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sábado, 20 de setembro de 2014

Descobrem câmaras de gás no campo de extermínio de Sobibor numa escavação arqueológica

Escavações no local em 2009.
Foto: Yad Vashem
AJN.- "Este descobrimento tem uma grande importância na investigação do Holocausto", disse o Dr. David Silberklang, investigador do Yad Vashem.

Aproximadamente 250.000 judeus foram assassinados nesse lugar, o qual os nazis demoliram e cobriram com árvores para encobrir seus crimes. Também se encontraram bens pessoais das vítimas.

Uma escavação arqueológica na Polônia descobriu a localização das câmaras de gás no campo de extermínio de Sobibor, anunciou hoje o Yad Vashem, segundo o jornal israelense The Jerusalem Post.

Cerca de 250.000 judeus foram assassinados em Sobibor, mas em 14 de outubro de 1943, uns 600 presos se rebelaram e escaparam brevemente. Entre 100 e 120 prisioneiros sobreviveram à revolta e 60 deles à guerra. Depois do levante do campo, os nazis arrasaram a zona e plantaram pinheiros para ocultar seus crimes.

A escavação arqueológica no lugar, que é conduzida por uma equipe internacional de especialistas desde 2007, descobriu milhares de pertences pessoais dos presos, incluindo joias, perfumes, medicamentos e utensílios.

Esta semana foi descoberto um poço que foi utilizado pelos prisioneiros do Campo 1, onde ocorreu a revolta. Esses também continham objetos pessoais que pertenciam a prisioneiros judeus já que os guardas alemães haviam arrojado basura nele quando o lugar estava sendo destruído.

O Dr. David Silberklang, investigador do Instituto Internacional para Investigação do Holocausto, do Yad Vashem, disse: "O descobrimento da localização exata das câmaras de gás no Campo de Sobibor tem uma grande importância para a pesquisa do Holocausto".

Além disso, acrescentou que era importante entender que "não há restos de nenhum judeu que trabalhou na área das câmaras de gás, e portanto, esses resultados são os únicos que restaram dos que foram assassinados".

Fonte: AJN (espanhol)
http://www.prensajudia.com/shop/detallenot.asp?notid=39513
Tradução: Roberto Lucena

Ver mais:
Escavações revelam câmara de gás em campo de concentração na Polônia (blog A Vida no Front)

Mais detalhes em:
Archaeologists unearth hidden death chambers used to kill a quarter-million Jews at notorious camp (Washington Post, EUA)
Archeological Digs Reveal Sobibór Gas Chambers (Yad Vashem)
Archaeological Excavations at Sobibór Extermination Site


quinta-feira, 11 de abril de 2013

Uma proposta para esterelizar 2-3 milhões de judeus

Uma proposta para esterelizar 2-3 milhões de judeus

(Foto) Himmler passando em revista a tropas na Rússia durante maio ou junho de 1942

‘(Foto) Norte da União Soviética – Reichsführer-SS Heinrich Himmler de pé num carro durante um desfile da banda da brigada montada da Divisão de Cavalaria da SS.’

Em 23 de junho de 1942 SS-Oberfuehrer Viktor Brack escreveu ao Reichsfuehrer-SS Heinrich Himmler. Ele lhe disse que tinha fornecido ao Brigadefuehrer Globocnik alguns de seus homens para ajudar com as "tarefas especiais". Globocnik foi organizar a construção e operação dos campos da morte no leste da Polônia, incluindo Sobibor. Ele tinha sido solicitado a fornecer mais homens por causa da necessidade de velocidade com a tarefa.
Brigadefuehrer Globocnik pressionou com a opinião de que toda a ação contra os judeus fosse realizada tão rapidamente de qualquer maneira possível, para que não ficássemos um dia parado no meio da ação em caso de qualquer tipo de dificuldade que obrigasse a interromper a ação. Você mesmo, Sr. Reichsfuehrer, expressou a opinião para mim em um momento anterior de que se deve trabalhar o mais rápido possível, mesmo que por motivos de ocultação.
Entretanto o SS-Oberfuehrer Brack tinha ouvido falar dos que enfrentam escassez de trabalho no Reich e ele tinha uma outra idéia sobre como os judeus deveriam ser usados - para o "trabalho forçado". Ele achou que tinha encontrado uma maneira de fazer isso que consistisse com a idéia de exterminar todos os judeus da Europa:
De acordo com minha impressão, há pelo menos 2-3 milhões de homens e mulheres bem aptos para o trabalho entre os aproximadamente 10 milhões de judeus europeus. Tendo em conta as dificuldades excepcionais colocados para gente com a questão da força de trabalho, eu sou da opinião que estes 2-3 milhões devam, em qualquer caso, serem removidos e mantidos vivos.

É claro que isso só pode ser feito se eles forem ao mesmo tempo incapazes de se reproduzir. Relatei-lhe cerca de um ano atrás, que as pessoas sob minha instrução concluíram as experiências necessárias para que isto possa ser feito. Eu gostaria de trazer esses fatos novamente. O tipo de esterilização que é normalmente levada a cabo em pessoas com doença genética está fora de questão, neste caso, uma vez que leva muito tempo e é cara.

A castração por meio de raios-X, contudo, não só é relativamente barata, mas pode ser realizada em muitos milhares deles em um tempo muito curto. Eu acredito que se tornou irrelevante no presente momento se as pessoas afetadas, em seguida, no decorrer de algumas semanas ou meses, perceberem pelos efeitos do experimento que são castradas.

No evento, Sr. Reichsfuehrer, em que você decidir escolher estes meios no interesse de manter o trabalho forçado, o Reichsleiter Bouhler estará pronto para proporcionar aos médicos e outros profissionais necessários para que eles realizem este trabalho. Ele também me instruiu para informar a você que eu deveria então encomendar o equipamento necessário, o mais rapidamente possível.

Heil Hitler!

Saudações

VIKTOR BRACK
Carta do SS-Oberfuehrer Brack ao Reichsfuehrer-SS Himmler, 23 de junho de 1942

Ver Document on the Holocaust: Selected Sources on the Destruction of the Jews of Germany and Austria, Poland, and the Soviet Union – Editado por Y. Arad.


Foto de Viktor Brack como réu no Julgamento dos Médicos em Nuremberg. [Fotografia ##07333]. Brack foi condenado em 1947 e executedo em junho de 1948.

Fonte: site w2today.com (trecho do livro citado acima)
http://ww2today.com/23rd-june-1942-a-proposal-to-sterilize-2-3-million-jews
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 9 de dezembro de 2012

A controvérsia dos arquivos de Arolsen: pequeno conforto para negacionistas

Hoje o Washington Post traz uma atualização acerca da disputa sobre os registros alojados no Serviço Internacional de Arquivos em Arolsen, na Alemanha. A história primeiro estourou há pouco mais de um mês, quando foi revelado que mais de 20 países estavam pedindo à Alemanha para abrir o acesso ao arquivo de Arolsen a historiadores e parentes.

O arquivo, administrado desde 1955 pela República Federal da Alemanha, contém registros criados pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) depois de 1945 através de seus esforços para rastrear e localizar as inúmeras pessoas deslocadas, refugiados e campos de concentração. Cerca de mais de 17 milhões de nomes estão contidas nesses registos.

Então, por que os arquivos Arolsen são de interesse para ambos, historiadores do Holocausto bem como para os negadores do Holocausto? Para entender isso, veja abaixo da dobra.

O motivo, ao que parece, para a obstinação de ambos, da CICV e do governo alemão, reside nas leis de privacidade estritas que regem o acesso aos arquivos alemães. Se você já se perguntou porque Christopher Browning e outros historiadores de peso têm que escrever Hans K. ou inventar pseudônimos para testemunhas oculares, isto se deve à lei alemã de proteção de dados. Isso se aplica tanto às vítimas, bem como perpetradores, com o resultado de que os homens da SS condenados ou absolvidos de acusaçõesacusados ​​de crimes de guerra nos tribunais alemães não podem ser citados pelo nome por historiadores, apesar de suas identidades poderem livremente ser estabelecidas com consulta aos arquivos pessoais da SS disponíveis no Arquivos Nacionais dos EUA.

Da história de hoje do Washington Post, arece que o ITS também está ficando para trás em sua função primária, a de catalogar centenas de milhares de casos que necessitam de identificação. Isto fere não só aqueles que procuram estabelecer o destino de seus parentes desaparecidos, mas também pode prejudicar os casos de compensação trazidas por sobreviventes sob os regimes existentes. Contudo, parece que o governo alemão pode temer uma avalanche de novos pedidos de que os arquivos devam ser abertos.

Mas a compensação é uma questão de segunda ordem diante da principal controvérsia em torno acesso aos seus arquivos. Este diz respeito ao acesso para historiadores. Como os historiadores já trabalham sob restrições incrivelmente duras acerca da privacidade em outros arquivos alemães, como o ex-centro Zentrale Stelle für Landesjustizverwaltung em Ludwigsburg, que abriga os registros de investigações de crimes de guerra da Alemanha Ocidental, já há precedentes de como preocupações com a privacidade pode ser gerenciada. Até agora, devido à oposição alemã, nenhum acordo foi alcançado entre o comitê de supervisão de 11 países encarregados de Arolsen sobre estabelecer até mesmo um grupo de trabalho de especialistas para avaliar o valor dos registros para os historiadores.

Among the research centres that have protested the lack of access to Arolsen include the University of Amsterdam and the US Holocaust Memorial Museum.

Entre os centros de pesquisa que protestaram contra a falta de acesso a Arolsen estão incluídos a Universidade de Amsterdã e o Museu Memorial do Holocausto dos EUA (USHMM).

A ironia de toda a controvérsia é que muitos arquivos de Arolsen foram copiados para outros arquivos, incluindo o Arquivo Nacional dos EUA, e através dele então, para o arquivo do Museu Memorial do Holocausto dos EUA.

Então, o que essas coleções existentes contém? Os 189 rolos de microfilmes no NARA (Arquivo Nacional dos EUA) sozinhos contém os registros de alguns mas não todos os campos de concentração alemães, mas mais interessante também um conjunto incompleto de listas de deportação de Berlim e várias outras cidades alemãs. Eles, portanto, ajudam a documentar o número de judeus transportados para Auschwitz, incluindo milhares de berlinenses deportados durante o então chamado Fabrikaktion de início de 1943, sobre o qual Wolf Gruner escreveu recentemente de forma detalhada.

Além disso, outros arquivos de Arolsen foram copiados para arquivos do Yad Vashem. Foram estes arquivos, por exemplo, nos quais Christian Gerlach encontrou uma cópia de um relatório de 1945, indicando os números de chegadas em Auschwitz em 1944 daqueles que foram selecionados para o trabalho, clarificando o destino dos judeus deportados durante a Ação húngara.

Assim, os arquivos do ITS oferem um pequeno consolo aos negadores do Holocausto como Ernst Zundel, que afirma que os materiais Arolsen provam que houve um número de mortos muito inferior dentro dos campos de concentração alemães.

O valor do arquivo Arolsen para pesquisadores não reside na abertura dos arquivos relacionados com os principais campos de concentração, uma vez que a maioria destes já estão disponíveis para acesso público no NARA. Além disso, os registros detalhados de muitos campos como Majdanek e Neuengamme foram destruídos, e não podem ser mais recuperados. Nem Arolsen contém materiais relativos aos campos da Aktion Reinhard. Não se pode excluir que o arquivo Arolsen também pode conter mais documentos relacionados com o destino de judeus deportados como o relatório Glaser mencionado acima. Mas este não é o único material que Arolsen detém.

