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terça-feira, 27 de agosto de 2019

Extermínio dos judeus soviéticos, Junho de 1941-Março de 1942

Durante os estágios de planejamento da Operação Barbarossa, a política alimentar nazista estava ligada a planos de assassinatos políticos em larga escala. Em 2 de maio de 1941, uma conferência de secretários de estado, presidida por Thomas, concluiu que "milhões de pessoas sem dúvida morrerão de fome, se extrairmos tudo o que for necessário para nós daquele país". 10 A seleção dessas vítimas por fome seguiria uma economia política de valor racial, mas também seria moldada por uma crença político-ideológica-racial de que o inimigo era o "judeu-marxista". Rosenberg reconheceu essa conexão quando escreveu, em 8 de maio de 1941, que a guerra seria:
[a] luta por suprimento de alimentos e matérias-primas para o Reich alemão, bem como para a Europa como um todo, é uma luta de natureza ideológica na qual o último inimigo judeu-marxista deve ser derrotado. 11
As consequências demográficas específicas previstas neste planejamento foram explicitadas em um relatório do Grupo da Agricultura em 23 de maio de 1941, com base nas recomendações de Backe. A URSS seria dividida em duas (uma zona produtiva e outra improdutiva) e populações excedentes redirecionadas para a Sibéria, embora “o transporte ferroviário esteja fora de questão”:
Não há interesse alemão em manter a capacidade produtiva dessas regiões, inclusive no que diz respeito ao abastecimento das tropas ali estacionadas. […] A população dessas regiões, especialmente a população das cidades, terá que passar por uma fome das maiores dimensões antecipada. A questão será redirecionar a população para as áreas da Sibéria. Como o transporte ferroviário está fora de questão, este problema também será extremamente difícil. 12
O relatório então admitiu que “muitas dezenas de milhões de pessoas se tornarão supérfluas nesta área e morrerão ou terão que emigrar para a Sibéria”. O documento se referia a esses grupos como “comedores inúteis”, uma frase usada originalmente para justificar a morte de oentes mentais no programa T4, confirmando assim que a terminologia da eutanásia havia se espalhado para esses planejadores. No entanto, se não houvesse transporte ferroviário para levá-los à Sibéria, a última opção já era duvidosa, de modo que este documento poderia ser visto como uma admissão antecipada de que a morte estava na vanguarda das intenções nazistas para a população soviética, com judeus a frente da fila. Isto é ainda confirmado por um documento de Engelhardt 13, que incluiu uma tabela de nacionalidades por cidade e país na Bielorrússia, na qual Waldemar von Poletika tinha sublinhado judeus, russos e poloneses e acrescentou uma nota marginal dizendo 'fome!' Outra parte do mesmo texto teve uma nota marginal de von Poletika dizendo que uma população de 6,3 milhões de pessoas morreria.

O planejamento da fome foi reiterado após a invasão. Em 14 de agosto de 1941, Göring "contava com grandes perdas de vida por motivos de nutrição". 14 Em 13 de novembro de 1941, Wagner confirmou que "os prisioneiros de guerra que não trabalham nos campos de prisioneiros passam fome" .15 Em novembro, Göring disse ao ministro das Relações Exteriores italiano, Ciano:
Este ano, de 20 a 30 milhões de pessoas morrerão de fome na Rússia. Talvez seja bom que isso esteja acontecendo, porque certos povos devem ser dizimados. 16
Durante o verão de 1941, a política de fome foi conjugada com uma política de fuzilamento mais ativa, parcialmente justificada pelo conceito de represália e em parte por uma 'conflação' de todos os judeus do sexo masculino com o bolchevismo. Em março de 1941, Göring dissera a Heydrich que preparasse uma advertência às tropas “para que soubessem quem, na prática, encararia o muro”.17 Em 17 de junho de 1941, Heydrich realizou uma reunião com os comandantes de unidade dos Einsatzgruppen em Berlim, dando instruções para as unidades prosseguirem após a invasão. Em 2 de julho de 1941, ele passou um resumo dessas instruções para os quatro HSSPF. Ele listou explicitamente “os judeus em posições partidárias e estatais” como um grupo a ser executado, e também pediu o incitamento aos pogroms, apelidado eufemisticamente por "tentativas de autolimpeza" (Selbstreinigungsversuchen), mas "sem traços" (spurenlos) do envolvimento alemão. .18 Essas instruções colocavam todos os homens judeus em perigo, especialmente aqueles dentro das fronteiras soviéticas anteriores a 1939, que a ideologia nazista automaticamente assumia como bolcheviques. Entre os primeiros homens na linha de fogo estavam quaisquer homens judeus instruídos, como os homens de 'Lwow' mortos na “ação de intelligentsia” do início de julho. O Einsatzgruppe C relatou que os "Líderes da intelligentsia judaica (em particular professores, advogados, oficiais soviéticos) foram liquidados". 19 O Einsatzgruppe B observou que "em Minsk, toda a intelligentsia judaica foi liquidada (professores, acadêmicos, advogados, etc., exceto pessoal médico)." 20 Lutsk, na Ucrânia, testemunhou um dos primeiros exemplos da aplicação extremamente desproporcional de represálias:
Em 2 de julho, foram encontrados os cadáveres de dez soldados alemães da Wehrmacht. Em retaliação, 1160 judeus foram fuzilados pelos ucranianos com a ajuda de um pelotão da polícia e um pelotão da infantaria. 21
Os alemães não reconheceram o conceito de "proporcionalidade" que se aplica às represálias no direito internacional, o que exige que "Atos feitos por meio de represálias não devem, no entanto, ser excessivos e não devem exceder o grau de violação cometido pelo inimigo”. 22 Em outubro, um líder militar, Reichenau, pedia uma "dura, mas justa expiação do Untermenschentum judeu" .23 Os nazistas desejam vingar-se contra os judeus, portanto, convergiram, no Oriente, com uma cultura militar em que as ações de vingança já estavam inclinadas para buscar soluções totais ilimitadas. 24 Esse contexto é totalmente ignorado por MGK e sistematicamente deturpado pelos negadores que discutem a política de represália. 25

Notas:

[10] Aktennotiz über Ergebnis der heutigen. Besprechung mit den Staatssekretären über Barbarossa, 2.5.41, 2718-PS, IMT XXXI, pp.84-85; cf. Alex J. Kay, ‘Germany's Staatssekretäre, Mass Starvation and the Meeting of 2 May 1941’, Journal of Contemporary History, 41/4, October 2006, pp.685-700.

[11] Rosenberg, Allgemeine Instruktion für alle Reichskommissare in den besetzten Ostgebieten, 8.5.41, 1030-PS, IMT XXVI, pp.576-80.

[12] Wirtschaftspolitische Richtlinien für die Wirtschaftsorganisation Ost vom 23.5.1941, erarbeitet von der Gruppe Landwirtschaft, 23.5.41, EC-126, IMT XXXVI, pp.135-57.

[13] Eugen Freiherr von Engelhardt, Ernährung- und Landwirtschaft, p.11, NARA T84/225/1595914. Document was first discussed in Bernhard Chiari, ‘Deutsche Zivilverwaltung in Weissrussland 1941-1944. Die lokale Perspektive der Besatzungsgeschichte’, Militärgeschichtliche Mitteilungen 52, 1993 and most extensively in Christian Gerlach, Kalkulierte Morde. Die deutsche Wirtschafts- und Vernichtungspolitik in Weißrußland 1941 bis 1942. Hamburg: Hamburger Edition, 1999, pp.57-8.

[14] Verbindungsstelle d. OKW/WiRüAmt beim Reichsmarschall, Wirtschaftsauszeichungen für die Berichtszeit vom 1-14.8.41 (u.früher), NARA T77/1066/1062; cf. Christopher R. Browning, 'A Reply to Martin Broszat regarding the Origins of the Final Solution', Simon Wiesenthal Center Annual 1, 1984, pp.113–32.

[15] AOK 18 Chef des Stabes, Merkpunkte aus der Chefbesprechung in Orscha am 13.11.41, NOKW-1535.

[16] Czeslaw Madajczyk (ed), ‘Generalplan Ost’, Polish Western Affairs III/2, 1962, pp.391-442

[17] Browning, Path, p.236, citing Secret file note Heydrich (CdS B Nr. 3795/41), 26.3.41, RGVA 500-3-795, fols. 140-42.

[18] Heydrich an Jeckeln, von dem Bach-Zelewski, Prützmann, and Korsemann, 2.7.41, RGVA 500-1-25; cf.Peter Klein, ed. Die Einsatzgruppen in der besetzten Sowjetunion 1941/42. Die Taetigskeits-und Lageberichte des Chefs der Sicherheitspolizei und des SD. Berlin: Edition Heinrich, 1997, pp.319-28.

[19] EM 13, 5.7.41.

[20] EM 32, 24.7.41.
[21] EM 24, 16.7.41.

[22] Michael A. Musmanno, U.S.N.R, Military Tribunal II, Case 9: Opinion and Judgment of the Tribunal. Nuremberg: Palace of Justice, 8.4.48, pp.106-108, citing the British Manual of Military Law, paragraph 459

[23] AOK 6 Verhalten der Truppe im Ostraum, 10.10.41, published in Gerd R. Ueberschär and Wolfram Wette(eds), “Unternehmen Barbarossa”. Der deutsche Überfall auf die Sowjetunion. Frankfurt am Main, 1991, p.285ff.

