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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O que os soviéticos sabiam sobre Auschwitz - e quando. Parte 4: "Revisionistas" e o artigo de Boris Polevoi



Artigo de Sergey Romanov traduzido à partir do link: http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2006/08/what-soviets-knew-about-auschwitz-and.html

Mesmo antes de estudar esses livros, vou ler uma tradução em alemão de um artigo que eu também tenho de Vogt. Ela apareceu no jornal do partido comunista soviético, Pravda, em 2 de fevereiro de 1945, uma semana depois da libertação do campo de concentração de Auschwitz pelo Exército Vermelho.(Quatro anos depois eu tenho que lembrar do russo original). O autor deste artigo é o repórter judeu-soviético Bóris Polevoi, que visitou Auschwitz imediatamente após a libertação, ele escreveu sobre: “linha de montagem instalada onde centenas de pessoas foram mortas simultaneamente com corrente elétrica”. Polevoi também mencionou câmaras de gás no setor oriental de Auschwitz. Hoje em dia, ninguém afirma que os alemães fizeram uso de corrente elétrica para matar pessoas, e segundo a versão oficial Holocausto, as câmaras de gás estavam em Auschwitz Birkenau, a oeste do acampamento principal, e não no setor oriental.

Após ter lido este artigo os “revisionistas” sabiam que eu estava certo: A história das câmaras de gás e de extermínio em massa havia sido forjada pelos propagandistas, e as primeiras versões não coincidem com as posteriores.

Nesse dia, 29 de abril de 1991, eu decidi dedicar a minha vida a lutar contra as fraudes cada vez mais monstruosas concebidas pelos cérebros humanos.

Assim foi o ponto de partida de Jurgen Graf, foi o artigo de Bóris Polevoi.

Não sei por que pede Graf chamou Polevoi de judeu (não encontrei nenhuma prova diste), e por que sua etnia deveria ser problema. Podemos analisar o significado de seu suposto artigo sobre os seus próprios "méritos".

Artigo de Polevoi no Pravda. Cortesia de Carlo Mattogno.

Nos círculos "revisionistas" o artigo foi "descoberto" por Robert Faurisson e traduzido para o inglês por "Samuel Crowell" (Alan Buel Kennady) e pode ser encontrado aqui.
"Crowell" descreve o seu significado para "revisionistas" assim:

O que é mais marcante sobre este relatório impresso é que ele está totalmente em desacordo com a versão de Auschwitz que temos vindo a conhecer, substituindo as tradicionais atrocidades gravadas por outra completamente imaginária. O primeiro observador não-anônimo do campo de Auschwitz poderia ser medido a partir da atual narrativa, não fala só da imprecisão do presente relatório inicial, mas também como artifício dos outros subseqüentes.

Este é o usual “modus operandi” dos “revisionistas”. Se algum jornalista ou até mesmo um estudioso comete um engano, eles contam como uma “estória do Holocausto”. Se a interpretação está errada, os dados adjacentes também estão errados!

Felizmente, temos documentos soviéticos suficientes para decisivamente desmerecer esta baba "revisionista". Eu já tenho muitos deles nesta série e constatei que eles geralmente correspondem à versão estabelecida (tendo em conta os inevitáveis erros e exageros e etc). O Exército Vermelho foi acurando mais ou menos as informações sobre Auschwitz. Também os serviços de inteligência soviéticos. Obviamente a descrição incorreta de Polevoi não é importante.

Ainda hà outro relatório escrito sobre Auschwitz, na mesma época – o relatório de Komsomol'skaja pravda do correspondente Sergey Krushinsky, que viajou para Auschwitz com Polevoi. [grifos do tradutor] Não tenho certeza se o relatório de Krushinsky foi publicado, mas isso não é desculpa, os negadores deveriam tê-lo encontrado, i.e. USHMM. Uma cópia do relatório que eu tenho é dirigida ao major-general Yashechkin, mas está escrito como se fosse um artigo de jornal. É impreciso, mas sabemos que a partir de outro relatório de Krushinsky para Yashechkin em 31/01/1945 que ele estava em Auschwitz em 29 e 30 de janeiro. Em um curto relatório de 31.01.1945 Krushinsky nota entre outras coisas que:

Os internos estão em estado de ignorância sobre as questões mais dolorosas – ordem para sair dos campos, retorno às suas pátrias, etc. Uma vez que quase todas essas pessoas estão mentalmente doentes, e os rumores que rondam por aqui, e até mesmo a calúnia alemã, segundo a qual os doentes internados em Majdanek, foram exterminados pelas tropas soviéticas, é lembrado por aqui.

Alguns desses rumores poderiam ter sido a fonte da descrição de Polevoi, ou então, a sua rica fantasia e/ou também algum mal entendido que alguma pessoa não esclareceu.

Em um longo (impreciso) relatório para Yashechkin Krushinsky ele cita vários depoimentos dos internos, e uma parte de sua descrição do processo de extermínio nos crematórios, em sua maioria corresponde ao que sabemos hoje sobre os gaseamentos nos crematórios II e III:

Um grupo de prisioneiros foram levados para a câmara. A porta foi hermeticamente fechada, e o gás foi introduzido. Após 8 minutos de ventilação a cremação dos corpos começou. O gás que era usado aqui tinha o nome de “Zyklon-B”. É um produto de ácido prússico. Várias latas deste veneno foram deixadas nos armazéns, e os internos que trabalharam na destruição da fábrica da morte, antes da evacuação do campo [i.e. os membros do Abbruchkommando do crematório] recordam como as câmaras eram equipadas. Latas do gás eram atiradas pelo teto e quebravam no chão. De modo que os internos aspirassem fumaça e que o gás se espalhasse, as latas não caíam livremente, mas dentro de uma coluna de malha metálica.

