cifras, afirmando que elas são ‘possíveis numa exageração’.655 Já as dúvidas de Irving não são confirmadas por outras fontes. A corte em Hamburgo em 1973 estabeleceu que entre 12.000-15.000 judeus foram assassinados em 8 de dezembro de 1941, trazendo um número total de judeus mortos pelos nazistas em Riga entre 30 de novembro de 1941 e 8 de dezembro de 1941 de entre 25.000-30.000. 656 Usando vários métidos para calcular as vítimas em Riga, o historiador Andrew Ezergailis também chegou certamente a cifra de cerca de 25.000 judeus mortos. 657

[...]

655 Irving, Goebbels, p. 645, nota 42.
656 IfZ, Gh 02.47/3, Urteil des Schwurgerichts Hamburg in der Strafsache gegen J. und andere, (50) 9/72, vom 23.2.1973.
657 A. Ezergailis, The Holocaust in Latvia 1941-1944(O Holocausto na Letônia 1941-1944) (Riga, 1996), p. 261.
Eu devia também assinalar que Mattogno e Graf deviam saber acerca deste erro tipográfico. É mencionado em numerosas fontes - no livro de Altman estes itens de notícias (no qual o real número é citado), H.-H. Wilhelm, um dos co-autores de Die Truppe des Weltanschauungskriege, como relatado aqui, e também na introdução de Rudolf para Dissecting the Holocaust(Dissecando o Holocausto).

Então, agora que suas objeções foram refutadas (e estou certo que eles apresentaram o melhor que eles tinham), Mattogno e Graf aceitarão os números de judeus assassinados e tudo que eles implicam? Ou eles sonharão com outras desculpas? Penso que a resposta é auto-evidente.

[Eu desejo agradecer a Nick pelo auxílio generoso.]
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Com esta postagem eu conclui minha contribuição com estas séries. Roberto continuará o trabalho, examinando vários outras argumentos falaciosos. Obrigado por sua atenção.

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Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Sergey Romanov
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2006/08/thats-why-it-is-denial-not_115488858935311686.html
Tradução: Roberto Lucena

Ver também: Técnicas dos negadores do Holocausto

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Porque é negação e não revisionismo. Parte II: negadores e as valas de Marijampole

Porque é negação e não revisionismo. Parte II: negadores e as valas de Marijampole

Em 1 de setembro de 1941, o Einsatzkommando 3 assassinou mais de 5.000 seres humanos na cidade lituana de Marijampole. Mais tarde naquele ano o comandante da Polícia de Segurança e o SD friamente resumiu a contagem de mortos como se segue:

Mariampole
1,763 judeus, 1,812 judias
1,404 crianças judias,
109 mentalmente doente,
1 mulher. Nacionalidade alemã que era casada com um judeu,
1 mulher. Russa

Adiantando o tempo e pulando para o verão de 1996: a cidade de Marijampole decidiu eregir um memorial do Holocausto no local do massacre. De acordo com o jornal lituano Lietuvos Rytas (21.08.1996), o presumido local do massacre foi escavado. Não havia nenhum corpo.

Rapidamente os negadores do Holocausto começaram a atividade de usar a contagem do Lietuvos Rytas. Aqui estão algumas citações da literatura "revisionista":

Germar Rudolf na introdução de Dissecting the Holocaust(Dissecando o Holocausto):

No verão de 1996 a cidade de Marijampol, na Lituânia, decidiu eregir um memorial do Holocausto para dezenas de milhares de judeus do alegado assassínio, enterrados lá pelos alemães dos Einsatzgruppen. A fim de construir o memorial na exata localização, tentaram achar onde as valas comuns estavam. Escavaram o local descrito por testemunhas, mas não acharam nenhum rastro. Além de cavarem ao longo de um ano inteiro, tudo ao redor do alegado local do assassínio não revelou nada além de solo nunca antes mexido. Os alemães então fizeram um trabalho perfeito ao destruir todas as pistas e até mesmo restaurando a seqüência original das camadas do solo? Eles fizeram milagre? Ou estão as testemunhas erradas?

Quase a citação idêntica no "Partisan War and Reprisal Killings"(Guerra dos Partisan e a Reprise dos Assassinatos) de G. Rudolf e S. Schroeder.

