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sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Salvadores Alemães 9 - Susanne Witte e Herta Zerna

Susanne Witte

Susanne Witte nasceu em 1895 em Berlim. Nos anos 30 vivia na rua Pulitz no bairro Moabit de Berlim. Por esta rua passavam muitos judeus e judias a caminho para a deportação, desde o lugar de internação até a Estação de Bens de Moabit. Susanne Witte viveu rodeada à crescente perseguição de judeus e do caso de sua amiga Ruth Casper, convertida do judaísmo ao catolicismo durante sua formação como assistente social do serviço católico, e da família desta.

Pouco antes de ser deslocada para Auschwitz em 1942, Ruth Casper pediu a sua amiga para cuidar de sua mãe, a cantora de música clássica Regina Kirschbaum. Susanne Witte lhe prometeu ajudá-la e, de fato, conseguiu que a mãe de Ruth se esquivasse da Gestapo na noite em que a polícia secreta do Reich fora buscar seus vizinhos para deportá-los. Nessa mesma noite, Regina Kirschbaum bateu à porta de Susanne. Quando lhe perguntou se podia permanecer em sua casa, esta lhe respondeu: "Claro!"

Junto com outros amigos da comunidade católica São Paulo, de Berlim-Moabit, Susanne Witte escondeu e abasteceu durante dois anos e meio, até o fim da guerra, a mãe de sua amiga.

Herta Zerna

Herta Zerna, nascida em 1907 em Berim, criou-se no seio de uma família social-democrata. Aos 14 anos se filiou à juventude trabalhista. Seus amigos logo notaram
seu talento de escritora, pelo que se decidiu a começar os estudos de jornalismo. A partir de 1933 começou a ter contatos com círculos da resistência social-democrata e comunista e colaborava como mensageira para eles. Durante certo tempo também deu refúgio a perseguidos políticos.

Durante a guerra, Herta Zerna foi redatora na rádio. Em 1940 ofereceu sua ajuda a Margot Moses, a quem conheceu na casa de uma amiga em comum. Numa noite da primavera de 1943 a jovem judia lhe pediu que lhe acolhesse. Herta Zerna a escondeu, às vezes em seu apartamento em Berlim, outras vezes nas casas de amigos. Conseguiu-lhe um trabalho como suplente de estenógrafo na "casa da rádio", onde ela trabalhava. Em consequência disto, Margot Moses recebeu um carnê da empresa e outro de mensageira que lhes foram úteis para se esquivar dos controles na cidade.

A pedido de um amigo jornalista, Herta auxiliou também a judia Susanne Meyer, que vivia clandestinamente na pequena casa rural que tinha num povoado de Brandemburgo. O taberneiro do povoado, Georg Steffen, e sua esposa Elise também ajudaram a Susanne Meyer, que sobreviveu ao holocausto.

No início de 1945, Herta Zerna também escondeu um companheiro de trabalho que havia desertado do exército alemão. Este, por sua vez, havia colaborado no apoio a Margot Moses pondo à disposição dela seu quarto de trabalho.

Fonte: The International Raoul Wallenberg Foundation (website, seção em espanhol)
Susanne Witte
http://www.raoulwallenberg.net/go/?504019
Herta Zerna
http://www.raoulwallenberg.net/go/?504020
Tradução: Roberto Lucena

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Salvadores Alemães 8 - Otto Weidt

Otto Weidt

Otto Weidt nasceu em 1882 no norte da Alemanha. Era papeleiro e tapeceiro. Já no início da Primeira Guerra Mundial era um pacifista convencido e, por causa de uma enfermidade no ouvido, fora recrutado recentemente no final das hostilidades, quando foi requerido para o serviço sanitário. Algum tempo depois começou a perder a visão e teve que abandonar os ofícios que seu pai lhe havia ensinado.

No começo dos anos '40 se tornou proprietário de uma fábrica de escova de dentes e escovas num dos bairros pobres de Berlim. A fábrica era considerada como "importante para a guerra" por ser fornecedora do exército alemão. Em seu ateliê, Otto Weidt deu emprego, entre 1941 e 1943, a aproximadamente 30 judeus cegos e surdo-mudos e a outros 8 judeus ilegais. Durante muito tempo conseguiu proteger seus trabalhadores e trabalhadoras da deportação subornando os funcionários da oficina de emprego e a Gestapo. Com a ajuda de outros colaboradores conseguiu documentação falsa e permissões de trabalho para vários refugiados. Para poder comprar mais alimentos vendiam grande quantidade de sua produção no mercado negro.

Subornando a Gestapo Weidt conseguiu, em fevereiro de 1942, liberar muitos de seus trabalhadores que haviam sido internados num campo e esperavam ser deportados. Trouxe-os de volta a sua empresa e lhes facilitou viver na clandestinidade.

