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quarta-feira, 8 de julho de 2009

Papa remove cardeal responsabilizado por crise sobre Holocausto

Por Philip Pullella

CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Bento 16 removeu efetivamente nesta quarta-feira um funcionário do Vaticano amplamente responsabilizado por uma controvérsia envolvendo um bispo que negou o Holocausto.

O cardeal Darío Castrillón Hoyos era presidente do departamento do Vaticano criado 20 anos atrás para buscar uma reaproximação com um grupo dissidente ultraconservador ligado ao escândalo de negação do Holocausto, que emergiu em janeiro.

O papa colocou agora esse departamento, conhecido como Ecclesia Dei (Igreja de Deus), sob o controle do departamento de doutrina do Vaticano - a Congregação pela Doutrina da Fé - e nomeou o cardeal norte-americano Joseph Levada para presidi-lo.

O departamento Ecclesia Dei foi amplamente responsabilizado pelo ultraje internacional resultante da decisão do papa de remover a excomunhão de quatro bispos da tradicionalista Sociedade de São Pio 10 (SSPX).

Ao remover a excomunhão, o papa estava tentando pôr fim a uma disputa de 20 anos, iniciada quando os bispos foram punidos por terem sido ordenados sem a permissão do papa João Paulo 2o.

Um dos bispos, Richard Williamson, disse em entrevista acreditar que não existiram câmaras de gás e não mais do que 300.000 judeus pereceram em campos de concentração nazistas, em vez do total de 6 milhões afirmado pelos historiadores.

O bispo britânico já havia feito comentários semelhantes antes - boa parte deles disponíveis na Internet - e Castrillón Hoyos foi criticado por não ter examinado o caso dele adequadamente e previsto a reação que se seguiria.

Na época do escândalo, o Vaticano informou que o papa não sabia dessas declarações de Williamson e o próprio Bento 16 admitiu, em uma carta a bispos, que a Igreja tinha de aprender a usar apropriadamente a Internet.

Os comentários de Williamson e a decisão do papa de remover sua excomunhão causaram uma profunda fissura nas relações católico-judaicas. A medida foi condenada por sobreviventes do Holocausto, católicos, o chefe do Rabinato de Israel, líderes judaicos em todo o mundo e a chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel.

Fonte: Reuters/Brasil Online
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/07/08/papa-remove-cardeal-responsabilizado-por-crise-sobre-holocausto-756728214.asp

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A Novela Williamson: Vaticano rejeita pedido de desculpas de bispo britânico

O Vaticano rejeitou o pedido de desculpas feito pelo bispo britânico Richard Williamson, que havia se negado a reconhecer em uma entrevista no ano passado a extensão total do Holocausto - a eliminação sistemática de milhões de judeus pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial.

A Igreja afirmou que o bispo tem de voltar atrás em seus comentários de forma "inequívoca e pública". Em carta publicada na quinta-feira, Williamson disse que - se soubesse das consequências que suas afirmações teriam - não teria feito a declaração.

O bispo afirmou que suas opiniões foram formadas "há 20 anos, com base nas informações disponíveis na época".

O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, afirmou, no entanto, que o bispo "parece não respeitar as condições" impostas pela Igreja após ele ter feito os comentários sobre o Holocausto.

Pedido 'ambíguo'

Antes da reação do Vaticano, líderes judeus já haviam afirmado que o bispo não esclareceu no pedido de desculpas se acredita ou não que o Holocausto é uma mentira.

Segundo o presidente das Comunidades Judaicas da Itália, Renzo Gattegna, a justificativa de Williamson foi "absolutamente ambígua".

O rabino Marvin Hier, fundador e reitor do Centro Simon Wiesenthal, de Los Angeles, disse que a declaração do bispo "não é o tipo de justificativa que encerra o assunto" porque não aborda a questão principal.

A polêmica começou após a excomunhão do bispo pela Igreja Católica ter sido suspensa pelo papa Bento 16 em janeiro deste ano.

De acordo com líderes da Igreja, na época o papa não tinha sido informado sobre uma entrevista concedida pelo bispo a um programa de televisão sueco em novembro do ano passado.

Durante a entrevista, Williamson contestou a informação de que 6 milhões de judeus foram mortos pelos nazistas e disse que nenhum deles morreu em câmaras de gás. Desde então, o papa tem pedido que Williamson volte atrás em suas afirmações.