[24] Isabel V. Hull, Absolute Destruction. Military Culture and the Practices of War in Imperial Germany. London, 2005

[25] For an attempt by two deniers to whitewash the reprisal policy, falsely claiming that “most of the German reactions were totally covered by international law”, see ‘Dipl.-Chem.’ Germar Rudolf and Sibylle Schröder, ‘Partisan War and Reprisal Killings’, The Revisionist 1/3, 2003, pp.321-330: http://www.vho.org/tr/2003/3/RudolfSchroeder321-330.html.
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Fonte: trecho entre as pág. 95-98 do Paper/Documento produzido pelo Holocaust Controversies (blog);
Título: "Belzec, Sobibor, Treblinka. Holocaust Denial and Operation Reinhard. A Critique of the Falsehoods of Mattogno, Graf and Kues"
Tradução: Roberto Lucena

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Volks denunciada por colaborar com a ditadura militar

A quem quiser ler mais sobre o caso da Volkswagen colaborando com a ditadura (1964-1985) na prática de tortura e perseguição, colocarei o link da matéria da DW sobre o caso abaixo.

Mas pra adiantar algo do vídeo da TVT, que foi colocado no site Viomundo (o resto da matéria está no site em forma de print, não dá pra copiar texto), pois o caso não tem nada a ver com o escândalo com as denúncias que saíram recentemente da Volks nos EUA sobre fraude, e considero este caso muito mais grave que o que saiu sobre os EUA pois envolve até participação de criminoso nazista foragido, abrigado na Volks do Brasil, e que ajudou a montar o aparato de repressão na empresa (o caso Franz Stangl, link2, comandante de Sobibor e Treblinka), e o caso não foi escândalo fora; no vídeo há uma listagem de várias empresas envolvidas com a ditadura e que também deverão ser alvos de reparação, incluindo várias empresas brasileiras conhecidas (assistam o vídeo pra ver a lista, que não é definitiva, estão coletando provas sobre as empresas).

Aqui o vídeo:


Só não citaram no vídeo o caso conhecido do jornal Folha de São Paulo, e o fornecimento de carros pra caça a opositores, que tive dificuldade de localizar numa busca rápida, exceção do site DCM (Diário do Centro do Mundo).

Segue o trecho da matéria do DCM que relata resumidamente a participação ativa do jornal Folha de São Paulo com a ditadura (o mesmo jornal que já tentou relativizar a ditadura chamando-a de "ditabranda"), porque a verdade deve ser ressaltada: quem criou o clima de conspiração, tramoia e deu todo o aval às arbitrariedades do regime de 64 até a abertura e redemocratização do país, e atuam até hoje com uma cultura policialesca, grosseira, autoritária e golpista (bananeira), não foram os militares, mas sim boa parte da elite empresarial do país (principalmente os grandes grupos jornalísticos de SP e Rio) e sua visão antidemocrática de mundo (herança cultural ibérica), e esses grupos jogam toda a culpa do regime pro lado militar pra tirar o "deles" da reta (expressão brasileira).

Este grupo empresarial da mídia (elite) que vem desde 1964, ou antes, adora posar de "refinado", mas de refinados nunca tiveram nada, são a mais pura expressão do atraso cultural e político do país, subserviência a interesses externos em detrimento do desenvolvimento do país e aprofundamento do regime democrático etc, cujo representante maior é a Grande Mídia brasileira.

Por sinal, esta Comissão Nacional da Verdade (link oficial) foi falha com essa questão da mídia. Também foi falha na apuração da presença de nazistas no país e o possível envolvimento com a ditadura, cheguei a alertar e reclamar isso a eles no espaço que é dado pra comentários e sugestões sobre a mesma, mas pelo visto a sugestão (pedido) foi ignorado.

A Comissão também foi falha na apuração de crimes além dos crimes políticos (em sua parte já bastante conhecidos) pois o número oficial de vítimas da ditadura sempre foi baixo porque sempre usaram o número de mortos políticos como "número oficial", mas o número é muito maior. Pelo menos essa foi a impressão que tive.

Saiu matéria sobre a morte de indígenas na ditadura e a coisa sobe pra casa dos mais de 8 mil
Construção de rodovias no governo militar matou cerca de 8 mil índios
Como a Ditadura Militar matou 8 mil índios na Amazônia (Aí constam os links dos documentos da apuração)

O que já coloca a coisa no patamar das outras ditaduras sanguinárias da América do Sul, planejadas na Casa Branca (EUA). Eram regimes fantoches dos Estados Unidos, como era a ditadura antiga do Egito (e pode se considerar a atual) e outras.

Trecho sobre a Folha de São Paulo e a sua cooperação com a ditadura:
O apoio da mídia à ditadura se manteria enquanto os militares foram fortes para beneficiar seus donos.

A campanha da Folha pelas eleições diretas só veio quando a ditadura cambaleava: politicamente, a insatisfação galopava, e a economia era um caos insustentável.

Antes, Octavio Frias se comportara de maneira bem diferente. Cedera carros da Folha para a caça a opositores da ditadura, o que o levou a temer ser justiçado como outro empresário que fez o mesmo, Henning Albert Boilesen, da Ultragás.

Frias mostrou também sua combatividade seletiva quando, depois de uma crônica de Lourenço Diaféria que dizia que o povo mijava na estátua do Duque de Caxias, patrono do Exército, recebeu uma ordem de um general para afastar o diretor de redação Claudio Abramo.

Afastou – não um mês, uma semana, um dia depois. Afastou na hora. Covardemente, ainda mandou retirar seu próprio nome – dele, Frias — da primeira página do jornal como “diretor responsável”.

Pôs o de Boris Casoy, escolhido para substituir Claudio por causa de seus notórios vínculos com a ditadura. Boris foi integrante do Comando de Caça aos Comunistas, o CCC. Não sabia escrever, mas isso era um detalhe.

Depois, quando a ditadura desabava, Frias autorizou valentemente a campanha das Diretas Já, tão enaltecida como nascida da grandeza de Frias ainda hoje por jornalistas de renome como Clóvis Rossi.
Fonte: DCM
Título: A imprensa e o golpe de 64
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-imprensa-e-o-golpe-de-64/

A matéria da Volks na DW (Deutsche Welle, Alemanha):
Volkswagen é denunciada no Brasil por crimes da ditadura
http://www.dw.com/pt/volkswagen-%C3%A9-denunciada-no-brasil-por-crimes-da-ditadura/a-18731370

E um adendo: eu não tenho/tive parentes perseguidos pela ditadura.

Portanto, não adianta a turma do chorume, que vive delirando com coturno (fetiche?) e adora uma vassalagem com as arbitrariedades dos EUA encher meu saco com esse tipo de ataque, devaneios sobre Cuba etc. No fundo, essa turma do fetiche com coturno é quem ridiculariza a imagem das Forças Armadas (não é a esquerda que faz isso), além de criar um ambiente tenso e contaminado com as paranoias de guerra deles, num culto eterno à Guerra Fria (que acabou, a ordem mundial é outra faz tempo).

Eu diria que sou até mais intolerante, duro, com o que houve no passado (e filhotes da ditadura, mídia vendida do país alinhada aos EUA) do que o pessoal que foi perseguido, por uma questão de justiça e democracia.

Já vi gente que diz que foi perseguida tolerar/aturar cultuador de ditadura, comigo esse tipo de postura não aconteceria nunca, acho inclusive algo repulsivo. Não quero criticar ou condenar quem, no calor da época, acabou servindo o regime por não entender o que se passava (não saber o que se sabe hoje), tem militares críticos ao que houve etc, devem ser respeitados e ressaltados por essa postura. Mas quem tem fetiche com isso (um dos períodos mais obscuros do país e que tem reflexos negativos até hoje vide o oligopólio de mídia que há no país imbecilizando o povo), deveria procurar um analista.

Os golpistas civis da UDN derrubaram o governo legítimo João Goulart por safadeza, rapinagem, vassalagem (submissão aos EUA, venderam-se), burrice, uma confraria de canalhas liderada por aquele corvo vendilhão, desprovido de caráter e intelecto (Carlos Lacerda) conspirando contra o país, não são nem nunca foram patriotas esses filhotes da UDN.

Tem sempre algum imbecil que acha que toda pessoa que toma posição no país sobre essas questões tem vínculo com "isso ou aquilo", pois na cabeça doente dessas pessoas ninguém "teria" cabeça (consciência, entendimento) pra pensar por conta própria, projetam suas fraquezas de caráter e de intelecto nos outros. Por isso tenho um profundo desprezo deste tipo de pessoa, porque na melhor das hipóteses quem se porta assim seria no mínimo um idiota.

A apuração do passado podre do país é uma questão de justiça e memória, algo civilizatório, até pra aprimorar a consciência cívica do povo e consciência nacional (democrática), apesar da histeria e riso das hienas da barbárie (a turma liberaloide, boa parte dos ditos liberais do país sempre tramaram contra a democracia, o país e o povo) que ficam enchendo o saco atacando qualquer ação civilizatória no país como aquelas que saem em "micaretas" da extrema-direita, em turba, sem nem saber o que está por trás desses movimentos "apartidários". Quem tem medo de encarar o passado no mínimo tem rabo preso com a sujeira que houve. Se não tem, então não passa de cretinice adquirida, coisa que tem cura pois ninguém nasce cretino (é um comportamento, transitório ou não). Esse negócio de citar ditadura do leste europeu, URSS etc pra trivializar o que é feito (foi feito) no país já passou dos limites faz tempo.

sábado, 20 de setembro de 2014

Descobrem câmaras de gás no campo de extermínio de Sobibor numa escavação arqueológica

Escavações no local em 2009.
Foto: Yad Vashem
AJN.- "Este descobrimento tem uma grande importância na investigação do Holocausto", disse o Dr. David Silberklang, investigador do Yad Vashem.