À Alice Licht, que vivia de maneira ilegal e com a qual tinha um estreita relação, alugou-lhe uma casa para que vivesse com seus pais. Aos quatro integrantes da família Horn os alojou em seu ateliê escondendo-os detrás de um tapume camuflado. Um informante da Gestapo revelou as autoridades o esconderijo. Os quatro foram deportados para Auschwitz em 14 de outubro de 1943: o cego Chaim Horn, sua mulher Machla e seus dois filhos. Quase que simultaneamente foi descoberto o refúgio da família Licht, que foi deportada a Theresienstadt e logo depois para Auschwitz.

Para salvar a Alice Licht, Otto Weidt viajou até Christianstadt, uma instalação secundária do campo de concentração Groß-Rosen (Gross-Rosen). Por intermédio de um dos trabalhadores civis do campo conseguiu que a mulher escapasse e regrasse à Berlim.

Otto Weidt morreu em Berlim em 1947.

Uma das pessoas salvas graças a ajuda de Otto Weidt é a escritora Inge Deutschkron. Seu livro "Permaneceram na sombra" é uma homenagem tanto a Otto Weidt como a muitos outros que ajudaram judeus perseguidos.

Além disso, Deutschkron conseguiu transformar o edifício da antiga fábrica de escovas de dentes no museu "Blindes Vertrauen" ("Confiança Cega").

Fonte: The International Raoul Wallenberg Foundation (website, seção em espanhol)
Otto Weidt http://www.raoulwallenberg.net/go/?504018
Tradução: Roberto Lucena

Ver também:
Salvadores Alemães 9 - Susanne Witte e Herta Zerna

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Salvadores Alemães 7 - Karl Schörghofer e Paul Seele

Karl Schörghofer

Karl Schörghofer trabalhava desde 1923 como administrador do novo cemitério judeu de Munique. Ali mesmo vivia com sua família.

Desde 1935 a família Schörghofer tinha problemas com a administração nacional-socialista. As leis de raça de Nuremberg proibiam aos arianos trabalhar para judeus.

Karl Schörghofer escondeu no cemitério artigos de valor que pertenciam a judeus emigrados. Quando em 1944 lhe pediram para ajudar a uma criança judia órfã, foi buscar apoio junto a sua filha Martha Schleipfer. Ela acolheu a criança em sua casa num pequeno povoado da Baviera.

Apesar das frequentes batidas da Gestapo, em janeiro de 1944 os Schörghofer esconderam um refugiado judeu no sótão de sua casa. Em fevereiro de 1945 deram refúgio a outros cinco judeus clandestinos.

Em fins de fevereiro de 1945, os Schörghofer e os judeus que estavam escondidos em sua casa foram denunciados. Kurt Kahn e Klara Schwalb foram presos numa batida, mas pouco tempo depois conseguiram escapar da Gestapo e voltar ao terreno do cemitério. Junto com os demais aí escondidos sobreviveram até o fim da guerra.

Finalizado o conflito bélico Karl Schörghofer ajudou aos judeus sobreviventes do Holocausto alojados num acampamento próximo para pessoas refugiadas.

Ao se encontrar bens de contrabando no terreno do cemitério e ao descobrirem que Karl Schrörghofer havia permitido o sacrifício ilegal de animais, ele e seu filho Karl foram acusados e condenados à penas de vários meses.

Bibliografia:
Kurt R. Grossmann, Die unbesungenen Helden, Berlin 1957, S. 132f.
Anton Maria Keim (Hrsg.), Yad Vashem, Die Judenretter aus Deutschland, Mainz/München 1983, S.130.

Paul Seele

Paul Seele (à esq.) Paul Seele, social-democrata e anteriormente sindicalista, vivia em Berlim e mantinha amizade com as famílias judias Heimann e Herz a quem seguiu dando apoio mesmo depois de começarem a repressão.

Ajudou muito especialmente a Liselotte Marquardt, nascida Heimann, quando foi presa em 1941 e conduzida ao lugar de reunião de onde partiam os transportes até os campos de concentração, na rua Levetzow, em Berlim-Tiergarten. Imediatamente depois da prisão de "Lilo" Heimann, foi à empresa onde ela trabalhava de contadora para pedir uma solicitação de liberação temporária para que Liselotte pudesse repassar ordenadamente suas funções a sua sucessora no posto. Logo após conseguir o certificado se dirigiu à Gestapo e conseguiu que a liberassem. Imediatamente escondeu Lilo em sua casa para mais tarde ser acolhida por outros conhecidos de Seele.

Com a ajuda de seu companheiro de partido Franz Marquardt, (a quem posteriormente se casou com Lilo), Seele organizou um esconderijo numa horta nos arredores de Berlim. Ali permaneceu oculta até o fim da guerra. Paul Seele e sua mulher Erika também abasteceram regularmente de alimentos e outros víveres a Lilo Marquardt, mesmo quando depois de 1943 Seele esteve aquartelado como soldado fora de Berlim. Dessa maneira, Lilo Marquardt conseguiu esconder-se por três anos e meio em Berlim e sobreviveu ao Holocausto.

