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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Morre aos 108 anos o sobrevivente mais velho de Auschwitz

Antoni Dobrowolski, o sobrevivente mais velho do campo de extermínio da Alemanha nazi de Auschwitz-Birkenau morreu com 108 anos de idade, anunciou hoje um dos historiadores oficiais do local, Adam Cyra.

Cyra, historiador do museu de Auschwitz-Birkenau, disse que Dobrowolski morreu na cidade de Debno, no noroeste da Polónia. Professor primário, Dobrowolski manteve aulas secretas durante a ocupação nazi da Polónia, na Segunda Guerra Mundial, quando os nazis proibiram a população local de ir à escola.

Preso em 1942 pela Gestapo, a polícia secreta nazi, Dobrowolski foi enviado para o campo da morte de Auschwitz, em território polaco então anexado pela Alemanha. Os nazis transferiram depois Antoni Dobrowolski para os campos de Gross Rosen e Sachsenhausen, ambos na Alemanha.

O professor sobreviveu até à libertação do campo de Sachsenhausen, pelas forças soviéticas e polacas, em 1945. De regresso à Polónia após a guerra, Dobrowolski dirigiu primeiro uma escola primária em Debno e, depois, uma escola secundária.

Auschwitz-Birkenau é um dos mais duradouros e fortes símbolos do Holocausto e da campanha de genocídio contra os judeus da Europa, por parte dos alemães, na Segunda Guerra Mundial.

Após o fim da guerra, em 1945, as autoridades polacas transformaram o campo de extermínio num museu e memorial. Um ano depois de invadirem a Polónia em 1939, os nazis abriram o que viria a ser, mais tarde, um vasto complexo a sul da cidade de Oswiecim (Auschwitz em alemão), inicialmente para prender e matar prisioneiros polacos, como Dobrowolski.

Mais tarde, o campo cresceu até à vizinha aldeia de Brzezinka, ou Birkenau, quando a Alemanha nazi expandiu o Holocausto a uma escala industrial. Dos seis milhões de judeus mortos pelos nazis durante a guerra, um milhão foi assassinado no campo, principalmente em câmaras de gás, junto com dezenas de milhares de outras pessoas, incluindo polacos, ciganos e prisioneiros de guerra soviéticos.

Lusa

Fonte: SIC (Portugal)
http://sicnoticias.sapo.pt/mundo/2012/10/22/morre-aos-108-anos-o-sobrevivente-mais-velho-de-auschwitz

Ver mais:
Mais velho ex-prisioneiro de Auschwitz falece aos 108 anos (AFP/Terra)
Holocausto: falleció el sobreviviente más anciano de Auschwitz (observadorglobal.com)
Muere a los 108 años el superviviente más anciano de Auschwitz (El Periódico, Espanha)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Jovens "herdam" os números que marcaram os judeus no Holocausto

Eli Sagir
Cerca de 4 mil sobreviventes do Holocausto têm até em seu braço esquerdo os números com os quais os nazistas os marcaram como animais. Para que a abominação não seja esquecida quando desaparecer, alguns de seus descendentes se tatuam hoje com o mesmo número em sua própria pele.

O braço de Ayal Guelles se parece com que tinha seu avô Abramo Najson há quase sete décadas: fez-se uma tatuagem idêntica, no mesmo lugar, com os mesmos caracteres, o mesmo número: A-15510, com a qual um alemão o marcou no campo de extermínio de Auschwitz.

"É um símbolo de minha forte conexão com meu avô, sua herança. Mas também tem outro significado mais abstrato: uma denúncia de como transformamos as pessoas em objetos", explica este jovem de Tel Aviv de 28 anos.

Guelles estava de viagem pela Argentina quando decidiu se tatuar. "Estava pensando nisso muito tempo mas, um dia, vi como marcavam uma vaca e decidi fazer", assegurou. Quando retornou a Israel mostrou a seu avô seu braço. Ele não gostou, mas entendeu que era sua forma de impedir que se esquecesse sua história.

O caso de Eli Sagir é diferente. Ela pediu permissão a seu avô, Joseph Diamant, para copiar seu número, o 157622, ao qual acrescentou um pequeno diamante que representa seu sobrenome.

Sua mãe, irmão, tio e primo também gravaram o número. "Quando o mostrei, meu avô chorou e me beijou o braço. Me perguntou por que tinha feito isso. Eu disse a ele que, quando tiver filhos, me perguntarão o que é e eu lhes contarei. E assim ganharemos tempo, prolongaremos sua memória", disse esta jovem de 21 anos, que economiza para pagar os estudos universitários.

Seu avô morreu há um ano e meio e a marca permanente em seu braço evita que sua lembrança desvaneça. Diamant esteve dois anos em Auschwitz, os últimos, foi um dos poucos que sobreviveu até que os aliados libertaram o campo, mas perdeu ali seus pais e três irmãos.

Ela se tatuou após visitar Auschwitz e Birkenau onde, seguindo um mapa que seu avô fez, encontrou seu beliche. Continuamente a perguntam por esses números e ela aproveita para contar e se assegurar que ninguém esqueça o genocídio perpetrado contra os judeus.

Embora não seja um fenômeno de massas, há dezenas de casos em Israel, alguns dos quais foram expostos por Dana Doron e Uriel Sinai em seu projeto "Numbered" (Numerados), no qual fotografaram e gravaram sobreviventes falando de sua relação com o número.

Com este trabalho descobriram como jovens gerações fazem sua tatuagem para não esquecer e, sobretudo, para que ninguém esqueça o que passaram seus ancestrais.

"Os motivos que os levam a lembrar assim o trauma de seus antepassados são muito pessoais. Uma, por exemplo, decidiu herdar a marca poucos dias antes de seu pai morrer, com o qual nunca tinha falado do campo de concentração. Foi uma última tentativa de que ele não lhe escapasse, de reforçar sua conexão com ele", explicou Doron.

Um jovem sonhou com tatuar-se e, na manhã seguinte, o fez. Outro, simplesmente, queria fazer uma tatuagem e pensou que o número de seu avô seria a única que seus pais permitiriam. Duas irmãs religiosas compraram braceletes de ouro com o número de seus dez filhos depois que um pediu permissão para se tatuar, algo proibido pelo Judaísmo.

"Para alguns é uma forma de expressar ira, para outros uma garantia de que nunca esquecerão e, para alguns, é um modo de estabelecer um forte laço emocional com seu passado ou de tentar dar sentido a uma história horrível", acrescenta a diretora.

"Um sobrevivente nos contou como seu neto, 16 anos, lhe pediu para extirpar o pedaço de pele que tem o número quando seu avô morrer", explica Sinai. Com "Numbered", Doron e Sinai tentam refletir como os sobreviventes se relacionavam com esse pedaço de Auschwitz incrustado em seu braço.

Quando começaram a fotografá-los, em 2008, se calculava que havia cerca de 10 mil pessoas no mundo com a marca nazista e hoje se estima que só restaram cerca de 4 mil.

"É um monumento vivo que está desaparecendo. São pessoas que tiveram uma experiência única e foram expostos pelo número toda a vida: todo mundo que vê sabe pelo que passaram", diz Doron.

Alguns, sobretudo nos anos imediatamente depois do Holocausto, viam o número como uma vergonha, o escondiam, nunca vestiam manga curta. Outros o viam com carinho, era a prova de seu heroísmo, de sua resistência e força, e alguns o usam como senha de sua caixa-forte.

Alguns o mostram com orgulho, inclusive com arrogância e de forma provocadora quando viajam à Alemanha. Controvertido e doloroso, com seu significado de sobrevivência mas, também, de morte, este potente símbolo começou, surpreendentemente, a prolongar sua vida na pele das novas gerações.



Fonte: EFE/Terra
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6228218-EI8142,00-Jovens+herdam+os+numeros+que+marcaram+os+judeus+no+Holocausto.html

Ver mais:
Los 'tatuajes' del Holocausto heredados por jóvenes judíos (RPP, EFE)
Jóvenes "heredan" los números que marcaron a los judíos en el Holocausto (EFE/El Universo)

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Morre escritor italiano Shlomo Venezia, autor de livro sobre o nazismo

Escritor relatou em obra seu período como prisioneiro do campo de concentração Auschwitz

EFE | 01/10/2012 10:29:57

O escritor Shlomo Venezia
(Getty Images)
O escritor italiano Shlomo Venezia, sobrevivente do campo de concentração nazista Auschwitz-Birkenau, que comoveu com uma obra em que relatou sua dramática experiência com os "sonderkommando", prisioneiros judeus encarregados das tarefas de extermínio, morreu em Roma aos 89 anos.

Venezia, de origem sefardita, nasceu em Salônica (Grécia), mas com nacionalidade italiana vivia há anos em Roma. A notícia de sua morte foi comunicada nesta segunda (dia 1) pelo prefeito da capital italiana, Gianni Alemanno, que destacou que a perda de Shlomo Venezia deixa "um grande vazio e uma grande dor".

Alemanno lembrou como Venezia foi um dos 70 sobreviventes dos "sonderkommando", os comandos especiais formados por prisioneiros judeus encarregados de iniciar a maquina de extermínio nazista. "Uma experiência muito forte, destrutiva para um ser humano", acrescentou o prefeito.

Shlomo Venezia deixou testemunho escrito de sua terrível vivência no livro, publicado em 2007, "Sonderkommando Auschwitz" ("Sonderkommando - No inferno das câmaras de gás", no Brasil). Em 11 de abril de 1944, quando tinha 21 anos, Venezia chegou ao campo de Birkenau, com sua mãe e sua irmã, de quem nunca mais teve notícias. Foi obrigado a fazer parte dos "sonderkommando", que, como ele mesmo relatou, se encarregavam de acompanhar aos prisioneiros que chegavam desde os trens até as câmaras de gás, os ajudavam a se despir e a entrar nessas salas e, após morrer, cortavam seus cabelos e tiravam seus dentes de ouro, os levando em seguida aos fornos crematórios.

Antes da libertação de Auschwitz por parte do exército russo, Venezia conseguiu escapar e chegar até Mauthausen e de lá viajou para Itália, onde passou 47 anos em silêncio, sem falar de sua experiência. Até que em 1992, encorajado por sua mulher, começou a relatar os horrores de Auschwitz, sobretudo para que os jovens pudessem saber o que foi o Holocausto.

Após romper seu silêncio, Shlomo Venezia participou de uma iniciativa do prefeito anterior de Roma, Walter Veltroni, para que os jovens romanos pudessem conhecer o que ocorreu em Auschwitz. Por isso, retornou ao lugar onde viveu tantos horrores umas 54 vezes para acompanhar os estudantes.

Alemanno afirmou hoje que se dedicará a acelerar a construção de um Museu dedicado ao Holocausto na capital italiana para continuar "a obra de educação e de transmissão da memória que Shlomo Venezia realizou".