Aproximadamente 250.000 judeus foram assassinados nesse lugar, o qual os nazis demoliram e cobriram com árvores para encobrir seus crimes. Também se encontraram bens pessoais das vítimas.

Uma escavação arqueológica na Polônia descobriu a localização das câmaras de gás no campo de extermínio de Sobibor, anunciou hoje o Yad Vashem, segundo o jornal israelense The Jerusalem Post.

Cerca de 250.000 judeus foram assassinados em Sobibor, mas em 14 de outubro de 1943, uns 600 presos se rebelaram e escaparam brevemente. Entre 100 e 120 prisioneiros sobreviveram à revolta e 60 deles à guerra. Depois do levante do campo, os nazis arrasaram a zona e plantaram pinheiros para ocultar seus crimes.

A escavação arqueológica no lugar, que é conduzida por uma equipe internacional de especialistas desde 2007, descobriu milhares de pertences pessoais dos presos, incluindo joias, perfumes, medicamentos e utensílios.

Esta semana foi descoberto um poço que foi utilizado pelos prisioneiros do Campo 1, onde ocorreu a revolta. Esses também continham objetos pessoais que pertenciam a prisioneiros judeus já que os guardas alemães haviam arrojado basura nele quando o lugar estava sendo destruído.

O Dr. David Silberklang, investigador do Instituto Internacional para Investigação do Holocausto, do Yad Vashem, disse: "O descobrimento da localização exata das câmaras de gás no Campo de Sobibor tem uma grande importância para a pesquisa do Holocausto".

Além disso, acrescentou que era importante entender que "não há restos de nenhum judeu que trabalhou na área das câmaras de gás, e portanto, esses resultados são os únicos que restaram dos que foram assassinados".

Fonte: AJN (espanhol)
http://www.prensajudia.com/shop/detallenot.asp?notid=39513
Tradução: Roberto Lucena

Ver mais:
Escavações revelam câmara de gás em campo de concentração na Polônia (blog A Vida no Front)

Mais detalhes em:
Archaeologists unearth hidden death chambers used to kill a quarter-million Jews at notorious camp (Washington Post, EUA)
Archeological Digs Reveal Sobibór Gas Chambers (Yad Vashem)
Archaeological Excavations at Sobibór Extermination Site


sexta-feira, 20 de junho de 2014

Conversas com o carrasco: Franz Stangl, comandante de Treblinka (livro de Gitta Sereny)

Franz Stangl
Poucos foram os responsáveis dos campos de extermínio e concentração alemães que tiveram que responder por seus atos ante tribunais posteriormente com o fim da Segunda Guerra Mundial. A maioria deles havia morrido ou havia se suicidado para evitar a responsabilidade judicial e moral pelo ocorrido. Foi o caso do primeiro escalão de figuras do regime nazi (Hitler, Himmler, Göring...). Foi no segundo escalão de autoridades alemãs onde a justiça dos aliados pode se exercer durante os chamados Julgamentos de Nuremberg. O caso mais destacado, que já tratamos, foi o de Rudolf Höss, comandante de Auschwitz, executado em 1947. Nos anos 60 dois casos de responsáveis foragidos, e refugiados na América do Sul, voltou a atrair a atenção da opinião pública perante o tema das responsabilidades graças a sua prisão e julgamento.

O primeiro foi o de Adolf Eichmann, sequestrado na Argentina por um comando dos serviços de inteligência israelense e condenado a morte em Israel em 1962. O caso atraiu a maioria dos jornalistas, entre eles Hannah Arendt a quem escreveria um memorável livro convertido em "guia" para tratar de compreender a natureza do mal que se aloja nos responsáveis do extermínio de milhões de pessoas nos campos de concentração. O segundo caso, o que nos ocupa aqui, foi o de de Franz Stangl, comandante de Treblinka, cuja detenção no Brasil, depois de ter residido um tempo em Damasco, ocorreu em 1967, sendo extraditado para Alemanha. O caso de Stangl se converteu na Alemanha no equivalente midiático do caso Eichmann em Israel.

Durante o período de detenção de Stangl, uma jornalista, Gitta Sereny, teve acesso ao prisioneiro, realizando uma série de entrevistas que serviram de base para a elaboração deste livro. Sereny, nascida na Europa central em 1929 havia colaborado com a resistência francesa, trabalhado em campos de refugiados e colaborado com a ONU na ajuda a crianças refugiadas. Sua vinculação com Stangl - a própria autora explica no prefácio -, surgiu como consequência do fato do interesse pelo qual o tema despertou nos anos 60 entre a população na Alemanha e no resto do mundo, (e sobretudo nas novas gerações que não haviam vivido a guerra diretamente), plantava problemas de difícil resolução: "O que em certo modo segue sendo incompreensível para eles é, como isto pode ocorrer? Como homens podem cometer os atos que cometeram? Como puderam as vítimas "se deixar" maltratar? E como pode o resto do mundo deixar conscientemente que aquilo ocorresse?" (Gitta Sereny, "Desde aquella oscuridad", "Into That Darkness: An Examination of Conscience" pag. 18).

Essas eram as mesmas perguntas que ela carregava desde a guerra: como eram realmente os criminosos responsáveis pelo genocídio e extermínio de milhões de pessoas? Sob essa necessidade de conhecer a natureza do mal existiam já poucas possibilidades de encontrar a um responsável de mais alta patente que Stangl: "Antes que fosse tarde demais, eu pensava, era essencial penetrar na personalidade de ao menos uma das pessoas vinculadas intimamente neste Mal absoluto." (pág. 12). Tinha que conhecer sua vida cotidiana, sua infância, sua família, tudo o que servisse para discernir "até que ponto o mal nos seres humanos é fruto de seus genes e até que ponto é fruto de sua sociedade e seu entorno" (pág. 12). Era evidente para a autora o perigo da justificação que poderia surgir de uma tarefa assim: haver do carrasco uma vítima do sistema, da sociedade.

Stangl havia tentado a princípio aproveitar sua entrevista inicial para dar corda para as típicas justificativas que tantas vezes havia se utilizado: de que as ordens vinham de cima, que ele só obedecia, que eram situações lamentáveis e produto da guerra... Sereny incutiu em Stangl a necessidade de ir mais além dessas palavras vazias ("Eu não desejava discutir a bondade ou maldade de tudo isso", pág. 30), o que se propôs é se aprofundar em sua realidade, em sua psicologia e em sua vida para "encontrar uma certa verdade entre ambos, uma nova verdade que contribuísse para a compreensão de coisas que até então não havia se compreendido" (pág. 31). Sob essa perspectiva, o livro de Sereny se inicia com o relato da infância de Stangl sob a férrea disciplina de um pai oficial do exército austro-húngaro, seus hobbies - tocar cítara - ou seu início na polícia austríaca - incluindo o episódio no qual ele mereceu uma condecoração por acabar com um grupelho nazi no período anterior ao Anschluss, o que também lhe criou mais de uma preocupação posterior -. Seu casamento é um ponto-chave em sua biografia, pois Sereny nos mostra um homem que "mais além daquilo que havia se convertido, era capaz de amar" (pág. 55). Junto aos conflitos morais que padeceu Stangl devido à moral católica inculcada por sua mãe, seus principais problemas surgiram sempre ao tratar de distanciar sua esposa, fervorosa católica, do que era a realidade de ser comandante de um campo de extermínio. Precisamente Sereny segue sua investigação depois da morte de Franz Stangl, com entrevistas com sua viúva no Brasil e a outras testemunhas sobreviventes dos campos. O resultado é o retrato de um homem devorado pela ambição, superado por suas obrigações, mas em todo momento consciente da realidade criminosa na qual estava implicado: o programa de eutanásia e os campos de extermínio de Sobibor e Treblinka. Não há dúvida de que sua experiência na polícia austríaca lhe foi útil para seu trabalho de extermínio, mas também para ser consciente da diferença entre o bem e o mal, o que lhe leva a um certo reconhecimento de sua culpa: "Deveria ter morrido. Essa foi minha culpa". (pag. 548).

O livro, em definitivo, trata de mostrar a verdadeira natureza daqueles criminosos do Estado nacional-socialista, que longe de serem "monstros", podiam passar por pessoas normais, pais de família, profissionais competentes, cujo aspecto mais obscuro só era possível tornar evidente ao concluir o conflito bélico e serem julgados. Sereny conclui que "um monstro moral não nasce" (pág. 551) senão que a essência da pessoa se constrói a partir de um núcleo que "é profundamente vulnerável e dependente de certo clima de vida" (pág. 552). Mas além da natureza do mal, a autora aprofunda outros temas também destacados na introdução: como pode ser que o resto do mundo não reagisse? Neste sentido Sereny indaga na implicação da Igreja Católica na ocultação de criminosos nazistas durante os primeiros meses do pós-guerra, assim como no silêncio durante a guerra.

Definitivamente, "Desde aquella oscuridad", é uma obra imprescindível para se aproximar da responsabilidade moral do indivíduo e da coletividade, nos processos de crimes em massa, conhecer até que ponto o indivíduo atua de acordo com sua liberdade de decisão, ou é prisioneiro de um compromisso, ainda que seja criminoso, com a sociedade que o rodeia e o influencia.