Fonte: The International Raoul Wallenberg Foundation (website, seção em espanhol)
Karl Schörghofer
http://www.raoulwallenberg.net/go/?504016
Paul Seele
http://www.raoulwallenberg.net/go/?504017
Tradução: Roberto Lucena

Ver também:
Salvadores Alemães 8 - Otto Weidt

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Salvadores Alemães 6 - Harald Poelchau e Frieda Rung

Harald Poelchau

O Dr. Harald Poelchau era filho de um pastor conservador e se criou num pequeno povoado na Silésia. Terminados os estudos de teologia, ocupou no outono de 1932 o posto de pastor numa prisão de Berlim. Devido a natureza de seu trabalho tinha contato permanente com muitas pessoas da resistência e utilizava seu posto para passar-lhes mensagens, oferecer-lhes ajuda material e estimulá-los espiritualmente.

Harald Poelchau pertencia ao grupo de resistência "Círculo de Kreisau", organização democrática e cristã que procurava estabelecer contatos com as forças aliadas.

Assim mesmo, Poelchau apoiava a um grupo conhecido pela alcunha de "tio Emil" que havia proposto a tarefa de ajudar a judeus que viviam na clandestinidade. Teve êxito em alojar a judia Margarethe Latte, a qual havia fugido de Breslau, onde uma viúva de um pastor, a senhora Schneider, conseguiu-lhe trabalho, alojamento e documentação falsificada para ela, seu marido Manfred e seu filho Konrad.

Entre fevereiro e novembro de 1943 Harald Poelchau e sua esposa Dorothea esconderam em seu próprio apartamento, Leontine Cohn e sua filha Rita. Harald Poelchau também exerceu um papel importante no resgate de Charlotte Holzer, uma das acusadas de pertencer a um grupo de resistência judaica comunista de Herbert Baum, havia escapado da prisão durante um bombardeio aliado no verão de 1944. Poelchau alojou Holzer na casa da Sra. Schneider e lhe conseguiu trabalho e documentação. Em fevereiro de 1945 o casal Poelchau acolheu os irmãos Ralph e Rita Neumann, os quais haviam escapado pouco antes de serem deportados para um campo de concentração. Juntos presenciaram a liberação de Berlim em maio de 1945.

Bibliografia:
"Saving Konrad Latte" by Peter Schneider, New York Times Archives Aritcle, 13.2.2000.
Lexikon des deutschen Widerstandes, Hrsg.v. Wolfgang Benz und Walther H. Pehle, Frankfurt a.M. 1999, S.248, 383.
Ruth Andreas-Friedrich, Der Schattenmann, Frankfurt a.M. 1986.


Frieda Rung

Frieda Rung, nascida em 1880, vivia num bairro burguês de Berlim e trabalhava como vendedora. Em 1918 conheceu Hellmuth Cohn, nascido em 1895, e manteve contato com ele, sua mãe e sua esposa.

No início da era nacional-socialista Hellmut Cohn não foi perseguido graças ao fato de que sua esposa não ser judia. Ao se agravar a repressão, esta, contudo, separou-se de seu marido e em 1939 o denunciou por "delito contra a raça", ofensa que segundo as leis de Nüremberg era passível de sanção e, em muitas ocasiões, até castigada com a deportação para um campo de concentração. Desde a denúncia Hellmut Cohn fugia da Gestapo. Seus três filhos se afastaram dele e romperam todos os contatos.

Frieda Rung ofereceu refúgio a Hellmut Cohn em sua casa, apesar de que a polícia a havia citado e interrogado, já que a senhora Cohn declarou que seu marido também havia cometido delito contra a raça com Frieda. Contudo, neste último caso o sumário foi fechado. Por não ter documentação falsa, Hellmut Cohn nunca saiu do pequeno apartamento. Ao perder seu trabalho em 1939, Frieda Rung teve que vender parte de suas jóias e móveis para poder comprar alimentos suficientes para ambos. Em 1940 encontrou trabalho numa pastelaria.

A partir de 1943 os bombardeios sobre Berlín se intensificaram. Frieda e Hellmut se atreveram a se refugiar nos bunkers anti-aéreos públicos naqueles que não eram necessário apresentar documentação. Hellmut Cohn permaneceu até o final da guerra no apartamento de Frieda Rung e logo que finalizadas as hostilidades o casal seguiu compartilhando o apartamento por muito tempo.

Fonte: The International Raoul Wallenberg Foundation (website, seção em espanhol)
Harald Poelchau
http://www.raoulwallenberg.net/?es/salvadores/rescate/harald-poelchau.504013.htm
Frieda Rung
http://www.raoulwallenberg.net/?es/salvadores/rescate/frieda-rung.504014.htm
Tradução: Roberto Lucena

Ver também:
Salvadores Alemães 7 - Karl Schörghofer e Paul Seele

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Salvadores Alemães 5 - Sigurd Larsen, Gertrud Luckner e os Marcuse

Sigurd Larsen

Sigurd Larsen criou-se em Berlim, filho de pai dinamarquês e mãe alemã. Participou como soldado alemão na primeira guerra mundial onde ficou gravemente ferido.