Fonte: EFE/IG
http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/livros/2012-10-01/morre-escritor-italiano-shlomo-venezia-autor-de-livro-sobre-o-nazismo.html

Ler mais:
Shlomo Venezia relembra as memórias de prisioneiro no Holocausto no livro "Sonderkommando"

Ver mais:
Fallece Shlomo Venezia, que conmocionó con libro sobre los "sonderkommando" (ABC.es)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Gaseamentos homicidas no Primeiro Julgamento de Auschwitz em Frankfurt - Levantamento estatístico

Cerca de 7000 homens das SS e mulheres auxialiares estavam servindo no complexo do campo de Auschwitz, alguns com parentes próximos, algumas autoridades estavam em contato e em correspondência com o campo de Auschwitz, centenas de milhares de pessoas foram deportadas para o lugar e um certo número de trabalhadores civis tiveram acesso aos campos. Não muito longe existiam aldeias, bem como a cidade de Auschwitz. Em suma havia muitas pessoas envolvidas em torno do complexo de Auschwitz.

Agora vamos supor que a visão "revisionista" de Auschwitz, por exemplo, a falsidade dos gaseamentos homicidas seja verdade. Então essa gama de pessoas com diferentes formações, habilidade e personalidades devem gerar prova testemunhal substancial para apoiar a evidência. No entanto apenas alguns são conhecidos - três vêm à minha mente, Wilhelm Stäglich[1], Thies Christophersen[2] e Walter Schreiber[3], nenhum deles pode ser classificado como testemunha ocular dos gaseamentos homicidas e nenhum deles tem problemas substanciais. É realmente isso?

A maior fonte e de fácil acesso aos testemunhos do campo de concentração de Auschwitz é o primeiro julgamento de Auschwitz em Frankfurt, que ocorreu entre 1963-1965, mas as investigações e os interrogatórios remontam a 1958. Testemunhos de mais de 400 testemunhas foram ouvidas ou lidas (excluindo os relatórios dos peritos) durante o julgamento. Os testemunhos foram publicados em 2005 pelo Instituto Fritz Bauer e pelo Museu Estatal de Auschwitz em um DVD (Digitale Bibliothek 101 - Der Auschwitz-Prozeß), que permite a pesquisa do texto completo, as transcrições e os protocolos de interrogatório. O DVD foi gravado especificamente sobre os depoimentos dos gaseamentos homicidas em Auschwitz.

Os gaseamentos homicidas contaram com 254 testemunhos, que estão reproduzidos aqui. E aqui temos uma lista resumo. Um homem da SS se recusou a comentar se ele sabia ou participou dos gaseamentos homicidas, que não apenas sugere que ele sabia dos gaseamentos homicidas, mas que também tomou parte deles. Mas como não há declaração explícita afirmativa disponível, esse está sendo tratado como se não estivesse claro. Mais 11 que não estão claros com relação a gaseamentos homicidas também estão sendo ignorados.

Então efetivamente restaram 242 testemunhos de gaseamentos homicidas, 64 são dos antigos SS, 169 são de ex-prisioneiros e 10 outros são de civis e ex-funcionários do exército britânico. 239 (99%) testemunhas declararam afirmativamente sobre os gaseamentos homicidas, enquanto 3 testemunhas (1%) alegaram que não tinham conhecimento. Não há uma única testemunha (0%) que duvidou ou negou que os gaseamentos homicidas foram realizados em Auschwitz. Dessas 239 testemunhas afirmativas sobre os gaseamentos homicidas, 195 poder ser classificados como boato afirmativo e 44 como testemunhas oculares. Estes dados estão ilustrados na Figura 1. A última divisão de 7 testemunhas oculares testemunharam terem visto cadáveres gaseados nos locais de gaseamento, 8 testemunhas deporam que viram os locais de gaseamento (sem cadáveres) e as 29 testemunhas restantes testemunharam que viram as operações de gaseamento.









Figura 1: Gráfico de pizza das provas testemunhais sobre os gaseamentos homicidas no julgamento de Auschwitz em Frankfurt.

Devido à sua natureza indireta, os testemunhos de boatos afirmativos são menos confiáveis individualmente, mas poderosos de um ponto de vista estatístico. Também é razoável fazer a distinção entre boatos afirmativos dos testemunhos do pessoal da SS e dos prisioneiros. Os homens das SS estavam frequentemente em uma posição mais adequada para obter informações confiáveis sobre os boatos das atrocidades alemãs, tanto oficialmente como parte do seu dever ou não oficialmente através de outros homens das SS. 40 ex-membros da SS testemunharam sobre gaseamentos homicidas em Auschwitz (supostamente) de fonte de boatos, incluindo oficiais de alta patente como o Comandante da Polícia de Segurança e do SD em Kattowitz Johannes Thümmler, Comandante de Auschwitz Richard Baer, Ajudantes de Ordem em Auschwitz, Karl Höcker e Robert Mulka, Investigador da SS Helmut Bartsch, os médicos SS Victor Capesius, FRanz Lucas, Willi Schatz e Willy Frank. É improvável que todos estas pessoas não estavam em posição de obter um conhecimento confiável sobre os gaseamentos homicidas em Auschwitz. A repartição de todos os 64 testemunhos do pessoal da SS é mostrado na figura 2.








Figura 2: Gráfico de pizza sobre a prova testemunhal do pessoal da SS sobre os gaseamentos homicidas no julgamento de Auschwitz em Frankfurt.

Resumo

No primeiro julgamento de Auschwitz em Frankfurt e nos interrogatórios do pré-julgamento, a grande maioria das testemunhas, que foram questionadas sobre o assunto, testemunharam afirmativamente sobre os gaseamentos homicidas em Auschwitz. Apenas um número insignificante de testemunhas atestaram que não tinham conhecimento e nenhuma testemunha atestou negativamente sobre os gaseamentos homicidas. Este resultado é o pior cenário possível para o "revisionismo" e não fornecem evidências para duvidar que os gaseamentos homicidas não aconteceram em Auschwitz.

Notas:

[1] Stäglich escreveu que ele não viu os "fornos crematórios" em Auschwitz, o que indica que ele nunca esteve em Birkenau, onde ocorreram os gaseamentos em massa. Ele também sugere que não conseguiu obter informações confiáveis sobre os boatos de Birkenau. Curiosamente, ele escreveu que o forno com mufla dupla da Topf apresentado em Dachau lembrou os fornos da padaria de Auschwitz. Ver carta de Stäglich em Christophersen, Die Auschwitz-Lüge, p. 68.

[2] Christophersen não sabia que havia quatro crematórios em Birkenau, mesmo que supostamente ele visitou o campo. Ele só disse que havia "um crematório...em Auschwitz". Ele não sabia nada sobre as cremações ao ar livre em Birkenau, mesmo que estas foram realizadas em Auschwitz no verão de 1944, de acordo com fotografias aéreas e de solo dos Sonderkommando. Portanto, Christophersen ou era um péssimo observador e sem talento para obter informações confiáveis sobre os boatos de Birkenau ou sofria de grave perda de memória quando escreveu seu livro. Ver Christophersen, Die Auschwitz-Lüge.

[3] Schreiber era suposto enegnheiro-chefe de Huta desde novambro de 1943, mas os crematórios de Auschwitz já haviam sido construídos. A opinião de Schreiber de que as câmaras de gás homicidas dos crematórios eram improváveis é baseada em falsas premissas com relação a pré-requisitos técnicos. Na verdade não são muitos, e em princípio, qualquer quarto que pode ser fechado pode servir como câmara de gás homicida para assassinato em massa. Ver testemunho de Schreiber de 1999, http://www.vho.org/VffG/2000/1/Rademacher104f.html.



Fonte: Holocaust Controversies - Hans


Link: http://www.holocaustcontroversies.blogspot.com/2012/01/homicidal-gassings-at-first-frankfurt.html


Tradução: Leo Gott

domingo, 19 de abril de 2009

Memorial do Holocausto vandalizado em França

Governo condena inscrições antissemitas

Cruzes gamadas pintadas com tinta preta foram descobertas de manhã num vagão e na estela do Memorial da Deportação em Drancy, perto de Paris, anunciou o ministério francês do Interior.

“Uma cruz gamada com 1,5 metros de altura foi pintada no vagão e outra, de 1 metro, traçada na estela, e uma terceira ainda na parede de uma loja a cerca de 500 metros”, disse um porta-voz daquele departamento.

A ministra francesa do Interior, Michèle Alliot-Marie, condenou “com a maior firmeza” as inscrições antissemitas nos lugares que recordam o programa de extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Anunciou além disso que ordenou uma investigação para descobrir os autores.

Entre 70 mil e 80 mil judeus foram internados no campo de trânsito de Drancy, que foi, até à sua libertação, no dia 17 de Agosto de 1944, o principal lugar de partida de França para os campos de extermínio de Auschwitz-Birkenau.

Fonte: Público(Portugal)
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1373750&idCanal=11

Mais informações:
http://www.ejpress.org/article/35946
http://www.jpost.com/servlet/Satellite?cid=1238562956994&pagename=JPost%2FJPArticle%2FShowFull
http://www.ynetnews.com/articles/0,7340,L-3700159,00.html

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Relatório sobre Zyklon-B, Auschwitz-Birkenau - parte 2

Relatório começa aqui: parte 1

Continuação abaixo
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TABELA II. CONCENTRAÇÃO DE IONS DE CIANETO EM AMOSTRAS TIRADAS NOS PORÕES NOS QUAIS OS PRIMEIROS GASEAMENTOS DO CAMPO DE PRISIONEIROS FORAM FEITOS EM 3 DE NOVEMBRO DE 1941






Nota: o conteúdo de CN- numa amostra de terra diatomácea - um componente de Zyklon-B (material do museu, amostra No 24) - foi de 1360 ug/kg, 1320 ug/kg e 1400 ug/kg.

Relatório sobre Zyklon-B, Auschwitz-Birkenau - parte 1

Relatório polonês sobre compostos de cianeto, Auschwitz-Birkenau

Relatorio sobre compostos de cianeto, Auschwitz-Birkenau
De: The Nizkor Project
Resumo: O relatório de 1994 do Instituto de Pesquisa Forense de Cracóvia
Pesquisa sobre a análise química dos compostos de cianeto em Auschwitz-Birkenau

UM ESTUDO ATUAL DOS COMPOSTOS DE CIANETO NAS PAREDES DAS CÂMARAS DE GÁS NO EX-CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO AUSCHWITZ E BIRKENAU

JAN MARKIEWICZ, WOJCIECH GUBALA, JERZY LABEDZ
Instituto de Pesquisa Forense, Cracóvia

RESUMO: Numa campanha muito difundida para negar a existência de campos de extermínio com câmaras de gás os "revisionistas" recentemente começaram a usar os resultados de exames de fragmentos de ruínas dos ex-crematórios. Esses resultados (Leuchter, Rudolf) alegadamente provam que materiais sob examinação não tinha estado em contato com cianeto, diferentemente de fragmentos da parede dos locais de despiolhamento nos quais os revisionistas descobriram consideráveis porções de compostos de cianeto. Pesquisa sistemática, envolvendo os melhores métodos analíticos sensíveis, empreendido pelo Instituto confirmaram a presença dos compostos de cianeto em todos os tipos de ruínas de câmaras de gás, até mesmo no porão do Bloco 11 em Auschwitz, onde primeiramente, gaseamentos experimentais de vítimas por meios de Zyklon-B teriam sido realizados. A análise de controle de amostra, tiradas de outros lugares (especialmente de alojamentos) renderam de modo inequívoco resultados negativos. Por causa da interpretação vários experimentos em laboratório foram feitos.

