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domingo, 30 de novembro de 2008

Porque é negação e não revisionismo. Parte I: negadores e o Sonderkommando 1005

Porque é negação e não revisionismo. Parte I: negadores e o Sonderkommando 1005

No livro "Treblinka. Campo de extermínio ou campo de trânsito?" , os negadores do Holocausto Carlo Mattogno e Juergen Graf mostram um flagante descaso pela verdade, ao negar eventos por "razões" que se revelam como falsas quando uma mínima quantidade de pesquisa é feita.

Vamos começar com o caso mais simples de todos - aquele do Aktion/Sonderkommando 1005.

O essencial daquele Aktion 1005 você pode checar no death-camps.org:
Sob o codinome "Aktion 1005" os alemães tentaram esconder todos os traços da política de extermínio nazi no leste, como abrir valas em massa e cremar centenas de milhares de corpos.

Aqui está o que Mattogno e Graf têm a dizer sobre isso:
"A decisão de seguir esta operação, para começar, supõe-se ter sido tomada em Berlim no começo de 1942. Uma carta de 20 de fevereiro de 1942, do Chefe da Gestapo, Heinrich Müller, a Martin Luther do ministério de relações exteriores, no qual o objeto da insatisfação do enterro dos cadáveres é levantada e se supõe que foi escrita depois de Müller "ter recebido uma carta anônima complaining sobre os cadáveres inundando a área de Warthegau," é citada como prova. Esta carta confirma a designação do arquivo "IV B 4 43/42 gRs (1005)," e a alegada 'Operation 1005' supõe-se ter seu nome deste documento!

Mas Alfred Streim, que cita a relevante carta baseada em conhecimento de primeira-mão, escreve:

Em 20 de novembro de 1942, Himmler ordenou ao SS-Gruppenführer Müller, Chefe do Departamento IV na RSHA, no escrito (Zst. Dok. Slg. Ordner 3, Bl. 583): '...Você tem que me dar uma garantia sobre aqueles corpos destes judeus mortos ou queimá-los ou enterrá-los em cada lugar, e que em nenhum lugar possa qualquer pessoa saber o que aconteceu com estes corpos...

Ele não diz isto nesta carta conforme o cabeçalho "IV B 4 43/42 gRs (1005)," não assina isso para a designação '1005,' e restringe a ele mesmo o seguinte comentário:

"A tarefa recebida - de acordo com a nomenclatura procedente da RSHA - a designação '1005.'"

Deste modo, a carta enviada consta da data de 20 novembro de 1942, e não de 20 de fevereiro. Isto significa que a designação '1005' para a operação teria sido assinada uns cinco meses depois de seu início! Na outra mão, na carta os judeus são mencionados como "mortos," não 'fuzilados' ou 'assassinados.' Além disso, a disposição dos corpos poderiam ter sido feitas por cremação ou enterro, o que significa que a carta de Himmler não precisa ter nenhuma conexão com a escavação e cremação dos cadáveres de judeus que haviam sido fuzilados, e o que nós estamos tratando aqui é uma fraude primária.

[...]

Agora, se alguém considera que de acordo com a maioria dos extensos estudos que existem sobre este tema, supõe-se que os Einsatzgruppensozinhos fuzilaram 200.000 pessoas (judeus e não-judeus), que a Wehrmacht, SS, e as unidades policiais são também acusadas de centenas de milhares de assassinatos, e que - como já enfatizado - nem os soviéticos e nem os poloneses acharam quaisquer valas em massa com até mesmo poucos milhares de corpos, e os 'Sonderkommandos 1005' devem ter exumado e queimado entre um e meio à três milhões de corpos. Isto significa que, dentro de um período de 13 meses eles tiveram que ter esvaziado milhares de valas de centenas de lugares, os quais foram dispersos acerca de uma enorme área - e tudo isto sem deixar pra trás qualquer traço material ou registro!

Sem ter milhares de mapas, nos quais as valas foram marcadas, teria sido totalmente óbvio e impossível localizar aquelas milhares de valas em massa num território de mais de 1.2 milhão de quilômetros quadrados, mas nem tais mapas mencionados estão num mero e único relatório dos Einsatzgruppe ou de qualquer outro documento, nem tais mapas foram encontrados entre os documentos alemães capturados pelos vitoriosos da Segunda Guerra Mundial.

E se - como relatos de testemunhas - milhares de piras foram queimadas durante a noite apesar dos apagões(blackouts)regulados, nenhum plano de reconhecimento soviético os descobriu e fotografou - senão as fotografias teriam sido aproveitados em seguida com propósitos de propaganda."

Thomas Sandkühler discorre sobre isto abaixo:

"Devido ao extremo segredo da 'Operation 1005,' fontes escritas sobre isto são muito raras.