Joachim Marcuse (nascido em 1917), perseguido por ser judeu, conheceu Sigurd no ambiente dos negócios de madeira no qual ambos desenvolviam suas profissões. Sabia que Larsen havia ajudado a emigrar alguns amigos de negócios. Marcuse, que durante a guerra foi obrigado a trabalhos forçados, decidiu pedir ajuda a Larsen para que o ajudasse a escapar da Alemanha junto com sua esposa Gerda e seu amigo íntimo Kurt Levin. Depois de estudar o plano a fundo, Larsen se comprometeu a ajudar-lhe na fuga. Contudo, desaconselhou-lhe a Dinamarca como destino já que as tropas nazis a haviam ocupado. Como alternativa organizou uma exportação de madeira para a Suécia. Dentro de um dos vagões de carga habilitou um esconderijo. Em 24 de dezembro de 1942 Larsen fechou o vagão e durante quatro longos dias o contêiner com os três jovens a bordo ficou detido na estação de mercadorias de Berlim. Em 31 de dezembro de 1942 Joachim e Gerda Marcuse e Levin chegaram a Suécia onde foram reconhecidos como refugiados políticos.

Temeroso de que se descobrissem seu apoio ilegal, Larsen transladou pouco tempo depois seu comércio de madeira para a Dinamarca e se radicou com sua família em Copenhague.

Gertrud Luckner

Desde o começo do Terceiro Reich, Gertrud Luckner, nascida em 1900 em Liverpool, tomou consciência da magnitude da ameaça antissemita exercida pela ditadura nacional-socialista. Desde 1938 era empregada da Associação Alemã da Cáritas, depois de haver-se convertido dos Quackers para o catolicismo. Isso foi uma condição importante para sua ajuda, já que o acordo entre a Santa Sé e o Reich Alemão de 1933 protegia a atividade dos Cáritas. A partir de 1940 Gertrud Luckner enviava pacotes aos judeus de Stettin deportados a Lublin e, mais tarde, aos judeus do sul da Alemanha deportados para Gurs.

Em 1941 o arcebispo de Friburgo, Conrad Gröber, encarregou-lhe da "realização das tarefas especiais para a cura da alma", com a qual sua atividade ficava sob a proteção do bispo. Isto lhe outorgava possibilidades financeiras e de viagem que usava intensamente em suas atividades clandestinas. Gertrud Luckner transmitiu mensagens, encarregou a falsificação de passaportes e ajudou refugiados a fugirem da Alemanha. Utilizou a ampla rede de Cáritas para estabelecer contatos com pessoas de outras confissões dispostas a ajudar. Desde o início das deportações dos judeus intentou ajudar estes a se esconder e a sobreviver na clandestinidade. Em suas atividades foi apoiada, entre outros, por um grupo de católicos de Friburgo.

Não passou muito tempo antes sem que a Gestapo suspeitasse da atividade incansável de Gertrud Luckner. Foi vigiada e, por causa de uma denúncia contra sua pessoa, foi presa em 24 de março de 1943 sob as acusações de "atividade em favor dos judeus" e por manter "contatos com grupos contrários aos interesses do Estado". Depois de numerosos interrogatórios foi deportada no verão de 1943 para o campo de concentração de Ravensbruck, onde permaneceu encarcerada até o final da guerra.

Depois da guerra trabalhou em favor do diálogo entre cristãos e judeus.

Bibliografia:
1. Anton Maria Keim (Hrsg.), Yad Vashem, Die Judenretter aus Deutschland, Mainz/München 1983, S.92.
2. Hans-Josef Wollasch, "Betrifft: Nachrichtenzentrale des Erzbischofs Gröber in Freiburg". Die Ermittlungsakten der Geheimen Staatspolizei gegen Gertrud Luckner 1942-1944, Konstanz 1999.
3. Michael Kißener (Hrsg.), Widerstand gegen die Judenverfolgung, Konstanz 1996, S.227f.

Joachim e Gerda Marcuse

Gerda Berlowitz e Joachim Marcuse se conheceram ainda adolescentes em atividades da associação cultural judaica em Berlim. Ambos tinham simpatias pelo movimento socialista, foram perseguidos por serem judeus e foram obrigados a trabalhos forçados. Em janeiro de 1942 se casaram.

A jovem judia Hilma Ludomer trabalhava como capataz na mesma empresa na qual estava empregada Gerda Marcuse. Certo dia, ao Hilma derramar um balde de água enquanto limpava, um vigilante a acusou de cometer um ato de sabotagem e a ameaçou de avisar a Gestapo.

Gerda Marcuse, que presenciou o incidente, aparcebeu-se de imediato do perigo que corria sua colega. Instou seu esposo a esconder Hilma em seu apartamento. Nessa mesma noite Joachim foi buscar Hilma em sua casa e, depois de uma longa discussão com o pai, que acreditava que sua filha estava protegida por seus méritos como combatente na frente durante a Primeira Guerra Mundial, Marcuse pode levar a jovem. Quando, no dia seguinte, Hilma passou pela frente de seu domicílio, viu seus pais serem presos pela Gestapo. Hilma ficou duas semanas na casa de Gerda e Joachim, mas logo estes se viram obrigados a pedir-lhe que buscasse outro refúgio já que Joachim viu perigo em seu próprio plano de fuga, que estava preparando.

