segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Salvadores Alemães 6 - Harald Poelchau e Frieda Rung

Harald Poelchau

O Dr. Harald Poelchau era filho de um pastor conservador e se criou num pequeno povoado na Silésia. Terminados os estudos de teologia, ocupou no outono de 1932 o posto de pastor numa prisão de Berlim. Devido a natureza de seu trabalho tinha contato permanente com muitas pessoas da resistência e utilizava seu posto para passar-lhes mensagens, oferecer-lhes ajuda material e estimulá-los espiritualmente.

Harald Poelchau pertencia ao grupo de resistência "Círculo de Kreisau", organização democrática e cristã que procurava estabelecer contatos com as forças aliadas.

Assim mesmo, Poelchau apoiava a um grupo conhecido pela alcunha de "tio Emil" que havia proposto a tarefa de ajudar a judeus que viviam na clandestinidade. Teve êxito em alojar a judia Margarethe Latte, a qual havia fugido de Breslau, onde uma viúva de um pastor, a senhora Schneider, conseguiu-lhe trabalho, alojamento e documentação falsificada para ela, seu marido Manfred e seu filho Konrad.

Entre fevereiro e novembro de 1943 Harald Poelchau e sua esposa Dorothea esconderam em seu próprio apartamento, Leontine Cohn e sua filha Rita. Harald Poelchau também exerceu um papel importante no resgate de Charlotte Holzer, uma das acusadas de pertencer a um grupo de resistência judaica comunista de Herbert Baum, havia escapado da prisão durante um bombardeio aliado no verão de 1944. Poelchau alojou Holzer na casa da Sra. Schneider e lhe conseguiu trabalho e documentação. Em fevereiro de 1945 o casal Poelchau acolheu os irmãos Ralph e Rita Neumann, os quais haviam escapado pouco antes de serem deportados para um campo de concentração. Juntos presenciaram a liberação de Berlim em maio de 1945.

Bibliografia:
"Saving Konrad Latte" by Peter Schneider, New York Times Archives Aritcle, 13.2.2000.
Lexikon des deutschen Widerstandes, Hrsg.v. Wolfgang Benz und Walther H. Pehle, Frankfurt a.M. 1999, S.248, 383.
Ruth Andreas-Friedrich, Der Schattenmann, Frankfurt a.M. 1986.


Frieda Rung

Frieda Rung, nascida em 1880, vivia num bairro burguês de Berlim e trabalhava como vendedora. Em 1918 conheceu Hellmuth Cohn, nascido em 1895, e manteve contato com ele, sua mãe e sua esposa.

No início da era nacional-socialista Hellmut Cohn não foi perseguido graças ao fato de que sua esposa não ser judia. Ao se agravar a repressão, esta, contudo, separou-se de seu marido e em 1939 o denunciou por "delito contra a raça", ofensa que segundo as leis de Nüremberg era passível de sanção e, em muitas ocasiões, até castigada com a deportação para um campo de concentração. Desde a denúncia Hellmut Cohn fugia da Gestapo. Seus três filhos se afastaram dele e romperam todos os contatos.

Frieda Rung ofereceu refúgio a Hellmut Cohn em sua casa, apesar de que a polícia a havia citado e interrogado, já que a senhora Cohn declarou que seu marido também havia cometido delito contra a raça com Frieda. Contudo, neste último caso o sumário foi fechado. Por não ter documentação falsa, Hellmut Cohn nunca saiu do pequeno apartamento. Ao perder seu trabalho em 1939, Frieda Rung teve que vender parte de suas jóias e móveis para poder comprar alimentos suficientes para ambos. Em 1940 encontrou trabalho numa pastelaria.

A partir de 1943 os bombardeios sobre Berlín se intensificaram. Frieda e Hellmut se atreveram a se refugiar nos bunkers anti-aéreos públicos naqueles que não eram necessário apresentar documentação. Hellmut Cohn permaneceu até o final da guerra no apartamento de Frieda Rung e logo que finalizadas as hostilidades o casal seguiu compartilhando o apartamento por muito tempo.

Fonte: The International Raoul Wallenberg Foundation (website, seção em espanhol)
Harald Poelchau
http://www.raoulwallenberg.net/?es/salvadores/rescate/harald-poelchau.504013.htm
Frieda Rung
http://www.raoulwallenberg.net/?es/salvadores/rescate/frieda-rung.504014.htm
Tradução: Roberto Lucena

Ver também:
Salvadores Alemães 7 - Karl Schörghofer e Paul Seele

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