Em outras palavras, não há nenhuma! A declaração de Sandkühler reflete o total rubor com que historiadores ortodoxos sentem na face devido a esse escândalo, enquanto simultaneamente fornecem a tradicional velha explicação: os documentos não existem "devido a um estrito segredo"! Esta hipótese substitui com evidente contraste o fato o qual Gerald Reitlinger descreve:

"As séries originais [dos relatórios dos Einsatzgruppen] consistem de aproximadamente duas centenas de relatórios com uma lista de circulação de sessenta a cem cópias cada. [...]

Não é fácil ver porque os assassinos deixaram tantos abundantes testemunhos sobre eles, [...]"

O evento relata que a URSS compôs um total de "cerca de 2.900 páginas escritas à máquina," e cada uma delas foi distribuída com um mínimo de circulação de 30 cópias. Os alemães são aí suspeitos de terem distribuído dezenas de centenas de páginas de documentos relatando os fuzilamentos em massa cometidos pelos Einsatzgruppen, então bem de repente percebem a necessidade de exumar e queimar os corpos, mas esqueceram de destruir os documentos que incriminam!

O fato é, a história da 'Operation 1005' é baseada completamente sob algumas poucas declarações pouco fidedignas de testemunhas oculares.

[...]

A designação 'Sonderkommando 1005' foi inventada pelos soviéticos."

Enfatizei vários reivindicações-chaves feitas pelos autores.

Agora, o que alguém que está pesquisando estes problemas, e especialmente alguém que é "cético" sobre estes problemas, deveria ter feito em primeiro lugar?

Ele(a) deveria consultar estudos fidedignos de outros acadêmicos sobre este tema, trabalhando a partir deles, refutando ou adicionando informação ao longo do estudo.

Atualmente, o estudo acadêmico definitivo da Aktion 1005 é o artigo de Shmuel Spector "Aktion 1005 - Effacing The Murder of Millions" (Aktion 1005 - Apagando o assassinato de milhões) (Holocaust and Genocide Studies, 1990, vol. 5, no. 2, pp. 157-173).

Graf e Mattogno nunca mencionam o artigo. Certamente, eles obviamente ignoraram isso, porque isso completamente desacredita suas "análises", citadas acima.

1) Antes de tudo, o artigo deixa claro que houve uma inscrição "IV B 4 43/42 gRs (1005)" no canto superior esquerdo da carta enviada por Mueller a Luther em 28 de fevereiro de 1942 (não 20 de fevereiro, como os authors state). "IV B 4" foi uma designação do departamento de assuntos judaicos de Eichmann. "43/42" foi o número e o ano da carta. "gRs" é "Geheime Reichsache", "problema secreto do Reich". Finalmente, 1005, o que quer que fosse inicialmente, tornaria-se mais tarde o codinome da operação para apagar traços do assassinato em massa.

O segundo documento com a menção dos autores como citado por Streim (Spector cita isso também)não é a carta de Mueller para Luther, mas de Himmler para Mueller, escrita não em 28 de fevereiro, mas em 20 de novembro. Disto os autores deveriam ter adivinhado que eles estavam tratando de diferentes cartas. Duuh! Então eles sacam o peso da idiotice quando escrevem:
"Mas Alfred Streim, que cita a carta relevante se baseou em conhecimento de primeira-mão...
[...]
Assim, a carta remete a datas de 20 de novembro de 1942, e não de 20 de fevereiro. Isto significaria que a designação '1005' para a operação teria sido assinada uns cinco meses depois de seu início!"

Para reiterar: é monstruosa a obviedade de que estas são cartas diferentes. Que tipo de idiotas estamos tratando com isto?

Também, não vi qualquer historiador afirma que foi a carta de novembro de Himmler que iniciou toda a operação.

Em sua carta, Himmler não ordenou o início da Aktion 1005 - ele simplesmente estava reagindo aos rumores de que os nazis estavam fazendo sabão de corpos de judeus, e é certo que nada disso realmente ocorrera.

2) O ponto sobre a localização das valas em massa é quase que totalmente um referencial. Ninguém argüiu que a SK1005 limpou todas as valas. De fato, Spector afirma:
"Os nazis não tiveram sucesso em remover os sinais do assassínio devido ao vasto número delas, de uma grande distribuição das valas em massa, e por causa do rápido avanço do exército soviético."

As próprias valas podiam ser localizadas por interrogatório da população local e daqueles que tomaram parte nos assassinatos, deste modo não houve qualquer necessidade de extensivos mapas, etc. Historiadores certamente apontam que a documentação sobrevivente da 1005/Aktion 1005 é scarce, mas eles nunca disseram que não havia nenhuma existente, ao contrário do que M&G aparentemente alegam. De fato, em seu artigo Spector cita que em abril de 1944 o relatório de inteligência das atividades do exército na área de Pinsk (de forma alguma deveria ser assumido que isto é apenas o único documento):
"Por uma ordem especial do Reichsfuehrer SS, Sonderkommando 1005 chegou, para executar tarefas especiais na área do exército."