PALAVRAS-CHAVES: Câmaras de gás; Auschwitz; Compostos de cianeto; "Revisionismo".

Z Zagadnien Sqdowych, z. XXX, 1994, 17-27
Recebido em 8 de março de 1994; aceito em 30 de maio de 1994

Como tão cedo já nos primeiros anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial publicações singulares começaram a aparecer nas quais os autores tentavam "camuflar" o regime hitlerista e pôr várias evidências de suas crueldades em cheque.

Mas esta não era até os anos 1950s a tendência que se originou e poderia ser definida como "revisionismo histórico" a começar a se desenvolver; seus apoiadores alegam que a história da Segunda Guerra Mundial tem sido fabricada para propósitos de propaganda anti-alemã. De acordo com suas declarações não houve nenhum Holocausto, i. e. nenhum extermínio em massa de judeus e que no caso do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau não poderia ter sido um campo de extermínio - este era apenas um campo de trabalhos forçados "comum" e nenhuma câmara de gás teria existido nele.

Revisionismo histórico é agora formulado por membros de várias nações, que já possuem seus próprios círculos científicos, publicações próprias e também usam a mídia de massa para seus propósitos. Mais adiante de 1988 os "revisionistas''<1> muito frequentemente manipulavam fontes históricas ou simplesmente negavam os fatos. Então, depois da aparição do assim chamado Relatório Leuchter (2), suas táticas mudaram distintamente. O relatório acima mencionado, resultou na base de um estudo das ruínas e sobras dos crematórios e câmaras de gás em Auschwitz-Birkenau, e é tido como importante para eles por ser uma evidência específica para o suporte de suas afirmações e evidência de validade judicial disso, até que fosse encarregado por uma corte em Toronto (Canadá). F. Leuchter, vivendo em Boston, trabalhou com projetos e construção de câmaras de gás ainda no uso para execução da pena de morte em alguns estados dos EUA. Isto é considerado para dar a ele autoridade para encenar o papel de especialista respeitável na questão sobre câmaras de gás. Nesta conexão Leuchter veio à Polônia em 25 de fevereiro de 1988 e ficou aí por 5 dias, visitando os campos em Auschwitz-Birkenau e em Majdanek.

Em seu relatório baseado nesta inspeção ele declara que "não encontrou nenhuma evidência de que quaisquer das instalações que usualmente alegam terem sido câmaras de gás as mesmas tenham sido usadas de fato como tal". Além disso, ele afirma que essas instalações "não podiam ser usadas como câmaras de gás para assassinar pessoas" (Item 4000 do Relatório).

Leuchter tentou confirmar suas conclusões com a ajuda de análise química. Para esse propósito ele pegou amostras de fragmentos de material das ruínas das câmaras para passá-las por uma análise do ácido cianídrico, o componente essencial do Zyklon-B usado, levando em conta os depoimentos de testemunhas - para gasear as vítimas. Ele tomou 30 amostras do total de todas as cinco estruturas usadas outrora como câmaras de gás. No laboratório as análises feitas nos EUA, a presença de ions de cianeto foi de concentrações de 1.1 a 7.9 mg/kg no material examinado que fora investigado das 14 amostras. Ele também pegou uma amostra da câmara de despiolhamento em Birkenau, que ele tratou como uma "amostra de controle", e na qual cianetos foram encontrados e estavam presentes numa concentração de 1060 mg kg do material. Os resultados positivos das análises das amostras das ex-câmaras de gás são explicados por Leuchter pelo fato de que todas as instalações do campo eram sujeitas à fumigação com ácido cianídrico em virtude de uma epidemia de tifo que realmente invadiu o campo em 1942.

Numa investigação posterior, conduzida por G. Rudolf (4), confirmou-se as altas concentrações de compostos cianogênicos nas instalações para desinfecção de roupas. Isso pode servir posteriormente, não havendo danificação, de que essas instalações não foram expostas à ação de condições de tempo, especialmente à pancadas de chuva.

Além disso, é sabido que a duração da desinfecção era relativamente longa, cerca de 24 horas para cada lote de roupas (provavelmente até mais demorado), enquanto que a execução com Zyklon-B feita nas câmaras de gás, de acordo com o depoimento do Comandante do campo de Auschwitz Rudolf Hoess (7) e dos dados apresentados por Sehn (6), era de apenas 20 minutos. Isso também deveria ser enfatizado, o fato de que as ruínas dessas câmaras eram constantemente expostas à ação de precipitação, e isso pode ser estimado na base dos registros climatológicos desses 45 anos ou então se eles preferirem que enxaguem isso inteiramente por uma coluna de água de pelo menos 35 m de altura (!).

Na nossa correspondência com a Direção do Museu de Auschwitz em 1989, não sabendo ainda do Relatório Leuchter, expressamos nossa angústia sobre as chances de detecção de compostos cianogênicos nas ruínas das câmaras; porém, oferecemo-nos para conduzir um estudo apropriado. No início de 1990 dois funcionários do Instituto de Pesquisa Forense chegaram no terreno do campo de Auschwitz-Birkenau e coletaram amostras para análise de classificação: 10 amostras de emboço da câmara de despiolhamento (Bloco No 3 em Auschwitz), 10 amostras das ruínas da câmara de gás e, em adição, 2 amostras de controle das edificações que, como os alojamentos, não tinham estado em contato com ácido cianídrico. De todas 10 amostras da câmara de despiolhamento, sete continham compostos cianogênicos em concentração de 9 a 147 ug em transformação para o cianeto de potássio (que era usado para montar a Curva de Calibração) e 100 g de material. Tão distante quanto as ruínas estão relacionadas, a presença de cianeto era demonstrável apenas na amostra das ruínas da câmara do Crematório No II em Birkenau. Nenhuma das amostras de controle continha cianetos.

Quando a disputa sobre o Relatório Leuchter surgiu, nós empreendemos um estudo mais próximo do problema, avaliando por conta própria, entre outras publicações, o trabalho compreensivo de J. C. Pressac (5). Em consequência, decidimos dar início consideravelmente a pesquisas mais extensivas e meticulosamente planejado. Para conduzi-las, a Direção do Museu de Auschwitz indicou seus funcionários capacitados, Dr. F. Piper (custodian) e o Sr. W. Smrek (engenheiro) para participar da comissão, na qual eles co-trabalhariam com os outros autores do atual relatório, representando o Instituto de Pesquisa Forense. Com essa colaboração os funcionários do Museu estavam nos fornecendo no ponto uma exaustiva informação sobre às instalações a serem examinadas e - com relação às ruínas - uma detalhada topografia das câmaras de gás que estávamos preocupados. Então eles fizeram o possível para que pegássemos amostras adequadas para análise. Tentamos coletar amostras - tanto quanto possível - dos lugares melhores abrigados e menos expostos à chuva, incluindo também tanto quanto o possível - fragmentos das partes superiores das câmaras (ácido cianídrico é mais claro que o ar) e também dos chãos de concreto, no qual o gás Zyklon-B despejado veio a contrair-se em bem altas concentrações.

Amostras, de cerca de 1-2 g de peso, foram coletadas de desprendimento de lascas de tijolos e concreto ou detritos, particularmente no caso do emboço e também da argamassa. Os materiais coletados foram guardados em recepientes plásticos marcados com números de série. Todas essas atividades foram registradas e documentadas com fotografias. O trabalho junto com isso levou dois dias para a comissão. A análise de laboratório do material coletado foram conduzidas - para garantir completa objetividade - por outro grupo de funcionários do Instituto.

Eles começaram com o trabalho preliminar: as amostras foram esmiuçadas por trituração delas a mão numa argamassa ágata, seu pH foi determinado entre 6 a 7 em quase todas as amostras. Em seguida as amostras foram submetidas à análise preliminar espectrofotométrica na região infravermelha, usando-se um Digilab FTS-16 espectrofotometro. Foi encontrado que as bandas de grupos cianeto ocorreram na região de 2000-2200 cm-1 nos espectros de uma dúzia de amostras ou mais. Entretanto, o método não provou ser sensível o suficiente e foram abandonadas as determinações quantitativas. Foi determinado, usando-se o método espectrográfico, que os elementos principais que constituíam as amostras eram: cálcio, silício, magnésio, alumínio e ferro. Além disso, titâneo foi encontrado presente em muitas amostras. Dentre outros metais em algumas amostras havia também bário, zinco, sódio, manganês e de não-metais de boro.

O empreendimento da análise química tinha que ser precedida por uma consideração cuidadosa. Os "revisionistas" focaram sua atenção quase que exclusivamente no Azul da Prússia, que possui intensa coloração azul-escura e caracterizada por excepcional solidez. Este colorido ocorre, especialmente na forma de manchas, no exterior dos tijolos das paredes da ex-câmara de despiolhamento na área do campo de Birkenau. É duro imaginar as reações químicas e os processos físico-químicos que poderiam ter levado à formação do Azul da Prússia naquele local. O tijolo, ao contrário dos outros materiais da edificação, de forma muito fraca absorve ácido cianídrico, e isso às vezes nem mesmo absorve tudo. Além disso, o ferro indo para o seu terceiro estado de oxidação, ao passo que bivalentes íons de ferro são indispensáveis para a formação do íon [Fe(Cn)6]-4, que é o precursor do Azul da Prússia. Esse íon é, além disso, sensível à luz do sol.

J. Bailer (1) escreve no trabalho coletivo "Amoklauf gegen die Wirklichkeit" que a formação do Azul da Prússia em tijolos é simplesmente improvável; entretanto, ele leva para dentro da consideração a possibilidade de que as paredes dos espaços de despiolhamento foram coated com esse colorido como uma pintura. Deveria ser adicionado que essa coloração azul não aparece nas paredes de todos os espaços de despiolhamento.

Decidimos therefore determinar os íons de cianeto usando um método que não induz ao colapso da composição de complexo de ferro-cianeto (isso é o Azul em discussão) e que o fato de nós termos testado antes sobre uma amostra padrão apropriada. Para isolar compostos de cianeto dos materiais examinados na forma de ácido cianídrico, usaremos as técnicas de microdifusão em especial as câmaras de Conway. A amostra em examinação foi passada para uma parte interna da câmara e depois acidificada com uma solução de 10% de ácido sulfúrico e deixada a permanecer em temperatura ambiente (a cerca de 20oC) por 24 horas. O ácido cianídrico separado foi submetido a uma quantitativa absorsão pela solução de soda cáustica presente na parte externa da câmara. Quando a difusão foi conduzida para um fim, uma amostra de solução de soda cáustica foi coletada e - a reação pelo método piridina-pirazolona conduzida pelo método Epstein (3). A intensidade do corante polimeteno obtido foi medido espectrofotometricamente num comprimento de onda igual a 630 nm. A Curva de Calibração foi construída previamente e padronizada com um conhecido conteúdo de CN- que foi introduzido dentro de cada série de determinações para checar a curva e o curso de determinação. Cada amostra de materiais examinados foi analisado três vezes. Se o resultado obtido era positivo, isto era verificado por repetição da análise.

