domingo, 13 de janeiro de 2008
Pesquisa questiona relação da população palestina com o nazismo
(Foto)Hitler discursando em Berlim, em 1937
O alemão René Wildangel questiona as versões históricas que apontam o apoio do povo palestino ao regime de Hitler. Segundo o historiador, os colaboradores entre os palestinos eram minoria.
"Entre o Eixo e o poder do Mandato" é o título da pesquisa do historiador René Wildangel, que se ocupa da relação entre palestinos e nazistas. Embora a posição do mufti (acadêmico responsável por interprestar as leis islâmicas) Haji Amin el Husseini, anti-semita ferrenho e colaborador do regime de Hitler, seja um fato comprovado, Wildangel acredita que essa postura "não seja representativa. É preciso se ocupar, antes de tudo, com as coisas que aconteciam na Palestina naquele momento, e não apenas com essa pessoa, que veio para a Alemanha e aí colaborou com os nazistas".
Imagem errônea
Wildangel, que se interessa em primeira linha pela perspectiva palestina, acredita que boa parte dos historiadores, até agora, partiram, em suas pesquisas, de fontes alemãs, britânicas e israelenses, chegando à conclusão de que a Alemanha de Hitler contava com um apoio ilimitado por parte dos palestinos.
Tudo levando a crer que o povo palestino, de forma geral, tenha se mostrado anti-semita. – "aos moldes do mufti" – diz Wildangel. A razão de tal "imagem errônea", segundo o historiador, está no fato de a contexto ter sido reconstruído a partir de relatos dos serviços secretos do Terceiro Reich e da SS.
(Foto)O mufti Hadj Amin Husseini: anti-semita declarado e colaborador dos nazistas
Em 400 páginas, Wildangel analisa como a Alemanha nazista era retratada pelas publicações e jornais palestinos da época. O historiador acredita que palavras de ordem nazista, bem recebidas na Palestina, eram repetidas menos em função de um anti-semitismo existente, mas como oposição à hegemonia britânica, a partir do lema: "O inimigo do meu inimigo é meu amigo".
História hoje
Wildangel aponta para o fato de que, nas publicações palestinas, havia também relatos diferenciados sobre o ditador alemão e o programa político do regime nazista. O que, segundo o historiador, prova que, pelo menos quem lia jornal na época, tinha consciência das metas perseguidas por Hitler e sabia que a Palestina só atraía o interesse da Alemanha nazista devido à emigração dos judeus alemães e não porque o governo quisesse, de alguma forma, apoiar os palestinos na luta contra o colonialismo britânico.
Para o historiador alemão, a imagem dos palestinos como simpatizantes do nazismo foi criada principalmente no pós-guerra. "Quanto maior o ódio no conflito do Oriente Médio, maior a disposição em transportar tais imagens históricas errôneas. Os autores israelenses apontam para a existência do mufti e os árabes se negam a discutir o anti-semitismo e o Holocausto", diz Wildangel.
Debate necessário
Segundo o historiador, meias-verdades históricas acabam, dessa forma, servindo como argumentos políticos duvidosos. "Acredito que o conflito no Oriente Médio seja, em grande parte, uma luta pela legitimação. Cada lado aponta a culpa do outro e nenhum dos dois se ocupa da história do outro. Isso acentua o confronto e impede que se consiga sair da espiral do conflito", resume Wildangel.
Sarah Mersch (sv)
Fonte: Deutsche Welle(12.01.2008)
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,3055209,00.html
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
66 Perguntas e Respostas sobre o Holocausto - Pergunta 26
26. Existe alguma prova de que Hitler ordenou um extermínio em massa de judeus?
O IHR diz:
Não.
Nizkor responde:
Por acaso, existe.
Himmler, Eichmann, Höss e outros disseram que as ordens do genocídio vinham diretamente de Hitler.
- Temos em conta que Hitler recebeu em dezembro de 1942 um relatório de Himmler no qual afirmava que haviam assassinado 363.211 judeus entre agosto e novembro de 1942. Este é só um dos muitos relatórios elaborados pelo Einsatzgruppen, encarregado do trabalho de extermínio dos judeus e opositores dos nazistas por trás do Front Leste. Aqui você pode ver uma fotografia e o texto do relatório.