Embora a sua descrição das colunas de introdução do Zyklon-B não é inteiramente correta, (o Zyklon-B não era atirado diretamente no chão, mas sim despejado na parte interna [NT: da coluna], de forma que pudesse ser introspectivo) a menção de tal detalhe é notável.

Conforme observou Krushinsky, inúmeros boatos estavam flutuando por lá, e ele próprio relatou alguns fatos, (e.g. ele descreveu sucintamente uma câmara de gás construída acima do crematório, em que os corpos eram jogados para baixo depois do gaseamento através de aberturas nos fornos). A precisão da informação dependeria do “grau de separação” da pessoa que está relatando o rumor e a da fonte primária. Obviamente, quanto maior a “distância” entre os dois, mais a informação tenderá a ser distorcida. Estes rumores incorretos não desacreditam o relatório de Krushinsky – partes de relatos de testemunhas oculares (testemunhas imediatas), como a informação sobre as colunas e dos membros do Abbruchkommando têm mais credibilidade do que um boato absurdo sobre uma câmara de gás à partir de uma fonte sem nome.

A partir dos relatórios de Krushinsky e Polevoi podemos ver que estes correspondentes soviéticos foram confrontados com uma massa de informações de diferentes credibilidades à sua chegada em Auschwitz. Eles "ordenaram" e relataram de acordo com suas próprias parcialidades, intuição, o senso comum, e sim, propósitos de propaganda. O relatório de Krushinsky com todos os defeitos é várias vezes mais credível que o de Polevoi, mas o último foi publicado no principal jornal soviético, e atraiu a atenção dos “negadores”, que não deixaram de criar uma grande propaganda [sensacionalista] em torno dos erros gritantes, ignorando (ou melhor, sendo ignorantes) os mais credíveis, os relatórios internos do Exército Vermelho e da NKGB.

Na verdades, se eles se familiarizassem com os documentos publicados nesta série, Crowell não teria escrito o seguinte:

Existe uma grande surpresa para esta narrativa: em primeiro lugar, é completamente diferente do relatório da Comissão Especial sobre Auschwitz. Esse relatório por sua vez iria mostrar a influência do relatório da Diretoria de Refugiados de Guerra (WRB) de 26 de Novembro de 1945 [sic!]. Uma conclusão óbvia é que a narrativa soviética de Auschwitz subseqüente a este relatório, criou uma harmonia com as várias mensagens anônimas que incluía o relatório da WRB. No entando, o relatório de Polevoi mostra outras influências e conexões.

É claro que a “narrativa soviética de Auschwitz” foi revisada, e o relatório da Comissão do Departamento Político do 1º Front Ucraniano que investigou Auschwitz de 1º a 5 de Fevereiro de 1945, geralmente corresponde ao último relatório da Comissão Extraordinária.

O pomposo disparate pós-modernista não esconde o fato que os “revisionistas” simplesmente não fazem uma boa pesquisa sobre o tema.

Como de costume.

[Eu gostaria de agradecer ao Dr. Joachim Neander por me fornecer os documentos usados neste capítulo.]

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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

O que os soviéticos sabiam sobre Auschwitz - e quando. Parte 3 - Relatórios da Liberação

Artigo de Sergey Romanov traduzido à partir do link: http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2006/04/what-soviets-knew-about-au_114495918775367271.html

Como os soldados do Exército Vermelho avançavam para Auschwitz, liberaram os sub-campos e também o próprio [campo] Auschwitz, os relatórios estavam sendo enviados para o Chefe do Departamento Político da 1ª Frente Ucraniana, Major-General Yashechkin, descrevendo as informações do Exército Vermelho a caminho de Auschwitz e também do campo em si. Como você verá, a informação é fragmentada, por vezes imprecisa (como era de se esperar), mas ainda assim muito lhe corresponde ao que se sabe sobre esse campo de extermínio. Os relatórios foram publicados no Dokumenty obvinyajut. Kholokost: svidetel'stva Krasnoj Armii (compilados pelo Dr. FD Sverdlov; Kholokost publicada pela fundação em 1996 em Moscou). As grafias erradas foram corrigdas na maioria das vezes:

Para o Chefe do Departamento Político da 1ª Frente Ucraniana, Major-General Yashechkin

26 de janeiro de 1945

Na estação de Libiaz, que fica a sudoeste de Chrzanow, descobrimos um ramo [NT: sub-campo] do Campo de concentração de Auschwitz onde os internos têm sobrevivido por acaso. Entre eles estão 30 judeus - Húngaros, franceses, tchecos, poloneses e russos - todos conseguiram se esconder nas minas de carvão, onde os internos trabalharam. O restante foi morto pelos alemães. No total, neste campo, Estação Libiaz, havia 920 detentos.

Um deles, o judeu Lever, nos contou o seguinte: antes de Libiaz ele estava em Auschwitz, de 25 a 30 mil judeus de vários países da Europa residiam lá. Eles foram trazidos para cá durante 4 anos. Todos os que não podiam trabalhar -- mulheres, idosos, crianças, doentes, eram separados do sexo masculino e saudáveis e exterminados imediatamente. Eles foram para barracas separadas na parte sul do acampamento, lá eles eram despidos, em seguida, em câmaras especiais eram mortas por gás, e os cadáveres eram queimados em crematórios. No total, haviam 12 fornos para isto, que estavam funcionando parcialmente em eletricidade e parcialmente com carvão. Ele acha que o número de mortos é de aproximadamente 400.000 judeus. Nos últimos dois anos, internos do sexo masculina também foram envolvidos no extermínio. Os internos eram alimentados muito mal: uma vez por dia 150-200 gramas de uma sopa aguada e pão. Com o trabalho insuportável e a má alimentação essas pessoas se esgotavam e morriam. Três vezes por semana um médico examinava os internos e os incapacitados para o trabalho eram enviados para as câmaras de gás.

Desde outubro de 1944 o campo de Auschwitz estava sendo evacuado para a Alemanha e os fornos crematórios estavam trabalhando principalmente na capacidade máxima. Em dezembro de 1944 od fornos foram destruídos pelos alemães.