Em vez disso, os arquivos do ITS também poderiam ajudar a esclarecer o destino de literalmente milhões de outros deportados, especialmente os trabalhadores forçados não-judeus da Europa Ocidental e Oriental, como também das vítimas de expulsões étnicas na Europa Central e do Leste depois de 1945. Arolsen é, portanto, motivo de preocupação não só para os historiadores do Holocausto, mas, para os historiadores da Segunda Guerra Mundial e suas conseqüências como um todo. A investigação sobre a deportação de mais de 7 milhões de trabalhadores estrangeiros para a Alemanha, os movimentos pós-guerra das Pessoas Deslocadas, programas de repatriamento e as expulsões étnicas, todos serão enriquecidos pelo acesso aos arquivos do ITS.

Neste sentido, os negadores do Holocausto expõem sua falta de imaginação e falta de humanidade quando se concentram apenas sobre o destino dos judeus europeus, ignorando o destino de milhões de não-judeus que também sofreram por causa das políticas nazistas de deportação. Nem parecem tão preocupados com o destino dos alemães étnicos expulsos do leste da Cortina de Ferro. Talvez, neste último caso, porque é mais fácil palpitar superficialmente a fonte das estimativas do que fazer uma devida investigação.

Atualização: ver a resposta ao AAARGH aqui.

Fonte: Holocaust Controversies
Texto: Nicholas Terry
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2006/05/arolsen-aaargh-all-those-names.html
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 16 de setembro de 2012

Enquanto isso... no "Inconvenient History"...

... nossos enfurecidos amigos Mattogno, Graf e Kues (sigla MGK) anunciaram outro atraso em sua resposta à crítica do HC.

Eu gostei especialmente da parte sobre o "kamarad" que não consegue traduzir o texto de Mattogno do italiano para o inglês. :-)

Thomas Kuesdiz estar "revisando importante material sobre as novas pesquisas arqueológicas em Sobibor". Estas devem ser as pesquisas conduzidas por Yoram Haimi, que foram divulgadas na imprensa nos últimos dias (ver artigos sobre isso nos sites da CBS News, Daily Mail e Haaretz, entre outros).

Fonte: Holocaust Controversies
http://holocaustcontroversies.blogspot.com.br/2012/08/meanwhile-on-inconvenient-history.html
Texto: Roberto Muehlenkamp
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 1 de janeiro de 2012

(EBOOK) Belzec, Sobibor, Treblinka. Negação do Holocausto e Operação Reinhard. Uma crítica às falsificações de Mattogno, Graf e Kues

Segue abaixo o Ebook e texto elaborado pelos membros do Holocaust Controversies(blog) principalmente sobre os campos de Belzec, Sobibor e Treblinka e a Operação Reinhard. É possível baixar o ebook em arquivo PDF. Observação: o texto está em inglês.

Livro: Belzec, Sobibor, Treblinka (Negação do Holocausto e Operação Reinhard). Uma crítica às falsificações de Mattogno, Graf e Kues.

Um documento de Holocaust Controversies, 1ª edição, dezembro de 2011: http://holocaustcontroversies.blogspot.com

© 2011 Jonathan Harrison, Roberto Muehlenkamp, Jason Myers, Sergey Romanov, Nicholas Terry

Nota: Este trabalho pode ser distribuído eletronicamente de forma gratuita como PDF ou reproduzido em websites, mas os direitos dos autores são reservados. Por favor, dê os créditos do texto ao ‘Holocaust Controversies’. Reprodução para fins comerciais é proibida.

Dedicado a Harry Mazal (1937-2011)

NOTA: a versão definitiva desta crítica está em formato PDF. O ebook pode ser baixado em:  
Google Docs  |  Rapidshare  | Archive.org
A versão do blog deve ser considerada como uma versão preliminar.
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sexta-feira, 24 de abril de 2009

Liberdade de expressão e debate aberto, à moda "revisionista"

No seu blog "Revisionismo em Linha", um (auto)proclamado defensor "revisionista" da liberdade de expressão, que escreve sob o pseudónimo de "Johnny Drake", escreveu um comentário relacionado com uma informação que consta dum artigo publicado no jornal polaco Gazeta Wyborcza [tradução para português] e é discutida, entre outras informações contidas nesse artigo, no meu artigo Febre do Ouro em Treblinka deste blog.

Seguiu-se uma troca de mensagens entre mim e o "Johnny" sob o comentário dele, que passo a transcrever com base nas notificações de cada mensagem que recebi no meu endereço de e-mail. Para melhor compreensão por parte dos leitores, destaco em itálicos os comentários do "Johnny", enquanto os meus são reproduzidos em letra normal.

1. Minha mensagem enviada em Tuesday, April 21, 2009 3:45:33 PM


«Retirei esta passagem daqui para mostrar o excelente trabalho de 'manipulação' (leia-se 'imposição por qualquer forma e método da versão intocável do Shoa - ou Shoah') que certas pessoas fazem para que se viva numa autêntica ditadura de pensamento único.»

Vamos ver quem é que está impondo o que quando eu postar esta resposta. Se ela desaparecer (caso em que será postada no blog “Holocausto”), resultará óbvio quem é que pretende impor uma “ditadura de pensamento único”.

«“A informação de que o campo de trabalho Treblinka I foi inspeccionado pela Cruz Vermelha também parece ser de duvidosa exactidão, ao menos à primeira vista.”

Seria então mais simples tentar verificar nos registos na CV se existe ou não essa inspecção. Ou nos registos do próprio campo. E colocar aqui esses dados.»


Se tiver acesso aos respectivos registos da CV ou aos dados do campo de trabalho, agradeço que me facilite essa informação. Eu cá não tenho acesso.

«Não isso não nos é explicado no post.»

Por que carga de água é que haveria de ser “explicado”?

«Aliás, para quem procura sempre fontes para as afirmações revisionistas, é estranho que quando se trata de afirmações “exterminacionistas” essas fontes já não sejam necessárias.»

A fonte, para já, é um artigo escrito por dois jornalistas polacos que, segundo se pode presumir, fizeram alguma pesquisa sobre o assunto. Não me sendo possível verificar as fontes que esta fonte usou, limito-me a analisar a credibilidade da informação fornecida pelos autores desse artigo. Algum problema com isso?

«“Isto porque, não obstante a camuflagem do campo da morte de Treblinka II atrás de uma vedação de arame entretecida com ramos (e também árvores, segundo o artigo de Gazeta Wyborcza), como poderiam delegados da Cruz Vermelha, ao inspeccionar um campo de trabalho que se situava a apenas dois quilómetros a sul do campo de extermínio de Treblinka II, ter deixado de notar o fedor dos cadáveres (que, segundo salienta o Prof. Browning no seu relatório de especialista entregue no litígio Irving-Lipstadt, conduziu a uma queixa documentada por parte do comandante local da Wehrmacht de uma povoação (Ostrow) a 20 quilómetros de distância de Treblinka), se Treblinka I foi inspeccionado no verão ou Outono de 1942, no auge das operações de matança em Treblinka II?”

Vamos por partes. Primeiro duvida-se da estada da CV no campo. Segundo, essa dúvida é baseada no facto de que os seus representantes TINHAM OBRIGATORIAMENTE QUE SENTIR O MAU CHEIRO porque existem um relatório que comprova o mesmo. Mas o mau cheiro viria mesmo dos cadáveres mal enterrados? Foi confirmado isso?»


Com certeza. Existem vários depoimentos de testemunhas, incluindo antigos membros das SS, que falam do insuportável fedor de cadáveres, que se sentia a milhas do campo dependendo do vento. Existe igualmente um documento que relata a reclamação do comandante local da Wehrmacht em Ostrow, a 20 quilómetros de Treblinka, sobre o facto de os judeus em Treblinka não estarem suficientemente sepultados e um cheiro insuportável de cadáveres pairar sobre a região por esse motivo.

«E mesmo que o mau cheiro viesse dos cadáveres, é isso que prova que existia um plano de matança programada de Judeus, inclusivamente com câmaras de gás?»

Câmaras de gás o cheiro não prova, com certeza. Para isso existe outra evidência, nomeadamente os depoimentos de muitas testemunhas incluindo antigos membros da equipa SS do campo. Ora, um cheiro a cadáveres que é tido como insuportável a quilómetros de distância significa um grande número de cadáveres em decomposição, tantos que não é possível enterra-los devidamente para não incomodar o meio ambiente. Como é que isso liga com a noção “revisionista” de que Treblinka II era um mero campo de passagem para judeus que eram deportados aos territórios ocupados da União Soviética? Explique lá, se faz favor. Com a evidência de que Treblinka II era um campo de extermínio, a presença de montes de cadáveres mal sepultados no campo encaixa perfeitamente.

«Portanto, a conclusão é simples: o facto dos representantes da CV não terem sentido esse cheiro tem menos valor que um relatório com queixas de mau cheiro.»

Não existe nenhum conflito entre queixas de mau cheiro e um presumível relatório da CV que não mencione esse cheiro, a não ser que os representantes da CV estivessem em Treblinka I enquanto decorria o extermínio em Treblinka II. O artigo do jornal polaco é omisso quanto à data da visita da CV, e uma vez que Treblinka I já existia antes de Treblinka II entrar em funcionamento e continuou a existir depois de Treblinka II ter sido desmantelado, é bem possível que a visita da CV tenha ocorrido quando ainda não existia Treblinka II ou depois de Treblinka II ter deixado de existir. É tão simples quanto isso.

«E se não havia mesmo cheiro nenhum? Isso também não iria provar que não havia mortes nesse campo, naturalmente.»

Ou então que o vento soprava noutra direcção. Se tiver a data da visita da CV a Treblinka I, e se essa data se situar entre 22 de Julho de 1942 e meados de Novembro de 1943 (isto é, o tempo entre a entrada em funcionamento e o fim do desmantelamento do campo de extermínio Treblinka II), poderemos discutir estas hipóteses.

«Mas é de uma total leviandade tirar conclusões como as vossas.»

De quais conclusões exactamente está falando, e o que é que supostamente as torna “levianas”?

«Se a Polícia é chamada por causa de um suposto incidente, relatado numa queixa, e depois quando chega ao local não encontra nada de incriminatório, o que conta é a queixa?»

Não vejo qualquer relação entre a observação supra e o assunto em discussão, a não ser que a CV tenha sido chamada a investigar porque o comandante local da Wehrmacht em Ostrow se queixou do cheiro insuportável de cadáveres de judeus mal enterrados em Treblinka. Se é essa a sua suposição, em que se baseia? Não existe a mais mínima indicação de que a visita da CV ao campo de trabalho Treblinka I tenha tido qualquer coisa a ver com a queixa do comandante local da Wehrmacht em Ostrow (apresentada junto das autoridades militares e registada no diário de guerra do comandante militar do Governo-Geral alemão na Polónia) sobre o fedor dos cadáveres judeus mal sepultados no que obviamente era o campo de extermínio Treblinka II.

«“E como poderia uma delegação da Cruz Vermelha que visitasse Treblinka I na primavera ou no verão de 1943, quando a incineração dos cadáveres em Treblinka II estava decorrendo em pleno, ter deixado de notar o fumo que subia daquele campo e o cheiro a carne queimada?”