Juergen Graf, "Raul Hilberg's Incurable Autism"(Autismo incurável de Raul Hilberg):

Finalmente, evidência material de um assassínio em massa de judeus dos números alegados é totalmente inexistente. Na cidade lituana de Marijampol em 1996, foi decidido eregir um monumento à dezenas de milhares de judeus que tinham sido alegadamente mortos pelos alemães. Eles começaram as escavações no local designado pelas testemunhas oculares a fim de localizar as valas comuns, mas pasmem, não havia nada lá. Mesmo se os alemães tivessem postumamente exumado e cremado aquelas dezenas de milhares de cadávares, como Hilberg e seus associados alegam, nenhuma vala comum seria ainda facilmente identificável em virtude das configurações alteradas do terreno.
Carlo Mattogno e Juergen Graf simplesmente citam Rudolf em seu livro sobre Treblinka.

E um 'não menos negador', Jonnie Hargis ("Hannover"), fez a mesma afirmação, confundindo o jornal lituano como se fosse um jornal da Letônia.

A conclusão dos negadores é simples - o relatório, mencionando este massacre, é duvidoso, e, por indução, todos os outros relatórios dos Einsatzgruppen são suspeitos.

Como de costume, um pouco mais de pesquisa ajudaria os negadores a não parecerem idiotas.

Um dos que destacados anti-negadores, Roberto Muehlenkamp, decidiu investigar o problema, e escreveu para o prefeito da Marijampole municipality, Sr. Vidmantas Brazys. E ele recebeu a seguinte resposta em 20.05.2003:
Caro Roberto Muehlenkamp,

Gostaria de informar a você, que na página da internet do município de Marijampole, na apresentação online de “Lugares para visitar” sob o item 10, contém a seguinte passagem: “No vale de rio Sesupe 5090 judeus e pessoas de outras nacionalidades foram assassindas em 1941 por forças nazistas.” Este fato é confirmado por documentos.

Em 1970 o cemitério foi incluído na lista de Monumentos Culturais. A área, onde se pensou que estavam as valas, oliveiras foram plantadas e abriga o monumento.

Em virtude da exata localização das valas não ser conhecida, em 1996 foram feitas escavações arqueológicas e o local do fuzilamento foi encontrado (acerca de 50m a oeste das valas apontadas).

Doutor de Ciência da Arqueologia da Universidade de Vilnius, o Sr. Algimantas Merkevicius fez escavações arqueológicas. Todos os documentos da escavação são mantidos pelo Especialista-chefe de Arquitetura e Divisão de urbanística do município de Marijampole, o Sr. Gedeminas Kuncaitis.

Os fatos no artigo de Germar Rudolf são primários e não resultados finais de escavações arqueológicas.

Sinceramente,

Prefeito Vidmantas Brazys
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Então Roberto escreveu para o Sr. Algimantas Merkevicius, e mais tarde foi respondido em 17.06.2003 como segue:

Caro Sr. Roberto Muehlankamp,

Desculpe-me pela demora na resposta, mas eu estava longe de meu escritório. Sim, escavei o território das valas comuns em Marijampole em 1996. O propósito era achar o lugar exato das valas. O suposto local do enterro estava vazio e achei as valas comuns cerca de 100m de distância desta suposta área. Pessoas foram assassinadas e enterradas numa grande dich. Mas depois de achar o lugar exato, meu trabalho encerrou. Não sei como muitas pessoas foram mortas e como grande é a área das valas comuns.

Cordialmente, saudações
Algimantas Merkevicius

Uma simples pergunta por e-mail foi o suficiente para constatar isso. Mas por que tentar e estragar o argumento conveniente, certo?
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A resposta dos negadores como sempre ao que foi exposto acima seria:

1) as valas estavam na localização errada;
2) o número de corpos não foi estabelecido;
3) a identificação dos corpos não foi estabelecida.

Isto capta a idéia pessimamente. 100 metros longe da área presumida não é absolutamente ruim, se a área presumida foi o local do massacre com base em testemunhos. Testemunhos podem conduzir, dentro de limites, para algum erro em certa medida. Especialmente se foram testemunhos tardios, tomados após meio século. Se as identidades dos cadávares foram encontradas não está claro no relatório, mas é até apontado que eles não eram judeus, e que não houve corpos suficientes, negadores simplesmente não têm uma base para argumentação: o argumento inteiro foi baseado na premissa de que não havia corpos seja o que for. Os corpos estão lá. Se os negadores desejam afirmar que aqueles são corpos errados, corram atrás para provar isso.