Chefe do Departamento Político do 60º Exército Major-General Grishaev

TsAMO RF, 60th army's fond, opis 10597, delo 151, listy 70-73.

Para Chefe do Departamento Político da 1ª Frentre Ucraniana, Major-General Yashechkin

27 de janeiro de 1945

Na ocupada Jaworzno um campo de concentração foi descoberto, foi criado hà três anos. O território é cercado por 3 filas de arame eletrificadas. No campo maior, judeus de todos os países da Europa estavam sendo exterminados. Os internos que sobreviveram estavam com roupas listradas em Hesse. Calçado – sapatos de madeira. No braço esquerdo um número tatuado. Os internos trabalharam em minas, em centrais elétricas, em diversos trabalhos duros. Quem estava incapacitado para o trabalho era enviado para os campos de Birkenau e Aushvajs[Auschwitz], onde eram mortos, os cadáveres eram queimados no crematório.

Chefe do Departamento Político do 59º Exército, Coronel Korolyov

TsAMO RF, 59th army's fond, opis 10442, delo 284, list 34.

Para Chefe do Departamento Político da 1ª Frentre Ucraniana, Major-General Yashechkin

27 de janeiro de 1945

Na manhã de 27 de janeiro de 1945, nossas tropas liberaram Auschwitz e Birkenau, dois grandes campos de concentração. Os alemães fugiram. No momento da libertação haviam 10.000 internos nos campos.

O campo da morte de Auschwitz, de acordo com testemunhas locais, foi fundado no verão de 1940. Os internos eram queimados em 5 crematórios. Muitos foram enforcados. O campo é cercado com arame farpado e várias linhas de alta tensão. Era vigorosamente guardado por soldados SS. Comandante – Capitão SS Hoess. Em julho de 1940 chegou o primeiro transporte de Varsóvia com 5-6 mil internos judeus. No período de grande afluxo de detentos, estavam sendo exterminados cerca de 10-15 mil pessoas por semana nas câmaras de gás, e eram cremados nos crematórios. Quando os carros com os judeus entravam no campo, em ambos os lados ficavam soldados alemães, que batiam em muito em todos com chicotes e paus – para a morte. Os internos morriam de fome e sede. Por dia recebiam cerca de 200 gramas pão e um copo de sopa. Em 1942 seis poloneses escaparam do campo. Como vingança, os alemães atiraram em milhares de internos. A cada manhã, centenas de internos despidos eram conduzidos para as câmaras de gás. Os alemães se divertiam dos infelizes através das janelas. Imagem sinistra. O cheiro da fumaça se propagava por cerca de 10 quilômetros.

Até o início de 1945 todos os judeus do campo foram exterminados. Os alemães, ocultando os vestígios do crime, explodiram o campo e atiraram nas testemunhas.

Chefe do Departamento Político do 60º Exército Major-General Grishaev

TsAMO RF, 60th army's fond, opis 10597, delo 151, listy 82-83.

Para Chefe do Departamento Político da 1ª Frentre Ucraniana, Major-General Yashechkin

28 de janeiro de 1945

Reportando:

Campo de concentração de Auschwitz [“Osventsin” em russo], em alemão “Auschwitz”, consiste de 5 campos e uma prisão. Vários milhares de internos de várias lugares da Europa saíram daqui. Muitos internos estão na estrada adjacente. Todos estão extremamente exaustos, eles choram, eles agradecem ao Exército Vermelho. Pessoas – de muitas nacionalidades – mas eu não me encontrei com judeus. Os internos dizem que todos eles foram exterminados.

Cada campo é uma grande área com várias fileiras de arame farpado. Em cada um, muitas barracas, em cada uma 2 fileiras com beliches. A visão desta tragédia é terrível.

Chefe do Departamento Político do 60º Exército Major-General Grishaev

TsAMO RF, 60th army's fond, opis 10597, delo 151, list 85.

Para Chefe do Departamento Político da 1ª Frentre Ucraniana, Major-General Yashechkin

29 de janeiro de 1945

Foi criada uma comissão especial de amigos alemães, para apurar a vilania dos alemães no campo de Auschwitz, o que supera todas as atrocidades conhecidas por nós.

De acordo com as testemunhas na liberação, em cerca de 4,5 anos, cerca de 4,5 milhões de pessoas foram exterminadas. Havia dias em que 25-30 mil pessoas eram exterminadas, em primeiro lugar, os judeus de todos os países da Europa. Antes do Exército Vermelho chegar, cerca de 8 mil internos estavam indo para a Alemanha. Os alemães explodiram os fornos e as cinzas espalharam por todo o campo, valas com cadáveres queimados foram encontradas no mesmo nível.

Chefe do Departamento Político do 60º Exército Major-General Grishaev

TsAMO RF, 60th army's fond, opis 10597, delo 151, listy 201-202.

Para Chefe do Departamento Político da 1ª Frentre Ucraniana, Major-General Yashechkin

1o de fevereiro de 1945

Sobre o campo de concentração de Auschwitz

Em um raio de 20-30 km perto da região de carvão de Dombrow, existem 18 campos de concentração satélites. Cada um com 10km2. Em cada campo existem 8 barracas. Cada barraca abriga cerca de 200-300 internos. O objetivo principal do campo é o extermínio em massa de pessoas, em primeiro lugar, os judeus, trazidos de toda a Europa. Internos – força de trabalho em minas e de material sintético. Em 4,5 anos de funcionamento desses campos, 4,5 milhões de pessoas foram exterminadas. Registraram-se por dia 8-10 transportes chegando com internos. 5 a 10% de pessoas aptas para o trabalho foram poupadas, o resto exterminado. 4 crematórios com 10 câmaras cada, para sufocar as pessoas com gás e 30 fornos para incineração de cadáveres. Em cada câmara caberia até 600 pessoas. Os crematórios não conseguiam queimar todos os corpos, parte deles foram queimados em valas de 40mx40m, [com a ajuda de] combustível derramado.