Consequências

Na carta publicada na quinta-feira no site da Fraternidade Sacerdotal Pio X, congregação da qual faz parte, Williamson disse que seu superior, o bispo Bernard Fellay, e o papa exigiram que ele reconsiderasse as declarações que fez à televisão sueca porque "suas consequências foram muito graves".

"Observando essas consequências, posso lamentar honestamente ter feito essas declarações e, se eu soubesse antes os danos que elas poderiam gerar, especialmente à Igreja, mas também aos sobreviventes e parentes das vítimas de injustiça sob o Terceiro Reich, eu não as teria feito."

"Na televisão sueca, eu dei apenas uma opinião, de um não-historiador, uma opinião formada há 20 anos com base nas provas disponíveis na época", acrescentou o bispo britânico.

"No entanto, os eventos das últimas semanas e os conselhos dos membros superiores da Fraternidade Sacerdotal Pio 10° me convenceram sobre minha responsabilidade por todo sofrimento causado. A todas as almas que se escandalizaram com o que eu disse antes, peço desculpas."

O especialista em assuntos religiosos da BBC, Robert Pigott, diz que o pedido de desculpas não chega a negar completamente as afirmações que o bispo fez à televisão sueca.

Williamson foi um dos quatro bispos ultraconservadores de sua congregação que teve a excomunhão suspensa pelo papa Bento 16 por motivos que não têm relação com a polêmica em torno do Holocausto.

O bispo retornou à Grã-Bretanha após ter sido expulso da Argentina nesta semana por esconder "os verdadeiros motivos de sua permanência no país".

Fonte: BBC Brasil
http://www.bbc.co.uk/portuguese/lg/noticias/2009/02/090227_vaticano_bispo_aw.shtml

Comentário: em breve, 'cenas dos próximos capítulos'...

Judeus rejeitam desculpa de bispo que nega Holocausto

Richard Williamson se retratou após ter sido expulso da Argentina e voltar para o Reino Unido

(Foto)Williason, na chegada ao Reino Unido, nesta semana

- O Conselho Central dos Judeus na Alemanha rejeitou hoje as desculpas do bispo Richard Williamson e exige uma clara retratação de suas declarações, segundo as quais durante o Nazismo só teriam morrido cerca de 300 mil judeus.

"Williamson não se retratou de suas teses mentirosas sobre o Holocausto. Só lamentou que o que disse tenha gerado tanta polêmica", disse o vice-presidente do Conselho Central, Dieter Graumann, em declarações publicadas hoje pelo jornal "Handelsblatt".

Graumann também se mostrou indignado com a explicação de Williamson, que disse que sua negação ao Holocausto teria se baseado em informações de duas décadas atrás. "Como se há 20 anos o Holocausto tivesse estado em dúvida", questionou.

Ele, além disso, voltou a criticar o papa Bento XVI por ter revogado a excomunhão que pesava sobre Williamson e outros três bispos ultraconservadores seguidores do francês Marcel Lefebvre.

"O equívoco fatal do Vaticano segue tendo, infelizmente, vigência", disse Graumann.

A negação do Holocausto por parte de Williamson produziu indignação geral e várias críticas a Bento XVI e, sobretudo, ao Vaticano, pela reabilitação do bispo. Na Alemanha, negar o Holocausto é crime.

Fonte: EFE/Estadão
http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,judeus-rejeitam-desculpa-de-bispo-que-nega-holocausto,330726,0.htm

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Bispo que negou o Holocausto pede perdão, diz agência católica

Britânico disse que deu apenas uma opinião sobre fato histórico. Ele pediu perdão à Igreja e aos sobreviventes e parentes de vítimas.

Do G1, com agências internacionais

O bispo britânico Richard Williamson pediu nesta quinta-feira (26) perdão a "Deus e ao papa" por ter negado a magnitude do Holocausto, segundo a agência católica de notícias Zenit.

O perdão foi pedido em uma carta, depois do regresso de Williamson à Inglaterra, ocorrido na quarta-feira. A polêmica sobre o Holocausto levou-o a ser expulso da Argentina, onde morava e trabalhava, pelo governo daquele país.