Mais uma vez a mesma estratégia: ELES TINHAM QUE TER VISTO! ELES TINHAM QUE TER SENTIDO O CHEIRO! E se não viram nem cheiraram uma coisa que tinha que existir… é porque, afinal, nunca lá estiveram…
Não são precisos relatórios, testes forenses, nada! Aquilo estava a acontecer e pronto! Quem nega é nazi e tem que ser punido só por duvidar!...»


Parece-me que você não leu com muita atenção o meu artigo e não compreendeu o meu argumento. O argumento é que uma delegação da CV que visitasse o campo de trabalho Treblinka I enquanto o campo de extermínio Treblinka II estava em operação a poucos quilómetros do mesmo, não poderia ter deixado de notar a existência do campo de extermínio devido ao cheiro dos cadáveres em decomposição ou da queima de cadáveres. Portanto, existem duas hipóteses realistas relativamente à informação no jornal polaco de que a CV visitou Treblinka I:

a) A informação é incorrecta (segundo tenho ouvido, acontece muitas vezes um jornal publicar informação incorrecta);

b) A informação é correcta e a visita da CV teve lugar antes de fins de Julho de 1942 ou depois de meados de Novembro de 1943, ou seja, numa altura em que havia Treblinka I mas não Treblinka II.

Depois existe ainda a hipótese de que Treblinka II não cheirava assim tão mal porque não havia tantos cadáveres aí. Mas essa hipótese não é realista, uma vez que contradiz toda a evidência testemunhal, documental e física que se conhece sobre Treblinka II, a qual aponta claramente para se ter tratado de um campo de extermínio. Não sei como é que é no mundo “revisionista”, mas no mundo real apenas se consideram as hipóteses que não contradizem a evidência.

«“Por outro lado, o campo de trabalho de Treblinka I foi estabelecido em fins de 1941, enquanto Treblinka II apenas começou a operar em fins de Julho de 1942, e Treblinka I continuou operacional até Julho de 1944, cerca de sete meses depois de ter sido concluído o desmantelamento de Treblinka II. Isto significa que delegações da Cruz Vermelha que visitassem Treblinka I antes do fim de Julho de 1942 ou depois do fim de Novembro de 1943 não poderiam ter notado sinais de um campo de extermínio que ainda não existia ou tinha deixado de existir na altura da sua inspecção.”

Depois já dizem que se calhar tiveram lá... Desconcerto total! Viram ou cheiraram foi mal...»


Não, o argumento é que quando estiveram lá ainda não havia ou já não havia nada para cheirar.

«E depois aquela infeliz coincidência: logo na altura que a CV visitou Treblinka I ainda não existia o extermínio ou tinha mesmo acabado de acontecer…»

Não se trata exactamente de uma coincidência, ou então não de uma coincidência improvável, se considerarmos que durante os primeiros sete meses depois da criação do campo de trabalho Treblinka I o campo de extermínio Treblinka II ainda não estava operacional, e que o campo de trabalho Treblinka I continuou a existir durante oito meses depois de concluído o desmantelamento de Treblinka II. Temos, portanto, um período de quinze meses durante os quais a CV pode ter visitado Treblinka I sem notar nada de Treblinka II, uma vez que o último ainda não existia ou já tinha deixado de existir. Considerando que a Cruz Vermelha apenas começou a inspeccionar campos de concentração e de trabalho nazis mais perto do fim da guerra, o mais provável é que a sua visita ao campo de Treblinka I se tenha dado algures em 1944 antes da libertação em Julho desse ano, i.e. depois de Treblinka II ter sido desmantelado.

«Mas alguém pode acreditar neste circo???»

Tem algum argumento, ou espera que os seus leitores se contentem com a sua oca e insignificante invocação de incredulidade?

«Não estão em causa deportações, privações de direitos, maus tratos, etc. Isso e coisas piores poderão ter acontecido e são, naturalmente, censuráveis. Mas o resto não passa de propaganda de guerra pura e simples!»

Tomo nota dos seus artigos de fé, e é claro que você é livre de acreditar naquilo que o faz feliz. Mas não espere convencer ninguém fora do seu círculo de crentes se não tiver melhores argumentos – e sobretudo evidência que os suporte.

Boa tarde.


2. Mensagem do "Johnny" enviada em Wednesday, April 22, 2009 8:20:13 PM


«Retirei esta passagem daqui para mostrar o excelente trabalho de 'manipulação' (leia-se 'imposição por qualquer forma e método da versão intocável do Shoa - ou Shoah') que certas pessoas fazem para que se viva numa autêntica ditadura de pensamento único.»

Vamos ver quem é que está impondo o que quando eu postar esta resposta. Se ela desaparecer (caso em que será postada no blog “Holocausto”), resultará óbvio quem é que pretende impor uma “ditadura de pensamento único”.

Há uns dias censuraram um comentário meu com relatos de testemunhos de atrocidades dos “Aliados” no vosso blogue. Estava enquadrado no ‘post’ e não continha qualquer conteúdo ofensivo. O mesmo não se pode dizer dos comentários do seu colega Gott que já percebeu que não pode ser essa a estratégia…

«“A informação de que o campo de trabalho Treblinka I foi inspeccionado pela Cruz Vermelha também parece ser de duvidosa exactidão, ao menos à primeira vista.”

Seria então mais simples tentar verificar nos registos na CV se existe ou não essa inspecção. Ou nos registos do próprio campo. E colocar aqui esses dados.»

Se tiver acesso aos respectivos registos da CV ou aos dados do campo de trabalho, agradeço que me facilite essa informação. Eu cá não tenho acesso.

Então o comentário/post parte logo de um dado incorrecto, sem registos que confirmem a inspecção. Se não têm acesso, escrevam (leia-se ‘inventem’) sobre outra coisa.

«Não isso não nos é explicado no post.»

Por que carga de água é que haveria de ser “explicado”?

PORQUE SÃO VOCÊS QUE SE APELIDAM A VOCÊS PRÓPRIOS E DONOS DA RAZÃO, POSSUIDORES DE TODAS AS FONTES, TESTEMUNHOS E HISTORIADORES E PESQUISADORES SÉRIOS! PORQUE O SEU COLEGA GOTT SEMPRE QUE NÃO TEM RESPOSTA PAR5A AS MINHAS QUESTÕES ANDA AOS PULINHOS A PEDIR “FONTES! FONTES! FONTES! MAS NÃO RESPONDE! Afinal, nem conseguem saber, neste caso, se a CV fez ou não a inspecção e, se a fez, quando é que ela foi feita.

«Aliás, para quem procura sempre fontes para as afirmações revisionistas, é estranho que quando se trata de afirmações “exterminacionistas” essas fontes já não sejam necessárias.»

“A fonte, para já, é um artigo escrito por dois jornalistas polacos que, segundo se pode presumir, fizeram alguma pesquisa sobre o assunto.(…)”

Fizeram? Como é que você sabe isso? Por “presunção”? Não me faça rir. Vocês que ridicularizam todas as habilitações literárias de qualquer revisionista, querem dar credibilidade… à “presunção”???

“(…) Não me sendo possível verificar as fontes que esta fonte usou, limito-me a analisar a credibilidade da informação fornecida pelos autores desse artigo. Algum problema com isso?”

Lindo! Essa é a vossa estratégia… apenas para vocês próprios! Fale com o Gott e pergunte-lhe o que ele tem escrito sobre os artigos revisionistas que eu coloco no “meu” blogue… Se há algum problema? Bem, se eu fizer o copy/paste dos comentários do Gott, vai da “teoria da conspiração” ao “anti-semitismo”. No seu caso, da teoria “exterminacionista” ao “Sionismo”, provavelmente.

«“Isto porque, não obstante a camuflagem do campo da morte de Treblinka II atrás de uma vedação de arame entretecida com ramos (e também árvores, segundo o artigo de Gazeta Wyborcza), como poderiam delegados da Cruz Vermelha, ao inspeccionar um campo de trabalho que se situava a apenas dois quilómetros a sul do campo de extermínio de Treblinka II, ter deixado de notar o fedor dos cadáveres (que, segundo salienta o Prof. Browning no seu relatório de especialista entregue no litígio Irving-Lipstadt, conduziu a uma queixa documentada por parte do comandante local da Wehrmacht de uma povoação (Ostrow) a 20 quilómetros de distância de Treblinka), se Treblinka I foi inspeccionado no verão ou Outono de 1942, no auge das operações de matança em Treblinka II?”

Vamos por partes. Primeiro duvida-se da estada da CV no campo. Segundo, essa dúvida é baseada no facto de que os seus representantes TINHAM OBRIGATORIAMENTE QUE SENTIR O MAU CHEIRO porque existem um relatório que comprova o mesmo. Mas o mau cheiro viria mesmo dos cadáveres mal enterrados? Foi confirmado isso?»

“Com certeza. Existem vários depoimentos de testemunhas, incluindo antigos membros das SS, que falam do insuportável fedor de cadáveres, que se sentia a milhas do campo dependendo do vento.”

Há sempre depoimentos e testemunhos para tudo. Por vezes, aos milhares. Mas eu nunca os vejo. Ou então aparece um ou dois que são sempre “o exemplo dos outros mil” que curiosamente, nunca aparecem. Mas, repito: onde estão os dados que nos permitam dizer, pelo cheiro, o número de mortos, a forma como ocorreram as mortes, enfim, esse “genocídio”?

“Existe igualmente um documento que relata a reclamação do comandante local da Wehrmacht em Ostrow, a 20 quilómetros de Treblinka, sobre o facto de os judeus em Treblinka não estarem suficientemente sepultados e um cheiro insuportável de cadáveres pairar sobre a região por esse motivo.”

O relatório existe… e a resposta? E a comprovação de que o cheiro era de lá? E que se comprovava o que ele suspeitava?


«E mesmo que o mau cheiro viesse dos cadáveres, é isso que prova que existia um plano de matança programada de Judeus, inclusivamente com câmaras de gás?»

“Câmaras de gás o cheiro não prova, com certeza. Para isso existe outra evidência, nomeadamente os depoimentos de muitas testemunhas incluindo antigos membros da equipa SS do campo.”

Primeiro, gostava de ler esses depoimentos e como foram recolhidos. Segundo, corpos mal enterrados não comprovam o suposto genocídio. Se estão mal enterrados, não foram cremados, portanto poderiam ter-se feito exumações/autópsias para saber a verdadeira causa da morte. Isso foi feito?

“Ora, um cheiro a cadáveres que é tido como insuportável a quilómetros de distância significa um grande número de cadáveres em decomposição, tantos que não é possível enterra-los devidamente para não incomodar o meio ambiente.”

Pode apresentar-me algum estudo que comprove a relação nº de mortos com os quilómetros para se sentir o cheiro insuportável?

“Como é que isso liga com a noção “revisionista” de que Treblinka II era um mero campo de passagem para judeus que eram deportados aos territórios ocupados da União Soviética? Explique lá, se faz favor.”

Tem que existir o cheiro, claro… Sem o cheiro insuportável, não há cadáveres em grande número… Essa é a vossa teoria, a vossa estratégia. Mas depois vem a CV… e, opsss, tudo se complica. E o “explique lá, se faz favor” passa para si…

“Com a evidência de que Treblinka II era um campo de extermínio, a presença de montes de cadáveres mal sepultados no campo encaixa perfeitamente.”