Houve cerca de 25-30 mil pessoas simultaneamente no campo. Esse programa rapidamente levava as pessoas à exaustão e depois à desgraça de morrer. Eles trabalhavam cerca de 12 horas ou mais. Espancamentos, tortura, humilhações, tiros, em cada turno.No campo de Auschwitz 2 mil pessoas foram libertadas, em Birkenau cerca de 2,5 mil, entre 500-800 pessoas em outros. Os judeus foram exterminados completamente. 40% deles estavam tão esgotados que não podiam nem mexer. Eles estavam sem alimentação hà vários dias.

Chefe do Departamento Político do 60º Exército Major-General Grishaev

TsAMO RF, 60th army's fond, opis 10597, delo 151, listy 165-171.

Mensagem de Sovinformburo de 31.01.1945 contém a seguinte informação:

Recentemente nossas tropas chegaram à cidade de Oswiecim. Após a ocupação da Polônia, os fascistas alemães construíram aqui o maior dos campos de concentração. Este campo da morte consistia de 5 seções. Cada uma destas seções ocupavam uma área enorme, cercada por arames farpados. Avançando rapidamente as unidades do Exército Vermelho libertaram vários internos. O ex-prisioneiro de Auschwitz, Lukashev de Voronezhskaja disse: “O número de internos de Auschwitz varia de 15-30 mil pessoas. Crianças, doentes e homens e mulheres inaptos para fazer o trabalho dos Hitleristas eram mortos com gases, e os cadáveres eram queimados em fornos especiais. Existiam 12 desses fornos no campo. Os internos eram forçados a trabalhar nas minas. Aqueles enfraquecidos por causa da fome, espancamentos e trabalho duro, eram exterminados pelos alemães. Em quatro anos no campo dos vilões alemães-fascistas, muitos foram torturados e muitas milhares de pessoas foram mortas.

Lev Bezymenskij em "Informatsija po-sovetski" (Znamya, 1998, no. 5) cita ainda mais relatórios.

O primeiro documento oficial sobre Auschwitz foi emitido no dia da liberação do campo, em 27 de janeiro de 1945. Foi assinado pelos soviéticos Chelyadin, Tomov e Rossel, pelos ex-internos - Gordon Yakov médico de Vilnius, pelo Prof Steinberg de Paris, o médico Epstein de Praga. Suas conclusões:

Durante a existência deste campo, cerca de 4,5 a 5 milhões de pessoas foram exterminadas, os principais destruídos foram os judeus de todos os países ocupados, POW russos, outros que trabalharam para a Alemanha – poloneses, tchecoeslovacos, belgas e holandês.

No mesmo dia o Chefe do Departamento Político da 322a Divisão de Infantaria, Okhapkin informou ao coronel do 60º Exército:

Os campos e sub-campos da morte de Auschwitz... A tarefa - exterminar 6 milhões de poloneses e todos os judeus da Europa. Este era o plano de extermínio de inocentes que eles levaram a cabo.

Poder-se-ia citar vários documentos, mas isso já é mais do que suficiente para analisar as várias reivindicações feitas pelos ignorantes negadores [do Holocausto].


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O que os soviéticos sabiam sobre Auschwitz – e quando. Parte 2: Relatórios de alemães capturados, 1943-1944

Artigo de Sergey Romanov traduzido à partir do link: http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2006/04/what-soviets-knew-about-auschwitz-and_12.html

Mais "dados brutos": dois depoimentos sobre Auschwitz, de alemães capturados.

O primeiro vem do Julgamento de Kharkov em 1943. É citado pelo Negador do Holocausto "Samuel Crowell" no site de [David] Irving:


Promotor: Informe o tribunal sobre sua conversa com Somann.

Heinisch: Somann me disse que a morte causada por intoxicação por gás era indolor e mais humana. Ele disse que a ação do gás na van da morte era muito rápida, mas, na verdade, a morte não ocorreu em doze segundos, mas muito mais lenta e foi acompanhada por grande dor. Somann me contou sobre o campo de Auschwitz, na Alemanha, onde o gaseamento dos presos foi realizado. As pessoas disseram que estavam sendo transferidas de outros lugares, e os trabalhadores estrangeiros foram avisados de que seriam repatriados e foram enviados sob este pretexto para as casas de banho. Aqueles que iriam ser executados, primeiro entraram em um lugar com uma tabuleta escrito "Desinfecção" sobre ela, e lá eles estavam sem roupa -- os homens separados das mulheres e das crianças. Em seguida eles foram ordenados a entrar em outro lugar, com uma tabuleta “Banho”. Enquanto as pessoas se lavavam, válvulas especiais foram abertas para a entrada de gás que lhes causou a morte. Então as pessoas mortas eram cremadas em fornos especiais, cerca de 200 corpos poderiam ser queimados simultaneamente.

Este testemunho está essencialmente correto. As imprecisões estancadas do fato são boatos [NT: a quantidade de corpos].

O segundo testemunho foi dado pelo desertor da 4 ª companhia do 3º regimento de infantaria, Obergefreiter Heinrich Annis (grafia incerta). Ele desertou em 1º de Março de 1944 na região de Shtavin. Sua descrição: “Nascido em 1908, marceneiro, solteiro, serviu na guarda do Batalhão SS do Campo de Concentração de Auschwitz (Alta Saxônia [deve ser Silésia])”. Isto foi publicado em Dokumenty obvinyajut. Kholokost: svidetel'stva Krasnoj Armii (compilado pelo Dr. F. D. Sverdlov; publicado por Fundação Kholokost, 1996 em Moscou; referência de arquivo: TsAMO RF, 50th army's fond, opis 9783, delo 110, list 289):

No campo hà principalmente judeus, ciganos e também um pequeno número de POW russos, e um pequeno número de prisioneiros políticos alemães. O número de internos é de mais de 100.000. O campo de Auschwitz consiste de 2 seções cercadas por 3 fileiras de arame farpado. Os detidos são utilizados na terraplenagem, na construção de estradas, e de uma fábrica de Essen que foi evacuada do Oeste. Não sei como os produtos chegam a eles, mas, naturalmente, menos do que o necessário para um suporte. Quando cheguei lá com um amigo, tinha um fedor horrível. O fedor vinha do crematório, onde os corpos dos internos mortos eram cremados.