Então, uma vez mais, os negadores mostraram ser "pesquisadores" descuidados.

Oh! E o memorial para 5090 judeus e pessoas de outras nacionalidades que foram assassinadas em 1 de setembro de 1941 foi erguido, depois de tudo isso.









A seguir, mais. Permaneça atento.

Anterior: Parte I: negadores e o Sonderkommando 1005

Próximo: Parte III: negadores e o massacre de Babiy Yar (1)

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Sergey Romanov
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2006/04/thats-why-it-is-denial-not-revisionism_06.html
Tradução(português): Roberto Lucena

Ver também: Técnicas dos negadores do Holocausto

domingo, 23 de novembro de 2008

Evidência fotográfica de fuzilamentos em massa: 3. Liepaja

Liepaja é um excelente exemplo de como fotografias podem fazer parte de uma convergência de evidências ao lado destes fenômenos, como diários, testemunhos e estudos demográficos. Isto é discutido aqui, e aqui. Perceba novamente que unidades de não-alemães tomaram parte nos massacres, neste caso da Letônia.

Fonte: Holocaust Controversies
Por Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2008/10/photographic-evidence-of-mass-shootings_7387.html
Tradução(português): Roberto Lucena

sábado, 22 de novembro de 2008

Quantos perpetradores na URSS? - Parte Oito: Estados Bálticos

As duas principais ações de assassínios na Letônia fora a Ação de Rumbula e de Liepaja. A ação de Rumbula foi estudada em detalhes por Ezergailis, cujos estudos podem ser vistos num arquivo em Word clicando no link do 'Capítulo 8' exibido nesta página, enquanto Liepaja foi discutida neste blog. A principal ação na Lituânia foi o assassinato dos judeus de Vilna em Ponary, descritos aqui e mostrados nestas fotografias. Comentários adicionais sobre cada um destes massacres são dados abaixo.

Ezergailis dá uma visão geral da Polícia de Ordem Pública na Letônia como se segue:


"Antes que o comando Arajs fosse treinado, foi o 9º Batalhão da Ordnungspolizei que executou a maioria dos assassinatos para Stahlecker. As unidades do 9º Batalhão que estavam na Letônia durante julho e agosto tinha se deslocado, seguindo Stahlecker para o entorno de Leningrado. No fim de novembro havia pelo menos dois tipos de unidades da Ordnungspolizei em Riga sob o comando do Tenente-Coronel Flick: uma Schutzpolizei, encabeçada pelo Major Heise, e a Gendarmerie(Polícia Militar), sob o comando do Capitão Rehberg. Pelo menos muitas centenas delas foram postas para assegurar a ordem (“obter e manter um caráter alemão”) em Riga, como ao longo de toda a Letônia. Além de que para supervisionar um distrito policial da Letônia, a Ordnungspolizei também foi encarregada da guetização dos judeus, e depois de 25 de outubro em guardar o gueto. Durante a fase inicial do gueto a SD não foi envolvida. O envolvimento da Ordnungspolizei com o gueto também predeterminou suas tarefas na liquidação do gueto.

A 2ª companhia do 22º Batalhão de Reserva de Riga proveu cerca de setenta homens, e a 3ª companhia do 22º Batalhão de Reserva de Jelgava proveu outros setenta homens. A 2ª companhia foi empregada em supervisionar o esvaziamento dos apartamentos judeus, organizando os judeus em colunas marchando, e acompanhando as colunas até Rumbula. A 3ª companhia foi usada como guarda da periferia em Rumbula.

O chefe ativista da Ordnungspolizei foi o Major Heise, e aparece que ele também foi o oficial de coordenação com a Schutzmannschaften letoniana.

Além do 22º Batalhão de Riga e Jelgava e os homens da Gendarmerie, Jeckeln tinha a sua disposição outros cinco regimentos da Ordnungspolizei, mas não sabemos quais, se usou, deles ele chegou a usar. Em geral, Jeckeln foi contra envolver a Wehrmacht."