Hilma Ludomer sobreviveu em um esconderijo conseguido por um amigo que não era judeu, cujo nome ainda é desconhecido. Gerda e Joachim Marcuse conseguiram fugir para a Suécia graças a ajuda de Sigurd Larsen.

Fonte: The International Raoul Wallenberg Foundation (website, seção em espanhol)
Sigurd Larsen http://www.raoulwallenberg.net/es/salvadores/alemanes/rescate/sigurd-larsen/
Link morto: http://www.raoulwallenberg.net/go/?504010
Gertrud Luckner http://www.raoulwallenberg.net/?p=504011
Link morto: http://www.raoulwallenberg.net/go/?504011
Joachim e Gerda Marcuse http://www.raoulwallenberg.net/es/salvadores/alemanes/rescate/irene-kleber/
Link morto: http://www.raoulwallenberg.net/go/?504012
Tradução: Roberto Lucena

Ver também:
Salvadores Alemães 6 - Harald Poelchau e Frieda Rung

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Salvadores Alemães 4 - Eva Hermann, Klara Klaus e Irene Kleber

Eva Hermann

Nascida em 1900, Eva Hermann foi criada na casa de um pastor protestante. Foi professora e em 1924 se casou com o físico Carl Hermann. Os dois eram de ideias pacifistas. Em 1933 se uniram a uma comunidade Quaker de Mannheim. Eva Hermann dirigia ali uma assessoria para os "não-arianos" sem confissão e lhes ajudava a emigrar da Alemanha.

Em 1940, depois da deportação dos judeus de Mannheim para Gurs, ela lhes enviava ajuda no campo de concentração francês. Para outros judeus que ficaram em Mannheim ela os ajudava com cartões de alimentação.

Em 1941 ela entrou em conato com sua companheira judia de escola, Hilde Rosenthal, que vivia então em Berlim e lhe ofereceu sua ajuda em caso de deportação. Para Hilde e seu esposo Fritz lhes enviava cartões de alimentação e documentação da agência dos correios, e estes por sua vez passaram a uma amiga judia. Em janeiro de 1943 Eva alojou em sua casa por um mês o casal Rosenthal que já tinha dois filhos adotivos pequenos.

Os dois casais tinham contato com o grupo de apoio de Gertrud Luckner. Em março de 1943 os Rosenthal, que haviam se mudado para Saarbruck, foram presos. Fritz Rosenthal se suicidou com cianureto de potássio, enquanto que Hilde foi submetida a um interrogatório antes de ser deportada. Por causa dele também foram presos Eva e Carl Hermann. Eles foram acusados de ter escutado "emissoras inimigas", o que era estritamente proibido. Na acusação, o apoio aos Rosenthal passou para um segundo plano. Carl Hermann foi condenado a oito anos de prisão, Eva Hermann a três.

Depois da guerra Eva e Carl Hermann trabalharam em favor do diálogo entre cristãos e judeus.

Bibliografia:
Anton Maria Keim (Hrsg.), Yad Vashem, Die Judenretter aus Deutschland, Mainz/München 1983, S.71.
Angela Borgstedt, Widerstand gegen die Judenverfolgung, in: Portraits des Widerstands, Hrsg.v. Michael Kißener, Konstanz 1996, S. 227-259.

Klara Klaus

Klara Klaus nasceu em 1903 em um lar de ideias democráticas no sul da Alemanha. Ela, seus pais e seu marido condenavam a perseguição dos judeus pelos nacional-socialistas (nazistas).

Em 1943 uma conhecida judia lhe perguntou se estava disposta a ajudar a judeus perseguidos. Assim foi como estabeleceu contatos com o casal Sophie e Adolf Loebel e suas filhas Hannelore e Ellen. Klara visitou a família na cidade de Karlsruhe e se ofereceu ao casal para proteger as jovens da deportação iminente, escondendo-as em sua casa. Dado que a senhora Loebel já havia organizado um esconderijo para ela mesma e sua filha menor Hannelore, pediu a Klara Klaus ajuda para sua filha Ellen.

Em fins de junho de 1943, Ellen, de 16 anos, sem papéis (documentos) nem dinheiro, chegou à casa da família Klaus em Mannheim. Ali a esconderam e a protegeram. Logo que o senhor Klaus foi chamado ao serviço militar, sua esposa continuou sozinha com a responsabilidade.

Klara Klaus cuidou da jovem até o fim do conflito bélico. Quando a guerra aérea se agravou transladou a Ellen - que entretanto havia conseguido a certidão de nascimento de uma jovem não-judia - temporalmente para a casa de sua mãe e sua irmã que sobreviviam numa cidade pequena. Ellen Loebel e Klara Klaus passaram o fim da guerra em sua casa em Mannheim. O pai de Ellen também sobreviveu escondido num estábulo.