Na estação a cada dia chegavam 4 transportes, com 40 vagões e 50 pessoas em cada. Eu presenciei em sua maioria a chegada de judeus romenos e judeus de outros países. Todos eles foram divididos em 3 grupos: 1) doentes; 2) mães com crianças até 12 anos; 3) homens e mulheres fisicamente capazes. Os doentes eram enviados imediatamente para as câmaras de gás, onde eram intoxicados com um gás especial. As pessoas do terceiro grupo arrastavam os corpos para o crematório, onde eles eram cremados.Então os judeus do segundo grupo eram enviados para as câmaras de gás onde eram intoxicados. O restante dos judeus do terceiro grupo eram usados para trabalho até a exaustão e depois eram exterminados.Os corpos eram arrastados pelos judeus do terceiro grupo que chegava em outros transportes.

Os pertences dos judeus eram separados: roupas quentes eram transferidas para os depósitos do exército, o restante para o interior da Alemanha.

Nenhum detento judeu estava retornando.

Não sei muito porque estava na tropa da guarda apenas hà três semanas e em seguida fui enviado para o front. Os homens da SS nos diziam pouco, talvez porque temessem responsabilidade nos crimes.

16.3.1944

Interrogatório conduzido pelo chefe-adjunto da Seção de Inteligência no quartel-general do 50º Exército.

Tenente-Coronel Blinov

De novo a descrição do processo de extermínio está essencialmente correta. Há um erro neste testemunho - os judeus do território romeno anexado pela Hungria começaram a chegar durante a ação húngara que começou em Maio de 1944, e portanto, Annis se enganou quanto a nacionalidade dos judeus. Mas ele passou apenas algumas semanas em Auschwitz, e muito não foi dito pela SS, de modo que este engano não pode desqualificar seu depoimento.


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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O que os soviéticos sabiam sobre Auschwitz - e quando. Parte 1: Relatórios do NKGB da Ucrânia 1944


Artigo de Sergey Romanov traduzido à partir do link: http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2006/04/what-soviets-knew-about-auschwitz-and.html

Este artigo contém “dados crus” para uma futura análise do tema. Abaixo vocês encontrarão 3 relatórios soviéticos datados do verão e princípio do outono de 1944, referentes ao campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau.

Estes importantes documentos, aparentemente, não foram utilizados por qualquer pesquisador do Holocausto.

O Professor John Zimmermann amavelmente me ajudou a chegar a eles através do USHMM. As referências de arquivo do USHMM são:RG-06,025 * 45, RG-06,025 * 46, RG-06,025 * 47. Os arquivos originais estão no Arquivo Central do FSB.

A qualidade das cópias que eu recebi não estão muito boas, (conforme imagem) em especial as palavras escritas com letras maiúsculas são mais difíceis de enxergar, mas eu consegui reconstruir alguns textos (com garantia de precisão) à partir das peças danificadas. (que felizmente, são poucas).

O primeiro relatório, 23/08/1944:

CONFIDENCIAL

PARA O VICE-COMISSÁRIO DE SEGURANÇA DO POVO DA URSS – 2 POSTO DE COMISSARIA DE SEGURANÇA

Com.
KOBULOV

Moscou

MENSAGEM ESPECIAL sobre o campo de extermínio de “BERKENAU”[sic]

O Chefe de inteligência do grupo-operacional do 4 º departamento da NKGB UkrSSR "SHTURM, ativo em "LVOVSKIJ" região da cidade de Cracóvia informa que no território da Polônia, 40km a sudeste, na floresta atrás da cidade de Oswiecin/Auschwitz, está localizado o campo de concentração de “BERKENAU”[sic].

O campo ocupa 5[?] quilômetros quadrados, e tem 4 fornos especiais para a incineração de corpos.

Nos crematórios, judeus são selecionados para trabalhos forçados na equipe “Sonder”, sob orientação do alto chefe das SS, Major SS [nome pouco claro].

Em 1941 em “BERKENAU”[sic], 12.000 prisioneiros de guerra soviéticos foram aprisionados, torturados e exterminados, salvo 50-60 pessoas que trabalhavam para os alemães.Os prisioneiros soviéticos foram mortos a pauladas, asfixiados e em seguida cremados.

Em junho de 1944 haviam cerca de 80.000 civis de diferentes nacionalidades no campo, como russos, poloneses, tchecos, franceses, belas, ciganos e judeus.

No início de maio de 1944 [texto não claro], começou o incineração em massa dos judeus húngaros, foram exterminados mais de 12.000 por dia.

Devido aos fornos crematórios não conseguirem tratar o montante total de vítimas, foram abertos 4 grandes valas onde as pessoas também eram cremadas.

Transportes de famílias judias inteiras, juntamente com seus pertences chegavam ao campo.

As pessoas que chegavam ao campo eram ordenadas, crianças e idosos eram mantidos separados de homens e mulheres.

Sob o pretexto de irem para uma sala de banho, as pessoas que chegavam eram despidas, dado o sabão eram encaminhadas para a "seção de banho", onde as portas eram fechadas hermeticamente, após ampolas de um líquido desconhecido eram lançadas à partir do teto, quebravam e emitiam gás, e como resultado desta, depois de cinco a dez minutos [termo incerto] acontecia o sufocamento.


Depois disto, a sala é ventilada, os cadáveres são carregados em carrinhos e são levados para os fornos crematórios.