Foto: AFP
O bispo Richard Williamson chega ao aeroporto londrino de Heathrow nesta quarta-feira (25). (Foto: AFP)

"A todas as almas que ficaram honestamente escandalizadas pelo que eu disse, ante Deus, lhes peço perdão" diz ele na carta. "O Santo Padre e meu superior, o bispo Bernard Fellay, pediram que eu reconsidere as declarações que fiz em um canal de televisão da Suécia há quatro meses, pois suas consequências foram muito fortes."

"Ao observar estas consequências, posso dizer verdadeiramente que lamento ter feito estas declarações, e que se tivesse sabido com antecipação todo o dano e as feridas que provocariam, especialmente à Igreja, mas também aos sobreviventes e entes queridos das vítimas das injustiças sobre o Terceiro Reich, não as teria feito", disse.

O bispo ultraconservador, de 68 anos, também diz na correspondência que limitou-se a "dar uma opinião de uma pessoa que não é historiador".

Richard Williamson declarou em uma entrevista a um canal sueco de TV: "Penso que não existiram câmaras de gás (...) Acredito que de 200 mil a 300 mil judeus morreram nos campos de concentração, mas nenhum na câmaras de gás". A entrevista, gravada em novembro de 2008, foi ao ar em janeiro de 2009, dando início à polêmica.

Em 12 de fevereiro, o papa Bento XVI, em uma referência indireta ao caso, afirmou que "está claro que toda negação ou amenização deste terrível crime (Holocausto) é intolerável e, ao mesmo tempo, inaceitável".

Fonte: G1/Agências Internacionais
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1019328-5602,00-BISPO+QUE+NEGOU+O+HOLOCAUSTO+PEDE+PERDAO+DIZ+AGENCIA+CATOLICA.html

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Crise no Vaticano continua, Lefebvriano diz que Concílio Vaticano II foi uma "heresia"

Lefebvriano diz que Concílio Vaticano II foi uma "heresia"

Cidade do Vaticano, 6 fev (EFE).- O chefe dos lefebvrianos no nordeste da Itália, o sacerdote Floriano Abrahamowicz, desafiou a exigência da Santa Sé de que o Concílio Vaticano II seja reconhecido pelo grupo ao afirmar que ele "é uma heresia, uma droga".

"O Concílio Vaticano II foi pior que uma heresia, já que significa tomar uma parte da verdade, fazê-la absoluta e negar o resto. Nesse contexto digo que foi uma droga, a maior", afirmou o sacerdote tradicionalista em declarações ao canal de televisão "Canale Italia".

Dois dias depois de o Vaticano ter endurecido sua postura com os lefebvrianos e ter exigido deles que aceitem o concílio para readmiti-los, e que o bispo que negou o Holocausto se retrate publicamente, as declarações de Abrahamowicz são vistas por observadores do Vaticano como um "desafio aberto" dos tradicionalistas ao papa e à Santa Sé.

Estas declarações foram conhecidas ao mesmo tempo em que - segundo publicou ontem o semanário alemão "Kolner Stadt Anzeiger" - o superior da Fraternidade São Pio X, Bernard Fellay, deve ordenar novos sacerdotes.

Fellay - um dos quatro bispos aos quais o papa retirou a excomunhão -, segundo o meio alemão citado pelos italianos, já teria ordenado vários diáconos.

Embora Fellay já não esteja excomungado, o Vaticano disse há dois dias que tanto ele como os outros três prelados ordenados em 1988 pelo arcebispo Marcel Lefebvre, que causou um cisma na Igreja, continuam suspensos "a divinis" (não podem celebrar missa, nem administrar os sacramentos, nem fazer sermões).

Segundo os observadores vaticanos, as novas manifestações de Abrahamowicz, unidas ao fato de que o bispo Richard Williamson - que negou o Holocausto - ainda não se tenha retratado publicamente como lhe exigiu o papa e as eventuais novas ordenações representam um "forte obstáculo" no caminho para o retorno dos lefebvrianos ao redil.

Fontes vaticanas, por sua parte, não descartam que detrás dessas manifestações se esconda "o desejo" de uma parte dos tradicionalistas de boicotar o retorno à Igreja Católica Apostólica Romana.

Abrahamowicz surgiu na opinião pública no dia 29 de janeiro ao relançar as teses revisionistas sobre o Holocausto feita pelo bispo Williamson ao assegurar que a única coisa segura em relação às câmaras de gás é que foram usadas para desinfetar.

