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sábado, 24 de janeiro de 2009

Papa reabilita bispo que nega o Holocausto

Por Philip Pullella

VATICANO (Reuters) - O papa Bento 16 reabilitou neste sábado um bispo tradicionalista que nega o Holocausto, apesar de advertências de líderes judaicos de que isso causaria sérios prejuízos nas relações entre católicos e judeus e fomentaria o antissemitismo.

O Vaticano informou que o papa emitiu um decreto que remove a excomunhão de quatro bispos tradicionalistas que foram excluídos da Igreja Católica em 1988 por terem sido ordenados sem permissão da Santa Sé.

Os quatro bispos lideravam a ultraconservadora Sociedade de São Pio 10 (SSPX), que tem cerca de 600 mil membros e rejeita modernizações na doutrina e nos cultos dos católicos romanos.

O Vaticano afirmou que as excomunhões foram retiradas depois que os bispos expressaram o desejo de aceitar os ensinamentos da Igreja e a autoridade papal.

Ao pôr fim a um cisma que afetou a Igreja Católica por 20 anos, o decreto parece prestes a desencadear uma das mais sérias crises nas relações entre católicos e judeus nos últimos 50 anos.

"Não temos intenção de interferir nos assuntos internos da Igreja Católica. No entanto, a ânsia de trazer um negador do Holocausto de volta para a Igreja vai causar danos às relações entre a Igreja e os judeus", disse à Reuters o embaixador de Israel no Vaticano, Mordechai Lewy.

Um dos quatro bispos, o britânico Richard Williamson, fez uma série de declarações negando a totalidade do Holocausto Nazista dos judeus europeus, fato aceito pelos historiadores atuais.

Em comentários à TV sueca, transmitidos na quarta=feira, ele disse: "Acredito que não houve câmaras de gás e também que somente 300.000 judeus morreram em campos de concentração nazistas, em vez de 6 milhões."

Williamson afirmou ainda: "Acredito que as provas históricas são amplamente contrárias a que 6 milhões tenham sido deliberadamente mortos em câmaras de gás, como uma política deliberada de Adolf Hitler."

O rabino David Rosen, que fica em Israel e chefia a seção de assuntos inter-religiosos do Comitê Judaico Americano, disse à Reuters:

"O papa anterior, João Paulo 2o, designou o antissemitismo como pecado contra Deus e o homem. A negação da amplamente documentada Shoah (Holocausto, em hebraico) é antissemitismo em sua forma mais ostensiva."

Ao ser indagado sobre os comentários de Williamson, o principal porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, disse que eles eram totalmente "extrínsecos" em relação à suspensão da excomunhão.

"Este ato (o decreto) se refere à suspensão da excomunhão. Ponto", disse Lombardi aos repórteres. "Não tem nada a ver com opiniões pessoais, que são abertas a críticas, mas não pertinentes a este decreto."

Fonte: Reuters
http://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2009/01/24/ult27u69950.jhtm

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Vaticano rejeita abertura de arquivos do Holocausto

CIDADE DO VATICANO - O Vaticano rejeitou hoje os pedidos de grupos judaicos pela imediata abertura dos arquivos secretos referentes aos anos do Holocausto durante o papado de Pio XII. A Santa Sé informou que será necessário esperar pelo menos mais seis anos antes que estudiosos possam consultar os arquivos. Historiadores e grupos judaicos exigem há anos a liberação dos documentos.

Líderes judeus e historiadores acreditam que Pio XII esquivou-se demais durante a Segunda Guerra Mundial da missão de salvar judeus da campanha de extermínio promovida por Adolf Hitler na Alemanha nazista.

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, qualificou como ''compreensíveis'' os pedidos de consulta aos arquivos secretos da época, mas hoje divulgou comunicado informando que a catalogação dos cerca de 16 milhões de documentos deve durar ainda mais seis ou sete anos.

Fonte: AE/AP - Agencia Estado
http://www.estadao.com.br/internacional/not_int269580,0.htm

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