Dr. Robert Ritter: Ciência Racial e "Ciganos"
A pesquisa do cientista racial Dr. Robert Ritter e seus associados serviram ambos como instrumento e justificação para o regime Nazista isolar e eventualmente destruir a população Cigana Alemã.
Estudando os Ciganos, Ritter, que era um psiquiatra, esperava determinar as ligações entre a hereditariedade e a criminalidade. Com financiamento da 'Associação Alemã para Pesquisa Científica' e com acesso a registros da polícia, Ritter começou em 1937 a sistematicamente entrevistar todos os Ciganos residindo na Alemanha. Para fazer isso, ele viajou a acampamentos Ciganos e, depois a deportação e internamento de Ciganos começaram, para os campos de concentração.
Ritter desenvolveu genealogias detalhadas--históricos de família--para distingüir os Ciganos "puros" daqueles de "sangue misto/misturado" e desenraizar os Ciganos assimilados da população geral alemã. A polícia de estado ajudou Ritter em seu requerimento de registros genealógicos de todos os Ciganos movidos a força para campos especiais municipais depois de 1935. Acreditando que qualquer um com sangue Cigano podia ser um perigo a sociedade, Ritter classificou um "meio-Cigano" como alguém com um ou dois avós Ciganos ou dois ou mais avós meio-Ciganos, isto é, alguém com um pouco de um quarto de sangue cigano.
Aos associados a Ritter incluíam o antropólogo Dr. Adolf Wurth e, até 1942, e o zoologista e antropólogo Dr. Sophie Ehrhardt. O associado mais próximo a Ritter era Eva Justin, uma enfermeira que recebeu seu doutorado em antropologia em 1944 baseado na sua pesquisa com crianças Ciganas afastadas de suas famílias. Na conclusão de seu estudo, estas crianças eram deportadas a Auschwitz, onde todos com exceção de alguns eram mortos.
"Num relatório dos resultados de sua pesquisa em 1940, Ritter concluiu que 90 porcento dos Ciganos nativos da Alemanha eram "de sangue misto/misturado". Ele descreveu aqueles Ciganos como "os produtos de relacionamentos com criminosos anti-sociais alemães do subproletariado." Ele caracterizou os Ciganos como povos "primitivos" "incapazes de uma real adaptação social."
Do final de 1944 entrando em 1946, Ritter ensinou biologia criminal na Universidade de Turbingen; em 1947 ele entrou no Centro de Saúde de Frankfurt como um médico de crianças. Enquanto esteve lá, ele empregou Eva Justin como uma psicóloga. Seu colaborador Dra. Sophie Ehrhardt entrou na faculdade de antropologia na Universidade de Tubingen em 1942 e continuou a usar os dados de Ritter em sua pesquisa pós-guerra. Dr. Adolph Wurth serviu no Bureau de Estatística Baden-Wurttemberg até 1970.
Os esforços para trazer provas contra Ritter e seus associados como assessores nas mortes dos Ciganos Alemães foram interrompidos. O julgamento do Dr. Robert Ritter chegou ao fim com seu suicídio em 1950.
Fonte: Sinti & Roma: Victims of the Nazi Era, 1933-1945 (publicado pelo Museu do Holocausto dos EUA, USHMM. Usado com permissão.)/Site "A Teacher's Guide to the Holocaust"
http://fcit.coedu.usf.edu/holocaust/people/USHMMROM.HTM
Tradução: Roberto Lucena
Página principal: Sinti & Roma: Vítimas da Era Nazi, 1933-1945
5 comentários:
Caro Roberto, como bem sabe, o dia 27 de janeiro é dedicado as vítimas do holocauto. Nós da AMSK/Brasil, das quais em sua grande maioria possuem alguma hereditariedade rhom, temos usado algumas traduções e pesquisas deste blog em postagens diversas.
De início agradecemos as matérias, como fonte de pesquisa e de esclarecimento. Com a devida data vênia são relacionados os itens que deste blog são retirados. Caso haja alguma irregularidade ou discordância nessas referencias por nós usadas, por favor nos diga, teremos urgência em corrigir.
A todos obrigada pela coerência das matérias e pela contribuição clara de um entendimento documentado e comprobatório que ora tentamos também incentivar.
AMSK/Brasil
Cozinha dos Vurdóns
"De início agradecemos as matérias, como fonte de pesquisa e de esclarecimento. Com a devida data vênia são relacionados os itens que deste blog são retirados. Caso haja alguma irregularidade ou discordância nessas referencias por nós usadas, por favor nos diga, teremos urgência em corrigir."
www.amsk.org.br, pode copiar os textos e repassar sem problemas. Eu fiz um alerta longo na descrição do blog(na parte "Sobre o blog") mais por precaução pra evitar futuros aborrecimentos por conta de possíveis usos indevidos dos textos pra fins políticos(em caso de discordância com o que os membros do blog pensam) e outros.
Sobre uso indevido de textos, só pra ilustrar o problema, os mais frequentes são o plágio e a manipulação. No caso da manipulação, o aviso serve pra deixar em alerta que se aparecer algum texto do blog copiado propositalmente em algum site "revisionista"/neonazi/antissemita como sendo deles, através de citação pra confundir quem não é familiarizado com o assunto, não foi ninguém aqui que passou ou mesmo autorizou o uso.
É algo meio óbvio mas que sem o aviso ficaria a nossa palavra contra a de alguém mais afobado ou mal intencionado que quisesse fazer acusações falsas. Sendo que é praticamente impossível remover uma cópia dessas.
Digo isso porque já vi cópia de texto do blog naquele site "revi" chamado VHO sem ninguém aqui autorizar nada, obviamente. É o que se pode chamar de "estratégia do espelho": eles põem uma cópia de um texto sério sobre o Holocausto pra que as pessoas quando procurarem o assunto em sites de busca se confundam e achem que o site "revisionista" visitado, que aparece na busca, é sério e não antissemita.
Os ditos "revisionistas" fazem isso na maior cara-de-pau do mundo e a forma mais eficiente de se combater as artimanhas deles é a informação correta.
Uso de textos pra fins políticos(e acrescentaria também, 'religiosos') é outro problema sério.
Muita gente confunde, propositalmente ou não, os assuntos relacionados aos conflitos no Oriente Médio com este tema por conta de Israel.
Acham que esse tema da Segunda Guerra, que tem mais implicações com o extremismo de direita e racismo no Ocidente, teria um peso considerável na determinação/resolução dos conflitos do OM quando na verdade não tem, mesmo que possa haver algum abuso político em torno da memória pra isso.
Por isso a gente repassa o aviso pra cortar o "palanque" dos mal intencionados. Pros que confundem e não fazem isso de má fé dá pra discutir numa boa, pros que fazem isso de má fé, é terrível a discussão.
Agradeço por você ter abordado isso, deu uma chance formidável da gente comentar o problema.
Entendemos, perfeitamente bem. É mais cruel do que pensávamos, mas ainda bem que não nos atinge em nossas intenções.
obrigada pelos esclarecimentos e pela cordialidade de sempre.
com carinho,
AMSK/Brasil
Cozinha dos Vurdóns
Postar um comentário