"Não sei se as vítimas morreram pelo gás ou por outros motivos. Não o sei, de verdade. Sei que as câmaras de gás existiram pelo menos para desinfetar, mas não sei dizer se também mataram ou não, já que não aprofundei sobre o tema", disse o sacerdote a um jornal italiano.

Williamson, por sua vez, afirmou que não existiram as câmaras de gás e que apenas cerca de 300.000 judeus e não seis milhões morreram nos campos de concentração nazistas, mas nenhum por gás, o que deixa a situação em pé de guerra com a comunidade judaica, levantando vários protestos de políticos famosos e obrigando o papa a reiterar sua condenação ao Holocausto e aos que o negam. EFE

Fonte: EFE/G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL990015-5602,00-LEFEBVRIANO+DIZ+QUE+CONCILIO+VATICANO+II+FOI+UMA+HERESIA.html

Foto: Vaticano, Concílio Vaticano II(1962-1965)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Merkel pressiona Papa sobre questão do Holocausto

Merkel pressiona Papa Bento XVI

A chanceler alemã, Angela Merkel, quebrou o silêncio que geralmente mantém sobre questões religiosas e exigiu ontem ao Papa Bento XVI que esclareça, de uma vez por todas, que o Vaticano não pactua com a negação do Holocausto.

04 Fevereiro 2009
Por:F. J. Gonçalves com agências

A intervenção da chefe de governo acontece enquanto alastram as críticas ao Papa por ter reabilitado quatro bispos excomungados, um dos quais, o britânico Richard Williams, nega que milhões de judeus tenham sido assassinados pela Alemanha nazi.

Filha de um pastor protestante, Merkel explicou o porquê de comentar assuntos da Igreja Católica: "Penso que se trata de uma questão fundamental, que é saber se, graças a uma decisão do Vaticano, alastra a sensação de que o Holocausto pode ser negado." Por isso exigiu ao Papa "que torne claro que não pode ser assim e que deve haver relações positivas com o judaísmo".

Em resposta, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse apenas que sobre a negação do Holocausto a posição do Papa "não podia ser mais clara".

Na semana passada o Conselho Central Judaico alemão cortou relações com a Igreja Católica, e a polémica alastra na própria Igreja.

Na segunda-feira, o cardeal Walter Kasper, responsável pelas relações com os judeus, criticou Bento XVI por não o ter alertado para o perdão aos bispos excomungados. Antes dele, o bispo de Hamburgo, Werner Thissen, considerou que a decisão do Vaticano compromete a confiança na Igreja, e o cardeal Karl Lehman, antigo presidente da Conferência Episcopal alemã, considera o caso uma catástrofe.

Fonte: Correio da Manhã(Portugal)
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/internacional/mundo/merkel-pressiona-papa-bento-xvi?nPagina=3

Líder alemã cobra posição do Vaticano sobre o Holocausto

Merkel e o papa: perdão de bispo causou mal-estar na Alemanha

A polêmica sobre a readmissão na Igreja de um bispo que nega o Holocausto pelo papa Bento 16 ganhou mais um capítulo ontem. A chanceler Angela Merkel exigiu que o Vaticano expressasse sua real posição sobre o "negacionismo", a conduta de negar o massacre de judeus na 2ª Guerra.

Na semana passada, o papa revogou a excomunhão do bispo inglês Richard Williamson, que em suas aparições costuma afirmar que as câmaras de gás não existiram e que os judeus não foram vítimas dos nazistas. "O papa e o Vaticano devem esclarecer sem ambiguidade que não pode haver negação do Holocausto", disse Merkel. Horas depois, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, respondeu à chanceler. Ele disse que a Igreja não tolera a negação do Holocausto e que a readmissão de Williamson foi um "gesto de misericórdia paterna".

Merkel e Bento 16 - ou Joseph Alois Ratzinger - são compatriotas. O papa nasceu na Baviera em 1927. Em 2005 admitiu que, como todas as crianças na década de 30, foi obrigado a entrar na juventude hitlerista. Mas segundo biógrafos, sua família se opunha aos nazistas.

Fonte: Destak(04/02/2009)
http://www.destakjornal.com.br/readContent.aspx?id=10,32643

sábado, 31 de janeiro de 2009

Teólogo pede a renúncia do papa após reabilitação de negador do Holocausto

Berlim, 31 jan (EFE).- O teólogo heterodoxo suíço Hans Küng pediu a renúncia do papa Bento XVI após o escândalo gerado pela reabilitação à Igreja Católica do bispo Richard Williamson, que nega o Holocausto e recentemente teve sua excomunhão suspensa.