Ora, naturalmente. Mas a História do Homem não funciona por “encaixes” ou “presunções”, como há pouco se viu. Funciona com factos credíveis, livres de serem testados e questionados as vezes que forem necessárias. Infelizmente, o facto histórico denominado “Holocausto” é a excepção para tudo isso.

«Portanto, a conclusão é simples: o facto dos representantes da CV não terem sentido esse cheiro tem menos valor que um relatório com queixas de mau cheiro.»

“Não existe nenhum conflito entre queixas de mau cheiro e um presumível relatório da CV que não mencione esse cheiro (…)”

Existe. Vocês é que pretendem contorná-lo e fazer dele algo que não é importante.

“(…) a não ser que os representantes da CV estivessem em Treblinka I enquanto decorria o extermínio em Treblinka II. O artigo do jornal polaco é omisso quanto à data da visita da CV(…)”

Estranho como uma data que é fundamental para a análise do problema não aparece. Mas que coincidência tão boa o artigo omitir a data para depois encaixar a teoria “exterminacionista”…

“(…) e uma vez que Treblinka I já existia antes de Treblinka II entrar em funcionamento e continuou a existir depois de Treblinka II ter sido desmantelado, é bem possível que a visita da CV tenha ocorrido quando ainda não existia Treblinka II ou depois de Treblinka II ter deixado de existir. É tão simples quanto isso.

É bem possível… É bem possível???!!!! Mas a suposta morte de seres humanos, através de um plano previamente estudado e aprovado compadece-se com análises do “é bem possível”???? Mas então e os milhares de testemunhos e provas documentais? Aonde é que elas ficam? Na gaveta? Depois de tanta prova que só os revisionistas é que não conseguem ver, aparece aqui o senhor a fazer “presunções” e a dizer que “é bem possível”?

«E se não havia mesmo cheiro nenhum? Isso também não iria provar que não havia mortes nesse campo, naturalmente.»

Ou então que o vento soprava noutra direcção. Se tiver a data da visita da CV a Treblinka I, e se essa data se situar entre 22 de Julho de 1942 e meados de Novembro de 1943 (isto é, o tempo entre a entrada em funcionamento e o fim do desmantelamento do campo de extermínio Treblinka II), poderemos discutir estas hipóteses.

Ora bem. Gostei. Agora pareceu-me, por momentos, alguém interessado na verdade histórica. Querer saber as datas. Mas isso é o que você e outros deveriam ter feito antes de escrever este ‘post’ e antes de rotular o campo.

«Mas é de uma total leviandade tirar conclusões como as vossas.»

“De quais conclusões exactamente está falando, e o que é que supostamente as torna “levianas”?”

De que o campo era de extermínio porque o suposto cheiro vinha do número exagerado de mortos. Sem saber se a CV lá foi. E se foi, TINHA que sentir o cheiro, etc.

«Se a Polícia é chamada por causa de um suposto incidente, relatado numa queixa, e depois quando chega ao local não encontra nada de incriminatório, o que conta é a queixa?»

“Não vejo qualquer relação entre a observação supra e o assunto em discussão”

Existe um relatório que pretende mostrar que o cheiro é insuportável e só pode vir de (muitos) cadáveres mal enterrados. A CV vai lá, mas não vê nem cheira nada. O relatório é que conta…

“Não existe a mais mínima indicação de que a visita da CV ao campo de trabalho Treblinka I tenha tido qualquer coisa a ver com a queixa do comandante local da Wehrmacht em Ostrow (apresentada junto das autoridades militares e registada no diário de guerra do comandante militar do Governo-Geral alemão na Polónia) sobre o fedor dos cadáveres judeus mal sepultados no que obviamente era o campo de extermínio Treblinka II.”

Não sabem a data da ida da CV ao campo - até parece que nem é importante - mas sabem dizer rapidamente que não há indicação do porquê da ida da mesma… Eu fico sempre surpreendido com estas “presunções” e “indicações” e com estas certezas absolutas do que eram os campos I e II…


“(…) Portanto, existem duas hipóteses realistas relativamente à informação no jornal polaco de que a CV visitou Treblinka I:

a) A informação é incorrecta (segundo tenho ouvido, acontece muitas vezes um jornal publicar informação incorrecta);(…)”

É pena esta conclusão só aparecer agora…

“(…) b) A informação é correcta e a visita da CV teve lugar antes de fins de Julho de 1942 ou depois de meados de Novembro de 1943, ou seja, numa altura em que havia Treblinka I mas não Treblinka II."

Mas não há dados e a ‘post’ parte de um argumento em que as fontes são poucas e até parece que há mesmo pouco interesse em conhecê-las.

“Depois existe ainda a hipótese de que Treblinka II não cheirava assim tão mal porque não havia tantos cadáveres aí. Mas essa hipótese não é realista, uma vez que contradiz toda a evidência testemunhal, documental e física que se conhece sobre Treblinka II, a qual aponta claramente para se ter tratado de um campo de extermínio.”

Hipótese não realista? Todas são possíveis e debatê-las é o nosso trabalho.
Quanto às “provas evidentes”, ainda estou à espera delas.


“Não sei como é que é no mundo “revisionista”, mas no mundo real apenas se consideram as hipóteses que não contradizem a evidência.”

Não sei como é no mundo “exterminacionista”, mas no mundo da liberdade de expressão e informação não se excluem as hipóteses que alguns grupos de interesse e de pressão consideram sempre, histericamente, serem “anti-semitas” ou “nazis”.

«Mas alguém pode acreditar neste circo???»

“Tem algum argumento, ou espera que os seus leitores se contentem com a sua oca e insignificante invocação de incredulidade?”

Se eu tenho algum argumento? Porquê, você aresentou algum? Veio aqui mostrar “presunções” e “é bem possível”; veio com a mesma conversa de que existem “inúmeros testemunhos”, “provas documentais” mas depois não apresenta nada e nem consegue saber se a CV visitou realmente o campo e, se sim, quando o fez. A minha “oca e insignificante invocação de incredibilidade” levou alguns dias a debater e tem levado os seus amigos de blogue a um nervosismo interessante, tal não é a forma como nunca mais largaram o Revisionismo em Linha. Parece que, até agora, o “insignificante” Português tem chegado para vocês todos.

«Não estão em causa deportações, privações de direitos, maus tratos, etc. Isso e coisas piores poderão ter acontecido e são, naturalmente, censuráveis. Mas o resto não passa de propaganda de guerra pura e simples!»

“Tomo nota dos seus artigos de fé, e é claro que você é livre de acreditar naquilo que o faz feliz. Mas não espere convencer ninguém fora do seu círculo de crentes se não tiver melhores argumentos – e sobretudo evidência que os suporte.”

Mas eu é que não tenho argumentos? Para quem não tem argumentos, você demorou a escrever uma resposta que não trouxe nada de nada! Depois de tudo o que eu escrevi, quem precisa de melhores argumentos (leia-se ‘fontes/datas’) não sou eu.

PS. Eu não escrevo no Revisionismo em Linha para "convencer" quem quer que seja. Apenas me irrita "um única História, uma única visão" e quererem desvalorizar tudo o resto.

Boa tarde.



3. Minha mensagem enviada em Thursday, April 23, 2009 4:44:39 PM



»«Retirei esta passagem daqui para mostrar o excelente trabalho de 'manipulação' (leia-se 'imposição por qualquer forma e método da versão intocável do Shoa - ou Shoah') que certas pessoas fazem para que se viva numa autêntica ditadura de pensamento único.»

Vamos ver quem é que está impondo o que quando eu postar esta resposta. Se ela desaparecer (caso em que será postada no blog “Holocausto”), resultará óbvio quem é que pretende impor uma “ditadura de pensamento único”.

Há uns dias censuraram um comentário meu com relatos de testemunhos de atrocidades dos “Aliados” no vosso blogue. Estava enquadrado no ‘post’ e não continha qualquer conteúdo ofensivo. O mesmo não se pode dizer dos comentários do seu colega Gott que já percebeu que não pode ser essa a estratégia…«


Se eu fizer comentários que não têm nada a ver com o tema do artigo em questão, não tenho razão de queixa se estes são apagados. Caso os seus “testemunhos de atrocidades” tenham estado relacionados com o artigo que comentou, me diga e eu falo com o meu “colega”. Caso contrário, resolva com ele e deixe-se de lamúrias.

»«“A informação de que o campo de trabalho Treblinka I foi inspeccionado pela Cruz Vermelha também parece ser de duvidosa exactidão, ao menos à primeira vista.”

Seria então mais simples tentar verificar nos registos na CV se existe ou não essa inspecção. Ou nos registos do próprio campo. E colocar aqui esses dados.»

Se tiver acesso aos respectivos registos da CV ou aos dados do campo de trabalho, agradeço que me facilite essa informação. Eu cá não tenho acesso.

Então o comentário/post parte logo de um dado incorrecto, sem registos que confirmem a inspecção. Se não têm acesso, escrevam (leia-se ‘inventem’) sobre outra coisa.«


Ena pá, muito preza o meu amigo a liberdade de expressão ... 

Nem todos temos o privilégio de ter acesso às fontes primárias. Se você tiver (coisa que duvido), meus parabéns.

E lá por eu não ter acesso a registos da CV sobre uma visita ao campo de trabalho Treblinka I, não significa que tais registos não existam. Os jornalistas do respeitável jornal polaco Gazeta Wyborcza obviamente tiveram acesso ou a estes registos, ou a fonte historiográfica que refere os mesmos. Raciocine.

É interessante notar, já agora, a forma como você foca um detalhe meramente secundário e perfeitamente prescindível do artigo de Gazeta Wyborcza, mencionado de passagem nesse mesmo artigo. Sobre o tema do artigo (o saque das pertenças das vítimas do campo de extermínio Treblinka II durante a operação e depois do desmantelamento desse campo) parece não ter nada a dizer.

»«Não isso não nos é explicado no post.»

Por que carga de água é que haveria de ser “explicado”?

PORQUE SÃO VOCÊS QUE SE APELIDAM A VOCÊS PRÓPRIOS E DONOS DA RAZÃO, POSSUIDORES DE TODAS AS FONTES, TESTEMUNHOS E HISTORIADORES E PESQUISADORES SÉRIOS! PORQUE O SEU COLEGA GOTT SEMPRE QUE NÃO TEM RESPOSTA PAR5A AS MINHAS QUESTÕES ANDA AOS PULINHOS A PEDIR “FONTES! FONTES! FONTES! MAS NÃO RESPONDE!«


A minha questão era sobre a relevância da explicação solicitada no contexto do tema em discussão, por isso veja se arranja resposta melhor, e menos histérica se possível.

Já agora, pare também com essa do “vocês”. Quando fala com o Leo fala com ele e quando fala comigo fala comigo, tá? Não há cá “vocês”.

»Afinal, nem conseguem saber, neste caso, se a CV fez ou não a inspecção e, se a fez, quando é que ela foi feita.«

Explique lá o “nem”, se faz favor. Além de se tratar de uma informação de importância meramente secundária no contexto do artigo de Gazeta Wyborcza, ninguém tem porque ter acesso a todas as fontes, sobretudo a fontes primárias pouco conhecidas. Portanto, o “nem” não passa de retórica barata.

»«Aliás, para quem procura sempre fontes para as afirmações revisionistas, é estranho que quando se trata de afirmações “exterminacionistas” essas fontes já não sejam necessárias.»