PARA CONSULTAR AS TAGS DESTA OBRA: DESDE AQUELLA OSCURIDAD

Título do livro em espanhol: Gitta Sereny, Desde aquella oscuridad. Conversaciones con el verdugo: Franz Stangl, comandante de Treblinka, Edhasa, 2009.

Fonte: extraído do blog El Viento en la Noche (Espanha)
http://universoconcentracionario.wordpress.com/libro-del-mes-recensiones/gitta-sereny-desde-aquella-oscuridad/
Título original: Gitta Sereny: Desde aquella oscuridad (título em inglês: Into That Darkness: An Examination of Conscience)
Tradução: Roberto Lucena

Observação: ler no final deste post uma opinião sobre Hannah Arendt e essa ideia de "banalidade do mal". Há quem concorde com a ideia, tanto que é repetida ou citada por muita gente, mas em geral (pelo que já vi), repetem a coisa sem refletir o significado da ideia, que acho meio torta (opinião pessoal).

Não sou muito simpático a "ideia" que a Hannad Arendt elaborou sobre a ação desses nazistas, há uma ação consciente, lógica, fria, mecânica (é isso que pode assustar muita gente) de como operam o extermínio conduzidos por crenças racistas profundas ais quais se guiam e/ou absorvem. Também não gosto desses "psicologismos" para entender que alguém que quer matar, mata, sem precisar "fazer" essas reflexões "profundas" sobre moral ou conduta. Acho até tolice esse tipo de indagação, por isso que estou fazendo esse comentário à parte do texto acima.

Alguém com uma moral não muito sólida (torta), se encontrar facilidades (ou um meio que propicie isso e que não ache "nada demais" certos atos criminosos extremos como: matar) para praticar atos que sejam moralmente condenáveis, cometerá. Na verdade esses "psicologismos" mais ajudam a criar 'nuvens' moralistas sobre a questão do genocídio do que ajudam a explicar e entender o problema.

Prum nazista que achava que judeus não eram gente ou não tinham importância alguma, não seria um problema de consciência, ou moral, matar judeus (ou no caso: "se livrar" deles), mesmo que pudessem depois refletir sobre os atos que cometeram e "cair em si" (ou não). Se eles continuaram a crer que judeus não valiam nada e que fizeram o que achavam que era pra ser feito, então não se arrependeram de coisa alguma.

Também não me convence o que ela descreve como 'consciência de culpa' dele sobre os atos que cometera, se ele tivesse isso não haveria fugido pra ficar impune, é incoerente o que ele afirma com sua própria conduta no pós-guerra. Por isso que, como disse acima, odeio esses "psicologismos".

E uma observação dentro da observação, em virtude de aparecer muita gente religiosa "entusiasmada" com esses assuntos só por conta de "crença religiosa", só que não compartilho dessa visão de mundo deles ou de como eles interpretam essas questões. Há um problema nisso: essas pessoas em geral tentam impôr a forma de "pensar" não respeitando que outras pessoas não concordem com essa visão religiosa, e isso gera conflitos e atritos. Curiosamente os "revis" fazem esse tipo de "acusação" quando no fundo os religiosos são eles. Não a toa que tem aparecido sistematicamente matérias sobre intolerância religiosa no país que podem descambar, invariavelmente, prum conflito maior. Não estou nem um pouco propenso a ser tolerante com esse tipo de postura de fanatismo religioso, pois há uma certa tendência de grupos religiosos circularem em torno de assuntos relacionados a judeus e Israel, a meu ver de forma equivocada, só que o assunto nazismo e segunda guerra não se restringe à questão judaica, apesar da relevância do antissemitismo no racismo nazista e das chacinas citadas. Nazismo é um tipo de fascismo ou de extremismo de direita, essas pessoas tratam o nazismo achando que os outros fascismos e regimes de exceção de direita (o Brasil teve dois) são coisas "toleráveis" ou aceitáveis, algo que além de ser equivocado, é uma forma distorcida de entender esses assuntos.

Mas voltando ao assunto anterior, não sei se é porque a gente acaba de certa forma não se 'assustando' mais com a monstruosidade dos nazistas (não se assustar é diferente de concordar, mesmo não se assustando o tamanho da barbárie nazi continua monstruosa) que acaba se aborrecendo fácil com as famosas indagações de "como isso foi possível", e ficando um pouco intolerante com esse tipo de "pergunta".

Mas há também um problema de como esse assunto continua sendo abordado por alguns seguimentos como se o mundo atual fosse o mesmo de 50 anos atrás, e isso provoca inevitavelmente problemas pois coloca o evento da segunda guerra como algo à parte do que se passa no mundo atualmente ou desconectado de outras questões.

Como isso foi possível? É só ver os neonazis chegando ao poder na Ucrânia atualmente, ou os fascistas sendo os mais votados na França pro parlamento europeu, ou os massacres no Iraque, a invasão do Iraque etc. Como é constatável, um monte de coisas têm sido possíveis contra a vontade de A, B ou C, então é algo meio banal a tal pergunta "como foi possível".

De qualquer forma, esse registro é um documento importante dos relatos do carrasco de Treblinka.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

O fim da história para Claude Lanzmann (Documentário)

Vasco Câmara, em Cannes. 18/05/2013 - 15:20

Com Le Dernier des Injustes, um dos filmes mais aguardados em Cannes, o realizador do Shoah regressa aos campos nazis e ao debate sobre o papel que os judeus tiveram no seu próprio extermínio. Fora de competição.

Vídeo. O fim da história para Claude Lanzmann

O novo documentário inclui a entrevista ao
rabino Benjamin Murmelstein, feita em 1975 DR
O “climax da crueldade” da Solução Final chamou-se Theresienstadt, campo de concentração que o regime nazi vendia aos americanos, à Cruz Vermelha e aos judeus alemães como um “campo modelo”, cidade que o führer lhes doava. Na panóplia de instrumentos de crueldade, a mentira era uma forma de esconder o crime e de os próprios criminosos aceitarem, através da camuflagem da linguagem, o crime que iam cometer.

Dentro de Theresienstadt desenrolou-se uma “história louca”, a que o cineasta Claude Lanzmann, 87 anos, regressa com Le Dernier des Injustes, um “documentário magistral” que faz a capa da edição deste sábado do diário francês Libération, na véspera da sua apresentação no Festival de Cannes. Com o documentário de mais de três horas e meia o cineasta regressa a uma personagem que filmara em 1975 para o seu monumento de nove horas chamado Shoah: Benjamin Murmelstein, Grande Rabino de Viena durante a ocupação, que Adolf Eichmann, o chefe da logística de extermínio, nomeou em 1944 para liderar o Conselho Judeu do campo e executar os seus planos. Tudo numa invenção perversa do regime que obrigava os responsáveis de um gueto a executarem as ordens alemãs e, concretamente, a fazerem a lista dos deportados para o extermínio.

Muitos foram mortos nos campos, houve os que se suicidaram e os que, como Murmesltein, foram acusados no final da Guerra de colaboração, de terem negociado com o Diabo – antigos prisioneiros de Theresienstadt apontaram o dedo ao rabino. Julgado em 1946, considerado inocente, Murmesltein retirou-se para Roma, onde Lanzmann o entrevistou. Esse material, que não ficou na versão final de Shoah e foi entregue ao Museu do Holocausto em Washington, é a base de Le Dernier des Injustes (era a designação que Murmesltein dava a si próprio).

“Estive muito consciente das contradições selvagens em que se encontravam estas pessoas que não se tinham voluntariado para este trabalho, que tinham sido escolhidas pelos alemães que, quando não encontravam gente suficiente, as apanhavam na rua”, diz Lanzmann na longa entrevista ao jornal francês, que anuncia na capa “Lanzmann – um filme testamento”. “Quis mostrar que estes supostos colaboradores judeus não eram colaboradores. Eles nunca quiseram matar judeus, não partilhavam a ideologia dos nazis, eram uns infelizes sem esperança.”

Com Claude Lanzmann – e, tal como ele, contra o que escreveu a filósofa Hannah Arendt sobre a responsabilidade e colaboração dos judeus na sua própria morte – está Annete Wieviorka, especialista na história dos judeus no século XX. Diz ela no dossier do Libération: “A grande perversidade do nazismo foi confiar a administração de uma população aos que estavam destinados a ser assassinados.”

Le Dernier des Injustesé, concorda Lanzmann, uma forma de encerrar a sua história com o Holocausto, depois de Shoah, Sobibor, 14 Octobre 1943 (já um filme contra a ideia da passividade dos judeus perante a máquina de extermínio) ou Le Rapport Karski.

O dispositivo do novo documentário que o realizador leva a Cannes inclui a entrevista a Benjamin Murmelstein, feita em 1975, e imagens do cineasta hoje, nos lugares que já fizeram parte da sua odisseia, como Theresienstadt, cidade checa a uma hora de Praga. Para o Libération, o filme termina com um gesto simbólico de reabilitação: Lanzmann, ainda em 1975, nas ruas de Roma com Murmesltein, um abraço de afecto. É o fim da sua história.