Para Küng, a reabilitação de Williamson é apenas um equívoco a mais na série de erros com os quais Bento XVI vem pondo novos obstáculos no diálogo que as Igrejas cristãs travam entrem si e com outras religiões.

"Primeiro, ele questionou se os protestantes formam uma Igreja. Depois, em seu infeliz discurso de Regensburg, chamou os muçulmanos de desumanos. E agora ofende os judeus permitindo o retorno à Igreja de um negador do Holocausto", disse Küng em declarações ao jornal "Frankfurter Rundschau".

"É hora de substituí-lo", acrescentou Küng, que foi companheiro do papa quando ambos eram professores de teologia católica na Universidade de Tübingen.

O Vaticano proibiu Küng de ensinar a teologia católica em 1980, depois que ele questionou o dogma da infalibilidade papal.

Desde então, teólogo heterodoxo suíço, que permaneceu dentro da Igreja Católica, mas sem poder atuar como padre, se dedica ao diálogo entre as religiões.

Já Williamson e outros três bispos seguidores do cismático ultraconservador Marcel Lefebvre foram reabilitados pelo papa há uma semana. EFE

rz/sc

Fonte: EFE
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL980937-5602,00-TEOLOGO+PEDE+A+RENUNCIA+DO+PAPA+APOS+REABILITACAO+DE+NEGADOR+DO+HOLOCAUSTO.html

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Vaticano critica bispo que negou o Holocausto

O Vaticano declarou, nesta segunda-feira (26), que os comentários feitos por um bispo recentemente reabilitado, de que os judeus não foram exterminados durante o Holocausto, são "inaceitáveis" e violam os ensinamentos da Igreja Católica Romana. Em artigo de primeira página no jornal L'Osservatore Romano, do Vaticano, o periódico reafirmou na edição desta segunda-feira que o papa Bento XVI deplora todas as formas de antissemitismo e que todos os católicos romanos precisam fazer o mesmo.

O artigo foi publicado em meio a um grande protesto de grupos judaicos, após Bento XVI ter retirado a excomunhão, na semana passada, contra o bispo conservador Richard Williamson, que negou que seis milhões de judeus foram mortos pelos nazistas na II Guerra Mundial (1939-1945), no chamado Holocausto, ou genocídio dos judeus. O Vaticano ressaltou que o fato da excomunhão ter sido removida não significa que o Vaticano compartilhe as opiniões de Williamson.

Williamson e três outros bispos conservadores foram excomungados há 20 anos, após terem sido consagrados pelo ultraconservador arcebispo Marcel Lefevre, sem consentimento papal. Na época, o Vaticano disse que o movimento de Lefevre era cismático. Bento XVI, no entanto, deixou claro desde o começo do seu pontificado, em 2005, que ele deseja reconciliar a ultraconservadora Sociedade de São Pio X, o movimento de Lefevre, com o Vaticano.

Lefevre se rebelou contra o Vaticano em 1969. Ele se opunha aos ensinamentos do Concílio Vaticano II (1962-1965) que fez reformas liberalizantes na Igreja. No Vaticano II, a Igreja deplorou o antissemitismo e as relações dos católicos com a comunidade judaica foram revolucionadas. Na semana passada, comentários de Williamson foram exibidos na televisão da Suécia. Segundo o Vaticano, os comentários "são muito sérios e lamentáveis, contradizendo os ensinamentos da Igreja".

Na entrevista, Williamson disse que a evidência histórica "é de maneira forte contra seis milhões de judeus terem sido mortos deliberadamente nas câmaras de gás, como parte de uma política de Adolf Hitler". Grupos judaicos, como o Comitê Judeu Americano o Centro Simon Wiesenthal e a Agência Judaica denunciaram o Vaticano por ter acolhido um negador do Holocausto.

Nesta segunda-feira, o cardeal Angelo Bagnasco, chefe da Conferência Episcopal Italiana, defendeu a decisão do papa em retirar a excomunhão a Williamson, mas criticou a visão dele sobre o Holocausto, a qual definiu como "injustificável". A Conferência Episcopal da Alemanha também denunciou Williamson.