“A fonte, para já, é um artigo escrito por dois jornalistas polacos que, segundo se pode presumir, fizeram alguma pesquisa sobre o assunto.(…)”

Fizeram? Como é que você sabe isso?«


Porque é o que se espera que um jornalista investigador faça.

»Por “presunção”?«


Por presunção lógica e razoável. Alguma coisa contra isso?

»Não me faça rir.«

Tomo nota da retórica, agora venha o argumento.

»Vocês que ridicularizam todas as habilitações literárias de qualquer revisionista, querem dar credibilidade… à “presunção”???«

Em primeiro lugar, pare lá como o “vocês”. Está falando comigo e com mais ninguém, e quanto a mim o problema dos “revisionistas” é a falta não de habilitações literárias, mas sim de objectividade, capacidade de raciocínio lógico e honestidade.

Em segundo lugar, o que é que a questão das habilitações literárias tem a ver com a minha lógica e razoável presunção? Nada em absoluto. Portanto, arranje argumento melhor.

»“(…) Não me sendo possível verificar as fontes que esta fonte usou, limito-me a analisar a credibilidade da informação fornecida pelos autores desse artigo. Algum problema com isso?”

Lindo! Essa é a vossa estratégia… apenas para vocês próprios! Fale com o Gott e pergunte-lhe o que ele tem escrito sobre os artigos revisionistas que eu coloco no “meu” blogue… Se há algum problema? Bem, se eu fizer o copy/paste dos comentários do Gott, vai da “teoria da conspiração” ao “anti-semitismo”. No seu caso, da teoria “exterminacionista” ao “Sionismo”, provavelmente.«


Tomo nota de bastante barafunda retórica com uma carga considerável de histerismo, mas não vejo resposta à minha questão. Portanto, cá vai ela outra vez: o que é que há de objectar á análise da credibilidade de uma informação jornalística cuja veracidade não posso, por falta de menção/citação das fontes utilizadas e de acesso próprio a tais fontes, estabelecer de forma definitiva?

»«“Isto porque, não obstante a camuflagem do campo da morte de Treblinka II atrás de uma vedação de arame entretecida com ramos (e também árvores, segundo o artigo de Gazeta Wyborcza), como poderiam delegados da Cruz Vermelha, ao inspeccionar um campo de trabalho que se situava a apenas dois quilómetros a sul do campo de extermínio de Treblinka II, ter deixado de notar o fedor dos cadáveres (que, segundo salienta o Prof. Browning no seu relatório de especialista entregue no litígio Irving-Lipstadt, conduziu a uma queixa documentada por parte do comandante local da Wehrmacht de uma povoação (Ostrow) a 20 quilómetros de distância de Treblinka), se Treblinka I foi inspeccionado no verão ou Outono de 1942, no auge das operações de matança em Treblinka II?”

Vamos por partes. Primeiro duvida-se da estada da CV no campo. Segundo, essa dúvida é baseada no facto de que os seus representantes TINHAM OBRIGATORIAMENTE QUE SENTIR O MAU CHEIRO porque existem um relatório que comprova o mesmo. Mas o mau cheiro viria mesmo dos cadáveres mal enterrados? Foi confirmado isso?»

“Com certeza. Existem vários depoimentos de testemunhas, incluindo antigos membros das SS, que falam do insuportável fedor de cadáveres, que se sentia a milhas do campo dependendo do vento.”

Há sempre depoimentos e testemunhos para tudo. Por vezes, aos milhares. Mas eu nunca os vejo.«


Problema seu, que poderá resolver lendo outra coisa que não propaganda “revisionista”. Se ler o livro “No Coração das Trevas” de Gitta Sereny, que contém as entrevistas da autora com o antigo comandante do campo de Treblinka, Franz Stangl, encontrará lá a descrição por Stangl do fedor de cadáveres que se sentia e muitos quilómetros do campo. No mesmo livro, encontrará uma citação do diário de um soldado alemão que narra as suas impressões do campo de extermínio de Treblinka (incluindo o cheiro, que fez alguns dos seus camaradas vomitar) quando passou pelo campo num comboio a caminho da Frente Leste. No livro “Shoah” da Claude Lanzmann, encontrará a entrevista deste com Franz Suchomel, outro dos supervisores SS em Treblinka, em que Suchomel fala do mesmo fedor infernal. Existem mais exemplos, mas estes três – completamente independentes entre si – são suficientes para confirmar o fedor de cadáveres em decomposição que emanava do campo de extermínio de Treblinka.

»Ou então aparece um ou dois que são sempre “o exemplo dos outros mil” que curiosamente, nunca aparecem.«

No dia em que eu invocar “outros mil”, podemos falar sobre o assunto. Até então, deixe-se lamúrias.

»Mas, repito: onde estão os dados que nos permitam dizer, pelo cheiro, o número de mortos, a forma como ocorreram as mortes, enfim, esse “genocídio”?«

A forma como ocorreram as mortos não se pode deduzir do cheiro, com é obvio, e ninguém afirmou o contrário. Também é difícil quantificar os mortos com base no cheiro, mas existem parâmetros de comparação. Queixas sobre cheiro de cadáveres que polui o ambiente a grandes distâncias acostumam surgir onde um grande número de cadáveres não é devidamente enterrado. Houve casos assim durante a epidemia de febre aftosa na Grã Bretanha, quando mais de um milhão de cadáveres de gado foram enterrados em alguns poucos sítios. As queixas referiam-se a valas onde estavam enterradas dezenas ou até centenas de milhares de cabeças de gado. Portanto, é lícito deduzir que estamos perante um fenómeno similar, e de magnitude semelhante no que respeita à quantidade de material orgânico em decomposição, quando se fala do fedor de cadáveres que poluía o ambiente a partir do campo de Treblinka.

Ora, porque é que haveria tanta substância cadavérica em decomposição num mero campo de passagem? Com a demais evidência documental e testemunhal que aponta para um campo de extermínio onde centos de milhares de deportados foram mortos, a evidência do cheiro encaixa perfeitamente.

»“Existe igualmente um documento que relata a reclamação do comandante local da Wehrmacht em Ostrow, a 20 quilómetros de Treblinka, sobre o facto de os judeus em Treblinka não estarem suficientemente sepultados e um cheiro insuportável de cadáveres pairar sobre a região por esse motivo.”

O relatório existe… e a resposta?«


A resposta ao relatório? Não se sabe se houve, embora haja indicações de os problemas de natureza ambiental relacionados com a decomposição dos cadáveres foram uma das razões que levaram a que os cadáveres fossem posteriormente cremador em Treblinka e nos outros campos da Aktion Reinhard(t).

»E a comprovação de que o cheiro era de lá?«

Consta do próprio relatório, aplicando apenas um pouco de lógica. Por que é que o comandante local da Wehrmacht em Ostrow haveria de se queixar do fedor de judeus mal enterrados em Treblinka que empestava o ambiente, se não tivesse a certeza absoluta de que o cheiro era de lá? E de que outro sítio, se não o campo de extermínio de Treblinka, poderia esse cheiro ter vindo? A Frente Leste ainda estava muito longe nessa altura, e não há notícia de epidemia de febre aftosa como na Grã Bretanha em 2001. Faça perguntas mais inteligentes.

»E que se comprovava o que ele suspeitava?«

Ele não suspeitava que o cheiro a cadáveres mal enterrados vinha de Treblinka, mas tinha a certeza. Não havia outra fonte possível nas redondezas, nem campos de batalha, nem lixeiras, nem valas cheias de vacas mortas. E ao que parece, o facto de Treblinka estar cheio de judeus mortos era de conhecimento geral na região, tanto que até o comandante local da Wehrmacht em Ostrow estava informado.

»«E mesmo que o mau cheiro viesse dos cadáveres, é isso que prova que existia um plano de matança programada de Judeus, inclusivamente com câmaras de gás?»

“Câmaras de gás o cheiro não prova, com certeza. Para isso existe outra evidência, nomeadamente os depoimentos de muitas testemunhas incluindo antigos membros da equipa SS do campo.”

Primeiro, gostava de ler esses depoimentos e como foram recolhidos.«


Então sugiro que leia alguma coisa que não propaganda “revisionista” e fique atento aos artigos do blog Holocausto, onde tais testemunhas foram ou hão de ser citadas. Se conseguir ler inglês, sugiro que leia o relatório do Prof. Browning, que está disponível na Internet começando em http://www.ess.uwe.ac.uk/GENOCIDE/browning1.htm . Sob os links http://www.ess.uwe.ac.uk/GENOCIDE/browning4.htm e http://www.ess.uwe.ac.uk/GENOCIDE/browning5.htm, o historiador identifica as várias categorias de testemunhas e cita algumas delas. Trata-se principalmente de depoimentos recolhidos por autoridades de investigação criminal, sobretudo polacas e da República Federal Alemã.

»Segundo, corpos mal enterrados não comprovam o suposto genocídio.«

Por si só talvez não, mas constituem um elemento de evidência que, conjugado com outros, não deixa lugar a dúvida. Só por si, o cheiro emanado por corpos mal enterrados em decomposição indica que havia demasiados corpos para os enterrar devidamente e não incomodar o ambiente. Ora, se conseguir explicar porque haveria tantos corpos num mero campo de passagem …

»Se estão mal enterrados, não foram cremados, portanto poderiam ter-se feito exumações/autópsias para saber a verdadeira causa da morte. Isso foi feito?«

Realmente convém que leia alguma coisa sobre a matéria, sem ser propaganda “revisionista”. Ficará então a saber que a partir do início de 1943 os corpos enterrados nas valas em massa do campo de extermínio de Treblinka II foram desenterrados e cremados. Quando o local foi investigado por autoridades polacas depois da guerra, já não havia, portanto, cadáveres para exumar e autopsiar. Mas havia grandes quantidades de restos de cadáveres cremados, segundo descrevem os relatórios de investigação traduzidos no meu artigo em http://holocausto-doc.blogspot.com/2008/12/as-investigaes-polacas-do-local-da.html . Se for à ‘post’ http://holocausto-doc.blogspot.com/2009/03/documentacao-fotografica-de-crimes.html , encontrará lá fotografias do terreno de Treblinka II tiradas durante a investigação, que ilustram o aspecto da área resultante da “febre do ouro”.

»“Ora, um cheiro a cadáveres que é tido como insuportável a quilómetros de distância significa um grande número de cadáveres em decomposição, tantos que não é possível enterra-los devidamente para não incomodar o meio ambiente.”

Pode apresentar-me algum estudo que comprove a relação nº de mortos com os quilómetros para se sentir o cheiro insuportável?«


Como já disse, questões de cheiro perceptível a grandes distâncias surgem quando há uma grande quantidade de matéria orgânica em decomposição não devidamente enterrada ou de outra forma processada, como é o caso de grandes lixeiras mal projectadas ou organizadas (eu vivi a cerca de 10 quilómetros de uma, e quando o vento soprava de lá era uma festa) ou valas que contêm dezenas ou centenas de milhares de cadáveres de gado. Pode-se informar sobre os casos reportados em conexão com a epidemia de febre aftosa na Grã Bretanha em 2001, no site http://fss.k-state.edu/FeaturedContent/CarcassDisposal/PDF%20Files/CH%201%20-%20Burial.pdf .

»“Como é que isso liga com a noção “revisionista” de que Treblinka II era um mero campo de passagem para judeus que eram deportados aos territórios ocupados da União Soviética? Explique lá, se faz favor.”

Tem que existir o cheiro, claro…«


Num mero campo de passagem? Porque?