Antes da incineração os cadáveres são examinados, dentes de ouro e coroas são extraídos.

A uma distância de 200 metros dos fornos crematórios uma orquestra toca para
silenciar os gritos.


Os alemães removem os bens roubados todos os dias através de um avião sanitário.

De acordo com o testemunho de antigos prisioneiros de guerra no campo de “BERKENAU”[sic], foi cremado o corpo do Tenente-Coronel do estado Maior do Exército Vermelho, doutor em ciência técnica [nome não claro].


COMISSÁRIO DE SEGURANÇA DO POVO DA UkrRSS – 2 POSTO DE COMISSARIA DE SEGURANÇA

/SAVCHENKO/
23 August 1944
Kiev

Alguns detalhes são exagerados ou enganados, mas a breve descrição do processo de extermínio é confirmada por outras provas.

O segundo relatório, 31/08/1944:

CONFIDENCIAL

RELATÓRIO

[of] PET’KO Ananij Silovich, nascido em 1918 na vila de
Gorbachevo-Mikhajlovka,
região de Makeevskij Stalinskaja oblast, Ucrânia, educação: Sétimo grau, candidato a membro do VKP/b/ e


PEGOV Vladimir Jakovlevich, nascido em 1919 na vila de Raznezhje, região de Voratynskij, Gor'kovskaja oblast, Rússia, educação: oitavo grau, membro do VLKSM - que [i.e. ambos] escaparam em Novembro de 1943 do campo de concentração de "Auschwitz", localizado a 3 km a oeste da cidade de Oswiecim /Poland/.

I – INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O CAMPO DE AUSCHWITZ

O campo de concentração de “Auschwitz” está localizado a 3km a oeste da cidade de Oswiecim no lado oriental do Rio Vístula. A aparência externa do campo lembra um campo militar, com barracas regulares de madeira, pintadas de verde. O território é densamente construído de barracas em cerca 2 x 3km.

O acampamento é rodeado a uma distância 3 a 4 metros com postes de concreto reforçado de 4 metros. Entre o lado de fora e de dentro destes postes hà uma densa rede de arame-farpado. Sob a cerca de arame, hà uma fundação feita de concreto armado de 1,5m de profundidade. Seguindo a cerca de arame, a cada 75-100m existem guaritas de 20-25m de altura. Em cada guarita hà um guarda com um rifle e uma metralhadora.

A cada dois postes da cerca de arame, hà lâmpadas elétricas que iluminam o acampamento a noite inteira.

A cerca elétrica está sempre sob alta tensão, de 3 a 5 mil volts.

O campo todo é dividido em 2 partes, homens e mulheres. A parte dos homens é dividida em:

[a, b, v, ... – letras do alfabeto russo]

a/ seção de quarentena;

b/ para Russos, Poloneses, Alemães e outros;

v/ para Italianos e Franceses;

g/ para Tchecos;d/ para ciganos;e/ enfermaria.

A seção de quarentena tem 18 barracas, a enfermaria tem 16 barracas. O restante das 4 seções tem 40 barracas cada.

O campo das mulheres consiste em 2 seções com 36 barracas cada. Crianças de todas as idades ficam no campo das mulheres.

As barracas de madeira, dos homens e das mulheres, são do tipo que acomodam entre 700-800 pessoas.

Entre o campo dos homens e das mulheres / a distância entre eles é de 50 m / passa uma ferrovia e uma rodovia, que liga a cidade de Oswiecim para os crematórios, que estão localizados 50 metros de distância do campo na direção oeste. Hà também uma estrada em volta do campo.

O campo de “Auschwitz” já existia na Polônia, mas não havia crematórios e existiam prisioneiros políticos poloneses. Com a chegada dos alemães o campo foi ampliado e melhorado.

No início de 1940 todos os prisioneiros de guerra e civis de todos os países ocupados pela Alemanha chegavam a este campo sem interrupções. Em média o campo de “Auschwitz” acomodava entre 150-200 mil pessoas.

O campo de Auschwitz também é conhecido como “campo da morte”, porque só os destinados ao extermínio são enviados para lá. De russos, chegam nesse campo somente aqueles que cometeram alguma infração, fugas, assassinato e etc...


2 – ROTINA E SEGURANÇA

Todos aqueles que chegam ao “campo da morte”, imediatamente são completamente despidos, entregam todos os seus pertences pessoais, e então recebem roupas especiais do campo.

Exceto os prisioneiros de guerra russos, todos têm o mesmo tipo de vestuário, constituído de calça e jaqueta de tecido listrado bruto / listras brancas e pretas ou azul escuro / os sapatos são de madeira. O chapéu / boné pontiagudo / é feito do mesmo tecido.

Os prisioneiros de guerra do Exército Vermelho usam um uniforme com uma grande cruz vermelha sobre a blusa / nas costas / e as calças pintadas em vermelho nas laterais.

A administração e os guardas têm direitos ilimitados. Qualquer um pode matar prisioneiros o quanto quiser e sem motivo algum. Esses assassinos são os mais incentivados pela administração. As guardas consistem apenas de SS e policiais. Todo mundo vai com um chicote ou um pedaço de pau, e mesmo sem qualquer razão aparente ataques às vezes não são o suficiente, acham agradável batê-los até a inconsciência ou morte - como eles desejam.

Em cada seção do campo o principal superior é chamado de “Rapportfuehrer”, a que estão subordinados os “Blockfuehrers”, que mantém em ordem os blocos/barracas/.

A cada semana, a seleção para extermínio dos fracos é realizada. Para este propósito todos os detentos ficam alinhados, todos completamente despidos, SS e funcionários dão as ordens para que eles consideram necessárias para destruí-los, e os que lideram ficam de lado. Aqueles que foram selecionados para o extermínio ficam alojados em barracas especiais, e não são alimentados por vários dias, então eles são trazidos ao crematório e depois cremados.