Assim, ao contrário de M&G, o Sonderkommando 1005 não foi uma invenção soviética.

Agora pense sobre isso: quanta vergonha Mattogno e Graf teria evitado se eles simplesmente tivessem lido o artido de Spector? Aquela é a melhor pesquisa "revisionista".

E isto é apenas o primeiro exemplo. Mais a seguir.

Atualização: ver também as decodificações PRO sobre SK1005.

Próximo >> Parte II: negadores e as valas de Marijampole

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Sergey Romanov
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2006/04/thats-why-it-is-denial-not-revisionism.html
Tradução(português): Roberto Lucena

Ver também: Técnicas dos negadores do Holocausto

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Aktion 1005

Fonte: http://www.deathcamps.org/occupation/1005.html
Aktion 1005

Sob o codinome "Aktion 1005", os alemães tentaram encobrir todos os traços da política de extermínio nazista no leste, abrindo sepulturas em massa e cremando centenas de milhares de corpos.

O codinome teve sua origem no arquivo número 1005, usado na correspondência relacionada entre o chefe SS-Gruppenführer Heinrich Müller da Gestapo e Martin Luther, membro do escritório de assuntos estrangeiros. Todas as unidades envolvidas receberam o nome "Sonderkommando 1005" (comando especial 1005).

A ação foi planejada no início de 1942 por três razões:

1. Os aliados haviam obtido conhecimento do extermínio em massa alemão.

2. As vítimas de fuzilamentos e gaseamentos rapidamente enterradas tornaram-se um problema de saúde. Em Chelmno, Auschwitz Birkenau, nos campos Aktion Reinhard e outros sítios de extermínios (Einsatzgruppen), os corpos eram enterrados em sepulturas comunais.

Muito rapidamente, as autoridades questionaram este método de descarte dos corpos. Próximo das duas câmaras de gás em Auschwitz-Birkenau (Bunkers I e II), o sol do verão fez com que os cadáveres inchassem. A superfície estourasse, e uma substância negra e mal-cheirosa apareceu, contaminando o lençol de água. O fedor horrível atraiu milhões de moscas, e a região inteira sofreu em conseqüência.

O mesmo aconteceu em vários outros sítios, uma vez que o verão de 1942 foi extremamente quente.

3. Os nazistas pensaram que as futuras gerações pudessem não compreender os extermínios em massa.

Na fase experimental, entre 1942 e 1943, aconteceram as primeiras cremações nos campos de extermínio, supervisionadas pelo SS-Standartenführer Paul Blobel, diretamente subordinado a Müller.

Blobel desenvolveu diferentes métodos de cremação: por exemplo, camadas alternadas de corpos e lenha, ou o uso de trilhos como grelhas.

Durante a segunda fase, de junho de 1943 até meados de 1944, as unidades do "Sonderkommando 1005" receberam ordens para abrir as sepulturas em massa na Polônia, nos estados bálticos e no território ocupado da ex-URSS.

Cada Sonderkommando consistia de vários oficiais SD e membros da Sipo e Orpo. Cem judeus, às vezes mais, eram forçados a abrir as sepulturas em massa, exumar e queimar os corpos, e examinar as cinzas em busca de objetos de valor. Os trabalhadores judeus eram mortos quando o processo de cremação era completado.

No começo, o Sonderkommando abriu sepulturas em massa próximas ao campo de Janowska em Lviv (Lwow). Em agosto de 1943, duas unidade foram criadas em Kyiv (Kiev) (Ucrânia): "Sonderkommando 1005-A" e "Sonderkommando 1005-B".

O "1005-A" operou na Ucrânia (entre Dnipropetrovsk (Dnjepropetrowsk) e Berditchiv (Berditschew)), por exemplo em Babi Yar. Lá, o "Einsatzgruppe 4a" de Blobel havia fuzilado 33.771 judeus de Kyiv em 29 e 30 de setembro de 1941. De 18 de agosto até 19 de setembro de 1943, cerca de 44 homens da SS e SD forçaram 327 internos do campo de
Syrets a exumar e queimar os corpos. Depois, o "1005-A" foi ordenado a Berditchiv, Belaja Zerkov, Uman e Kamenets-Podolski. Como o Exército Vermelho estava se aproximando, esta unidade foi então enviada para Zamosc (distrito de Lublin), e finalmente para Lodz para a guarda dos transportes de derportação do Gueto de Lodz para Auschwitz.

