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quinta-feira, 3 de julho de 2014

Morre aos 102 anos Richard Rudolph, sobrevivente de campo de concentração

Morre aos 102 anos Richard Rudolph, sobrevivente do campo de concentração

SELTERS, Alemanha — Richard Rudolph, que era Testemunha de Jeová, morreu em 31 de janeiro de 2014, aos 102 anos. Richard havia sobrevivido a cinco campos de concentração nazistas e ao encarceramento debaixo do regime comunista.

Os nazistas assumiram o poder em 1933, e as atividades das Testemunhas de Jeová foram proscritas em boa parte da Alemanha. Por causa disso, 11.300 Testemunhas de Jeová foram presas pelos nazistas, e mais de 4 mil, incluindo Richard Rudolph, foram enviadas a campos de concentração. Cerca de 1.500 delas perderam a vida. Debaixo do regime nazista, Richard Rudolph passou nove anos na prisão e sobreviveu a cinco campos de concentração, incluindo os temíveis campos de Sachsenhausen e Neuengamme, onde mais de 300 mil pessoas foram encarceradas e cerca de 140 mil morreram.

Em 1944, Richard foi transferido para Salzgitter-Watenstedt, um campo satélite de Neuengamme. Suas convicções religiosas não lhe permitiam fazer nenhum trabalho associado à produção de armamentos. Por isso, ele foi ameaçado de ser executado. Mas Richard conseguiu escapar da morte porque um oficial da SS ficou tão impressionado com as convicções religiosas dele que o escondeu em um caminhão de suprimentos.

Richard Rudolph (no telhado, à direita) foi um dos prisioneiros forçados a construir o campo de concentração de Neuengamme em 1940.

Depois da Segunda Guerra Mundial, Richard continuou suas atividades religiosas como Testemunha de Jeová na zona de ocupação soviética, mais tarde chamada República Democrática Alemã (RDA). Em 1950, ele foi novamente detido e sentenciado. Ao todo, Richard passou mais de 19 anos na prisão por causa de suas crenças religiosas.

Com Ann-Jacqueline Frieser, que em 2009 ganhou
dois prêmios pelo trabalho biográfico sobre ele.
Por décadas, Richard Rudolph se dedicou a transmitir a outros a mensagem da Bíblia e o que ele aprendeu sobre o que a discriminação pode fazer com as pessoas. Em 2009, uma jovem estudante da Alemanha, Ann-Jacqueline Frieser, ganhou dois prêmios num concurso nacional intitulado “Heróis: honrados, incompreendidos e esquecidos”, apresentando a biografia e a entrevista que fez com Richard Rudolph. Ela ficou em primeiro lugar no Estado de Rheinland-Palatinate e ficou entre os três melhores alunos que ganharam o prêmio nacional.

Wolfram Slupina, porta-voz das Testemunhas de Jeová na Alemanha, disse: “Richard Rudolph, além de ter sido um querido amigo e um irmão espiritual, foi uma fonte inestimável de informação histórica. Sua vida de notável fé e coragem é um exemplo para todos nós.”

Contato(s) para a mídia:
Internacional: J. R. Brown, Departamento de Informações ao Público, tel. +1 718 560 5000
Alemanha: Wolfram Slupina, tel. +49 6483 41 3110

Fonte: jw.org (site das TJ); link indicado por M. Jorge Caetano no FB
http://www.jw.org/pt/noticias/noticias-2/por-regiao/alemanha/richard-rudolph-morre/

sábado, 9 de novembro de 2013

Doutores do inferno: experimentos com gás

Publicado em 10 junho, 2012

Um relatório de Ferdinand Holl fechado em 31 de março de 1945 descrevia experimentos com gás mostarda no campo de concentração de Neuengamme. Holl, mineiro de profissão e preso político durante a guerra, trabalhou como Kapo de reclusos (encarregado) no hospital do campo e declarou como testemunha de acusação em 3 de janeiro de 1947. Afirmou que, em que pese que o doutor Hirt tenha prometido aos reclusos que intercederia ante Himmler para pedir por sua libertação se eles se oferecessem como voluntários, nenhum se ofereceu.

O relatório de Holl afirmava:
"O professor Hirt assistiu os primeiros experimentos. Depois foi um oficial da aviação alemã quem se encarregou de conduzi-los. Os prisioneiros eram desnudados por completo. Entravam no laboratório um a um. Logo eu tinha que lhes segurar os braços, e eles estendiam, para esfregar uma gota desse líquido no braço, dez centímetros acima do antebraço.

Depois as pessoas as quais foram lhes aplicadas o tratamento, tinham que esperar de pé com os braços estendidos. Passadas umas dez horas, talvez um pouco mais, começavam a aparecer queimaduras por todo o corpo. Ali onde os vapores do gás alcançavam, queimava o corpo deles. Além disso, alguns ficaram cegos. A dor era tão intensa que alguém apenas podia suportar estar próximo das vítimas.

Logo lhes fotografavam a cada dia; todas as partes do corpo com lesões: ou seja, as zonas queimadas. Seguindo estes fatos, a partir do quinto ou sexto dia, tivemos nossa primeira morte. E aquele então, os mortos eram mandados para Estrasburgo, porque não havia crematório no campo.

Mandaram o morto para Ahnenerbe (Instituto de investigação da SS) para dissecá-lo. Seus intestinos, pulmões etc, estavam completamente carcomidos. Depois, durante os dois ou três dias seguintes, morreram sete pessoas mais. Este tratamento durou uns dois meses, até que estivessem mais ou menos em condições para trasladá-los; então os mandaram para outro campo.

No dia seguinte, quer dizer, sete dias depois do início do experimento, morreram outros sete sujeitos da experimentação."
Fonte: extraído do blog El Viento en la Noche (Espanha)
http://universoconcentracionario.wordpress.com/2012/06/10/doctores-del-infierno/
Trecho do livro (citado no blog): "Doctores del Infierno" (livro original em inglês, Doctors from Hell), Tempus, 2009, págs. 178 a 179; de Vivien Spitz
Tradução: Roberto Lucena

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