Tendo aplicado este método por muitos anos, nós temos oportunidades de encontrar sua alta sensibilidade, especificidade e precisão. Sob as presentes circunstâncias nós estabelemos o limite mais baixo de determinação de íons de cianeto em um nível de 3-4, ug CN- em 1 kg da amostra.

Os resultados das análises são apresentados nas Tabelas I-IV. Eles inequivocadamente mostram que os compostos de cianeto ocorrerem em todas as instalações que, de acordo com a fonte da data, estiverem em contato com elas. Paralelo a isso, eles não ocorrem em acomadações dos alojamentos, que eram mostrados por meio de amostras de controle. As concentrações de compostos de cianeto nas amostras coletadas de uma e da mesma câmara ou edificação mostraram grandes diferenças. Isto indica que as condições que favoreceram a formação de compostos estáveis como um resultado da reação de ácido cianídrico com os componentes das paredes, e ocorreram localmente. Nesta conexão isto leva a considerável e largo número de amostras de uma dada instalação a nos dar a chance de deparar-se com esta espécie do local de acumulação dos compostos de cianeto.

Para completar esta pesquisa sobre o conteúdo de compostos de cianeto em várias instalações do campo, decidimos conduzir vários experimentos-pilotos. A renovação do prédio do Instituto, já em progresso, forneceu-nos materiais para esta investigação. Nós dividimos particular componentes destes materiais (tijolos, cimento, argamassa e emboço) dentro de vários pedaços de 3-4 gramas e os repassamos para as câmaras de vidro, nas quais geraram ácido cianídrico por reação ao cianeto de potássio e ácido sulfúrico. Usamos altas concentrações deste gás (cerca de 2%) e algumas das amostras molhadas com água. A fumigação levou 48 horas, a uma temperatura de cerca de 20oC (Tabela V). Outras séries de amostras foram tratadas com ácido cianídrico igualmente, mas agora na presença de dióxido de carbono.

De acordo com os cálculos, nas câmaras nas quais as pessoas haviam sido gaseadas o conteúdo de dióxido de carbono produzido no processo de respiração das vítimas era bem alto e em relação ao ácido cianídrico deve ter sido tão alto quanto a taxa de 10:1. No nosso experimento nós aplicamos esses dois gases (CO2 e HCN) numa taxa de 5:1. Tendo sido submetidas ao gaseamento, as amostras foram arejadas a uma temperatura de cerca de 10-15oC. A primeira análise foi conduzida 48 horas depois do início do arejamento.

Este série de testes permite a afirmação de que argamassas absorvem e/ou retém melhor o ácido cianídrico e também de que materiais molhados mostram uma tendência notável para acumular ácido cianídrico ao passo de que tijolos, especialmente tijolos velhos, pobremente absorvem e/ou retém esse composto.

TABELA I. CONCENTRAÇÃO DE ÍONS DE CIANETO EM AMOSTRAS DE CONTROLE COLETADAS DOS ALOJAMENTOS DO CAMPO, QUE FORAM PROVAVELMENTE FUMIGADAS COM ZYKLON-B UMA VEZ APENAS (EM CONEXÃO COM A EPIDEMIA DE TIFO DE 1942)











Nota: nos testes de classificação de 1990, duas amostras de controle também produziram resultado 0.
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O relatório foi dividido em duas partes, no blog, por conta do tamanho.
Continuação do Relatório - parte 2:
http://holocausto-doc.blogspot.com/2009/02/relatorio-sobre-zyklon-b-auschwitz_6724.html

Fonte: Nizkor/The Holocaust History Project
Texto(inglês): Cópia do Relatório do Instituto de Pesquisa Forense de Cracóvia(Polônia), usado sob permissão(texto em inglês)
Prefácio do Dr. Richard Green:
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/iffr/
Link direto do relatório
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/iffr/report.shtml
http://www.nizkor.org/ftp.cgi/orgs/polish/institute-for-forensic-research/post-leuchter.report
Tradução(português): Roberto Lucena

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Relatório de Cracóvia sobre Zyklon-B, breve comentário

Tentando voltar a 'programação normal' do blog mas valeria um breve comentário já que houve pelo menos uns quatro posts sobre outra questão recente. Volto a reafirmar que é lamentável(pra não dizer inaceitável) a conduta da Polícia Suíça no caso recente do possível ataque de neonazis a uma mulher naquele país, pois há uma questão séria a ser tratada, em qualquer hipótese(a levantada pela polícia ou a da versão da pessoa, em confirmando uma ou outra não retirá a atuação inicial da política sobre isto), a polícia intimidou a vítima com ameaça de processos quando o fato recentemente havia ocorrido, houve uma afronta à Consul brasileira na Suíça, afronta esta que resultou em queixa sobre o tratamento da polícia.

Quanto a isso o governo brasileiro já se pronunciou(quem quiser ver é só checar os posts anteriores). No mais é aguardar o desenrolar do caso, mas algumas coisas já são de conhecimento público: indiferença de partidos políticos na Suíça com neonazistas, tentou o tempo todo diminuir a questão e acusar e ameaçar com processo a moça sem relatório definitivo ou investigação concluída fora o espetáculo que a polícia suíça deu pra TV daquele país, o partido em questão de extrema-direita faz propaganda xenofóbica explícita naquele país(propaganda racista), fora o que foi postado numa tradução de uma matéria do San Francisco Chronicle sobre o livre trânsito de extremistas islâmicos em contato direto com neonazistas naquele país.

Essas últimas considerações sobre xenofobia, partidos de extrema-direita xenofóbicos, afronta a uma autoridade diplomática brasileira e sem querer alongar a discussão pra questão da retenção de dinheiro de vítimas do Holocausto em bancos daquele país por décadas, não são especulações, são fatos. Esses fatos ocorreram(o do dinheiro retido de vítimas do Holocausto)e outros continuam a ocorrer, não só na Suíça como em vários países da Europa, independentemente deste caso. Portanto, "posar" de "santo" com um histórico desses ou achar que há "instituições" humanas "acima de quaisquer suspeitas" "porque são de um país europeu", não cola, pros que querem ofender a moça arrumem outra 'crença' pra se arragarem porque essa é frágil, principalmente quando a própria polícia dá indícios pra se desconfiar da postura dela mesma.
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Deixando isso(a "polêmica") de lado de vez e tentando voltar propriamente à temática do blog(embora o neonazismo deve ser denunciado e atacado), sobre o Relatório feito pelo Instituto Forense de Cracóvia(Polônia) pra detectar a presença de Zyklon-B em Auschwitz nas instalações nos locais de gaseamento em massa, serão feitos abaixo alguns comentários antes de postá-lo inteiro(é bem longo e é necessário ainda ajustar as tabelas pro formato do blog)com indicações de alguns links sobre ele que remetem a estudos do Dr. Richard Green.

No site Orkut foi aberto um tópico sobre o "revisionista" e farsante Fred Leuchter(o mesmo alegou que tinha formação em engenharia sem ter)em que se discutiu o fraudulento Relatório Leuchter(no blog há vários textos do Richard Green, PhD em Química, sobre as picaretagens desse documento). Vou repassar um comentário que o Roberto(Muehlenkamp)fez complementando com um comentário sobre uma "crítica" do Rudolf("revi")e de uma resposta do próprio Richard Green ao "revi".

O Relatório se encontra(a cópia)em inglês no site The Holocaust History Project no link(pra quem quiser checá-lo em inglês, pode ir direto ao link):
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/iffr/

Com um prefácio do Dr. Richard Green. Este relatório de Instituto de Cracóvia, como dito acima(comentários do Roberto, palavras dele, estou ajustando esta parte ao post)foi objeto de árduas "críticas" por parte de Germar Rudolf, que são rebatidas pelo Dr. Green no seu artigo "Chemistry is not the Science":
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/chemistry/not-the-science/

E no relatório de peritagem que foi apresentado pelo Dr. Green ao tribunal de apelação no litígio Irving contra Lipstadt:
http://www.holocaust-history.org/irving-david/rudolf/

Pra quem não sabe(pequena observação já que foi citado o caso), a historiadora do Holocausto Deborah Lipstadt foi processada pelo negador do Holocausto, o britânico David Irving, por difamação(ou calúnia) por conta de seu livro "Denying the Holocaust" onde ela mostra do que se trata a negaçãodo Holocausto detalhadamente e de que grupos estão por trás da negação e quais os interesses deles com a "causa"(há textos neste blog com tradução de algumas partes desses textos, é só procurarem pelo título 'direita radical', pleonasmo pra fascistas, neonazistas e congêneres).

Trecho da revista Morashá sobre o caso(pra quiser consultar diretamente a historiadora, eis o blog dela):
Iniciou um processo, dizendo-se vítima de calúnia, contra a historiadora americana Deborah Lipstadt, autora do livro "Denying the Holocaust - the growing assault on truth and memory"" (Negando o Holocausto - o crescente ataque à verdade e à memória). Lipstadt, em livro publicado no já quase longínquo 1993, enumera, entre outras coisas, atividades de um militante que certa feita se definiu como o responsável pela "Intifada de um homem só contra a história oficial do Holocausto".

Lipstadt prefere desenhar outra definição para Irving. Qualifica-o de "um dos mais perigosos porta-vozes do revisionismo histórico" e, sabiamente, evita entrar em polêmicas diretas com esses pseudo-historiadores. A professora da Universidade de Emory, em Atlanta, afirma não querer conceder-lhes um "reconhecimento intelectual"ao aceitá-los como interlocutores.
Matéria completa - Os vendedores de mentiras e os holofotes

Enfim, concluindo, o Relatório do Instituto Forense de Cracóvia sobre as quantidades de Zyklon-B presentes em Auschwitz será postado em breve no blog, acho que na íntegra(num post só), apesar do tamanho do texto. Se o texto de fato ficar muito extenso pra leitura num único post, ele será dividido em duas partes.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Mais de 1 milhão visitaram Auschwitz em 2008

Varsóvia, 19 jan (EFE).- Mais de 1,1 milhões de pessoas visitaram em 2008 o campo de concentração de Auschwitz-Bierkenau, ao sul da Polônia, dos quais cerca de 700 mil foram jovens interessados conhecer o local onde a barbárie nazista assassinou cerca de 1 milhão de judeus na 2ª Guerra Mundial.

Apesar dos bons dados, o número de visitantes não foi tão alto quanto o registrado em 2007, quando superou todos os recordes, com mais de 1,2 milhões de entradas, segundo reconheceu hoje a direção do centro de Auschwitz.

A maioria dos visitantes foi de poloneses (mais de 400 mil), seguidos pelos britânicos (110 mil), americanos (75 mil), alemães (60 mil) e israelenses (45 mil).

O museu de Auschwitz-Birkenau foi aberto em 1947, no antigo campo de concentração, o maior do nazismo, onde entre 1940 e 1945 foram assassinados 1,1 milhões de pessoas, sendo 90% judeus.