Num julgamento na Alemanha Ocidental dos acusados da Polícia de Ordem Pública incluíram uma descrição da organização de Jeckeln na ação de Rumbula, sempre que quando o acusado fora Friedrich Jahnke. Ezergailis também discute que houve uma maior presença letoniana em Rumbula, incluíndo a reunião de planejamento:


"Várias testemunhas alemãs mencionaram a presença de oficiais letões na reunião de preparação. Ainda que o único nome mencionado fora o de Osis, o cabeça dos Schutzmannschaften Letão, os nomes de outros letões presentes nestas reuniões puderam ser facilmente identificadas, e por eliminação é algo muito reduzido. Os únicos que podiam ter estado lá além do Osis, foram o Arajs, Ítiglics, e o grupo líder da guarda do gueto da Letônia, Danskops."

Em Liepaja, houve uma ação inicial de assassínio em julho de 1941. Um notável caráter desta ação é que foi ordenada por um comandante naval, Kawelmacher, como Ezergailis de novo descreve:


"O ritmo dos fuzilamentos não foi rápido o suficiente para o comandante Kawelmacher (a.k.a. Gontard). Em 22 de julho ele enviou um telex ao Comandante-em-Chefe da frota do Báltico em Kiel, requisitando 100 SS- e 50 tropas da Schutzpolizei “para rápida execução [do] problema judaico. Com o contingente presente das SS, isto levaria um ano, que é insustentável para [a] pacificação de Liepaja.” Seu pedido foi prontamente concedido; o notório SD Comando Letão comandado por Viktors Arajs chegou à Riga, fuzilou cerca de 1,100 judeus homens em 24 e 25 de julho, e partiu.

Enquanto a 2ª Companhia do 13º Batalhão de Polícia sob o comando do SSHauptsturmführer Georg Rosenstock acabara de chegar, antes de tudo para patrulhar o cumprimento das funções e pruma menor duração das execuções.

Daí em diante, a Marinha teve um papel menos ativo, deixando a perseguição de judeus nas mãos de Kügler e seu superior, o SS-und Polizeistandortführer Dr. Fritz Dietrich, que chegou no meio de setembro."

Como fora apontado neste blog, a chegada de Dietrich foi crucial porque devido a ele se manteve uma agenda de subseqüentes eventos. O principal massacre de dezembro fora ordenado pelo HSSPF Jeckeln, sustentado por Dietrich, e fotografado por Strott e Sobeck, como Ezergailis descreve:


"Nenhum gueto tinha ainda sido estabelecido em Liepaja, mas Dietrich ordenou um toque de recolher de 2 dias para os judeus. Assim confinados em seus apartamentos, eles foram metodicamente acuados pela polícia letoniana e levados para prisão feminina. De lá eles foram marchando para o local de execução em Skede, obrigados a se despir, e fuzilados em grupos de 10 por três esquadrões de tiro, dois letões e um alemão. Todos juntos, 2.749 judeus foram mortos entre 15–17 de dezembro. Principalmente mulheres e crianças, que tinham sido em grande parte respeitados até agora. Um substituto de Kügler, o SS-Scharführer Carl Emil Strott, como também o SSOberscharführer Sobeck, fotografou as execuções. Um audacioso judeu trabalhando na Polícia de Segurança, David Zivcon, conseguiu pegar, de 12 filmes expostos por Sobeck, uma quantidade suficiente para fazer cópias, que foram muito reproduzidas e exibidas depois da guerra."

Várias das fotografias de Strott, linkadas pelo Roberto(Muehlenkamp) aqui, e também discutidas aqui, mostram claramente a polícia letoniana levando mulheres e crianças para a área do massacre. O julgamento de Strott, no qual ele não negou a autoria das fotos, está aqui.

Em Ponary, uma excelente galeria de fotografias pode ser encontrada aqui. Três mostras de enormes fotos daquela galeria são exibidas aqui, aqui e aqui. Detalhes nas fotos corespondem ao testemunho das testemunhas oculares dados aos advogados de acusação na Alemanha Ocidental que é reproduzido aqui. Ver por exemplo a declaração do contador que "Os outros nove que andavam um atrás do outro, agacharam-se e agarraram-se ao homem na frente com suas mãos porque eles não poderiam assistir." Finalmente, perceba novamente que este massacre não foi realizado por uma unidade dos Einsatzgruppen agindo sozinha. Colaboradores lituanos desempenharam um papel essencial neste massacre.