Fonte: Público (Portugal)
http://www.publico.pt/cultura/noticia/o-fim-da-historia-para-claude-lanzmann-1594809

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Uma proposta para esterelizar 2-3 milhões de judeus

Uma proposta para esterelizar 2-3 milhões de judeus

(Foto) Himmler passando em revista a tropas na Rússia durante maio ou junho de 1942

‘(Foto) Norte da União Soviética – Reichsführer-SS Heinrich Himmler de pé num carro durante um desfile da banda da brigada montada da Divisão de Cavalaria da SS.’

Em 23 de junho de 1942 SS-Oberfuehrer Viktor Brack escreveu ao Reichsfuehrer-SS Heinrich Himmler. Ele lhe disse que tinha fornecido ao Brigadefuehrer Globocnik alguns de seus homens para ajudar com as "tarefas especiais". Globocnik foi organizar a construção e operação dos campos da morte no leste da Polônia, incluindo Sobibor. Ele tinha sido solicitado a fornecer mais homens por causa da necessidade de velocidade com a tarefa.
Brigadefuehrer Globocnik pressionou com a opinião de que toda a ação contra os judeus fosse realizada tão rapidamente de qualquer maneira possível, para que não ficássemos um dia parado no meio da ação em caso de qualquer tipo de dificuldade que obrigasse a interromper a ação. Você mesmo, Sr. Reichsfuehrer, expressou a opinião para mim em um momento anterior de que se deve trabalhar o mais rápido possível, mesmo que por motivos de ocultação.
Entretanto o SS-Oberfuehrer Brack tinha ouvido falar dos que enfrentam escassez de trabalho no Reich e ele tinha uma outra idéia sobre como os judeus deveriam ser usados - para o "trabalho forçado". Ele achou que tinha encontrado uma maneira de fazer isso que consistisse com a idéia de exterminar todos os judeus da Europa:
De acordo com minha impressão, há pelo menos 2-3 milhões de homens e mulheres bem aptos para o trabalho entre os aproximadamente 10 milhões de judeus europeus. Tendo em conta as dificuldades excepcionais colocados para gente com a questão da força de trabalho, eu sou da opinião que estes 2-3 milhões devam, em qualquer caso, serem removidos e mantidos vivos.

É claro que isso só pode ser feito se eles forem ao mesmo tempo incapazes de se reproduzir. Relatei-lhe cerca de um ano atrás, que as pessoas sob minha instrução concluíram as experiências necessárias para que isto possa ser feito. Eu gostaria de trazer esses fatos novamente. O tipo de esterilização que é normalmente levada a cabo em pessoas com doença genética está fora de questão, neste caso, uma vez que leva muito tempo e é cara.

A castração por meio de raios-X, contudo, não só é relativamente barata, mas pode ser realizada em muitos milhares deles em um tempo muito curto. Eu acredito que se tornou irrelevante no presente momento se as pessoas afetadas, em seguida, no decorrer de algumas semanas ou meses, perceberem pelos efeitos do experimento que são castradas.

No evento, Sr. Reichsfuehrer, em que você decidir escolher estes meios no interesse de manter o trabalho forçado, o Reichsleiter Bouhler estará pronto para proporcionar aos médicos e outros profissionais necessários para que eles realizem este trabalho. Ele também me instruiu para informar a você que eu deveria então encomendar o equipamento necessário, o mais rapidamente possível.

Heil Hitler!

Saudações

VIKTOR BRACK
Carta do SS-Oberfuehrer Brack ao Reichsfuehrer-SS Himmler, 23 de junho de 1942

Ver Document on the Holocaust: Selected Sources on the Destruction of the Jews of Germany and Austria, Poland, and the Soviet Union – Editado por Y. Arad.


Foto de Viktor Brack como réu no Julgamento dos Médicos em Nuremberg. [Fotografia ##07333]. Brack foi condenado em 1947 e executedo em junho de 1948.

Fonte: site w2today.com (trecho do livro citado acima)
http://ww2today.com/23rd-june-1942-a-proposal-to-sterilize-2-3-million-jews
Tradução: Roberto Lucena

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Arqueólogo israelense faz escavações em campo de extermínio nazista

(AP) KIRYAT MALACHI, Israel - Quando o arqueólogo israelense Yoram Haimi decidiu investigar a história não conhecida de sua família no Holocausto, ele foi de encontro para a habilidade que ele conhece melhor: Começou a escavar.

Depois de saber que dois de seus tios foram assassinados no infame campo de extermínio de Sobibor, ele embarcou em um projeto de escavação, que está para brilhar uma nova luz sobre o funcionamento de uma das mais notórias máquinas de matar nazistas, incluindo a identificando a localização das câmaras de gás onde centenas de milhares foram assassinados.

Sobibor, no leste da Polônia, talvez marque o exemplo mais vivo da “Solução Final”, a trama nazista para exterminar os judeus europeus. Ao contrário de outros campos que tinham pelo menos a fachada de ser uma prisão ou campo de trabalho, Sobibor e os campos vizinhos de Belzec e Treblinka foram projetados especificamente para exterminar os judeus. As vítimas eram transportadas para lá em vagões de gado e gaseados até a morte quase que imediatamente.

Mas a pesquisa em Sobibor tem sido difícil. Depois da revolta no campo em Outubro de 1943, os nazistas o desativaram e enterraram, replantando sobre ele para poder encobrir os seus rastros.

Hoje, altas árvores cobrem a maior parte das terras do antigo campo. Como sobraram tão poucos sobreviventes – somente 64 eram conhecidos – nunca houve layout original do campo, onde acredita-se que cerca de 250.000 judeus foram assassinados em um período de 18 meses. Da memória desses poucos sobreviventes e da pouca documentação alemã, os pesquisadores tiveram uma compreensão apenas limitada de como o campo operava.

“Eu sinto que sou um investigador em um laboratório criminal forense”, disse Haimi, 51, esta semana perto de sua casa no sul de Israel, antes de partir para outra escavação na Polônia. “Afinal de contas, é um local de assassinato”.

Em mais de cinco anos de escavações, Haimi foi capaz de remapear o campo e desenterrou milhares de itens. Ele não encontrou nada sobre sua família, mas em meio aos dentes, fragmentos de ossos e cinzas, através da qual ele tem peneirado, ele recuperou jóias, chaves e moedas que ajudaram a identificar algumas das vítimas sem nomes de Sobibor.

A grande concentração de cinzas levou a estimar que mais de 250.000 judeus foram mortos em Sobibor, na verdade.

“Devido à falta de informações sobre Sobibor, cada pequeno pedaço de informação é significativo”, disse Haimi. “Ninguém sabia onde estavam as câmaras de gás. Os alemães não queriam que ninguém descobrisse que estavam lá. Mas graças ao que temos feito, eles não conseguiram.”

A peça mais importante até agora, disse ele, foi uma etiqueta de identificação de metal com o nome de Lea Judith de la Penha, uma menina judia de 6 anos da Holanda que estava confirmada como morta em Sobibor no Memorial do Holocausto Yad Vasem em Israel.

Haimi a chama de “símbolo de Sobibor”.

“Os alemães não discriminavam. Eles matavam as garotinhas também”, disse ele. “Essa coisa (a etiqueta) tem estado hà 70 anos à espera para alguém encontrá-la.”

As escavações de Haimi, apoiadas pelo Yad Vashem, poderiam servir como modelo para futuros estudiosos do Holocausto, onde os nazistas mataram cerca de 6 milhões de judeus.

“Eu acho que o uso da arqueologia oferece a possibilidade de nos dar informações que não tínhamos antes”, Deborah Lipstadt, uma proeminente historiadora americana do Holocausto da Universidade de Emory, disse: “Isso nos dá outra perspectiva de quando estamos na fase em que temos muito poucas pessoas que podem falar em primeira pessoa do singular.”

Ela disse que se os pontos de evidências arqueológicas mostram que o número de mortos em Sobibor são maiores do que se pensava, “não está fora de sincronia com outras pesquisas que se têm feito.”

Basicamente o método de Haimi é semelhante ao que ele faz em casa, onde ele faz escavações para autoridades de Israel de antiguidades no sul do país – cortar quadrados de terra e peneirar através de um filtro. Devido às difíceis condições  em Sobibor e à natureza sensível do esforço, ele também está contando com métodos não invasivos, de alta tecnologia, tais como radares de penetração no solo (GPR, nota do tradutor) e imagens de Satélites de Posicionamento Global (GPS, nota do tradutor).

Com base em restos coletados e padrões no solo, ele foi capaz de descobrir onde os nazistas colocaram postes para sustentar as cercas de arame farpado do campo.

O que o levou a seu grande avanço – o mapeamento, que os alemães chamavam de Himmelfahrsstrasse, ou “Caminho para o Paraíso”, um caminho em que os presos eram levados nus para as câmaras de gás. Ele determinou a rota pelos pólos que marcavam o caminho. À partir disso, ele determinou que tinha localizado as câmaras de gás.

Ele também descobriu que onde se pensava inicialmente que era outro acampamento, descobriu-se que era uma rota de trem interna dentro de Sobibor. Ele cavou e localizou montes de balas em locais de extermínio, utensílios de onde ele acredita que era onde se localizava a cozinha do campo e uma insígnia da suástica de um oficial nazista.

Ao longo do caminho, ele e seu parceiro polonês Wojciech Mazurek, juntamente com cerca de 20 trabalhadores, tropeçaram em milheres de itens pessoais pertencentes às vítimas: óculos, frascos de perfume, dentaduras, anéis, relógios, um boneco do Mickey Mouse, um diamente cravejado em uma correte de ouro, um par de brincos de ouro com a inscrição ER – parece ser as iniciais do proprietário – um medalhão de prata como o nome “Hanna” gravado.

