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quinta-feira, 18 de junho de 2015

Conheça o drama das crianças arrancadas das famílias em experimento social na Dinamarca

Helene Thiesen tinha acabado de perder o pai
quando foi levada de sua família para ir à Dinamarca
Ellen Otzen Da BBC News

Em 1950, um grupo de crianças da etnia inuit (anteriormente chamadas de esquimós) foi retirado de suas famílias na Groenlândia e levado à Dinamarca para que fossem educados como "cidadãos dinamarqueses".

O programa "Witness", da BBC, conversou com uma das vítimas deste polêmico experimento social.

"Era um dia lindo de verão quando dois distintos senhores dinamarqueses apareceram na nossa casa", lembra Helene Thiesen. Era 1951, ela vivia com sua família em Nuuk, a capital da Groenlândia.

"Estavam com um intérprete e com a minha irmã mais velha. 'O que eles estão fazendo aqui?', pensei. Estávamos bastante curiosos. Pediram que a gente saísse de casa enquanto minha mãe conversava com eles".

"Perguntaram à minha mãe se ela estava disposta a me mandar para a Dinamarca. Aprenderia a falar dinamarquês e teria uma boa educação. Disseram que seria uma grande oportunidade para mim", prosseguiu.

Helene conta que a mãe negou o 'convite' duas vezes. Mas os dinamarqueses seguiram pressionando. "Diziam que era só por seis meses e que eu teria a oportunidade de um futuro promissor."

Helene Thiesen (abaixo, à esquerda), com seus pais e irmãos na Groenlândia
'Novo groenlandês'

A Dinamarca estava decidida a melhorar as condições de vida da sua colônia ártica. Muitos deles, porém, viviam da caça às focas, poucos falavam dinamarquês e a tuberculose estava disseminada pela região.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Ditadura argentina copiou método nazista para roubar bebês, diz historiador

A ditadura instalada na Argentina entre 1976 e 1983 utilizou um método idealizado pelo nazismo para o roubo de bebês e a substituição de sua identidade, disse à Agência Efe o historiador e escritor Carlos De Nápoli.

De Nápoli, que nesta quarta-feira (23) apresenta no Museu do Holocausto de Buenos Aires um documentário sobre a vida do criminoso de guerra nazista Josef Mengele na Argentina, explicou que o programa de roubo de bebês foi executado pelo Escritório Principal para a Raça e o Reassentamento (RUSHA).

Essa organização tinha, entre outros objetivos, o "de assassinar todas as minorias consideradas impuras e indesejáveis".

Nesse sentido, o escritor antecipou que nos próximos dias pedirá aos juízes argentinos que tramitam causas sobre roubo de bebês durante a ditadura que incorporem como antecedente um julgamento realizado em Nuremberg em 1949, que tratou deste método.

Organizações humanitárias argentinas calculam que cerca de 500 bebês foram roubados pelo regime militar nos denominados "anos de chumbo".

De Nápoli, autor de vários livros sobre o nazismo, disse que este processo judicial em Nuremberg, que é pouco conhecido, foi introduzido pelos Estados Unidos contra a RUSHA.

"Nesse julgamento vieram a conhecimento os atos criminosos desta organização e foram descobertos com riqueza de detalhes os métodos e procedimentos usados para suprimir a identidade real dos bebês, especialmente nos países do leste europeu, e substituí-la por uma nova", explicou.

O diretor da RUSHA foi o argentino Ricardo Walther Darré, um general que "entrou para a história como ministro de Alimentação de Adolf Hitler e depois ministro da Agricultura da Prússia, mas não por essa atividade secreta", comentou o historiador.

De Nápoli apresentará no Museu do Holocausto de Buenos Aires um documentário sobre a vida do médico e criminoso nazista Joseph Mengele na Argentina, feito com a colaboração do History Channel e Anima Films.

O filme revela detalhes inéditos da vida na Argentina do chamado "anjo da morte", responsável por desumanos experimentos no campo de concentração de Auschwitz, que escapou da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e encontrou refúgio no país sul-americano.

Mengele chegou à Argentina em 1949 com identidade falsa, embora anos mais tarde tenha conseguido que a Polícia Federal do país lhe expedisse um documento com o nome de José Mengele.

De Nápoli entregará ao Museu do Holocausto uma cópia do estatuto societário da Fadrofarm SRL, laboratório que Mengele fundou na Argentina e no qual figurava como "sócio oculto".

"No estatuto figura quem eram os sócios, os gerentes, os advogados e os escrivães do laboratório, e também o seu capital inicial, que alcançava US$ 1 milhão, número enorme para a época", disse.

"É o primeiro documento que o expõe da cabeça aos pés", disse o escritor, que também doou uma cópia do expediente completo do segundo casamento de Mengele na cidade uruguaia de Nueva Helvecia.

"Ele se casou com sua cunhada, Marta María Hill, cujo marido, irmão de Mengele, tinha falecido anos antes. Isto provocou a ira de sua primeira esposa, Irene Schönbein, que a partir dali começou a tornar pública a atuação do criminoso em diferentes tribunais alemães", comentou.

De Nápoli considerou uma "bobagem" as versões que indicavam que Mengele, excluído dos juízos de Nuremberg, era perseguido durante aquela época e prova disso, afirmou, é que "o dia em que se casou publicou um édito nos jornais do Uruguai em que anunciava suas segundas núpcias". 

Fonte: EFE
http://virgula.uol.com.br/ver/noticia/inacreditavel/2011/11/23/288878-ditadura-argentina-copiou-metodo-nazista-para-roubar-bebes-diz-historiador

Ver mais:
Argentina “copió” método de Hitler para robar bebés, según historiador ABC digital(Paraguai)

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