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2008/07/how-many-perpetrators-in-ussr-part.html
Tradução: Roberto Lucena

Fotos extras:
http://www.zwoje-scrolls.com/shoah/towns.html
http://www.holocaustresearchproject.org/einsatz/lithuaniamurders.html

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Liepaja - Holocausto na Letônia

O assassinato de judeus de Liepaja, Letônia, foi documentado em numerosas fontes. As SS e o Chefe de Polícia Emil Dietrich registrram a maioria deles em seu diário (ver nota de rodapé 40 aqui). Dietrich foi enforcado por um tribunal militar dos EUA na prisão de Landsberg-am-Lech em 22 de outubro de 1948. Entre 15 e 17 de dezembro de 1941, três esquadrões alemães e letões assassinaram 2749 judeus, principalmente mulheres e crianças, nas dunas de Skede, próximo à Liepaja. Os eventos foram registradas nestas infames fotografias por Carl-Emil Strott, que foi condenado e setenciado no julgamento de Grauel e outros em Hanôver em 1971. Mais das fotografias de Strott podem ser achadas nesta discussão.

Além disso, se não fosse o fato de que os negadores são estúpidos o suficiente para espernear sobre 'julgamento espetáculo' e 'forjado', os assassinatos em Liepaja foram demonstrados por pesquisas demográficas de Anders e Dubrovskis, que examinaram o censo nazista de 30 de agosto de 1941 nos arquivos do Estado letão, e compararam-no com outras fontes demográficas como as do censo soviético de fevereiro de 1935, do Salão de Nomes no Yad Vashem, da lista de deportados para o interior soviético, do julgamento de Grauel, dos registros residenciais, da lista de "Coleção de Metais", dos relatórios das Schutzpolizei, registrados do campo em Stutthof, e da 'Comissão Extraordinária para Investigação de Crimes Fascistas' soviética.

Sua pesquisa é outro cravo na tumba da reputação do fraudulento 'demógrafo' Walter Sanning. Como eu apontei neste mesmo blog, Sanning desonestamente pretendia que estimativas demográficas nazistas de janeiro de 1943 se referissem a dados da população soviética como se fossem de junho de 1941. Este enabled him para afirmar que a maioria dos judeus tinha ou fugido ou sido deportados para o interior soviético como parte da política de 'scorched earth' de Stalin. Anders e Dubrovskis demonstram que apenas 209 judeus de Liepaja(de uma população judaica de 7140) foram deportados e um máximo de 300 fugiram.

Liepaja aqui nos dá uma extrema demonstração da bancarrota da negação do Holocausto. Para negar que os nazis deliberadamente assassinaram mulheres e crianças de Liepaja, negadores tem que ignorar a existência de um diário escrito a mão pelas SS e o Chefe de Polícia, fotografias tiradas por um perpetrador que fora julgado numa corte da Alemanha Ocidental, um censo que os nazis levaram a cabo dois meses após invadirem a Letônia, e os dados residenciais coletados pelos nazistas em 1942, mostrando que muitas das pessoas nos mais recentes censos foram assassinadas. Tal negação só pode ser uma deliberada cegueira em relação a evidência do genocídio.

Nota de rodapé: meu obrigado a KentFord9 no fórum RODOH por desenhar minha observação aos dados demográficos.

Fonte: Holocaust Controversies
Por Jonathan Harrison
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2008/04/liepaja.html
Tradução(português): Roberto Lucena

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

O interrogatório de Friedrich Jecklen

O interrogatório de Friedrich Jecklen

Em seu interrogatório de 14 de dezembro de 1945, (1) minutas (em que) o Alto Líder da SS e Polícia Jeckeln detalhou as operações que foram atribuídas à estrutura da Solução Final no Leste:

"Os fuzilamentos foram executados sob a direção do coronel Dr. Lange, comandante do SD e da Gestapo na Letônia. Knecht estava encarregado da segurança nos locais dos fuzilamentos. (2) Eu, Jeckeln, tomei parte nos fuzilamentos em 3 ocasiões; O mesmo vale para Lange, Knecht, Lohse e tenente-coronel Osis, comandante da polícia de trafego em Riga.