Fugas do campo são absolutamente impossíveis, apenas acontecem são realizados quando as pessoas estão trabalhando fora do acampamento. Se um guarda descobre a fuga de uma única pessoa, é soado um alarme de uma poderosa sirene. Então todas as obras são pausadas, as pessoas se alinham em colunas e continuam de pé no lugar até que a procura do fugitivo tenha acabado. A procura leva um dia, se o fugitivo não for encontrado as buscas são interrompidas. Todos os guardas utilizam cachorros nas buscas.

3 – CREMATÓRIO

A 50m de distância do campo de “Auschwitz” estão localizados 4 crematórios, então ali cremavam as pessoas, não somente deste campo, mas também de outros campos que estavam localizados na região próxima a Auschwitz. Aqui também eram cremados os detentos que residiam perto de Oswiecim.

O campo de Oswiecim é uma fortaleza que abriga prisioneiros políticos de todas as nacionalidades. Os mais horríveis atos de violência contra os prisioneiros são feitos pela Gestapo e eles [os corpos dos prisioneiros] eventualmente vão para o crematório.

Externamente o crematório parece uma fábrica ou uma pequena usina, cercado com cercas e com uma chaminé de 20-25m.

Na parte subterrânea do crematório existem 2 seções: a sala de despir e a sala de gaseamentos. Na parte acima do solo está o crematório propriamente dito com os fornos que funcionam a coque. Cada crematório tem 5 fornos e em cada forno 3 retortas. Em cada retorta são introduzidos 3-4 corpos simultaneamente. A duração da cremação dos corpos é de cerca de 5 a 10 minutos, depois o tempo de cremação é encurtado. Os crematórios trabalham na capacidade plena, 24 horas por dia, e mesmo assim não conseguem cremar todos os corpos.

4 – PROCESSO DE ENVENENAMENTO E INCINERAÇÃO

Grupos de pessoas fadadas são levadas ao território do crematório de automóvel, eles ficam alinhados em uma linha no chão e é realizado um exame – para verificar se alguém tem dente de ouro ou outros objetos de valor. Aqueles em que verificaram que tinham dentes de ouro, ou ouro em outras partes, são encaminhados para a “sala de cirurgia”, onde o ouro ou outros compostos é extraído.

Após o exame levam as pessoas para um porão, uma sala de despir, similar a uma sala de despir de um banheiro. Tendo despidos vão para outra sala, a do banho, onde existem torneiras e chuveiros, mas nunca teve água. Nesta sala hà 4/quatro/ colunas que atravessam o telhado. Após o “banho” a sala está cheia de pessoas/em pé ao lado dos outros/ e as portas são fechadas hermeticamente. Através das aberturas, que estão no topo das colunas, uma espécie de pó é derramado, que exala um gás venenoso, e as pessoas começam a sentir falta de ar. O processo de sufocamento dura de 10-15 minutos.

Então os cadáveres são levados em carrinhos especiais para a parte de cima e incinerados.

Diariamente, vários transportes chegam com pessoas trazidas para o campo, o crematório não consegue lidar com todas as pessoas assassinadas a gás, portanto, perto dos crematórios foram criadas valas, onde a queima é realizada, como se fosse uma pira.

As pessoas que trabalham no crematório consistem inteiramente de judeus e têm mudado a cada mês. Alguma pessoas que trabalharam lá já foram incineradas.

O sufocamento e cremação acontecem simultaneamente para homens, mulheres e crianças.

Houve ocasiões em que os bebês estavam vivos após o gaseamento e, em seguida, eles foram mortos pela SS com paus ou simplesmente pelo [batendo contra ele], o muro.

Durante os trabalhos no crematório as chamas das chaminés aparentemente alcançam 15m de altura.

O cheiro dos corpos [cremando] se espalha por muitos quilômetros deste lugar horrível.

Após a fuga, já longe do campo, ouvimos da população local que os jornais alemães publicaram que haviam sido construídas quatro fábricas de tijolos em Oswiecim.

Em 1943 em um dos crematórios, ocorreu o seguinte incidente: uma judia americana foi atacada pelo Rapportfuehrer SCHILLINGER, ela chutou a arma que estava em sua mão, pegou a arma e em seguida atirou em um assistente seu e feriu um outro SS.

Tudo o que diz respeito à arrumação dos crematórios, envenenamento e a cremação de internos, nós conhecemos parcialmente à partir de observações pessoais, parcialmente do pessoal que trabalha nos crematórios, embora eles vivam em barracas separadas, no entanto, suas histórias sobre arrumação do crematório e processo de matança e cremação de internos, ficaram conhecidos por
todos os detentos que residem em “Auschwitz”.

No que diz respeito ao fato da existência de crematórios, este não é segredo para os internos, porque qualquer um pode chegar perto deles até a distância de 10-15 m. Nós vimos pessoalmente, indo a uma distância curta, quando as portas dos crematórios foram abertas e perto dos fornos haviam pilhas de cadáveres.

Além disso, dois crematórios estavam sendo construídos no outono de 1943 [obviamente um erro de tipografia para 1942], quando nós tínhamos saído desse campo. As obras foram realizadas por prisioneiros de guerra russos, que viviam nas mesmas barracas que nós. Várias vezes fomos ao interior dos crematórios e vimos suas estruturas estruturas internas incompletas.


5 – SOBRE O NOVO CAMPO


Já no verão de 1941 a construção do novo campo tinha começado, estava na mesma escala do campo que residíamos, i.e. “Auschwitz”. O território do novo campo adjunto ao lado norte de “Auschwitz” era separado somente por uma estrada rodoviária.

A construção foi feita pelos internos de “Auschwitz”.

Além disso, de acordo com as histórias dos detentos que chegaram de outros campos, a uma distância de 20-30 km do campo de "Auschwitz" existe um pequeno número de campos de concentração, a partir do qual as pessoas também são levadas para incineração.


