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sábado, 9 de novembro de 2013

Doutores do inferno: experimentos com gás

Publicado em 10 junho, 2012

Um relatório de Ferdinand Holl fechado em 31 de março de 1945 descrevia experimentos com gás mostarda no campo de concentração de Neuengamme. Holl, mineiro de profissão e preso político durante a guerra, trabalhou como Kapo de reclusos (encarregado) no hospital do campo e declarou como testemunha de acusação em 3 de janeiro de 1947. Afirmou que, em que pese que o doutor Hirt tenha prometido aos reclusos que intercederia ante Himmler para pedir por sua libertação se eles se oferecessem como voluntários, nenhum se ofereceu.

O relatório de Holl afirmava:
"O professor Hirt assistiu os primeiros experimentos. Depois foi um oficial da aviação alemã quem se encarregou de conduzi-los. Os prisioneiros eram desnudados por completo. Entravam no laboratório um a um. Logo eu tinha que lhes segurar os braços, e eles estendiam, para esfregar uma gota desse líquido no braço, dez centímetros acima do antebraço.

Depois as pessoas as quais foram lhes aplicadas o tratamento, tinham que esperar de pé com os braços estendidos. Passadas umas dez horas, talvez um pouco mais, começavam a aparecer queimaduras por todo o corpo. Ali onde os vapores do gás alcançavam, queimava o corpo deles. Além disso, alguns ficaram cegos. A dor era tão intensa que alguém apenas podia suportar estar próximo das vítimas.

Logo lhes fotografavam a cada dia; todas as partes do corpo com lesões: ou seja, as zonas queimadas. Seguindo estes fatos, a partir do quinto ou sexto dia, tivemos nossa primeira morte. E aquele então, os mortos eram mandados para Estrasburgo, porque não havia crematório no campo.

Mandaram o morto para Ahnenerbe (Instituto de investigação da SS) para dissecá-lo. Seus intestinos, pulmões etc, estavam completamente carcomidos. Depois, durante os dois ou três dias seguintes, morreram sete pessoas mais. Este tratamento durou uns dois meses, até que estivessem mais ou menos em condições para trasladá-los; então os mandaram para outro campo.

No dia seguinte, quer dizer, sete dias depois do início do experimento, morreram outros sete sujeitos da experimentação."
Fonte: extraído do blog El Viento en la Noche (Espanha)
http://universoconcentracionario.wordpress.com/2012/06/10/doctores-del-infierno/
Trecho do livro (citado no blog): "Doctores del Infierno" (livro original em inglês, Doctors from Hell), Tempus, 2009, págs. 178 a 179; de Vivien Spitz
Tradução: Roberto Lucena

domingo, 13 de julho de 2008

Deutsches Ahnenerbe e o racismo "esotérico" nazista

A seguir a tradução de um texto do Shoah Resource Center, que consta como link do site do Yad Vashem(Museu do Holocausto em Israel) sobre uma sociedade racista do Terceiro Reich encabeçada pelo chefe das SS, Heinrich Himmler.

Os ditos "revisionistas"(ou negadores)do Holocausto, que são formados por grupos de extrema-direita e outros grupos antissemitas radicais, divulgam impunimente no site de relacionamentos da Google, Orkut, versões falsas negando o caráter racista da tal sociedade Ahnenerbe, fora diversos materiais de caráter antissemita(racista), negacionista(do Holocausto)e de apologia ao nazismo. Abaixo segue o texto sobre todo o retrospecto racista da tal sociedade e de sua participação em experimentos "médicos" sádicos em vítimas(cobaias humanas)no campo de Dachau.

A "Deutsches Ahnenerbe"

(Studiengesellschaft fuer Geistesurgeschichte Deutsches Ahnenerbe), a Sociedade para Pesquisa das Raízes Espirutuais da Herança Ancestral da Alemanha.

A Ahnenerbe foi fundada em Berlim em 1 de Julho de 1935 pelo chefe das SS Heinrich Himmler, pelo ideólogo nazista Richard Walther Darre e pelo prof. de Alemão-Holandês Herman Wirth.

O propósito da sociedade era o de estabelecer suporte ao culto ao "Germandom" de Wirth ao se estudar aspectos da espiritualidade germânica e sua herança histórica. Entretanto, desde o início, a sociedade se aprofundou em toda a sorte de objetos esotéticos que não têm muita ou qualquer base científica, tais como a pesquisa das letras do antigo alfabeto germânico e da interpretação de símbolos germânicos, como a Suástica.

Himmler ocupou o cargo da Ahnenerbe em 1937. Todos os novos projetos foram iniciados, incluindo a listagem de "Cientistas judeus ou cientistas ligados a judeus por casamento", e o confisco de bibliotecas judaicas. Era totalmente difícil de dizer quais os projetos que tinham motivação científica, quais os que tinham motivação política, e quais eram absolutamente ridículos.

Em 1942 a Ahnenerbe começou financiando alguns experimentos médicos pseudo-científicos que eram realizados em vítimas nos campos de concentração. Entre esses experimentos, incluíam-se congelamento e experimentos em alta altitude conduzidos pelo Dr. Sigmund Rascher em Dachau, e o extermínio de Judeus e Ciganos de Auschwitz de modo que seus crânios pudessem ser estudados pelo Dr. August Hirt como exemplos do "protótipo sub-humano."

Fonte: Shoah Resource Center(Yad Vashem)
http://www1.yadvashem.org/odot_pdf/Microsoft%20Word%20-%205718.pdf
Tradução: Roberto Lucena

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