O campo foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1979, passando a ser um dos principais símbolos do Holocausto no mundo todo. EFE

Fonte: EFE/G1
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL962137-5602,00-MAIS+DE+MILHAO+VISITARAM+AUSCHWITZ+EM.html

Foto: BBC
Um ex-prisioneiro, Michnol Jerzy, mostra fotos de seus parentes enquanto ele atravessa o campo.
http://news.bbc.co.uk/2/hi/in_pictures/5026046.stm#

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

O que os soviéticos sabiam sobre Auschwitz - e quando. Parte 1: Relatórios do NKGB da Ucrânia 1944


Artigo de Sergey Romanov traduzido à partir do link: http://holocaustcontroversies.blogspot.com/2006/04/what-soviets-knew-about-auschwitz-and.html

Este artigo contém “dados crus” para uma futura análise do tema. Abaixo vocês encontrarão 3 relatórios soviéticos datados do verão e princípio do outono de 1944, referentes ao campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau.

Estes importantes documentos, aparentemente, não foram utilizados por qualquer pesquisador do Holocausto.

O Professor John Zimmermann amavelmente me ajudou a chegar a eles através do USHMM. As referências de arquivo do USHMM são:RG-06,025 * 45, RG-06,025 * 46, RG-06,025 * 47. Os arquivos originais estão no Arquivo Central do FSB.

A qualidade das cópias que eu recebi não estão muito boas, (conforme imagem) em especial as palavras escritas com letras maiúsculas são mais difíceis de enxergar, mas eu consegui reconstruir alguns textos (com garantia de precisão) à partir das peças danificadas. (que felizmente, são poucas).

O primeiro relatório, 23/08/1944:

CONFIDENCIAL

PARA O VICE-COMISSÁRIO DE SEGURANÇA DO POVO DA URSS – 2 POSTO DE COMISSARIA DE SEGURANÇA

Com.
KOBULOV

Moscou

MENSAGEM ESPECIAL sobre o campo de extermínio de “BERKENAU”[sic]

O Chefe de inteligência do grupo-operacional do 4 º departamento da NKGB UkrSSR "SHTURM, ativo em "LVOVSKIJ" região da cidade de Cracóvia informa que no território da Polônia, 40km a sudeste, na floresta atrás da cidade de Oswiecin/Auschwitz, está localizado o campo de concentração de “BERKENAU”[sic].

O campo ocupa 5[?] quilômetros quadrados, e tem 4 fornos especiais para a incineração de corpos.

Nos crematórios, judeus são selecionados para trabalhos forçados na equipe “Sonder”, sob orientação do alto chefe das SS, Major SS [nome pouco claro].

Em 1941 em “BERKENAU”[sic], 12.000 prisioneiros de guerra soviéticos foram aprisionados, torturados e exterminados, salvo 50-60 pessoas que trabalhavam para os alemães.Os prisioneiros soviéticos foram mortos a pauladas, asfixiados e em seguida cremados.

Em junho de 1944 haviam cerca de 80.000 civis de diferentes nacionalidades no campo, como russos, poloneses, tchecos, franceses, belas, ciganos e judeus.

No início de maio de 1944 [texto não claro], começou o incineração em massa dos judeus húngaros, foram exterminados mais de 12.000 por dia.

Devido aos fornos crematórios não conseguirem tratar o montante total de vítimas, foram abertos 4 grandes valas onde as pessoas também eram cremadas.

Transportes de famílias judias inteiras, juntamente com seus pertences chegavam ao campo.

As pessoas que chegavam ao campo eram ordenadas, crianças e idosos eram mantidos separados de homens e mulheres.

Sob o pretexto de irem para uma sala de banho, as pessoas que chegavam eram despidas, dado o sabão eram encaminhadas para a "seção de banho", onde as portas eram fechadas hermeticamente, após ampolas de um líquido desconhecido eram lançadas à partir do teto, quebravam e emitiam gás, e como resultado desta, depois de cinco a dez minutos [termo incerto] acontecia o sufocamento.


Depois disto, a sala é ventilada, os cadáveres são carregados em carrinhos e são levados para os fornos crematórios.

Antes da incineração os cadáveres são examinados, dentes de ouro e coroas são extraídos.

A uma distância de 200 metros dos fornos crematórios uma orquestra toca para
silenciar os gritos.


Os alemães removem os bens roubados todos os dias através de um avião sanitário.

De acordo com o testemunho de antigos prisioneiros de guerra no campo de “BERKENAU”[sic], foi cremado o corpo do Tenente-Coronel do estado Maior do Exército Vermelho, doutor em ciência técnica [nome não claro].


COMISSÁRIO DE SEGURANÇA DO POVO DA UkrRSS – 2 POSTO DE COMISSARIA DE SEGURANÇA

/SAVCHENKO/
23 August 1944
Kiev

Alguns detalhes são exagerados ou enganados, mas a breve descrição do processo de extermínio é confirmada por outras provas.

O segundo relatório, 31/08/1944:

CONFIDENCIAL

RELATÓRIO

[of] PET’KO Ananij Silovich, nascido em 1918 na vila de
Gorbachevo-Mikhajlovka,
região de Makeevskij Stalinskaja oblast, Ucrânia, educação: Sétimo grau, candidato a membro do VKP/b/ e


PEGOV Vladimir Jakovlevich, nascido em 1919 na vila de Raznezhje, região de Voratynskij, Gor'kovskaja oblast, Rússia, educação: oitavo grau, membro do VLKSM - que [i.e. ambos] escaparam em Novembro de 1943 do campo de concentração de "Auschwitz", localizado a 3 km a oeste da cidade de Oswiecim /Poland/.

I – INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O CAMPO DE AUSCHWITZ

O campo de concentração de “Auschwitz” está localizado a 3km a oeste da cidade de Oswiecim no lado oriental do Rio Vístula. A aparência externa do campo lembra um campo militar, com barracas regulares de madeira, pintadas de verde. O território é densamente construído de barracas em cerca 2 x 3km.

O acampamento é rodeado a uma distância 3 a 4 metros com postes de concreto reforçado de 4 metros. Entre o lado de fora e de dentro destes postes hà uma densa rede de arame-farpado. Sob a cerca de arame, hà uma fundação feita de concreto armado de 1,5m de profundidade. Seguindo a cerca de arame, a cada 75-100m existem guaritas de 20-25m de altura. Em cada guarita hà um guarda com um rifle e uma metralhadora.

A cada dois postes da cerca de arame, hà lâmpadas elétricas que iluminam o acampamento a noite inteira.

A cerca elétrica está sempre sob alta tensão, de 3 a 5 mil volts.

O campo todo é dividido em 2 partes, homens e mulheres. A parte dos homens é dividida em:

[a, b, v, ... – letras do alfabeto russo]

a/ seção de quarentena;

b/ para Russos, Poloneses, Alemães e outros;

v/ para Italianos e Franceses;

g/ para Tchecos;d/ para ciganos;e/ enfermaria.

A seção de quarentena tem 18 barracas, a enfermaria tem 16 barracas. O restante das 4 seções tem 40 barracas cada.

O campo das mulheres consiste em 2 seções com 36 barracas cada. Crianças de todas as idades ficam no campo das mulheres.

As barracas de madeira, dos homens e das mulheres, são do tipo que acomodam entre 700-800 pessoas.

Entre o campo dos homens e das mulheres / a distância entre eles é de 50 m / passa uma ferrovia e uma rodovia, que liga a cidade de Oswiecim para os crematórios, que estão localizados 50 metros de distância do campo na direção oeste. Hà também uma estrada em volta do campo.

O campo de “Auschwitz” já existia na Polônia, mas não havia crematórios e existiam prisioneiros políticos poloneses. Com a chegada dos alemães o campo foi ampliado e melhorado.

No início de 1940 todos os prisioneiros de guerra e civis de todos os países ocupados pela Alemanha chegavam a este campo sem interrupções. Em média o campo de “Auschwitz” acomodava entre 150-200 mil pessoas.

O campo de Auschwitz também é conhecido como “campo da morte”, porque só os destinados ao extermínio são enviados para lá. De russos, chegam nesse campo somente aqueles que cometeram alguma infração, fugas, assassinato e etc...


2 – ROTINA E SEGURANÇA

Todos aqueles que chegam ao “campo da morte”, imediatamente são completamente despidos, entregam todos os seus pertences pessoais, e então recebem roupas especiais do campo.

Exceto os prisioneiros de guerra russos, todos têm o mesmo tipo de vestuário, constituído de calça e jaqueta de tecido listrado bruto / listras brancas e pretas ou azul escuro / os sapatos são de madeira. O chapéu / boné pontiagudo / é feito do mesmo tecido.

Os prisioneiros de guerra do Exército Vermelho usam um uniforme com uma grande cruz vermelha sobre a blusa / nas costas / e as calças pintadas em vermelho nas laterais.

A administração e os guardas têm direitos ilimitados. Qualquer um pode matar prisioneiros o quanto quiser e sem motivo algum. Esses assassinos são os mais incentivados pela administração. As guardas consistem apenas de SS e policiais. Todo mundo vai com um chicote ou um pedaço de pau, e mesmo sem qualquer razão aparente ataques às vezes não são o suficiente, acham agradável batê-los até a inconsciência ou morte - como eles desejam.

Em cada seção do campo o principal superior é chamado de “Rapportfuehrer”, a que estão subordinados os “Blockfuehrers”, que mantém em ordem os blocos/barracas/.

A cada semana, a seleção para extermínio dos fracos é realizada. Para este propósito todos os detentos ficam alinhados, todos completamente despidos, SS e funcionários dão as ordens para que eles consideram necessárias para destruí-los, e os que lideram ficam de lado. Aqueles que foram selecionados para o extermínio ficam alojados em barracas especiais, e não são alimentados por vários dias, então eles são trazidos ao crematório e depois cremados.

Fugas do campo são absolutamente impossíveis, apenas acontecem são realizados quando as pessoas estão trabalhando fora do acampamento. Se um guarda descobre a fuga de uma única pessoa, é soado um alarme de uma poderosa sirene. Então todas as obras são pausadas, as pessoas se alinham em colunas e continuam de pé no lugar até que a procura do fugitivo tenha acabado. A procura leva um dia, se o fugitivo não for encontrado as buscas são interrompidas. Todos os guardas utilizam cachorros nas buscas.

3 – CREMATÓRIO

A 50m de distância do campo de “Auschwitz” estão localizados 4 crematórios, então ali cremavam as pessoas, não somente deste campo, mas também de outros campos que estavam localizados na região próxima a Auschwitz. Aqui também eram cremados os detentos que residiam perto de Oswiecim.

O campo de Oswiecim é uma fortaleza que abriga prisioneiros políticos de todas as nacionalidades. Os mais horríveis atos de violência contra os prisioneiros são feitos pela Gestapo e eles [os corpos dos prisioneiros] eventualmente vão para o crematório.

Externamente o crematório parece uma fábrica ou uma pequena usina, cercado com cercas e com uma chaminé de 20-25m.

Na parte subterrânea do crematório existem 2 seções: a sala de despir e a sala de gaseamentos. Na parte acima do solo está o crematório propriamente dito com os fornos que funcionam a coque. Cada crematório tem 5 fornos e em cada forno 3 retortas. Em cada retorta são introduzidos 3-4 corpos simultaneamente. A duração da cremação dos corpos é de cerca de 5 a 10 minutos, depois o tempo de cremação é encurtado. Os crematórios trabalham na capacidade plena, 24 horas por dia, e mesmo assim não conseguem cremar todos os corpos.