6 – SOBRE ALGUNS COMANDANTES DO RKKA E PESSOAS CONHECIDAS DE NÓS QUE RESIDIRAM NO CAMPO “AUSCHWITZ”


De generais do Exército Vermelho no campo de Auschwitz que eu saiba não havia nenhum. Se algum general do RKKA foi cremado nos crematórios, eu também não sei.

No campo havia prisioneiros de guerra entre médios e altos oficiais. Nós conhecemos o Tenente-Coronel ANTIPOV, 35-38 anos, da Sibéria, até a sua captura ele tinha servido na Divisão de Tanques Pushkin, e participou ativamente da nossa fuga. Major OSIPOV Sergej, 40-45 anos, de Moscou. Professor MIRONOV Andrej Pavlovich, 40-45 anos, que escreveu muitos tratados históricos. ZLOTIN Mikhail, nascido em 1916, engenheiro da indústria de moagem de farinha, Tenente Jr do RKKA, fugiu do campo em outubro de 1943. Nós fomos envolvidos na fuga de ZLOTIN.

Todas as pessoas acima mencionadas, tiveram grande participação com os internos do campo, organizando fugas individuais e em grupo.

Do número de traidores entre os prisioneiros de guerra nós conhecemos: [nome não claro] serve ao comandante do campo e traiu o povo soviético.

[nome não claro] da Ucrânia Ocidental, não somente denunciou pessoas soviéticas como também estrangulou muitas pessoas.

BARANOV Jakov, 26-27 anos, trabalhou na dispensa de pães, provocava os russos, em muitos aspectos, como diminuir a escassa ração de pão que eles estavam recebendo.

"VAN'KA" - / "SPITZMAUS" /, 2[?] anos, baixo, russo, que também denunciou pessoas soviéticas honestas.

"[nome não claro]" - 27-28 anos, da Ucrânia Ocidental, sargento-ajudante de acordo com a classificação, ativo assistente da Gestapo.

Todos eles eram de muita confiança dos alemães.

RELATÓRIO RECEBIDO POR:


COMISSÁRIO OPERACIONAL SÊNIOR DO 4º.DEPARTAMENTO DA NKGB
UkrSSR
Tenente Sênior de Segurança do Estado
[nome não claro, possivelmente “Gubin”]

31 de
Agosto de 1944
Kiev



O mais importante documento é o terceiro. Apesar de várias imprecisões (como o tempo de cremação e a altura das chamas nas chaminés) os autores dos relatórios descreveram com precisão o essencial do processo de extermínio nos crematórios II e III(informações sobre o que faziam os judeus dos Sonderkommandos).

A descrição da máquina de extermínio foi confirmado pelos documentos recuperados após a guerra, que os soviéticos, obviamente, não tinham acesso em 1944. Notar a correta descrição da divisão dos morgues dos crematórios II&III através da sala de despir(Auskleidekeller na documentação alemã) e a sala de gaseamento (Vergasungskeller and Gaskeller na documentação alemã). Observar também a menção às 4 colunas wire-mesh para introdução do Zyklon-B.

(Nota: ver este artigo para mais comentários.)

O terceiro relatório, 06.09.1944


CONFIDENCIAL

PARA O VICE-COMISSÁRIO DE SEGURANÇA DO POVO DA URSS – 3 POSTO DE COMISSARIA DE SEGURANÇA


[nota manuscrita: Para arquivo do campo de “Auschwitz” [assinatura não clara]]
com. SUDOPLATOV

Moscou

MENSAGEM ESPECIAL


Informação do chefe de inteligência operacional, grupo de "LVOVSKIJ" acerca do campo de"Berkenau" [sic] enviada em 23.7.1944 [não claro] 4/4/4609 é corroborada a maior parte das informações recebidas recentemente do chefe de outro grupo-inteligência operacional "[não claro]", recebido por ele do antigo prisioneiro de guerra, capitão JAKOVLEV Grigorij [não claro nome] e outras pessoas que escaparam do campo de “BERKENAU”[sic] no fim de julho de 1944.

De acordo com o testemunho dessas pessoas, no campo de “BERKENAU”[sic] em 1941-42 mais de [?]0.000 de prisioneiros de guerra Russos e também 150.000 judeus e prisioneiros políticos foram torturados e cremados em piras.

De 16 de Maio a 20 de Julho de 1944 1.200.000 judeus Húngaros e Romenos foram
exterminados no campo.

Desde o final de julho deste ano todo transporte com os judeus da França, Iugoslávia e Grécia, ocupada pelos alemães, começaram a chegar no campo.

Os adultos estão sendo sufocados em especial nas câmaras de gás, os idosos e crianças estão sendo lançados no fogo vivo.

Informações sobre general [sobrenome pouco claro] está sendo verificada após a recepção dos novos dados sobre ele a partir de nossa grupos de inteligência operacional, vamos informá-lo.


CHEFE DO 4o. DEPARTMENTO DA NKGB DA UkrSSRTENENTE CORONEL DA SEGURANÇA DO ESTADO

/SIDOROV/

6 de Setembro, 1944Kiev



Este relatório fala por si. Apenas um comentário sobre a exagerada estimativa de judeus húngaros mortos (os judeus de parte da Romênia anexada também são contados como judeus húngaros). A maioria dos observadores não têm acesso a uma informação exata sobre os transportes húngaros, portanto, haviam várias estimativas, muitas delas exageradas, e este relatório é baseado na estimativa de 18.000 pessoas por dia (atualmente sabemos que houveram pausas no extermínio). A estimativa do campo é confirmada por uma testemunha bem conhecida, Sonderkommando Alter Feinsilber (Stanislaw Jankowski) que testemunhou sobre este número em 16.04.1945 (Ver J. Bezwinska, D. Czech, Amidst a Nightmare of Crime, New York, Fertig, 1992, p. 56).

Próximo: Parte 2: Relatórios de alemães capturados, 1943-1944

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