P: Quem realizou os fuzilamentos?

R: Dez ou doze soldados alemães do SD.

P: Qual era o procedimento?

R: Todos os judeus iam a pé do gueto em Riga para o local de fuzilamento. Próximo às valas, eles tinham que depositar seus casacos, que eram lavados, separados e enviados de volta à Alemanha. Judeus - homens, mulheres e crianças - passavam por um cordão policial em seu caminho para as valas, onde eram fuzilados por
soldados alemães.

P: Você reportou a execução das ordens para Himmler?

R: Sim, de fato. Eu notifique Himmler por telefone que o gueto em Riga havia sido liquidado. E eu estava em Lötzen, Prússia Oriental, em Dezembro de 1941, eu relatei pessoalmente também. (3)Himmler estava satisfeito com os resultados. Ele disse que mais comboios de judeus estavam marcados para chegar na Letônia, e estes seria
liquidados por mim também.

P: Detalhe mais.

R: No final de Janeiro de 1942, (4) eu estava no QG de Himmler em Lötzen, Prússia Oriental, para discutir assuntos organizacionais a respeito das legiões SS letãs. Lá Himmler me informou que comboios judeus adicionais estavam marcados para chegar vindos do Reich e de outros países. O ponto de destino seria o campo de concentração de Salaspils, que se situava a dois quilômetros (uma milha e um quarto de milha) de Riga na direção de Dünaburg. Himmler disse que ele ainda não havia determinado como eles seriam exterminados: Se eles seriam fuzilados a bordo de seus comboios ou em Salaspils, ou mesmo se os levariam para algum lugar no pântano.

P: Como o assunto foi resolvido?

R: Era minha opinião que o fuzilamento seria uma morte mais simples e rápida. Himmler disse que iria pensar sobre isto e mandaria ordens posteriores através de Heydrich.


P: De quais países os judeus em Salaspils eram trazidos?

R: Judeus eram trazidos da Alemanha, França, Bélgica, Holanda, Tchecoslováquia e de outros países ocupados para o campo de Salaspils. Fornecer uma conta precisa dos judeus em Salapils seria difícil. Em qualquer caso, todos os judeus do campo foram
exterminados. Mas eu gostaria de fazer uma declaração adicional enquanto estamos neste tópico.

P: Que declaração você gostaria de fazer?

R: Eu gostaria de dizer para os registros que Göring compartilha a culpa pela liquidação dos comboios judeus que chegavam de outros países. Na primeira metade de Fevereiro de 1942 eu recebi uma carta de Heydrich. Nesta carta ele escreveu que o Reichmarshall Göring havia se envolvido pessoalmente na questão dos judeus, e que judeus estavam agora sendo enviados para o Leste para extermínio somente com a aprovação de Göring.

P: Isto não diminui sua culpa. Descreva seu papel no extermínio dos judeus em Salaspils.

R: Eu já disse que eu discuti o extermínio dos judeus em Salaspils com Himmler em Lötzen. Somente isto já faz de mim um acessório para este crime. Além disto, judeus eram fuzilados no campo de Salaspils por forças recrutadas do meu SD e unidades de segurança da polícia. O comandante do SD e Gestapo na Letônia, tenente-coronel Dr. Lange, era diretamente encarregado pelos fuzilamentos. Outros oficiais que se reportavam a mim nos fuzilamentos no campo eram o comandante da SD e Gestapo nos Estados Bálticos, major-general Jost; Coronel de polícia Pifrader; e coronel de polícia Fuchs.

P: Especificamente, o que eles reportavam a você?

R: Eles reportavam que dois a três comboios de judeus chegariam por semana, todos destinados ao extermínio.

P: Então o número de judeus fuzilados em Salaspils pode ser conhecido, isto não é correto?