Irene Kleber

Irene Kleber, nascida em 1893 , vivia só num apartamento grande localizado num setor burguês de Berlim. Trabalhava como empregada de uma agência dos correios. Para poder solver os gastos de moradia sublocava duas habitações. Contudo, durante os anos da guerra, seus inquilinos estavam quase sempre ausentes.

Em março de 1943, uma conhecida se aproximou de Irene Kleber e lhe pediu que arrendasse uma habitação a Charlotte e Waldemar Wagner e a filha deste casamento, Lissi. Ainda que primeiramente estivesse insegura de tomar esse risco, finalmente lhes arrendou uma habitação.

Durante as primeiras semanas a família permanecia sempre em seu quarto, mas no verão, de vez em quando, saíam do esconderijo. Um dia alguém os reconheceu na rua e os denunciou. Em 23 de agosto de 1943 dois policiais da Gestapo foram a casa de Irene Kleber e lhe perguntaram por Waldemar Wagner. Irene negou conhecê-lo mas os agentes não acreditaram nela. Procederam em revistar o apartamento e o encontraram junto a sua esposa e filha. Os três foram presos, deportados para Auschwitz e assassinados.

Apesar de que se tratava de um caso claro de ajuda a judeus perseguidos, Irene Kleber não foi perseguida pelos órgãos de justiça ou policiais nazistas.

Fonte: The International Raoul Wallenberg Foundation (website, seção em espanhol)
Eva Hermann http://www.raoulwallenberg.net/es/salvadores/alemanes/rescate/eva-hermann/
Link morto: http://www.raoulwallenberg.net/go/?50407
Klara Klaus http://www.raoulwallenberg.net/es/salvadores/alemanes/klara-kaus/
Link morto: http://www.raoulwallenberg.net/go/?50408
Irene Kleber http://www.raoulwallenberg.net/es/salvadores/alemanes/rescate/irene-kleber/
Link morto: http://www.raoulwallenberg.net/go/?50407
Tradução: Roberto Lucena

Ver também:
Salvadores Alemães 5 - Sigurd Larsen, Gertrud Luckner e os Marcuse

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Salvadores Alemães 3 - Os Daene e os Heller

Wilhelm e Margarete Daene
"Wilhelm Daene era trabalhador metalúrgico em Berlim. Depois de 1933 foi preso várias vezes pela Gestapo por sua militância social-democrata e sindicalista. Durante a guerra trabahava numa fábrica de armamento em Berlim-Wittennau onde era responsável pelas operárias judias obrigadas a trabalhos forçados. Ajudou-as proporcionando-lhes alimentos e medicamentos. Se ocupou das trabalhadoras judias enfermas procurando um local para elas dormirem na fábrica evitando deste modo que elas fossem presas. Quando já não foi possível impedir as deportações, Daene e sua esposa Margarete esconderam as três mulheres judias: Gerda L., Lola A. e Ursula F. Se sabe que ajudou a fugir para Bélgica a outra trabalhadora judia.

A ponto de ser presa pela Gestapo em 1943, Daene encontrou outro esconderijo para as três mulheres. Ursula F. foi denunciada na calle. Resultou de ser gravemente ferida na detenção e sobreviveu no hospital da polícia. Lola A. estava com Margerete Daene no momento da libertação, Gerda L. foi presa em detida em agosto de 1944 e deportada para Auschwitz onde foi assassinada.

Assim mesmo, outra mulher chamada Margot W. considera Daene como sua salvadora. Conta que logo que foi presa pelos nazis junto com seus pais, Daene conseguiu tirá-la do campo de concentração. Margot W. viveu na clandestinidade até a libertação, em maio de 1945.

Wilhelm Daene sobreviveu ao cárcere. Foi apelidado como "O Justo entre os Nacionais" pelo Yad Vashem e homenajeado pelo Senado de Berlim como "Herói sem fama"."

Bibliografia
Kurt R. Grossmann, Die unbesungenen Helden, Berlin 1957, S. 32ff.
Hans-Rainer Sandvoß, Widerstand in Pankow und Reinickendorf (Hrsg. Gedenkstädte Deutscher Widerstand), Berlin 1994, S. 217, 249f.
Ursel Hochmuth: Illegale KPD und Bewegung "Freies Deutschland" in Berlin und Brandenburg 1942, Berlin 1998, S. 125.

Benno e Irmgard Heller
"Em fins da década de ´30, o ginecólogo judeu Dr. Benno Heller vivia no bairro operário de Neukölln, em Berlim, junto con sua esposa Irmgard, que não era judia. Atendia no consultório médico em sua própia casa.

Ambos eram comunistas convencidos de seus ideais. Sem dúvida, depois de uma visita a União Soviética abandonaram as fileiras do partido. Devido a ter realizado abortos ilegais Benno Heller havia sido preso antes de 1933. Irmgard vinha de uma família burguesa, mas se separou de seus vínculos familiares e se comprometeu com os interesses e necessidades dos habitantes da classe trabalhadora de seu vizinhança.

Durante o pogrom de novembro de 1938 os Heller foram afetados pela violência anti-semita. Na placa da consulta médica fixada na porta de sua casa foi pintada a palavra "judeu".