Ele também descobriu uma versão única da estrela amarela que os judeus usavam obrigados pelos nazistas, feita de metal em vez de pano, que os investigadores determinaram que teve origem na Eslováquia.

Marek Bem, um ex-diretor do museu de Sobibor, disse que as primeiras escavações no local começaram em 2001, ele disse que o mapeamento dos longos 200 metros da Himmelfahrsstrasse abre a porta para olhar para as reais câmaras de gás.

“Estamos mais perto da verdade”, disse ele. “Isso nos diz para onde olhar para as câmaras de gás.”

Haimi não está autorizado a levar qualquer um dos itens para fora da Polônia, mas ele consulta regularmente o Instituto Internacional para Pesquisas do Holocausto Yad Vashem, que o ajuda a interpretar suas descobertas e lhe dá uma perspectiva histórica.

Dan Michman, chefe do instituto, disse que a pesquisa ajuda Haimi a lançar luz sobre os “aspectos técnicos” do Holocausto. Ele também concede uma visão, por exemplo, do que as pessoas escolhem para levar com eles em seus momentos finais.

“Seus detalhes são importantes e são um importante instrumento contra a negação do Holocausto. Isso não é memória, são baseados em fatos. É uma prova difícil”, disse ele.

Mas a precisão do formato é a maior contribuição de Haimi, permitindo aos pesquisadores aprender mais sobre como funcionava, disse Deborah Dwork, diretora do Strassler Family Center for Holocaust and Genocide Studies at Clark University in Worcester, Massachusetts. (Tradução literal: Centro do Holocausto e Estudos de Genocídio da Universidade Clark de Worcester, Massachusetts).

Ela disse que alguns críticos têm sugeridos que os ex-campos da morte são “sagrados” e “devem permanecer intocados”. Mas ela disse que acredita que a escavação é justificável. “Eu sinto que a nossa necessidade de conhecimento supera nossas preocupações.”

Uma vez que seu trabalho em Sobibor for concluído, Haimi espera passar para a pesquisa em Treblinka e outros campos de extermínio que foram destruídos.

Embora a arqueologia seja identificada com o estudo da história antiga, Haimi pensa que com os sobreviventes morrendo rapidamente, ela poderá em breve tornar-se um elemento-chave na compreensão do Holocausto.

“Esta será a futura ferramenta para as pesquisas do Holocausto”, disse ele.

Tradução: Leo Gott


Ver mais:
Arqueólogo procura família em campo de execução nazista (Terra)

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Câmaras de gás nos campos da Aktion Reinhard (Belzec, Sobibor, Treblinka). A cor dos cadáveres

Belzec, Sobibor, Treblinka. Negação do Holocausto e Operação Reinhard.
Capítulo 5: Câmaras de gás nos campos da Aktion Reinhard (6). Coloração dos cadáveres.

A cor dos cadáveres

Outras críticas de MGK (sigla pra Mattogno, Graf e Kues) às testemunhas da Aktion Reinhard envolve a cor dos cadáveres gaseados. [246] Para eles, pode ser tomado como uma "verdade" [247] o fato de que as vítimas do gaseamento deveriam exibir claras manchas vermelho-cereja, e como nenhuma testemunha se refere a coloração das vítimas, MGK estão "certos de que algo está errado com os testemunhos das câmara de gás". [248] Este tipo de argumentação é dúbia em sua origem, pois pressupõe um conhecimento exato de várias coisas: as circunstâncias dos assassinatos dentro das câmaras de gás, os fatores que provocam o aparecimento de uma cor "vermelho-cereja brilhante" nas vítimas de monóxido de carbono, que as vítimas gaseamento teriam que necessariamente exibir a cor vermelho-cereja, e que esta descoloração é facilmente aparente para o inexperiente olho humano.

Para sustentar tal afirmação, MGK tem que confiar na literatura médica e toxicológica sobre o envenenamento por monóxido de carbono, no entanto, para nosso conhecimento, nenhum dos quatro negacionistas (incluindo Friedrich Berg) que usa esta argumentação tem qualquer tipo de perícia médica a partir da qual julgariam ou interpretariam tal relato médico. Em sua análise superficial sobre um tema tão complicado, eles são rápidos ao tirar conclusões precipitadas seletivas sem uma apreciação plena das explicações feitas na literatura e sua aplicabilidade aos campos da Reinhard Aktion.

Um exemplo clássico dessa abordagem seletiva e defeituosa pode ser encontrada no manuseio feito por Thomas Kues de relatórios escritos por médicos judeus sobre as condições corporais dentro do gueto de Varsóvia entre 1940 e 1942. Em seu relato das circunstâncias de dentro do gueto, os médicos fornecem dados clínicos sobre os moradores que em breve seriam enviados para Treblinka, e o efeito das condições de desnutrição e fome em sua saúde física, algo que denominaram como "doença da fome". [249] Os médicos referiam-se às "hemodiluição" e de uma diminuição substancial na quantidade de hemoglobina no sangue dos judeus do gueto de Varsóvia.

Kues desonestamente apresenta o trabalho dos médicos de Varsóvia. Em seu artigo, Kues cita uma carta colocada junta como uma revisão dos resultados da autópsia das mortes por doença estritamente causadas por fome. Kues inclui a estatística de que a anemia foi encontrada em apenas 5,5% dos casos das autópsias como sendo "uma indicação de que mesmo entre os casos fatais de desnutrição, a anemia estava longe de estar sempre presente." No entanto, Kues deixa de fora uma importante declaração feita pelos médicos relacionada com a ausência da anemia nas autópsias:
Devemos enfatizar que apenas 5,5% dos casos apresentaram anemia avançada. Quantidades bastante grandes de hemossiderina são encontrados em fígados e baços, e é certo que em doenças relacionadas à fome RBCs são destruídas, mas, por outro lado, como resultado da diminuição do tamanho dos órgãos e tecidos, a quantidade de sangue deixada é suficiente para evitar os sintomas de anemia avançada. [250]
Assim, a anemia a qual Kues se refere é a anemia avançada, que foi menos presente do que formas mais leves. Kues deve perceber isso, pois ele cita relatórios dos médicos que examinam os pacientes com doença de fome abertamente afirmando que "a anemia era algo predominante."

Os pontos que os moradores do gueto sofreram com anemia e hemodiluição são muito notáveis, como eles minariam qualquer expectativa de que as vítimas da Aktion Reinhard deveriam exibir uma aparência vermelho-cereja. Uma fonte deixa este ponto explicitamente sobre as vítimas de monóxido de carbono:
Quando a vítima é anêmica a coloração ('rosa-cereja "clássica) pode ser fraca ou mesmo ausente, porque a hemoglobina presente é insuficiente para exibir a cor. Em vítimas racialmente pigmentadas a cor pode, obviamente, ser mascarada, embora ainda possa ser vista na face interna dos lábios, das unhas, língua e palmas das mãos e nas solas dos pés e mãos. Ela também é vista dentro das pálpebras, mas raramente na esclera. [251] (grifo nosso)
Assim, num artigo médico descrevendo uma circunstância que era aplicável às vítimas do gueto (com hemoglobina insuficiente), o aparecimento da coloração vermelho-cereja dificilmente era esperado para ser perceptível ("fraco ou mesmo ausente"). Entre outros pontos, os relatórios detalham o estado horrendo dos "sistemas circulatório e respiratório" dos judeus [252] A sua pobre saúd a esse respeito foi certamente ligada às condições de fome do gueto, como a literatura médica confirma:
A desnutrição tem um impacto enorme sobre as funções respiratórias. Ela afeta o desempenho muscular respiratório, a estrutura do pulmão, mecanismos de defesa e controle de ventilação e predispõe a pesoa à insuficiência respiratória e ventilação mecânica prolongada. [253]
Moradores do gueto tinham uma produção média cardíaca (volume de sangue que circula do coração para o corpo), que era de 50% da produção normal de um ser humano. [254] Este é um fato importante como Risser et al acreditam que os baixos níveis de carboxihemoglobina nas vítimas de monóxido de carbono (que eles acreditam que é fortemente correlacionada com a ausência da coloração vermelho-cereja) podem ser explicados devido a uma "capacidade comprometida para oxigenar". [255] Esta pobre capacidade para oxigenar adequadamente é bem relatado para as futuras vítimas de Treblinka pelos médicos judeus, mas certamente se aplica também aos judeus que viveram em outros guetos em todo o Governo Geral (Polônia), onde as condições de fome semelhantes abundavam.