4 – PROCESSO DE ENVENENAMENTO E INCINERAÇÃO

Grupos de pessoas fadadas são levadas ao território do crematório de automóvel, eles ficam alinhados em uma linha no chão e é realizado um exame – para verificar se alguém tem dente de ouro ou outros objetos de valor. Aqueles em que verificaram que tinham dentes de ouro, ou ouro em outras partes, são encaminhados para a “sala de cirurgia”, onde o ouro ou outros compostos é extraído.

Após o exame levam as pessoas para um porão, uma sala de despir, similar a uma sala de despir de um banheiro. Tendo despidos vão para outra sala, a do banho, onde existem torneiras e chuveiros, mas nunca teve água. Nesta sala hà 4/quatro/ colunas que atravessam o telhado. Após o “banho” a sala está cheia de pessoas/em pé ao lado dos outros/ e as portas são fechadas hermeticamente. Através das aberturas, que estão no topo das colunas, uma espécie de pó é derramado, que exala um gás venenoso, e as pessoas começam a sentir falta de ar. O processo de sufocamento dura de 10-15 minutos.

Então os cadáveres são levados em carrinhos especiais para a parte de cima e incinerados.

Diariamente, vários transportes chegam com pessoas trazidas para o campo, o crematório não consegue lidar com todas as pessoas assassinadas a gás, portanto, perto dos crematórios foram criadas valas, onde a queima é realizada, como se fosse uma pira.

As pessoas que trabalham no crematório consistem inteiramente de judeus e têm mudado a cada mês. Alguma pessoas que trabalharam lá já foram incineradas.

O sufocamento e cremação acontecem simultaneamente para homens, mulheres e crianças.

Houve ocasiões em que os bebês estavam vivos após o gaseamento e, em seguida, eles foram mortos pela SS com paus ou simplesmente pelo [batendo contra ele], o muro.

Durante os trabalhos no crematório as chamas das chaminés aparentemente alcançam 15m de altura.

O cheiro dos corpos [cremando] se espalha por muitos quilômetros deste lugar horrível.

Após a fuga, já longe do campo, ouvimos da população local que os jornais alemães publicaram que haviam sido construídas quatro fábricas de tijolos em Oswiecim.

Em 1943 em um dos crematórios, ocorreu o seguinte incidente: uma judia americana foi atacada pelo Rapportfuehrer SCHILLINGER, ela chutou a arma que estava em sua mão, pegou a arma e em seguida atirou em um assistente seu e feriu um outro SS.

Tudo o que diz respeito à arrumação dos crematórios, envenenamento e a cremação de internos, nós conhecemos parcialmente à partir de observações pessoais, parcialmente do pessoal que trabalha nos crematórios, embora eles vivam em barracas separadas, no entanto, suas histórias sobre arrumação do crematório e processo de matança e cremação de internos, ficaram conhecidos por
todos os detentos que residem em “Auschwitz”.

No que diz respeito ao fato da existência de crematórios, este não é segredo para os internos, porque qualquer um pode chegar perto deles até a distância de 10-15 m. Nós vimos pessoalmente, indo a uma distância curta, quando as portas dos crematórios foram abertas e perto dos fornos haviam pilhas de cadáveres.

Além disso, dois crematórios estavam sendo construídos no outono de 1943 [obviamente um erro de tipografia para 1942], quando nós tínhamos saído desse campo. As obras foram realizadas por prisioneiros de guerra russos, que viviam nas mesmas barracas que nós. Várias vezes fomos ao interior dos crematórios e vimos suas estruturas estruturas internas incompletas.


5 – SOBRE O NOVO CAMPO


Já no verão de 1941 a construção do novo campo tinha começado, estava na mesma escala do campo que residíamos, i.e. “Auschwitz”. O território do novo campo adjunto ao lado norte de “Auschwitz” era separado somente por uma estrada rodoviária.

A construção foi feita pelos internos de “Auschwitz”.

Além disso, de acordo com as histórias dos detentos que chegaram de outros campos, a uma distância de 20-30 km do campo de "Auschwitz" existe um pequeno número de campos de concentração, a partir do qual as pessoas também são levadas para incineração.


6 – SOBRE ALGUNS COMANDANTES DO RKKA E PESSOAS CONHECIDAS DE NÓS QUE RESIDIRAM NO CAMPO “AUSCHWITZ”


De generais do Exército Vermelho no campo de Auschwitz que eu saiba não havia nenhum. Se algum general do RKKA foi cremado nos crematórios, eu também não sei.

No campo havia prisioneiros de guerra entre médios e altos oficiais. Nós conhecemos o Tenente-Coronel ANTIPOV, 35-38 anos, da Sibéria, até a sua captura ele tinha servido na Divisão de Tanques Pushkin, e participou ativamente da nossa fuga. Major OSIPOV Sergej, 40-45 anos, de Moscou. Professor MIRONOV Andrej Pavlovich, 40-45 anos, que escreveu muitos tratados históricos. ZLOTIN Mikhail, nascido em 1916, engenheiro da indústria de moagem de farinha, Tenente Jr do RKKA, fugiu do campo em outubro de 1943. Nós fomos envolvidos na fuga de ZLOTIN.

Todas as pessoas acima mencionadas, tiveram grande participação com os internos do campo, organizando fugas individuais e em grupo.

Do número de traidores entre os prisioneiros de guerra nós conhecemos: [nome não claro] serve ao comandante do campo e traiu o povo soviético.

[nome não claro] da Ucrânia Ocidental, não somente denunciou pessoas soviéticas como também estrangulou muitas pessoas.

BARANOV Jakov, 26-27 anos, trabalhou na dispensa de pães, provocava os russos, em muitos aspectos, como diminuir a escassa ração de pão que eles estavam recebendo.

"VAN'KA" - / "SPITZMAUS" /, 2[?] anos, baixo, russo, que também denunciou pessoas soviéticas honestas.

"[nome não claro]" - 27-28 anos, da Ucrânia Ocidental, sargento-ajudante de acordo com a classificação, ativo assistente da Gestapo.

Todos eles eram de muita confiança dos alemães.

RELATÓRIO RECEBIDO POR:


COMISSÁRIO OPERACIONAL SÊNIOR DO 4º.DEPARTAMENTO DA NKGB
UkrSSR
Tenente Sênior de Segurança do Estado
[nome não claro, possivelmente “Gubin”]

31 de
Agosto de 1944
Kiev



O mais importante documento é o terceiro. Apesar de várias imprecisões (como o tempo de cremação e a altura das chamas nas chaminés) os autores dos relatórios descreveram com precisão o essencial do processo de extermínio nos crematórios II e III(informações sobre o que faziam os judeus dos Sonderkommandos).

A descrição da máquina de extermínio foi confirmado pelos documentos recuperados após a guerra, que os soviéticos, obviamente, não tinham acesso em 1944. Notar a correta descrição da divisão dos morgues dos crematórios II&III através da sala de despir(Auskleidekeller na documentação alemã) e a sala de gaseamento (Vergasungskeller and Gaskeller na documentação alemã). Observar também a menção às 4 colunas wire-mesh para introdução do Zyklon-B.

(Nota: ver este artigo para mais comentários.)

O terceiro relatório, 06.09.1944


CONFIDENCIAL

PARA O VICE-COMISSÁRIO DE SEGURANÇA DO POVO DA URSS – 3 POSTO DE COMISSARIA DE SEGURANÇA


[nota manuscrita: Para arquivo do campo de “Auschwitz” [assinatura não clara]]
com. SUDOPLATOV

Moscou

MENSAGEM ESPECIAL


Informação do chefe de inteligência operacional, grupo de "LVOVSKIJ" acerca do campo de"Berkenau" [sic] enviada em 23.7.1944 [não claro] 4/4/4609 é corroborada a maior parte das informações recebidas recentemente do chefe de outro grupo-inteligência operacional "[não claro]", recebido por ele do antigo prisioneiro de guerra, capitão JAKOVLEV Grigorij [não claro nome] e outras pessoas que escaparam do campo de “BERKENAU”[sic] no fim de julho de 1944.

De acordo com o testemunho dessas pessoas, no campo de “BERKENAU”[sic] em 1941-42 mais de [?]0.000 de prisioneiros de guerra Russos e também 150.000 judeus e prisioneiros políticos foram torturados e cremados em piras.

De 16 de Maio a 20 de Julho de 1944 1.200.000 judeus Húngaros e Romenos foram
exterminados no campo.

Desde o final de julho deste ano todo transporte com os judeus da França, Iugoslávia e Grécia, ocupada pelos alemães, começaram a chegar no campo.

Os adultos estão sendo sufocados em especial nas câmaras de gás, os idosos e crianças estão sendo lançados no fogo vivo.

Informações sobre general [sobrenome pouco claro] está sendo verificada após a recepção dos novos dados sobre ele a partir de nossa grupos de inteligência operacional, vamos informá-lo.


CHEFE DO 4o. DEPARTMENTO DA NKGB DA UkrSSRTENENTE CORONEL DA SEGURANÇA DO ESTADO

/SIDOROV/

6 de Setembro, 1944Kiev



Este relatório fala por si. Apenas um comentário sobre a exagerada estimativa de judeus húngaros mortos (os judeus de parte da Romênia anexada também são contados como judeus húngaros). A maioria dos observadores não têm acesso a uma informação exata sobre os transportes húngaros, portanto, haviam várias estimativas, muitas delas exageradas, e este relatório é baseado na estimativa de 18.000 pessoas por dia (atualmente sabemos que houveram pausas no extermínio). A estimativa do campo é confirmada por uma testemunha bem conhecida, Sonderkommando Alter Feinsilber (Stanislaw Jankowski) que testemunhou sobre este número em 16.04.1945 (Ver J. Bezwinska, D. Czech, Amidst a Nightmare of Crime, New York, Fertig, 1992, p. 56).

Próximo: Parte 2: Relatórios de alemães capturados, 1943-1944

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Relatório Forense de Cracóvia de 1945 - A prova do Zyklon-B

Comissão Principal para Investigação dos Crimes Alemães na Polônia
Secção Regional de Cracóvia
Cracóvia, 4 de Junho de 1945
Ao Instituto de Perícia Forense de Cracóvia

No anexo nós enviamos ao Instituto, cabelo que vem de cadáveres de mulheres e que foram retirados destes depois do gaseamento e antes da incineração nos formos crematórios em Brzezinka. O material está abarrotando uma sacola, no qual de acordo com a etiqueta, contém 22.5 kg de cabelo. Requisitamos que vocês pesquisem o conteúdo [da sacola] e examine-os num procedimento correspondente ao Artigo 254 do Código de Procedimento Criminal como também a conexão com os Artigos 123, 138 do Código de Procedimento Criminal, para estabelecer se e qual veneno está contido (no cabelo).

Da mesma maneira e para o mesmo propósito pedimos para a examinação das chapas de lâmina de metal das aberturas de ventilação das câmaras de gás (Porão de Cadáver No. 1 do Crematório no. II em Brzezinka), que foram encontradas durante a visita de inspeção no crematório, e da argamassa que foi tirada do lado da parede desta câmara. Estes objetos (4 chapas de vedação completas das aberturas de ventilação foram feitas de lâmina de metal e 2 danificadas daquelas chapas de vedação, como também do pedaço de argamassa) foram repassadas para o Instituto para seguirem em 05.12.1945.