Quando começaram as deportações dos judeus de Berlim em outubro de 1941, os Heller instavam a seus clientes judeus a não se deixar levar e a permanecer na clandestinidade. Até esse momento Benno Heller estava protegido por sua esposa "aria". Contactou suas ex-pacientes não judias para para lhes pedir que acolhessem as mulheres que estavam em perigo. Muitas delas se sentiam comprometidas com Heller por seus tratamentos médicos anteriores, que em alguns casos haviam sido gratuitos. Seu consultório servia então como refúgio para os "ilegais" assim como lugar de coordenação para seu futuro alojamento.

O objetivo do casal Heller era ajudar a quantos perseguidos fosse possível. Mas quando surgiu um conflito entre uma paciente judia a qual Heller havia ajudado a passar para a clandestinidade e uma mulher nã judia a qual ele havia solicitado sua ajuda, Heller foi denunciado pela perseguida.

Em 23 de fevereiro de 1943 foi preso. A princípio foi deportado para um campo externo de Auschwitz. O último rastro de Heller ainda com vida data de 1944, numa instação auxiliar do campo de concentração de Sachsenhausen. Logo não se supôs mais nada sobre ele.

Depois da prisão de seu marido, o estado de saúde de Irmgard Heller, já enferma do coração, se deteriorou dramaticamente. Em 15 de setembro de 1943 faleceu no hospital municipal de Leipzig. Alguns dos pacientes não judeus de Bruno Heller continuaram com suas atividades de ajuda ainda depois de sua prisão e da morte de sua esposa."

Fonte(espanhol): Wilhelm e Margarete Daene
http://www.raoulwallenberg.net/?es/salvadores/rescate/wilhelm-margarete-daene.50404.htm
Benno e Irmgard Heller
http://www.raoulwallenberg.net/?es/salvadores/rescate/benno-irmgard-heller.50406.htm
Tradução: Roberto Lucena

Ver também:
Salvadores Alemães 4 - Eva Hermann, Klara Klaus e Irene Kleber

domingo, 16 de setembro de 2007

Salvadores Alemães 2 - Else Blochwitz e Elisabeth Bussian

Else Blochwitz

"Else Blochwitz (nascida em 1899) vivia junto com sua amiga Margarete Dietrich num apartamento grande na rua Kürfürstendamm em Berlim. Já desde meados dos anos '20 era uma conhecida opositora ao regime nazi e manifestava seu protesto nas atividades públicas do NSDAP (Partido Nacional-Socialista Alemão). Ao ministério de propaganda nazi, chamou-lhe atenção a sua facilidade de se expressar e tratou de capturá-la para suas fileiras. Else recusou a proposta e por causa disso foi posta sob vigilância especial da Gestapo.

Depois das leis de Nuremberg (1935) se propôs a ajudar judeus: deu assistência a muitos para que emigrassem da Alemanha. Entre 1938 e 1941 acolheu temporariamente refugiados em sua casa. Ao se negar a expulsar de seu apartamento a sua inquilina e amiga judia Herta Arndt foi obrigada a pôr a estrela de David na porta de sua casa. A partir desse momento começou a receber "cartões de alimentação para judias", que correspondiam a uma dieta alimentar reduzida.

Finalmente não pode evitar que sua amiga Herta Arndt fosse deportada a Minsk em novembro de 1941.

O alcance total da atividade de apoio e das ações de resgate de Elsa Blochwitz e Margarete Dietrich é difícil de reconstituir. Muitos dos refugiados a quem elas lhes deram refúgio em suas casas, ou aos quem provinham com cartões de alimentação ou roupa, não sabiam os nomes reais destas mulheres duas mulheres, já que elas se apresentavam unicamente com o codinome de "Black". Por sua função de responsável dos refúgios contra os bombardeios aéreos, Elsa Blochwitz tinha conhecimento sobre sótãos sem uso que serviram de esconderijo. Além disso redigiu volantes opositores ao regime nazi que distribuía durante os ataques aéreos.

Finalizada a guerra Elsa Blochwitz sofreu, de acordo com seu próprio testemunho, uma "decaída pessoal e total". Logo depois da liberação, continuou compartilhando seu apartamento com Rita Grabowski, uma judia a quem alojava clandestinamente desde 1944."

Elisabeth Bussian

"Nascida em 1907, era filha de um lar social-democrata. Em 1930 se casou com o professor Walter Bussian. Com sua filha Renate viviam num bairro burguês de Berlim. Ao se agravar a discriminação e privação de direitos aos judeus, os Bussian apoiavam tanto a seus vizinhos judeus Martha Pietrowski com sua filha Käthe, assim como ao casal Amalie e Paul Ballo, facilitando-lhes alimentos e outras ajudas.

