quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Salvadores Alemães 4 - Eva Hermann, Klara Klaus e Irene Kleber

Eva Hermann

Nascida em 1900, Eva Hermann foi criada na casa de um pastor protestante. Foi professora e em 1924 se casou com o físico Carl Hermann. Os dois eram de ideias pacifistas. Em 1933 se uniram a uma comunidade Quaker de Mannheim. Eva Hermann dirigia ali uma assessoria para os "não-arianos" sem confissão e lhes ajudava a emigrar da Alemanha.

Em 1940, depois da deportação dos judeus de Mannheim para Gurs, ela lhes enviava ajuda no campo de concentração francês. Para outros judeus que ficaram em Mannheim ela os ajudava com cartões de alimentação.

Em 1941 ela entrou em conato com sua companheira judia de escola, Hilde Rosenthal, que vivia então em Berlim e lhe ofereceu sua ajuda em caso de deportação. Para Hilde e seu esposo Fritz lhes enviava cartões de alimentação e documentação da agência dos correios, e estes por sua vez passaram a uma amiga judia. Em janeiro de 1943 Eva alojou em sua casa por um mês o casal Rosenthal que já tinha dois filhos adotivos pequenos.

Os dois casais tinham contato com o grupo de apoio de Gertrud Luckner. Em março de 1943 os Rosenthal, que haviam se mudado para Saarbruck, foram presos. Fritz Rosenthal se suicidou com cianureto de potássio, enquanto que Hilde foi submetida a um interrogatório antes de ser deportada. Por causa dele também foram presos Eva e Carl Hermann. Eles foram acusados de ter escutado "emissoras inimigas", o que era estritamente proibido. Na acusação, o apoio aos Rosenthal passou para um segundo plano. Carl Hermann foi condenado a oito anos de prisão, Eva Hermann a três.

Depois da guerra Eva e Carl Hermann trabalharam em favor do diálogo entre cristãos e judeus.

Bibliografia:
Anton Maria Keim (Hrsg.), Yad Vashem, Die Judenretter aus Deutschland, Mainz/München 1983, S.71.
Angela Borgstedt, Widerstand gegen die Judenverfolgung, in: Portraits des Widerstands, Hrsg.v. Michael Kißener, Konstanz 1996, S. 227-259.

Klara Klaus

Klara Klaus nasceu em 1903 em um lar de ideias democráticas no sul da Alemanha. Ela, seus pais e seu marido condenavam a perseguição dos judeus pelos nacional-socialistas (nazistas).

Em 1943 uma conhecida judia lhe perguntou se estava disposta a ajudar a judeus perseguidos. Assim foi como estabeleceu contatos com o casal Sophie e Adolf Loebel e suas filhas Hannelore e Ellen. Klara visitou a família na cidade de Karlsruhe e se ofereceu ao casal para proteger as jovens da deportação iminente, escondendo-as em sua casa. Dado que a senhora Loebel já havia organizado um esconderijo para ela mesma e sua filha menor Hannelore, pediu a Klara Klaus ajuda para sua filha Ellen.

Em fins de junho de 1943, Ellen, de 16 anos, sem papéis (documentos) nem dinheiro, chegou à casa da família Klaus em Mannheim. Ali a esconderam e a protegeram. Logo que o senhor Klaus foi chamado ao serviço militar, sua esposa continuou sozinha com a responsabilidade.

Klara Klaus cuidou da jovem até o fim do conflito bélico. Quando a guerra aérea se agravou transladou a Ellen - que entretanto havia conseguido a certidão de nascimento de uma jovem não-judia - temporalmente para a casa de sua mãe e sua irmã que sobreviviam numa cidade pequena. Ellen Loebel e Klara Klaus passaram o fim da guerra em sua casa em Mannheim. O pai de Ellen também sobreviveu escondido num estábulo.

Irene Kleber

Irene Kleber, nascida em 1893 , vivia só num apartamento grande localizado num setor burguês de Berlim. Trabalhava como empregada de uma agência dos correios. Para poder solver os gastos de moradia sublocava duas habitações. Contudo, durante os anos da guerra, seus inquilinos estavam quase sempre ausentes.

Em março de 1943, uma conhecida se aproximou de Irene Kleber e lhe pediu que arrendasse uma habitação a Charlotte e Waldemar Wagner e a filha deste casamento, Lissi. Ainda que primeiramente estivesse insegura de tomar esse risco, finalmente lhes arrendou uma habitação.

Durante as primeiras semanas a família permanecia sempre em seu quarto, mas no verão, de vez em quando, saíam do esconderijo. Um dia alguém os reconheceu na rua e os denunciou. Em 23 de agosto de 1943 dois policiais da Gestapo foram a casa de Irene Kleber e lhe perguntaram por Waldemar Wagner. Irene negou conhecê-lo mas os agentes não acreditaram nela. Procederam em revistar o apartamento e o encontraram junto a sua esposa e filha. Os três foram presos, deportados para Auschwitz e assassinados.

Apesar de que se tratava de um caso claro de ajuda a judeus perseguidos, Irene Kleber não foi perseguida pelos órgãos de justiça ou policiais nazistas.

Fonte: The International Raoul Wallenberg Foundation (website, seção em espanhol)
Eva Hermann http://www.raoulwallenberg.net/es/salvadores/alemanes/rescate/eva-hermann/
Link morto: http://www.raoulwallenberg.net/go/?50407
Klara Klaus http://www.raoulwallenberg.net/es/salvadores/alemanes/klara-kaus/
Link morto: http://www.raoulwallenberg.net/go/?50408
Irene Kleber http://www.raoulwallenberg.net/es/salvadores/alemanes/rescate/irene-kleber/
Link morto: http://www.raoulwallenberg.net/go/?50407
Tradução: Roberto Lucena

Ver também:
Salvadores Alemães 5 - Sigurd Larsen, Gertrud Luckner e os Marcuse

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...