- Ou tenham-se em conta um registro de chamada de Hitler a Himmler, em que Hitler ordenou que "não era pra liquidar" um transporte de judeus devido a que queriam interrogar um passageiro suspeito. Se Hitler não conhecia o processo de extermínio, como poderia ordenar que detivessem este transporte? (Ironicamente, David Irving usou parte deste registro de chamada fora de contexto para indicar que Hitler estava tratando de deter o programa de extermínio. Por suposto, isto foi antes de que o Sr. Irving mudou de opinião e decidira que nunca existiu um programa de extermínio, por que nem muito menos Hitler o conhecia).
- Das memorias de Höss (Höss, Commandant of Auschwitz, 1959, p. 205):
No verão de 1941, não posso recordar a data exata, o Reichsfuhrer-SS [Himmler] chegou repentinamente, diretamente através do escritório de seu ajudante. Ao contrário de seu costume habitual, Himmler me recibeu sem que seu ajudante estivesse presente, e disse:
"O Führer ordenou que a questão judia seja resolvida de uma vez por todas
e que sejamos nós, as SS, que levemos a cabo esta ordem.”
- No discurso final de Eichmann perante o tribunal, depois que foi sentenciado à morte continha a seguinte frase:
Estes assassinatos em massa são única e exclusivamente resultado daA citação é do revisionista Paul Rassinier, The Real Eichmann Trial, (O Verdadeiro Julgamento de Eichmann) 1979, p. 152.
política do Führer
- Felix Kersten era um dos médicos pessoais de Himmler. Tal e como escreveu em suas memórias (Kersten, The Kersten Memoirs, 1956, p. 162-3):
Hoje falei durante um longo tempo sobre os judeus com Himmler. Disse que o mundo não toleraria o extermínio dos judeus; era o momento para deter. Himmler disse que isto não era possível; ele não era O Führer e Adolf Hitler havia ordenado expressamente. Lhe perguntei se era consciente de que a Historia algum dia lhe acusaria como um dos maiores assassinos de todos os tempos pela maneira como haveria exterminado os judeus. Devia pensar em sua reputação, e em não manchá-la dessa maneira. Himmler respondeu que não havia feito nada errado e que só havia levado a cabo as ordens de Adolf Hitler.
"Talvez você esteja certo, Herr Kersten," respondeu Himmler, mas adiciono que o Führer jamais me perdoaria por isto e ordenaria que me enforcassem imediatamente”....eu disse a Himmler que ainda teria uma oportunidade de passar à História de outra maneira mostrando humanidade com os judeus e outras vítimas dos campos de concentração - se realmente não estava
de acordo com as ordens de Hitler de levar a cabo o extermínio. Simplesmente, podia esquecer algumas das ordens do Führer e não levá-las a cabo.
- Hitler se reuniu com o Mufti, Haj Amin Husseini, em 28 de novembro de 1941. O doutor Paul Otto Schmidt tomou notas sobre o encontro (ver Fleming, Hitler and the Final Solution, 1984, pp. 101-104). Neste encontro Hitler prometeu ao Mufti que, depois de que certo objetivo se alcançasse, "o único objetivo restante da Alemanha na região seria a aniquilação dos judeus que viviam sob a proteção britânica em terras árabes".
- Mais ainda, tenha-se em conta os discursos de Hitler citados na resposta à pergunta 1. Afirmou sua intenção de exterminar os judeus ao menos três vezes em público.
"Não existem provas", claro.
Na versão original de “66 P&R”, esta pergunta era a mesma que a pergunta 53, com outras palavras:
"Existe alguma prova de que Hitler ordenara um extermínio em massa de judeus? (pergunta 26, original);
"Que provas existem de que Hitler soubesse que estavam levando a cabo um extermínio de judeus?" (pergunta 53, original e revisada).
Isto da uma idéia de quanto cuidado se teve na elaboração deste panfleto.
Leitura recomendada: Gerald Fleming, Hitler and the Final Solution (Hitler e a Solução Final).