Quando esses corpos mal oxigenados eram bem acondicionados em uma câmara de gás fechada por um período de tempo, a privação do oxigênio também certamente desempenhou um papel na morte das vítimas, o que explicaria as referências de testemunhas para as características azuis dos corpos gaseados. Num comunicado pós-guerra que Mattogno desonestamente deixou de fora, Pfannenstiel observou especificamente a causa da asfixia em um depoimento sobre sua viagem a Belzec como a causa das "faces azuladas" em algumas das vítimas das câmaras de gás. [256] Mattogno é ciente desta declaração , como ele cita a localização exata do documento de interrogatório, mas ele seletivamente deixa de fora a associação de Pfannenstiel dos rostos azuis por asfixia (não o envenenamento por monóxido de carbono) feita no período imediatamente após a sua citação; em vez disso, Mattogno desonestamente critica Pfannenstiel por alegar que as vítimas de monóxido de carbono deveriam ter ficado com coloração vermelho-cereja, apesar da clara declaração de Pfannenstiel de que as faces azuis não eram o resultado de monóxido de carbono. [257] Além disso, entre os testemunhos que citam as características azuis nos cadáveres (Pfannenstiel, Schluch, e Gerstein), Schluch e Pfannenstiel restringiram a coloração azulada às características faciais das vítimas. [258]

Kues também é incorreto ao supor que a cor vermelho-cereja das vítimas de monóxido de carbono estava presente "em pelo menos 95% de todos os casos fatais" desse envenenamento. [259] Em uma publicação de setembro de 2008 a respeito de uma crítica sobre os dez anos de quantidade de carbono monóxido de vítimas em Louisville, Kentucky, os autores observaram:
A intoxicação fatal de CO tem sido descrito em indivíduos que não apresentam a lividez cutânea clássica vermelho-cereja (27-29). Embora a presença de lividez vermelho-cereja nessas vítimas de Aids ao postular uma causa potencial de morte, nem sempre é uma característica confiável. Vinte e oito casos em nossa coleta de estudo, o que representa c. 30% do total de casos (n = 94) revisto, não conseguiu mostrar a aparência vermelho-cereja clássica na autópsia. Nas vítimas, que exibiram nem mudanças de decomposição, nem aparência vermelho-cereja (n = 13), o COHbg (carboxihemoglobina) variou de 29% a 71,5%. A clássica aparência vermelho-cereja estave ausente em casos secundários decompostos a um literal arco-íris de descoloração putrefata cutânea. A partir dos dados obtidos no nosso estudo conjunto, conclui-se que a intoxicação por CO ocorre frequentemente sem a lividez vermelho-cereja, em parte a partir das alterações de cor da decomposição manifestadas na autópsia. [260]
Assim, um estudo mais recente do que qualquer daqueles citados por Kues reduz a expectativa de uma aparência vermelho-cereja em cadáveres a 70%. Na verdade, ainda não está claro quando os cadáveres devem exibir alguma descoloração. No artigo de Kues sobre o assunto, depois de citar várias fontes de literatura médica, descontando a aparência com cor vermelho-cereja em casos não fatais como um indicador confiável de intoxicação por CO devido à sua raridade entre os doentes [261], Kues encontra um exemplo suficiente para declarar que tal aparência não é "altamente excepcional". [262] Apesar do registro de muitos mais casos fatais de envenenamento por CO que não apresentam a coloração vermelho-cereja, Kues escreve que a descoloração ocorre assim que o veneno seja absorvido no sangue. A visibilidade dessa descoloração antes do livor mortis (a parada do sangue após a morte), no entanto, não é um fenômeno freqüentemente observado como as fontes de Kues "mostrar". [263] Além disso, a pressão física sobre um cadáver ou impede ou limita severamente a aparência de cor durante o livor mortis; como mencionado no início deste capítulo, as câmaras de gás, embora nem sempre cheias a níveis extremos, tinham muitas pessoas por metro quadrado, o que faria pressão sob os cadáveres [264].

Quando estes fatos são combinados com a possibilidade pouco provável de que judeus desnutridos da Polônia ficaram na cor vermelho-cereja após o gaseamento (devido aos vários problemas de saúde descritos acima), as variáveis ​​que determinam a aparência e visibilidade de tal descoloração [265], e as presunções desonestas do argumento dos negacionistas 'para este fim, podemos descartar a sua cor vermelho-cereja no cadáver reivindicada como um fundamento. [266]

Também deve ser salientado que MGK têm falsamente atacado a descrição de Wiernik sobre a cor dos cadávares gaseados em sua experiência no campo de extermínio de Treblinka. Na tradução do Inglês deste relato, o texto afirma que todas as vítimas ficaram "amareladas do gás". [267] Kues então maliciosamente observou que o amarelo era a cor mais "dificilmente confundida com vermelho-cereja". [268] Para Mattogno e Graf, essa observação de Wiernik deveria mostrar algo "além da dúvida" de que a "história do motor de escape das câmaras de gás carece de qualquer tipo de base na realidade", mas é simplesmente uma propaganda. [269]

MGK sempre citou a edição em Inglês do texto de Wiernik, aparentemente sem se preocupar em verificar o texto original em polonês. O problema que se coloca aqui é que Wiernik, na versão original polonesa de 1944, usa uma expressão vernacular: os gaseados foram "żółci-zatruci". [270] "Zatruci" significa "envenenado", - "żółci" aqui vem de "żółć", que significa "fel", uma substância frequentemente associada a "veneno" (por exemplo, o alemão" Gift und Galle speien", não vem de" zolty ", que significa" amarelo "). Na literatura polonesa, muitas vezes encontraremos "żółć" associado a "cierpienie", "sofrimento". Então Wiernik, que está usando uma linguagem poética neste caso, quer nos relatar que as vítimas estavam "mortinhas da silva" (ou algo nesse sentido). [271] Então quer dizer que MGK haviam criticado Wiernik com base em uma tradução mal feita. Alguém poderia pensar que, desde MGK foram os únicos a se concentrar nas descrições de cor de cadáveres, que eles realmente verificaram a descrição original de Wiernik. Os padrões acadêmicos "revisionistas" não devem ser lá muito rigorosos. Recentemente, entretanto, muitos anos depois de fazer a alegação e só depois de ser informado do problema da tradução, Kues retira sua crítica sobre a declaração de Wiernik, descartando-o como não tendo "nada de concreto a dizer sobre as aparências dos cadáveres". [272]

Notas:

[246] O ponto que teve origem (brevemente) com apresentação de Berg de 1983 sobre a toxicidade dos gases de escape a diesel, e então, posteriormente, havendo uma contribuição de Berg em 2003 a "Dissecting the Holocaust" de Rudolf. Em "Treblinka and Bełżec", Mattogno and Graf aceitam o argumento en passant, enquanto Kues expandiu isso num artigo, ‘Skin Discoloration Caused by Carbon Monoxide Poisoning’ (Manchas causadas pela intoxicação de monóxido de carbono), http://www.codoh.com/newrevoices/nrtkco.html.

[247] M&G, Treblinka, pág. 73.

[248] Thomas Kues, ‘Skin Discoloration Caused by Carbon Monoxide Poisoning,’ Inconvenient History blog, http://www.revblog.codoh.com/2011/06/skin-discoloration/.

[249] Myron Winick, ed., Hunger Disease: Studies by the Jewish Physicians in the Warsaw Ghetto, trans. Martha Osnos. New York: Wiley, 1979.

[250] Ibid., p.226.

[251] Bernard Knight, Forensic Pathology (New York: Oxford University, 1991), p.507; See Charles Provan, ‘The Blue Color of the Jewish Victims at Belzec Death Camp,’ The Revisionist 2/2, 2004, pp.159-164.

[252] Winick, Hunger Disease, pp.134-137.

[253] Marco Ghignone and Luc Quintin, ‘Malnutrition and Respiratory Function,’ International Anesthesiology Clinics 42/1, Spring 1986, pp.65-74.

[254] Winick, Hunger Disease, pp.134-135.

[255] Daniele Risser, Anneliese Boensch, and Barbara Schneider, ‘Should Coroners Be Able to Recognize Unintentional Carbon Monoxide-Related Deaths Immediately at the Death Scene?’ Journal of Forensic Sciences, 40/4, July 1995, p.597.

[256] Wilhelm Pfannenstiel, 6.6.1950, BAL 162/208 AR-Z 252/59, Bd. 1, p.44.

[257] Mattogno, Bełżec, p.56.

[258] Pfannenstiel afirmou que algumas vítimas apresentavam um “inchaço azulado sobre o rosto,” enquanto Schluch afirmou que o azul só aparecia nos "lábios e pontas dos narizes" de alguns cadáveres. Portanto, é provável que a referência de Gerstein a "corpos azulados" se deveu a algum exagero, algo que Gerstein estava inclicando a fazer em seus relatos.

[259] In ‘Skin Discoloration Caused by Carbon Monoxide,’ Kues cites two studies, one of which clearly states that it found such a characteristic in 91% of the CO cases it surveyed.

[260] Sean M. Griffen, Michael K. Ward, Andrea R. Terrell, and Donna Stewart, ‘Diesel Fumes Do Kill: A Case of Fatal Carbon Monoxide Poisoning Directly Attributed to Diesel Fuel Exhaust with a 10-year Retrospective Case and Literature Review,’ Journal of Forensic Science, 53/5, September 2008, p.1208.

[261] i.e., Bruno Simini, ‘Cherry-red discolouration in carbon monoxide poisoning,’ The Lancet, Vol. 352 (October 1998), p. 1154; Kent R. Olson, MD, ‘Carbon Monoxide Poisoning: Mechanisms, Presentation, and Controversies in Management,’ The Journal of Emergency Medicine, Vol. 1, 1984, p. 236.

[262] See Kues’ second bullet point in the section ‘Summary of the medical evidence’.

[263] See in Kues’ article Item 2, item 3, Item 4, Item 5, Item 6, Item 7, and Item 8. All fatalities presented through his selected sources had progressed into stages of livor mortis, including those of the “fresh corpses” that Kues discusses in Risser et al (“fresh corpses…are said to show a typically cherry-pink coloring of livor mortis.”)