O "1005-B" limpou as sepulturas em massa em Dnipropetrovsk, Kriwoi Rog e Nikolaiev. Depois, a unidade foi enviada para Riga, e foi estacionada no campo Salaspils.

Na Bielorrússia oriental (distrito militar), duas unidades foram criadas: "Sonderkommando 7a" e "7b". Elas abriram sepulturas em massa próximas a Gomel, Mogiljow, Bobruisk e Vitebsk. Na Bielorrússia ocidental, o "Sonderkommando 1005-Mitte" (liderado por Max Krahner) estava ativo. Ele estava estacionado no campo de extermínio Maly Trostinec próximo a Minsk, onde exumou e cremou de 40.000 a 50.000 corpos de judeus de Minsk e do Reich. Depois, a unidade esteve ativa na região Molodetschno, Brest-Litowsk, Pinsk, Kobrin e Lomza. Em 16 de agosto de 1944, a unidade foi mandada para Lodz, onde montou guarda para as deportações de judeus do gueto para Auschwitz.

Sonderkommandos locais foram estabelecidos em várias outras cidades e regiões, dos estados bálticos à Iugoslávia (68.000 corpos).

Por fim, os homens do Sonderkommando serviram em Kärnten (Caríntia) na unidade anti-partisan "Einsatzgruppe Iltis" até o final da IIGM.

Julgamentos do "Sonderkommando 1005":

Heilbronn, 1962-63:
Theimer, Rudolf - 4 anos
Ofensas criminais de uma seção do "Sonderkommando 1005" que foi responsável pela destruição de sepulturas em massa. Fuzilamento em massa de no mínimo 45 prisioneiros judeus do comando de trabalho.
Fuzilamentos individuais de 10 prisioneiros, que haviam sido levados para o KL Borek para execução.

Koblenz, 1963-1965:
Dalheimer, Karl Robert - 4 anos
Harder, Arthur Alexander - julgamento anulado; nenhum julgamento subseqüente pôde ser verificado.
Heuser, Georg Albert Wilhelm - 15 anos
Merbach, Friedrich - 7 anos
Schlegel, Rudolf - 8 anos
Stark, Franz - prisão perpétua
Wilke, Artur Fritz - 10 anos
Feder, Johannes Hugo Otto - 4,5 anos
Kaul, Wilhelm - 4,5 anos
Oswald, Jakob Herbert - 4 anos
Toll, Eberhard Richard Ernst von - 4,5 anos
(Polizei Sipo Minsk, Sonderkommando 1005)
Crimes cometidos em Minsk, HS KL Gut Trostinez, Koidanow, Rakow, Slonim, Sluck.

Fuzilamentos, gaseamentos em "caminhonetes de gaseamento", assim como por queimar vivos milhares de judeus soviéticos e da Europa ocidental, que haviam sido deportados para Minsk, ciganos, mentalmente incapacitados e outros civis soviétocs e agentes soviéticos, durante os anos de 1941-1944, dentro do território sob jurisdição do KdS/BdS Minsk. Fuzilamentos de represália: entre eles, a execução de 300 homens, mulheres e crianças de Minsk, depois de um atentado contra a vida do Generalkommissar Kube.

Hamburg, 1968:
Drews, Otto Erich - prisão perpétua
Goldapp, Otto Hugo - prisão perpétua
Krahner, Max Hermann - prisão perpétua
(Sonderkommando 1005)

Extermínio de judeus e outros prisioneiros, colocados para trabalhar na exumação das sepulturas em massa na Polônia e Bielorrússia (em Minsk, KL Gut Trostinez, Pinsk, Smolewitsche, Kobryn, Slonim, Lomza), por fuzilar, gasear e pela explosão de um bunker de prisioneiros.

Stuttgart, 1969:
Helfsgott, Walter Ernst - absolvição
Kir., Fritz Karl - absolvição
Soh., Hans Friedrich - 4 anos
Zie., Fritz Otto Karl - 2,5 anos
(Sonderkommando 1005A, Sonderkommando 1005B)
Fuzilamento ilegal de judeus (principalmente) e outros prisioneiros
próximo à exumação de sepulturas em massa na ravina de Babi-Yar
próxima a Kiev, Uman, Kamieniec-Podolski, Nikolajew, Samocz, Belaja-
Zerkow, Woskresenskoje, e ao redor de Riga.

Fotos: USHMM* (foto da esquerda: SS-Gruppenführer Heinrich Müller da Gestapo e da esquerda SS-Standartenführer Paul Blobel)

Fonte: Encyclopedia of the Holocaust
Justiz und NS-Verbrechen, Vol XXVII

© ARC 2005

(Tradução Marcelo Oliveira)

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