»Sem o cheiro insuportável, não há cadáveres em grande número… Essa é a vossa teoria, a vossa estratégia. Mas depois vem a CV… e, opsss, tudo se complica. E o “explique lá, se faz favor” passa para si… «

O cheiro está documentado, e a CV só pode ter estado em Treblinka I depois do desmantelamento de Treblinka II para não o notar. Portanto, deixe-se de manobras evasivas e responda à minha questão.

»“Com a evidência de que Treblinka II era um campo de extermínio, a presença de montes de cadáveres mal sepultados no campo encaixa perfeitamente.”

Ora, naturalmente. Mas a História do Homem não funciona por “encaixes” ou “presunções”, como há pouco se viu. Funciona com factos credíveis, livres de serem testados e questionados as vezes que forem necessárias.«


Não me diga. E como é que se estabelecem esses factos credíveis, senão através do encaixe de vários elementos de evidência independentes uns dos outros que apontam para uma determinada conclusão? Explique lá com base no exemplo de um acontecimento histórico que não nega. Os campos de trabalho de Estaline, por exemplo. Ou as purgas de 1937/38. Ou a expulsão dos alemães da Polónia e a Checoslováquia depois da segunda guerra, com as atrocidades cometidas no processo. Como é que foram estabelecidos os factos que você não tem problema em aceitar, relativamente a esses acontecimentos?

»Infelizmente, o facto histórico denominado “Holocausto” é a excepção para tudo isso.«

Excepção como? Explique lá como difere a forma em que foram estabelecidos os factos do Holocausto da forma como foram estabelecidos os factos de, digamos, os campos de trabalho de Estaline.

»«Portanto, a conclusão é simples: o facto dos representantes da CV não terem sentido esse cheiro tem menos valor que um relatório com queixas de mau cheiro.»

“Não existe nenhum conflito entre queixas de mau cheiro e um presumível relatório da CV que não mencione esse cheiro (…)”

Existe. Vocês é que pretendem contorná-lo e fazer dele algo que não é importante.«


Existe porque? Deixe-se de retórica oca e explique.

»“(…) a não ser que os representantes da CV estivessem em Treblinka I enquanto decorria o extermínio em Treblinka II. O artigo do jornal polaco é omisso quanto à data da visita da CV(…)”

Estranho como uma data que é fundamental para a análise do problema não aparece.«


Qual “problema”? A visita da CV ao campo de Treblinka I é um facto mencionado por acaso, numa única frase, num artigo dedicado ao saque das pertenças das vítimas do campo de extermínio de Treblinka II durante e depois da guerra. Os autores do artigo não vêm aqui qualquer “problema”, e o campo de trabalho não é sequer o tema do artigo.

»Mas que coincidência tão boa o artigo omitir a data para depois encaixar a teoria “exterminacionista”…«

O artigo “omite” um dado irrelevante para o seu tema, relativamente a um facto que menciona de passagem. É só isso. E não se trata de um artigo com qualquer contexto “exterminacionista”, mas de um artigo num jornal polaco sobre um tema que é tabu na Polónia (o saque das pertenças das vítimas do campo de extermínio, e a forma como este saque beneficiou a população polaca não judaica), do qual este “exterminacionista” nunca teria tido conhecimento se não fosse por um amigo seu que vive em Cracóvia e é leitor da Gazeta Wyborcza. Portanto é melhor guardar as suas teorias de conspiração para si, se não quer (ainda mais) cair no ridículo.

»“(…) e uma vez que Treblinka I já existia antes de Treblinka II entrar em funcionamento e continuou a existir depois de Treblinka II ter sido desmantelado, é bem possível que a visita da CV tenha ocorrido quando ainda não existia Treblinka II ou depois de Treblinka II ter deixado de existir. É tão simples quanto isso.

É bem possível… É bem possível???!!!! Mas a suposta morte de seres humanos, através de um plano previamente estudado e aprovado compadece-se com análises do “é bem possível”???? Mas então e os milhares de testemunhos e provas documentais? Aonde é que elas ficam? Na gaveta? Depois de tanta prova que só os revisionistas é que não conseguem ver, aparece aqui o senhor a fazer “presunções” e a dizer que “é bem possível”?«


Estamos falando aqui de que, de provas daquilo que aconteceu em Treblinka? Não. Estamos falando da presumível razão pela qual visitantes da Cruz Vermelha ao campo de Treblinka I, segundo parece, não terão notado uma dessas provas, o cheiro a cadáveres que emanava do campo. Portanto, a sua retórica não tem nada a ver como meu argumento. Se você conseguisse excluir a razoável hipótese de que a visita de Cruz Vermelha a Treblinka I ocorreu antes de Treblinka II ter começado a operar ou depois de Treblinka II ter encerrado, teria um argumento contra a fiabilidade da evidência documental, testemunhal e física – incluindo sem limitação a que pode consultar nas fontes atrás referidas. Enquanto não conseguir excluir essa hipótese, a única coisa que lhe resta são barafundas retóricas sem significado.

»«E se não havia mesmo cheiro nenhum? Isso também não iria provar que não havia mortes nesse campo, naturalmente.»

Ou então que o vento soprava noutra direcção. Se tiver a data da visita da CV a Treblinka I, e se essa data se situar entre 22 de Julho de 1942 e meados de Novembro de 1943 (isto é, o tempo entre a entrada em funcionamento e o fim do desmantelamento do campo de extermínio Treblinka II), poderemos discutir estas hipóteses.

Ora bem. Gostei. Agora pareceu-me, por momentos, alguém interessado na verdade histórica.«


Parece que por momentos se apercebeu de que, ao contrário de si, o seu opositor está interessado nos factos.

»Querer saber as datas. Mas isso é o que você e outros deveriam ter feito antes de escrever este ‘post’ e antes de rotular o campo.«

Mais uma vez, e interessante como você preza a liberdade de expressão.

Não, meu caro, não havia nenhuma necessidade de estabelecer a data da visita da CV ao campo de trabalho Treblinka I. Você é que deveria ter obtido dados que colocassem em causa a minha conclusão sobre a provável altura da visita da Cruz Vermelha, antes de começar a barafustar contra a evidência (incluindo sem limitação a que é referida no artigo de Gazeta Wyborcza e nas fontes que atrás lhe indiquei) segundo a qual Treblinka II era um campo de extermínio. Não fez o seu trabalho de casa, por isso agora está reduzido a chutar retórica.

»«Mas é de uma total leviandade tirar conclusões como as vossas.»

“De quais conclusões exactamente está falando, e o que é que supostamente as torna “levianas”?”

De que o campo era de extermínio porque o suposto cheiro vinha do número exagerado de mortos.«


Onde foi buscar a ideia de que a conclusão de Treblinka ter sido um campo de extermínio se baseia apenas no cheiro?

»Sem saber se a CV lá foi.«

Incorrecto. Tendo informação de que a CV foi lá, e concluindo razoavelmente que deve ter ido lá em altura em que ainda ou já não havia cheiro.


»E se foi, TINHA que sentir o cheiro, etc.«


Incorrecto. Só se foi lá enquanto o campo de extermínio estava em operação, o que é altamente improvável.

»«Se a Polícia é chamada por causa de um suposto incidente, relatado numa queixa, e depois quando chega ao local não encontra nada de incriminatório, o que conta é a queixa?»

“Não vejo qualquer relação entre a observação supra e o assunto em discussão”

Existe um relatório que pretende mostrar que o cheiro é insuportável e só pode vir de (muitos) cadáveres mal enterrados. A CV vai lá, mas não vê nem cheira nada. O relatório é que conta…«


Pode apresentar esse argumento quando tiver excluído a hipótese de que a CV foi lá algures nos quinze meses em que ainda não ou já não existia o campo de extermínio Treblinka II. Sem ter excluído essa hipótese, é um argumento bem fraco.

»“Não existe a mais mínima indicação de que a visita da CV ao campo de trabalho Treblinka I tenha tido qualquer coisa a ver com a queixa do comandante local da Wehrmacht em Ostrow (apresentada junto das autoridades militares e registada no diário de guerra do comandante militar do Governo-Geral alemão na Polónia) sobre o fedor dos cadáveres judeus mal sepultados no que obviamente era o campo de extermínio Treblinka II.”

Não sabem a data da ida da CV ao campo - até parece que nem é importante - mas sabem dizer rapidamente que não há indicação do porquê da ida da mesma…«


Incorrecto. Eu digo (não é “dizemos”) que não existe indicação de que a visita de CV tenha tido alguma coisa a ver com a queixa do comandante local da Wehrmacht em Ostrow. E não apenas isso, é impossível que assim tinha sido, porque a CV não pode ter agido em função de uma reclamação registada num diário de guerra militar que, disso podemos ter a certeza, nunca foi do seu conhecimento. Quanto ao porque da ida da mesma ao campo de Treblinka I, é fácil de discernir: tratava-se de um campo de trabalho cujos prisioneiros viviam em condições altamente precárias, e a partir de uma certa altura a CV conseguiu estender os seus esforços humanitários aos campos de trabalho/concentração nazis e visitar alguns destes.

»Eu fico sempre surpreendido com estas “presunções” e “indicações” e com estas certezas absolutas do que eram os campos I e II…«

Se tomasse o trabalho de ler alguma coisa que não seja propaganda “revisionista” e tentar pensar sem bloqueio ideológico, talvez deixe de ficar surpreendido como o que apenas são conclusões lógicas derivadas da evidência.

»“(…) Portanto, existem duas hipóteses realistas relativamente à informação no jornal polaco de que a CV visitou Treblinka I:

a) A informação é incorrecta (segundo tenho ouvido, acontece muitas vezes um jornal publicar informação incorrecta);(…)”

É pena esta conclusão só aparecer agora…«


De facto essa hipótese já foi expressa na minha ‘post’ sobre a Febre do Ouro em Treblinka. Você não é um leitor muito atento, pois não?

»“(…) b) A informação é correcta e a visita da CV teve lugar antes de fins de Julho de 1942 ou depois de meados de Novembro de 1943, ou seja, numa altura em que havia Treblinka I mas não Treblinka II."

Mas não há dados e a ‘post’ parte de um argumento em que as fontes são poucas e até parece que há mesmo pouco interesse em conhecê-las.«


A ‘post’ parte de um argumento lógico que encaixa na evidência relativa ao campo de extermínio de Treblinka II. E que cabe a si refutar demonstrando que a visita da CV ocorreu em altura em que se deveria ter sentido o cheiro, se quiser discutir com argumentos e não apenas com retórica.

»“Depois existe ainda a hipótese de que Treblinka II não cheirava assim tão mal porque não havia tantos cadáveres aí. Mas essa hipótese não é realista, uma vez que contradiz toda a evidência testemunhal, documental e física que se conhece sobre Treblinka II, a qual aponta claramente para se ter tratado de um campo de extermínio.”

Hipótese não realista? Todas são possíveis e debatê-las é o nosso trabalho.«


Não sei como é no mundo “revisionista”, mas no mundo real as hipóteses que contradizem a evidência acostumam ser eliminadas.

»Quanto às “provas evidentes”, ainda estou à espera delas.«

Não me parece que as provas alguma vez lhe tenham interessado minimamente, de facto. Mas se não for assim, comece por ler as fontes que atrás lhe indiquei.

»“Não sei como é que é no mundo “revisionista”, mas no mundo real apenas se consideram as hipóteses que não contradizem a evidência.”