Membros da Comissão
Carimbo da Corte de Examinação de Cracóvia
Procurador Público Juiz de Examinação
Assinatura ilegível Assinatura ilegível
(Edward Pachalski) (Jahn Sehn)

Relatório do Instituto de Perícia Forense de Cracóvia, Dezembro de 1945

Po. Nr. 171/45 Cracóvia, 15. Dezembro 1945
À Comissão Principal para Investigação dos Crimes Alemães na Polônia
Secção Regional de Cracóvia

Avaliação Toxicológica
preparada a pedido da Comissão em 4 de Junho de 1945 com conexão com as investigações a respeito do crematório de Brzezinka (Birkenau).

OBJETO DE EXAMINAÇÃO

Em 12 de Maio de 1945, 4 chapas de vedação inteiras e 2 danificadas, das aberturas de ventilação, foram entregues para examinação. Estas foram encontradas durante a visita de inspeção no Crematório No. II em Brzezinka e saíram das aberturas de ventilação da câmara de gás (Porão de Cadáveres No. 1) do mesmo crematório.

Em 4 de Junho uma sacola foi entregue para examinação, que de acordo com a etiqueta continha 25.5 kg de cabelo, que foram retirados de cadáveres de mulheres depois do gaseamento e antes da incineração nos fornos crematórios em Brzezinka.

I. EXAMINAÇÃO DAS CHAPAS DE VEDAÇÃO DAS ABERTURAS DE VENTILAÇÃO

As chapas de vedação tinham a forma usual e uma armação de caixas retangulares para o equipamento de abertura da ventilação. Elas eram feitas de lâmina de zinco. As superfícies de todas as partes eram revestidas de branco, com forro fortemente aderente.

A examinação foi preparada pela raspagem da superfície de um ventilador em cima do espaço de metal, que foi feito pelo lado interior inteiro da chapa e da parte da grade virada em relação à câmara de gás. 7.2 gramas [de material de examinação] foram obtidas.

O equipamento de examinação consistiu de um pequeno bulbo de vidro com um funil de separação e uma equipamento de absorção de gás com três frascos de absorção de gás. Dentro de cada um destes frascos cerca de 4 ml de 10% de solução de hidróxido de potássio foi lançada.

O forro raspado foi misturado com água no bulbo, e depois o bulbo foi ligado ao recepiente de absorção, ácido sulfúrico concentrado foi adicionado em gotas com o funil de separação e então o gás desenvolveu-se uniformemente mas não tempestuosamente.

A reação foi contínua, sob um ligeiro aquecimento ao final, até completar a dissolução dos conteúdos do bulbo. Os frascos de absorção foram esvaziados e seus conteúdos submetidos às seguintes examinações:

a) 4 ml do líquido foram fortemente resfriados e cuidadosamente neutralizados com ácido sulfúrico diluído, alcalinizados com umas poucas gotas de carbonato de sódio - bicarbonato de sódio com pH 8.0, misturado com uma pequena quantidade de sulfato de ferro(II), deixado em repouso por 30 minutos sob ocasional remexida e então cuidadosamente acidificado com ácido sulfúrico. Nele se desenvolveu uma clara coloração verde-azul produzida por Azul da Prússia.

b) 4 ml do líquido foram misturados com algumas gotas de solução de Polisulfeto de amônio e mantida em levemente esquentada for 5 minutos. A mistura resfriada foi precipitada com um excesso de nitrato de cádmio e filtrada. A filtração foi acidificada com ácido hidroclorídico e misturada com uma solução de sulfato de ferro. O resultado foi uma coloração laranja-claro produzida a partir da Rodanase(do ácido cianídrico).

Ambos experimentos descritos acima provam que o exame do material contém conexões com o ácido prússico.

II. EXAMINAÇÃO DO CABELO

A sacola, feita de duas capas de papel grosso, tinha sido fechada dobrando-se a parte superior várias vezes. Depois de aberta, foram encontrados na sacola cheia, cabelo em feixes e tranças.

Os conteúdos da sacola foram submetidos às seguintes examinações:

[i ]1. Examinação da destilação do Cabelo
imediatamente depois da abertura da sacola com 150 gramas de cabelo, tranças foram tiradas de uma parte da metade de seu conteúdo, rapidamente cortadas, coberta com água num bulbo de destilação, ligeiramente acidificado com ácido sulfúrico e destilado com água em estado de vapor. A destilação foi coletada num bulbo resfriado com gelo. Esta destilação foi examinada como descrito em I a) e b).

A reação do Azul da Prússia ficou com um colorido muito ligeiramente verde-azul, e o teste da Rodanase numa coloração ligeiramente amarelo-laranja.

2. A Segunda Examinação
estava em sua primeira parte cumpriu-se como descrito em 1., mais 500 gramas de tranças foram usados para examinação, que foram retirados de meia parte do saco. 200 ml de destilado foi coletado, que sob imediata examinação mostrou visivelmente apenas o Azul da Prússia e reações da Rodanase.

Esta destilação foi uma destilação fracionada numa Coluna de Vigreux. 15 ml de distilado foi coletado num bulbo de vidro resfriado com gelo, que continha uma pequena amostra de uma solução fortemente diluída de hidróxido de sódio. A análise do destilado foi cumprida como descrita acima. A reação do Azul da Prússia mostrou uma coloração azul-claro, o teste da Rodanase uma coloração laranja-vermelho claro.

3. Examinação do Estrato aquoso do Cabelo
5 kg de tranças e cabelo comprimidos juntos foram misturados com cerca de 2 a 2.5 litros de água que então foram recobertos com o líquido e extraídos em temperatura ambiente por 16 horas. O estrato de aquaso, que reagiu neutramente contra o Tornassol, foi decantado, ligeiramente acidificado com ácido sulfúrico e examinado como descrito em 2. A reação de Azul da Prússia ficou com uma coloração ligeiramente azul, o teste da Rodanase ficou com uma coloração ligeiramente laranja.

E foi assim desse modo comprovado que o cabelo tinha emitido ácido prússico dentro de uma solução aquosa em temperatura ambiente.

III. EXAMINAÇÃO DAS PARTES DE METAL ENCONTRADOS NO CABELO

Depois da conclusão da análise para o ácido prússico os conteúdos do saco foram minuciosamente examinados e os objetos de metal encontrados entre o cabelo e nas tranças foram removidos e organizados. Os seguintes objetos encontrados foram:

a) Um pegador de metal, fortemente dourado com ouro de pelo menos 14 quilates,
b) Clipes de cabelo feitos de zinco
c) Clipes de cabelo e broches feitos de latão.

Os objetos acima mencionados foram submetidos à examinação em seperado em virtude, como é mostrado pela experiência e também teoricamente justificável, de conter metais envolvidos com cianeto de hidrogênio especialmente pegados.

1. Examinação dos clipes de cabelo feitos de zinco
175 g de material de teste foi examinado como descrito em I. acima. A reação de Azul da Prússia ficou com uma ligeira coloração verde-azul, o teste da Rodanase com uma coloração ligeiramente laranja.

2. Examinação dos clipes do cabelo e Broches feitos de latão
20,7 g de material de teste foi examinado como descrito em I. acima. A reação de Azul da Prússia adquiriu uma coloração de azul-claro, o teste Rodanase uma coloração laranja-claro.

3. Examinação do pegador
O pegador, com um peso total de 3.23 gramas, foi coberto com água dentro de um bulbo acidificado com ácido sulfúrico, com helianthin sendo usado como um indicador. Thereafter destilação com uma Coluna de Vigreux foi realizada e a destilação coletada numa água resfriada com gelo; 10 ml de destilado foi obtido. A reação de Azul da Prússia, realizou-se com 4 ml de destilado, tornou-se pálida, mas com coloração completamente azul claro. O teste da Rodanase, também se realizou com 4 ml de destilado, tornou-se brilhante, mas com coloração laranja claro.
Com isto as examinações foram concluídas.

Todos os reagentes e equipamentos usados durante os experimentos acima mencionados foram previamente examinados para assegurar sua clareza e precisão.

AVALIAÇÃO

I) Nas chapas de vedação das aberturas de ventilação feitas de lâminas de zinco, que saíram das aberturas de ventilação da câmara de gás (Porão de Cadáveres No. 1) do Crematório II de Brzezinka, a presença de conexões de ácido prússico foi comprovada.

II) No cabelo retirado de cadáveres de mulheres depois do gaseamento, a presença de ácido prússico foi comprovada.

Objetos de metal foram encontrados no cabelo, como clipes, borches de cabelo e um spectacle holder dourado, ainda continham relativamente consideráveis quantidades de conexões de ácido prússico.

O Diretor do Instituto
(Dr. Jan Z. Robel)

Tradução(polonês/Alemão/Inglês): Roberto Muehlenkamp à partir do livro:
Brigitte Bailer-Galanda, Wolfgang Benz, Wolfgang Neugebauer (editors), Die Auschwitzleugner, 1996 Elefanten-Press, Berlin, S. 109 114
Tradução(português): Roberto Lucena

sábado, 31 de maio de 2008

Colunas de Zyklon - coluna Kula

Uma das peças de propaganda "revisionistas" mais difundidas é a idéia de que não havia buracos nas câmaras de gás nazistas. No seguinte texto do Holocaust History Project, todas as distorções "revisionistas" são desmitificadas e é apresentada uma explicação detalhada das colunas de Zyklon, que fizeram parte de todo aparato de assassinato em massa nos campos de extermínio nazi.

Colunas de Zyklon - coluna Kula

Introdução

Em Auschwitz-Birkenau, nas câmaras de gás dos crematórios II e III, o Zyklon-B era colocado através de buracos no teto. Depois dos recentes experimentos com este veneno, a equipe do campo tinha aprendido que era importante deixar as pastilhas de Zyklon para serem removidos depois da morte das vítimas, e também para provocar um aumento da velocidade de evaporação do gás.

A solução para estes problemas era o uso de uma coluna de malha de arame, que percorria todo o chão acima do teto pelo telhado. Um homem das SS, usando uma máscara de gás e em pé no telhado, colocaria as pastilhas no topo da coluna e poria uma cobertura de madeira sobre isso. As pastilhas caiam dentro de uma cesta interna de malha de arame, que as recebia e então liberavam seu veneno dentro da câmara de gás.

Depois que o assassinato em massa estivesse completo, a cobertura era aberta, a cesta era retirada, e o Zyklon que restava expelia seu veneno de um modo inofensivo ao ar livre. Enquanto isso, a ventilação da câmara de gás e a cremação de cadáveres podiam ter início.

Estas colunas são relatadas no inventário do crematório II, 31 de março de 1943, como "mecanismo de introdução de malha de arame" (Drahtnetzeinschiebvorrichtung) com "coberturas de madeira" (Holzblenden).

Esquema

Abaixo há um esquema de uma seção transversal da introdução da coluna, vista de lado. Cada um das medidas foram coletadas de várias fontes de depoimentos de testemunhas oculares; eles foram sintetizados dentro deste desenho. As medidas mostradas são as melhores aproximações daquelas fontes, mas não devem ser consideradas exatas para medida em centrímetros.(clique na imagem para vê-la ampliada)

Fontes: Gutman, Yisrael, and Michael Berenbaum, Anatomy of the Auschwitz Death Camp, 1994; Pressac, Jean-Claude, Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers, Beate Klarsfeld Foundation, New York, 1989.