[264] Jason Payne-James, Anthony Busuttil, William S. Smock (editors), Forensic Medicine: Clinical and Pathological Aspects, London: Greenwich Medical Media, 2003, p.98, Table 9.5.

[265] G.H. Findlay, ‘Carbon Monoxide Poisoning: Optics and Histology of Skin and Blood,’ British Journal of Dermatology, 1988, pp.45-51.

[266] It should be kept in mind that testimony regarding the gas van experiment at Sachsenhausen reported the cherry-pink color (see pX). We doubt that such a detail will change MGK’s denial of homicidal gassings.

[267] Wiernik, ‘A Year in Treblinka,’ p.158.

[268] Original version of Kues, ‘Skin Discoloration Caused by Carbon Monoxide,’ available at http://www.codoh.com/newrevoices/nrtkco.html.

[269] M&G, Treblinka, p.73.

[270] Wiernik, Rok w Treblince, p.7.

[271] Perhaps another example would be the statement, “I am feeling blue today.” This is not connected to the actual color blue.

[272] Kues, ‘Skin Discoloration Caused by Carbon Monoxide’, Revised version, n. 40.


Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2011/12/belzec-sobibor-treblinka-holocaust_6507.html
Tradução: Roberto Lucena

Observação: esta é uma tradução do resumo de parte do livro (mais especificamente o resumo de uma parte do capítulo 5) disponibilizado no blog Holocaust Controversies e elaborado pela equipe do blog (o nome dos autores constam no PDF do ebook). Quem quiser baixar o livro completo segue o link - EBOOK.

domingo, 16 de setembro de 2012

Enquanto isso... no "Inconvenient History"...

... nossos enfurecidos amigos Mattogno, Graf e Kues (sigla MGK) anunciaram outro atraso em sua resposta à crítica do HC.

Eu gostei especialmente da parte sobre o "kamarad" que não consegue traduzir o texto de Mattogno do italiano para o inglês. :-)

Thomas Kuesdiz estar "revisando importante material sobre as novas pesquisas arqueológicas em Sobibor". Estas devem ser as pesquisas conduzidas por Yoram Haimi, que foram divulgadas na imprensa nos últimos dias (ver artigos sobre isso nos sites da CBS News, Daily Mail e Haaretz, entre outros).

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2012/08/meanwhile-on-inconvenient-history.html
Texto: Roberto Muehlenkamp
Tradução: Roberto Lucena

terça-feira, 3 de abril de 2012

Negacionistas de Hoax: John Ball e Richard Krege

Uma minoria no CODOH[1] começou a afirmar que o citado trabalho de Krege[2] sobre Treblinka é um hoax (fraude), não simplesmente porque não foi publicado mas devido a afirmação de ausência de remoção no solo. Como pode ser visto neste post e neste outro, os tipos de panfletagem ligeiramente menos estúpidas, de Kollerstrom e Kingfisher, estão cientes de que haveria algum tipo de perturbação no solo se os mortos nos transportes e por doença tivessem sido enterrados lá.

O mesmo critério pode ser usado para descartar o texto de John Ball[3]: onde Ball afirma aqui que o solo em todos os três campos da Operação Reinhard estava intacto. Até hoje o site de Ball ainda afirma que "Belsec [sic] era na verdade um campo de logging camp onde tocos de árvores e o solo fino teriam impedido o enterro dos corpos." Além disso, em 2004, ninguém menos que Graf estava aderindo a tese da "ausência de perturbações" na linha aqui: "há ausência de todos os traços similares a remexidas de solo em Treblinka e Belzec." O Graf de 2004 portanto objeta o MGK[4] de 2010. Tal é o grande recepiente vazio que só restam as velas de restos de apologética pró-nazi. [Nota de rodapé: obrigado a Jason Myers por me apontar na direção de Ball].

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2012/01/denier-hoaxes-ball-and-krege.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena

Notas:

[1] Codoh: ler sobre Cesspit.

[2] (Richard) Krege: negacionista do Holocausto australiano conhecido por um "relatório" sobre Treblinka. Para saber mais sobre a picaretagem de Krege, ler o texto do HDOT (em inglês), http://www.hdot.org/en/learning/myth-fact/graves1.

[3] John Ball: negacionista do Holocausto (vulgo "revisionista", entre aspas) refutado pelo prof. John C. Zimmerman da Universidade de Nevada (Las Vegas). Podem conferir os textos traduzidos diretamente no blog na tag John Ball.

[4] MGK: sigla dos sobrenomes de três negacionistas do Holocausto, Mattogno (Itália, tag1, tag2), Jürgen Graf (Suíça, tag1, tag2) e Thomas Kues (EUA, tag).

terça-feira, 6 de março de 2012

Notícias de trabalhos arqueológicos em Sobibór

O seguinte artigo apareceu na última quinta-feira na newsletter do Israel Hayom:

Desenterrando o horror

A pesquisa arqueológica conduzida por Yoram Haimi e Wojciech Mazurek em Sobibór foi mencionada no Capítulo 7 da Crítica a Mattogno, Graf e Kues do HC e em vários artigos neste blog, como por exemplo, o artigo das Valas Comuns em Sobibor – 10ª Atualização.

Felicito Yoram Haimi e Wojciech Mazurek por seu excelente trabalho, do qual espero aprender mais, assim que possível.

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2012/03/news-from-archaeological-work-at.html
Texto: Roberto Muehlenkamp
Tradução: Roberto Lucena

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Pesquisa arqueológica nos terrenos do ex-Centro de Extermínio de Chełmno

Uma nova discussão no fórum deste blog apresenta uma cópia do artigo "Archaeological Research in the Grounds of the Chełmno-on-Ner Former Extermination Center"(Pesquisa arqueológica nos terrenos do Centro de Extermínio de Chelmno), escrito pela arqueologista Łucja Pawlicka-Nowak e incluído no livro Chelmno Witnesses Speak (Relatos de testemunhas de Chelmno).

A cópia do artigo é seguido por fotos que mostram objetos encontrados no local, e de seis mapas mostrando as investigações arqueológicas conduzidas e seus resultados. Todas essas cópias estão no livro acima mencionado.

Dos mapas, o Plano no. 3 mostra o terreno do cemitério em "Waldlager" (campo da floresta) em sua totalidade, com 5 valas comuns (das quais a quinta é na verdade uma linha de 11 valas usadas para despejo de cremação humana que permanece desde os tempos de atividade do campo). No Plano no. 5 mostra a vala comum no Bloco III, no Plano no. 6 aparece as valas comuns e locais de cremação no Bloco IV.

Também está incluída na discussão uma cópia de um artigo sobre escavações em Chełmno da Archaeology Magazine, e links para vídeos da área de Chełmno, por Alan Heath.

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2012/02/archaeological-research-in-grounds-of.html
Texto: Roberto Muehlenkamp
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 1 de janeiro de 2012

(EBOOK) Belzec, Sobibor, Treblinka. Negação do Holocausto e Operação Reinhard. Uma crítica às falsificações de Mattogno, Graf e Kues

Segue abaixo o Ebook e texto elaborado pelos membros do Holocaust Controversies(blog) principalmente sobre os campos de Belzec, Sobibor e Treblinka e a Operação Reinhard. É possível baixar o ebook em arquivo PDF. Observação: o texto está em inglês.

Livro: Belzec, Sobibor, Treblinka (Negação do Holocausto e Operação Reinhard). Uma crítica às falsificações de Mattogno, Graf e Kues.

Um documento de Holocaust Controversies, 1ª edição, dezembro de 2011: http://holocaustcontroversies.blogspot.com

© 2011 Jonathan Harrison, Roberto Muehlenkamp, Jason Myers, Sergey Romanov, Nicholas Terry

Nota: Este trabalho pode ser distribuído eletronicamente de forma gratuita como PDF ou reproduzido em websites, mas os direitos dos autores são reservados. Por favor, dê os créditos do texto ao ‘Holocaust Controversies’. Reprodução para fins comerciais é proibida.

Dedicado a Harry Mazal (1937-2011)

NOTA: a versão definitiva desta crítica está em formato PDF. O ebook pode ser baixado em:  
Google Docs  |  Rapidshare  | Archive.org
A versão do blog deve ser considerada como uma versão preliminar.
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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Um presente de Boas Festas para Mattogno, Graf e Kues

Os membros do Holocaust Controversies preparam uma extensa crítica entitulada 'Belzec, Sobibor, Treblinka. Negação do Holocausto e a Operação Reinhard: uma crítica às falsificações de Mattogno, Graf e Kues'(Belzec, Sobibor, Treblinka. Holocaust Denial and Operation Reinhard: A Critique of the Falsehoods of Mattogno, Graf and Kues). É a primeira edição do documento, e os eventos de fundo que levaram a sua criação são discutidos na introdução. Publicaremos o trabalho inteiro como um arquivo PDF na internet dentro dos próximos 14 dias; mas primeiramente estamos lançando nossa atual versão do trabalho como uma série do blog, começando aqui. Não usamos um revisor profissional e estamos trabalhando neste projeto gratuitamente em nosso tempo livre, por isso gostaríamos de pedir a todos os leitores a dar suas opiniões, acerca de qualquer erro tipográfico ou de outros erros, nos comentários abaixo em cada artigo do blog. Incorporaremos quaisquer correções necessárias no PDF e nas versões subsequentes do documento.

Boas Festas e se divirtam!

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2011/12/holiday-gift-for-mattogno-graf-and-kues.html
Texto: Jonathan Harrison
Tradução: Roberto Lucena

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