Pelo documento de uma comissão de pesquisa criada em 2005 quando o ecologista Joschka Fischer era ministro de Exteriores, Ernst von Weizsäcker, que foi secretário de Estado a partir de 1938, recomendou dois anos antes expatriar Mann por causa de sua propaganda contra o regime nazista.
Mann, autor de "A Montanha Mágica", "Morte em Veneza" e "Doutor Fausto" exilou-se na Suíça em 1933 para posteriormente transferir-se para os Estados Unidos, a partir de onde combateu ao nazismo com suas alocuções por meio do rádio.
O relatório, que será publicado na segunda-feira pelo semanário Der Spiegel, detalha que "o Ministério de Exteriores alemão foi uma organização criminosa" nos anos do nazismo (1933-1945) na perseguição dos judeus, como indica o presidente da comissão, o historiador Eckart Conze.
Contra o que diz o relatório, o ex-presidente Weizsäcker afirma ao Frankfurter Allgemeine Zeitung que seu pai "nunca foi uma figura relevante do nazismo e seu papel no Ministério de Exteriores foi exemplar para manter a tranquilidade nesses tempos de mudanças na Europa".
Ernst von Wezsäcker foi submetido a julgamento por crimes contra a humanidade nos processos nazistas entre 1948 e 1949 e condenado a cinco anos de prisão. "O Ministério de Exteriores funcionou como uma instituição do regime nacionalsocialista desde o primeiro dia e participou da política de violência instaurada pelo Terceiro Reich", assinala Conze.
O estudo revela que após 1945 "continuaram no Ministério pessoas que tiveram sério envolvimento no regime nazista", acrescenta Conze. O próprio ex-ministro Fischer se mostra "surpreso" no periódico com o papel de "proteção aos criminosos" do Ministério de Exteriores após 1945.
Seu sucessor no cargo, o social-democrata Frank-Walter Steinmeier, afirma não "acreditar" no envolvimento de diplomatas na eliminação sistemática de judeus e a posterior proteção de criminosos.
Fonte: Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4752154-EI8142,00-Relatorio+revela+planos+nazistas+de+expatriar+Thomas+Mann.html
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