Não sei como é no mundo “exterminacionista”, mas no mundo da liberdade de expressão e informação não se excluem as hipóteses que alguns grupos de interesse e de pressão consideram sempre, histericamente, serem “anti-semitas” ou “nazis”.«


A razão pela exclusão das suas hipóteses não é essa, amigo. A razão é que as suas hipóteses contradizem a evidência e o senso comum. Baboseira não deixa de ser baboseira lá por se “politicamente incorrecta”.

»«Mas alguém pode acreditar neste circo???»

“Tem algum argumento, ou espera que os seus leitores se contentem com a sua oca e insignificante invocação de incredulidade?”

Se eu tenho algum argumento? Porquê, você aresentou algum?«


Bastantes, de facto.

»Veio aqui mostrar “presunções” e “é bem possível”; veio com a mesma conversa de que existem “inúmeros testemunhos”, “provas documentais”«

Tudo argumentos, amigo. Quando muito me poderia acusar de não ter apresentado evidência em suporte deles. Mas nem isso.

»mas depois não apresenta nada«

Só preciso de apresentar suporte evidência mediante solicitação, o que entretanto fiz.

»nem consegue saber se a CV visitou realmente o campo e, se sim, quando o fez.«

Qual é razão de ser do “nem” nessa frase? É suposto a visita da CV ao campo de trabalho de Treblinka I – da qual ambos apenas tomamos conhecimento através do artigo de Gazeta Wyborcza – ser um facto sobejamente conhecido?

»A minha “oca e insignificante invocação de incredibilidade” levou alguns dias a debater e tem levado os seus amigos de blogue a um nervosismo interessante, tal não é a forma como nunca mais largaram o Revisionismo em Linha.«

Parece-me estar perante uma dessas ocas “danças de vitória” que caracterizam os “revisionistas”. Tem a certeza de que não está sobreavaliando os seus logros, se acaso logrou alguma coisa?

«Parece que, até agora, o “insignificante” Português tem chegado para vocês todos.«

Gritar menos e argumentar melhor fazia-lhe bem. Conselho amigável.

»«Não estão em causa deportações, privações de direitos, maus tratos, etc. Isso e coisas piores poderão ter acontecido e são, naturalmente, censuráveis. Mas o resto não passa de propaganda de guerra pura e simples!»

“Tomo nota dos seus artigos de fé, e é claro que você é livre de acreditar naquilo que o faz feliz. Mas não espere convencer ninguém fora do seu círculo de crentes se não tiver melhores argumentos – e sobretudo evidência que os suporte.”

Mas eu é que não tenho argumentos? Para quem não tem argumentos, você demorou a escrever uma resposta que não trouxe nada de nada!«


Deixe aos leitores julgar o que a minha primeira resposta trouxe, tá?

E seja um pouco mais agradecido pela minha gentileza em responder as suas baboseiras.

»Depois de tudo o que eu escrevi, quem precisa de melhores argumentos (leia-se ‘fontes/datas’) não sou eu.«

“Não sou eu, és tu” – resposta um tanto infantil, não lhe parece?

»PS. Eu não escrevo no Revisionismo em Linha para "convencer" quem quer que seja.«


Bom para si, senão ficaria ainda mais frustrado.

»Apenas me irrita "um única História, uma única visão" e quererem desvalorizar tudo o resto.«

Não é “tudo o resto”. Apenas aquilo que vai contra a evidência e a lógica, tal como o “revisionismo”. Se tivesse uma explicação alternativa plausível e suportada por evidência sobre o que aconteceu aos judeus deportados a Treblinka, a sua “visão” mereceria respeito. Sem isso, não passa de retórica propagandística.

»Boa tarde.«

Igualmente. E obrigado pela publicidade gratuita. 


Depois da minha segunda mensagem, o "Johnny" parece ter ficado com os pezinhos frios, uma vez que apagou todos as mensagens que tinham sido postadas sob o seu artigo. Neste momento (24 de Abril de 2009, 12:25 horas GMT) não existe nenhuma mensagem sob aquele artigo (facto que fica registado mediante screenshot, é claro).

Acho que esta atitude por parte de um (auto)proclamado defensor "revisionista" da liberdade de expressão fala por si e não merece mais comentário.


P.S.

Foi postada a seguinte mensagem sob o artigo do "Johnny":

A discussão deste artigo (covardemente apagada da respectiva secção de comentários pelo autor do mesmo) encontra-se aqui.


Esta mensagem "ficará visível após a aprovação do proprietário do blogue".

A ver vamos ...


PPS:

A reacção do covarde foi mandar vir peixeirada (com uma óbvia carga de projecção de si próprio, como não poderia deixar de ser) num novo artigo no seu blogue censurado (onde os comentários aos artigos só aparecem após a aprovação do proprietário, e o que não lhe convém nunca aparece, é claro).

Coitado do "Johnny". Será que consegue olhar-se no espelho sem ficar mal disposto?

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Febre do Ouro em Treblinka

Um artigo que apareceu em 7 de Janeiro de 2008 no jornal polaco Gazeta Wyborcza, também disponível na Internet, aborda um assunto pouco conhecido, relacionado com a chacina em massa no campo de extermínio de Treblinka: a participação de polacos não judeus no saque das pertenças das vítimas durante a operação do campo e a busca de tesouros na área do antigo campo de extermínio depois de este ter sido desmantelado. Os autores deste artigo, Piotr Głuchowski e Marcin Kowalski, descrevem estes fenómenos sob o título "Febre do Ouro em Treblinka".

O artigo foi traduzido para alemão pelo Dr. phil. Joachim Neander, um historiador alemão residente em Cracóvia, Polónia. A tradução feita pelo Dr. Neander, que pode ser lida na minha mensagem # 10008 no fórum RODOH, foi por sua vez traduzida para inglês por mim, e o Dr. Neander teve a gentileza de rever a tradução e verifica-la com o texto original em língua polaca. Esta tradução pode ser lida na minha mensagem # 10010 no referido fórum. Também já existe tradução para português, que se encontra na minha mensagem # 10962 no mesmo fórum.

O artigo contém algumas incorrecções.

Uma é a afirmação, aparentemente baseada em informação fornecida pelo antigo director do museu do campo de Treblinka, Tadeusz Kiryluk, que Ivan Demianiuk foi sem dúvida um guarda em Treblinka. De facto, conforme resulta de outras fontes, incluindo este comentário sobre o caso Demianiuk, existe forte evidência de que Demianiuk prestou serviço com guarda SS em vários campos de concentração ou extermínio nazis, incluindo Sobibor e Flossenbürg, mas não há evidência sólida de que alguma vez tenha prestado serviço em qualquer qualidade em Treblinka. O homem que Demianiuk foi acusado de ser, um guarda de Treblinka particularmente sádico conhecido como "Ivan o Terrível", era outro ucraniano com o nome de Ivan Marchenko.

Também é incorrecta a datação para 1947 da investigação do local pela Comissão Principal para a Investigação de Crimes Nazis e das observações de Rachel(a) Auerbach relativamente às actividades de saqueadores de campas. De facto, a Comissão Central para a Investigação de Crimes Alemães na Polónia publicou os factos por ela apurados relativamente ao Campo de Extermínio de Treblinka em 1946, sendo a sua descrição do local de Treblinka obviamente baseada numa investigação feita em Novembro de 1945 pelo Juiz Investigador Lukaszkiewicz, que é referida no meu artigo Polish investigations of the Treblinka killing site were a complete failure … [versão em português]. Segundo um extracto do livro de Yitzhak Arad Belzec, Sobibor, Treblinka. The Operation Reinhard Death Camps, citado no mesmo artigo, Rachel(a) Auerbach visitou Treblinka em 7 de Novembro de 1945, "como parte de uma delegação do Comité Estatal Polaco para a Investigação de Crimes de Guerra Nazis em Solo Polaco"; a memória das suas impressões citada por Arad condiz com as suas afirmações sobre os "chacais e hienas com forma humana", citadas no artigo de Gazeta Wyborcza. O dia 7 de Novembro de 1945 é a data indicada pela própria Rachel(a) Auerbach no seu livro In the Fields of Treblinka("Nos Campos de Treblinka"), cuja tradução para inglês faz parta da colecção The Death Camp Treblinka. A Documentary, editada por Alexander Donat (1979 Waidon Press, Inc., New York City).

A informação de que o campo de trabalho Treblinka I foi inspeccionado pela Cruz Vermelha também parece ser de duvidosa exactidão, ao menos à primeira vista. Isto porque, não obstante a camuflagem do campo da morte de Treblinka II atrás de uma vedação de arame entretecida com ramos (e também árvores, segundo o artigo de Gazeta Wyborcza), como poderiam delegados da Cruz Vermelha, ao inspeccionar um campo de trabalho que se situava a apenas dois quilómetros a sul do campo de extermínio de Treblinka II, ter deixado de notar o fedor dos cadáveres (que, segundo salienta o Prof. Browning no seu relatório de especialista entregue no litígio Irving-Lipstadt, conduziu a uma queixa documentada por parte do comandante local da Wehrmacht de uma povoação (Ostrow) a 20 quilómetros de distância de Treblinka), se Treblinka I foi inspeccionado no verão ou Outono de 1942, no auge das operações de matança em Treblinka II? E como poderia uma delegação da Cruz Vermelha que visitasse Treblinka I na primavera ou no verão de 1943, quando a incineração dos cadáveres em Treblinka II estava decorrendo em pleno, ter deixado de notar o fumo que subia daquele campo e o cheiro a carne queimada? Por outro lado, o campo de trabalho de Treblinka I foi estabelecido em fins de 1941, enquanto Treblinka II apenas começou a operar em fins de Julho de 1942, e Treblinka I continuou operacional até Julho de 1944, cerca de sete meses depois de ter sido concluído o desmantelamento de Treblinka II. Isto significa que delegações da Cruz Vermelha que visitassem Treblinka I antes do fim de Julho de 1942 ou depois do fim de Novembro de 1943 não poderiam ter notado sinais de um campo de extermínio que ainda não existia ou tinha deixado de existir na altura da sua inspecção.

Por último, cumpre anotar que o número de vítimas de Treblinka II mencionado no artigo de Gazeta Wyborcza, cerca de 900.000, corresponde à banda alta de estimativas sobre o número de judeus assassinados neste campo de extermínio. Na página 14 da colectânea acima referida de Alexander Donat, são listadas várias estimativas (minha tradução):

Segundo o perito judiciário oficial alemão, o director do Instituto de História Contemporânea de Munique Dr. Helmut Krausnick, pelo menos 700.000 – incluindo os 329.000 judeus de Varsóvia – morreram lá. No segundo julgamento de Treblinka, outro perito, o Dr. Wolfgang Scheffler, aumentou esta cifra para 900.000 vítimas. O número oficial polaco conforme indicado por Z. Łukaszkiewicz é de 800.000; Rachel Auerbach coloca-o em 1.074.000. Franciszek Ząbecki, um polaco que era controlador de tráfego na estação ferroviária de Treblinka e que, para o Exército Doméstico Polaco (AK), manteve um registo diário de todos os transportes ferroviários, insistiu em que o número não poderia ter sido inferior a 1.200.000 "sem sombra de dúvida." A evidência mais convincente foi dada a mim pessoalmente por Samuel Rajzman, o sénior dos sobreviventes de Treblinka: ele tinha testemunhado uma festa dos SS celebrando a chegada do milionésimo deportado a Treblinka. Esta festa teve lugar bem antes do fim das operações do campo.