Em agosto de 1942 Martha Pietrowski foi deportada ao campo de concentração de Theresienstadt. Nos meses seguintes a filha dos Pietrowski e o casal Ballo também foram deportados, com o qual Elisabeth e Walter Bussian foram encontrar a advogada Anita Eisner - uma amiga de Käthe Pietrowski - e lhe manifestaram seu desejo de salvá-la da deportação iminente. Na noite de 3 de março de 1943 os Bussian foram a casa de Anita Eisner para ajudá-la a abandonar seu apartamento. Apenas haviam entrado, e a Gestapo golpeou a porta de Anita Eisner. O casal e a advogada conseguiram escapar pela escada traseira. Anita Eisner encontrou abrigo na casa dos Bussian, que continuaram a apoiá-la posteriormente em outros esconderijos.

Através de Anita Eisner, os Bussian conheceram Richard e Vally Wiener, que viviam em "Mischehe" (Casamento misto). Dado que seu matrimônio havia sido dissolvido forçosamente, Richard Wiener estava ameaçado de deportação imediata. Os Bussian o escondiam durante o dia e na casa deles ele podia se encontrar com sua esposa não judia.

Depois de um bombardeio em novembro de 1943, durante o qual seu apartamento foi destruído, Elisabeth Bussian foi viver no campo com sua filha. Walter Bussian - chamado às fileiras desde 1939 - esteve estacionado em Berlim entre 1942 e 1944.

Graças a ajuda dos Bussian, Richard Wiener e Anita Eisner conseguiram sobreviver."

Fonte: The International Raoul Wallenberg Foundation (website, seção em espanhol)
Else Blochwitz http://www.raoulwallenberg.net/es/salvadores/alemanes/rescate/else-blochwitz/
Link morto: http://www.raoulwallenberg.net/go/?50402
Elisabeth Bussian http://www.raoulwallenberg.net/es/salvadores/alemanes/rescate/elisabeth-bussian/
Link morto: http://www.raoulwallenberg.net/go/?50403
Título original: Salvadores Alemanes - Else Blochwitz y Elisabeth Bussian
Tradução: Roberto Lucena

Ver também:
Salvadores Alemães 3 - Os Daene e os Heller

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Salvadores Alemães 1 - Franziska Bereit

Resgate de judeus na Alemanha Nacional-Socialista

A FIRW e o Centro para a Investigação do Antissemitismo da Universidade Tecnológica de Berlim, dirigido pelo Dr. Wolfgang Benz, começaram a difusão mundial do registro de salvadores alemães cujos resgates tiveram lugar entre os anos 1933 a 1945 na Alemanha. O objetivo do projeto é proporcionar uma nova definição em relação término da resistência, para muitos alemães ajudar os judeus era o único modo de expressar sua desobediência ao Nacional-Socialismo.

Franziska Bereit

Placa recordativa de Franziska Bereit
em Berlim
"A viúva Franziska Bereit criou as filhas Adelheid e Therese, da família judia Silbermann, em Wedding, um bairro operário de Berlim. Ainda no período da repressão mantinha um contato permanente com a família, proporcionando-lhes cartão de alimentação e intentando proteger-lhes na medida de suas possibilidades.

Quando em 1943 Adelheid conseguiu escapar da grande blitz contra todos os judeus que todavia viviam em Berlim, buscou refúgio com Franziska Bereit, que tinha o apoio de suas duas filhas e seu filho. Ofereceu que Adelheid Silbermann escondesse em seu apartamento, onde vivia junto com seu neto de doze anos.

Depois de um ataque aéreo que destruiu o esconderijo da irmã de Adelheid, Therese, que se refugiava ali junto a seu marido, Francisca Bereit os acolheu também em seu pequeno apartamento. Adelheid, Therese e seu esposo sobreviveriam aí enquanto que seus pais foram deportados e assassinados.
A placa recordativa de Fraziska Bereit em Berlim diz: "Por detrás daqueles rastros de mulheres valentes, FRANZISKA BEREIT resgatou da perseguição a família Silberman durante os anos de 1939-42, arriscando sua própria vida."

É uma iniciativa do Grupo Juvenil de Mulheres do bairro de Wedding.
Bibliografia

1.
Kurt R. Grossmann, Die unbesungenen Helden, Berlin 1957, S. 88ff.
2. Hans-Rainer Sandvoß, Widerstand in einem Arbeiterbezirk (Wedding), (Hrsg. Gedenkstädte Deutscher Widerstand), Berlin 1987, S. 90.

Lista com o nome de todos os alemães que ajudaram judeus na segunda guerra:
http://www.raoulwallenberg.net/?es/salvadores/rescate/504022.htm
Links alternativos 1 e 2:
http://www.raoulwallenberg.net/es/salvadores/alemanes/rescate/listado-completo-salvadores/
http://www.raoulwallenberg.net/es/category/salvadores/alemanes/

Fonte: The International Raoul Wallenberg Foundation (website, seção em espanhol)
Link atual do texto: http://www.raoulwallenberg.net/es/salvadores/alemanes/rescate/franziska-bereit/
Link morto (antigo): http://www.raoulwallenberg.net/go/?50401
Título original: Salvadores Alemanes - Franziska Bereit
Tradução Roberto Lucena

Ver também:
Salvadores Alemães 2 - Else Blochwitz e Elisabeth Bussian

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