Fonte: AE/JC Online
http://jc.uol.com.br/2009/01/26/not_190470.php

Judeus alemães condenam perdão a bispo que nega Holocausto

BERLIM (Reuters) - A decisão do papa Bento 16 de reabilitar um bispo que nega a amplitude do Holocausto foi um duro golpe para a comunidade judaica, principalmente porque o papa é alemão, afirmou o Conselho Central de Judeus da Alemanha, nesta segunda-feira.

"É um choque profundo", disse Dieter Graunmann, vice-presidente do Conselho, à Reuters. "Não estou dizendo que o Vaticano ou o papa tenham más intenções, mas, de fato, isto é um tapa na cara da comunidade judaica".

"É uma provocação e eu estou preocupado que o diálogo entre judeus e católicos fique agora congelado de alguma maneira, que o processo de reconciliação que avançou tanto nos últimos 50 anos seja interrompido, se não abortado".

No sábado, o papa Bento 16 reabilitou quatro bispos tradicionalistas que lideram a Sociedade de São Pio X (SSPX), que tem 600 mil membros de ultra-direita que rejeitam a doutrina e as crenças da Igreja Católica Apostólica Romana.

Richard Williamson, um dos quatro bispos, fez declarações nas quais negava a versão do Holocausto aceita pelos principais historiadores.

"Principalmente vindo de um papa alemão, eu esperava mais compreensão e sensibilidade", disse Graunmann.

Fonte: Reuters
http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRSPE50P0E320090126

sábado, 24 de janeiro de 2009

Papa reabilita bispo que nega o Holocausto

Por Philip Pullella

VATICANO (Reuters) - O papa Bento 16 reabilitou neste sábado um bispo tradicionalista que nega o Holocausto, apesar de advertências de líderes judaicos de que isso causaria sérios prejuízos nas relações entre católicos e judeus e fomentaria o antissemitismo.

O Vaticano informou que o papa emitiu um decreto que remove a excomunhão de quatro bispos tradicionalistas que foram excluídos da Igreja Católica em 1988 por terem sido ordenados sem permissão da Santa Sé.

Os quatro bispos lideravam a ultraconservadora Sociedade de São Pio 10 (SSPX), que tem cerca de 600 mil membros e rejeita modernizações na doutrina e nos cultos dos católicos romanos.

O Vaticano afirmou que as excomunhões foram retiradas depois que os bispos expressaram o desejo de aceitar os ensinamentos da Igreja e a autoridade papal.

Ao pôr fim a um cisma que afetou a Igreja Católica por 20 anos, o decreto parece prestes a desencadear uma das mais sérias crises nas relações entre católicos e judeus nos últimos 50 anos.

"Não temos intenção de interferir nos assuntos internos da Igreja Católica. No entanto, a ânsia de trazer um negador do Holocausto de volta para a Igreja vai causar danos às relações entre a Igreja e os judeus", disse à Reuters o embaixador de Israel no Vaticano, Mordechai Lewy.

Um dos quatro bispos, o britânico Richard Williamson, fez uma série de declarações negando a totalidade do Holocausto Nazista dos judeus europeus, fato aceito pelos historiadores atuais.

Em comentários à TV sueca, transmitidos na quarta=feira, ele disse: "Acredito que não houve câmaras de gás e também que somente 300.000 judeus morreram em campos de concentração nazistas, em vez de 6 milhões."

Williamson afirmou ainda: "Acredito que as provas históricas são amplamente contrárias a que 6 milhões tenham sido deliberadamente mortos em câmaras de gás, como uma política deliberada de Adolf Hitler."

O rabino David Rosen, que fica em Israel e chefia a seção de assuntos inter-religiosos do Comitê Judaico Americano, disse à Reuters:

"O papa anterior, João Paulo 2o, designou o antissemitismo como pecado contra Deus e o homem. A negação da amplamente documentada Shoah (Holocausto, em hebraico) é antissemitismo em sua forma mais ostensiva."

Ao ser indagado sobre os comentários de Williamson, o principal porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, disse que eles eram totalmente "extrínsecos" em relação à suspensão da excomunhão.

"Este ato (o decreto) se refere à suspensão da excomunhão. Ponto", disse Lombardi aos repórteres. "Não tem nada a ver com opiniões pessoais, que são abertas a críticas, mas não pertinentes a este decreto."

Fonte: Reuters
http://noticias.uol.com.br/ultnot/reuters/2009/01/24/ult27u69950.jhtm

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