Raul Hilberg, em The Destruction of the European Jews, estimou o número de vítimas deTreblinka como sendo de "até 750.000". No seu relatório atrás referido, a Comissão Central para Investigação de Crimes Alemães na Polónia escreveu que "o número de vítimas assassinadas em Treblinka monta a, pelo menos, 731,600". Uma peça de evidência recentemente descoberta, o relatório enviado em 11 de Janeiro de 1943 pelo SS-Sturmbannführer Höfle em Lublin ao SS-Obersturmbannführer Heim em Cracóvia, menciona exactamente 713.555 judeus entregues em Treblinka até 31.12.1942, durante o período de maior actividade na operação do campo. Assim, as estimativas mais prováveis parecem ser as que foram feitas por Łukaszkiewicz, Hilberg e a Comissão Central para Investigação de Crimes Alemães na Polónia, enquanto a estimativa de Krausnick é algo baixa e as estimativas altas de Scheffler, Auerbach e Zabecki são demasiado altas. Dada a variedade de estimativas, teria sido aconselhável para os autores do artigo de Gazeta Wyborcza – e para a sua fonte aparente, o actual director do museu de Treblinka – mencionar um leque de estimativas em vez de uma única cifra.

Apesar dos defeitos acima referidos, o artigo de Gazeta Wyborcza é altamente informativo, devido à evidência que apresenta sobre as intensas actividades de saque no local do campo de extermínio de Treblinka II após o seu desmantelamento. Além de afirmações dos habitantes das aldeias circundantes entrevistados pelos autores do artigo, e do que foi escrito por Rachel(a) Auerbach, esta evidência inclui:

• Dois relatórios da Secção de Siedlce do Destacamento da NSZ para Acções Especiais [NSZ = Narodowe Siły Zbrojne – Forças Armadas Nacionais, organização guerrilheira polaca de direita, anti-comunista] sobre a cobrança de contribuições a habitantes locais que profanaram as campas em Treblinka – os guerrilheiros, ao que parece, viam estes saqueadores como uma fonte prometedora de fundos;

• Uma vívida descrição do local e do saque por um membro de uma comissão investigadora de Varsóvia, Karol Ogrodowczyk;

• Um relatório de actividade pelo comandante da milícia de Kosów Lacki sobre medidas (fúteis) adoptadas pela sua unidade contra os saqueadores;

• Uma foto de uma acção contra os saqueadores, empreendida por uma unidade da milícia de Ostrowa Mazowieckie:

Numa das cabanas em Wólka obtivemos uma foto extraordinária desta acção, talvez a única que ainda existe. Ninguém a tinha publicado até agora. Uma cena em campo aberto: soldados armados com pistolas-metralhadoras à volta de um grupo de aldeões. As mulheres com lenços na cabeça e longas saias, como se fossem para a colheita. Só que nas mãos têm pás em vez de foices. Os homens com bonés e casacos, com pás. À frente deles caveiras e ossos de pernas amontoados. Não se vê consternação nas caras. Os detidos sabem que não têm nada a temer.




Estas e outras evidências de perturbações do solo que ocorreram no local de Treblinka muito depois de o campo de extermínio ter sido desmantelado (valas com "uns bons 10 metros de profundidade", segundo Ogrodowczyk, uma das quais parece "a vala de construção de uma casa de vários andares" numa fotografia mostrada aos autores do artigo pela historiadora polaca Martyna Rusiniak) acrescentam mais um toque de absurdo às afirmações de um certo "revisionista" de nome Richard Krege, que afirmou não ter encontrado sinais de valas em massa na área de Treblinka numa "investigação" do solo com radar subterrâneo (ground penetrating radar - GPR) feita em 1999, e cuja alegada metodologia também foi comentada desfavoravelmente por um especialista em tecnologia de GPR, Lawrence B. Conyers (vide a mensagam postada em Tue Nov 13, 2007 2:12 am por "wet blanket" no fórum de discussão "Atheist Parents"). Passo a traduzir a análise de Conyers, relativa a uma imagem da referida "investigação" que Krege publicou:

Olhei para o site, e para a imagem que o senhor enviou. É apenas uma pequena parte da 'grelha' dele. A foto mostra-o usando uma antena de 200 MHz e recolhendo secções transversais espaçadas em cerca de um metro numa ampla grelha. Aquela imagem não foi processada, e apenas mostra uma secção de 5 metros de comprimento numa linha. E mesmo naquele perfil parece haver algumas "coisas" no solo ao lado direito que podem bem ser valas em massa. Resulta aparente que este fulano ou não percebe nada de GPR, ou no mínimo não sabe como processa-lo. Para fazer um trabalho como deve ser, os dados devem ser colocados num cubo 3-D cube de reflexões e processados em grupo, incluindo TODOS os perfis recolhidos. Se alguém quiser ir mesmo ao fundo desta questão terá que obter os dados dele e deixar outro alguém processá-los, ou recolher todo novamente e processar os seus próprios dados. Isto aqui NÃO é nenhum estudo científico ou representativo do solo, nem nada que se pareça.


Uma afirmação feita pelo antigo director do museu do campo de Treblinka, Tadeusz Kiryluk, citada no artigo de Gazeta Wyborcza, mostra que o Sr. Krege, se de facto fez o que afirma ter feito, não foi o único que andou a passear no local de Treblinka com um GPR. Também sugere que, caso a actividade de Krege tenha sido notada pelo pessoal do monumento de Treblinka, o fulano deve ter sido tomado por um saqueador tecnicamente avançado buscando ouro dos judeus assassinados em Treblinka:

“Quando foi que viu os últimos saqueadores?” – “Não sei dizer exactamente. Mas os últimos que vieram cá tinham detectores de metal. Deve ter sido nos anos 90. Uma vez falei com um que tinha um desses aparelhos. Ele insistia em mostrar-me como esse radar trabalha. Têm-nos sempre melhores, os saqueadores de cadáveres. Antigamente davam sinal só quando havia metal, mas agora há aparelhos de radar com os quais se pode olhar debaixo do solo. São manejados por computador.”


As entrevistas dos jornalistas de Gazeta Wyborcza com habitantes locais mostram que a "febre do ouro" em Treblinka é um tema incómodo e vergonhoso, que os contemporâneos e seus descendentes ainda têm relutância em discutir. Este compreensível embaraço, no contexto da actual controvérsia na Polónia sobre o papel desempenhado por polacos não judeus no extermínio dos judeus da Polónia pelos nazis (vide a última secção do artigo, relativa ao livro "Fear" do estudioso polaco-americano Jan Gross) vê-se mais nitidamente nos comentários de um aldeão, que solicitou anonimato, sobre a fotografia acima referida:

"As pessoas aprenderam a diferença entre trigo e ouro," conta o dono da casa, a quem mostramos a foto. Estuda longamente as caras na fotografia. Não quer revelar quem reconheceu, mas admite que: "Não são pessoas anónimas." Várias vezes repete que, se mencionar-mos o seu nome na "Gazeta", os vizinhos queimar-lhe-ão a casa.


O vergonhoso saque das valas em massa de Treblinka – aquilo que Rachel(a) Auerbach descreveu apropriadamente como o comportamento de "chacais e hienas com forma humana" – não se restringiu a civis polacos, contudo. Tropas soviéticas também participaram:

No Outono de 1944 voltaram a aparecer guardas ucranianos e russos, mas desta vez ao serviço de Estaline. Com a sua chegada a escavação camponesa virou uma indústria. Do aeroporto de Ceranów, a 10 km de distância, os soviéticos trouxeram minas e bombas que não tinham explodido. A carga explosiva era afundada numa vala em massa, um soviético fazia-la detonar, e os cadáveres dos judeus voavam pelo ar.
Quando três anos mais tarde apareceram membros da Comissão Principal para Investigação dos Crimes Nazis, a vergonhosa actividade estava no seu apogeu. O membro da comissão Rachela Auerbach anotou: "Com pás e outros artefactos saqueadores e ladrões escavam, buscam, vasculham ... carregam para cá projécteis de artilharia e bombas não detonadas – chacais e hienas com forma humana. Fazem buracos na terra embebida em sangue, misturada com a cinza de judeus queimados ..."
Tendo em conta a censura, Auerbach não podia dizer, desde logo, que eram os soviéticos quem organizava e supervisionava esta vergonhosa actividade. Não esclareceu quem eram os "ladrões".


A vívida imagem de cadáveres judeus voando pelo ar é algo inexacta na medida em que a maior parte daquilo que voou pelo are quando foram detonados explosivos nas valas em massa de Treblinka devem ter sido as cinzas e fragmentos de ossos a que a maior parte dos corpos das vítimas tinham sido reduzidos mediante incineração. Por outro lado, o extracto acima citado confirma uma suposição manifestada no meu artigo Polish investigations of the Treblinka killing site were a complete failure … [versão em português], onde escrevi o seguinte:

Também cabe questionar porque Mattogno não considerou a possibilidade de que estas crateras de bomba resultaram da actividade de escavadores saqueadores, os quais poderiam, por exemplo, ter obtido tais dispositivos do arsenal de um comandante soviético corrupto ou até ter incluído membros de unidades de artilharia ou de engenheiros soviéticos, que participaram eles próprios na "febre do ouro de Treblinka" equipados com o necessário equipamento para abrir grandes buracos e assim facilitar a busca dos objectos de valor que presumiam ter sido deixados atrás pelas vítimas de Treblinka.


Uma certa relutância em mencionar o envolvimento de tropas soviéticas na "febre do ouro" em Treblinka parece existir até hoje, por qualquer razão. Ao menos é esta a suspeita que levanta a explicação dada pelo director do museu do campo Kopówka aos jornalistas de Gazeta Wyborcza para a depressões no solo que actualmente se encontram na área de Treblinka:

"Quando demos a volta ao monumento encontramos depressões no terreno," dizemos ao despedir-nos do director. "A julgar pelas árvores que crescem neles devem ter algumas dúzias de anos. Trata-se de depressões provenientes das escavações?" – "Não ... isso vem de projécteis de artilharia. Em 1944 a linha da frente passava por aqui durante algumas semanas."


A pesquisa de Alex Bay sobre operações militares à volta de Treblinka em 1944 não indica que tenha necessariamente havido quaisquer combates na área de Treblinka, e a fotografia aérea captada pela Luftwaffe em Setembro de 1944, incluída no artigo The Reconstruction of Treblinka de Bay, não mostra a presença de crateras feitas por mísseis de artilharia que correspondam às afirmações de Kopówka. Explosões que produziram tais crateras devem ter ocorrido, portanto, em altura posterior à fotografia de Setembro de 1944.

Martyna Rusiniak, cujo livro sobre O campo de extermínio Treblinka II na memória colectiva é mencionado no artigo de Gazeta Wyborcza como estando previsto para publicação no mês seguinte, discorda com Kopówka na medida em que atribui uma parte das depressões nas florestas de Treblinka às "hienas", especialmente às suas escavações "barulhentas" envolvendo o uso de explosivos. Presumo que o livro de Martyna Rusiniak contém mais detalhes interessantes sobre o campo de extermínio de Treblinka e a Febre do Ouro em Treblinka.

Agradeço ao Dr. Neander por ter feito a revisão deste artigo e ter chamado a atenção para algumas correcções necessárias.

[Tradução adaptada do meu artigo Gold Rush in Treblinka no blog Holocaust Controversies.]

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