Esboço

Michal Kula, um ex-prisioneiro que trabalhou num local de confecção de esquadrias metálicas do campo de Auschwitz-Birkenau, deu um depoimento descrevendo a introdução das colunas em junho de 1945. Abaixo há um esboço ilustrando o que ele descreveu naquele depoimento. As imagens são do livro de Jean-Claude Pressac "Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers"(Auschwitz: Técnica e Operação das Câmaras de Gás), que foi originalmente publicado em francês; as traduções estão abaixo.

Este esboço mostra a menor "cesta de arame" abaixo a coluna dentro da qual isto foi inserido. Esta "parte móvel" é o que realmente carrega as pastilhas de Zyklon para elas liberarem o gás venenoso, e é o que era retirado uma vez que a operação de gaseamento era completada.(clique na imagem para vê-la ampliada)

Traduções:

PARTIE MOBILE - PARTE MÓVEL

Coiffe en tôle - Tampa de Metal

Intervalle separant le tube en tôle du 3ème tamis: 25 mm - Espaço entre os tubos de metal e a terceira estrutura: 25 mm

Troisième tamis intérieur à maille de 1 mm de côté - Terceira, interna, estrutura de 1 mm de malha

Tube en fine tôle zinguée de 15 cm de côté - Tubo de metal galvanizado interno, 15 cm²

PARTIE FIXE - PARTE FIXA

Pièce de métal reliant les 1er et 2ème tamis - Pedaço de metal unindo a primeira e segunda estruturas

Premier tamis extérieur en fil de 3 mm de diamètre et de maille de 45 mm de côté - Primeira, externa, estrutura de 3 mm de diâmetro de arame, 45 mm de malha

Deuxième tamis intérieur à maille de 25 mm de côté - Segunda, interior, estrutura de 25 mm de malha

3 m environ - Aproximadamente 3 m

Cornières de 50 x 50 x 10 mm - Calhas de 50 x 50 x 10 mm

Fonte: Pressac, Jean-Claude, Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers, Beate Klarsfeld Foundation, New York, 1989, p. 487.

Testemunho de Erber

Em 1981, o historiador Gerald Fleming conversou com o ex SS-Sergeant Major Josef Houstek, que havia mudado seu nome para Josef Erber depois de servir em Auschwitz. Erber descreveu as colunas parecendo ligeiramente diferentes:
Em cada uma destas áreas de gaseamento [dos crematórios [II and III] em Birkenau] estavam dois dutos: em cada duto, quatro tubos de ferro percorriam do chão até o teto. Estes estavam recobertos com malha de arame de aço e dentro havia um recipiente de estanho com uma borda baixa. Anexo a este estanho havia um arame pelo qual isto poderia ser retirado pelo telhado. Quando as tampas eram levantadas, alguém poderia retirar o recipiente de estanho e remexer os cristais do gás dentro dele. Então o recipiente foi baixado, e a tampa fechada. 6

6. Prisioneiro Josef Erber ao autor, 14 de setembro de 1981.

Os "quatro tubos de ferro" são supostamente as quatro calhas ao redor dos quais a malha do lado externo fora envolvida. O recipiente de estanho baixado por um arame deveria ser, mais cedo ou mais tarde, a versão do lado de dentro da "cesta de arame" descrita por Kula.

Fonte: Fleming, Gerald, Hitler and the Final Solution, 1984, p. 188.

A descrição de Tauber

Henryk Tauber deu um depoimento em maio de 1945 que incluiu uma descrição das colunas:
A lateral destes pilares, que iam até o telhado, eram de malha de arame pesado. Dentro desta grade, havia outra de malha mais fina e dentro daquela uma terceira de malha mais fina ainda. Dentro da jaula desta última malha havia uma lata removível que era retirada com um arame para recuperar as pastilhas das quais o gás havia evaporado.

[...]

A sala de despir e a câmara de gás eram cobertas primeiro com um bloco de concreto e então com uma capa de de solo coberto com grama. Existiam quatro pequenas chaminés, as aberturas através das quais o gás era expelido naquelas saídas acima da câmara de gás.
Fonte: Pressac, Jean-Claude, op.cit., p. 484.

Vista Aérea

As aeronaves de reconhecimento dos Aliados adquiriram a capacidade militar para sobrevoar a área de Auschwitz em meados de 1944. A fábrica da IG Farben próxima produzia borracha sintética e óleo, e era de interesse militar por esta razão, mas várias fotografias foram também tiradas do campo de Birkenau. Em 25 de agosto de 1944, um aeroplano capturou esta vista de Birkenau, incluindo as câmaras de gás dos crematórios II e III.

Nesta fotografia, o crematório II está no retângulo central à direita, e o crematório III está abaixo à direita. O Norte está ao fundo(parte inferior).

Abaixo, uma ampliação da mesma fotografia mostra a edificação do crematório II. Ao fundo, a chaminé do crematório faz uma extensa sombra. Extendendo-se pra cima(sul) da edificação está o subsolo da câmara de gás, Leichenkeller 1. Quatro manchas escuras são visíveis, correspondendo às quatro "pequenas chaminés" da introdução das colunas.

Fonte: U.S. National Archives, Record Group 317 - Auschwitz Box Envelope 17 / Security Set - CIA Annotated Negative #17, photograph of August 25, 1944.

Vista Terrestre

Abaixo está uma vista do terreno do mesmo crematório, olhando ao norte de seu Sul. Na direita está a edificação do crematório com sua chaminé visível. Jean-Claude Pressac situa a data desta fotografia entre 9 e 11 de fevereiro de 1943. A edificação está ainda sendo construída e não será terminada até fim de março de 1943.

A câmara de gás Leichenkeller 1, justo à direita da fumaça do trem, extende-se na direção da câmara e ligeiramente para direita.

Abaixo, uma ampliação da mesma fotografia mostra a câmara de gás. Como o resto da edificação, está em construção. Não tinha sido ainda coberta com terra, fazendo as "pequenas chaminés" parecerem mais altas que elas seriam.

Uma cuidadosa análise fotográfica mostrou que as duas sombras escuras curtas e verticais, sob o centro da janela nesta foto, estão "pequenas chaminés" ao sul. (O retângulo escuro à sua direita parece estar contra a parede da edificação, atrás da câmara de gás. É desconhecido o que está mais curto, e a sombra cinza mais clara está à sua esquerda. As linhas de luzes verticais em frente à câmara de gás são postes da cerca.) A terceira "pequena chaminé" está atrás da fumaça do trem, e no canto superior da quarta pode apenas ser vista, justo à esquerda da fumaça do trem, e mais escurecida pelo monte de cobertura de neve da terra. Deste ângulo, sua colocação está oscilando devido a alternância leste-oeste.

Fonte: Pressac, Jean-Claude, Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers, Beate Klarsfeld Foundation, New York, 1989, p. 340. Cited by Pressac as PMO neg. no. 20995/494, Kamann series. And Keren, Daniel, Jamie McCarthy, and Harry W. Mazal, Holocaust and Genocide Studies, Oxford University Press, Vol. 18, No. 1, Spring 2004, pp. 68ff.: "The Ruins of the Gas Chambers: A Forensic Investigation of Crematoriums at Auschwitz I and Auschwitz-Birkenau."

Um Respiradouro Similar

Uma rara fotografia de uma introdução de respiradouro similar de Majdanek, não de Auschwitz, foi preservada. Majdanek foi também um campo onde gaseamentos em massa foram realizados.

Quando o Exército Vermelho chegou em julho de 1944 os soldados acharam enormes depósito transbordado de bens. Eles descobriram cadáveres e mais evidências de uma enorme série de atrocidades, as quais noticiaram imediatamente para a imprensa mundial.

(Feig, Konnilyn, Hitler's Death Camps, 1979, p. 330.)

Um homem do exército soviético posou para esta fotografia, pegando a cobertura do aparelho, em pé próximo ao aparelho. Foi publicada pela London press em outubro de 1944. É desconhecido como similar a isto pareciam às "pequenas chaminés" de Auschwitz-Birkenau.

Fonte: The Illustrated London News, October 14, 1944, p. 442.

Negadores do Holocausto

Negadores do Holocausto rejeitam que estas colunas também existiram. A convergência desta evidência, incluindo os testemunhos convincentes que deram detalhes antes de corroborar evidências que foram desenterradas é ignorada.

Os depoimentos de Kula e Tauber descrevendo as inserções de "aparelhos de malha de arame", décadas antes corroborando a evidência foram descobertos nos arquivos, não podem ser descartados. O depoimento de Houstek/Erber dos mesmos aparelhos, também antes desta evidência ser descoberta, é também uma forte corroboração.

Negadores provavelmente sustentarão que uma menor diferença em suas descrições significa que devamos ignorá-los. Mas realmente devemos esperar achar narrativas idênticas? Os prisioneiros deram suas descrições meses depois do fato; o perpetrador, 35 anos mais tarde. Que devem contar para alguns como diferença. Justamente como em grande medida, não sabemos se os nazis em fulga da operação de gaseamento tentaram usar ligeiramente diferentes tipos do equipamento de hora em hora.

Certamente, se todas as três descrições eram exatamente semelhantes, devemos suspeitar que a narrativa mais recente foi copiada das mais antigas. Por elas não serem, sabemos que aqui estão três testemunhas oculares separadas por estes itens.

Negadores do Holocausto rejeitam a validade das fotografias aéreas, alegando que aqueles quatro postes escuros no telhado de cada câmara de gás foram retoques adicionados pela CIA ou alguma outra conspiração. John Ball, que não é nenhum perito em interpretar fotografias aéreas, sugere uma destas hipóteses ou, alternativamente, que os postes escuros eram vasos em repouso em cada câmara de gás.

Os objetos mostrados no telhado na foto terrestre, dizem alguns negadores, são caixas comuns de material de construção.

Negadores também alegam que não há nenhuma evidência dos quatro buracos no telhado de cada câmara de gás. Porque as câmaras foram dinamitadas numa tentativa de esconder evidência de assassinatos em massa da chegada do Exército Soviético, os telhados desmoronaram e é difícil dizer nos escombros o que é um buraco e o que não é. Mais tarde neste ano, um ensaio no website direcionará esta questão em detalhe.

Finalmente, negadores do Holocausto intencionalmente confundem o sólido apoio no telhado das colunas das câmaras de gás com as colunas de malha de arame. Como óbvia evidência de seus crimes, as últimas seriam removidas pelos nazis das câmaras de gás antes delas serem destruídas. De forma absurda, negadores mostram fotos de sólidas colunas como prova de que as colunas de malha de arame nunca existiram.

Esta débil intenção em reescrever a história não se sustenta.
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Agradecimentos ao voluntário Harry Mazal do Holocaust History Project pela assistência de pesquisa.

Última alteração: 30 de outubro de 2005
Contato técnico/administrativo: webmaster@holocaust-history.org

Texto: Jamie McCarthy e Mark Van Alstine
http://www.holocaust-history.org/auschwitz/intro-columns/
Tradução: Roberto Lucena

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