R: Sim, é claro. Eu posso fornecer números aproximados. O primeiro comboio judeu chegou em Salaspils em Novembro de 1941. Então, na primeira metade de 1942, comboios chegaram em intervalos regulares. Acredito que em Novembro de 1941, não mais que três comboios chegaram no total, mas durante os próximos sete mêses, de Dezembro
de 1941 a Junho de 1942, de oito a doze comboios chegaram cada mês. No total, em oito mêses, no mínimo cinquenta e cinco e não mais que oitenta e sete comboios judeus chegaram no campo. Dado que cada comboio carregava mil homens, isto perfaz um total entre 55 mil a 87 mil judeus exterminados no campo de Salaspils.

P: Estes números soam baixos. Você está dizendo a verdade?

R: Eu não tenho outros números mais exatos. Deve ser adicionado, contudo, que antes de minha chegada em Riga, um número significante de judeus em Ostland e na Rutênia Branca foram exterminados. Eu fui informado deste fato. (5)

P: Por quem, especificamente?

R: Stahlecker; Prützmann; Lange; Major General Schröder, chefe de polícia e da SS na Letônia; Major General Möller, chefe de polícia e da SS na Estônia; e Major General Wysocki, chefe de polícia e da SS
na Lituânia.

P: Seja específico. O que eles reportaram?

R: Schröder relatou-me que além dos judeus que foram exterminados no gueto de Riga, um adicional de 70,000 a 100,000 judeus foram exterminados na Letônia. Dr. Lange assistiu diretamente estes fuzilamentos. Möller relatou que na Estônia estava tudo em ordem no que dizia respeito a questão dos judeus. A população judaica estoniana era insignificante, de todo, cêrca de 3,000 a 5,000 judeus, e estes números foram reduzidos a nada. A maior parte foi exterminada em Reval. Wysocki relatou que 100,000 a 200,000 judeus foram exterminados - fuzilados - na Lituânia, sob ordens de
Stahlecker. Na Lituânia, os extermínios dos judeus foram assistidos pelo comandante da SD e Gestapo, tenente-coronel de polícia Jäger. Posteriormente, Jäger me disse que ele havia se tornado neurótico como resultado destes fuzilamentos. Jäger foi aposentado e deixou seu cargo para tratamento. No total, o número de judeus exterminados nas ações no Báltico oriental alcançou algo na vizinhança de 190,500
a 253,000. (6)

(1) Minutas do interrogatório de Jecklen em 14 de Dezembro de 1945 (Major Zwetajew, interrogador; Sargento Suur, intérprete), pp. 8 - 13, Arquivos Históricos do Estado, Riga.

(2) Max Knecht era o comandante da polícia municipal na Letônia.

(3) I.e., do quartel-general "Hochwald" de Himmler em Lötzen.

(4) I.e., 25 de Janeiro de 1942, 11:30 - 13:00 hs; per RFSS appointments book, NS 19DC/vorl. 12, Bundesarchiv, Koblenz.

No mesmo dia Himmler fêz a seguinte anotação, re: Sua conversa telefônica "do Wolfsschanze 17 [isto é, 17h00] SS Gr.F. Heydrich Praga: Judeus em campos de concentração"NS 19/neu 1439 Bundesarchiv, Koblenz.

(5) Jeckeln foi promovido em 31 de outubro de 1941 a Alto Líder da SS e da Polícia para o Norte da Rússia (H.Q. Riga); registro funcional de Jeckeln, Centro de Documentação de Berlim. Uma segunda promoção para o nível de Líder da Seção Superior da SS, "Ostland", ocorreu em 11 de dezembro de 1941 (Bundesarchiv, Koblenz [NS 19
neu/2846]).

(6) Em resposta ao telegrama número 1331 da Polícia de Segurança de Riga (datado de 6 de fevereiro de 1942), o SS-Standartenführer Karl Jäger reportou de Kovno o seguinte , em 9 de fevereiro de 1942: "Re:execuções até 1° de fevereiro de 1942, pelo Einsatzkommando 3A:Judeus 136.421. Total 138.272, destes, mulheres: 55.556; crianças: 34.464" ((Institut für Zeitgeschichte 3253/63 Fb 76 [a]).

Fonte(inglês): http://www.einsatzgruppenarchives.com/jeckeln.html
Tradução: Antonio Freire

Salaspils - Memorial as Vítimas do Holocausto(Letônia)








http://www.galenfrysinger.com/latvia_salaspils.htm

Publicado também em: http://br.groups.yahoo.com/group/Holocausto-Doc/message/6352

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